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UNIVERSIDADE TIRADENTES

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


CURSO DE NUTRIÇÃO

BIANCA COSTA CUNHA


EDUARDA VICTÓRIA BARRETO ALCÂNTARA
LUCIANA ALVES SANTOS
MARIA CLARA DE JESUS SANTOS
RAYSSA MARIANA DE SOUZA ANDRADE GÓIS
TAYNÁ CRISTINA MELO VENTURA DA SILVA
VICTOR WANDIR NEVES LOBÃO

CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL DO


NUTRICIONISTA:
Comentários, interpretação, tipificação e apresentação dos casos éticos comentados
baseados no código de ética e conduta do nutricionista. Debate entre os grupos

ARACAJU/SE
2023
CASO DE NÚMERO 7
NUTRICIONISTA REALIZA PRESCRIÇÃO DIETÉTICA COM CONDUTA ÚNICA DE
BAIXAS CALORIAS PARA EMAGRECIMENTO DE TODOS OS PACIENTES,
INDEPENDENTE DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL.

Caso análogo:
Paciente com doenças crônicas que exigem cuidados nutricionais específicos foi
internado para procedimento, e teve dieta prescrita pelo nutricionista sem considerar
sua condição clínica.

TIPIFICAÇÃO:

Art. 14 É dever do nutricionista exercer suas atividades profissionais com transparência,


dignidade e decoro, sem violar os princípios fundamentais deste Código e a ciência da
nutrição, declarando conflitos de interesses, caso existam.

- O nutricionista do caso passado para nosso grupo, acabou agindo sem honestidade
e com deslealdade, pois ele passou uma dieta para um determinado grupo, e dieta
tem que ser passada individualmente, pois cada paciente tem uma necessidade
diferente. Sendo assim, alguns pacientes podem acabar sendo prejudicados por
estar seguindo uma dieta que não foi feita especialmente pra ele.

Art. 23 É vedado ao nutricionista praticar atos danosos a indivíduos ou coletividades sob


sua responsabilidade profissional que possam ser caracterizados como imperícia,
imprudência ou negligência.

- O referido artigo estabelece que o nutricionista deve pautar sua atuação em bases
científicas, ou seja, embasada em evidências científicas atualizadas. No caso em
questão, a prescrição de uma dieta de baixas calorias sem considerar a avaliação
nutricional individual dos pacientes vai de encontro a esse princípio. A abordagem
de "tamanho único" para todos os pacientes não leva em conta a diversidade de
necessidades nutricionais, histórico médico, estilo de vida e metas individuais. Além
disso, o artigo 23 também enfatiza a importância de respeitar a individualidade e
autonomia do paciente, considerando suas crenças, valores e preferências. Ao
adotar uma conduta única de baixas calorias sem levar em conta a avaliação
nutricional, o nutricionista está ignorando a individualidade de cada paciente e
impondo um padrão restritivo que pode não ser adequado para todos. A conduta
descrita no caso em questão pode ser considerada antiética, pois não está baseada
em princípios científicos nem respeita a autonomia e individualidade dos pacientes.
Portanto, ao associar o artigo 23 ao caso em questão, fica evidente a discrepância
entre a conduta ética esperada e a conduta realizada pelo nutricionista. É
fundamental que os profissionais sigam os princípios éticos e legais, baseando suas
práticas em evidências científicas e respeitando a individualidade de cada paciente
para fornecer cuidados nutricionais adequados e eficazes.
Art. 35. É dever do nutricionista, ao exercer suas atividades profissionais, cumprir as
atribuições obrigatórias definidas por resoluções do CFN e legislações vigentes, em tempo
compatível para a execução de tais atividades de forma adequada, digna e justa (CFN,
2018a, p. 16).

- No artigo citado acima diz que “É dever do nutricionista cumprir as atribuições


obrigatórias definidas pela CFN” que são elas: contribuir para a garantia do direito
humano à alimentação adequada e saudável, normatizando e disciplinando o
exercício profissional do nutricionista e do técnico em nutrição e dietética, para uma
prática pautada na ética e comprometida com a segurança alimentar e nutricional
em benefício da sociedade no sentido de entregar ao paciente aquilo que ele
realmente necessita; E no caso que estamos comentando ele passou uma dieta de
baixa caloria, caso ele tenha algum paciente nesse determinado grupo que precise
ganhar alto teor calórico essa dieta já não iria servir, a dieta é individual!

Art. 36 É dever do nutricionista realizar em consulta presencial a avaliação e o diagnóstico


nutricional de indivíduos sob sua responsabilidade profissional.
Parágrafo único. Orientação nutricional e acompanhamento podem ser realizados de forma
não presencial.
- Esse artigo destaca a importância de embasar as práticas profissionais em
evidências científicas e adotar condutas seguras e eficazes na prescrição dietética.
No caso em questão, a conduta de prescrever uma dieta de baixas calorias para
todos os pacientes, sem levar em consideração a avaliação nutricional individual,
viola esses princípios, comprometendo a segurança e a eficácia do tratamento, além
de ferir os deveres éticos do nutricionista.

Art. 37. É dever do nutricionista considerar as condições alimentares, nutricionais, de saúde


e de vida dos indivíduos ou coletividades na tomada de decisões das condutas profissionais
(CFN, 2018a, p. 16).

- Cada indivíduo possui características metabólicas, necessidades nutricionais e


histórico de saúde únicos. A prescrição de uma dieta com base exclusivamente em
baixas calorias, sem levar em conta esses aspectos individuais, pode levar a
consequências negativas para a saúde dos pacientes. Além disso, essa abordagem
não está alinhada com a busca pelo bem-estar e a promoção da saúde, que são
fundamentais na atuação do nutricionista. Respeitar a individualidade bioquímica e
fisiológica de cada paciente é essencial para fornecer um tratamento nutricional
adequado e eficaz, em conformidade com os princípios éticos da profissão.
Art. 38. É dever do nutricionista adequar condutas e práticas profissionais às necessidades
dos indivíduos, coletividades e serviços visando à promoção da saúde, não cedendo a
apelos de modismos, a pressões mercadológicas ou midiáticas e a interesses financeiros
para si ou terceiros (CFN, 2018a, p. 16).

- Associando esse artigo ao caso em questão, podem ser destacados os seguintes


argumentos: Individualidade bioquímica: Cada indivíduo possui características
metabólicas, necessidades nutricionais e objetivos específicos. Avaliação
nutricional: é fundamental para compreender o estado de saúde, a composição
corporal, as preferências alimentares e as necessidades individuais de cada
paciente. Prescrever uma dieta apenas baseada em baixas calorias, sem considerar
esses aspectos, pode resultar em deficiências nutricionais, desequilíbrios e
problemas de saúde a longo prazo. Riscos para a saúde: A adoção indiscriminada
de uma dieta de baixas calorias pode levar a uma série de consequências negativas
para a saúde, como perda excessiva de peso, desnutrição, comprometimento do
sistema imunológico, distúrbios alimentares e efeitos adversos em órgãos vitais.
Cada indivíduo deve ser cuidadosamente avaliado para garantir que a prescrição
dietética seja segura e eficaz. Ética profissional: O nutricionista tem o dever ético
de fornecer cuidados de saúde adequados e responsáveis. Ao adotar uma
abordagem única de baixas calorias sem levar em conta a avaliação nutricional
individual, o profissional negligencia seu papel de promover a saúde e o bem-estar
do paciente, além de não atender aos princípios éticos estabelecidos em seu código
de conduta. Em resumo, o Artigo 38 enfatiza a importância de respeitar a
individualidade de cada paciente na prescrição dietética. No caso em questão, a
conduta de prescrever uma dieta de baixas calorias para todos os pacientes,
independentemente da avaliação nutricional, viola esse princípio, podendo acarretar
em consequências negativas para a saúde e ferindo os deveres éticos do
nutricionista.
Artigos Sugeridos pela plateia:

Art. 4 O nutricionista deve se comprometer com o contínuo aprimoramento profissional para


a qualificação técnico-científica dos processos de trabalho e das relações interpessoais,
visando à promoção da saúde e à alimentação adequada e saudável de indivíduos e
coletividades.

Art. 5 O nutricionista, no exercício pleno de suas atribuições, deve atuar nos cuidados
relativos à alimentação e nutrição voltados à promoção e proteção da saúde, prevenção,
diagnóstico nutricional e tratamento de agravos, como parte do atendimento integral ao
indivíduo e à coletividade, utilizando todos os recursos disponíveis ao seu alcance, tendo o
alimento e a comensalidade como referência.

Art. 6 A atenção nutricional prestada pelo nutricionista deve ir além do significado biológico
da alimentação e considerar suas dimensões ambiental, cultural, econômica, política,
psicoafetiva, social e simbólica.
Conclusão:
Pode-se concluir que essa abordagem é inadequada e potencialmente prejudicial. A
prescrição de uma dieta de baixas calorias sem levar em consideração as
necessidades nutricionais individuais, histórico médico e estilo de vida de cada
paciente é um enfoque simplista e que desconsidera a complexidade do processo de
emagrecimento saudável. A avaliação nutricional é fundamental para identificar as
necessidades específicas de cada indivíduo, considerando fatores como idade, sexo,
composição corporal, nível de atividade física, presença de condições médicas
pré-existentes e metas individuais. Apenas uma abordagem personalizada pode
garantir que a dieta seja balanceada, forneça os nutrientes necessários e evite
deficiências nutricionais. Prescrever uma dieta de baixas calorias
indiscriminadamente pode resultar em déficits de nutrientes essenciais, o que pode
levar a problemas de saúde a curto e longo prazo. Além disso, essa abordagem não
considera as diferenças nas respostas metabólicas dos indivíduos, o que pode levar
a uma estagnação na perda de peso ou mesmo a um efeito sanfona.Um nutricionista
competente deve adotar uma abordagem baseada na individualidade de cada
paciente, levando em consideração suas necessidades nutricionais, preferências
alimentares, histórico médico e metas específicas. Isso envolve uma avaliação
completa, incluindo exames laboratoriais, análise da composição corporal e uma
compreensão holística do paciente.

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