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EMESCAM

Residência de Medicina de Família e Comunidade

Prevenção Quaternária
Bianca Lazarini Forreque
Vitória, ES
2015
Os Níveis de Prevenção – P1

 PREVENÇÃO PRIMÁRIA (P1)

 Ação realizada para evitar ou remover a causa de um problema

de saúde em um indivíduo ou população antes que ele se

manifeste.

 Ex.: Imunização / Educação


Os Níveis de Prevenção – P2

 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA (P2)

 Ação realizada para detectar um problema de saúde em estágio

inicial em um indivíduo ou população, facilitando, dessa forma, a

cura, ou reduzindo ou prevenindo que se espalhe ou cause efeitos

de longo prazo.

 Ex.: Triagem, Screening


Os Níveis de Prevenção – P3

 PREVENÇÃO TERCIÁRIA (P3)

 Ação realizada para reduzir os efeitos crônicos de um problema

de saúde em um indivíduo ou população, minimizando o prejuízo

funcional em consequência de problema de saúde agudo ou

crônico. Incluindo reabilitação.

 Ex.: Cirurgia

E a Prevenção Quaternária?


Prevenção Quaternária – P4

 1988 – Bury propõe Prevenção Quaternária como cuidado

paliativo (visão cronológica).

 1995 – Aparece oficialmente em pôster da WONCA pelo Médico

de Família e Comunidade belga Jamoulle (visão relacional –

tabela 2x2).
Visão Cronológica

Problema de Saúde

Antes Depois

Linha do Tempo

Primário Secundário Terciário Quaternário

Prevenção Triagem Curativo e Paliativo


Reabilitação
Visão Relacional

PROFISSIONAL DOENÇA

 Encaixa-se
perfeitamente na
definição de
P1 P2

PACIENTE
prevenção pela
WONCA.

P4 P3
ENFERMIDADE
“ Ação feita para identificar um paciente ou
população em risco de supermedicalização,
para protegê-los de uma intervenção
médica invasiva e sugerir procedimentos


científica e eticamente aceitáveis.

PRIMUM NON NOCERE


ATENÇÃO!

 Excessos de medidas preventivas e diagnósticas em assintomáticos e

doentes, tanto em adultos como crianças.

 Nem todas as intervenções médicas beneficiam as pessoas da mesma

forma e, quando excessivas ou desnecessárias, podem prejudicá-las.

PRIMUM NON NOCERE



Onde se aplica?


“Onde se aplica?”

 A Prevenção Quaternária se aplica a todos os campos da

relação médico-paciente. Tendo em mente a profunda

influência das atividades do médico e crenças do paciente e

as interações de ambos os atores do cuidado, pode-se

considerar a P4 em cada estágio da atividade médica.


PROFISSIONAL DOENÇA

PACIENTE
P1 P2

P4 P3
ENFERMIDADE
Relação médico-paciente

 Anisedade do médico na procura pela doença

 Informações erradas

 Mal-entendidos

 Falta de comunicação
Rastreamento

 Testes ou Exames diagnósticos

 População/pessoas assintomáticas

 Diagnóstico precoce ou identificação e controle de riscos.

 Objetivo Final – Reduzir a morbidade e ou a mortalidade da

doença, agravo ou risco rastreado.


Risco do excesso de Rastreamento

 Pessoas assintomáticas catalogadas como doentes

 Falso-positivos

 Desconforto físico decorrente do exame diagnóstico

 Sensação de estar doente apenas pela vivência dos

atendimentos e exames
Excesso de Medicalização

 Medicalização excessiva

 Estados pré-doença

 Interesses da indústria farmacêutica

 Mercantilização da medicina
DISTÚRBIO SOMATOFORME
ANSIEDADE
Como Agir

 Praticar o Atendimento Centrado  Evitar pseudo-diagnósticos e rótulos

na Pessoa  Trabalhar no reforço da relação

 Aceitar que há sintomas médico-paciente (empatia!)

clinicamente inexplicáveis  Envolver o paciente nas decisões


Ferramentas

• Continuidade do cuidado • Habilidades de comunicação

• Sintoma como diagnóstico – • Medicina baseada em

CIAP2 evidências

• Demora permitida
Caso Clínico

 Elisabeth, 72 – natural da Bélgica


 A situação é preocupante. Essa paciente vem sendo acompanhada há um
longo tempo por câncer de mama. O primeiro erro foi solicitar CEA em vez
de CA 15-3. O marcador de CEA é muito alto, e a paciente, cujo marido
morreu de câncer no colo entende imediatamente que a situação é grave.
O colo se mostra negativo na colonoscopia, e o exame de sangue para
controle teve resultado normal. Era um falso-positivo. Ela já sobreviveu a um
câncer de mama e cuidava do marido, portanto conhece o nível de
sofrimento envolvido. Ela não acredita no médico, acha que ele adulterou
os números e pede outro exame. Levará várias consultas e muita paciência
e atenção para aplacar suas dúvidas e reconquistar sua confiança.
Referência Bibliográfica

 Gusso, G, Lopes, JMC – Tratado de Medicina de Família e Comunidade: princípios,


formação e prática. Porto Alegre : Artmed, 2012

 Silva, AL – Prevenção Quaternária, I Seminário Brasileiro sobre Prevenção Quaternária na


Atenção Primária à Saúde – Curitiba, 2013

 Norman, AH, Tesser, CD - Prevenção quaternária na atenção primária à saúde: uma


necessidade do Sistema Único de Saúde - Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(9):2012-
2020, set, 2009

 Tesser, CD - Prevenção Quaternária para a humanização da Atenção Primária à Saúde -


O Mundo da Saúde, São Paulo – 2012;36(3):416-426
Obrigada!

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