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Novo Hamburgo
2021
PÂMELA CRISTINA ALEXANDRE PSCHICHHOLZ
Dissertação apresentada à banca como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título
de Mestra em Diversidade Cultural e Inclusão Social pela Universidade Feevale.
Novo Hamburgo
2021
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 15
2.1 SOBRE O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE ............. 15
2.1.1 Histórico do TDAH........................................................................................................ 15
2.1.2 O diagnóstico .................................................................................................................. 17
2.1.3 Conhecendo os sintomas ............................................................................................... 19
2.1.4 Perfil da neurobiologia do TDAH ................................................................................ 21
2.1.5 Sobre as funções executivas no TDAH ........................................................................ 22
2.1.5.1 Da Atenção ................................................................................................................... 25
2.2 INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA COM O USO DA TECNOLOGIA ............................ 27
2.2.1 Interface cérebro-computador - ICC ou BCI no atendimento clínico ...................... 29
2.2.2 O biofeedback e a neuromodulação autorregulatória ................................................ 30
2.2.3 Hemoencefalografia - nirHeG neurofeedback ............................................................. 33
2.2.4 Utilização do neurofeedback por Brain Computer Interfacing em casos de TDAH:
uma revisão sistemática ......................................................................................................... 36
2.3 A TEORIA DE CONDICIONAMENTO OPERANTE NA TÉCNICA DE
NEUROFEEDBACK ................................................................................................................ 42
3 PERCURSO METODOLÓGICO ..................................................................................... 45
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................. 45
3.2 CONTEXTO DA PESQUISA ............................................................................................ 46
3.3 PROCEDIMENTOS ÉTICOS ............................................................................................ 47
3.4 DESCRIÇÃO DOS PARTICIPANTES ............................................................................. 48
3.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ............................................................... 54
3.5.1 Escala SNAP IV ............................................................................................................. 55
3.5.2 Teste de Atenção por Cancelamento (TAC) ............................................................... 55
3.5.3 Teste Hayling Infantil (THI)......................................................................................... 56
3.5.4 Tarefa de Discurso Narrativo Oral Infantil (DNOI) .................................................. 56
3.6 PROCESSO DE INTERVENÇÃO ..................................................................................... 57
3.7 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS .................................................................................. 59
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 60
5 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 65
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 67
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 69
APÊNDICES ........................................................................................................................... 74
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)....... 75
APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) ....... 78
APÊNDICE C – DECLARAÇÃO DA INSTITUIÇÃO COPARTICIPANTE......................... 81
ANEXO .................................................................................................................................... 82
ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP .................................................... 83
11
1 INTRODUÇÃO
As áreas a serem mapeadas durante o protocolo (F7, FP1, FP2 e FP8) são pertencentes
ao lobo frontal e associadas às funções executivas (Thompsom; Thompson, 2015). Sendo assim,
por entender-se que as reações neurofisiológicas que acontecem ali podem influenciar na
ativação das circuitarias neurais destas mesmas funções, tem-se, nas alterações hemodinâmicas,
uma possibilidade de expressão diferenciada destas. Assim, entende-se que, com a alteração
hemodinâmica, alterar-se-á também a condutividade das circuitarias, havendo alteração na
atividade neuronal na região frontal do córtex, a qual pode refletir na condição neurofisiológica
atencional e na sua expressão.
As áreas de Brodmann (BAs) apresentadas por Korbinian Broadmann (1868- 1918)
como demarcações da citoarquitetura de acordo com a morfologia celular do cérebro. E
foi entre 1903 e 1908 que as descobertas de Brodmann sobre este delineamento de áreas do
cérebro foram publicadas no Journal fuer Psychologie und Neurologie (THOMPSON;
THOMPSON, 2015). As BAs foram indicadas após meticulosas dissecações realizadas por
Broadmann pela utilização de um microscópio e o método de staining (coloração), o qual fora
aprendido com Franz Nissl, para examinar e diferenciar cada fatia do córtex.
Assim, cada área de Brodmann delineia áreas corticais que se diferenciam pela sua
histologia celular, tendo como base que cada uma delas pode ter uma função primária, assim
como também muitas funções diferentes associadas. Assim, as BAs são tidas como padrão do
sistema internacional 10-20 de colocação de eletrodos para aplicação de técnicas de biofeedback
e neurofeedback. Para tanto, os autores (THOMPSON; THOMPSON, 2015) salientam que,
mesmo havendo estas marcações, as funções cerebrais emergem da interação de muitas áreas e
não estão localizadas em uma única área do cérebro. Sendo assim, as BAs, quando envolvidas
em uma atividade coordenada com outras áreas corticais, funcionalmente relacionadas, servem
de referência para a localização destas reações (THOMPSON; THOMPSON, 2015).
Também se espera que, neste estudo, com os participantes, aconteça a diminuição de
comportamentos hiperativos e impulsivos no desempenho da realização de tarefas dirigidas
como um efeito do padrão neurofisiológico treinado no período de intervenção. Isso por conta
da estimulação da perfusão sanguínea nas regiões treinadas, que são regiões cerebrais
responsáveis pelos processos cognitivos superiores (as funções executivas) como o controle
inibitório e a autorregulação.
A técnica de neurofeedback é um biofeedback de reações neurofisiológicas. Ela tem
bases fundamentadas na psicologia experimental e na teoria do condicionamento operante.
Assim, também se espera que, pela frequência do treino (em 20 sessões, duas vezes por semana)
com o equipamento de hemoencefalografia (nirHeG), os participantes melhorem
14
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Fonte: Elaborado pela autora, a partir de Benczik (2020) e Machado, Bello e Borges (2017).
Benczik (2020) apresenta estudos que registram que já no final do século XVIII foram
feitas descrições de anomalias na atenção e hiperatividade em livros didáticos sobre doenças
mentais.
O TDAH ficou mais visado enquanto objeto de estudo, principalmente, pelo surto de
infecção no sistema nervoso central na América do Norte entre os anos de 1917 e 1918. O
16
Percebe-se, com o percurso conceitual descrito no Quadro 1, que, do século XVIII até
o presente, o TDAH também foi identificado como doença, defeito, lesão, disfunção e reação
hipercinética para, então ser definido como transtorno, e tendo mantida, finalmente, tal
nomenclatura.
2.1.2 O diagnóstico
A partir de estudos sistematizados, observa-se que esta condição resulta de fatores genéticos,
de alto grau de herdabilidade (superior a 0,70), mas com influências ambientais associadas e
consideradas significativas para a sua fisiopatologia, como o perfil do cuidador (atenção nos
momentos de medo, de frustração e durante os conflitos afetivos e sociais), abandono/maus-
tratos afetivos em idade precoce, prematuridade, baixo peso ao nascimento exposição ao
tabagismo materno durante a gestação.
Para tais autores (CIASCA et al., 2015) há a consideração de o TDAH ter fundamento
hereditário com influências ambientais associadas, o que precisa ser considerado no processo
avaliativo. Em suma, o contexto no qual a pessoa com TDAH está inserida se torna
compreendido, sendo percebido também como condição que reflete na manifestação do quadro
clínico.
Os critérios que referenciam o diagnóstico estão baseados na Classificação Internacional
das Doenças (CID-10) da Organização Mundial da Saúde (OMS, 1997), tendo como as
alterações do DSM-IV para o DSM-V de acordo com Machado, Bello e Borges (2017):
− os subtítulos do transtorno foram substituídos por especificadores com o mesmo
nome;
− indivíduos com 17 anos ou mais passam a precisar apenas de 5 sintomas para
diagnóstico e, não mais 6;
− os sintomas podem estar presentes até 12 anos e não mais até os 7 anos;
− o Transtorno do Espectro Autista pode ser uma comorbidade do TDAH.
Na área da psicopedagogia são avaliados os aspectos inclinados ao desempenho escolar
e suas dificuldades. Isso para que, em período de intervenção, as especificidades sobre as
competências e habilidades da pessoa, já sendo conhecidas, sejam consideradas no
planejamento terapêutico e contribuam para a melhora do seu processo de aprendizagem. Já na
área da neuropsicopedagogia no atendimento, primeiramente, são avaliados os processos
cognitivos do sujeito para que, após conhecidos, sejam apresentados e sirvam como dados de
respaldo para o planejamento do período interventivo e demais encaminhamentos.
Com as informações das avaliações multidisciplinares, o médico analisa e emite seu
laudo acerca da confirmação ou descarte de hipótese já levantada anteriormente em algumas
das avaliações solicitadas. Sabendo que esta já emergira de percepções acerca do
funcionamento da pessoa em outros espaços, seja da família, pelo contexto familiar, na escola
e outros contextos e espaços nos quais a criança circula e convive.
19
Faz-se importante salientar, segundo Machado, Bello e Borges (2017, p. 25) que, mesmo
com o acompanhamento e avaliação de profissionais da área da educação, “os médicos
desempenham um papel preponderante no diagnóstico e tratamento do TDAH”, pois “eles o
estabelecem de acordo com as bases clínicas de critérios mundialmente aceitos e definidos”.
Sendo assim, o diagnóstico multidisciplinar assume um perfil complementar e tem o objetivo
de descartar outros diagnósticos diferenciais.
Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe Frequentemente corre ou sobe
dirige a palavra diretamente. nas coisas em situações em que
isso é inapropriado.
Frequentemente não segue instruções até o fim e não Com frequência é incapaz de
consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou brincar ou se envolver em
deveres no local de trabalho. atividades de lazer calmamente.
Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e Com frequência “não para”,
atividades. agindo como se estivesse “com o
motor ligado”.
De acordo com os critérios do DSM-V (APA, 2014), é importante atentar para quatro
características significativas: 1º se o padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade -
impulsividade interfere no funcionamento e no desenvolvimento conforme as características
descritas no Quadro 2; 2º se os sintomas de desatenção ou hiperatividade/impulsividade estão
presentes em 2 ou mais ambientes; 3º se há evidência de que os sintomas trazem prejuízos no
funcionamento social, acadêmico ou profissional ou que reduzem a sua qualidade; e 4º se os
21
sintomas não ocorrem somente durante o curso de esquizofrenia ou outro transtorno psicótico
e não sejam explicados por outros transtornos mentais.
Também como um aspecto contextual dos sintomas, tem-se a labilidade de humor, que
pode trazer como consequências algumas dificuldades sociais, assim como conflitos familiares.
Algumas vezes, a pessoa com TDAH é percebida como desobediente, preguiçosa,
inconveniente e mal-educada por consequência de sua dificuldade no gerenciamento de
comportamentos, o que gera estresse nas pessoas com quem convivem, pelo fato de sentirem-
se dificuldades no saber como agir diante de tais expressões (BENCZIK et al., 2020).
Outro aspecto é a dificuldade de relação interpessoal da pessoa com TDAH e até uma
demonstração de dificuldade de cognição social. Estes sintomas desadaptativos em relação aos
comportamentos, percebidos nos critérios do quadro clínico, podem refletir em problemas de
humor, comportamentos hiperativos/impulsivos, além de acrescentar crises de choro,
irritabilidade e até de labilidade afetiva e de humor.
Para tanto, há mais do perfil neuropsicológico que pode ser descrito com auxílio de
argumentos neurofisiológicos sobre o TDAH como um distúrbio relacionado ao sistema
dopaminérgico central de recompensa, no qual a maior dificuldade dos pacientes está em
cumprir atividades sem prêmio ou motivações imediatas, entre outras características descritas
na próxima sessão (Faraone et. al., 2001; Fisher et.al., 2002, Kebir, Tabbane, Sengupta e Joober,
2009, apud Machado, Bello e Borges, 2018).
network”, segundo Thompson e Thompson (2015), o que é “crucial for all executive functions,
such as the evaluation of incoming, stimili, planning and apropriate response, and inhibiting
inapropriate responses” 1.
Thompson e Thompson (2015) citam também que o funcionamento executivo é uma
importante função do lobo frontal. Assim, essa é a região responsável por gerenciar processos
cognitivos como percepção, atenção, seleção, tomada de decisão, inibição, memória,
planejamento, solução de problemas, raciocínio lógico, sequenciamento, tal como para
monitorar, avaliar, realizar autocorreção em contextos sociais, assim como conquista do que se
objetiva (THOMPSON; THOMPSON, 2015).
A região frontal do cérebro também é indicada por Carvalho et. al. (2012, p. 95) “por
ter um papel fundamental nos processos cognitivos mais complexos e na produção e controle
do comportamento, o lobo pré-frontal é considerado o substrato neurológico mais envolvido
nessas funções”. Desta forma, pode-se inferir que uma especificidade desenvolvimental nessa
área pode refletir na expressão de processos cognitivos no comportamento.
É perceptível que o lobo frontal vem ganhando protagonismo por ser associado ao
gerenciamento das funções cognitivas e comportamentais. Assim, a percepção de que os lobos
frontais são estruturas neuroanatômicas fundamentais para determinados comportamentos tem
auxiliado, inclusive, na qualificação de processos interventivos (DIAS; MALLOY-DINIZ,
2020).
Dias e Malloy-Diniz (2020) referem ainda que há estudos sobre o funcionamento
neurohemodinâmico que demonstram, com auxílio do uso de técnicas de avaliação de fluxo
sanguíneo do cérebro, que há uma diminuição na atividade hemodinâmica cerebral frontal
também no quadro de TDAH. Assim, esse conceito de hipofrontalidade passou a ser associado
a manifestações de processos cognitivos de ordem superior e comportamentais tão importantes
para a manifestação da adaptabilidade e funcionalidade da pessoa em seu cotidiano (DIAS;
MALLOY-DINIZ, 2020).
Há uma especificidade neurológica no lobo frontal do quadro de TDAH e, por isso, na
manifestação das funções executivas. Nessa área cerebral, há alta influência das vias
subcorticais de ativação, que são moduladas pelo nível do estado de vigilância da pessoa e por
fatores oscilantes de motivação, esforço e autogerenciamento. Na neurofisiologia da pessoa
com TDAH, esta dinâmica está alterada, pois os déficits de dopamina e noradrenalina nas
respectivas vias, considerando o atraso na maturação destas redes, levam ao desequilíbrio no
1
Em tradução literal: [...] crucial para todas as funções executivas, como a avaliação de respostas recebidas,
respostas a estímulos, planejamento e resposta apropriada e inibição de respostas inapropriadas.
25
fluxo de informações de baixo para cima (bottom-up) e de cima para baixo (top-bottom) e,
consequentemente, à redução de performance executiva (MACHADO; BELLO; BORGES,
2018).
Assim, conforme citado pelas autoras supracitadas, há um reflexo da especificidade
neurodesenvolvimental na expressão das funções executivas na pessoa com TDAH que afeta
as habilidades cognitivas para uma realização de tarefa organizada, principalmente nas que
exigem autorregulação e esforço sem recompensa (MACHADO; BELLO; BORGES, 2018).
Em uma perspectiva mais específica, os processos cognitivos mais afetados no quadro
do TDAH são as funções executivas, a atenção seletiva e sustentada, a memória de trabalho não
verbal e atividades cuja boa performance está relacionada com o tempo de execução
(MACHADO; BELLO; BORGES, 2018).
Gonçalvez et al. (2013) identificou que o déficit inibitório pode estar relacionado às
dificuldades atencionais manifestadas no TDAH. Isso, pois, estas situações novas necessitam
de automonitoramento e gerenciamento do componente executivo central da memória de
trabalho. Desta forma, justificam-se, ao menos que parcialmente, as queixas de manutenção da
atenção e as falhas na execução de tarefas escolares.
Para tanto, uma percepção que precisa ser evidenciada é de que o lobo frontal é uma
parte de uma estrutura cerebral que possui uma acervo vasto de funções que se manifestam para
além da sua associação com as funções executivas, tal como as citadas pelos autores Dias e
Malloy-Diniz (2020, p. 144-145): “às funções relacionadas a expressão e planejamento motor”;
“à expressão da linguagem”; “à pragmática da linguagem”; “ao controle dos esfíncteres
urinários e ao rastreio ocular por movimentos sacádicos”.
2.1.5.1 Da Atenção
Todos sabem o que é atenção. É a tomada de posse pela mente de forma clara e vívida, de um
dentro os que parecem ser vários objetos possíveis simultâneos ou linha de pensamento. A
focalização e a concentração da consciência são suas essências. Esta implica a abstenção de
algumas coisas para poder lidar eficazmente com outras.
O conceito trazido por James (1890 apud CIASCA et al., 2015) é referência de estudos
sobre a atenção por citar o caráter seletivo dos processos atencionais, por considerar que o foco
é um processo de dirigir-se a estímulos internos ou externos, e por referir que o indivíduo pode
exercer controle sobre milhares de estímulos pela seleção realizada por ele. A focalização,
também citada pelo estudioso, ganhou, em estudos mais recentes, a denominação de atenção
sustentada.
A atenção seletiva tem seus princípios advindos da teoria da informação, a qual começou
a ser desenvolvida em 1949. Em 1953, foi apresentado o efeito coquetel como ilustração da
atenção sustentada auditiva, que consiste na capacidade do acompanhamento de uma conversa
em uma reunião social meio a outras. Dessa forma, a pessoa tem como base as diferenças físicas
entre estímulos auditivos para selecionar para qual direciona a sua atenção (CIASCA et al.,
2015).
Em 1958, foi proposta a teoria do processamento das informações baseada na atenção
por Broadbent. De acordo com esse modelo, os indivíduos possuem capacidade limitada de
atenção e só os estímulos relevantes são sustentados e processados. Já, em 1964, foi proposta a
teoria da atenuação atencional por Treisman, a qual necessita de distribuição dos estímulos
externos, baseada em características físicas, localização, intensidade e conteúdo (CIASCA et.
al., 2015).
Em 1971, Posner e Boies descreveram as tipologias de subsistemas de atenção. Nos
anos seguintes, houve estudos que distinguiram a orientação explícita e implícita da atenção.
Lúria, em 1981, definiu por seus estudos, citados por Ciasca et al. (2015, p. 56), que “a atenção
é a função responsável por extrair os elementos essenciais para toda e qualquer atividade mental
e corresponde aos processos que mantém a vigilância sobre o curso preciso e organizado da
atividade”, o que demonstra a hierarquização da atenção em seletividade e sustentação.
O conceito trazido por Ciasca et al. (2015, p. 56) é que, em síntese, a “atenção é o nome
dado ao caráter seletivo e direcional dos processos mentais organizados e à capacidade do
indivíduo de responder principalmente aos estímulos que lhe são significativos”. Assim, a
atenção envolve o estado de alerta e a atenção propriamente dita.
Para tanto, Mirsky et al. (1991 apud CIASCA et al., 2015) refere que a atenção possui
cinco elementos, sendo eles: seleção, o foco, a execução, alternância e a sustentação. Em 1996,
27
Engelhardt, Rozenthal e Laks propuseram que existem quatro tipos de atenção: a atenção
seletiva, cuja especificidade se encontra no processo de seleção dos estímulos; a atenção
sustentada, que consiste na capacidade de manutenção do foco atencional a uma série de
estímulos por um determinado período para realização de tarefa; a atenção alternada, que é a
capacidade de alternância do foco atencional; E a atenção dividida, a qual consiste no
desempenho de duas atividades de maneira simultânea.
A atenção, como um processo cognitivo, possui sistemas neurais. Desta forma, segundo
Ciasca et al. (2015, p. 61), de maneira hierárquica, “a atenção necessita da manutenção do
estado de alerta/vigília, isto é, o tônus cortical para a recepção adequada dos estímulos”, que é
a 1ª Unidade Funcional de Lúria. Para tanto, a formação reticular localizada no tronco
encefálico é a principal responsável por este mecanismo. Assim, as informações recebidas pelos
receptores sensoriais passam pela formação reticular e então são enviadas para as estruturas do
diencéfalo (principalmente, o tálamo) e telencéfalo. Este mecanismo recebe o nome de Sistema
de Ativador Reticular Ascendente (SARA), e é responsável pelo estado de vigília e ativação
das diferentes áreas do córtex, para que aconteça o processamento das informações sensoriais.
Os mecanismos neuroanatômicos top-down e bottom-up são mecanismos de
processamento de regulação da atenção que interagem para qualificar o desempenho desta.
Estes mecanismos envolvem áreas diferentes do córtex. O top-down requer a participação do
circuito frontoparietal e o bottom-up demanda participação do circuito parietal frontal para a
identificação de estímulos novos, precisando da ativação conjunta do córtex parietal posterior
inferior, junção temporoparietal e córtex pré-frontal (CIASCA et al., 2015).
Mesmo sendo conhecidos os mecanismos neuroanatômicos da atenção, a sua expressão
no comportamento é subjetiva, uma vez que ainda não há registros de estudos sobre ergonomia
atencional. No entanto, a “não atenção” tem expressado seus impactos pelos efeitos no
funcionamento da pessoa e vem sendo demanda de processos interventivos, assim como outros
processos cognitivos, inclusive, com a alternativa de uso de tecnologia, como será explanado
na sessão a seguir.
Até o momento, a tecnologia nos permitiu principalmente realizar tarefas de forma mais fácil,
rápida e eficiente. Ela também nos ofereceu oportunidades para nosso desenvolvimento pessoal
[...] estamos no limiar de uma mudança sistêmica radical que exige que os seres humanos se
adaptem continuamente (SCHWAB, 2016, p. 99).
28
É por meio do córtex pré-frontal que a atenção pode ser dirigida a um estímulo ou uma tarefa
específicos em nosso meio, mesmo que este estímulo ou tarefa não seja o predominante ou mais
evidente. O córtex pré-frontal medeia a capacidade de decidir sobre a relevância do estímulo e
dirige a atenção, enquanto suprime distrações. [...] E é nesta área do córtex que a informação
pode ser retida por tempo suficiente para planejar e executar a resposta comportamental a um
estímulo.
relação no cérebro, ela também é produto de um adequado suprimento sanguíneo que possibilita
irrigação do córtex, onde acontecem as conexões neurais (KREBS; WEINBERG; AKESSON,
2013).
De acordo com Machado (2004, p. 87) “o fluxo sanguíneo cerebral é muito elevado,
sendo superado apenas pelo do rim e do coração”. Kety (1950 apud MACHADO, 2004, p. 88)
refere que “o fluxo sanguíneo é maior em áreas mais ricas em sinapses de forma que na
substância cinzenta”; ele, portanto, é maior que na branca, o que para este autor (MACHADO,
2004) está relacionado com uma maior atividade neural na região.
Machado (2004) também cita que, no córtex cerebral, o fluxo varia, mas que estas
diferenças diminuem durante o sono. Ele demonstra o reflexo do estímulo na anatomia cerebral
ao descrever que:
Medindo o fluxo sanguíneo na área visual do córtex de um animal, verifica-se que ele aumenta
consideravelmente quando o animal é colocado diante de um foco luminoso, o que determina a
chegada de impulsos nervosos no córtex visual. Sabendo-se que a atividade celular causa
liberação de CO2 e que este aumenta o calibre vascular, pode-se entender os aumentos locais
do fluxo sanguíneo em áreas cerebrais submetidas a uma maior solicitação funcional
(MACHADO, 2004, p. 88).
Assim, pode-se inferir que, com uma estimulação de perfusão sanguínea, a qual
depende, consequentemente, do fluxo sanguíneo, também aumentará a atividade na área
cerebral na região estimulada, e isso pode auxiliar na ativação de suas circuitarias neurais.
Corroborando com os apontamentos de Machado (2004), Gonçalves e Boggio (2016, p.
95) citam que “a ativação cerebral de uma determinada região implica no aumento do
metabolismo celular, o que reflete em uma maior demanda de fluxo sanguíneo nestas regiões”.
Ainda conforme os autores Gonçalves e Boggio (2016, p. 95), com o neurofeedback é
possível uma mudança no padrão de ativação cerebral pela ativação do fluxo sanguíneo por
“capacitar o indivíduo para a ativação de diferentes redes fisiológicas e neurais”. Sendo assim,
com esta ativação acontecendo com uma maior frequência, pode qualificar o tempo em que ela
acontece e isso refletir em um melhor desempenho de tarefa, conforme preceitos da psicologia
experimental e a teoria do condicionamento operante.
Desta forma, conforme elucidado por Benczik (2020, p. 458), “o fato de não
percebermos as sutis diferenças não significa que elas não ocorram”, pois, quando se trata de
neuromodulação, o início acontece nas regulações cotidianas, as quais se expressam pelo
recrutamento de estratégias decorrentes da autorregulação, um importante componente
executivo.
33
demonstraram melhoras. Nesse momento surgiu, então, o sistema nirHeG como uma nova
maneira de exercitar o cérebro.
Toomim e Carmen (2009, p. 171) descrevem o funcionamento do equipamento com o
sensor, conforme a Figura 3, em que o nirHeG emite uma luz que “ilumina” o cérebro. Essa
luz, aproximada à pele, é o que viaja através do tecido. Sabendo que o cérebro “muda de cor e
aquece” quando se utiliza qualquer parte dele, quando o seu metabolismo é ativado, torna a luz
infravermelha mais quente e brilhante; e quando menos ativo, esta mesma luz tende a ficar mais
“fria e roxa”.
Toomim e Carmem (2009) citam que o cérebro é tal como um músculo e, por isso,
precisa ser exercitado. Para eles, o cérebro se modifica com o exercício e também pode se cansar
se o exercício for exacerbado.
Diamond (1964 apud TOOMIM; CARMEN, 2009) cita em seus estudos o princípio do
“use ou perca”. De acordo com esta teoria, o cérebro realiza “podas” neurais e está
continuamente retirando células antigas e reconstruindo novas. E, quando a taxa de perda é
igual taxa de ganho, o cérebro pode ficar estável.
Toomim e Carmem (2009) também referem que, à medida que o sangue oxigenado
fresco entra no tecido, ele faz o sangue ficar mais vermelho. E conforme ele vai absorvendo os
novos nutrientes, ele aquece. Assim, este aumento do fluxo sanguíneo no cérebro ajuda a manter
a homeostase térmica dessas células, os neurônios, auxiliando na sua preservação.
O instrumento nir utiliza os comprimentos de onda relativamente curtos, 680 e 850
nanômetros (comprimentos de onda sensíveis à cor). Assim, o sangue aquecido, em atividade,
muda de cor, uma vez que reflete a ativação metabólica do oxigênio e da glicose na região
monitorada pelo nirHeG, e a geração de calor também pode ser compreendida como reflexo do
metabolismo do oxigênio e da glicose.
Análises de Toomim e Carmen (2009) sugerem que, no software que capta e codifica os
sinais coletados pelo nirHeG, as mudanças são percebidas visualmente na tela, por ser reflexo
em tempo real. Assim, essas reações podem ser percebidas por quem usa o equipamento. Sendo
a luz refletida no tecido mais vermelho, informa ao software as alterações de cor e temperatura
das regiões mapeadas, alterando em tempo real, concomitantemente, os designs do programa
que codifica os dados e os torna visíveis ao participante.
Parasuraman e Rizzo (2008 apud HEIDRICH et al., 2014), da Universidade George
Mason, na Army Science Conferece, em 2008, apresentaram um estudo que demonstrou a
importância da análise das funções cerebrais com o objetivo de melhora do desempenho
humano em sistemas complexos.
Nesse contexto, faz-se importante ter a compreensão sobre neurociência e o
funcionamento pela articulação de processos cognitivos do cérebro durante a realização de
tarefa, a ergonomia cognitiva.
Segundo Guimarães (2004), a ergonomia Cognitiva é definida como a área que “engloba
os processos perceptivo, mental e de motricidade”, que pode ser conhecida e aprimorada por
meio do uso de ICCs ou BCIS.
Pela percepção do funcionamento cerebral em tempo real é possível que o participante
usuário em treino realize um autogerenciamento, buscando alcançar um objetivo dentro do
36
Estudos sobre Brain Computer Interfacing (BCI) estão ganhando espaço em pesquisas
e se mostrando como alternativa para a melhora da cognição, tal como de alternativa em
intervenções para a reabilitação motora. As possibilidades de contribuição para a intervenção
41
cognitiva elucidadas nesta revisão foram expressas como ganhos atencionais, a melhora da
autorregulação e de memória de trabalho (JIANG et al., 2017).
Carelli et al. (2017) citam que, com o uso de BCIs, é possível a melhora do
monitoramento do nível global de atenção, assim como o aumento da neuroplasticidade pelo
fornecimento de feedback em tempo real. Desta forma, com os participantes conhecendo como
funciona o acionamento de comandos codificados pelo BCI, ele pode fazer o resgate mais
facilmente. Zilverstand, Parvaz e Goldstein (2017) também citam que a aplicação da técnica de
Neurofeedback (NB) traz ganhos ao funcionamento neuropsicológico, tendo como
apontamento importante na aplicação do estudo experimental a preocupação na aplicação de
um protocolo padronizado, apoiado nas instruções visuais computadorizadas.
Enriquez-Geppert et al. (2019) apontam que o uso da tecnologia pode ser de grande
valia para a intervenção nos sintomas do TDAH. Esses autores referem que ensaios clínicos
com um protocolo de 30 a 40 sessões de neurofeedback TBR foram tão eficazes quanto a
administração farmacológica de metilfenidato na redução do sintoma de desatenção e
hiperatividade, sendo tal melhora relacionada à melhora do desempenho acadêmico dos
participantes. Isso, pois os estudiosos (ENRIQUEZ-GEPPERT et al., 2019) relacionam a
melhora do desempenho pelo treino com o neurofeedback como a aprendizagem da
autorregulação da atenção que este promove.
Arns et al. (2016) indicam que o ceticismo de muitos pesquisadores e médicos sobre a
eficácia do neurofeedback (NB) se deve ao número pequeno da população estudada, do fato de
alguns estudos terem grupo-controle inadequado e baixa qualidade da sessão com o uso da
técnica. Para tanto, a crescente ocorrência de estudos com bons critérios metodológicos auxilia
no aumento da credibilidade do uso do neurofeedback inclusive como sendo uma possibilidade
interventiva terapêutica.
Assim, Arns et al. (2016) elencaram quatro aspectos importantes a serem considerados:
o primeiro é o aspecto clínico que geralmente fica em uma frequência de 1 a 3 vezes na semana
e entre 20 e 30 sessões; o segundo é a escolha sobre a recompensa, para que seja um reforço
positivo para o fortalecimento de estratégias neurocognitiva; o terceiro é o tipo de recompensa,
podendo ser visual, auditivo, proporcional ou binário, imediato ou atrasado, simples ou
complexo, frequente ou raro; já o quarto aspecto é a avaliação de parâmetro de treinamento
durante uma sessão, uma vez que é preciso considerar a evolução do desempenho que venha a
contribuir para a consolidação de habilidades aprendidas.
42
Os ganhos com os treinos de neurofeedback são citados por Lim et al. (2019) ao
comentarem que o principal efeito pode ser percebido na atenção e Zuberer et al. (2015) relatam
efeitos significativos na autorregulação.
A compreensão do neurofeedback como uma possibilidade interventiva de efeitos
positivos na atenção reflete em ganhos em outros processos cognitivos, tal como citam Fonseca,
Prando e Zimmerman (2016, p. 149) ao elucidarem que “outras habilidades cognitivas também
dependem da atenção, assim como a memória e as funções executivas”. E por isso, se explica
a relação dos ganhos nos respectivos processos cognitivos pelo treino da atenção.
Sendo assim, percebe-se que o uso da tecnologia para auxílio terapêutico interventivo
dos aspectos atencionais pelo uso de Brain Computer Interfacing (BCI) no neurofeedback tem
se mostrado promissor. Para tanto, os estudos selecionados auxiliaram na percepção das
possibilidades de contribuição do uso da técnica de neurofeedback (NB) com o uso de BCI para
a cognição, sobretudo de componentes executivos, como atenção, autorregulação e memória,
tendo em vista que os ganhos nos aspectos atencionais reverberam para ganhos executivos e
mnésicos importantes ao funcionamento neuropsicológico de pessoas com o Transtorno de
Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), por serem estes os aspectos com maiores prejuízos.
Dessa forma, estudos que auxiliam na percepção dos efeitos do uso do neurofeedback
por meio de Brain Computer Interfacing (BCI) se tornam de grande contribuição para o
conhecimento acerca da técnica e das possibilidades do uso de alta tecnologia no estímulo
neuropsicológico.
Sendo assim, infere-se que, pelo estímulo com intenção à ação, gera uma percepção que
modificará a primeira, alterando a fisiologia deste corpo que interage. O condicionamento
operante torna o organismo capaz de aprender maneiras de gerenciar suas respostas,
evidenciando as consequências enquanto reforços adequados, positiva ou negativamente
(LONDERO; GOMES, 2014). Estes mesmos autores elucidam que:
(2012) evidenciam que a diversidade de estímulo gera alterações na pessoa pela interação que
ela exerce na situação, pois as reações se evidenciam nas bases das ações, na cognição.
Compreendendo que a interação com a situação pode ser uma forma de operar sobre ela,
percebe-se uma possibilidade de aproximação com o que Skinner (2003) explica como sendo o
operante, aquele que é o decisor, a pessoa, que age (opera) com o objetivo de alcançar algo que
altera a si e o ambiente.
Percebendo o uso da técnica de neurofeedback como uma expressão da intenção de
autorregulação, pode-se inferir que essa, de acordo com Gonçalves e Boggio (2016, p. 33)
auxilia a pessoa “a tornar operacionalmente explícitos, tão imediatos quanto possível, os
componentes do comportamento que se pretende modificar”. Portanto, compreende-se que a
principal meta deste processo de autorregulação é de tornar a pessoa capaz de desenvolver um
acervo flexível de respostas, pela mobilização de sistemas alternativos, citados pelos autores
(GONÇALVES; BOGGIO, 2016) como sendo de perfil emocional, cognitivo, comportamental
e fisiológico.
45
3 PERCURSO METODOLÓGICO
Esta etapa da produção trata dos procedimentos metodológicos elegidos para esta
pesquisa. Apresenta a caracterização da pesquisa, seu contexto e participantes, os
procedimentos utilizados no estudo, assim como instrumentos para coleta de dados, questões
éticas e metodologia de tratamento dos dados coletados.
Esta produção tem como perfil uma pesquisa aplicada, por se tratar de um estudo que
possui o intuito de gerar conhecimento para a solução de problemas específicos. Dos
procedimentos técnicos, este estudo pode ser definido como estudo de caso múltiplo, pois se
trata da aplicação de uma técnica que vai gerar resultados, demonstrando como este acontece.
Para tanto, faz-se preciso considerar que esta é uma pesquisa de área interdisciplinar e que, por
conta disso, há procedimentos que decorrem em dinâmica da aplicação pela especificidade do
perfil do estudo de caso. E, ainda, por isso, as descrições destas especificidades acontecerão
nos registros do período de intervenção ao longo da aplicação da técnica.
Para Prodanov e Freitas (2013, p. 60), estudos neste perfil consistem em “coletar e
analisar informações sobre determinado indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade,
a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa”. Assim,
no desenvolvimento, para a investigação serão levados em conta um aporte propositivo, teorias
e conhecimentos para conduzir a coleta e a análise de dados e demais eventos que vão demarcar
o percurso da pesquisa (PRODANOV; FREITAS, 2013).
O estudo de caso múltiplo abarca também a possibilidade de uma aplicação de um
experimento, podendo deliberadamente separar um fenômeno do contexto, de maneira a
compreender os efeitos daquele em algum aspecto específico. Sendo assim, na compreensão de
que a aplicação de neurofeedback consiste na aplicação de um protocolo com o uso de um Brain
Computer Interfacing no software BioExplorer pela técnica de neurofeedback, com o objetivo
de treino por vinte (20) sessões, para análise dos efeitos na atenção e componentes executivos
de crianças entre dez e doze anos de idade com diagnóstico de Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade.
46
2
De acordo com busca realizada no site <www.deepask.com>, no dia 10 de novembro de 2020.
47
A proposta deste estudo foi submetida à análise do Comitê de Ética por envolver a
participação de pessoas e ser compreendido que a possibilidade da realização depende de tal
prerrogativa de ação. Este trabalho vai seguir a Resolução CNS nº 510, de 2016.
Os responsáveis pelas crianças participantes foram informados por meio do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido de todas as etapas e procedimentos que comportam este
estudo e também sobre a aplicação do protocolo, o qual é não invasivo e indolor. As crianças
participantes também foram informadas e assinaram o Termo para o Consentimento de
participação. Vale esclarecer que as crianças tiveram suas identidades preservadas nos registros
desta pesquisa, sendo utilizadas as iniciais de seus nomes nos dados coletados.
Seguindo as orientações do plano de contingência municipal pela prevenção ao COVID-
19, cuidados necessários para a realização deste estudo foram efetivados e descritos na
submissão ao Comitê de Ética, com aprovação sob número de parecer 4.891.053 (ANEXO A),
conforme a listagem a seguir:
− O atendimento aos responsáveis e crianças acontecerá em um consultório da clínica
Espaço SIM, local devidamente arejado e seguindo as recomendações de distanciamento
vigentes.
− Os participantes serão informados de que o acesso ao local de aplicação do
treinamento, em consultório da clínica Espaço SIM, acontecerá somente com o uso obrigatório
de máscara.
− Serão disponibilizados recipientes de álcool em gel na entrada e ambiente interno do
local, assim como tapetes higienizadores na porta de entrada do espaço de realização do
treinamento.
− Todos precisarão utilizar máscaras durante o período de permanência no local do
acolhimento e intervenções.
− Será realizada a orientação às famílias de que mediante a apresentação de quaisquer
sintomas gripais, os encontros serão desmarcados, sem prejuízo aos participantes.
− A realização da aplicação do treinamento acontecerá com a presença dos
responsáveis das crianças, da pesquisadora e da criança que ficarão no mesmo local, sendo este
número inferior ao da capacidade máxima do espaço.
− Será recomendado aos participantes que tragam uma garrafa de água para que no
desejo de hidratarem-se o façam, evitando manuseio em mais elementos da sala.
48
Dado o número pequeno de amostra, segue uma descrição mais detalhada sobre cada
um dos casos:
Caso 1
50
Caso 2
que o menino teve dificuldade no processo de alfabetização e que ainda realiza muitos
equívocos na escrita como erros de transposição de letras (trocando letras de lugar na palavra).
Sua fala (do menino) é clara, sem trocas ou dificuldades de articulação dos sons.
Caso 3
Caso 4
Caso 5
52
Hayling - parte Entre 50 e >95 - Muito >95 acima do >95 - Muito >95 Muito
A tempo total 75 - Dentro acima do esperado acima do acima do
do esperado esperado esperado esperado
53
Hayling - parte Entre 75 e >95 Muito <5 muito Entre 75 e >95 Muito
B tempo total 95 - acima do abaixo do 95 - Acima acima do
Levemente esperado esperado do esperado esperado
acima do
esperado
processamento
de inferência
Cancelamento (TAC), Teste Hayling Infantil (THI) e a Tarefa de Discurso Narrativo Oral
Infantil (DNOI).
Faz-se importante citar que o preenchimento da escala SNAP IV foi eleita como
instrumento para conhecimento da percepção dos pais sobre a expressão de comportamento dos
filhos, o que auxilia na análise qualitativa, pela comparação antes e após o período interventivo.
Desta forma, esta escala (SNAP IV) assume caráter complementar para fins de análises
qualitativas nesta pesquisa.
Para conhecimento sobre a especificidade de cada um destes instrumentos seguem as
especificações:
seletiva. A segunda parte também avalia atenção seletiva, porém com maior nível de
dificuldade, na qual o estímulo-alvo é composto por duas figuras. Na terceira parte do teste de
atenção por cancelamento, a atenção é avaliada pelo viés da alternância, em que é preciso que
o executor mude o foco em cada linha.
É válido saber que em cada uma das três partes são computados os escores pelo número
de acertos, assim como pelo número total alcançado. Assim, pela base de acertos alcançados,
acontece a indicação de uma pontuação padrão, a qual indicará a classificação do desempenho
de atenção dos participantes.
Desta forma, os dados dos resultados dos participantes no Teste de Atenção por
Cancelamento serão computados inicialmente e, após o período de aplicação da técnica, por
uma nova coleta com a finalidade de perceber os efeitos no desempenho deste.
O Teste Hayling Infantil (THI) foi desenvolvido por Siqueira et al. (no prelo apud
FONSECA, PRANDO; ZIMMERMANN (2016, p. 66):
Sendo assim, o THI se trata de uma versão atualizada para o público infantil do teste
Hayling, publicado por Burgess e Shallice (1997 apud FONSECA; PRANDO;
ZIMMERMANN, 2016). Desta forma, trata-se de uma tarefa realizada em duas partes de
completar sentenças com uma palavra. A demanda da parte A é a produção desta última palavra
de forma coerente com o contexto da frase, já na parte B, é a inibição da resposta coerente e
lógica para a emissão de uma resposta que não apresente sentido com a frase. Este instrumento
avalia de maneira comparativa com índice de flexibilidade cognitiva e tem-se mostrado de
grande valia para a análise de alterações executivas em crianças.
amplificador, deixa visível uma linha de base, a qual é indicada como objetivo a ser
ultrapassado com o design colorido que é ativado pela reação neurofisiológica mapeada em
tempo real, conforme mostra a Figura 6.
Dessa forma, a imagem que o software gera pelas reações neurofisiológicas mapeadas
em tempo real pelo sensor se torna referência visual para que a pessoa que está em treino
perceba qual é o padrão atencional qualificado que lhe permitiu passar a linha de base (em cor
branca) na tela do computador para que possa resgatá-lo em outros momentos.
Considera-se satisfatório quando o design colorido ultrapassa a linha de base,
demonstrando uma maior reação da hemodinâmica da região mapeada. De acordo com o
protocolo serão feitas 20 sessões, das quais cada uma consiste em treino de tempo gradualmente
aumentado em cada uma das quatro áreas.
O tempo de treino em cada área aumenta gradativamente, sendo que na 1ª, 2ª e 3ª sessões
o tempo será de 4 minutos em cada com o participante ficando de olhos abertos. Na 4ª sessão o
tempo em cada área passa a ser de 5 minutos e ainda com os olhos abertos.
Na 5ª e 6ª sessão a duração será de 5 minutos por área, mas agora com os olhos do
participante fechados. Na 7ª e 8ª sessão o tempo de treino em aumenta para 6 minutos por área
e podendo ser com os olhos abertos ou fechados (de acordo com a escolha do participante). Na
9ª e 10ª sessão o tempo sobre para 7 minutos por área. Na 11ª e na 12ª sessão, o tempo aumenta
para 8 minutos, voltando a obrigatoriedade de ser com os olhos abertos. Na 13ª e 14ª, o tempo
59
será de 9 minutos de duração em cada área com a orientação dos olhos ficarem abertos. Na 15ª,
16ª, 17ª, 18ª, 19ª e na 20ª sessão o tempo de treino por área será de 10 minutos e com
recomendação de os olhos abertos.
É válido saber que o software tem a opção de nos treinos com olhos fechados utilizar
como referência músicas, que por conta de comandos de configuração, pode pausar ou diminuir
o volume quando o participante em treino não alcança o nível de reação hemodinâmica
satisfatório de um padrão atencional qualificado.
Este protocolo é um padrão do Instituto Itallis School (<http://www.itallis.com/>) que
é uma instituição dos Estados Unidos que fabrica e comercializa equipamentos e formações da
técnica de neurofeedback.
Com os dados foram analisados com auxílio do software IBM SPSS Statistics 24.0.
Foram realizadas análises descritivas (média e desvio-padrão) e a normalidade das distribuições
foram avaliadas com o Shapiro-Wilk. As análises comparativas foram realizadas com o auxílio
do Teste t pareado (para as distribuições paramétricas) ou Wilkoxon (para as distribuições não
paramétricas). Foi adotado como nível de significância neste trabalho p < 0,05 (PESTANA;
GAGEIRO, 2014).
60
4 RESULTADOS
Com os dados dos desempenhos do Teste de Atenção por Cancelamento, Teste Hayling,
Teste Discurso Narrativo Oral Infantil pré e pós-período interventivo devidamente coletados,
estão apresentadas, a seguir, as análises descritivas.
Assim, sendo realizadas as estatísticas descritivas de tendência central (média) e
dispersão (desvio-padrão), foram obtidos os seguintes dados, descritos na Tabela 1. Pode-se
observar que os resultados obtidos no Teste de Atenção por Cancelamento apresentam uma
melhora nominal no desempenho pós-intervenção, quando comparado com o desempenho pré-
intervenção.
Já no Teste Hayling Infantil, que avalia inibição e flexibilidade cognitiva, o tempo da
etapa A de execução apresentou redução e isso pode ser evidenciado no tópico de desempenho
de 6,40 no tempo total da parte A na etapa de aplicação pré-intervenção para 5,80 na etapa pós.
Esta etapa do teste avalia o tempo de prontidão para a produção da última palavra de forma
coerente com o contexto da frase. Assim, percebem-se ganhos na indicação de diminuição do
tempo. A média de erros na parte A do THI no desempenho pós-intervenção também diminui
de 0,20 na pré-intervenção, para 0,00 na pós. Na parte B, tempo total, a média de tempo de
desempenho na aplicação pré-intervenção foi de 46,00, já no desempenho pós-intervenção, foi
de 30,40, o que demonstrou uma diminuição importante de tempo. Na incidência de erros, na
parte B deste mesmo teste, é possível observar que o desempenho na pré-intervenção, a média
de erros foi de 2,60 erros; já na aplicação pós-intervenção foi de 1,20, indicando diminuição.
No teste discurso narrativo oral infantil, evidenciam-se ganhos na identificação do
aumento dos dados no desempenho pós-intervenção. Sendo assim, por ser um teste que avalia
memória de trabalho e aspectos de bases atencionais que permitem evocação de informações
recebidas previamente, percebe-se que com os índices de houve uma melhora significativa nas
informações presentes, tendo sido a média de informações na aplicação pré-intervenção de
11,80 informações e conquistando 17,00 no desempenho da aplicação pós-período interventivo.
61
Os dados explícitos na Tabela 2 indicam que há apenas três distribuições não normais
(p < 0,05). Sendo assim, as comparações de média que serão conduzidas a seguir, levarão estes
resultados em consideração. Para as destruições normais, será utilizado o teste t pareado e para
as destruições não normais será utilizado o teste Wilcoxon pareado. Na tabela 3 estão descritos
os dados do teste para as amostras pareadas dos resultados de desempenho dos participantes
nos testes pré e pós-período interventivo.
63
A comparação dos dados de desempenho do TAC total, o efeito foi <0,01, indicando
um dado altamente significativo e o efeito bastante alto. Nesta etapa, o efeito da intervenção se
mostrou muito elevada com diferença significativa. Nos demais testes, teste Hayling e DNOI,
os dados também demonstram efeitos significativos. O que evidencia os ganhos atencionais
para os participantes da pesquisa.
Os demais resultados foram não significativos, de modo que não fica viável indicar que
foram de fato uma melhora real ou como resultado do acaso.
Figura 7 - Resultados
5 DISCUSSÃO
do treino com a técnica de neurofeedback, uma vez que o gerenciamento de atenção pode
qualificar processos de autopercepção e autoeficácia (ZUBERER; BRANDEIS; DRESCHLER,
2015), evidenciando os ganhos nos desempenhos das tarefas de demandas executivas como o
THI e O DNOI.
Compreendendo a atenção como um processo cognitivo de interlocução fundamental
com as funções executivas, torna-se possível a promoção de estímulos qualificados, centrados
na pessoa e na sua singularidade, pois a dinâmica da técnica de neurofeedback permite isso, um
feedback de desempenho para gerenciamento em tempo real.
Sendo assim, o estímulo à autorregulação como estratégia de capacitação da pessoa para
um acervo de respostas flexível, auxilia no desempenho de uma ação por intenção. Desta forma,
a regulação da atenção por estímulo do uso da técnica de neurofeedback pois condiciona e,
assim, pode qualificar as bases neurais da atenção (BENCZIK et al., 2020).
Desta forma, evidencia-se os ganhos no desempenho do Teste de Atenção por
Cancelamento, resultados indicados na tabela 13 e sendo percebido como efeitos significativos,
evidenciando que os participantes aumentaram seu desempenho na comparação dos resultados
pós-intervenção com os do período pré-intervenção.
Os desempenhos dos participantes nos demais testes, o Teste Hayling Infantil e no Teste
Discurso Narrativo Oral Infantil foram, assim como no Teste de atenção por cancelamento,
significativos e com ganhos identificados no desempenho pós. Evidencia-se que nas tarefas
TAC e DNOI os ganhou aconteceram pelo número de acertos e aumento de informações
resgatadas sobre a história. Já na tarefa THI os ganhos se evidenciaram pela diminuição do
tempo na realização da tarefa e diminuição da ocorrência de erros.
Sendo assim, a pesquisa cumpriu com seu objetivo conhecendo os efeitos e percebendo
que estes evidenciam ganhos após período interativo com o uso da técnica de neurofeedback
com o uso do equipamento nirHeG.
67
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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APÊNDICES
75
Seu filho está sendo convidado, mediante sua autorização, a participar do TCC de pós-
graduação intitulado: OS EFEITOS DO USO DA TÉCNICA DE NEUROFEEDBACK COMO
ALTERNATIVA CLÍNICA INTERVENTIVA COMPLEMENTAR NA MELHORA DA
ATENÇÃO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/
HIPERATIVIDADE). O trabalho será realizado pela acadêmica Pâmela Cristina Alexandre
Pschichholz do curso de Mestrado em Diversidade Cultural e Inclusão Social da Universidade
FEEVALE, orientada pela pesquisadora responsável, Regina de Oliveira Heidrich. Os objetivos
deste estudo são: além de conhecer os efeitos da aplicação da técnica de neurofeedback por
meio do equipamento Hemoencefalografia, nirHeG na atenção das pessoas com TDAH,
também: Apresentar a técnica de neurofeedback como alternativa terapêutica complementar
para a melhora da atenção no atendimento clínico com aplicação de protocolo de 20 sessões em
crianças de 10 a 12 anos com TDAH; conhecer o uso de Brain Computer Interfacing como
instrumento tecnológico terapêutico na melhora da atenção de crianças com TDAH; conhecer
a transferência de ganhos da intervenção para medida da atenção das pessoas com TDAH,
participantes da pesquisa.
Sua participação, assim como de seu (sua) filho (a) nesta pesquisa será voluntária. A sua
participação consistirá em autorizar a participação do menor, e trazê-lo até o local Espaço SIM
– Serviço de Intervenção Multidisciplinar, situado à rua Fernando Saft, 316 sala 08 Bairro: -
Centro, Parobé - RS, 95630-000. A participação de seu filho consistirá em realizar o treino com
o equipamento nirHeG neurofeedback durante 20 sessões, assim como realizar as tarefas de
mapeamento das habilidades cognitivas (Teste de atenção por cancelamento, Teste Hayling
Infantil e Tarefa de Discurso Narrativo Oral Infantil) antes e após o período do protocolo de
treino com o equipamento. Lembrando que a técnica de neurofeedback se trata de uma técnica
não invasiva e indolor.
Se faz necessário para registro e análise de dados o seu preenchimento da escala SNAP
IV para que seja conhecida a sua percepção sobre algumas expressões dos sintomas do
transtorno no cotidiano de seu/sua filho(a). Se faz necessário para registro e análise de dados
que seu responsável faça o preenchimento da escala SNAP IV para que seja conhecida a
percepção dele sobre algumas expressões suas dos sintomas do transtorno no cotidiano.
Também será solicitada a apresentação do diagnóstico documentado e de sua certidão de
nascimento. Demais dados serão colhidos em entrevista de acolhimento.
desmotivação). Caso ocorra o relato de algum dos riscos e/ou desconfortos durante o treino,
para minimizá-los tomaremos como providências: a interrupção imediata do treino. Salienta-se
que todos os participantes, após o período de realização do estudo, terão direito a uma
reconsulta com a pesquisadora para realização de orientações, caso os responsáveis assim
desejarem.
A sua participação e de seu (sua) filho (a) estará contribuindo para: a análise da melhora
da atenção de pessoas com TDAH que realizarem a técnica de neurofeedback, assim como para
a análise de possível melhora do desempenho nas tarefas escolares de crianças com TDAH que
realizarem o treino e qualificação da expressão da concentração e do processo cognitivo da
autorregulação, tal como para a contribuição no conhecimento dos efeitos do treino com o
equipamento Hemoencefalografia nirHeG neurofeeedback na atenção de pessoas com TDAH
após o período do protocolo de 20 sessões, e também, possivelmente, para a qualificação da
política pública sobre o uso da técnica de neurofeedback por profissionais da educação como
neuropsicopedagogos e psicopedagogos no nosso país.
Garantimos o sigilo dos dados de identificação, primando pela privacidade e por seu
anonimato. Manteremos em arquivo, sob nossa guarda, por 5 anos, todos os dados e documentos
da pesquisa. Após transcorrido este período, os mesmos serão destruídos. Os dados obtidos a
partir desta pesquisa não serão usados para outros fins além dos previstos neste documento.
Você tem a liberdade de optar pela participação de seu (sua) filho (a) na pesquisa e
retirar o consentimento a qualquer momento, sem a necessidade de comunicar o motivo aos
pesquisadores.
Bem como, garantimos o seu acesso aos resultados do estudo, podendo solicitar via
email pamelapschichholz@gmail.com para o pesquisador ou telefone 51 998582783.
Parobé_____ de ___________2021.
Declaro que li o TCLE: concordo com o que me foi exposto e aceito participar da
pesquisa proposta.
_________________________________________
E-mail: cep@feevale.br
Sua participação nesta pesquisa será voluntária e consistirá na presença, junto de seu
responsável, no local: Espaço SIM – Serviço de Intervenção Multidisciplinar, situado à rua
Fernando Saft, 316, sala 08, no bairro Centro, Parobé - RS, sob o CEP 95630-000, nos dias
definidos com a pesquisadora, tendo como frequência duas vezes por semana. A sua
participação consistirá em realizar o treino com o equipamento de Hemoencefalografia nirHeG
neurofeedback durante 20 sessões, assim como realizar as tarefas de mapeamento das
habilidades cognitivas (Teste de atenção por cancelamento, Teste Hayling Infantil e Tarefa de
Discurso Narrativo Oral Infantil) antes e após o período do protocolo de treino. Lembrando,
que a técnica de neurofeedback se trata de uma técnica não invasiva e indolor.
Se faz necessário para registro e análise de dados que seu responsável faça o
preenchimento da escala SNAP IV para que seja conhecida a percepção dele sobre algumas
expressões suas dos sintomas do transtorno no cotidiano. Também será solicitada a
apresentação do diagnóstico documentado e de sua certidão de nascimento. Demais dados serão
colhidos em entrevista de acolhimento.
Garantimos o sigilo de seus dados de identificação, primando pela privacidade e por seu
anonimato. Manteremos em arquivo, sob nossa guarda, por 5 anos, todos os dados e documentos
da pesquisa. Após transcorrido este período, os mesmos serão destruídos. Os dados obtidos a
partir desta pesquisa não serão usados para outros fins além dos previstos neste documento.
Bem como, garantimos o seu acesso aos resultados do estudo, podendo solicitar via
email pamelapschichholz@gmail.com para o pesquisador ou telefone 51 998582783.
Parobé_____ de ___________2021.
Declaro que li o TCLE: concordo com o que me foi exposto e aceito participar da
pesquisa proposta.
_________________________________________
E-mail: cep@feevale.br
ANEXO
83