Uma creche visa padronizar os suplementos infantis em relação aos nutrientes
energéticos e micronutrientes, objetivando:
● Verificar similaridade no teor de fósforo encontrado em quatro diferentes
amostras, a fim de; ● Indicar qual das quatro marcas analisadas atende ao requisito de melhor atender as necessidades nutricionais de crianças na idade de 12 a 24 meses.
METODOLOGIAS ANALÍTICAS EMPREGADAS
Determinação de fósforo por espectrofotometria na região do visível
Baseando-se na complexação do fósforo com vanado-molibdato de amônio, a
determinação por espectrofotometria na região do visível com absorbância a 420 nm para quantificação de fósforo das quatro amostras analisadas se deu por meio do procedimento e parâmetros brevemente descritos a seguir: Na primeira etapa da determinação foram preparadas as soluções reagente como a solução-padrão estoque de fósforo (2,0 mg de fósforo por mL) que é estocada sob refrigeração, a solução-padrão de trabalho de fósforo (0,1 mg de fósforo por mL) preparada no dia de realização da análise e por fim foi preparada a solução de vanado-molibdato de amônio, tomando o cuidado para que os reagentes fossem acondicionados em frascos de polietileno para que não formassem precipitados em frascos de vidro. Em seguida, em uma série de balões volumétricos de 50 mL foram pipetados volumes da solução padrão de trabalho contendo de 0 a 1,8 mg de fósforo juntamente com 10 mL do reagente vanado-molibdato de amônio e o volume completado com água destilada e deionizada, onde após homogeneizada e descansada por 10 minutos foram levadas para leitura da absorbância no aparelho espectrofotômetro após ter feito previamente o branco dos reagentes, os utilizando para calibração do aparelho. Por fim, para a determinação de fósforo nas quatro amostras analisadas uma alíquota de 2g foi pré-tratada e digerida seguindo o procedimento padrão do método para resíduo de mineral fixo (cinzas) onde a amostra foi carbonizada e em seguida incinerada em 550ºC. Na sequência, as cinzas obtidas foram dissolvidas em 10 mL de ácido clorídrico concentrado com aquecimento por cerca de cinco minutos para hidrolisar os polifosfatos e em seguida a solução foi resfriada e transferida para um balão volumétrico de 100 mL com o volume completado com água destilada e deionizada Com a solução amostral preparada, para se proceder com a leitura no espectrofotômetro, uma alíquota da solução de amostra foi diluída em um balão de 50 mL onde foi ainda adicionado 10 mL do reagente vanado-molibdato de amônio e o volume completado com água destilada e deionizada. Após homogeneização e um tempo de descanso de 10 minutos se procedeu com a leitura no aparelho espectrofotômetro
Tanto para a curva de calibração quanto para as amostras analisadas, foram
realizadas cinco replicatas de cada ponto da curva e amostra, respectivamente, com o preparo prévio do branco. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A curva de calibração do fósforo foi construída partindo da média de
absorbância nas cinco (5) replicatas em cada ponto de fósforo, o resultado pode ser visto na seguinte tabela:
Ao obtermos os resultados da média de absorbância pode-se construir as curvas
para o fósforo, tanto a que passa pelo ponto no eixo Y quanto a que passa na origem.
Curva de calibração que Não Passa pela Origem
Curva de calibração que Passa pela Origem
As duas curvas apresentam valor de R² acima de 0,98 e muito próximos de 1,0,
valores que somados à pouca variação dos pontos deixam evidente a qualidade da curva construída. A análise das amostras foi realizada buscando trazer a realidade da amostra para o centro da curva. Para este caso qualquer uma das curvas pode ser usada pois apresentam boa qualidade, no presente estudo acordou-se de usar ambas.
Após o processamento das amostras para Resíduo Mineral Fixo e a posterior
analise em espectrofotometria obteve-se os seguintes dados:
Nesta tabela podemos observar, primeiro, o Coeficiente de Variação dos dados
expostos sempre menor que 5% demonstrando confiabilidade da análise sobre as replicatas das amostras, e depois a média de mg de fósforo por 100g de amostra dentro dos valores previstos e recomendados para a ingestão deste nutriente na fase infantil. Este valor de fósforo ser satisfatório é vital para evitar problemas judiciais para as marcas e para garantir o desenvolvimento adequado para as crianças que serão alimentadas com o produto. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista que a suplementação infantil é um assunto sensível à
saúde, foi necessário a escolha de um método com técnicas de alta acurácia e reprodutibilidade como a Espectrofotometria, o que garantiu resultados muito próximos nas marcas analisadas dos suplementos infantis A,B e C, tendo uma discrepância no suplemento D, podendo ter sido ocasionado por uma maior quantidade de fósforo acrescentado inicialmente na amostra.
O nível de ingestão dietética diária que é suficiente para atender as
necessidades de fósforo para crianças de 12 a 24 meses é de 460mg, o que demonstra que a média dos resultados das quatro marcas são satisfatórias para o desenvolvimento infantil. Além disso, pode-se concluir, que o erro foi menor que 5% de CV em todos os suplementos, apresentando condição analítica eficaz.
REFERÊNCIAS
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of Analysis
of the Association of Official Analytical Chemists. 16th ed., v. 2. Arlington: A.O.A.C., 1995, chapter 39. p. 4. (method 969.31). ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS Official
INSTITUTO ADOLFO LUTZ (IAL). Métodos físico-químicos para análise de
alimentos. 4 ed. Brasília: ANVISA, 2005.
Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 16th ed., v. 2.
Arlington: A.O.A.C., 1995, chapter 50. p. 12. (method 986.24).