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Revista Científica de Neurometria

Ano 2 - Número 3 - outubro de 2018

Liderança e motivação no ambiente clínico


como estratégia comportamental
Leadership and motivation in the clinical environment as a behavioral
strategy
OLIVEIRA, Elaine Aparecida1

RESUMO
Com o mercado de saúde cada vez mais competitivo, a motivação e liderança tornam-se um
enfoque comportamental estratégico para o desempenho e evolução dos consultórios e
clínicas, o que exige constante preparo do grupo organizacional. Nesse aspecto, o objetivo
do artigo é avaliar a liderança e motivação, dentro do ambiente clínico, como fatores estra-
tégicos dos consultórios para obterem vantagens competitivas no mercado de forma ética.
Justificando-se, dessa forma, por sua relevância aos benefícios que podem proporcionar
ao grupo clínico e não apenas ao tratamento do paciente. A metodologia utilizada pra aqui-
sição das informações deste artigo será obtida por meio de uma pesquisa de cunho quali-
tativo. Verificou-se que a motivação e a liderança são ferramentas essenciais para qualquer
organização e as mesmas influenciam direta e indiretamente nos resultados individuais e
clínicos, com a ideia de que sejam exercidos da melhor maneira possível e em conjunto
com os gestores e colaboradores.
Palavras-Chave: Motivação; Liderança; Colaboradores e Gestão.

SUMMARY

With the health market increasingly competitive, motivation and leadership become a strate-
gic behavioral focus for the performance and evolution of clinics and clinics, which requires cons-
tant preparation of the organizational group. In this aspect, the objective of the article is to evaluate
the leadership and motivation, within the clinical environment, as strategic factors of the clinics to
obtain competitive advantages in the market ethically. In this way, it justifies its relevance to the
benefits that it can provide to the clinical group and not only to the treatment of the patient. The
methodology used to acquire the information in this article will be obtained through a qualitative
research. It has been found that motivation and leadership are essential tools for any organization
and they influence directly and indirectly on individual and clinical outcomes, with the idea that they
are exercised in the best possible way and together with managers and collaborators.
Keywords: Motivation; Leadership; Collaborators and Management.

1 Graduada em pedagogia, Universidade Ibirapuera, MBA em Gestão Estratégica de Negócios, Universidade Anhan-
guera, Técnica em neurometria, SBN: 87855-2016. Email elaine@neurometria.com.br

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INTRODUÇÃO CONCEITO DE LIDERANÇA


Liderança e motivação são temáticas Sob a visão de Kwasnicka (2014), lide-
que passam por evoluções contínuas nos es- rança é definida “como um fenômeno comple-
tudos gerenciais em decorrências de estudos xo”. O autor ressalta que líder é a pessoa que
pesquisas e debates na comunidade empresa- tem habilidade de influenciar outros no trabalho
rial, pois segundo Voltolini (2011), toda organi- ou em qualquer atividade na comunidade.
zação deve ter líderes eficientes e que motivem
Contudo, Goleman (2015) ressalta que
seus liderados.
a empatia é particularmente importante como
Como a crescente demanda pela com- um componente da liderança por ao menos três
petitividade vem causando impactos significa- fatores: o número cada vez maior de equipes,
tivos em consultórios, as habilidades e conhe- o ritmo veloz da globalização e a necessidade
cimentos de seus colaboradores são exigidos crescente de reter os talentos.
cada vez mais pelas clínicas. Neste sentido,
Para Maximiano (2009, p.15) “liderança
o artigo abordará a liderança e motivação em
é o processo de influenciar e conduzir pessoas
consultórios como fatores comportamentais no
para a realização de objetivos”.
desempenho competitivo.
Sobre liderança, Porter (2009) entende
A proposta do estudo é de suma relevân-
que:
cia para as clínicas, visto que pode auxiliá-las
a descobrir e desenvolver líderes, contribuindo É a habilidade que a pessoa tem de influenciar um
de maneira significativa para desempenho em- individuo ou grupo. Determinado por sua persuasão,
presarial, já que sem liderança eficaz dificilmen- do qual um comporta-se de maneira a transformar a
ação do outro de forma intencional. Essa ação influen-
te tem bons resultados. A partir desse contex-
ciadora envolve autoridade e poder, modificando a ma-
to, formulou-se a questão de pesquisa: Qual a
neira de agir dos liderados. (PORTER, 2009, p.106)
responsabilidade do líder na motivação de seus
liderados para o alcance do ótimo desempenho
organizacional?
Para Vergara (2013), a liderança cons-
O objetivo do artigo é verificar o perfil titui uma capacidade humana que permite in-
da liderança essencial para motivar e preser- fluenciar os outros, em suas motivações e com-
var equipes visando às vantagens competitivas petências.
com propósitos organizacionais e do profissio-
Dias (2013) compreende que a utiliza-
nal clínico.
ção da persuasão para influenciar as pessoas é
A metodologia aplicada para confecção uma característica essencial da liderança, que
do artigo pode ser considerado qualitativa por desenvolve essa habilidade ao longo do tempo,
meio de pesquisas bibliográficas, pois segundo consolidando-a em termos pessoais.
Lakatos (2012, p. 35), “é uma opção para os es-
Na abordagem de Drucker (2008) “a li-
tudos que buscam os significados que as pes-
derança, uma questão de como ser, e não como
soas atribuem às suas experiências do mundo
fazer”. E vai de encontro com pensamento de
social e como as pessoas compreendem e in-
Maramaldo (2000, p.201) quando define que “li-
terpretam esse mundo”.
derança é conseguir os resultados necessários
O que evidencia o papel do líder, do através da melhor utilização das mentes das
qual para atender a demanda das organiza- pessoas”.
ções, é a aliança das competências técnicas
Entretanto Rock (2017) ressalta que a
e interpessoal, permitindo dar ênfase à
liderança é algo subjetivo, uma vez que, depen-
importância da liderança, trabalho em equipe e
dendo do cenário, tal conceito não se aplica. O
motivação do grupo administrativo e clínico.
autor pondera que primeiro é preciso entender

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a base lógica das tarefas que são comuns do No meio de um processo de investimento
líder, como tomarem decisões e solucionar pro- do consultório, o profissional poderá se deparar
blemas, para então observamos quais são os com estagnação e este ciclo pode se repetir por
processos que interferem em cada atividade. diversas vezes (crises, mercados e juros), mas
um líder consegue buscar, através da motiva-
Uma das maiores fontes de desperdício
ção, um modelo de negócio baseado na entre-
geradas por parte do empreendedor de um
ga do valor de resultados, ou seja, que deixe o
consultório é perder tempo, dinheiro e energia
paciente confiante com o atendimento de toda
produzindo e investindo em algo e, no fim, vai
a equipe, proporcionando um atendimento mais
constatar que não há pacientes interessados.
saudável e com ótimo desempenho.
O problema é que, em muitos casos, não há
iniciativa de consultar sua equipe para discutir Chavienato (2011) corrobora com Gole-
estratégias mais assertivas e, assim, a imagem man (2015) ao afirmar que líder tem seu poder
de liderança é desconstruída. E isso só é des- aceito pela equipe em virtude da forma como a
coberto justamente depois do projeto passar conduz e como se relaciona com ela, ou seja, é
por diversas etapas de desenvolvimento. uma conquista, não uma imposição. Todavia, a
liderança é situacional e deve levar em conta a
Para Ervilha (2003) “a liderança é habi-
atividade a serem executados, seus membros
lidade no trato de coisas, que podem modificar-
da equipe e os objetivos a serem alcançados.
se em fonte de poder”, aqui, o autor trata-se de
Ainda segundo autor esses três aspectos da si-
um traço de personalidade que pode ser desen-
tuação variam consideravelmente, e a lideran-
volvido, e não pode ser confundido com caris-
ça, para ser eficaz, necessita ajustar-se a todos
ma.
eles e em cada situação o líder pode ser:
Goleman (2015) quando sintetiza o
1 - Autocrático: a situação é critica e as
comportamento dos líderes, segundo os estilos
medidas de urgências necessitam ser adotadas
de liderança a ser usado. Conforme Quadro 1.
com reais urgências, mesmo sem consultar o
líder;
2 - Vendedor: a situação não é compreen-
dida pelos membros da equipe, os quais preci-
sam ser persuadidos pelo líder;
3 - Democrático: o líder ouve a equipe e
consulta-os sobre decisões a serem tomadas;
4 - Participativo: a situação requer o en-
volvimento e o engajamento das pessoas; e
5 - Abdicrático: quando a situação permite
que o líder delegue decisões à equipe e o ajuda
a implementá-las com sucesso.

Por outro lado Banov (2011) menciona
O autor ressalta que, quanto maior for a que o estilo de liderança remete à forma como
quantidade de estilos para o líder, será melhor, os líderes se comportam e o que fazem para
pois líderes que dominam quatro ou mais esti- conter o comportamento dos seus liderados. O
los de liderança, conseguem gerenciar o clima autor pondera que na liderança há três fatores
e desempenho organizacional de maneira mais que devem ser levados em consideração: o lí-
adequada às necessidades organizacionais. der, o grupo e a situação.

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Já para Koontz (2009) ressalta que a duos a utilizarem suas inteligências, para atingir
liderança necessita de quatros componentes resultados competitivos, por meio da ação de
básicos para sua eficácia na organização: sua equipe e dentro dos limites estabelecidos
pelos valores organizacionais.
1 - Poder: a capacidade de utilizar o po-
der com eficácia e de forma responsável; Dentro de um modelo de negócios, a ma-
neira como um líder pode conduzir suas estra-
2 - Compreensão das pessoas: entender
tégias e criar valores e conceitos, dentro da sua
que o individuo tem diferentes forças motiva-
clínica, vai contribuir de forma significativa com
doras em diversos momentos e em diferentes
a fidelização dos pacientes. A entrega dos re-
situações;
sultados clínicos, a abordagem da equipe e a
3 - Habilidade de influenciar: inspirar seus conduta profissional irão corroborar para uma
liderados a investir todas suas capacidades no melhoria contínua na arquitetura organizacio-
objetivo organizacional e profissional; e nal do consultório de forma objetiva e prática
e, com isso, a visão da equipe como um grupo
4 - Estilo de líder e Clima organizacional:
unido ficará mais clara.
a capacidade de atuar de forma a desenvolver
um clima que leve a responder e a despertar De acordo com Koontz (2009) os líderes
motivações. devem defender e consolidar valores, conside-
rando a qualidade, a honestidade e assunção

de riscos calculados, preocupados com os co-
Entretanto para adotar um estilo de lide- laboradores e clientes.
rança, o líder necessita avaliar a situação que o
Maximiano (2000a) pondera que a lide-
envolve, levar em conta a estrutura e a cultura
rança sempre será personificada numa figura
organizacional; verificar a informação recebida
individual ou grupo, pois a figura dos lideres
e os objetivos essenciais que a equipe deve
permite definir a liderança como função, papel
atingir e, com isso, ele adotará um estilo de li-
ou tarefa, que quaisquer pessoas precisam
derança adequada a fim de que a equipe reali-
desempenhar.
ze com excelência suas atividades por meio de
processos internos. Segundo Porter (2009):
Líder deve proporcionar a disciplina pra decisões re-
lativas às mudanças setoriais e as necessidades dos
Responsabilidades do Líder clientes a que a empresa responderá, ao mesmo tem-
De acordo com Assad (2017) um líder po em que evita a dispersão organizacional e asse-
servirá de espelho e de exemplo para sua equi- gura a diferenciação. Uma das funções do líder é dar
pe, isto é, os líderes devem ser referência, porto lições de estratégia às demais pessoas da empresa
seguro de seus liderados. O que vai de encon- (PORTER, 2009, p.70).
tro com Rock (2017) que os líderes precisam se
conectar com seus liderados e ajudá-los a se Isso se comprova nos estudos de Vol-
conectarem, assegurar-se de que a informação tolini (2011) quando destaca os líderes como
compartilhada e incentivar o trabalho em equi- sujeitos que prosperam tirando o melhor do es-
pe. forço de seus liderados, colocam o coração em
tarefas comuns, constroem pontes, despertam
Drucker (2008) ressalva que liderar é ter
pessoas, garimpam e atraem talentos, estimu-
conhecimento, imaginação e inteligência, e que
lam relações de cooperação e geram confian-
só com sua eficácia, será capaz de converter
ça.
estas qualidades em resultados.
De acordo com Drucker (1996), o líder
Já Maramaldo (2000) a responsabilida- deve possuir algumas competências funda-
de de líder na organização é estimular indiví- mentais, tais como:

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1 - Convicção: entusiasmo e o compro- • Poder para modificar a cultura existen-


misso que o líder demonstra por sua visão; te: como perspectiva de revitalizar as organiza-
ções para que obtenham sucesso.
2 - Caráter: afirmação da honestidade, in-
tegridade, respeito e mudança; Contudo, Dias (2013) ressalta que as
culturas organizacionais também apresentam
3 - Cuidado: se preocupar com o bem es-
diferentes motivações para que os indivíduos
tar profissional e pessoal dos liderados;
possam manifestar um determinado poder, que
4 - Coragem: defender as crenças dos li- estará diretamente relacionado com os valores
derados, desafiarem, admitir erros e mudar o já definidos e considerados mais importantes,
próprio comportamento; dentro da organização, visto por todos.
5 - Compostura: manifestação coerente De acordo com Drucker (2004), embora
de reações emocionais; as empresas tenham usado equipes para so-
6 - Competência: habilidades tangíveis luções de problemas, coordenação de ativida-
(técnicas funcionais) e intangíveis (interpes- des e consecução de tarefas, já algum tempo,
soais). o que realmente mudou e o que continuará a
mudar é a capacidade de integração das equi-
pes na estrutura empresarial. Conforme o autor,
Somando estas aptidões, o líder de uma as organizações exigem, em geral, muito mais
clínica poderá obter a confiabilidade dos seus especialistas do que as empresas tradicionais.
colaboradores, trazendo impactos positivos aos Essa exigência, do tipo controle e comando, é
seus liderados que refletirá em um comporta- algo importante e que todos assumam essas
mento positivo nos atendimentos aos pacien- responsabilidades para o foco no desempenho
tes, seja clínico ou administrativo. Assim, é de conjunto do grupo clínico.
suma importância que a organização possibilite
um ambiente agradável e disposto ao dialogo
para melhores tomada de decisões. Desta for- MOTIVAÇÃO
ma o líder necessita expandir a habilidade e Não é possível compreender as rela-
trabalhar no direcionamento dos objetivos, que ções com e entre as pessoas sem prévio co-
sempre estará ligado ao fator humano. nhecimento sobre motivação e de seu com-
portamento. A definição de motivação tem sido
empregada com diferentes sentidos, neste
Liderança e as relações de poder nas artigo adotaremos o estabelecido por alguns
organizações autores como Vergara (2013), Ferreira (2016),
De acordo Weber (1991) as relações Koontz et al. (2009) e Maximiano (2000a) para
entre o poder e a cultura organizacional, no seu uma melhor compreensão.
todo, pode ser analisada considerando-se três Para Vergara (2013) a motivação é:
manifestações importantes e que podem ser
estreitamente relacionadas com a atuação de Intrínseca, ou seja, ninguém motiva ninguém. É a pró-
liderança: pria pessoa que se motiva ou não. Tudo o que os de
fora podem fazer é estimular, incentivar, provocar a
• O poder do fundador, que faz sentido motivação. A diferença entre motivação e estímulo é
desde inicio: missão, valores; que a primeira está dentre nós e o segundo fora (VER-
• Poder como instrumentalizar a manu- GARA 2013, p.30).
tenção da cultura organizacional: terá os meca-
nismos de poder a sua disposição na estrutura
Existem várias teorias sobre a motiva-
organizacional, como: recompensas, punições
ção, que podem ser classificadas em dois gran-
e promoções;

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des grupos, segundo Ferreira (2016), conforme


descritas abaixo:
As de conteúdo: são aquelas que tratam
daquilo que efetivamente motiva as pessoas.
Alguns teóricos que contribuíram com as teo-
rias de conteúdo foram: Maslow, Mc Clelland e
Herzberg;
As de processo: em vez de enfatizar o
conteúdo das necessidades e seu poder de mo-
tivar comportamentos, as teorias de processo Ainda sob a visão de Maximiano
consideram as necessidades como um elemen- (2000a), existem os motivos:
to do processo motivacional.
• Internos: são aqueles que surgem das
Ferreira (2016, p.13), define motivação próprias pessoas, ou seja, suas necessidades,
como “resultado da interação entre a pessoa aptidões, interesses, valores e habilidades que
e a situação”. Ainda sobre o olhar do autor, o as fazem ser capaz de realizar certas ativida-
individuo pode ter diferentes níveis de motiva- des e, não outras, que fazem valorizar certos
ção que variam ao longo do tempo, isto é, pode comportamentos.
estar mais motivado em um momento e menos
• Externos: são aqueles criados pela si-
em outra ocasião.
tuação ou ambiente, como na clínica, em que
A motivação é vista de suma importân- a pessoa se encontra, isto é, são estímulos ou
cia no que tange ao sucesso organizacional, do incentivos que os ambientes oferecem e que as
qual o individuo identifica-se como realizado ao pessoas perseguem, porque satisfazem suas
executar algo. Todavia os indivíduos aspiram necessidades e despertam um sentimento de
por planos de carreiras, incentivos e benefícios. interesse ou representa uma recompensa a ser
À esse respeito, Koontz (2009), avalia a alcançada.
motivação em termo geral quando se aplica a Para Chiavenato (2011), a motivação é:
todo tipo de impulsos, desejos, necessidades,
Um processo de distintas preferências comportamen-
aspirações e forças similares. tais dos indivíduos, uma espécie de força interna que
Robbins (2005) define a motivação se manifesta, regula e sustenta as ações mais rele-
como peça integrante do processo organizacio- vantes. Geralmente é empregado como sinônimo de
nal, é um requisito essencial e indispensável de forças psicológicas, impulsos, desejos, vontades e ne-
modo a atingir os objetivos das organizações cessidades. Engloba sentimentos de auto-realização e
e do trabalho. Vale ressaltar que com novos de reconhecimento profissional, manifestados através
desenvolvimentos de planejamento organiza- das atividades desafiadora do trabalho (CHIAVINATO,
cional, para vantagens competitivas, têm-se 2011, p.55)

demonstrado como relevantes a motivação e a


eficácia nas organizações.
E que vai de encontro com o autor Ro-
Na concepção de Maximiano (2000a) a bbins (2005), quando conclui que a motivação
motivação no trabalho é o processo pelo qual “como método responsável pelo fervor, persis-
o esforço ou ação que leva ao desempenho tência e direção dos esforços de um individuo
profissional de uma pessoa é impulsionado por para atingir um determinado objetivo”.
certos motivos. O autor enfatiza que a motiva-
ção pode produzir o desempenho positivo ou
negativo. Conforme Figura 1 dos grupos de mo-
tivos que influenciam o desempenho.

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Motivação dos liderados Koontz (2009) faz um alerta para os


obstáculos em conseguir uma real adesão dos
Para Drucker (2004) a habilidade de
colaboradores, uma vez que a organização de-
longo prazo que um líder tem para influenciar
termine metas a serem alcançadas em longo
seus liderados está apegada a credibilidade,
prazo. O problema é que os empregados geral-
integridade e confiança. Isso deve ser demons-
mente se centralizam em horizontes em curto
trado não apenas na conduta clínica, mas na
prazo, de modo a atender suas necessidades
administrativa e como gestão de pessoas.
mais imediatas, tais como: salários, recompen-
Maximiano (2000b) define que compe- sas e ambiente trabalho.
tência e motivação são dois vetores importan-
Vergara (2013) avalia como é visto a li-
tes, que agem simultaneamente para influen-
derança pelos colaboradores, pois as pessoas
ciar o nível de desempenho de cada individuo.
tendem a seguir aqueles que lhe oferecem um
Conforme Figura 2.
meio para satisfazer suas metas pessoais.
Quanto mais os líderes compreendem o que
motiva seus colaboradores e como esses me-
canismos motivacionais operam, mais provável
que líderes e colaboradores trabalhem em con-
junto e eficácia.
Entretanto, para lidar com a motivação
é necessário, antes de tudo verificar quem está
motivado e quem não está, e a análise do com-
portamento constitui, na maioria das vezes, o
O autor ressalta que motivação sem único meio disponível para tal, de modo que a
competência significa que há interesse, mas motivação se revele através de expressão solí-
falta à habilidade, conhecimento ou experiência cita, uma postura confiante e um olhar tranqui-
para realizar a tarefa. Assim, teremos alguém lo.
que quer realizar uma tarefa, mas não sabe Para Robbins (2005), a força da moti-
como. Já competência sem motivação repre- vação e a energia exercida dependem do va-
senta o problema inverso, sendo perceptível lor de uma recompensa mais a quantidade de
também na formação acadêmica e técnica, energia necessária que uma pessoa acredita,
onde a falta de motivação mostra a dificuldade associada a probabilidade de receber essa re-
ou má vontade de aplica-la. compensa. Para o autor, o esforço percebido e
Segundo Ervilha (2003): a probabilidade de obter uma recompensa são
influenciados pela experiência do desempenho
O desenvolvimento dos indivíduos é de responsabili-
real de cada colaborador.
dade do líder. Por essa razão os líderes deve mais do
que ajudar seus liderados em obter habilidades profis- Ervilha (2003) conclui que um líder com-
sionais. Os lideres excelentes, auxiliam seus colabora- petente e uma equipe competente são quando
dores não só na carreira, mas em sua relação pessoal. os lideres concedem a seus liderados levantar
De modo a se tornarem indivíduos melhores, e não so- vôos desafiadores, assim os líderes estão am-
mente bons profissionais. Líderes potencializam seus pliando sua própria eficiência para atingir os
colaboradores, e isso é de suma importância, pois ao objetivos tanto da organização quanto de seus
viabilizar o desempenho e crescimento dos indivíduos liderados.
gera também crescimento organizacional (ERVILHA,
2003, p.98).

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Fatores motivacionais LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO COMO ES-


TRATÉGIA COMPETITIVA
Os fatores de motivação compreendem
todos os tipos de incentivos e recompensas que Segundo Kwasnicka (2014), a estrutura
uma clínica pode oferecer a seus colaborado- de uma organização fornece a base técnica
res, na tentativa de conseguir o desempenho pela qual a liderança e motivação são exerci-
que possibilite a realização de suas metas. das. Toda organização precisa de líderes com-
petentes em todos os níveis, e é de suma im-
Maximiano (2000b) avalia que para os
portância a organização manter uma estrutura
fatores motivacionais sejam eficazes, é neces-
e um clima organizacional adequado para po-
sário haver uma base de segurança psicológica
der desenvolver a liderança.
e material, representada pela presença dos fa-
tores extrínsecos. De modo que os fatores de Mintzberg (2003) decorre que a estraté-
satisfação tenham o efeito positivo esperado gia empresarial deve levar em consideração a
sobre o desempenho, e é preciso que o traba- realidade da organização quanto aos seus as-
lho ofereça algum grau de desafio ou interesse pectos essenciais, uma vez que o autor avalia
para o colaborador. que a estrutura organizacional decole de forma
consistente quando há coerência entre os am-
De acordo com Chiavenato (2011, p.137)
bientes e nos fatores situacionais. Em contra-
a maior dificuldade das empresas é manter e
partida, quando não existe tal coerência a es-
atingir resultados satisfatórios, onde as organi-
tratégia não funciona de forma eficaz.
zações necessitam contar com envolvimento e
comprometimento das equipes, dando ênfase a Para Drucker (2011) a vantagem com-
três fatores motivacionais: petitiva das organizações está baseada não so-
mente no preço, mas nos mecanismo social de
• Expectativas: força do anseio de atingir
credibilidade e confiança, além de gerar meca-
as metas individuais;
nismos altamente competitivos e desafiadores
• Recompensas: relação que o colabora- para os lideres. Esses, por sua vez, tem que
dor tem entre a produção e a obtenção seus analisar seus liderados através de valores per-
objetivos; cebidos de desempenho e satisfação demons-
• Relação Expectativas e Recompensas: trados pelos pacientes.
habilidade percebida de conduzir o seu próprio Essa satisfação do paciente faz com que
nível de produção. clínicas diferentes, mas que oferecem produtos
semelhantes, apresentem diferenças bem al-
tas nos valores sobre procedimentos similares,
Ainda de acordo com autor, o líder que mas que são bem aceitas pelo conteúdo agre-
tem capacidade de mitigar as incertezas do am- gado.
biente de trabalho é tido como um líder motiva-
dor, por conta de aumentar as expectativas dos Maximiano (2000a) afirma que os estu-
colaboradores de que seus esforços trarão as dos de liderança e motivação estão inteiramen-
recompensas desejadas. te ligados à necessidade de compreender os
mecanismos da influencia entre líderes e seus
Segundo Dias (2013) a base da moti- seguidores. Neste contexto a estratégia orga-
vação está em remodelar os cargos, do qual nizacional é almejar uma margem competitiva
essa reestruturação seja desafiadora e gerem e duradora do qual traga rentabilidade para or-
oportunidades, crescimento, responsabilidades ganização. O aumento dessa rentabilidade, trás
e reconhecimento. melhorias nos investimentos de serviços e pro-
dutos, aumentando cada vez mais a eficácia
dos tratamentos, levando a um loop positivo.

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Por outro lado, Vergara (2013) entende queremos incrementar a eficácia organizacio-
que a liderança está associada a motivações nal e do grupo, temos de aprender não apenas
que possam provocar estímulos e incentivos a capacitar os líderes com maior eficácia, mas
nas pessoas, com o intuito de realizar a missão também a construir um ambiente organizacio-
esperada, além das atividades e objetivos da nal em que o líder possa desempenhar bem os
organização. seus liderados.
Maximiano (2009b) pondera que o pro- Dessa forma, um modelo de ne-
cesso de liderança é um dos papéis dos ges- gócios bem organizado é a maneira como um
tores na organização e está literalmente as- líder vai poder criar valor a sua clínica e entre-
sociado com o processo da motivação, que é gar resultados reais na saúde dos pacientes, de
alicerçado na identidade de interesses entre os forma a gerar fidelização ética no processo.
valores e necessidades, que podem ir além da
Um exemplo de modelo é o Business
proposta do líder.
Model Canvas (BMC), pois é uma ferramenta
Porter (2009) afirma ainda que os lide- simples de gerenciamento estratégico que per-
res olham para o futuro, inspiram os membros mite arquitetar, desenhar e visualizar de forma
da organização e traçam seu curso de vanta- objetiva e prática, todo o modelo de negócio de
gens competitivas saudáveis. uma clínica em apenas uma folha simples de
papel (Alexander, 2004). Com isso, todos os
Segundo Drucker (2011) o que diferen-
colaboradores podem participar e motivar uns
cia uma organização de sucesso da maioria
aos outros com integração e posicionamentos
das outras é a forma como ela aloca o seu pes-
assertivos.
soal. Não tentando desenvolver novas funções,
mas, principalmente, motivando os pontos for- Ele foi desenvolvido pelo suíço Alexander
tes para produzirem mais resultados e fazendo Osterwalder, expert em modelos de negócios. A
com que seus pontos fracos sejam irrelevantes ferramenta foi apresentada em seu livro “Busi-
ou não percebidos. ness Model Generation”, escrito por ele e Yves
Pigneur, com a colaboração de dezenas de
Dias (2013) pondera que a liderança é
autores. Este modelo está sendo adotado em
fundamentada em todas as etapas de desen-
milhares de empresas pelo mundo e, inclusive,
volvimento da cultura nas organizações. O que
o próprio programa Startup Brasil, iniciativa do
corrobora com Ferreira (2016) quando mencio-
CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento
na que a motivação não é produto acabado,
Científico e Tecnológico) para auxiliar na inova-
pode ser compreendida como uma força, ou
ção, utilizando um modelo para submissão dos
energia, que impulsiona na direção de um obje-
negócios.
tivo, pois é algo intrínseco, ou seja, nasce das
necessidades interiores de cada um. Porter (2009) avalia que a competitividade
de uma empresa depende da capacidade das
Para Mintzberg (2009), a estratégia
mesmas inovar e ter uma melhoria continua,
competitiva mostra como os líderes tentam
isto é, as organizações conquistam posição de
estabelecer uma orientação nas empresas,
vantagem em relação aos melhores competido-
para direcioná-las em determinados modos
res em razão das pressões e desafios a seus
de atuação, ou seja, a estratégia que nos leva
colaboradores.
para concorrência direta, no qual ameaças
e estratagemas são empregados para obter Entretanto, para Alencar (1996), existem
vantagens competitivas. fatores que podem impactar negativamente o
potencial dos colaboradores dentro das organi-
O que para Koontz (2009) o desempe-
zações, dentre eles podemos mencionar: a ine-
nho da liderança depende tanto da organização
xistência de integração entre os setores, a falta
quanto dos atributos do próprio líder, ou seja, se

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de apoio para colocar novas ideias em ação e utilizados para lembretes e recados. Esse qua-
a inexistência de estímulo aos colaboradores. dro funciona melhor quando impresso em uma
superfície grande, dessa forma, o líder e seus
Para driblar esses fatores negativos, po-
colaboradores poderão, em conjunto, participar
demos introduzir os colaboradores ao Business
e discutir sobre diversos elementos para evoluir
Model Canvas (BMC), pois o diferencial desse
a motivação e o desenvolvimento da clínica.
modelo é dele ser extremamente visual. São
nove blocos integrados que formam um panora- Nesse sentido, Goleman (2015) defen-
ma completo e detalhado dos aspectos essen- de que o líder de uma equipe precisa ser capaz
ciais que podem ser usados em uma clínica (fi- de sentir e entender os pontos de vistas de to-
gura 3). Além disso é uma excelente ferramenta dos ao seu redor, pois os lideres definem estra-
para reuniões e discussões, pois otimiza a vi- tégias; motivam e criam uma missão. Também
sualização e a compreensão das informações. desenvolvem uma cultura, com intuito de obter
Outra grande vantagem deste modelo é o resultados satisfatórios para organização como
chamado “pivotamento”, que nada mais é do um todo.
que adaptar as ideias em uma realidade fun-
Ainda sim, Dias (2013) enfatiza que a
cional. Diferente de um plano de negócio rígi-
competência e motivação são dois condutores
do, o Business Model Canvas possibilita que
importantes, que agem simultaneamente para
as áreas sofram alterações estratégicas sem a
influenciar o nível de desempenho de cada pes-
necessidade de refazer dezenas de planilhas e
soa. O autor ressalta sobre o resultado que o
outros documentos (Alexander, 2004).
líder conseguirá, pois vai depender dos incen-
Para criar um BMC, basta confeccionar e tivos oferecidos, além de estarem sintonizados
imprimir igual ao modelo da figura 3, e empregar com os motivos internos e pessoais de cada co-
blocos de papeis coloridos e adesivos, muito laborador.

Figura 3: modelo BMC.

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Conforme o autor Alexander Osterwalder, Os canais devem ser planejados para di-
acompanhe o modelo adaptado para consultó- vulgar novidades, receber feedback, oferecer
rios relacionados aos nove blocos: procedimentos e serviços adequados e, tam-
bém, apresentar um suporte mínimo de retorno
para aumentar a confiabilidade dos pacientes.
Bloco 1. Segmentos de Clientes: Portanto, é essencial que todos os colaborado-
Para iniciar a planilha, comece refletindo res estejam motivados e alinhados.
sobre quem são seus pacientes reais e os mais Uma clínica com forte liderança associa-
importantes, isto é, aqueles que sempre bus- da a um grupo de colaboradores motivados,
cam a clínica. Lembre-se de dividi-los entre pa- vão proporcionar um desenvolvimento signifi-
cientes com necessidades e comportamentos cativo de seus canais. Para saber se sua equi-
em comum como, por exemplo, se possuem ne- pe está alinhada, o grupo deverá ter respostas
cessidades especiais, deficiências específicas, para cada canal abaixo:
doenças ou transtornos comuns e até mesmo
A) Percepção:
canais de comunicação diferentes pelos quais
podem ser alcançados. Como aumentar a percepção do paciente
perante o seu exame ou serviço?
B) Avaliação:
Bloco 2. Proposições de valor:
Como ajudar o consumidor em entender
Este segundo bloco descreve os procedi-
uma proposta de valor agregado a um procedi-
mentos e serviços que motivam os pacientes a
mento ou serviço da clínica?
escolherem sua clínica ao invés da concorrên-
cia. A principal pergunta neste caso é: “Quais C) Aquisição:
problemas ou necessidades dos pacientes o
Como permitir que o paciente tenha ade-
líder e os seus colaboradores estão ajudando
são aos produtos e serviços específicos?
a resolver?”. Veja alguns elementos que contri-
buem com a proposta de valor: D) Entrega:

• Desempenho Clínico Como entregar os resultados, através de


um material com valor agregado, para aumen-
• Atendimento personalizado
tar a confiabilidade e o sentimento de qualidade
• Métodos modernos da clínica perante os pacientes?
• Marca E) Pós-tratamento:
• Preço Justo Como oferecer um suporte digno pós-
tratamento?
• Confiança
• Soluções para doenças modernas
Bloco 4. Relacionamento com clien-
• Redução de risco à saúde
tes:
Nesta quarta etapa, a equipe deve defi-
Bloco 3. Canais: nir o tipo de relacionamento que terá com cada
Por qual canal os seus pacientes desejam segmento de pacientes. Esse relacionamento
ser atingidos? Como estão sendo alcançados não segue padrões e deve ser alinhado à iden-
nesse momento? Quais canais funcionam me- tidade real da clínica. Aqui a principal pergun-
lhor? Quais são os mais eficientes em custo? ta é: “Que tipo de relacionamento cada tipo de
paciente espera que o grupo da clínica crie e
mantenha com eles?” Consigo segmentar por

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idade, doenças ou profissões para oferecer pro- É importante que ofereçam uma proposta de
dutos específicos e direcionados? valor agregado e que mantenham um bom re-
lacionamento com o paciente. Elas podem ser
divididas nas seguintes categorias: produção,
Bloco 5. Fontes de receita: solução de problemas e plataforma de rede.
Já passamos a primeira metade da plani-
lha. Agora, questione: “Quanto os meus pacien-
Bloco 8. Parceiros-chave:
tes estão dispostos a pagar pelos atendimen-
tos, exames ou produtos da clínica?”. Quais Neste bloco, faça uma análise de quais
são as propostas de valores agregado ao pro- parcerias são interessantes para o crescimento
duto ou serviço que cada tipo de paciente pode- da sua clínica e dos colaboradores, lembrando
rá aderir? Quais as vantagens competitivas que que o líder almeja resultados em longo prazo
posso oferecer, frente ao mercado atual? Quais e os colaboradores em curto prazo. Elas são
as formas e modalidades de pagamento podem essenciais para a otimização, assim como para
incrementar uma nova adesão? redução de riscos e aquisição de recursos.

Bloco 6. Recursos-chave: Bloco 9. Estrutura de custos:


Os recursos-chave são os recursos ne- Chegamos ao último bloco e agora es-
cessários para fazer uma clínica funcionar. Ou tamos na etapa em que muitos podem se sur-
seja, os itens tangíveis e intangíveis necessá- preender positiva e negativamente. Devemos
rios para oferecer e até correlacionar com os lembrar que nesse momento, o líder apenas
elementos mencionados nos tópicos anteriores. compartilha valores de gastos que couber a
Ao completar esse bloco o grupo saberá como cada colaborador e não custos sigilosos. De
deve ser as peças importantes para expandir o uma forma geral é importante saber:
seu modelo de negócio.
• O levantamento real dos gastos para
Os recursos-chave agregam valores e que a clínica funcione;
podem ser divididos em:
• Os recursos e atividades mais caros e
• Físicos: estrutura e recepção, kit admi- como montar uma escala progressiva de gas-
nistrativo, cartão de visita, pastas personaadas, tos;
painel da marca e consultório equipado;
• Descrever os custos mais importantes
• Financeiro: empréstimos controlados; para que seu modelo de negócio seja eficiente
e controlado.
• Intelectuais: cursos e formações foca-
das nos procedimentos clínicos;
• Humanos: recepcionista devidamente Ao finalizar a aplicação dos nove blocos,
treinada e vestuário que representa a clínica, o modelo BMC (figura 4) a título de exemplo,
administrativo que use linguagem adequada, poderá ficar com as seguintes características:
segmento de vendas organizado e transparen-
te.

Bloco 7. Atividades-chave:
Aqui podemos abordar e apresentar as
atividades ou procedimentos mais importantes
que deverão ser realizados na evolução clínica.

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Figura 4: Exemplo de modelo BMC.

Vergara (2013), destaca que compreen- conhecer muito além do estilo de liderança, mas
der as diferenças entre as pessoas é o ponto também as particularidades de seus liderados,
primordial para chegar ao equilíbrio entre a pro- de modo identificar os resultados alcançados.
dutividade e a satisfação. Drucker (2004) finali- Constatou-se segundo Drucker (2004)
za afirmando que as organizações darão mais que a liderança aliada à motivação dentro das
autonomia às equipes porque isso é uma fonte organizações é essencial e de suma importân-
de vantagem competitiva. cia como fator de vantagens competitivas.
Kotter (2013) enfatiza que a liderança Analisou-se que o aspecto comporta-
será necessária à sobrevivência, e talvez ao mental dos liderados está diretamente ligado
impulso, nos anos à nossa frente. Para o autor ao tipo de liderança predominante dentro da
a liderança é agora e continuará a ser mais im- organização, fator verificado nos estudos reali-
portante instrumento de vantagem competitiva zado no artigo em questão, que conforme visão
essencial do futuro. de alguns autores como Porter e Chiavenato
concentra-se, em sua maioria, no estilo de li-
derança passiva. Na realização deste estudo,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
avaliou os impactos quanto líder para com seus
Neste estudo, constatou-se que é de liderados.
suma importância para o desenvolvimento e
Apresentou-se o modelo Business Mo-
crescimento da organização, independente do
del Canvas (BMC), como uma ferramenta sim-
porte da mesma, a boa utilização da liderança e
ples de gerenciamento estratégico que permite
motivação estabelecendo-se como uma habili-
arquitetar, desenhar e visualizar de forma obje-
dade de inspirar as pessoas no desenvolvimen-
tiva e prática, todo o modelo de negócio de uma
to das atividades clínicas.
clínica associada a um padrão de liderança e
Verificou-se que a identificação dos atri- motivação da equipe.
butos dos lideres concede as organizações a

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A sondagem sobre os impactos dos líde- administração. São Paulo: Saraiva, 2011.
res permitiu reexaminar as atitudes e ações pre-
ERVILHA, A.J. Limão. Liderando equipes para
sentes na organização para melhores possibili-
otimizar resultados. São Paulo: Nobrel,2003.
dades de se propor modificações e adequações
mais consistentes com fator competitivo e com FERREIRA, Patrícia Itala. Clima organizacio-
bons resultados. nal e qualidade de vida no trabalho. Rio de
Janeiro:LTC,2016.
Contudo, esta proposta de modificar o
ambiente organizacional entre líder e liderados GOLEMAN, Daniel. Liderança: a inteligencia
só terá êxito, se for realizada com base e co- emocional na formação de um lider de su-
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