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ÍNDICE
Português .......................................................................................................... 1
Legislação Educacional .................................................................................. 90
Conhecimentos Gerais do Município ........................................................... 292
Conhecimentos Específicos .......................................................................... 340
Apostilas Domínio
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Língua Portuguesa
SUMÁRIO
Apostilas Domínio
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aquilo em que acreditamos. Sendo assim, O título do texto apresenta uma ideia
ao iniciar uma leitura, manter a neutralidade geral a respeito do tema principal que será
é crucial. abordado por ele.
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organização das ideias faz com que o texto quando investido de liderança, faz, inventa,
seja coerente. aglutina e dinamiza massas de canalhas.
O texto coerente apresenta uma ordem e Façam a seguinte experiência: ponham um
ele não se contradiz. O autor não pode santo na primeira esquina. Trepado num
apresentar uma ideia em um parágrafo e, caixote, ele fala ao povo. Mas não
mais diante, dizer o contrário. Ele estaria convencerá ninguém, e repito: ninguém o
sendo incoerente. seguirá. Invertam a experiência e coloquem
Há questões de concursos que mesclam na mesma esquina, e em cima do mesmo
correção gramatical, reescrita de textos e caixote, um pulha indubitável.
coerência. Por exemplo: Instantaneamente, outros pulhas, legiões de
“Há a necessidade premente da pulhas, sairão atrás do chefe abjeto.
implantação de programas, projetos e (Nelson Rodrigues, “Assim é um líder”. O óbvio Ululante.
Adaptado)
atividades de conservação e uso de
energia”. É correto afirmar que, do ponto de vista
O trecho destacado poderia ser do autor: líderes são lembrados
substituído por urge a, visto que o sentido e especialmente por atos que ele classifica
a ideia seriam mantidos. Algo que urge tem como canalhice.
urgência, ou seja, necessidade. Logo no início o autor já diz que um líder
é um canalha. Depois apresenta alguns
Ponto de Vista do Autor líderes e os atos que cometeram,
Há textos impessoais, onde a opinião do “canalhices” para o autor. A seguir, diz que
autor não é expressa. Há também textos nos um santo não será seguido por ninguém,
quais a opinião do autor fica aparente, ou mas o canalha sim. Stalin, canalha para o
seja, textos nos quais o autor apresenta seu autor, não pode ser esquecido e, realmente,
ponto de vista sobre determinada coisa ou é um líder que não foi esquecido pela
assunto. história.
“O céu é azul”, isso é um fato. “O céu
está bonito hoje”, isso é uma opinião, o Tipos de Discursos no Texto
ponto de vista de quem está falando. Um Quando o autor realiza o discurso direto
fato é incontestável, uma opinião não, já em um texto, isso quer dizer que ele está
que outros podem discordar dela. escrevendo exatamente o que outra pessoa
Veja o texto de uma questão: disse. Por exemplo, quando o autor indica a
fala de uma personagem.
(Câmara de Taquaritinga - Técnico Quando o autor realiza o discurso
Legislativo - VUNESP) indireto, ele não diz exatamente o que a
personagem disse. Por exemplo: “Ela lhe
O líder é um canalha. Dirá alguém que falou sobre o caso ocorrido ontem”. O autor
estou generalizando. Exato: estou está dizendo sobre o que ela falou, porém
generalizando. Vejam, por exemplo, Stalin. não com as palavras expressas.
Ninguém mais líder. Lenin pode ser O discurso indireto livre é uma mistura
esquecido, Stalin, não. Um dia, os dos dois anteriores. Junto com a fala do
camponeses insinuaram uma resistência. narrador, a fala do personagem também é
Stalin não teve nem dúvida, nem pena. apresentada. Por exemplo: “O rapaz estava
Matou, de fome punitiva, 12 milhões de cansado. Poxa vida, como é duro viver
camponeses. Nem mais, nem menos: 12 assim. Por mais que lamentasse, ele não
milhões. Era um maravilhoso canalha e, conseguia fazer nada a respeito”. Veja que
portanto, o líder puro. em “Poxa vida, como é duro viver assim”
E não foi traído. Aí está o mistério que, temos a fala do personagem, e não mais a
realmente, não é mistério, é uma verdade do autor.
historicamente demonstrada: o canalha,
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– É melhor você não deixar que sua Os gêneros textuais que mais se
cadela entre nesta casa. Ela está cheia de apropriam do texto narrativo são:
pulgas. romances, contos, crônicas, biografias, etc.
– Ouviu, Laika? Não entre nessa casa, Podemos dividir o esquema narrativo
porque ela está cheia de pulgas! pode em:
- apresentação: apresenta uma situação
No primeiro item, tua diz respeito à estável;
mulher do interlocutor e teu diz respeito ao - complicação: uma força perturbadora,
interlocutor. Não há ambuiguidade, tudo é que instaura um desequilíbrio;
bastante compreensível. - clímax: o auge da narrativa, que
No segundo item, o mesmo foi determina o final;
empregado no sentido de por que você não - desfecho: retoma o equilíbrio.
faz o mesmo comigo?, mas sem o comigo a
expressão fica ambígua, pois pode também Basta pensar em um conto, no qual o
indicar fazer o mesmo que o homem que narrador, tanto em primeira ou terceira
mora em frente. É disso que sai o efeito de pessoa, narra uma história com personagens
humor. e seus feitos. Há um começo, um meio e um
No terceiro item, ela pode indicar tanto fim.
a cadela quanto a casa, por isso há Nesse tipo de texto, os tempos verbais
ambiguidade. Claro, quem tem pulgas é a mais empregados são o pretérito perfeito, o
cadela, mas o efeito de humor surge por pretérito imperfeito e o pretérito mais-que-
conta da ambiguidade, podemos entender perfeito do indicativo.
que é a casa que está cheia de pulgas. Os textos narrativos aparecem mais em
livros de ficção, romances, contos e
Texto Descritivo novelas. Podem aparecer em jornais
A finalidade desse tipo textual é também, no caso das crônicas. Mas é
descrever, objetivamente ou possível narrar uma história de maneira oral
subjetivamente, coisas, lugares, pessoas ou também.
situações. Consiste na exposição das
propriedades, qualidades e características, Texto Dissertativo
oferecendo ao leitor a possiblidade de O texto dissertativo, ou dissertativo-
visualização daquilo que está sendo argumentativo, é um texto opinativo, ou
apresentado (descrito). seja, apresenta ideias que são desenvolvidas
Os gêneros que mais se apropriam dessa por meio de estratégias argumentativas,
estrutura são: laudo, relatório, ata, guia de visando convencer o interlocutor. Os
viagem, etc. Sem falar nos textos literários, gêneros que mais fazem uso da estrutura
já que os autores descrevem os cenários, as dissertativa são: ensaio, carta
personagens, etc. argumentativa, dissertação, editorial, etc.
O tipo descritivo está presente em A argumentação deve ser coerente e
diversos gêneros. Até mesmo uma notícia consistente, expor os fatos, refletir sobre
pode, em algum momento, apresentar uma questão, apresentando justificativas.
descrição, do ambiente de onde o fato O tempo verbal mais utilizado nesse tipo
ocorreu, por exemplo. textual é o presente do indicativo, uma vez
que aborda um assunto presente no
Texto Narrativo contexto comunicativo no qual o
Possui, como principal característica, enunciador está situado.
uma narração, ou seja, esse tipo de texto É um tipo de texto bastante comum no
conta uma história, ficcional ou não, meio acadêmico, pois teses e dissertações
geralmente contextualizada em um tempo e desenvolvem ideias que são desenvolvidas
espaço, nos quais transitam personagens. com argumentos baseados em teóricos, em
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(D) Uma suposição levantada pelo autor direta, introduzida por um verbo dicendi.
é a de que os pacientes não dão Suas características são:
credibilidade a médicos que têm a letra - Também vem introduzido por verbo
legível, por isso, é necessário que a de dizer;
prescrição seja datilografada. - Aparece separado da fala do narrador
(E) Em uma das teorias, o fator por uma partícula introdutória, sendo as
humildade é descartado como fator conjunções que ou se as mais comuns;
predominante para a letra ilegível, sendo - Os pronomes, o tempo verbal e
questionado se todos os profissionais têm elementos que dependem de situação são
essa característica. determinados pelo contexto do narrador: o
verbo fica sempre na 3ª pessoa.
Gabarito
Vamos tomar como exemplo a fala de
01.C - 02.C uma determinada pessoa:
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Eu não entregaria tua senha. / Ele disse No ano passado → No ano anterior
que não entregaria minha senha. (não há Dois dias atrás → Dois dias antes
mudança no tempo verbal)
Neste dia → Naquele dia
Quando eu era criança, eu corria pelo
quintal. / Ele disse que quando era criança, Aqui, aí, cá → Ali, lá
corria pelo quintal. (não há mudanças) Este, esta, isto → Aquele, aquela, aquilo
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Consecutiva: tal; tanto; tão. - Fui informada de que, meses antes, ele
Dedicou-se tanto ao emprego. mudara de São Paulo com a família toda.
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https://bit.ly/3Cy5lbg
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texto. O rema apresenta informação nova intencionalidade do autor pode ter sido
que é introduzida no texto. positiva, já que o texto não foi rejeitado.
A progressão do texto se dá pela A situacionalidade diz respeito ao
articulação entre esses eixos de informação. contexto de produção e de recepção de um
É possível manter um único tema e texto. Um texto sobre futebol é produzido
apresente sobre ele vários remas. Todavia, visando um público receptor que aprecia
também é possível que o tema principal se futebol. A aceitabilidade desse texto para
desdobre em subtemas ou subtópicos, que um público que não gosta de futebol seria
fazem o texto avançar. nula. Seria um texto fora de contexto, fora
É possível entender a progressão de situação. Um mesmo texto pode causar
temática no plano global do texto (qual é o impressões e produzir significados
tema geral, como é desdobrado em diferentes em situações diferentes.
parágrafos, de que característica trata cada A intertextualidade só será efetiva
um deles, introduzindo ou não novos dependendo dos fatores de produção e
subtemas). recepção. Se um autor colocar elementos de
Também é possível compreender a Machado de Assis dentro de seu texto e a
progressão temática no modo como os pessoa que ler esse texto não conhecer nada
temas e remas são encadeados em frases a respeito de Machado de Assis, a
que se sucedem no texto. Para dar um intertextualidade de nada valerá, pois os
exemplo, o tema de uma frase pode passar feitos de sentidos só ocorrerão caso o leitor
a ser o rema da frase seguinte e o rema desta consiga captar essa intertextualidade,
pode passar a ser o tema da seguinte. Assim, reconhecendo que elementos de Machado
ocorre a progressão temática linear. A de Assis estão presentes no texto.
progressão temática com tema constante Sobre a informatividade, é preciso
ocorre quando um mesmo tema se mantém considerar os conhecimentos prévios do
em sucessivas frases do texto. leitor e os novos conhecimentos trazidos
A manutenção e a progressão do tema pelo texto. É necessário haver um
são requisitos essenciais para a coesão e equilíbrio, pois um texto que apresenta
para a coerência textual. apenas informações novas ao leitor será de
É necessário que novas informações difícil compreensão, já que não haverá uma
sejam introduzidas no texto, pois isto dá âncora para esses novos conhecimentos.
uma sequência ao todo. Um texto que não Mas um texto que traz poucas informações
introduz aos poucos novas informações, novas se torna chato, pois não causará
argumentos e pontos de vista, torna-se um interesse, uma vez que o leitor já sabe tudo
texto chato, cansativo e repetitivo, além de aquilo.
irrelevante. Essa introdução de novas
informações é chamada de progressão Questões
semântica.
Um texto é escrito para alguém, para um 01. (Prefeitura de Córrego Novo -
receptor. O texto possui um produtor Fiscal Tributário - Máxima/2022)
(autor) e um receptor. “Portanto termino dizendo para vocês,
A intencionalidade de um texto diz homens e sociedade: "HOMENS
respeito àquilo que o produtor objetivava ao TAMBÉM ABORTAM". O modalizador
escrever o texto. Todo texto possui uma destacado iniciando o período pode ser
finalidade, a intenção do autor é atingir essa substituído sem prejuízo de sentido por:
finalidade. (A) No entanto;
A aceitabilidade tem a ver com o (B) Por conseguinte;
receptor do texto, aquele que lê. Um texto (C) Contato;
bem aceito é um texto lido e apreciado por (D) Porquanto.
muitos. Quando isso ocorre, a
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sentir das coisas. Por exemplo: quanto mais (A) Em “Ou seja: conforme cada pessoa
você se lembra (ou é lembrado) de uma absorve mais medo, ela também se torna
ameaça, mais medo o Sistema 1 produzirá, propagadora, espalha esse medo para os
independente do real perigo envolvido. E outros.”, o termo em destaque é utilizado
ele também é fortemente influenciado pelo para apresentar um contraste, uma oposição
medo que outras pessoas sentem (medo é à ideia do período anterior.
contagioso). Tudo isso nos leva a receios (B) Em “Já o Sistema 2 é o contrário: ele
exagerados e errados. é o pensamento lento, consciente,
Há inúmeros exemplos assim, de medo racional.”, o termo em destaque é utilizado
irracional. Como a mãe que tem medo que para dar uma maior explicação sobre o que
seu filho fume maconha, mas não vê foi dito anteriormente, além de expressar
problema se ele “encher a cara”, sendo que uma ideia de tempo.
o álcool é comprovadamente mais (C) Em “Nós só estamos aqui, afinal,
prejudicial à saúde. A pessoa que tem medo porque nossos antepassados eram medrosos
de usina nuclear, mas adora ir à praia se e viviam fugindo do perigo.”, o termo em
expor à radiação solar, algo muito mais destaque é utilizado para enfatizar que
arriscado (só o Brasil registra 120 mil casos nossos antepassados eram medrosos,
de câncer de pele por ano). intensificando essa ideia.
É por isso que existem tantos programas (D) Em “E ele também é fortemente
policiais e notícias sobre violência. influenciado pelo medo que outras pessoas
“Vivemos num mundo onde somos sentem”, o termo em destaque é utilizado
convocados a sentir medo. Na mídia, é para excluir o argumento dado
como se estivéssemos em perigo constante, anteriormente.
podendo ser assaltados em cada esquina”, (E) Em “Hoje, a quantidade de situações
diz Luís Fernando Saraiva, do Conselho e estímulos que podem nos causar receio é
Regional de Psicologia (CRP) de São incalculavelmente maior.”, o termo em
Paulo. destaque é utilizado para diferenciar a
Todo mundo propaga o medo. Mas não quantidade de situações que causam o medo
faz isso só por maldade ou interesse há milhares de anos e nos dias atuais.
próprio. “Se eu disser que há uma doença
mortal se espalhando na sala onde você Alternativa A - Incorreta
está, você sairá dela mesmo sem saber se é O termo não indica um contraste, que
verdade. E vai avisar as outras pessoas”, diz seria uma oposição ao que foi dito antes. Na
o publicitário dinamarquês Martin verdade, inicia uma explicação. Por
Lindstrom, autor de cinco livros sobre as exemplo, “Eu trabalho, ou seja, tenho um
táticas de manipulação usadas pelas emprego (Eu trabalho, isto é, tenho um
empresas. “Milhares de anos atrás, também emprego).
espalhávamos a notícia de uma planta
venenosa, porque isso aumentava a chance Alternativa B - Incorreta
de sobrevivência do grupo.” Ou seja: O termo em destaque indica um
conforme cada pessoa absorve mais medo, contraste. A palavra contrário ajuda a
ela também se torna propagadora, espalha indicar isso. Indica uma oposição entre o
esse medo para os outros. É uma reação Sistema 2 e o Sistema 1. Não há relação de
instintiva. tempo neste caso.
[...]
(Eduardo Szklarz, Revista Super Interessante, Ed. 331, abril de Alternativa C - Incorreta
2014. Texto adaptado, disponível em:
http://super.abril.com.br/comportamento/ medo-como-vencer- O termo em destaque indica uma relação
os-seus) de lógica de conclusão. “Sou brasileiro,
afinal, nasci no Brasil”. (Nasci no Brasil,
por isso sou brasileiro).
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Alternativa A - Incorreta
A palavra dialeto é usada como 3. Aspectos morfológicos:
substantivo. O artigo indefinido um, que reconhecimento, emprego e sentido das
vem, antes, ajuda nesse caso. classes gramaticais em textos; processos
de formação de palavras; mecanismos de
flexão dos nomes e dos verbos.
Alternativa B - Incorreta
O termo em destaque é uma preposição,
que liga o verbo transitivo indireto puxar ao
objeto indireto meu filho. CLASSES DE PALAVRAS
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Feminino: na, nas, da, das, à, às, numa, O xadrez da camisa. (substantivação do
numas, pela, pelas. adjetivo, pois tornou-se termo nuclear da
oração, que no exemplo anterior era
A função sintática do artigo é a de camisa)
adjunto adnominal. Aparece junto ao
substantivo, concordando em número e Expressões formadas por uma ou mais
gênero. palavras podem ter a equivalência de um
Além disso, o artigo pode substantivar adjetivo, são chamadas de locução adjetiva:
certas classes de palavras, ou seja, faz com Presente de grego (preposição +
que certas palavras desempenhem papel de substantivo)
substantivo. Eixo de trás (preposição + advérbio)
O dourado é muito mais bonito que o
prateado. (dourado e prateado são O adjetivo pode flexionar em número,
adjetivos, mas, nesta frase, funcionam singular ou plural. O número estará de
como substantivos, pois há o artigo o acordo com o substantivo que ele modifica:
determinando-os) Chocolate gostoso; Chocolates gostosos.
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Tal comparação pode ocorrer entre duas Em termos sintáticos, no texto o adjetivo
qualidades de um mesmo ser ou coisa: pode desempenhar as funções de adjunto
O copo está menos vazio que cheio. adnominal ou de predicativo.
Jonas é tão orgulhoso quanto valente. Adjunto adnominal: o adjetivo
O copo está mais vazio que cheio. modifica o sujeito sem necessidade de
verbo.
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A moça bonita saiu para passear. (moça como os de 3ª pessoa. Ele vai; Você vai;
é núcleo do sujeito e o adjetivo bonita o Eles vão; Vocês vão.
modifica) *Estes também são chamados de
Predicativo do sujeito: o adjetivo pronomes retos, pois podem funcionar
modifica o sujeito por meio de um verbo. como sujeitos da oração: Eles queriam fazer
Joel ficou triste com o resultado. (triste bagunça.
modifica o substantivo Joel, que o sujeito Podem funcionar como predicativo
da oração) também: O problema sou eu.
Predicativo do objeto: o adjetivo
modifica o sujeito o objeto através por meio Os oblíquos funcionam como objetivos
de um verbo transitivo. ou complementos:
O turista achou o passeio maravilhoso. 1ª pessoa singular: me, mim, comigo;
(maravilhoso modifica o substantivo 2ª pessoa singular: te, ti, contigo;
passeio, que é o núcleo do objeto direto) 3ª pessoa singular: se, si, consigo, lhe, o,
a;
PRONOME 1ª pessoa plural: nos, conosco;
Em uma oração, o pronome pode: 2ª pessoa plural: vos, convosco;
- Representar um substantivo, sendo um 3ª pessoa plural: se, si, consigo, lhes, os,
pronome substantivo: as.
Havia um menino parado, que olhava Sintaticamente, no texto, ele, ela, nós,
para o outro lado da rua. (neste caso, o eles e elas podem exercer a função de:
pronome substituiu o substantivo, para, Agente da passiva: O almoço foi feito
assim, evitar sua repetição) por ele.
Sintaticamente, no texto pode apresentar Complemento nominal: Rita tinha
a função de: saudade de mim.
Sujeito: Ela é má. Complemento verbal: Solicitei a ela
Objeto indireto: Relatei o caso para mais empenho.
eles.
Já a, as, o, os podem ter a função de
- Pode acompanhar um substantivo, complemento do verbo transitivo direto.
sendo um pronome adjetivo: Marcos a abraçou.
Na minha visão, é uma má ideia. (o Lhe e lhes podem ter a função de
pronome determina o significado do complemento do verbo transitivo indireto.
substantivo, ou seja, não é qualquer visão, O menino lhe obedeceu com facilidade.
mas minha visão) Já me, te, se, no e vos podem ter a função
Sintaticamente, no texto pode apresentar de objeto direto ou objeto indireto.
a função de: Abraçou-me com carinho. (objeto
Adjunto adnominal: Meu bairro é direto)
sossegado. Obedeceu-nos sem chororô. (objeto
indireto)
Pronomes pessoais: indicam a pessoa
do discurso: *Os pronomes pessoais da 2ª pessoa não
1ª pessoa, quem fala: eu (singular), nós são mais usados, ou, quando são, não
(plural); apresentam a conjugação verbal correta. É
2ª pessoa, com quem se fala: tu mais comum utilizar você/vocês, que
(singular), vós (plural); equivalem à 3ª pessoa, mas se referem à 2ª
3ª pessoa, de quem ou de que se fala: ele, pessoa do discurso.
ela (singular), eles, elas (plural).
Você e vocês servem para indicar a 2ª Em relação à tonicidade, o pronome
pessoa do discurso, mas se comportam pode ser:
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Tomou três doses duplas de whisky. 3ª pessoa (singular): Ele canta / Você
canta
Os multiplicativos dúplice, tríplice e etc. 3ª pessoa (plural): Eles cantam / Vocês
podem variar em número: cantam
Formaram alianças tríplices. *Veja que as pessoas correspondem aos
pronomes pessoais.
- Fracionário: indica diminuição
proporcional de uma quantidade: Pode também flexionar em modo, que
Quitei três quintos do financiamento. são as diferentes formas de um verbo se
realizar:
O emprego dos fracionários deve Modo indicativo - expressa um fato
concordar com os cardinais quanto indicar certo:
número das partes: Vou amanhã.; Dormiram tarde.
O despertador marcava dez e um quinto. Modo imperativo - expressa ordem,
pedido, proibição ou conselho:
Meio ou meia deve concordar em gênero Venha aqui,; Não faça isso.; Sejam
com aquilo que a quantidade da fração está cuidadosos.
designando: Subjuntivo - expressa um fato possível,
Estava a um passo e meio de distância. hipotético, duvidoso:
Até às dez e meia da noite haverá tempo. É provável que faça sol.
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voz ativa temos um objeto direto, que se *Os verbos são irregulares quando
torna o sujeito da voz passiva. No caso da apresentam alterações nos radicais e nas
voz reflexiva, tanto o objeto direto quanto terminações verbais.
o indireto são a mesma pessoa do sujeito. haver - houve: houve uma alteração no
Apenas os verbos transitivos permitem radical hav-, que virou houv-. O verbo
transformação de voz. haver é irregular
Ação praticada pelo sujeito, voz ativa: dar - dou: houve alteração na
Carla abriu o livro. terminação, -ar para -ou. O verbo dar é
Ação sofrida pelo sujeito, voz passiva: irregular.
O livro foi aberto por Carla. Alguns verbos, como os da 1ª
Ação praticada e sofrida pelo sujeito: conjugação com radicais terminados em g,
Carla cortou-se. precisam mudar de letra em certas
conjugações: chegar - cheguei. Essa é uma
A voz passiva pode ser expressa: necessidade gráfica, parar manter a
Com o verbo auxiliar ser e o particípio uniformidade da pronúncia. Caracteriza-se
do verbo que se deseja conjugar - O livro foi como uma discordância gráfica, não como
aberto por Carla. uma irregularidade verbal.
Ou com o pronome apassivador se e uma
terceira pessoa verbal, tanto no singular Defectivos - são verbos como abolir e
quanto no plural, que esteja em falir, que não possuem algumas formas.
concordância com o sujeito: Abundantes - apresentam duas ou mais
Não se vê uma nuvem no céu. (= não é formas equivalentes. A abundância
vista uma nuvem no céu) acontece do particípio. O verbo entregar,
por exemplo, possui os particípios
A voz reflexiva aparece quando formas entregado e entregue.
da voz ativa se juntam aos pronomes
oblíquos me, te, nos, vos e se (seja no A função do verbo pode ser a de
singular ou no plural): principal, que significa que o verbo
Eu me cortei. (Eu cortei a mim mesmo) mantém seu significado total:
Comi pão.
Quando o acento tônico recai no radical Quando o verbo é combinado com
de certas formas verbais, temos as formas formas nominais de um verbo principal,
rizotônicas: falam, andem, pergunte. constituindo uma conjugação composta do
Quando o acento tônico recai na mesmo, perde seu significado próprio. Esse
terminação, temos as formas verbo possui a função de auxiliar:
arrizotônicas: falamos, falemos. Tenho comido pão.
* Os auxiliares de uso mais comum são
Classificação ter, haver, ser e estar.
Os verbos são classificados em:
Regulares - acordar, beber e abrir são Estrutura do verbo
verbos regulares, pois a flexão dos mesmos O verbo possui um radical que é
segue um certo padrão. Podemos dizer que geralmente invariável, e uma terminação
falar pertence à 1ª conjugação, fazer, à 2ª, e que pode variar para indicar o modo e o
mentir à 3ª. tempo, a pessoa e o número:
Irregulares - são verbos que não fal- (radical) ar (terminação) = falar;
seguem esse padrão estabelecido pelos faz- (radical) er (terminação) = fazer;
regulares, como, por exemplo, averiguar, abr- (radical) ir (terminação) = abrir
haver, medir, etc.
Os verbos possuem uma vogal temática,
que indica a conjugação. Há também a
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Futuro - expressa uma ação futura cuja ambos: Eles se beijaram. (ambos deram um
realização depende de outra ação: Quando beijo e receberam um beijo)
eles correrem ficarão cansados.
Verbo significativo: é o verbo que
Modo imperativo apresenta função sintática de núcleo do
É dividido em: predicado verbal ou verbo-nominal. Nestes
- Imperativo afirmativo - em sua casos, o verbo é a informação de maior
formação, a 2ª pessoa do singular e do relevância.
plural são derivadas das pessoas João comeu torta. (o verbo é a
correspondentes do presente do indicativo, informação mais relevante, sem ele a frase
retirando o s do final. As demais pessoas sequer faria sentido)
apresentam a mesma forma do presente do Esse tipo de verbo também pode ser
subjuntivo. chamado de pleno. Indicam ações
praticadas ou fenômenos da natureza.
- Imperativo negativo - as pessoas do Pode ser transitivo direto, ou seja,
apresentam a mesma forma daquelas do precisa de um complemento para fazer
presente do subjuntivo. sentido, mas não necessita
Afirmativo: Faça você. obrigatoriamente de uma preposição para se
Negativo: Não faça você. conectar ao objeto direto.
Pode ser transitivo indireto, ou seja,
Tempo Composto precisa de um complemento e necessita
Voz ativa - são antecedidos pelo verbo obrigatoriamente de uma preposição para se
ter ou pelo haver, seguidos do particípio do ligar ao objeto indireto e fazer sentido.
verbo principal: Tenho dormido pouco; Pode ser intransitivo, ou seja, não
Havíamos estado lá. necessita de complemento para fazer
Voz Passiva - são antecedidos pelo sentido e podem formar predicados por
verbo ter ou pelo haver + o verbo ser, conta própria.
seguidos do particípio do verbo principal: O cachorro comeu ração. (o verbo se liga
Tenho sido feito de bobo por ela; Ambos ao objeto direto, que é ração, sem
haviam sido vistos na rua. preposição)
Locução Verbal – é formada por um Eu fui a São Paulo. (o verbo se liga ao
verbo auxiliar seguido de gerúndio ou objeto indireto, que é São Paulo, com o uso
infinitivo do verbo principal: Eles devem de preposição)
iniciar os trabalhos a partir de amanhã; As Minha pipa caiu. (intransitivo, pois o
compras foram pagas à vista. verbo já apresenta sentido por si mesmo)
Em “As compras foram pagas à vista”, a
forma foram (verbo ser) é o auxiliar, e Verbo de ligação: apresenta a função
pagas o principal. sintática de predicado, ligando o sujeito ao
predicativo. Importante lembrar que o
Verbo pronominal: são conjugados em núcleo do predicado é um adjetivo, pois é a
conjunto com um pronome oblíquo átono informação mais relevante.
(me, te, se, nos, vos, se). Esse pronome Diferente dos verbos transitivos ou
oblíquo deve fazer referência à mesma intransitivos, não indica uma ação realizada
pessoa do sujeito. ou sofrida.
São verbos de ligação: ser, estar,
Essa conjugação pode ser reflexiva, permanecer, ficar, tornar-se, andar,
caso a ação recaia sobre o próprio sujeito: parecer, virar, continuar, viver.
Cortei-me. (o sujeito cortou a si mesmo) A mulher parece nervosa. (não apresenta
Ou pode ser recíproca, caso existam nenhum tipo de ação, mas sim liga o sujeito,
dois sujeitos na oração e a ação recaia sobre a mulher, ao predicativo, nervosa)
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Verbos que podem causar confusão Há muitos meses que ela não me visita.
Certas conjugações podem causar um nó (sentido de faz)
em nossa cabeça. Veja algumas delas:
Verbo intervir: Eu intervenho (presente Quando o verbo ter puder substituir o
do indicativo); Eu intervinha (pretérito verbo haver, deve aparecer na 3ª pessoa do
imperfeito do indicativo); Eu intervim singular, já que também será impessoal.
(pretérito perfeito do indicativo). Vale lembrar que o uso do ter no lugar do
Verbo gerir: Eu giro (presente do haver apresenta um pouco mais de
indicativo); Que eu gira; Que eles giram informalidade ao texto.
(presente do subjuntivo). Tem diversas montanhas nessa região.
Verbo intermediar: Eu intermedeio; (sentido de existem).
Eles intermedeiam (presente do indicativo); Teve muitas festas e celebrações durante
Que eu intermedeie (presente do o mês de junho. (sentido de aconteceram)
subjuntivo). Para organizar melhor o evento, terá
Verbo requerer: Eu requeiro (presente algumas reuniões na próxima semana.
do indicativo); Eu requeri (pretérito (sentido de será realizada)
perfeito do indicativo); Que eu requeira Tem muitos meses que ela não me visita.
(presente do subjuntivo). (sentido de faz)
Verbo reaver no pretérito perfeito do
indicativo: Eu reouve; Ele reouve; Eles “Eles haviam ficado tristes.”
reouveram. “Eles tinham ficado tristes.”
Verbo pôr: Eu punha (pretérito Na frase acima, o verbo haver foi
imperfeito do indicativo); Eu pus (pretérito empregado com sentido de ter. Nesse tipo
perfeito do indicativo); Eu pusera (pretérito de caso é possível usar haviam, pois não há
mais-que-perfeito do indicativo). impessoalidade.
Verbo manter: Eu mantive; Ele
manteve; Eles mantiveram (pretérito CONJUGAÇÃO DE ALGUNS
perfeito do indicativo). VERBOS REGULARES
Verbo ver: Quando eu vir; Quando ele Verbos: estudar; escrever; partir.
vir; Quando eles virem (futuro do Gerúndio: estudando; escrevendo;
subjuntivo). partindo.
Particípio Passado: estudado; escrito;
Ter e Haver partido.
Quando o verbo haver apresentar o Infinitivo: estudar; escrever; partir.
sentido de existir, acontecer, realizar-se e
fazer (este em orações que indiquem Presente do Indicativo
tempo), ele será impessoal. Ou seja, deve Eu: estudo; escrevo; parto.
ficar na 3ª pessoa do singular. Tu: estudas; escreves; partes.
Há diversas montanhas nessa região. Ele/Ela: estuda; escreve; parte.
(sentido de existem). Nós: estudamos; escrevemos; partimos.
Porque não há dúvidas de que, ao Vós: estudais; escreveis; partis.
desenhar, aquele homem estava Eles: estudam; escrevem; partem.
escrevendo. (sentido de existem)
Houve muitas festas e celebrações Pretérito Perfeito do Indicativo
durante o mês de junho. (sentido de Eu: estudei; escrevi; parti.
aconteceram) Tu: estudaste; escreveste; partiste.
Para organizar melhor o evento, haverá Ele/Ela: estudou; escreveu; partiu.
algumas reuniões na próxima semana. Nós: estudamos; escrevemos; partimos.
(sentido de será realizada) Vós: estudastes; escrevestes; partistes.
Eles: estudaram; escreveram; partiram.
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O jogo estava bom, mas o time levou um Concessiva - inicia uma oração que
gol. (a segunda oração apresenta uma ideia indica uma concessão, um fato contrário:
contrária, que faz oposição à primeira = embora, conquanto, ainda que, mesmo que,
estava bom / ficou ruim) posto que, bem que, se bem que, apesar de
que, nem que, que.
Alternativa - indica alternativa, Coma, mesmo que apenas um pouco.
alternância: ou...ou, ora...ora, quer...quer, João se veste mal, embora seja rico.
seja...seja, nem...nem, já...já.
Ou você arruma um emprego ou você Condicional - inicia uma oração que
estuda. (quando um fato for cumprido, o apresenta uma hipótese ou condição
outro não poderá ser efetivado) necessária: se, caso, contanto que, salvo se,
sem que [no sentido de se não], dado que,
Conclusiva - indica uma conclusão, desde que, a menos que, a não ser que.
consequência: logo, pois, portanto, por Seria mais bonita, se fosse menos
conseguinte, por isso, assim, então. metida.
Carlos gastou tudo em apostas, por isso Hoje será um dia feliz, caso faça sol.
ficou pobre. (a primeira oração apresenta
um fato, a segunda, sua consequência) Conformativa - inicia uma oração que
indica conformidade: como, conforme,
Explicativa - indica explicação, motivo: segundo, consoante.
que, porque, pois, porquanto. As coisas não são como antigamente.
Vou dormir, pois estou caindo de sono.
(a segunda oração explica a primeira, ou Consecutiva - inicia uma oração que
seja, por estar muito cansado, vai dormir) indica consequência: que (quando
combinada com: tal, tanto, tão ou tamanho,
Conjunção subordinativa: faz uma presentes ou latentes na oração anterior), de
ligação de dependência, ou seja, o sentido forma que, de maneira que, de modo que,
da segunda oração dependerá da primeira. de sorte que.
Excetuando as integrantes, as Minha voz falhava tanto que mal podia
subordinativas iniciam orações que indicam falar.
circunstâncias.
Causal - apresenta ideia de causa: Final - inicia uma oração que exprime
porque, pois, porquanto, como [no sentido fim, finalidade: para que, a fim de que,
de porque], pois que, por isso que, já que, porque [no sentido de para que], que.
uma vez que, visto que, visto como, que. Trouxe a almofada para que se
O cachorro late porque é bravo. (a causa aconchegue.
de o cachorro latir é ele ser bravo) Troquei algumas peças a fim de que o
problema seja resolvido.
Comparativa - inicia uma oração que
termina o segundo elemento de uma Proporcional - inicia uma oração que
comparação: que, do que (depois de - mais, indica proporcionalidade: à medida que, ao
menos, maior, menor, melhor, pior), qual passo que, à proporção que, enquanto,
(depois de tal), quanto (depois de tanto), quanto mais... (mais), quanto mais... (tanto
como, assim como, bem como, como se, que mais), quanto mais... (menos), quanto
nem. mais... (tanto menos), quanto menos...
Era mais inteligente que forte. (menos), quanto menos... (tanto menos),
Nada me chateia tanto quanto uma quanto menos... (mais), quanto menos...
pessoa falsa. (tanto mais).
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• in-, i-, en-, em-, e-: indica algo que vai • re-: indica algo para trás, uma
para dentro, uma conversão em, tornar. repetição, intensidade. Exemplos: regresso,
Exemplos: ingerir, imerso, engarrafar, retomar, reaver, remarcação, recomeçar,
empalidecer, engolir, embarcar, emudecer. revigorar.
• in-, im-, i-: indica negação, carência: • retro-: indica algo para trás. Exemplos:
infelicidade, impune, ilegível, ilegal, irreal, retrocesso, retroativo, retrocompatível.
irracional. • semi-: indica a metade, o meio.
• infra-: representa algo que está abaixo, Exemplos: semicírculo, semicerrar.
na parte inferior Exemplos: infravermelho, • sub-, sob-, so-: indica posição inferior,
infraestrutura, infra-renal. debaixo, deficiência, ação incompleta.
• inter-, entre-: representa uma posição Exemplos: subaquático, subscrição,
ou ação intermediária, uma ação recíproca subestimar, sobpor, soterrar, soerguer.
ou incompleta. Exemplos: • super-, sobre-: indica posição
intercomunicação, entreter, entrelinha, superior, em cima, depois, excesso.
entreabrir. Exemplos: supercílio, super-homem,
• intra-, intro-: indica que está dentro, superlotado, sobrecarga, sobreviver.
um movimento para dentro. Exemplos: • supra-: indica que está acima.
intramuscular, introduzir, introvertido. Exemplos: supradito, supracitado.
• justa-: indica uma proximidade, uma • trans-, tras-, tra-, tres-: indica que
posição ao lado. Exemplos: justafluvial, está além, através de. Exemplos:
justapor, justalinear. transatlântico, trasladar, tradição,
• male-, mal-: indica uma oposição a tresnoitar.
bene. Exemplos: malevolência, mal- • tri-, tris- representa três. Exemplos:
educado, mal-estar. triciclo, tricampeão, trisavô.
• multi-: indica ideia de "muitos". • ultra-: indica além de. Exemplos:
Exemplos: multinacional, multissecular. ultramarino, ultrapassar.
• ob-, o-: indica uma posição fronteira, • uni-: representa um. Exemplos:
uma oposição. Exemplos: objetivo, unicelular, unificar, uníssono.
objeção, obstáculo, opor. • vice-, vis-: indica substituição, no lugar
• pene-: representa ideia de quase. de, imediatamente inferior a. Exemplos:
Exemplos: penumbra, penúltimo, vice-versa, vice-prefeito, visconde.
península.
• per-: indica ideia de através de, de ação Prefixos gregos
completa. Exemplos: percorrer, perfazer, • a-, an-: indica negação, carência.
perfeito. Exemplos: ateu, acéfalo, anonimato,
• pluri-: indica ideia de multiplicidade, anarquia.
assim como multi-. Exemplos: pluricelular, • ana-: indica inversão, afastamento,
pluripartidário. decomposição. Exemplos: anagrama,
• post-, pos-, pós-: indica ideia de atrás anacronismo, analisar, anatomia.
ou de depois. Exemplos: póstumo, • anfi-: indica que está em torno de, uma
posteridade, pospor, pós-guerra, pós- duplicidade. Exemplos: anfiteatro, anfíbio,
escrito. anfibologia.
• pre-, pré-: indica algo que vem antes • anti-: indica uma oposição, que é
ou que está acima. Exemplos: prefixo, contra. Exemplos: antibiótico, anticristo,
pressupor, predominar, pré-escolar. antítese, antiaéreo.
• preter-: indica algo que vai além de. • apo-: indica uma separação, um
Exemplos: preterir, preterintencional. afastamento: apócrifo, apogeu.
• pro-, pró-: indica algo para a frente, • arqui-, arque-, arce-: indica uma
diante, em lugar de, em favor de. Exemplos: superioridade, primazia: arquipélago,
progresso, prosseguir, pró-paz. arquidiocese, arquétipo, arcebispo.
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- Uma oração: É inevitável que ele venha cantarolar; é ao mesmo tempo agente e
aqui hoje. paciente)
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- Só, quando adjetivo, pode variar - Caso seja sujeito composto, verbo no
Ele se sente só. plural:
Eles se sentem sós. Seu olhar e seu sorriso mexeram com
meu coração.
- Quando indicar exclusão, não pode
variar: - Caso um desses sujeitos aparecer
Só quem já passou por isso sabe. depois do verbo, então a concordância
ocorre com o núcleo mais próximo, ou fica
- As palavras pseudo, alerta, salvo, no plural:
exceto não são variáveis: Ainda imperavam (ou imperava) o ferro
Ele (ela) é um pseudointelectual. e o porrete.
É bom ficarmos alerta.
Salvo-condutos. - Se o sujeito for composto por pronomes
Exceto ele (eles). pessoais distintos, a concordância do verbo
se dará pela prioridade gramatical das
- Quite, de se livrar de algo, concorda pessoas:
com quem faz referência: Eu e você somos amigos.
Estamos quites com o banco. Tu e ele fazeis bem. Como o vós deixou
de ser utilizado, o mais comum, hoje, é “Tu
- As palavras obrigado, mesmo e e ele fazem bem”.
próprio devem concordar com o gênero e
número da pessoa a qual fazem referência: - Quando as expressões não só...mas
Muito obrigada. também, tanto/quanto estão relacionadas a
Ela mesma fez aquilo. sujeitos compostos, há a possibilidade de
Sim, ela, a própria. concordância tanto no singular quanto no
plural:
Importante lembrar que o artigo Tanto meu primo quanto seu pai
concorda com o substantivo: conseguiram (ou conseguiu) uma nova
Os gatos. casa.
A gata.
- Quando o sujeito composto, que estiver
Quando o pronome substitui o ligado por ou, indicar uma exclusão ou
substantivo, deve concordar com o mesmo: sinonímia, o verbo deve ficar no singular:
Rafael é um cara bacana. Ele é meu Carlos ou André será o vencedor.
amigo.
Maria e Gabriela são conhecidas. Elas - Mas se indicar uma inclusão ou
são minhas vizinhas. antonímia o verbo deve ficar no plural:
*Note que: o adjetivo deve concordar O bem e o mal estão presentes nas
com o substantivo. Quando o pronome pessoas.
substitui o substantivo, o adjetivo concorda
com o mesmo. - Caso indicar uma retificação, o verbo
dever concordar com o núcleo mais
Concordância Verbal próximo:
O verbo concorda em número e pessoa O técnico ou os jogadores darão
com o sujeito da oração. entrevista após o jogo.
- Com sujeito simples, concordância em
número e pessoa:
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nesse caso a pessoa faz crochê, que é o Alguns verbos e suas regências:
objeto direto, uma vez que não há uma Aspirar: se empregado no sentido de
preposição entre o verbo e o complemento. sorver, é transitivo direto.
“Aspirou o ar lentamente”.
Por outro lado, no caso dos verbos Caso seja usado no sentido de pretender,
transitivos indiretos, o complemento é transitivo indireto.
ocorre por meio de um objeto indireto. “Ele aspirava à carreira de jogador.”
Isso quer dizer que há a necessidade de uma
preposição para a regência desse verbo. Chamar: no sentido de convocar, é
- Voltei de Sergipe. transitivo direto.
Voltei é transitivo indireto, pois está “Pedro chamou o filho para dentro.”
ligado à preposição. Quem volta, volta de No sentido de invocar, é transitivo
algum lugar. Sergipe é objeto indireto, já indireto.
que sua relação com voltei ocorre “Chamou pela mãe”.
indiretamente, por meio da preposição de. No sentido de qualificar, é transitivo
direto.
Um verbo pode ser transitivo direto e “Acho que vou chamá-lo inocente”. (o
indireto. Em determinadas construções, o objeto direto vem com predicativo)
verbo pode precisar de um objeto direto e “Acho que vou chamá-lo de inocente”.
um indireto para fazer sentido. (pode vir precedido pela preposição de)
“Eu vou emprestar o livro a você”.
(objeto direto = o livro; objeto indireto = Ensinar: se utilizado com pessoas, é
a você) transitivo indireto, se utilizado com
“Agradeci o convite ao noivo”. (objeto coisas, transitivo direto.
direto = o convite; objeto indireto = ao “O professor ensinou aos alunos”.
noivo) “O professor deveria ter ensinado
aquilo”.
É importante prestar atenção, pois “O professor podia ensinar os alunos até
alguns verbos podem possuir mais de um que aprendessem tudo”. (aqui aquilo que é
sentido, mas a mesma grafia. Como assistir. ensinado é silenciado, por isso é transitivo
No sentido de observar, ele é transitivo direto)
indireto: Eu assisti ao jogo de futebol. No sentido de castigar, educar, é
Porém, no sentido de prestar assistência transitivo direto.
(ou acompanhar), pode ser transitivo direto: “Vou ensiná-lo agora mesmo!”
O médico assistiu o paciente.
Esquecer: no sentido de perder da
Pronome relativo lembrança, é transitivo direto.
Esses pronomes iniciam orações “Nunca esqueci o beijo que me deu”.
adjetivas. Caso o verbo, nesse tipo de Quando pronominal, pede a preposição
oração, precisar de uma preposição, ela de, sendo transitivo indireto.
deve aparecer antes do pronome relativo. “Eu me esqueci do dever de casa”.
O autor do qual sou fã venceu o Nobel.
(eu gosto do autor) Interessar: no sentido de dizer respeito
Este é o quadro a cujo pintor aludi. (aludi a, importar, ser proveitoso, ser do interesse
ao pintor) de, é transitivo direto ou indireto.
O bairro aonde foram é inóspito. (foram “Isso interessa a você?”.
a) “Eu pensei que isso não te interessasse”.
A cidade donde vinha é pouco No sentido de prender a atenção, é
conhecida. (vinha de) transitivo direto.
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indireto) na terceira pessoa do singular ou Vamos supor que uma questão afirme
plural, somada ao pronome apassivador se. que a oração intercalada “[...] há muitos
Relatou-se uma notícia bombástica. anos responsável pelo sítio arqueológico
[...]” possa ser transposta para o final da
Voz Passiva Analítica: Formada por frase, sem ocasionar alterações de sentido
um verbo auxiliar (ser ou estar) somado ao texto.
com o particípio de um verbo transitivo Essa afirmação estaria errada. A frase
direto, ou direto e indireto. ficaria:
Uma notícia bombástica foi relatada. “Trouxe de volta a louça que a
arqueóloga franco-brasileira Niéde Guidon
Questão ensinou os locais a fazerem para terem uma
fonte de subsistência, há muitos anos
01. (SES/DF - Cardiologista - IADES) responsável pelo sítio arqueológico”.
No que se refere à equivalência e à Na frase original, a oração intercalada
transformação de estruturas do texto, tem ligação com Niéde Guidon, explica que
assinale a alternativa que reescreve o ela é responsável pelo sítio arqueológico há
período “Se oficializado pela medicina, o muitos anos. Já na frase com alteração, a
órgão pode ser considerado o maior do oração intercalada passar a estar
corpo humano (título que hoje é da pele).”, relacionada a uma fonte de subsistência,
mantendo a coerência e a coesão da uma explicação, pois seria essa fonte a
informação. responsável pelo sítio arqueológico há
(A) Conforme oficializado pela muitos anos. Desse modo, há sim uma
medicina, o órgão é considerado o maior do alteração de sentido, e bem grande.
corpo humano (título que hoje é da pele).
(B) Embora oficializado pela medicina, Esse tipo de assunto pode aparecer no
o órgão será considerado o maior do corpo edital como Reescrita de frases e
humano (título que hoje é da pele). parágrafos do texto, ou como
(C) Contanto que seja oficializado pela reestruturação textual. É basicamente a
medicina, o órgão poderá ser considerado o mesma coisa (corrigir palavras incorretas
maior do corpo humano (título que hoje é de um texto, pode ser um erro de ortografia,
da pele). de acentuação, ou de concordância, como
(D) Mesmo que seja oficializado pela plural, gênero). Como os concursos cobram
medicina, considera-se que ele é o maior o gênero culto, ou norma-padrão, claro que
órgão do corpo humano (título que hoje é essa correção deve acompanham tal norma,
da pele). ou seja, seguir as regras gramaticais.
(E) Quando oficializado pela medicina, Vamos ver como ele é cobrado nas
o órgão foi considerado o maior do corpo questões.
humano (título que hoje é da pele).
(CM/Cáceres - Jornalismo - UFMT) A
Gabarito frase A julgar pelas pesquisas de opinião,
tudo vai mal. pode ser reescrita de diversas
01.C maneiras, conservando-se o sentido.
Assinale a alternativa que NÃO apresenta
Vejamos um outro exemplo: reescrita com o mesmo sentido da original.
“Trouxe de volta a louça que a (A) De acordo com as pesquisas de
arqueóloga franco-brasileira Niéde Guidon, opinião, tudo vai mal.
há muitos anos responsável pelo sítio (B) Apesar das pesquisas de opinião,
arqueológico, ensinou os locais a fazerem tudo vai mal.
para terem uma fonte de subsistência”. (C) Considerando as pesquisas de
opinião, tudo vai mal.
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(D) Haja vista as pesquisas de opinião, (A) O que são rios aéreos, brasileiros?
tudo vai mal. Maiores que o Rio Amazonas, são fluxos de
água que surgem da transpiração da
Alternativa A - Incorreta Floresta Amazônica.
A julgar pelas e de acordo com (B) Vocês sabem, brasileiros o que são,
apresentam a mesma função. É o mesmo rios aéreos? Fluxos de água, maiores que o
que dizer segundo tal coisa, tal coisa rio Amazonas, surgem da transpiração da
acontece. floresta Amazônica.
(C) Vocês sabem o que são rios aéreos,
Alternativa B – Correta brasileiros? Surgem da transpiração da
Apesar das indica uma ideia de Floresta, Amazônica e são, maiores que o
contraste. Na verdade, as pesquisas indicam rio Amazonas.
que tudo vai mal. Utilizar apesar das traria (D) Brasileiros, vocês, sabem o que são,
a ideia de que as pesquisas indicam o rios aéreos, os fluxos de água que surgem
contrário de tudo ir mal. da transpiração da Floresta Amazônica e
são, maiores que o rio Amazonas?
Alternativa C - Incorreta (E) Brasileiros o que são rios aéreos?
Considerando as tem o mesmo valor de Maiores, que o Rio Amazonas, são os
de acordo com e a julgar pelas. É uma fluxos de água que surgem da transpiração,
conclusão que se baseia na pesquisa. da Floresta Amazônica.
Alternativa C - Incorreta
A vírgula após amazônica está incorreta,
pois está isolando o adjetivo que modifica o
substantivo floresta.
A vírgula após o são está incorreta, pois
não há regra que justifique seu uso.
Alternativa D - Incorreta
A vírgula após vocês está separando o
sujeito de seu verbo, sabem.
A vírgula após o são está incorreta, pois
As frases reescritas, a partir da figura, não há regra que justifique seu uso. Em
apresentam versão correta quanto à ambos os casos.
pontuação em:
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(PC/RJ - Inspetor de Polícia - FGV) Você pode modificar palavras por outras
Todas as frases abaixo foram reescritas na que sejam antônimas:
forma negativa, mantendo-se o sentido O homem era rico.
original; a forma adequada de reescritura O homem não era pobre.
está na frase:
(A) A empresa fracassou / A empresa Você pode substantivar um verbo:
não se desenvolveu; Trabalhará até que o problema se
(B) O time foi eliminado / O time não foi conclua
campeão; Trabalhará até a conclusão do problema.
(C) Essa atriz está envelhecendo / Essa *Ou fazer o inverso, trocar a
atriz não atua mais; substantivação pelo verbo.
(D) Proibiram-nos de sair do colégio /
Proibiram-nos que não entrássemos no Você pode mudar o tempo verbal:
colégio; Em 2002 o Brasil ganhou sua última
(E) Aquele filme me aborreceu / Aquele Copa.
filme não me agradou. Em 2002 o Brasil ganha sua última copa.
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Siglas Trema
São as letras iniciais das palavras, ou Abolido pelo Acordo Ortográfico. Só é
partes iniciais, formando uma quase- utilizado em palavras estrangeiras, nomes
palavra. É comum utilizar siglas para próprios e seus derivados:
assinar um nome, em nomes de Günter Grass
organizações, partidos políticos, sociedades
culturais, estudantis, etc. Apóstrofo
MEC: Ministério da Educação. Indica que houve a supressão de um
FGV: Fundação Getúlio Vargas. fonema, normalmente uma vogal. Está
IBGE: Fundação Instituto Brasileiro de ligado ao modo de pronunciar as palavras
Geografia e Estatística. ou em palavras ligadas pela preposição de:
Detran: Departamento Estadual de copo d’água; anel d’ouro
trânsito.
Embrapa: Empresa Brasileira de Cedilha
pesquisa agropecuária. Aparece debaixo da letra c, antes de a, o
e u, representando a fricativa alveolar surda
Notações Léxicas /s/:
São sinais acessórios da escrita. calça; paçoca; açude
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Sendo assim, oxítonas que terminam em Se essas vogais apareceram antes de nh,
i ou u, seguidas ou não de s, não levam nd, mb ou de qualquer consoante que não s
acento gráfico. (e que não se inicie em outra sílaba), não
a-li; u-ru-bu haverá acento.
*para esta regra, há algumas exceções ra-i-nha; a-in-da; Co-im-bra; ju-iz
em casos de hiato.
Os hiatos OO e EE não são acentuados.
- Paroxítonas a-bem-ço-o; vo-o; le-em; cre-em
São acentuadas apenas:
Aquelas que terminam em i ou u, - Outros Casos
seguidas de s ou não.
lá-pis; jú-ri As vogais tônicas i e u das paroxítonas,
* Os prefixos paroxítonos que terminam precedidas de ditongo decrescente, não
em i não levam acento: semideus serão acentuadas. Todavia, há acento nas
oxítonas.
Aquelas que terminam em ão, ãos, ã, ãs. fei-u-ra; Pi-a-uí
bên-ção; ór-gãos; í-mã; ór-fãs
- Não há acento no u tônico (em formas
Aquelas que terminam em l, r, n, ps, x. rizotônicas de verbos) precedido de g ou q
a-do-rá-vel; cór-tex; câ-non; bí-ceps; fê- e seguido de e ou i.
nix ar-gui; o-bli-que
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- Pode ser utilizado entre parênteses, ao - Para indicar uma ideia incompleta ao
final de uma pergunta intercalada: final de uma frase:
Ontem o Corinthians (alguém Mas é isso: as marcas na sala, a taça
duvidada?) perdeu mais um jogo. sobre a mesa... Fui tapeado!
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Gabarito
01. D - 02. E
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SUMÁRIO
Apostilas Domínio
Legislação Educacional
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Legislação Educacional
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Legislação Educacional
4
Legislação Educacional
5
Legislação Educacional
6
Legislação Educacional
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o §1º do art. 166 desta Lei, garantido o criança ou adolescente a fim de colaborar
sigilo sobre a entrega. para o seu desenvolvimento.
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à §4º O perfil da criança ou do adolescente
audiência nem o genitor nem representante a ser apadrinhado será definido no âmbito
da família extensa para confirmar a de cada programa de apadrinhamento, com
intenção de exercer o poder familiar ou a prioridade para crianças ou adolescentes
guarda, a autoridade judiciária suspenderá o com remota possibilidade de reinserção
poder familiar da mãe, e a criança será familiar ou colocação em família adotiva.
colocada sob a guarda provisória de quem §5º Os programas ou serviços de
esteja habilitado a adotá-la. apadrinhamento apoiados pela Justiça da
§7º Os detentores da guarda possuem o Infância e da Juventude poderão ser
prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação executados por órgãos públicos ou por
de adoção, contado do dia seguinte à data organizações da sociedade civil.
do término do estágio de convivência. §6º Se ocorrer violação das regras de
§8º Na hipótese de desistência pelos apadrinhamento, os responsáveis pelo
genitores - manifestada em audiência ou programa e pelos serviços de acolhimento
perante a equipe interprofissional - da deverão imediatamente notificar a
entrega da criança após o nascimento, a autoridade judiciária competente.
criança será mantida com os genitores, e
será determinado pela Justiça da Infância e Art. 20. Os filhos, havidos ou não da
da Juventude o acompanhamento familiar relação do casamento, ou por adoção, terão
pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. os mesmos direitos e qualificações,
§9º É garantido à mãe o direito ao sigilo proibidas quaisquer designações
sobre o nascimento, respeitado o disposto discriminatórias relativas à filiação.
no art. 48 desta Lei.
§ 10. Serão cadastrados para adoção Art. 21. O pátrio poder poder familiar
recém-nascidos e crianças acolhidas não será exercido, em igualdade de condições,
procuradas por suas famílias no prazo de 30 pelo pai e pela mãe, na forma do que
(trinta) dias, contado a partir do dia do dispuser a legislação civil, assegurado a
acolhimento. qualquer deles o direito de, em caso de
discordância, recorrer à autoridade
Art. 19-B. A criança e o adolescente em judiciária competente para a solução da
programa de acolhimento institucional ou divergência.
familiar poderão participar de programa de
apadrinhamento. Art. 22. Aos pais incumbe o dever de
§1º O apadrinhamento consiste em sustento, guarda e educação dos filhos
estabelecer e proporcionar à criança e ao menores, cabendo-lhes ainda, no interesse
adolescente vínculos externos à instituição destes, a obrigação de cumprir e fazer
para fins de convivência familiar e cumprir as determinações judiciais.
comunitária e colaboração com o seu Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os
desenvolvimento nos aspectos social, responsáveis, têm direitos iguais e deveres
moral, físico, cognitivo, educacional e e responsabilidades compartilhados no
financeiro. cuidado e na educação da criança, devendo
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas ser resguardado o direito de transmissão
pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não familiar de suas crenças e culturas,
inscritas nos cadastros de adoção, desde que assegurados os direitos da criança
cumpram os requisitos exigidos pelo estabelecidos nesta Lei.
programa de apadrinhamento de que fazem
parte. Art. 23. A falta ou a carência de recursos
§3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar materiais não constitui motivo suficiente
8
Legislação Educacional
9
Legislação Educacional
Art. 31. A colocação em família Art. 34. O poder público estimulará, por
substituta estrangeira constitui medida meio de assistência jurídica, incentivos
excepcional, somente admissível na fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a
modalidade de adoção. forma de guarda, de criança ou adolescente
afastado do convívio familiar.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, §1º A inclusão da criança ou adolescente
o responsável prestará compromisso de em programas de acolhimento familiar terá
bem e fielmente desempenhar o encargo, preferência a seu acolhimento institucional,
mediante termo nos autos. observado, em qualquer caso, o caráter
temporário e excepcional da medida, nos
termos desta Lei.
§2º Na hipótese do §1º deste artigo a
pessoa ou casal cadastrado no programa de
acolhimento familiar poderá receber a
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Art. 36. A tutela será deferida, nos Art. 40. O adotando deve contar com, no
termos da lei civil, a pessoa de até 18 máximo, dezoito anos à data do pedido,
(dezoito) anos incompletos. salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos
Parágrafo único. O deferimento da tutela adotantes.
pressupõe a prévia decretação da perda ou
suspensão do pátrio poder poder familiar e Art. 41. A adoção atribui a condição de
implica necessariamente o dever de filho ao adotado, com os mesmos direitos e
guarda. deveres, inclusive sucessórios, desligando-
o de qualquer vínculo com pais e parentes,
Art. 37. O tutor nomeado por testamento salvo os impedimentos matrimoniais.
ou qualquer documento autêntico, § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos
conforme previsto no parágrafo único do adota o filho do outro, mantêm-se os
art. 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de vínculos de filiação entre o adotado e o
janeiro de 2002 - Código Civil , deverá, no cônjuge ou concubino do adotante e os
prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da respectivos parentes.
sucessão, ingressar com pedido destinado § 2º É recíproco o direito sucessório
ao controle judicial do ato, observando o entre o adotado, seus descendentes, o
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 adotante, seus ascendentes, descendentes e
desta Lei. colaterais até o 4º grau, observada a ordem
Parágrafo único. Na apreciação do de vocação hereditária.
pedido, serão observados os requisitos
previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, Art. 42. Podem adotar os maiores de 18
somente sendo deferida a tutela à pessoa (dezoito) anos, independentemente do
indicada na disposição de última vontade, estado civil.
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devidamente credenciados pela Autoridade relatório será mantido até a juntada de cópia
Central do país onde estiverem sediados e autenticada do registro civil, estabelecendo
no país de acolhida do adotando para atuar a cidadania do país de acolhida para o
em adoção internacional no Brasil; adotado;
II - satisfizerem as condições de VI - tomar as medidas necessárias para
integridade moral, competência garantir que os adotantes encaminhem à
profissional, experiência e responsabilidade Autoridade Central Federal Brasileira cópia
exigidas pelos países respectivos e pela da certidão de registro de nascimento
Autoridade Central Federal Brasileira; estrangeira e do certificado de
III - forem qualificados por seus padrões nacionalidade tão logo lhes sejam
éticos e sua formação e experiência para concedidos.
atuar na área de adoção internacional; §5º A não apresentação dos relatórios
IV - cumprirem os requisitos exigidos referidos no §4º deste artigo pelo organismo
pelo ordenamento jurídico brasileiro e pelas credenciado poderá acarretar a suspensão
normas estabelecidas pela Autoridade de seu credenciamento.
Central Federal Brasileira. §6º O credenciamento de organismo
§4º Os organismos credenciados nacional ou estrangeiro encarregado de
deverão ainda: intermediar pedidos de adoção
I - perseguir unicamente fins não internacional terá validade de 2 (dois)
lucrativos, nas condições e dentro dos anos.
limites fixados pelas autoridades §7º A renovação do credenciamento
competentes do país onde estiverem poderá ser concedida mediante
sediados, do país de acolhida e pela requerimento protocolado na Autoridade
Autoridade Central Federal Brasileira; Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta)
II - ser dirigidos e administrados por dias anteriores ao término do respectivo
pessoas qualificadas e de reconhecida prazo de validade.
idoneidade moral, com comprovada §8º Antes de transitada em julgado a
formação ou experiência para atuar na área decisão que concedeu a adoção
de adoção internacional, cadastradas pelo internacional, não será permitida a saída do
Departamento de Polícia Federal e adotando do território nacional.
aprovadas pela Autoridade Central Federal §9º Transitada em julgado a decisão, a
Brasileira, mediante publicação de portaria autoridade judiciária determinará a
do órgão federal competente; expedição de alvará com autorização de
III - estar submetidos à supervisão das viagem, bem como para obtenção de
autoridades competentes do país onde passaporte, constando, obrigatoriamente, as
estiverem sediados e no país de acolhida, características da criança ou adolescente
inclusive quanto à sua composição, adotado, como idade, cor, sexo, eventuais
funcionamento e situação financeira; sinais ou traços peculiares, assim como foto
IV - apresentar à Autoridade Central recente e a aposição da impressão digital do
Federal Brasileira, a cada ano, relatório seu polegar direito, instruindo o documento
geral das atividades desenvolvidas, bem com cópia autenticada da decisão e certidão
como relatório de acompanhamento das de trânsito em julgado.
adoções internacionais efetuadas no § 10. A Autoridade Central Federal
período, cuja cópia será encaminhada ao Brasileira poderá, a qualquer momento,
Departamento de Polícia Federal; solicitar informações sobre a situação das
V - enviar relatório pós-adotivo crianças e adolescentes adotados
semestral para a Autoridade Central § 11. A cobrança de valores por parte dos
Estadual, com cópia para a Autoridade organismos credenciados, que sejam
Central Federal Brasileira, pelo período considerados abusivos pela Autoridade
mínimo de 2 (dois) anos. O envio do Central Federal Brasileira e que não
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Art. 52-B. A adoção por brasileiro Art. 52-D. Nas adoções internacionais,
residente no exterior em país ratificante da quando o Brasil for o país de acolhida e a
Convenção de Haia, cujo processo de adoção não tenha sido deferida no país de
adoção tenha sido processado em origem porque a sua legislação a delega ao
conformidade com a legislação vigente no país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de,
país de residência e atendido o disposto na mesmo com decisão, a criança ou o
Alínea “c” do Artigo 17 da referida adolescente ser oriundo de país que não
Convenção, será automaticamente tenha aderido à Convenção referida, o
recepcionada com o reingresso no Brasil. processo de adoção seguirá as regras da
§1º Caso não tenha sido atendido o adoção nacional.
disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da
Convenção de Haia, deverá a sentença ser
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com o apoio do Conselho Tutelar local, XIII - proceder a estudo social e pessoal
tomará as medidas necessárias para de cada caso;
promover a imediata reintegração familiar XIV - reavaliar periodicamente cada
da criança ou do adolescente ou, se por caso, com intervalo máximo de seis meses,
qualquer razão não for isso possível ou dando ciência dos resultados à autoridade
recomendável, para seu encaminhamento a competente;
programa de acolhimento familiar, XV - informar, periodicamente, o
institucional ou a família substituta, adolescente internado sobre sua situação
observado o disposto no §2º do art. 101 processual;
desta Lei. XVI - comunicar às autoridades
competentes todos os casos de adolescentes
Art. 94. As entidades que desenvolvem portadores de moléstias infecto-
programas de internação têm as seguintes contagiosas;
obrigações, entre outras: XVII - fornecer comprovante de
I - observar os direitos e garantias de que depósito dos pertences dos adolescentes;
são titulares os adolescentes; XVIII - manter programas destinados ao
II - não restringir nenhum direito que não apoio e acompanhamento de egressos;
tenha sido objeto de restrição na decisão de XIX - providenciar os documentos
internação; necessários ao exercício da cidadania
III - oferecer atendimento personalizado, àqueles que não os tiverem;
em pequenas unidades e grupos reduzidos; XX - manter arquivo de anotações onde
constem data e circunstâncias do
IV - preservar a identidade e oferecer atendimento, nome do adolescente, seus
ambiente de respeito e dignidade ao pais ou responsável, parentes, endereços,
adolescente; sexo, idade, acompanhamento da sua
V - diligenciar no sentido do formação, relação de seus pertences e
restabelecimento e da preservação dos demais dados que possibilitem sua
vínculos familiares; identificação e a individualização do
VI - comunicar à autoridade judiciária, atendimento.
periodicamente, os casos em que se mostre §1º Aplicam-se, no que couber, as
inviável ou impossível o reatamento dos obrigações constantes deste artigo às
vínculos familiares; entidades que mantêm programas de
VII - oferecer instalações físicas em acolhimento institucional e familiar.
condições adequadas de habitabilidade, § 2º No cumprimento das obrigações a
higiene, salubridade e segurança e os que alude este artigo as entidades utilizarão
objetos necessários à higiene pessoal; preferencialmente os recursos da
VIII - oferecer vestuário e alimentação comunidade.
suficientes e adequados à faixa etária dos
adolescentes atendidos; Art. 94-A. As entidades, públicas ou
IX - oferecer cuidados médicos, privadas, que abriguem ou recepcionem
psicológicos, odontológicos e crianças e adolescentes, ainda que em
farmacêuticos; caráter temporário, devem ter, em seus
X - propiciar escolarização e quadros, profissionais capacitados a
profissionalização; reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar
XI - propiciar atividades culturais, suspeitas ou ocorrências de maus-tratos.
esportivas e de lazer;
XII - propiciar assistência religiosa
àqueles que desejarem, de acordo com suas
crenças;
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Seção II Título II
Da Fiscalização das Entidades Das Medidas de Proteção
Capítulo I
Art. 95. As entidades governamentais e Disposições Gerais
não-governamentais referidas no art. 90
serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Art. 98. As medidas de proteção à
Ministério Público e pelos Conselhos criança e ao adolescente são aplicáveis
Tutelares. sempre que os direitos reconhecidos nesta
Lei forem ameaçados ou violados:
Art. 96. Os planos de aplicação e as I - por ação ou omissão da sociedade ou
prestações de contas serão apresentados ao do Estado;
estado ou ao município, conforme a origem II - por falta, omissão ou abuso dos pais
das dotações orçamentárias. ou responsável;
III - em razão de sua conduta.
Art. 97. São medidas aplicáveis às
entidades de atendimento que Capítulo II
descumprirem obrigação constante do art. Das Medidas Específicas de Proteção
94, sem prejuízo da responsabilidade civil e
criminal de seus dirigentes ou prepostos: Art. 99. As medidas previstas neste
I - às entidades governamentais: Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
a) advertência; cumulativamente, bem como substituídas a
b) afastamento provisório de seus qualquer tempo.
dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus Art. 100. Na aplicação das medidas
dirigentes; levar-se-ão em conta as necessidades
d) fechamento de unidade ou interdição pedagógicas, preferindo-se aquelas que
de programa. visem ao fortalecimento dos vínculos
II - às entidades não-governamentais: familiares e comunitários.
a) advertência; Parágrafo único. São também princípios
b) suspensão total ou parcial do repasse que regem a aplicação das medidas:
de verbas públicas; I - condição da criança e do adolescente
c) interdição de unidades ou suspensão como sujeitos de direitos: crianças e
de programa; adolescentes são os titulares dos direitos
d) cassação do registro. previstos nesta e em outras Leis, bem como
§1º Em caso de reiteradas infrações na Constituição Federal;
cometidas por entidades de atendimento, II - proteção integral e prioritária: a
que coloquem em risco os direitos interpretação e aplicação de toda e qualquer
assegurados nesta Lei, deverá ser o fato norma contida nesta Lei deve ser voltada à
comunicado ao Ministério Público ou proteção integral e prioritária dos direitos
representado perante autoridade judiciária de que crianças e adolescentes são
competente para as providências cabíveis, titulares;
inclusive suspensão das atividades ou III - responsabilidade primária e
dissolução da entidade. solidária do poder público: a plena
§2º As pessoas jurídicas de direito efetivação dos direitos assegurados a
público e as organizações não crianças e a adolescentes por esta Lei e pela
governamentais responderão pelos danos Constituição Federal, salvo nos casos por
que seus agentes causarem às crianças e aos esta expressamente ressalvados, é de
adolescentes, caracterizado o responsabilidade primária e solidária das 3
descumprimento dos princípios norteadores (três) esferas de governo, sem prejuízo da
das atividades de proteção específica. municipalização do atendimento e da
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judiciária e importará na deflagração, a familiar ou, caso seja esta vedada por
pedido do Ministério Público ou de quem expressa e fundamentada determinação
tenha legítimo interesse, de procedimento judicial, as providências a serem tomadas
judicial contencioso, no qual se garanta aos para sua colocação em família substituta,
pais ou ao responsável legal o exercício do sob direta supervisão da autoridade
contraditório e da ampla defesa. judiciária.
§3º Crianças e adolescentes somente §7º O acolhimento familiar ou
poderão ser encaminhados às instituições institucional ocorrerá no local mais
que executam programas de acolhimento próximo à residência dos pais ou do
institucional, governamentais ou não, por responsável e, como parte do processo de
meio de uma Guia de Acolhimento, reintegração familiar, sempre que
expedida pela autoridade judiciária, na qual identificada a necessidade, a família de
obrigatoriamente constará, dentre outros: origem será incluída em programas oficiais
I - sua identificação e a qualificação de orientação, de apoio e de promoção
completa de seus pais ou de seu social, sendo facilitado e estimulado o
responsável, se conhecidos; contato com a criança ou com o adolescente
II - o endereço de residência dos pais ou acolhido.
do responsável, com pontos de referência; §8º Verificada a possibilidade de
III - os nomes de parentes ou de terceiros reintegração familiar, o responsável pelo
interessados em tê-los sob sua guarda; programa de acolhimento familiar ou
IV - os motivos da retirada ou da não institucional fará imediata comunicação à
reintegração ao convívio familiar. autoridade judiciária, que dará vista ao
§4º Imediatamente após o acolhimento Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco)
da criança ou do adolescente, a entidade dias, decidindo em igual prazo.
responsável pelo programa de acolhimento §9º Em sendo constatada a
institucional ou familiar elaborará um plano impossibilidade de reintegração da criança
individual de atendimento, visando à ou do adolescente à família de origem, após
reintegração familiar, ressalvada a seu encaminhamento a programas oficiais
existência de ordem escrita e fundamentada ou comunitários de orientação, apoio e
em contrário de autoridade judiciária promoção social, será enviado relatório
competente, caso em que também deverá fundamentado ao Ministério Público, no
contemplar sua colocação em família qual conste a descrição pormenorizada das
substituta, observadas as regras e princípios providências tomadas e a expressa
desta Lei. recomendação, subscrita pelos técnicos da
§5º O plano individual será elaborado entidade ou responsáveis pela execução da
sob a responsabilidade da equipe técnica do política municipal de garantia do direito à
respectivo programa de atendimento e convivência familiar, para a destituição do
levará em consideração a opinião da criança poder familiar, ou destituição de tutela ou
ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do guarda.
responsável. § 10. Recebido o relatório, o Ministério
§6º Constarão do plano individual, Público terá o prazo de 15 (quinze) dias
dentre outros: para o ingresso com a ação de destituição
I - os resultados da avaliação do poder familiar, salvo se entender
interdisciplinar; necessária a realização de estudos
II - os compromissos assumidos pelos complementares ou de outras providências
pais ou responsável; e indispensáveis ao ajuizamento da
III - a previsão das atividades a serem demanda.
desenvolvidas com a criança ou com o § 11. A autoridade judiciária manterá,
adolescente acolhido e seus pais ou em cada comarca ou foro regional, um
responsável, com vista na reintegração cadastro contendo informações atualizadas
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Art. 102. As medidas de proteção de que Art. 105. Ao ato infracional praticado
trata este Capítulo serão acompanhadas da por criança corresponderão as medidas
regularização do registro civil. previstas no art. 101.
§ 1º Verificada a inexistência de registro
anterior, o assento de nascimento da criança Capítulo II
ou adolescente será feito à vista dos Dos Direitos Individuais
elementos disponíveis, mediante requisição
da autoridade judiciária. Art. 106. Nenhum adolescente será
§ 2º Os registros e certidões necessários privado de sua liberdade senão em flagrante
à regularização de que trata este artigo são de ato infracional ou por ordem escrita e
isentos de multas, custas e emolumentos, fundamentada da autoridade judiciária
gozando de absoluta prioridade. competente.
§3º Caso ainda não definida a Parágrafo único. O adolescente tem
paternidade, será deflagrado procedimento direito à identificação dos responsáveis pela
específico destinado à sua averiguação, sua apreensão, devendo ser informado
conforme previsto pela Lei nº 8.560, de 29 acerca de seus direitos.
de dezembro de 1992.
§4º Nas hipóteses previstas no §3º deste Art. 107. A apreensão de qualquer
artigo, é dispensável o ajuizamento de ação adolescente e o local onde se encontra
de investigação de paternidade pelo recolhido serão incontinenti comunicados à
Ministério Público se, após o não autoridade judiciária competente e à família
comparecimento ou a recusa do suposto pai do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
em assumir a paternidade a ele atribuída, a Parágrafo único. Examinar-se-á, desde
criança for encaminhada para adoção. logo e sob pena de responsabilidade, a
§5º Os registros e certidões necessários possibilidade de liberação imediata.
à inclusão, a qualquer tempo, do nome do
pai no assento de nascimento são isentos de Art. 108. A internação, antes da
multas, custas e emolumentos, gozando de sentença, pode ser determinada pelo prazo
absoluta prioridade. máximo de quarenta e cinco dias.
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Art. 141. É garantido o acesso de toda Art. 145. Os estados e o Distrito Federal
criança ou adolescente à Defensoria poderão criar varas especializadas e
Pública, ao Ministério Público e ao Poder exclusivas da infância e da juventude,
Judiciário, por qualquer de seus órgãos. cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será proporcionalidade por número de
prestada aos que dela necessitarem, através habitantes, dotá-las de infra-estrutura e
de defensor público ou advogado nomeado. dispor sobre o atendimento, inclusive em
§ 2º As ações judiciais da competência plantões.
da Justiça da Infância e da Juventude são
isentas de custas e emolumentos, ressalvada Seção II
a hipótese de litigância de má-fé. Do Juiz
Art. 142. Os menores de dezesseis anos Art. 146. A autoridade a que se refere
serão representados e os maiores de esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude,
dezesseis e menores de vinte e um anos ou o juiz que exerce essa função, na forma
assistidos por seus pais, tutores ou da lei de organização judiciária local.
curadores, na forma da legislação civil ou
processual. Art. 147. A competência será
Parágrafo único. A autoridade judiciária determinada:
dará curador especial à criança ou I - pelo domicílio dos pais ou
adolescente, sempre que os interesses responsável;
destes colidirem com os de seus pais ou II - pelo lugar onde se encontre a criança
responsável, ou quando carecer de ou adolescente, à falta dos pais ou
representação ou assistência legal ainda que responsável.
eventual. § 1º. Nos casos de ato infracional, será
competente a autoridade do lugar da ação
Art. 143. E vedada a divulgação de atos ou omissão, observadas as regras de
judiciais, policiais e administrativos que conexão, continência e prevenção.
digam respeito a crianças e adolescentes a § 2º A execução das medidas poderá ser
que se atribua autoria de ato infracional. delegada à autoridade competente da
Parágrafo único. Qualquer notícia a residência dos pais ou responsável, ou do
respeito do fato não poderá identificar a local onde sediar-se a entidade que abrigar
criança ou adolescente, vedando-se a criança ou adolescente.
fotografia, referência a nome, apelido, § 3º Em caso de infração cometida
filiação, parentesco, residência e, inclusive, através de transmissão simultânea de rádio
iniciais do nome e sobrenome. ou televisão, que atinja mais de uma
comarca, será competente, para aplicação
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Art. 162. Apresentada a resposta, a Art. 165. São requisitos para a concessão
autoridade judiciária dará vista dos autos ao de pedidos de colocação em família
Ministério Público, por cinco dias, salvo substituta:
quando este for o requerente, designando, I - qualificação completa do requerente e
desde logo, audiência de instrução e de seu eventual cônjuge, ou companheiro,
julgamento. com expressa anuência deste;
§ 1º (Revogado) . II - indicação de eventual parentesco do
§2º Na audiência, presentes as partes e o requerente e de seu cônjuge, ou
Ministério Público, serão ouvidas as companheiro, com a criança ou
testemunhas, colhendo-se oralmente o adolescente, especificando se tem ou não
parecer técnico, salvo quando apresentado parente vivo;
por escrito, manifestando-se III - qualificação completa da criança ou
sucessivamente o requerente, o requerido e adolescente e de seus pais, se conhecidos;
o Ministério Público, pelo tempo de 20 IV - indicação do cartório onde foi
(vinte) minutos cada um, prorrogável por inscrito nascimento, anexando, se possível,
mais 10 (dez) minutos. uma cópia da respectiva certidão;
§3º A decisão será proferida na V - declaração sobre a existência de
audiência, podendo a autoridade judiciária, bens, direitos ou rendimentos relativos à
excepcionalmente, designar data para sua criança ou ao adolescente.
leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias. Parágrafo único. Em se tratando de
§4º Quando o procedimento de adoção, observar-se-ão também os
destituição de poder familiar for iniciado requisitos específicos.
pelo Ministério Público, não haverá
necessidade de nomeação de curador Art. 166. Se os pais forem falecidos,
especial em favor da criança ou
adolescente. tiverem sido destituídos ou suspensos do
poder familiar, ou houverem aderido
Art. 163. O prazo máximo para expressamente ao pedido de colocação em
conclusão do procedimento será de 120 família substituta, este poderá ser
(cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no formulado diretamente em cartório, em
caso de notória inviabilidade de petição assinada pelos próprios requerentes,
manutenção do poder familiar, dirigir dispensada a assistência de advogado.
esforços para preparar a criança ou o §1º Na hipótese de concordância dos
adolescente com vistas à colocação em pais, o juiz:
família substituta.
I - na presença do Ministério Público,
Parágrafo único. A sentença que decretar
ouvirá as partes, devidamente assistidas por
a perda ou a suspensão do poder familiar
advogado ou por defensor público, para
será averbada à margem do registro de
verificar sua concordância com a adoção,
nascimento da criança ou do adolescente.
no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado
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de adoção importará na sua exclusão dos Art. 199. Contra as decisões proferidas
cadastros de adoção e na vedação de com base no art. 149 caberá recurso de
renovação da habilitação, salvo decisão apelação.
judicial fundamentada, sem prejuízo das
demais sanções previstas na legislação Art. 199-A. A sentença que deferir a
vigente. adoção produz efeito desde logo, embora
sujeita a apelação, que será recebida
Art. 197-F. O prazo máximo para exclusivamente no efeito devolutivo, salvo
conclusão da habilitação à adoção será de se se tratar de adoção internacional ou se
120 (cento e vinte) dias, prorrogável por houver perigo de dano irreparável ou de
igual período, mediante decisão difícil reparação ao adotando.
fundamentada da autoridade judiciária.
Art. 199-B. A sentença que destituir
Capítulo IV ambos ou qualquer dos genitores do poder
Dos Recursos familiar fica sujeita a apelação, que deverá
ser recebida apenas no efeito devolutivo.
Art. 198. Nos procedimentos afetos à
Justiça da Infância e da Juventude, Art. 199-C. Os recursos nos
inclusive os relativos à execução das procedimentos de adoção e de destituição
medidas socioeducativas, adotar-se-á o de poder familiar, em face da relevância das
sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de questões, serão processados com prioridade
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) absoluta, devendo ser imediatamente
, com as seguintes adaptações: distribuídos, ficando vedado que aguardem,
I - os recursos serão interpostos em qualquer situação, oportuna
independentemente de preparo; distribuição, e serão colocados em mesa
II - em todos os recursos, salvo nos para julgamento sem revisão e com parecer
embargos de declaração, o prazo para o urgente do Ministério Público.
Ministério Público e para a defesa será
sempre de 10 (dez) dias; Art. 199-D. O relator deverá colocar o
III - os recursos terão preferência de processo em mesa para julgamento no
julgamento e dispensarão revisor; prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
IV - (Revogado) contado da sua conclusão.
V - (Revogado) Parágrafo único. O Ministério Público
VI - (Revogado) será intimado da data do julgamento e
VII - antes de determinar a remessa dos poderá na sessão, se entender necessário,
autos à superior instância, no caso de apresentar oralmente seu parecer.
apelação, ou do instrumento, no caso de
agravo, a autoridade judiciária proferirá Art. 199-E. O Ministério Público poderá
despacho fundamentado, mantendo ou requerer a instauração de procedimento
reformando a decisão, no prazo de cinco para apuração de responsabilidades se
dias; constatar o descumprimento das
VIII - mantida a decisão apelada ou providências e do prazo previstos nos
agravada, o escrivão remeterá os autos ou o artigos anteriores.
instrumento à superior instância dentro de
vinte e quatro horas, independentemente de Capítulo V
novo pedido do recorrente; se a reformar, a Do Ministério Público
remessa dos autos dependerá de pedido
expresso da parte interessada ou do Art. 200. As funções do Ministério
Ministério Público, no prazo de cinco dias, Público previstas nesta Lei serão exercidas
contados da intimação. nos termos da respectiva lei orgânica.
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ao autor, mas será devida desde o dia em Art. 219. Nas ações de que trata este
que se houver configurado o Capítulo, não haverá adiantamento de
descumprimento. custas, emolumentos, honorários periciais e
quaisquer outras despesas.
Art. 214. Os valores das multas
reverterão ao fundo gerido pelo Conselho Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o
dos Direitos da Criança e do Adolescente servidor público deverá provocar a
do respectivo município. iniciativa do Ministério Público, prestando-
§ 1º As multas não recolhidas até trinta lhe informações sobre fatos que constituam
dias após o trânsito em julgado da decisão objeto de ação civil, e indicando-lhe os
serão exigidas através de execução elementos de convicção.
promovida pelo Ministério Público, nos
mesmos autos, facultada igual iniciativa aos Art. 221. Se, no exercício de suas
demais legitimados. funções, os juízos e tribunais tiverem
§ 2º Enquanto o fundo não for conhecimento de fatos que possam ensejar
regulamentado, o dinheiro ficará a propositura de ação civil, remeterão peças
depositado em estabelecimento oficial de ao Ministério Público para as providências
crédito, em conta com correção monetária. cabíveis.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito Art. 222. Para instruir a petição inicial, o
suspensivo aos recursos, para evitar dano interessado poderá requerer às autoridades
irreparável à parte. competentes as certidões e informações que
julgar necessárias, que serão fornecidas no
Art. 216. Transitada em julgado a
sentença que impuser condenação ao poder prazo de quinze dias.
público, o juiz determinará a remessa de
peças à autoridade competente, para Art. 223. O Ministério Público poderá
apuração da responsabilidade civil e instaurar, sob sua presidência, inquérito
administrativa do agente a que se atribua a civil, ou requisitar, de qualquer pessoa,
ação ou omissão. organismo público ou particular, certidões,
informações, exames ou perícias, no prazo
que assinalar, o qual não poderá ser inferior
Art. 217. Decorridos sessenta dias do a dez dias úteis.
trânsito em julgado da sentença § 1º Se o órgão do Ministério Público,
condenatória sem que a associação autora esgotadas todas as diligências, se convencer
lhe promova a execução, deverá fazê-lo o da inexistência de fundamento para a
Ministério Público, facultada igual propositura da ação cível, promoverá o
iniciativa aos demais legitimados. arquivamento dos autos do inquérito civil
ou das peças informativas, fazendo-o
Art. 218. O juiz condenará a associação fundamentadamente.
autora a pagar ao réu os honorários § 2º Os autos do inquérito civil ou as
advocatícios arbitrados na conformidade do peças de informação arquivados serão
§ 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de remetidos, sob pena de se incorrer em falta
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) grave, no prazo de três dias, ao Conselho
, quando reconhecer que a pretensão é Superior do Ministério Público.
manifestamente infundada. § 3º Até que seja homologada ou
Parágrafo único. Em caso de litigância rejeitada a promoção de arquivamento, em
de má-fé, a associação autora e os diretores sessão do Conselho Superior do Ministério
responsáveis pela propositura da ação serão público, poderão as associações legitimadas
solidariamente condenados ao décuplo das apresentar razões escritas ou documentos,
custas, sem prejuízo de responsabilidade que serão juntados aos autos do inquérito ou
por perdas e danos. anexados às peças de informação.
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Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei Art. 230. Privar a criança ou o
são de ação pública incondicionada. adolescente de sua liberdade, procedendo à
sua apreensão sem estar em flagrante de ato
Art. 227-A Os efeitos da condenação infracional ou inexistindo ordem escrita da
prevista no inciso I do caput do art. 92 do autoridade judiciária competente:
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Pena - detenção de seis meses a dois Pena - reclusão de dois a seis anos, e
anos. multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena
aquele que procede à apreensão sem Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega
observância das formalidades legais. de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga
ou recompensa:
Art. 231. Deixar a autoridade policial Pena - reclusão de um a quatro anos, e
responsável pela apreensão de criança ou multa.
adolescente de fazer imediata comunicação Parágrafo único. Incide nas mesmas
à autoridade judiciária competente e à penas quem oferece ou efetiva a paga ou
família do apreendido ou à pessoa por ele recompensa.
indicada:
Pena - detenção de seis meses a dois Art. 239. Promover ou auxiliar a
anos. efetivação de ato destinado ao envio de
criança ou adolescente para o exterior com
Art. 232. Submeter criança ou inobservância das formalidades legais ou
adolescente sob sua autoridade, guarda ou com o fito de obter lucro:
vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena - reclusão de quatro a seis anos, e
Pena - detenção de seis meses a dois multa.
anos. Parágrafo único. Se há emprego de
violência, grave ameaça ou fraude:
Art. 233. (Revogado) Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito)
anos, além da pena correspondente à
Art. 234. Deixar a autoridade violência.
competente, sem justa causa, de ordenar a
imediata liberação de criança ou Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir,
adolescente, tão logo tenha conhecimento fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
da ilegalidade da apreensão: meio, cena de sexo explícito ou
Pena - detenção de seis meses a dois pornográfica, envolvendo criança ou
anos. adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
Art. 235. Descumprir, anos, e multa.
injustificadamente, prazo fixado nesta Lei §1º Incorre nas mesmas penas quem
em benefício de adolescente privado de agencia, facilita, recruta, coage, ou de
liberdade: qualquer modo intermedeia a participação
Pena - detenção de seis meses a dois de criança ou adolescente nas cenas
anos. referidas no caput deste artigo, ou ainda
quem com esses contracena.
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação §2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço)
de autoridade judiciária, membro do se o agente comete o crime:
Conselho Tutelar ou representante do I – no exercício de cargo ou função
Ministério Público no exercício de função pública ou a pretexto de exercê-la;
prevista nesta Lei: II – prevalecendo-se de relações
Pena - detenção de seis meses a dois domésticas, de coabitação ou de
anos. hospitalidade; ou
III – prevalecendo-se de relações de
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente parentesco consanguíneo ou afim até o
ao poder de quem o tem sob sua guarda em terceiro grau, ou por adoção, de tutor,
virtude de lei ou ordem judicial, com o fim curador, preceptor, empregador da vítima
de colocação em lar substituto: ou de quem, a qualquer outro título, tenha
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Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, adotadas, de pessoas ou casais habilitados à
amostra ou congênere classificado pelo adoção e de crianças e adolescentes em
órgão competente como inadequado às regime de acolhimento institucional ou
crianças ou adolescentes admitidos ao familiar.
espetáculo:
Pena - multa de vinte a cem salários de Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro
referência; na reincidência, a autoridade ou dirigente de estabelecimento de atenção
poderá determinar a suspensão do à saúde de gestante de efetuar imediato
espetáculo ou o fechamento do encaminhamento à autoridade judiciária de
estabelecimento por até quinze dias. caso de que tenha conhecimento de mãe ou
gestante interessada em entregar seu filho
Art. 256. Vender ou locar a criança ou para adoção:
adolescente fita de programação em vídeo, Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais)
em desacordo com a classificação atribuída a R$ 3.000,00 (três mil reais).
pelo órgão competente: Parágrafo único. Incorre na mesma pena
Pena - multa de três a vinte salários de o funcionário de programa oficial ou
referência; em caso de reincidência, a comunitário destinado à garantia do direito
autoridade judiciária poderá determinar o à convivência familiar que deixa de efetuar
fechamento do estabelecimento por até a comunicação referida no caput deste
quinze dias. artigo.
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I - 1% (um por cento) do imposto sobre II - não poderá ser computada como
a renda devido apurado pelas pessoas despesa operacional na apuração do lucro
jurídicas tributadas com base no lucro real; real.
e
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre Art. 260-A. A partir do exercício de
a renda apurado pelas pessoas físicas na 2010, ano-calendário de 2009, a pessoa
Declaração de Ajuste Anual, observado o física poderá optar pela doação de que trata
disposto no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 o inciso II do caput do art. 260 diretamente
de dezembro de 1997 . em sua Declaração de Ajuste Anual.
§ 1º - (Revogado) §1º A doação de que trata o caput poderá
§1º -A. Na definição das prioridades a ser deduzida até os seguintes percentuais
serem atendidas com os recursos captados aplicados sobre o imposto apurado na
pelos fundos nacional, estaduais e declaração:
municipais dos direitos da criança e do I - (VETADO);
adolescente, serão consideradas as II - (VETADO);
disposições do Plano Nacional de III - 3% (três por cento) a partir do
Promoção, Proteção e Defesa do Direito de exercício de 2012.
Crianças e Adolescentes à Convivência §2º A dedução de que trata o caput :
Familiar e Comunitária e as do Plano I - está sujeita ao limite de 6% (seis por
Nacional pela Primeira Infância. cento) do imposto sobre a renda apurado na
§2º Os conselhos nacional, estaduais e declaração de que trata o inciso II do caput
municipais dos direitos da criança e do do art. 260;
adolescente fixarão critérios de utilização, II - não se aplica à pessoa física que:
por meio de planos de aplicação, das a) utilizar o desconto simplificado;
dotações subsidiadas e demais receitas, b) apresentar declaração em formulário;
aplicando necessariamente percentual para ou
incentivo ao acolhimento, sob a forma de c) entregar a declaração fora do prazo;
guarda, de crianças e adolescentes e para III - só se aplica às doações em espécie;
programas de atenção integral à primeira e
infância em áreas de maior carência IV - não exclui ou reduz outros
socioeconômica e em situações de benefícios ou deduções em vigor.
calamidade. §3º O pagamento da doação deve ser
§ 3º O Departamento da Receita Federal, efetuado até a data de vencimento da
do Ministério da Economia, Fazenda e primeira quota ou quota única do imposto,
Planejamento, regulamentará a observadas instruções específicas da
comprovação das doações feitas aos Secretaria da Receita Federal do Brasil.
fundos, nos termos deste artigo. §4º O não pagamento da doação no
§ 4º O Ministério Público determinará prazo estabelecido no §3º implica a glosa
em cada comarca a forma de fiscalização da definitiva desta parcela de dedução, ficando
aplicação, pelo Fundo Municipal dos a pessoa física obrigada ao recolhimento da
Direitos da Criança e do Adolescente, dos diferença de imposto devido apurado na
incentivos fiscais referidos neste artigo. Declaração de Ajuste Anual com os
§5º Observado o disposto no §4º do art. acréscimos legais previstos na legislação.
3 o da Lei n o 9.249, de 26 de dezembro de §5º A pessoa física poderá deduzir do
1995, a dedução de que trata o inciso I do imposto apurado na Declaração de Ajuste
caput: Anual as doações feitas, no respectivo ano-
I - será considerada isoladamente, não se calendário, aos fundos controlados pelos
submetendo a limite em conjunto com Conselhos dos Direitos da Criança e do
outras deduções do imposto; e Adolescente municipais, distrital, estaduais
e nacional concomitantemente com a opção
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de que trata o caput, respeitado o limite houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e
previsto no inciso II do art. 260. endereço dos avaliadores.
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Art. 260-H. Em caso de descumprimento relação atualizada dos Fundos dos Direitos
das obrigações previstas no art. 260-G, a da Criança e do Adolescente nacional,
Secretaria da Receita Federal do Brasil dará distrital, estaduais e municipais, com a
conhecimento do fato ao Ministério indicação dos respectivos números de
Público. inscrição no CNPJ e das contas bancárias
específicas mantidas em instituições
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da financeiras públicas, destinadas
Criança e do Adolescente nacional, exclusivamente a gerir os recursos dos
estaduais, distrital e municipais divulgarão Fundos.
amplamente à comunidade:
I - o calendário de suas reuniões; Art. 260-L. A Secretaria da Receita
II - as ações prioritárias para aplicação Federal do Brasil expedirá as instruções
das políticas de atendimento à criança e ao necessárias à aplicação do disposto nos arts.
adolescente; 260 a 260-K.
III - os requisitos para a apresentação de
projetos a serem beneficiados com recursos Art. 261. A falta dos conselhos
dos Fundos dos Direitos da Criança e do municipais dos direitos da criança e do
Adolescente nacional, estaduais, distrital ou adolescente, os registros, inscrições e
municipais; alterações a que se referem os arts. 90,
IV - a relação dos projetos aprovados em parágrafo único, e 91 desta Lei serão
cada ano-calendário e o valor dos recursos efetuados perante a autoridade judiciária da
previstos para implementação das ações, comarca a que pertencer a entidade.
por projeto; Parágrafo único. A União fica autorizada
V - o total dos recursos recebidos e a a repassar aos estados e municípios, e os
respectiva destinação, por projeto atendido, estados aos municípios, os recursos
inclusive com cadastramento na base de referentes aos programas e atividades
dados do Sistema de Informações sobre a previstos nesta Lei, tão logo estejam criados
Infância e a Adolescência; e os conselhos dos direitos da criança e do
VI - a avaliação dos resultados dos adolescente nos seus respectivos níveis.
projetos beneficiados com recursos dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Art. 262. Enquanto não instalados os
Adolescente nacional, estaduais, distrital e Conselhos Tutelares, as atribuições a eles
municipais. conferidas serão exercidas pela autoridade
judiciária.
Art. 260-J. O Ministério Público
determinará, em cada Comarca, a forma de Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7
fiscalização da aplicação dos incentivos de dezembro de 1940 (Código Penal), passa
fiscais referidos no art. 260 desta Lei. a vigorar com as seguintes alterações:
Parágrafo único. O descumprimento do
disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os 1) Art. 121
infratores a responder por ação judicial .........................................................
proposta pelo Ministério Público, que § 4º No homicídio culposo, a pena é
poderá atuar de ofício, a requerimento ou aumentada de um terço, se o crime resulta
representação de qualquer cidadão. de inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou ofício, ou se o agente
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos deixa de prestar imediato socorro à vítima,
Humanos da Presidência da República não procura diminuir as consequências do
(SDH/PR) encaminhará à Secretaria da seu ato, ou foge para evitar prisão em
Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
de cada ano, arquivo eletrônico contendo a é aumentada de um terço, se o crime é
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Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão rendimento dos alunos, bem como sobre a
de: execução da proposta pedagógica da
I - organizar, manter e desenvolver os escola;
órgãos e instituições oficiais dos seus VIII – notificar ao Conselho Tutelar do
sistemas de ensino, integrando-os às Município a relação dos alunos que
políticas e planos educacionais da União e apresentem quantidade de faltas acima de
dos Estados; 30% (trinta por cento) do percentual
II - exercer ação redistributiva em permitido em lei;
relação às suas escolas; IX - promover medidas de
III - baixar normas complementares para conscientização, de prevenção e de
o seu sistema de ensino; combate a todos os tipos de violência,
IV - autorizar, credenciar e supervisionar especialmente a intimidação sistemática
os estabelecimentos do seu sistema de (bullying), no âmbito das escolas;
ensino; X - estabelecer ações destinadas a
V - oferecer a educação infantil em promover a cultura de paz nas escolas
creches e pré-escolas, e, com prioridade, o XI - promover ambiente escolar seguro,
ensino fundamental, permitida a atuação adotando estratégias de prevenção e
em outros níveis de ensino somente quando enfrentamento ao uso ou dependência de
estiverem atendidas plenamente as drogas.
necessidades de sua área de competência e
com recursos acima dos percentuais Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
mínimos vinculados pela Constituição I - participar da elaboração da proposta
Federal à manutenção e desenvolvimento pedagógica do estabelecimento de ensino;
do ensino. II - elaborar e cumprir plano de trabalho,
VI - assumir o transporte escolar dos segundo a proposta pedagógica do
alunos da rede municipal. estabelecimento de ensino;
Parágrafo único. Os Municípios poderão III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
optar, ainda, por se integrar ao sistema IV - estabelecer estratégias de
estadual de ensino ou compor com ele um recuperação para os alunos de menor
sistema único de educação básica. rendimento;
V - ministrar os dias letivos e horas-aula
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, estabelecidos, além de participar
respeitadas as normas comuns e as do seu integralmente dos períodos dedicados ao
sistema de ensino, terão a incumbência de: planejamento, à avaliação e ao
I - elaborar e executar sua proposta desenvolvimento profissional;
pedagógica; VI - colaborar com as atividades de
II - administrar seu pessoal e seus articulação da escola com as famílias e a
recursos materiais e financeiros; comunidade.
III - assegurar o cumprimento dos dias
letivos e horas-aula estabelecidas; Art. 14. Os sistemas de ensino definirão
IV - velar pelo cumprimento do plano de as normas da gestão democrática do ensino
trabalho de cada docente; público na educação básica, de acordo com
V - prover meios para a recuperação dos as suas peculiaridades e conforme os
alunos de menor rendimento; seguintes princípios:
VI - articular-se com as famílias e a I - participação dos profissionais da
comunidade, criando processos de educação na elaboração do projeto
integração da sociedade com a escola; pedagógico da escola;
VII - informar pai e mãe, conviventes ou II - participação das comunidades
não com seus filhos, e, se for o caso, os escolar e local em conselhos escolares ou
responsáveis legais, sobre a frequência e equivalentes.
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horas anuais de carga horária, a partir de 2 educação básica, sendo sua prática
de março de 2017. facultativa ao aluno:
§ 2o Os sistemas de ensino disporão I – que cumpra jornada de trabalho igual
sobre a oferta de educação de jovens e ou superior a seis horas;
adultos e de ensino noturno regular, II – maior de trinta anos de idade;
adequado às condições do educando, III – que estiver prestando serviço
conforme o inciso VI do art. 4º. militar inicial ou que, em situação similar,
estiver obrigado à prática da educação
Art. 25. Será objetivo permanente das física;
autoridades responsáveis alcançar relação IV – amparado pelo Decreto-Lei no
adequada entre o número de alunos e o 1.044, de 21 de outubro de 1969;
professor, a carga horária e as condições V – (VETADO)
materiais do estabelecimento. VI – que tenha prole.
Parágrafo único. Cabe ao respectivo § 4º O ensino da História do Brasil levará
sistema de ensino, à vista das condições em conta as contribuições das diferentes
disponíveis e das características regionais e culturas e etnias para a formação do povo
locais, estabelecer parâmetro para brasileiro, especialmente das matrizes
atendimento do disposto neste artigo. indígena, africana e europeia.
§ 5º No currículo do ensino fundamental,
Art. 26. Os currículos do ensino a partir do sexto ano, será ofertada a língua
fundamental e médio devem ter uma base inglesa.
nacional comum, a ser complementada, em § 6º As artes visuais, a dança, a música e
cada sistema de ensino e estabelecimento o teatro são as linguagens que constituirão
escolar, por uma parte diversificada, o componente curricular de que trata o § 2o
exigida pelas características regionais e deste artigo.
locais da sociedade, da cultura, da § 7º A integralização curricular poderá
economia e da clientela. incluir, a critério dos sistemas de ensino,
projetos e pesquisas envolvendo os temas
Art. 26. Os currículos da educação transversais de que trata o caput.
infantil, do ensino fundamental e do ensino § 8º A exibição de filmes de produção
médio devem ter base nacional comum, a nacional constituirá componente curricular
ser complementada, em cada sistema de complementar integrado à proposta
ensino e em cada estabelecimento escolar, pedagógica da escola, sendo a sua exibição
por uma parte diversificada, exigida pelas obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas
características regionais e locais da mensais. § 9º Conteúdos relativos aos
sociedade, da cultura, da economia e dos direitos humanos e à prevenção de todas as
educandos. formas de violência contra a criança, o
§ 1º Os currículos a que se refere o caput adolescente e a mulher serão incluídos,
devem abranger, obrigatoriamente, o como temas transversais, nos currículos de
estudo da língua portuguesa e da que trata o caput deste artigo, observadas as
matemática, o conhecimento do mundo diretrizes da legislação correspondente e a
físico e natural e da realidade social e produção e distribuição de material didático
política, especialmente do Brasil. adequado a cada nível de ensino. (Redação
§ 2º O ensino da arte, especialmente em dada pela Lei nº 14.164, de 2021)
suas expressões regionais, constituirá § 9º-A. A educação alimentar e
componente curricular obrigatório da nutricional será incluída entre os temas
educação básica. transversais de que trata o caput.
§ 3º A educação física, integrada à § 10. A inclusão de novos componentes
proposta pedagógica da escola, é curriculares de caráter obrigatório na Base
componente curricular obrigatório da Nacional Comum Curricular dependerá de
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Art. 43. A educação superior tem por Art. 44. A educação superior abrangerá
finalidade: os seguintes cursos e programas:
I - estimular a criação cultural e o (Regulamento)
desenvolvimento do espírito científico e do I - cursos sequenciais por campo de
pensamento reflexivo; saber, de diferentes níveis de abrangência,
II - formar diplomados nas diferentes abertos a candidatos que atendam aos
áreas de conhecimento, aptos para a requisitos estabelecidos pelas instituições
inserção em setores profissionais e para a de ensino, desde que tenham concluído o
participação no desenvolvimento da ensino médio ou equivalente;
sociedade brasileira, e colaborar na sua II - de graduação, abertos a candidatos
formação contínua; que tenham concluído o ensino médio ou
III - incentivar o trabalho de pesquisa e equivalente e tenham sido classificados em
investigação científica, visando o processo seletivo;
desenvolvimento da ciência e da tecnologia III - de pós-graduação, compreendendo
e da criação e difusão da cultura, e, desse programas de mestrado e doutorado, cursos
modo, desenvolver o entendimento do de especialização, aperfeiçoamento e
homem e do meio em que vive; outros, abertos a candidatos diplomados em
IV - promover a divulgação de cursos de graduação e que atendam às
conhecimentos culturais, científicos e exigências das instituições de ensino;
técnicos que constituem patrimônio da IV - de extensão, abertos a candidatos
humanidade e comunicar o saber através do que atendam aos requisitos estabelecidos
ensino, de publicações ou de outras formas em cada caso pelas instituições de ensino.
de comunicação; Parágrafo único. Os resultados do
V - suscitar o desejo permanente de processo seletivo referido no inciso II do
aperfeiçoamento cultural e profissional e caput deste artigo serão tornados públicos
possibilitar a correspondente concretização, pelas instituições de ensino superior, sendo
integrando os conhecimentos que vão sendo obrigatória a divulgação da relação nominal
adquiridos numa estrutura intelectual dos classificados, a respectiva ordem de
sistematizadora do conhecimento de cada classificação, bem como do cronograma
geração; das chamadas para matrícula, de acordo
VI - estimular o conhecimento dos com os critérios para preenchimento das
problemas do mundo presente, em vagas constantes do respectivo edital.
particular os nacionais e regionais, prestar § 1º O resultado do processo seletivo
serviços especializados à comunidade e referido no inciso II do caput deste artigo
estabelecer com esta uma relação de será tornado público pela instituição de
reciprocidade; ensino superior, sendo obrigatórios a
VII - promover a extensão, aberta à divulgação da relação nominal dos
participação da população, visando à classificados, a respectiva ordem de
difusão das conquistas e benefícios classificação e o cronograma das chamadas
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Municípios, estabelecerá padrão mínimo de disposto nesta Lei, sem prejuízo de outras
oportunidades educacionais para o ensino prescrições legais.
fundamental, baseado no cálculo do custo
mínimo por aluno, capaz de assegurar Art. 77. Os recursos públicos serão
ensino de qualidade. destinados às escolas públicas, podendo ser
Parágrafo único. O custo mínimo de que dirigidos a escolas comunitárias,
trata este artigo será calculado pela União confessionais ou filantrópicas que:
ao final de cada ano, com validade para o I - comprovem finalidade não-lucrativa e
ano subsequente, considerando variações não distribuam resultados, dividendos,
regionais no custo dos insumos e as bonificações, participações ou parcela de
diversas modalidades de ensino. seu patrimônio sob nenhuma forma ou
pretexto;
Art. 75. A ação supletiva e redistributiva II - apliquem seus excedentes
da União e dos Estados será exercida de financeiros em educação;
modo a corrigir, progressivamente, as III - assegurem a destinação de seu
disparidades de acesso e garantir o padrão patrimônio a outra escola comunitária,
mínimo de qualidade de ensino. filantrópica ou confessional, ou ao Poder
§ 1º A ação a que se refere este artigo Público, no caso de encerramento de suas
obedecerá a fórmula de domínio público atividades;
que inclua a capacidade de atendimento e a IV - prestem contas ao Poder Público dos
medida do esforço fiscal do respectivo recursos recebidos.
Estado, do Distrito Federal ou do Município § 1º Os recursos de que trata este artigo
em favor da manutenção e do poderão ser destinados a bolsas de estudo
desenvolvimento do ensino. para a educação básica, na forma da lei,
§ 2º A capacidade de atendimento de para os que demonstrarem insuficiência de
cada governo será definida pela razão entre recursos, quando houver falta de vagas e
os recursos de uso constitucionalmente cursos regulares da rede pública de
obrigatório na manutenção e domicílio do educando, ficando o Poder
desenvolvimento do ensino e o custo anual Público obrigado a investir prioritariamente
do aluno, relativo ao padrão mínimo de na expansão da sua rede local.
qualidade. § 2º As atividades universitárias de
§ 3º Com base nos critérios pesquisa e extensão poderão receber apoio
estabelecidos nos §§ 1º e 2º, a União poderá financeiro do Poder Público, inclusive
fazer a transferência direta de recursos a mediante bolsas de estudo.
cada estabelecimento de ensino,
considerado o número de alunos que TÍTULO VIII
efetivamente frequentam a escola. Das Disposições Gerais
§ 4º A ação supletiva e redistributiva não
poderá ser exercida em favor do Distrito Art. 78. O Sistema de Ensino da União,
Federal, dos Estados e dos Municípios se com a colaboração das agências federais de
estes oferecerem vagas, na área de ensino fomento à cultura e de assistência aos
de sua responsabilidade, conforme o inciso índios, desenvolverá programas integrados
VI do art. 10 e o inciso V do art. 11 desta de ensino e pesquisa, para oferta de
Lei, em número inferior à sua capacidade de educação escolar bilingue e intercultural
atendimento. aos povos indígenas, com os seguintes
objetivos:
Art. 76. A ação supletiva e redistributiva
prevista no artigo anterior ficará
condicionada ao efetivo cumprimento pelos
Estados, Distrito Federal e Municípios do
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c) barreiras nos transportes: as existentes objetos existentes nas vias e nos espaços
nos sistemas e meios de transportes; públicos, superpostos ou adicionados aos
d) barreiras nas comunicações e na elementos de urbanização ou de edificação,
informação: qualquer entrave, obstáculo, de forma que sua modificação ou seu
atitude ou comportamento que dificulte ou traslado não provoque alterações
impossibilite a expressão ou o recebimento substanciais nesses elementos, tais como
de mensagens e de informações por semáforos, postes de sinalização e
intermédio de sistemas de comunicação e similares, terminais e pontos de acesso
de tecnologia da informação; coletivo às telecomunicações, fontes de
e) barreiras atitudinais: atitudes ou água, lixeiras, toldos, marquises, bancos,
comportamentos que impeçam ou quiosques e quaisquer outros de natureza
prejudiquem a participação social da pessoa análoga;
com deficiência em igualdade de condições IX - pessoa com mobilidade reduzida:
e oportunidades com as demais pessoas; aquela que tenha, por qualquer motivo,
f) barreiras tecnológicas: as que dificuldade de movimentação, permanente
dificultam ou impedem o acesso da pessoa ou temporária, gerando redução efetiva da
com deficiência às tecnologias; mobilidade, da flexibilidade, da
V - comunicação: forma de interação dos coordenação motora ou da percepção,
cidadãos que abrange, entre outras opções, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa
as línguas, inclusive a Língua Brasileira de com criança de colo e obeso;
Sinais (Libras), a visualização de textos, o X - residências inclusivas: unidades de
Braille, o sistema de sinalização ou de oferta do Serviço de Acolhimento do
comunicação tátil, os caracteres ampliados, Sistema Único de Assistência Social (Suas)
os dispositivos multimídia, assim como a localizadas em áreas residenciais da
linguagem simples, escrita e oral, os comunidade, com estruturas adequadas,
sistemas auditivos e os meios de voz que possam contar com apoio psicossocial
digitalizados e os modos, meios e formatos para o atendimento das necessidades da
aumentativos e alternativos de pessoa acolhida, destinadas a jovens e
comunicação, incluindo as tecnologias da adultos com deficiência, em situação de
informação e das comunicações; dependência, que não dispõem de
VI - adaptações razoáveis: adaptações, condições de autossustentabilidade e com
modificações e ajustes necessários e vínculos familiares fragilizados ou
adequados que não acarretem ônus rompidos;
desproporcional e indevido, quando XI - moradia para a vida independente da
requeridos em cada caso, a fim de assegurar pessoa com deficiência: moradia com
que a pessoa com deficiência possa gozar estruturas adequadas capazes de
ou exercer, em igualdade de condições e proporcionar serviços de apoio coletivos e
oportunidades com as demais pessoas, individualizados que respeitem e ampliem
todos os direitos e liberdades fundamentais; o grau de autonomia de jovens e adultos
VII - elemento de urbanização: com deficiência;
quaisquer componentes de obras de XII - atendente pessoal: pessoa, membro
urbanização, tais como os referentes a ou não da família, que, com ou sem
pavimentação, saneamento, encanamento remuneração, assiste ou presta cuidados
para esgotos, distribuição de energia básicos e essenciais à pessoa com
elétrica e de gás, iluminação pública, deficiência no exercício de suas atividades
serviços de comunicação, abastecimento e diárias, excluídas as técnicas ou os
distribuição de água, paisagismo e os que procedimentos identificados com
materializam as indicações do profissões legalmente estabelecidas;
planejamento urbanístico; XIII - profissional de apoio escolar:
VIII - mobiliário urbano: conjunto de pessoa que exerce atividades de
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Art. 9º A pessoa com deficiência tem Art. 11. A pessoa com deficiência não
direito a receber atendimento prioritário, poderá ser obrigada a se submeter a
sobretudo com a finalidade de: intervenção clínica ou cirúrgica, a
I - proteção e socorro em quaisquer tratamento ou a institucionalização forçada.
circunstâncias; Parágrafo único. O consentimento da
II - atendimento em todas as instituições pessoa com deficiência em situação de
e serviços de atendimento ao público; curatela poderá ser suprido, na forma da lei.
III - disponibilização de recursos, tanto
humanos quanto tecnológicos, que Art. 12. O consentimento prévio, livre e
garantam atendimento em igualdade de esclarecido da pessoa com deficiência é
condições com as demais pessoas; indispensável para a realização de
IV - disponibilização de pontos de tratamento, procedimento, hospitalização e
parada, estações e terminais acessíveis de pesquisa científica.
transporte coletivo de passageiros e § 1º Em caso de pessoa com deficiência
garantia de segurança no embarque e no em situação de curatela, deve ser
desembarque; assegurada sua participação, no maior grau
V - acesso a informações e possível, para a obtenção de consentimento.
disponibilização de recursos de § 2º A pesquisa científica envolvendo
comunicação acessíveis; pessoa com deficiência em situação de
VI - recebimento de restituição de tutela ou de curatela deve ser realizada, em
imposto de renda; caráter excepcional, apenas quando houver
VII - tramitação processual e indícios de benefício direto para sua saúde
procedimentos judiciais e administrativos ou para a saúde de outras pessoas com
em que for parte ou interessada, em todos deficiência e desde que não haja outra
os atos e diligências. opção de pesquisa de eficácia comparável
§ 1º Os direitos previstos neste artigo são com participantes não tutelados ou
extensivos ao acompanhante da pessoa com curatelados.
deficiência ou ao seu atendente pessoal,
exceto quanto ao disposto nos incisos VI e Art. 13. A pessoa com deficiência
VII deste artigo. somente será atendida sem seu
§ 2º Nos serviços de emergência consentimento prévio, livre e esclarecido
públicos e privados, a prioridade conferida em casos de risco de morte e de emergência
por esta Lei é condicionada aos protocolos em saúde, resguardado seu superior
de atendimento médico. interesse e adotadas as salvaguardas legais
cabíveis.
TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO II
CAPÍTULO I DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À
DO DIREITO À VIDA REABILITAÇÃO
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Art. 19. Compete ao SUS desenvolver Art. 23. São vedadas todas as formas de
ações destinadas à prevenção de discriminação contra a pessoa com
deficiências por causas evitáveis, inclusive deficiência, inclusive por meio de cobrança
por meio de: de valores diferenciados por planos e
I - acompanhamento da gravidez, do seguros privados de saúde, em razão de sua
parto e do puerpério, com garantia de parto condição.
humanizado e seguro;
II - promoção de práticas alimentares Art. 24. É assegurado à pessoa com
adequadas e saudáveis, vigilância alimentar deficiência o acesso aos serviços de saúde,
e nutricional, prevenção e cuidado integral tanto públicos como privados, e às
dos agravos relacionados à alimentação e informações prestadas e recebidas, por
nutrição da mulher e da criança; meio de recursos de tecnologia assistiva e
de todas as formas de comunicação
previstas no inciso V do art. 3º desta Lei.
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IX - adoção de medidas de apoio que caput deste artigo, sendo vedada a cobrança
favoreçam o desenvolvimento dos aspectos de valores adicionais de qualquer natureza
linguísticos, culturais, vocacionais e em suas mensalidades, anuidades e
profissionais, levando-se em conta o matrículas no cumprimento dessas
talento, a criatividade, as habilidades e os determinações.
interesses do estudante com deficiência; § 2º Na disponibilização de tradutores e
X - adoção de práticas pedagógicas intérpretes da Libras a que se refere o inciso
inclusivas pelos programas de formação XI do caput deste artigo, deve-se observar o
inicial e continuada de professores e oferta seguinte:
de formação continuada para o atendimento I - os tradutores e intérpretes da Libras
educacional especializado; atuantes na educação básica devem, no
XI - formação e disponibilização de mínimo, possuir ensino médio completo e
professores para o atendimento educacional certificado de proficiência na Libras;
especializado, de tradutores e intérpretes da (Vigência)
Libras, de guias intérpretes e de II - os tradutores e intérpretes da Libras,
profissionais de apoio; quando direcionados à tarefa de interpretar
XII - oferta de ensino da Libras, do nas salas de aula dos cursos de graduação e
Sistema Braille e de uso de recursos de pós-graduação, devem possuir nível
tecnologia assistiva, de forma a ampliar superior, com habilitação, prioritariamente,
habilidades funcionais dos estudantes, em Tradução e Interpretação em Libras.
promovendo sua autonomia e participação; (Vigência)
XIII - acesso à educação superior e à
educação profissional e tecnológica em Art. 29. (VETADO).
igualdade de oportunidades e condições
com as demais pessoas; Art. 30. Nos processos seletivos para
XIV - inclusão em conteúdos ingresso e permanência nos cursos
curriculares, em cursos de nível superior e oferecidos pelas instituições de ensino
de educação profissional técnica e superior e de educação profissional e
tecnológica, de temas relacionados à pessoa tecnológica, públicas e privadas, devem ser
com deficiência nos respectivos campos de adotadas as seguintes medidas:
conhecimento; I - atendimento preferencial à pessoa
XV - acesso da pessoa com deficiência, com deficiência nas dependências das
em igualdade de condições, a jogos e a Instituições de Ensino Superior (IES) e nos
atividades recreativas, esportivas e de lazer, serviços;
no sistema escolar; II - disponibilização de formulário de
XVI - acessibilidade para todos os inscrição de exames com campos
estudantes, trabalhadores da educação e específicos para que o candidato com
demais integrantes da comunidade escolar deficiência informe os recursos de
às edificações, aos ambientes e às acessibilidade e de tecnologia assistiva
atividades concernentes a todas as necessários para sua participação;
modalidades, etapas e níveis de ensino; III - disponibilização de provas em
XVII - oferta de profissionais de apoio formatos acessíveis para atendimento às
escolar; necessidades específicas do candidato com
XVIII - articulação intersetorial na deficiência;
implementação de políticas públicas. IV - disponibilização de recursos de
§ 1º Às instituições privadas, de acessibilidade e de tecnologia assistiva
qualquer nível e modalidade de ensino, adequados, previamente solicitados e
aplica-se obrigatoriamente o disposto nos escolhidos pelo candidato com deficiência;
incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, V - dilação de tempo, conforme
XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do demanda apresentada pelo candidato com
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Art. 38. A entidade contratada para a Art. 41. A pessoa com deficiência
realização de processo seletivo público ou segurada do Regime Geral de Previdência
privado para cargo, função ou emprego está Social (RGPS) tem direito à aposentadoria
obrigada à observância do disposto nesta nos termos da Lei Complementar nº 142, de
Lei e em outras normas de acessibilidade 8 de maio de 2013 .
vigentes.
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Art. 69. O poder público deve assegurar Art. 72. Os programas, as linhas de
a disponibilidade de informações corretas e pesquisa e os projetos a serem
claras sobre os diferentes produtos e desenvolvidos com o apoio de agências de
serviços ofertados, por quaisquer meios de financiamento e de órgãos e entidades
comunicação empregados, inclusive em integrantes da administração pública que
ambiente virtual, contendo a especificação atuem no auxílio à pesquisa devem
correta de quantidade, qualidade, contemplar temas voltados à tecnologia
características, composição e preço, bem assistiva.
como sobre os eventuais riscos à saúde e à
segurança do consumidor com deficiência, Art. 73. Caberá ao poder público,
em caso de sua utilização, aplicando-se, no diretamente ou em parceria com
que couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, organizações da sociedade civil, promover
de 11 de setembro de 1990 . a capacitação de tradutores e intérpretes da
§ 1º Os canais de comercialização virtual Libras, de guias intérpretes e de
e os anúncios publicitários veiculados na profissionais habilitados em Braille,
imprensa escrita, na internet, no rádio, na audiodescrição, estenotipia e legendagem.
televisão e nos demais veículos de
comunicação abertos ou por assinatura CAPÍTULO III
devem disponibilizar, conforme a DA TECNOLOGIA ASSISTIVA
compatibilidade do meio, os recursos de
acessibilidade de que trata o art. 67 desta Art. 74. É garantido à pessoa com
Lei, a expensas do fornecedor do produto deficiência acesso a produtos, recursos,
ou do serviço, sem prejuízo da observância estratégias, práticas, processos, métodos e
do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, serviços de tecnologia assistiva que
de 11 de setembro de 1990 . maximizem sua autonomia, mobilidade
§ 2º Os fornecedores devem pessoal e qualidade de vida.
disponibilizar, mediante solicitação,
exemplares de bulas, prospectos, textos ou Art. 75. O poder público desenvolverá
qualquer outro tipo de material de plano específico de medidas, a ser renovado
divulgação em formato acessível. em cada período de 4 (quatro) anos, com a
finalidade de: (Regulamento)
Art. 70. As instituições promotoras de I - facilitar o acesso a crédito
congressos, seminários, oficinas e demais especializado, inclusive com oferta de
eventos de natureza científico-cultural linhas de crédito subsidiadas, específicas
devem oferecer à pessoa com deficiência, para aquisição de tecnologia assistiva;
no mínimo, os recursos de tecnologia II - agilizar, simplificar e priorizar
assistiva previstos no art. 67 desta Lei. procedimentos de importação de tecnologia
assistiva, especialmente as questões
atinentes a procedimentos alfandegários e
sanitários;
III - criar mecanismos de fomento à
pesquisa e à produção nacional de
tecnologia assistiva, inclusive por meio de
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concessão de linhas de crédito subsidiado e e a seu pedido, permissão para que a pessoa
de parcerias com institutos de pesquisa com deficiência seja auxiliada na votação
oficiais; por pessoa de sua escolha.
IV - eliminar ou reduzir a tributação da § 2º O poder público promoverá a
cadeia produtiva e de importação de participação da pessoa com deficiência,
tecnologia assistiva; inclusive quando institucionalizada, na
V - facilitar e agilizar o processo de condução das questões públicas, sem
inclusão de novos recursos de tecnologia discriminação e em igualdade de
assistiva no rol de produtos distribuídos no oportunidades, observado o seguinte:
âmbito do SUS e por outros órgãos I - participação em organizações não
governamentais. governamentais relacionadas à vida pública
Parágrafo único. Para fazer cumprir o e à política do País e em atividades e
disposto neste artigo, os procedimentos administração de partidos políticos;
constantes do plano específico de medidas II - formação de organizações para
deverão ser avaliados, pelo menos, a cada 2 representar a pessoa com deficiência em
(dois) anos. todos os níveis;
III - participação da pessoa com
CAPÍTULO IV deficiência em organizações que a
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA representem.
VIDA PÚBLICA E POLÍTICA
TÍTULO IV
Art. 76. O poder público deve garantir à DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
pessoa com deficiência todos os direitos
políticos e a oportunidade de exercê-los em Art. 77. O poder público deve fomentar
igualdade de condições com as demais o desenvolvimento científico, a pesquisa e
pessoas. a inovação e a capacitação tecnológicas,
§ 1º À pessoa com deficiência será voltados à melhoria da qualidade de vida e
assegurado o direito de votar e de ser ao trabalho da pessoa com deficiência e sua
votada, inclusive por meio das seguintes inclusão social.
ações: § 1º O fomento pelo poder público deve
I - garantia de que os procedimentos, as priorizar a geração de conhecimentos e
instalações, os materiais e os equipamentos técnicas que visem à prevenção e ao
para votação sejam apropriados, acessíveis tratamento de deficiências e ao
a todas as pessoas e de fácil compreensão e desenvolvimento de tecnologias assistiva e
uso, sendo vedada a instalação de seções social.
eleitorais exclusivas para a pessoa com § 2º A acessibilidade e as tecnologias
deficiência; assistiva e social devem ser fomentadas
II - incentivo à pessoa com deficiência a mediante a criação de cursos de pós-
candidatar-se e a desempenhar quaisquer graduação, a formação de recursos
funções públicas em todos os níveis de humanos e a inclusão do tema nas diretrizes
governo, inclusive por meio do uso de de áreas do conhecimento.
novas tecnologias assistivas, quando § 3º Deve ser fomentada a capacitação
apropriado; tecnológica de instituições públicas e
III - garantia de que os pronunciamentos privadas para o desenvolvimento de
oficiais, a propaganda eleitoral obrigatória tecnologias assistiva e social que sejam
e os debates transmitidos pelas emissoras voltadas para melhoria da funcionalidade e
de televisão possuam, pelo menos, os da participação social da pessoa com
recursos elencados no art. 67 desta Lei; deficiência.
IV - garantia do livre exercício do direito § 4º As medidas previstas neste artigo
ao voto e, para tanto, sempre que necessário devem ser reavaliadas periodicamente pelo
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Art. 119. A Lei nº 12.587, de 3 de janeiro Art. 122. Regulamento disporá sobre a
de 2012 , passa a vigorar acrescida do adequação do disposto nesta Lei ao
seguinte art. 12-B: tratamento diferenciado, simplificado e
favorecido a ser dispensado às
“Art. 12-B. Na outorga de exploração de microempresas e às empresas de pequeno
serviço de táxi, reservar-se-ão 10% (dez por porte, previsto no § 3º do art. 1º da Lei
cento) das vagas para condutores com Complementar nº 123, de 14 de dezembro
deficiência. de 2006 .
§ 1º Para concorrer às vagas reservadas
na forma do caput deste artigo, o condutor Art. 123. Revogam-se os seguintes
com deficiência deverá observar os dispositivos: (Vigência)
seguintes requisitos quanto ao veículo I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº
utilizado: 9.008, de 21 de março de 1995 ;
I - ser de sua propriedade e por ele II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei
conduzido; e nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
II - estar adaptado às suas necessidades, Civil);
nos termos da legislação vigente. III - os incisos II e III do art. 228 da Lei
§ 2º No caso de não preenchimento das nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
vagas na forma estabelecida no caput deste Civil);
artigo, as remanescentes devem ser IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei nº
disponibilizadas para os demais 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
concorrentes.” Civil);
V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
em cada esfera de governo, a elaboração de Civil);
relatórios circunstanciados sobre o VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da
cumprimento dos prazos estabelecidos por Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002
força das Leis nº 10.048, de 8 de novembro (Código Civil);
de 2000 , e nº 10.098, de 19 de dezembro de VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº
2000 , bem como o seu encaminhamento ao 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Ministério Público e aos órgãos de Civil).
regulação para adoção das providências
cabíveis. Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei
Parágrafo único. Os relatórios a que se deverá entrar em vigor em até 2 (dois) anos,
refere o caput deste artigo deverão ser contados da entrada em vigor desta Lei.
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alternativos de comunicação.
4. Plano Nacional de Educação - Lei nº
C) O Braille.
13.005/14.
D) O sistema de sinalização ou de
comunicação tátil.
E) O capacitismo. LEI Nº 13.005, DE 25 DE JUNHO
DE 2014.4
05. (UFJF - FUNDEP/2022) Nos
termos vigentes da Lei Brasileira de Aprova o Plano Nacional de Educação -
Inclusão da Pessoa com Deficiência, Lei nº PNE e dá outras providências.
13.146I2015, em relação ao direito à
educação, não é incumbência do poder A PRESIDENTA DA REPÚBLICA
público assegurar, criar, desenvolver, Faço saber que o Congresso Nacional
implementar, incentivar, acompanhar e decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
avaliar:
A) Acesso da pessoa com deficiência, Art. 1º É aprovado o Plano Nacional de
em igualdade de condições, a jogos e a Educação - PNE, com vigência por 10 (dez)
atividades recreativas, esportivas e de lazer, anos, a contar da publicação desta Lei, na
no sistema escolar. forma do Anexo, com vistas ao
B) Oferta de profissionais de apoio cumprimento do disposto no art. 214 da
escolar. Constituição Federal.
C) Participação dos estudantes com
Art. 2º São diretrizes do PNE:
deficiência e de suas famílias nas diversas
I - erradicação do analfabetismo ;
instâncias de atuação da comunidade
II - universalização do atendimento
escolar.
escolar;
D) Acessibilidade para todos os
III - superação das desigualdades
estudantes, trabalhadores da educação e
educacionais, com ênfase na promoção da
demais integrantes da comunidade escolar
cidadania e na erradicação de todas as
às edificações, aos ambientes e às
formas de discriminação;
atividades inerentes a todas as modalidades,
IV - melhoria da qualidade da educação;
etapas e níveis de ensino.
V - formação para o trabalho e para a
E) Diagnóstico e intervenção precoces,
cidadania, com ênfase nos valores morais e
realizados por equipe multidisciplinar.
éticos em que se fundamenta a sociedade;
VI - promoção do princípio da gestão
Alternativas
democrática da educação pública;
VII - promoção humanística, científica,
01. D (Arts. 79, 80 e 81)
cultural e tecnológica do País;
02. D (Art. 27)
VIII - estabelecimento de meta de
03. B (Arts. 53 e 57)
aplicação de recursos públicos em educação
04. E (Art. 3º)
como proporção do Produto Interno Bruto -
05. E (Art. 28)
PIB, que assegure atendimento às
necessidades de expansão, com padrão de
qualidade e equidade;
IX - valorização dos (as) profissionais da
educação;
X - promoção dos princípios do respeito
aos direitos humanos, à diversidade e à
sustentabilidade socioambiental.
4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2014/lei/l13005.htm, visitado em: 10.10.2022.
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http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_v ersaofinal_site.pdf
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Nesse artigo, a LDB deixa claros dois Nesse sentido, consoante aos marcos legais
conceitos decisivos para todo o anteriores, o PNE afirma a importância de uma
desenvolvimento da questão curricular no base nacional comum curricular para o Brasil,
Brasil. O primeiro, já antecipado pela com o foco na aprendizagem como estratégia
Constituição, estabelece a relação entre o que é para fomentar a qualidade da Educação Básica
básico-comum e o que é diverso em matéria em todas as etapas e modalidades (meta 7),
curricular: as competências e diretrizes são referindo-se a direitos e objetivos de
comuns, os currículos são diversos. O segundo aprendizagem e desenvolvimento.
se refere ao foco do currículo. Ao dizer que os Em 2017, com a alteração da LDB por força
conteúdos curriculares estão a serviço do da Lei nº 13.415/2017, a legislação brasileira
desenvolvimento de competências, a LDB passa a utilizar, concomitantemente, duas
orienta a definição das aprendizagens nomenclaturas para se referir às finalidades da
essenciais, e não apenas dos conteúdos educação:
mínimos a ser ensinados. Essas são duas noções Art. 35-A. A Base Nacional Comum
Curricular definirá direitos e objetivos de
fundantes da BNCC.
aprendizagem do ensino médio, conforme
A relação entre o que é básico-comum e o diretrizes do Conselho Nacional de Educação,
que é diverso é retomada no Artigo 26 da LDB, nas seguintes áreas do conhecimento [...]Art. 36.
que determina que § 1º A organização das áreas de que trata o
os currículos da Educação Infantil, do caput e das respectivas competências e
Ensino Fundamental e do Ensino Médio devem habilidades será feita de acordo com critérios
ter base nacional comum, a ser complementada, estabelecidos em cada sistema de ensino
em cada sistema de ensino e em cada (BRASIL, 2017).
estabelecimento escolar, por uma parte
diversificada, exigida pelas características Trata-se, portanto, de maneiras diferentes e
regionais e locais da sociedade, da cultura, da
intercambiáveis para designar algo comum, ou
economia e dos educandos (BRASIL, 1996).
seja, aquilo que os estudantes devem aprender
na Educação Básica, o que inclui tanto os
Essa orientação induziu à concepção do
saberes quanto a capacidade de mobilizá-los e
conhecimento curricular contextualizado pela
aplicá-los.
realidade local, social e individual da escola e
do seu alunado, que foi o norte das diretrizes
Os Fundamentos Pedagógicos da BNCC
curriculares traçadas pelo Conselho Nacional
Foco no Desenvolvimento de Competências
de Educação (CNE) ao longo da década de
O conceito de competência, adotado pela
1990, bem como de sua revisão nos anos 2000.
BNCC, marca a discussão pedagógica e social
Em 2010, o CNE promulgou novas DCN,
das últimas décadas e pode ser inferido no texto
ampliando e organizando o conceito de
da LDB, especialmente quando se estabelecem
contextualização como “a inclusão, a
as finalidades gerais do Ensino Fundamental e
valorização das diferenças e o atendimento à
do Ensino Médio (Artigos 32 e 35).
pluralidade e à diversidade cultural resgatando
e respeitando as várias manifestações de cada
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Além disso, desde as décadas finais do Nesse contexto, a BNCC afirma, de maneira
século XX e ao longo deste início do século explícita, o seu compromisso com a educação
XXI, o foco no desenvolvimento de integral. Reconhece, assim, que a Educação
competências tem orientado a maioria dos Básica deve visar à formação e ao
Estados e Municípios brasileiros e diferentes
países na construção de seus currículos. É esse desenvolvimento humano global, o que implica
também o enfoque adotado nas avaliações compreender a complexidade e a não
internacionais da Organização para a linearidade desse desenvolvimento, rompendo
Cooperação e Desenvolvimento Econômico com visões reducionistas que privilegiam ou a
(OCDE), que coordena o Programa dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão
Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na afetiva. Significa, ainda, assumir uma visão
sigla em inglês), e da Organização das Nações plural, singular e integral da criança, do
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura adolescente, do jovem e do adulto -
(Unesco, na sigla em inglês), que instituiu o considerando-os como sujeitos de
Laboratório Latino-americano de Avaliação da
Qualidade da Educação para a América Latina aprendizagem - e promover uma educação
(LLECE, na sigla em espanhol). voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e
Ao adotar esse enfoque, a BNCC indica que desenvolvimento pleno, nas suas singularidades
as decisões pedagógicas devem estar orientadas e diversidades. Além disso, a escola, como
para o desenvolvimento de competências. Por espaço de aprendizagem e de democracia
meio da indicação clara do que os alunos devem inclusiva, deve se fortalecer na prática
“saber” (considerando a constituição de coercitiva de não discriminação, não
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores) preconceito e respeito às diferenças e
e, sobretudo, do que devem “saber fazer” diversidades.
(considerando a mobilização desses Independentemente da duração da jornada
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores escolar, o conceito de educação integral com o
para resolver demandas complexas da vida qual a BNCC está comprometida se refere à
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do construção intencional de processos educativos
mundo do trabalho), a explicitação das que promovam aprendizagens sintonizadas
competências oferece referências para o com as necessidades, as possibilidades e os
fortalecimento de ações que assegurem as interesses dos estudantes e, também, com os
aprendizagens essenciais definidas na BNCC. desafios da sociedade contemporânea. Isso
supõe considerar as diferentes infâncias e
O Compromisso com a Educação Integral juventudes, as diversas culturas juvenis e seu
A sociedade contemporânea impõe um olhar potencial de criar novas formas de existir.
inovador e inclusivo a questões centrais do Assim, a BNCC propõe a superação da
processo educativo: o que aprender, para que fragmentação radicalmente disciplinar do
aprender, como ensinar, como promover redes conhecimento, o estímulo à sua aplicação na
de aprendizagem colaborativa e como avaliar o vida real, a importância do contexto para dar
aprendizado. sentido ao que se aprende e o protagonismo do
No novo cenário mundial, reconhecer-se em estudante em sua aprendizagem e na construção
seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, de seu projeto de vida.
ser criativo, analítico-crítico, participativo,
aberto ao novo, colaborativo, resiliente, O Pacto Interfederativo e a
produtivo e responsável requer muito mais do Implementação da BNCC
que o acúmulo de informações. Requer o Base Nacional Comum Curricular:
desenvolvimento de competências para Igualdade, Diversidade e Equidade
aprender a aprender, saber lidar com a No Brasil, um país caracterizado pela
informação cada vez mais disponível, atuar autonomia dos entes federados, acentuada
com discernimento e responsabilidade nos diversidade cultural e profundas desigualdades
contextos das culturas digitais, aplicar sociais, os sistemas e redes de ensino devem
conhecimentos para resolver problemas, ter construir currículos, e as escolas precisam
autonomia para tomar decisões, ser proativo elaborar propostas pedagógicas que considerem
para identificar os dados de uma situação e as necessidades, as possibilidades e os
buscar soluções, conviver e aprender com as interesses dos estudantes, assim como suas
diferenças e as diversidades. identidades linguísticas, étnicas e culturais.
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Nesse processo, a BNCC desempenha papel Além disso, BNCC e currículos têm papéis
fundamental, pois explicita as aprendizagens complementares para assegurar as
essenciais que todos os estudantes devem aprendizagens essenciais definidas para cada
desenvolver e expressa, portanto, a igualdade etapa da Educação Básica, uma vez que tais
educacional sobre a qual as singularidades aprendizagens só se materializam mediante o
devem ser consideradas e atendidas. Essa conjunto de decisões que caracterizam o
igualdade deve valer também para as currículo em ação. São essas decisões que vão
oportunidades de ingresso e permanência em adequar as proposições da BNCC à realidade
uma escola de Educação Básica, sem o que o local, considerando a autonomia dos sistemas
direito de aprender não se concretiza. ou das redes de ensino e das instituições
O Brasil, ao longo de sua história, escolares, como também o contexto e as
naturalizou desigualdades educacionais em características dos alunos. Essas decisões, que
relação ao acesso à escola, à permanência dos resultam de um processo de envolvimento e
estudantes e ao seu aprendizado. São participação das famílias e da comunidade,
amplamente conhecidas as enormes referem-se, entre outras ações, a:
desigualdades entre os grupos de estudantes - contextualizar os conteúdos dos
definidos por raça, sexo e condição componentes curriculares, identificando
socioeconômica de suas famílias. estratégias para apresentá-los, representá-los,
Diante desse quadro, as decisões exemplificá-los, conectá-los e torná-los
curriculares e didático-pedagógicas das significativos, com base na realidade do lugar e
Secretarias de Educação, o planejamento do do tempo nos quais as aprendizagens estão
trabalho anual das instituições escolares e as situadas;
rotinas e os eventos do cotidiano escolar devem - decidir sobre formas de organização
levar em consideração a necessidade de interdisciplinar dos componentes curriculares e
superação dessas desigualdades. Para isso, os fortalecer a competência pedagógica das
sistemas e redes de ensino e as instituições equipes escolares para adotar estratégias mais
escolares devem se planejar com um claro foco dinâmicas, interativas e colaborativas em
na equidade, que pressupõe reconhecer que as relação à gestão do ensino e da aprendizagem;
necessidades dos estudantes são diferentes. - selecionar e aplicar metodologias e
De forma particular, um planejamento com estratégias didático-pedagógicas diversificadas,
foco na equidade também exige um claro recorrendo a ritmos diferenciados e a conteúdos
compromisso de reverter a situação de exclusão complementares, se necessário, para trabalhar
histórica que marginaliza grupos - como os com as necessidades de diferentes grupos de
povos indígenas originários e as populações das alunos, suas famílias e cultura de origem, suas
comunidades remanescentes de quilombos e comunidades, seus grupos de socialização etc.;
demais afrodescendentes - e as pessoas que não - conceber e pôr em prática situações e
puderam estudar ou completar sua escolaridade procedimentos para motivar e engajar os alunos
na idade própria. Igualmente, requer o nas aprendizagens;
compromisso com os alunos com deficiência, - construir e aplicar procedimentos de
reconhecendo a necessidade de práticas avaliação formativa de processo ou de resultado
pedagógicas inclusivas e de diferenciação que levem em conta os contextos e as condições
curricular, conforme estabelecido na Lei de aprendizagem, tomando tais registros como
Brasileira de Inclusão da Pessoa com referência para melhorar o desempenho da
Deficiência (Lei nº 13.146/2015). escola, dos professores e dos alunos;
- selecionar, produzir, aplicar e avaliar
Base Nacional Comum Curricular e recursos didáticos e tecnológicos para apoiar o
Currículos processo de ensinar e aprender;
A BNCC e os currículos se identificam na - criar e disponibilizar materiais de
comunhão de princípios e valores que, como já orientação para os professores, bem como
mencionado, orientam a LDB e as DCN. Dessa manter processos permanentes de formação
maneira, reconhecem que a educação tem um docente que possibilitem contínuo
compromisso com a formação e o aperfeiçoamento dos processos de ensino e
desenvolvimento humano global, em suas aprendizagem;
dimensões intelectual, física, afetiva, social, - manter processos contínuos de
ética, moral e simbólica. aprendizagem sobre gestão pedagógica e
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Legislação Educacional
curricular para os demais educadores, no Por fim, cabe aos sistemas e redes de ensino,
âmbito das escolas e sistemas de ensino. assim como às escolas, em suas respectivas
esferas de autonomia e competência, incorporar
Essas decisões precisam, igualmente, ser aos currículos e às propostas pedagógicas a
abordagem de temas contemporâneos que
consideradas na organização de currículos e afetam a vida humana em escala local, regional
propostas adequados às diferentes modalidades e global, preferencialmente de forma
de ensino (Educação Especial, Educação de transversal e integradora. Entre esses temas,
Jovens e Adultos, Educação do Campo, destacam-se: direitos da criança e do
Educação Escolar Indígena, Educação Escolar adolescente (Lei nº 8.069/1990), educação para
Quilombola, Educação a Distância), o trânsito (Lei nº 9.503/1997), educação
atendendo-se às orientações das Diretrizes ambiental (Lei nº 9.795/1999, Parecer CNE/CP
Curriculares Nacionais. No caso da Educação nº 14/2012 e Resolução CNE/CP nº 2/2012),
Escolar Indígena, por exemplo, isso significa educação alimentar e nutricional (Lei nº
11.947/2009), processo de envelhecimento,
assegurar competências específicas com base respeito e valorização do idoso (Lei nº
nos princípios da coletividade, reciprocidade, 10.741/2003), educação em direitos humanos
integralidade, espiritualidade e alteridade (Decreto nº 7.037/2009, Parecer CNE/CP nº
indígena, a serem desenvolvidas a partir de suas 8/2012 e Resolução CNE/CP nº 1/2012),
culturas tradicionais reconhecidas nos educação das relações étnico-raciais e ensino de
currículos dos sistemas de ensino e propostas história e cultura afro-brasileira, africana e
pedagógicas das instituições escolares. indígena (Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008,
Significa também, em uma perspectiva Parecer CNE/CP nº 3/2004 e Resolução
intercultural, considerar seus projetos CNE/CP nº 1/2004), bem como saúde, vida
familiar e social, educação para o consumo,
educativos, suas cosmologias, suas lógicas, educação financeira e fiscal, trabalho, ciência e
seus valores e princípios pedagógicos próprios tecnologia e diversidade cultural (Parecer
(em consonância com a Constituição Federal, CNE/CEB nº 11/2010 e Resolução CNE/CEB
com as Diretrizes Internacionais da OIT - nº 7/2010). Na BNCC, essas temáticas são
Convenção 169 e com documentos da ONU e contempladas em habilidades dos componentes
Unesco sobre os direitos indígenas) e suas curriculares, cabendo aos sistemas de ensino e
referências específicas, tais como: construir escolas, de acordo com suas especificidades,
currículos interculturais, diferenciados e tratá-las de forma contextualizada.
bilíngues, seus sistemas próprios de ensino e
aprendizagem, tanto dos conteúdos universais Base Nacional Comum Curricular e Regime
quanto dos conhecimentos indígenas, bem de Colaboração
como o ensino da língua indígena como Legitimada pelo pacto interfederativo, nos
primeira língua. termos da Lei nº 13.005/ 2014, que promulgou
É também da alçada dos entes federados o PNE, a BNCC depende do adequado
responsáveis pela implementação da BNCC o funcionamento do regime de colaboração para
reconhecimento da experiência curricular alcançar seus objetivos. Sua formulação, sob
existente em seu âmbito de atuação. Nas duas coordenação do MEC, contou com a
últimas décadas, mais da metade dos Estados e participação dos Estados do Distrito Federal e
muitos Municípios vêm elaborando currículos dos Municípios, depois de ampla consulta à
para seus respectivos sistemas de ensino, comunidade educacional e à sociedade,
inclusive para atender às especificidades das conforme consta da apresentação do presente
diferentes modalidades. Muitas escolas documento.
públicas e particulares também acumularam Com a homologação da BNCC, as redes de
ensino e escolas particulares terão diante de si a
experiências de desenvolvimento curricular e tarefa de construir currículos, com base nas
de criação de materiais de apoio ao currículo, aprendizagens essenciais estabelecidas na
assim como instituições de ensino superior BNCC, passando, assim, do plano normativo
construíram experiências de consultoria e de propositivo para o plano da ação e da gestão
apoio técnico ao desenvolvimento curricular. curricular que envolve todo o conjunto de
Inventariar e avaliar toda essa experiência pode decisões e ações definidoras do currículo e de
contribuir para aprender com acertos e erros e sua dinâmica.
incorporar práticas que propiciaram bons Embora a implementação seja prerrogativa
resultados. dos sistemas e das redes de ensino, a dimensão
e a complexidade da tarefa vão exigir que
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Legislação Educacional
Na primeira etapa da Educação Básica, e de dos nove anos. Essas competências explicitam
acordo com os eixos estruturantes da Educação como as dez competências gerais se expressam
Infantil (interações e brincadeira), devem ser nessas áreas.
assegurados seis direitos de aprendizagem e Nas áreas que abrigam mais de um
desenvolvimento, para que as crianças tenham componente curricular (Linguagens e Ciências
condições de aprender e se desenvolver: Humanas), também são definidas competências
- Conviver. específicas do componente (Língua Portuguesa,
- Brincar. Arte, Educação Física, Língua Inglesa,
- Participar. Geografia e História) a ser desenvolvidas pelos
- Explorar. alunos ao longo dessa etapa de escolarização.
- Expressar. As competências específicas possibilitam a
- Conhecer-se. articulação horizontal entre as áreas,
Considerando os direitos de aprendizagem e perpassando todos os componentes
desenvolvimento, a BNCC estabelece cinco curriculares, e também a articulação vertical, ou
campos de experiências, nos quais as crianças seja, a progressão entre o Ensino Fundamental
podem aprender e se desenvolver: - Anos Iniciais e o Ensino Fundamental - Anos
- O eu, o outro e o nós. Finais e a continuidade das experiências dos
- Corpo, gestos e movimentos. alunos, considerando suas especificidades.
- Traços, sons, cores e formas. Para garantir o desenvolvimento das
- Escuta, fala, pensamento e imaginação. competências específicas, cada componente
- Espaços, tempos, quantidades, relações e curricular apresenta um conjunto de
transformações. habilidades. Essas habilidades estão
Em cada campo de experiências, são relacionadas a diferentes objetos de
definidos objetivos de aprendizagem e conhecimento - aqui entendidos como
desenvolvimento organizados em três grupos conteúdos, conceitos e processos -, que, por sua
por faixa etária. vez, são organizados em unidades temáticas.
- Bebês (zero a 1 ano e 6 meses) Respeitando as muitas possibilidades de
- Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a organização do conhecimento escolar, as
3 anos e 11 meses) unidades temáticas definem um arranjo dos
- Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 objetos de conhecimento ao longo do Ensino
meses) Fundamental adequado às especificidades dos
diferentes componentes curriculares. Cada
Na BNCC, o Ensino Fundamental está unidade temática contempla uma gama maior
organizado em cinco áreas do conhecimento. ou menor de objetos de conhecimento, assim
Essas áreas, como bem aponta o Parecer como cada objeto de conhecimento se relaciona
CNE/CEB nº 11/2010, “favorecem a a um número variável de habilidades, conforme
comunicação entre os conhecimentos e saberes ilustrado a seguir.
dos diferentes componentes curriculares” Vale destacar que o uso de numeração
(BRASIL, 2010). Elas se intersectam na sequencial para identificar as habilidades de
formação dos alunos, embora se preservem as cada ano ou bloco de anos não representa uma
especificidades e os saberes próprios ordem ou hierarquia esperada das
construídos e sistematizados nos diversos aprendizagens. A progressão das
componentes. aprendizagens, que se explicita na comparação
Nos textos de apresentação, cada área de entre os quadros relativos a cada ano (ou bloco
conhecimento explicita seu papel na formação de anos), pode tanto estar relacionada aos
integral dos alunos do Ensino Fundamental e processos cognitivos em jogo - sendo expressa
destaca particularidades para o Ensino por verbos que indicam processos cada vez
Fundamental - Anos Iniciais e o Ensino mais ativos ou exigentes - quanto aos objetos de
Fundamental - Anos Finais, considerando tanto conhecimento - que podem apresentar crescente
as características do alunado quanto as sofisticação ou complexidade -, ou, ainda, aos
especificidades e demandas pedagógicas dessas modificadores - que, por exemplo, podem fazer
fases da escolarização. referência a contextos mais familiares aos
Cada área de conhecimento estabelece alunos e, aos poucos, expandir-se para
competências específicas de área, cujo contextos mais amplos.
desenvolvimento deve ser promovido ao longo
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Legislação Educacional
criança e de todo o grupo - suas conquistas, interdependência com o meio. Por sua vez, na
avanços, possibilidades e aprendizagens. Por Educação Infantil, é preciso criar oportunidades
meio de diversos registros, feitos em diferentes para que as crianças entrem em contato com
momentos tanto pelos professores quanto pelas outros grupos sociais e culturais, outros modos
crianças (como relatórios, portfólios, de vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de
fotografias, desenhos e textos), é possível cuidados pessoais e do grupo, costumes,
evidenciar a progressão ocorrida durante o celebrações e narrativas. Nessas experiências,
período observado, sem intenção de seleção, elas podem ampliar o modo de perceber a si
promoção ou classificação de crianças em mesmas e ao outro, valorizar sua identidade,
“aptas” e “não aptas”, “prontas” ou “não respeitar os outros e reconhecer as diferenças
prontas”, “maduras” ou “imaturas”. Trata-se de que nos constituem como seres humanos.
reunir elementos para reorganizar tempos, - Corpo, gestos e movimentos - Com o corpo
espaços e situações que garantam os direitos de (por meio dos sentidos, gestos, movimentos
aprendizagem de todas as crianças. impulsivos ou intencionais, coordenados ou
espontâneos), as crianças, desde cedo,
Os Campos de Experiências exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu
Considerando que, na Educação Infantil, as entorno, estabelecem relações, expressam-se,
aprendizagens e o desenvolvimento das brincam e produzem conhecimentos sobre si,
crianças têm como eixos estruturantes as sobre o outro, sobre o universo social e cultural,
interações e a brincadeira, assegurando-lhes os tornando-se, progressivamente, conscientes
direitos de conviver, brincar, participar, dessa corporeidade. Por meio das diferentes
explorar, expressar-se e conhecer-se, a linguagens, como a música, a dança, o teatro, as
organização curricular da Educação Infantil na brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam
BNCC está estruturada em cinco campos de e se expressam no entrelaçamento entre corpo,
experiências, no âmbito dos quais são definidos emoção e linguagem. As crianças conhecem e
os objetivos de aprendizagem e reconhecem as sensações e funções de seu
desenvolvimento. Os campos de experiências corpo e, com seus gestos e movimentos,
constituem um arranjo curricular que acolhe as identificam suas potencialidades e seus limites,
situações e as experiências concretas da vida desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência
cotidiana das crianças e seus saberes, sobre o que é seguro e o que pode ser um risco
entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem à sua integridade física. Na Educação Infantil,
parte do patrimônio cultural. o corpo das crianças ganha centralidade, pois
A definição e a denominação dos campos de ele é o partícipe privilegiado das práticas
experiências também se baseiam no que pedagógicas de cuidado físico, orientadas para
dispõem as DCNEI em relação aos saberes e a emancipação e a liberdade, e não para a
conhecimentos fundamentais a ser propiciados submissão. Assim, a instituição escolar precisa
às crianças e associados às suas experiências. promover oportunidades ricas para que as
Considerando esses saberes e conhecimentos, crianças possam, sempre animadas pelo espírito
os campos de experiências em que se organiza lúdico e na interação com seus pares, explorar e
a BNCC são: vivenciar um amplo repertório de movimentos,
- O eu, o outro e o nós - É na interação com gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo,
os pares e com adultos que as crianças vão para descobrir variados modos de ocupação e
constituindo um modo próprio de agir, sentir e uso do espaço com o corpo (tais como sentar
pensar e vão descobrindo que existem outros com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar,
modos de vida, pessoas diferentes, com outros caminhar apoiando-se em berços, mesas e
pontos de vista. Conforme vivem suas cordas, saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar
primeiras experiências sociais (na família, na cambalhotas, alongar-se etc.).
instituição escolar, na coletividade), constroem - Traços, sons, cores e formas - Conviver
percepções e questionamentos sobre si e sobre com diferentes manifestações artísticas,
os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, culturais e científicas, locais e universais, no
identificando- se como seres individuais e cotidiano da instituição escolar, possibilita às
sociais. Ao mesmo tempo que participam de crianças, por meio de experiências
relações sociais e de cuidados pessoais, as diversificadas, vivenciar diversas formas de
crianças constroem sua autonomia e senso de expressão e linguagens, como as artes visuais
autocuidado, de reciprocidade e de (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.),
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Legislação Educacional
a música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre deve partir do que as crianças conhecem e das
outras. Com base nessas experiências, elas se curiosidades que deixam transparecer. As
expressam por várias linguagens, criando suas experiências com a literatura infantil, propostas
próprias produções artísticas ou culturais, pelo educador, mediador entre os textos e as
exercitando a autoria (coletiva e individual) crianças, contribuem para o desenvolvimento
com sons, traços, gestos, danças, mímicas, do gosto pela leitura, do estímulo à imaginação
encenações, canções, desenhos, modelagens, e da ampliação do conhecimento de mundo.
manipulação de diversos materiais e de recursos Além disso, o contato com histórias, contos,
tecnológicos. Essas experiências contribuem fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a
para que, desde muito pequenas, as crianças familiaridade com livros, com diferentes
desenvolvam senso estético e crítico, o gêneros literários, a diferenciação entre
conhecimento de si mesmas, dos outros e da ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção
realidade que as cerca. Portanto, a Educação da escrita e as formas corretas de manipulação
Infantil precisa promover a participação das de livros. Nesse convívio com textos escritos,
crianças em tempos e espaços para a produção, as crianças vão construindo hipóteses sobre a
manifestação e apreciação artística, de modo a escrita que se revelam, inicialmente, em
favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, rabiscos e garatujas e, à medida que vão
da criatividade e da expressão pessoal das conhecendo letras, em escritas espontâneas, não
crianças, permitindo que se apropriem e convencionais, mas já indicativas da
reconfigurem, permanentemente, a cultura e compreensão da escrita como sistema de
potencializem suas singularidades, ao ampliar representação da língua.
repertórios e interpretar suas experiências e - Espaços, tempos, quantidades, relações e
vivências artísticas. transformações - As crianças vivem inseridas
- Escuta, fala, pensamento e imaginação - em espaços e tempos de diferentes dimensões,
Desde o nascimento, as crianças participam de em um mundo constituído de fenômenos
situações comunicativas cotidianas com as naturais e socioculturais. Desde muito
pessoas com as quais interagem. As primeiras pequenas, elas procuram se situar em diversos
formas de interação do bebê são os movimentos espaços (rua, bairro, cidade etc.) e tempos (dia
do seu corpo, o olhar, a postura corporal, o e noite; hoje, ontem e amanhã etc.).
sorriso, o choro e outros recursos vocais, que Demonstram também curiosidade sobre o
ganham sentido com a interpretação do outro. mundo físico (seu próprio corpo, os fenômenos
Progressivamente, as crianças vão ampliando e atmosféricos, os animais, as plantas, as
enriquecendo seu vocabulário e demais transformações da natureza, os diferentes tipos
recursos de expressão e de compreensão, de materiais e as possibilidades de sua
apropriando-se da língua materna - que se torna, manipulação etc.) e o mundo sociocultural (as
pouco a pouco, seu veículo privilegiado de relações de parentesco e sociais entre as pessoas
interação. Na Educação Infantil, é importante que conhece; como vivem e em que trabalham
promover experiências nas quais as crianças essas pessoas; quais suas tradições e seus
possam falar e ouvir, potencializando sua costumes; a diversidade entre elas etc.). Além
participação na cultura oral, pois é na escuta de disso, nessas experiências e em muitas outras,
histórias, na participação em conversas, nas as crianças também se deparam,
descrições, nas narrativas elaboradas frequentemente, com conhecimentos
individualmente ou em grupo e nas implicações matemáticos (contagem, ordenação, relações
com as múltiplas linguagens que a criança se entre quantidades, dimensões, medidas,
constitui ativamente como sujeito singular e comparação de pesos e de comprimentos,
pertencente a um grupo social. avaliação de distâncias, reconhecimento de
Desde cedo, a criança manifesta curiosidade formas geométricas, conhecimento e
com relação à cultura escrita: ao ouvir e reconhecimento de numerais cardinais e
acompanhar a leitura de textos, ao observar os ordinais etc.) que igualmente aguçam a
muitos textos que circulam no contexto curiosidade. Portanto, a Educação Infantil
familiar, comunitário e escolar, ela vai precisa promover experiências nas quais as
construindo sua concepção de língua escrita, crianças possam fazer observações, manipular
reconhecendo diferentes usos sociais da escrita, objetos, investigar e explorar seu entorno,
dos gêneros, suportes e portadores. Na levantar hipóteses e consultar fontes de
Educação Infantil, a imersão na cultura escrita informação para buscar respostas às suas
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Legislação Educacional
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Legislação Educacional
mundo, novas possibilidades de ler e formular manifestos pelas crianças, de suas vivências
hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de mais imediatas para que, com base nessas
refutá-las, de elaborar conclusões, em uma vivências, elas possam, progressivamente,
atitude ativa na construção de conhecimentos. ampliar essa compreensão, o que se dá pela
Nesse período da vida, as crianças estão mobilização de operações cognitivas cada vez
vivendo mudanças importantes em seu mais complexas e pela sensibilidade para
processo de desenvolvimento que repercutem apreender o mundo, expressar-se sobre ele e
em suas relações consigo mesmas, com os nele atuar.
outros e com o mundo. Como destacam as Nos dois primeiros anos do Ensino
DCN, a maior desenvoltura e a maior Fundamental, a ação pedagógica deve ter como
autonomia nos movimentos e deslocamentos foco a alfabetização, a fim de garantir amplas
ampliam suas interações com o espaço; a oportunidades para que os alunos se apropriem
relação com múltiplas linguagens, incluindo os do sistema de escrita alfabética de modo
usos sociais da escrita e da matemática, permite articulado ao desenvolvimento de outras
a participação no mundo letrado e a construção habilidades de leitura e de escrita e ao seu
de novas aprendizagens, na escola e para além envolvimento em práticas diversificadas de
dela; a afirmação de sua identidade em relação letramentos. Como aponta o Parecer CNE/CEB
ao coletivo no qual se inserem resulta em nº 11/2010, “os conteúdos dos diversos
formas mais ativas de se relacionarem com esse componentes curriculares [...], ao
coletivo e com as normas que regem as relações descortinarem às crianças o conhecimento do
entre as pessoas dentro e fora da escola, pelo mundo por meio de novos olhares, lhes
reconhecimento de suas potencialidades e pelo oferecem oportunidades de exercitar a leitura e
acolhimento e pela valorização das diferenças. a escrita de um modo mais significativo”
Ampliam-se também as experiências para o (BRASIL, 2010).
desenvolvimento da oralidade e dos processos Ao longo do Ensino Fundamental - Anos
de percepção, compreensão e representação, Iniciais, a progressão do conhecimento ocorre
elementos importantes para a apropriação do pela consolidação das aprendizagens anteriores
sistema de escrita alfabética e de outros e pela ampliação das práticas de linguagem e da
sistemas de representação, como os signos experiência estética e intercultural das crianças,
matemáticos, os registros artísticos, midiáticos considerando tanto seus interesses e suas
e científicos e as formas de representação do expectativas quanto o que ainda precisam
tempo e do espaço. Os alunos se deparam com aprender. Ampliam-se a autonomia intelectual,
uma variedade de situações que envolvem a compreensão de normas e os interesses pela
conceitos e fazeres científicos, desenvolvendo vida social, o que lhes possibilita lidar com
observações, análises, argumentações e sistemas mais amplos, que dizem respeito às
potencializando descobertas. relações dos sujeitos entre si, com a natureza,
As experiências das crianças em seu com a história, com a cultura, com as
contexto familiar, social e cultural, suas tecnologias e com o ambiente.
memórias, seu pertencimento a um grupo e sua Além desses aspectos relativos à
interação com as mais diversas tecnologias de aprendizagem e ao desenvolvimento, na
informação e comunicação são fontes que elaboração dos currículos e das propostas
estimulam sua curiosidade e a formulação de pedagógicas devem ainda ser consideradas
perguntas. O estímulo ao pensamento criativo, medidas para assegurar aos alunos um percurso
lógico e crítico, por meio da construção e do contínuo de aprendizagens entre as duas fases
fortalecimento da capacidade de fazer do Ensino Fundamental, de modo a promover
perguntas e de avaliar respostas, de argumentar, uma maior integração entre elas. Afinal, essa
de interagir com diversas produções culturais, transição se caracteriza por mudanças
de fazer uso de tecnologias de informação e pedagógicas na estrutura educacional,
comunicação, possibilita aos alunos ampliar sua decorrentes principalmente da diferenciação
compreensão de si mesmos, do mundo natural e dos componentes curriculares. Como bem
social, das relações dos seres humanos entre si destaca o Parecer CNE/CEB nº 11/2010, “os
e com a natureza. alunos, ao mudarem do professor generalista
As características dessa faixa etária dos anos iniciais para os professores
demandam um trabalho no ambiente escolar especialistas dos diferentes componentes
que se organize em torno dos interesses curriculares, costumam se ressentir diante das
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Legislação Educacional
muitas exigências que têm de atender, feitas expressão das culturas juvenis, cujos traços são
pelo grande número de docentes dos anos mais visíveis, sobretudo, nas áreas urbanas mais
finais” (BRASIL, 2010). Realizar as densamente povoadas (BRASIL, 2010).
necessárias adaptações e articulações, tanto no
5º quanto no 6º ano, para apoiar os alunos nesse Há que se considerar, ainda, que a cultura
processo de transição, pode evitar ruptura no digital tem promovido mudanças sociais
processo de aprendizagem, garantindo-lhes significativas nas sociedades contemporâneas.
maiores condições de sucesso. Em decorrência do avanço e da multiplicação
Ao longo do Ensino Fundamental - Anos das tecnologias de informação e comunicação e
Finais, os estudantes se deparam com desafios do crescente acesso a elas pela maior
de maior complexidade, sobretudo devido à disponibilidade de computadores, telefones
necessidade de se apropriarem das diferentes celulares, tablets e afins, os estudantes estão
lógicas de organização dos conhecimentos dinamicamente inseridos nessa cultura, não
relacionados às áreas. Tendo em vista essa somente como consumidores. Os jovens têm se
maior especialização, é importante, nos vários engajado cada vez mais como protagonistas da
componentes curriculares, retomar e cultura digital, envolvendo-se diretamente em
ressignificar as aprendizagens do Ensino novas formas de interação multimidiática e
Fundamental - Anos Iniciais no contexto das multimodal e de atuação social em rede, que se
diferentes áreas, visando ao aprofundamento e realizam de modo cada vez mais ágil. Por sua
à ampliação de repertórios dos estudantes. vez, essa cultura também apresenta forte apelo
Nesse sentido, também é importante emocional e induz ao imediatismo de respostas
fortalecer a autonomia desses adolescentes, e à efemeridade das informações, privilegiando
oferecendo-lhes condições e ferramentas para análises superficiais e o uso de imagens e
acessar e interagir criticamente com diferentes formas de expressão mais sintéticas, diferentes
conhecimentos e fontes de informação. dos modos de dizer e argumentar característicos
Os estudantes dessa fase inserem-se em uma da vida escolar.
faixa etária que corresponde à transição entre Todo esse quadro impõe à escola desafios ao
infância e adolescência, marcada por intensas cumprimento do seu papel em relação à
mudanças decorrentes de transformações formação das novas gerações. É importante que
biológicas, psicológicas, sociais e emocionais. a instituição escolar preserve seu compromisso
Nesse período de vida, como bem aponta o de estimular a reflexão e a análise aprofundada
Parecer CNE/CEB nº 11/2010, ampliam-se os e contribua para o desenvolvimento, no
vínculos sociais e os laços afetivos, as estudante, de uma atitude crítica em relação ao
possibilidades intelectuais e a capacidade de conteúdo e à multiplicidade de ofertas
raciocínios mais abstratos. Os estudantes midiáticas e digitais. Contudo, também é
tornam-se mais capazes de ver e avaliar os fatos imprescindível que a escola compreenda e
pelo ponto de vista do outro, exercendo a incorpore mais as novas linguagens e seus
capacidade de descentração, “importante na modos de funcionamento, desvendando
construção da autonomia e na aquisição de possibilidades de comunicação (e também de
valores morais e éticos” (BRASIL, 2010). manipulação), e que eduque para usos mais
As mudanças próprias dessa fase da vida democráticos das tecnologias e para uma
implicam a compreensão do adolescente como participação mais consciente na cultura digital.
sujeito em desenvolvimento, com Ao aproveitar o potencial de comunicação do
singularidades e formações identitárias e universo digital, a escola pode instituir novos
culturais próprias, que demandam práticas modos de promover a aprendizagem, a
escolares diferenciadas, capazes de contemplar interação e o compartilhamento de significados
suas necessidades e diferentes modos de entre professores e estudantes.
inserção social. Conforme reconhecem as Além disso, e tendo por base o compromisso
DCN, é frequente, nessa etapa, da escola de propiciar uma formação integral,
observar forte adesão aos padrões de balizada pelos direitos humanos e princípios
comportamento dos jovens da mesma idade, o democráticos, é preciso considerar a
que é evidenciado pela forma de se vestir e necessidade de desnaturalizar qualquer forma
também pela linguagem utilizada por eles. Isso de violência nas sociedades contemporâneas,
requer dos educadores maior disposição para incluindo a violência simbólica de grupos
entender e dialogar com as formas próprias de sociais que impõem normas, valores e
169
Legislação Educacional
conhecimentos tidos como universais e que não Médio deve trabalhar. Está em jogo a recriação
estabelecem diálogo entre as diferentes culturas da escola que, embora não possa por si só
presentes na comunidade e na escola. resolver as desigualdades sociais, pode ampliar
Em todas as etapas de escolarização, mas de as condições de inclusão social, ao possibilitar
o acesso à ciência, à tecnologia, à cultura e ao
modo especial entre os estudantes dessa fase do
trabalho (Parecer CNE/CEB nº 5/201152;
Ensino Fundamental, esses fatores ênfases adicionadas).
frequentemente dificultam a convivência
cotidiana e a aprendizagem, conduzindo ao Para responder a essa necessidade de
desinteresse e à alienação e, não raro, à recriação da escola, mostra-se imprescindível
agressividade e ao fracasso escolar. Atenta a reconhecer que as rápidas transformações na
culturas distintas, não uniformes nem contínuas dinâmica social contemporânea nacional e
dos estudantes dessa etapa, é necessário que a internacional, em grande parte decorrentes do
escola dialogue com a diversidade de formação desenvolvimento tecnológico, atingem
e vivências para enfrentar com sucesso os diretamente as populações jovens e, portanto,
desafios de seus propósitos educativos. A suas demandas de formação. Nesse cenário
compreensão dos estudantes como sujeitos com cada vez mais complexo, dinâmico e fluido, as
histórias e saberes construídos nas interações incertezas relativas às mudanças no mundo do
com outras pessoas, tanto do entorno social trabalho e nas relações sociais como um todo
mais próximo quanto do universo da cultura representam um grande desafio para a
midiática e digital, fortalece o potencial da formulação de políticas e propostas de
escola como espaço formador e orientador para organização curriculares para a Educação
a cidadania consciente, crítica e participativa. Básica, em geral, e para o Ensino Médio, em
Nessa direção, no Ensino Fundamental - particular.
Anos Finais, a escola pode contribuir para o
delineamento do projeto de vida dos estudantes, As juventudes e o Ensino Médio
ao estabelecer uma articulação não somente Na direção de atender às expectativas dos
com os anseios desses jovens em relação ao seu estudantes e às demandas da sociedade
futuro, como também com a continuidade dos contemporânea para a formação no Ensino
estudos no Ensino Médio. Esse processo de Médio, as DCNEM/2011 explicitam a
reflexão sobre o que cada jovem quer ser no necessidade de não caracterizar o público dessa
futuro, e de planejamento de ações para etapa - constituído predominantemente por
construir esse futuro, pode representar mais adolescentes e jovens - como um grupo
uma possibilidade de desenvolvimento pessoal homogêneo, nem conceber a “juventude” como
e social. mero rito de passagem da infância à
maturidade. Ao contrário, defendem ser
5. A Etapa do Ensino Médio fundamental reconhecer
O Ensino Médio no contexto da Educação a juventude como condição sócio-histórico-
Básica cultural de uma categoria de sujeitos que
O Ensino Médio é a etapa final da Educação necessita ser considerada em suas múltiplas
Básica, direito público subjetivo de todo dimensões, com especificidades próprias que
cidadão brasileiro. Todavia, a realidade não estão restritas às dimensões biológica e
educacional do País tem mostrado que essa etária, mas que se encontram articuladas com
etapa representa um gargalo na garantia do uma multiplicidade de atravessamentos sociais e
direito à educação. Para além da necessidade de culturais, produzindo múltiplas culturas juvenis
ou muitas juventudes (Parecer CNE/CEB nº
universalizar o atendimento, tem-se mostrado
5/2011; ênfase adicionada).
crucial garantir a permanência e as
aprendizagens dos estudantes, respondendo às
Adotar essa noção ampliada e plural de
suas demandas e aspirações presentes e futuras.
juventudes significa, portanto, entender as
Como bem identificam e explicitam as
culturas juvenis em sua singularidade. Significa
Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino
não apenas compreendê-las como diversas e
Médio de 2011 (DCNEM/2011):
dinâmicas, como também reconhecer os jovens
Com a perspectiva de um imenso contingente
de adolescentes, jovens e adultos que se como participantes ativos das sociedades nas
diferenciam por condições de existência e quais estão inseridos, sociedades essas também
perspectivas de futuro desiguais, é que o Ensino tão dinâmicas e diversas.
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Matemática (LDB, Art. 35-A, § 3º). Todas as novos, ampliando o leque de recursos para
habilidades da BNCC foram definidas resolver problemas mais complexos, que
tomando-se como referência o limite de 1.800 exijam maior reflexão e abstração. Também
horas do total da carga horária da etapa (LDB, devem construir uma visão mais integrada da
Art. 35-A, § 5º). Matemática, da Matemática com outras áreas
As competências e habilidades da BNCC do conhecimento e da aplicação da Matemática
constituem a formação geral básica. Os à realidade.
currículos do Ensino Médio são compostos pela A área de Ciências da Natureza, no Ensino
formação geral básica, articulada aos itinerários Fundamental, propõe aos estudantes investigar
formativos como um todo indissociável, nos características, fenômenos e processos relativos
termos das DCNEM/2018 (Parecer CNE/CEB ao mundo natural e tecnológico, explorar e
nº 3/2018 e Resolução CNE/CEB nº 3/2018). compreender alguns de seus conceitos
fundamentais e suas estruturas explicativas,
A progressão das aprendizagens essenciais além de valorizar e promover os cuidados
do Ensino Fundamental para o Ensino Médio pessoais e com o outro, o compromisso com a
O conjunto das competências específicas e sustentabilidade e o exercício da cidadania. No
habilidades definidas para o Ensino Médio Ensino Médio, a área de Ciências da Natureza e
concorre para o desenvolvimento das suas Tecnologias oportuniza o aprofundamento
competências gerais da Educação Básica e está e a ampliação dos conhecimentos explorados na
articulado às aprendizagens essenciais etapa anterior. Trata a investigação como forma
estabelecidas para o Ensino Fundamental. Com de engajamento dos estudantes na
o objetivo de consolidar, aprofundar e ampliar aprendizagem de processos, práticas e
a formação integral, atende às finalidades dessa procedimentos científicos e tecnológicos, e
etapa e contribui para que os estudantes possam promove o domínio de linguagens específicas,
construir e realizar seu projeto de vida, em o que permite aos estudantes analisar
consonância com os princípios da justiça, da fenômenos e processos, utilizando modelos e
ética e da cidadania. fazendo previsões. Dessa maneira, possibilita
A área de Linguagens, no Ensino aos estudantes ampliar sua compreensão sobre
Fundamental, está centrada no conhecimento, a vida, o nosso planeta e o universo, bem como
na compreensão, na exploração, na análise e na sua capacidade de refletir, argumentar, propor
utilização das diferentes linguagens (visuais, soluções e enfrentar desafios pessoais e
sonoras, verbais, corporais), visando coletivos, locais e globais.
estabelecer um repertório diversificado sobre as A área de Ciências Humanas, tanto no
práticas de linguagem e desenvolver o senso Ensino Fundamental como no Ensino Médio,
estético e a comunicação com o uso das define aprendizagens centradas no
tecnologias digitais. No Ensino Médio, o foco desenvolvimento das competências de
da área de Linguagens e suas Tecnologias está identificação, análise, comparação e
na ampliação da autonomia, do protagonismo e interpretação de ideias, pensamentos,
da autoria nas práticas de diferentes linguagens; fenômenos e processos históricos, geográficos,
na identificação e na crítica aos diferentes usos sociais, econômicos, políticos e culturais. Essas
das linguagens, explicitando seu poder no competências permitirão aos estudantes
estabelecimento de relações; na apreciação e na elaborar hipóteses, construir argumentos e atuar
participação em diversas manifestações no mundo, recorrendo aos conceitos e
artísticas e culturais; e no uso criativo das fundamentos dos componentes da área. No
diversas mídias. Ensino Médio, com a incorporação da Filosofia
A área de Matemática, no Ensino e da Sociologia, a área de Ciências Humanas e
Fundamental, centra-se na compreensão de Sociais Aplicadas propõe o aprofundamento e a
conceitos e procedimentos em seus diferentes ampliação da base conceitual e dos modos de
campos e no desenvolvimento do pensamento construção da argumentação e sistematização
computacional, visando à resolução e do raciocínio, operacionalizados com base em
formulação de problemas em contextos procedimentos analíticos e interpretativos.
diversos. No Ensino Médio, na área de Nessa etapa, como os estudantes e suas
Matemática e suas Tecnologias, os estudantes experiências como jovens cidadãos
devem consolidar os conhecimentos representam o foco do aprendizado, deve-se
desenvolvidos na etapa anterior e agregar estimular uma leitura de mundo sustentada em
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Legislação Educacional
essas dimensões também foram contempladas pela Base Nacional Comum Curricular e por
nos objetivos de aprendizagem e itinerários formativos, que deverão ser
desenvolvimento da Educação Infantil e nas organizados por meio da oferta de diferentes
competências específicas e habilidades dos arranjos curriculares, conforme a relevância
para o contexto local e a possibilidade dos
diferentes componentes curriculares do Ensino
sistemas de ensino, a saber:
Fundamental, respeitadas as características I - linguagens e suas tecnologias;
dessas etapas. No Ensino Médio, por sua vez, II - matemática e suas tecnologias;
dada a intrínseca relação entre as culturas III - ciências da natureza e suas tecnologias;
juvenis e a cultura digital, torna-se IV - ciências humanas e sociais aplicadas;
imprescindível ampliar e aprofundar as V - formação técnica e profissional (LDB,
aprendizagens construídas nas etapas Art. 36; ênfases adicionadas).
anteriores. Afinal, os jovens estão
dinamicamente inseridos na cultura digital, não Nesse contexto, é necessário reorientar
somente como consumidores, mas se engajando currículos e propostas pedagógicas -
cada vez mais como protagonistas. Portanto, na compostos, indissociavelmente, por formação
BNCC dessa etapa, o foco passa a estar no geral básica e itinerário formativo (Resolução
reconhecimento das potencialidades das CNE/CEB nº 3/2018, Art. 10). Nesse processo
tecnologias digitais para a realização de uma de reorientação curricular, é imprescindível aos
série de atividades relacionadas a todas as áreas sistemas de ensino, às redes escolares e às
do conhecimento, a diversas práticas sociais e escolas:
ao mundo do trabalho. São definidas • orientar-se pelas competências gerais da
competências e habilidades, nas diferentes Educação Básica e assegurar as competências
áreas, que permitem aos estudantes: específicas de área e as habilidades definidas na
• buscar dados e informações de forma BNCC do Ensino Médio em até 1.800 horas do
crítica nas diferentes mídias, inclusive as total da carga horária da etapa, o que constitui a
sociais, analisando as vantagens do uso e da formação geral básica, nos termos do Artigo 11
evolução da tecnologia na sociedade atual, da Resolução CNE/CEB nº 3/2018;
como também seus riscos potenciais; • orientar-se pelas competências gerais da
• apropriar-se das linguagens da cultura Educação Básica para organizar e propor
digital, dos novos letramentos e dos itinerários formativos (Resolução CNE/CEB nº
multiletramentos para explorar e produzir 3/2018, Art. 12), considerando também as
conteúdos em diversas mídias, ampliando as competências específicas de área e habilidades
possibilidades de acesso à ciência, à tecnologia, no caso dos itinerários formativos relativos às
à cultura e ao trabalho; áreas do conhecimento.
• usar diversas ferramentas de software e Assim, na formação geral básica, os
aplicativos para compreender e produzir currículos e as propostas pedagógicas devem
conteúdos em diversas mídias, simular garantir as aprendizagens essenciais definidas
fenômenos e processos das diferentes áreas do na BNCC. Conforme as DCNEM/2018, devem
conhecimento, e elaborar e explorar diversos contemplar, sem prejuízo da integração e
registros de representação matemática; e articulação das diferentes áreas do
• utilizar, propor e/ou implementar soluções conhecimento, estudos e práticas de:
(processos e produtos) envolvendo diferentes I - língua portuguesa, assegurada às
tecnologias, para identificar, analisar, modelar comunidades indígenas, também, a utilização
e solucionar problemas complexos em diversas das respectivas línguas maternas;
II - matemática;
áreas da vida cotidiana, explorando de forma
III - conhecimento do mundo físico e natural
efetiva o raciocínio lógico, o pensamento e da realidade social e política, especialmente
computacional, o espírito de investigação e a do Brasil;
criatividade. IV - arte, especialmente em suas expressões
regionais, desenvolvendo as linguagens das
Currículos: BNCC e itinerários artes visuais, da dança, da música e do teatro;
As recentes mudanças na LDB, em função V - educação física, com prática facultativa
da Lei nº 13.415/2017, substituem o modelo ao estudante nos casos previstos em Lei;
único de currículo do Ensino Médio por um VI - história do Brasil e do mundo, levando
modelo diversificado e flexível: em conta as contribuições das diferentes
O currículo do ensino médio será composto culturas e etnias para a formação do povo
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Legislação Educacional
brasileiro, especialmente das matrizes indígena, ecologia, nutrição, zoologia, dentre outros,
africana e europeia; considerando o contexto local e as
VII - história e cultura afro-brasileira e possibilidades de oferta pelos sistemas de
indígena, em especial nos estudos de arte e de ensino;
literatura e história brasileiras; IV - ciências humanas e sociais aplicadas:
VIII - sociologia e filosofia; aprofundamento de conhecimentos estruturantes
IX - língua inglesa, podendo ser oferecidas para aplicação de diferentes conceitos em
outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, contextos sociais e de trabalho, estruturando
preferencialmente o espanhol, de acordo com a arranjos curriculares que permitam estudos em
disponibilidade da instituição ou rede de ensino relações sociais, modelos econômicos,
(Resolução CNE/CEB nº 3/2018, Art. 11, § 4º). processos políticos, pluralidade cultural,
historicidade do universo, do homem e natureza,
Os itinerários formativos - estratégicos para dentre outros, considerando o contexto local e as
a flexibilização da organização curricular do possibilidades de oferta pelos sistemas de
Ensino Médio, pois possibilitam opções de ensino;
V - formação técnica e profissional:
escolha aos estudantes - podem ser estruturados
desenvolvimento de programas educacionais
com foco em uma área do conhecimento, na inovadores e atualizados que promovam
formação técnica e profissional ou, também, na efetivamente a qualificação profissional dos
mobilização de competências e habilidades de estudantes para o mundo do trabalho,
diferentes áreas, compondo itinerários objetivando sua habilitação profissional tanto
integrados, nos seguintes termos das para o desenvolvimento de vida e carreira
DCNEM/2018: quanto para adaptar-se às novas condições
I - linguagens e suas tecnologias: ocupacionais e às exigências do mundo do
aprofundamento de conhecimentos estruturantes trabalho contemporâneo e suas contínuas
para aplicação de diferentes linguagens em transformações, em condições de
contextos sociais e de trabalho, estruturando competitividade, produtividade e inovação,
arranjos curriculares que permitam estudos em considerando o contexto local e as
línguas vernáculas, estrangeiras, clássicas e possibilidades de oferta pelos sistemas de ensino
indígenas, Língua Brasileira de Sinais (Resolução CNE/CEB nº 3/2018, Art. 12).
(LIBRAS), das artes, design, linguagens digitais,
corporeidade, artes cênicas, roteiros, produções Assim, a oferta de diferentes itinerários
literárias, dentre outros, considerando o formativos pelas escolas deve considerar a
contexto local e as possibilidades de oferta pelos realidade local, os anseios da comunidade
sistemas de ensino; escolar e os recursos físicos, materiais e
II - matemática e suas tecnologias:
humanos das redes e instituições escolares de
aprofundamento de conhecimentos estruturantes
para aplicação de diferentes conceitos forma a propiciar aos estudantes possibilidades
matemáticos em contextos sociais e de trabalho, efetivas para construir e desenvolver seus
estruturando arranjos curriculares que projetos de vida e se integrar de forma
permitam estudos em resolução de problemas e consciente e autônoma na vida cidadã e no
análises complexas, funcionais e não-lineares, mundo do trabalho. Para tanto, os itinerários
análise de dados estatísticos e probabilidade, devem garantir a apropriação de procedimentos
geometria e topologia, robótica, automação, cognitivos e o uso de metodologias que
inteligência artificial, programação, jogos favoreçam o protagonismo juvenil, e organizar-
digitais, sistemas dinâmicos, dentre outros, se em torno de um ou mais dos seguintes eixos
considerando o contexto local e as
estruturantes:
possibilidades de oferta pelos sistemas de
I - investigação científica: supõe o
ensino;
aprofundamento de conceitos fundantes das
III - ciências da natureza e suas tecnologias:
ciências para a interpretação de ideias,
aprofundamento de conhecimentos estruturantes
fenômenos e processos para serem utilizados em
para aplicação de diferentes conceitos em
procedimentos de investigação voltados ao
contextos sociais e de trabalho, organizando
enfrentamento de situações cotidianas e
arranjos curriculares que permitam estudos em
demandas locais e coletivas, e a proposição de
astronomia, metrologia, física geral, clássica,
intervenções que considerem o desenvolvimento
molecular, quântica e mecânica,
local e a melhoria da qualidade de vida da
instrumentação, ótica, acústica, química dos
comunidade;
produtos naturais, análise de fenômenos físicos
II - processos criativos: supõem o uso e o
e químicos, meteorologia e climatologia,
aprofundamento do conhecimento científico na
microbiologia, imunologia e parasitologia,
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tratados todos os escravos pelos antigos Municipal. De acordo com o IDEB (índice
fazendeiros locais, motivou um êxodo de Desenvolvimento da Educação Básica),
considerável de trabalhadores rurais, tão o município vem melhorando seu
cedo começaram a surtir efeitos as desempenho, mas ainda precisa acelerar
determinações abolicionistas contidas na esse desenvolvimento em busca das metas
Lei Áurea, promulgada em 1888 estabelecidas pelo Ministério da Educação,
Já no período republicano, em 3 de conforme podemos depreender do gráfico
janeiro de 1890, a Vila de Saquarema, abaixo:
atingiu sua completa maturidade, em
virtude de lhe ser conferida, nessa data, por
efeito do decreto número 28, elevou-se a
categoria de cidade. Em divisão territorial
datada de 1960 o município é constituído de
3 distritos: Saquarema, Bacaxá e Sampaio
Correa. Assim permanecendo em divisão
territorial datada de 2007
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22,9%, motores; 48,1%, visuais e 16,7%, cerca de 10% das pessoas com deficiências
auditivos. Nove milhões estão em idade ainda estão fora do sistema escolar.
produtiva, somente 1,1 milhão exercem O município de Saquarema atende em
atividades remuneradas. Devido às sua rede 414 alunos com necessidades
barreiras que ainda condenam muitas destas educacionais especiais, contando com um
pessoas ao isolamento, elas também estão pólo de atendimento especializado, o
em desvantagem no que diz respeito ao CAIE- Centro de Apoio a inclusão Escolar.
acesso à educação: o percentual de não Contudo, a demanda do município ainda
alfabetizados entre brasileiros de zero a 17 não está totalmente atendida.
anos que portam alguma deficiência (cerca
de três milhões de pessoas) é o dobro que 2.4.2- Diretrizes:
entre não portadores. O último Relatório Destinada às pessoas com "necessidades
Situação da Infância Brasileira, do Unicef, especiais no campo da aprendizagem,
alerta que a taxa de analfabetismo entre originadas quer de deficiências física,
crianças de sete e 14 anos não deficientes é sensoriais, mental ou múltipla, quer de
de 11,7%, contra 22,4% entre as características como altas habilidades
deficientes. superdotação ou talentos" (PNE, p. 58), a
O Brasil tem tentado alterar esse quadro Educação Especial impõe uma politica de
e expandir o atendimento educacional a criação de condições efetivas nas classes
portadores de deficiências, sobretudo nas comuns do sistema regular de ensino nas
classes regulares, incentivando as escolas a salas de recursos, para inclusão desses
se adaptarem aos alunos com necessidades sujeitos à vida escolar e, consequentemente
especiais. A inclusão nas classes regulares na vida econômica e social.
é uma recomendação da LDB. Em 2001, Conforme as Diretrizes Nacionais para
uma resolução do Conselho Nacional de Educação Especial na Educação Básica
Educação instituiu as Diretrizes Nacionais (2001. p. 19) são considerados alunos com
para a Educação Especial na Educação necessidades educacionais especiais
Básica. O MEC elaborou, ainda, as aqueles que demonstrem dificuldades
"Adaptações Curriculares — estratégias acentuadas de aprendizagem ou limitação
para a educação de alunos com no processo de desenvolvimento global que
necessidades especiais", complementando dificultem o acompanhamento das
os PCNs. Também disponibiliza o atividades curriculares compreendidas em
"Programa nacional de capacitação de três grupos:
recursos humanos do ensino regular para 1. Aquelas não vinculadas a urna
atuar com alunos com necessidades causa orgânica específica;
especiais" a estados e municípios. 2. Aquelas relacionadas a condições,
Entidades como AACD e APAE capacitam disfunções, limitações ou deficiências;
professores do ensino regular, no qual se 3. Aquelas correspondentes a altas
encontram 30,3% dos 503.570 alunos habilidades/superdotação, grande
brasileiros portadores de deficiências (em facilidade de aprendizagem que leve a
1998, esse índice era 15%). O MEC dominar rapidamente os conceitos e que,
pretende que, até 2006, todas as escolas por ter condições de aprofundar e
públicas sejam inclusivas. enriquecer os conteúdos deve receber
desafios suplementares em classes comuns,
Apesar dos avanços, o setor público em salas de recursos ou em outros espaços
ainda deve muito aos portadores de definidos pelo sistema de ensino, para
deficiências. Dos 358.987 que estudam concluir em menor tempo a série ou etapa
exclusivamente em escolas e classes escolar.
especiais, somente 139.177 estão em Nesse entendimento a abrangência das
alguma instituição pública. Estima-se que políticas de interação e inclusão envolve
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com bons salários se poderá ter os melhores se garantir, sempre que possível à
profissionais do mercado de trabalho. Por autonomia da escola para executar estas
outro lado, quanto mais eficiente e eficaz despesas, pois é a escola que mais sabe o
for o sistema educacional, maiores serão as que é necessário comprar bem como e onde
condições de se melhorar o nível salarial do se pode fazer as maiores economias, na
professor. Portanto, a necessária medida em que a escola saiba quanto custa
valorização do profissional da educação o que está gastando. Portanto é importante
não pode vir dissociada do enfrentamento a existência de mecanismos que transfiram
das questões relativas a qualidade do recursos suficientes diretamente para as
ensino. escolas, como o PPDE do Governo Federal.
Outro aspecto que merece destaque é a Deve-se progressivamente ir repassando
de investimentos na área da educação. recursos e responsabilidades de forma a
Atualmente o número de vagas oferecidas é ampliar a autonomia financeira,
suficiente para atender a toda demanda capacitando o quadro de direção da escola
escolar. Porém a população do município se para a adequada gestão destes recursos.
encontra em expansão. Portanto, é `Também deve ser abordada a questão
necessário que o município preveja do ensino superior em nosso município. As
investimentos no ensino fundamental e administrações municipais, ao longo do
infantil e o estado no ensino médio, para tempo, têm trabalhado no sentido de
que se possa atender esta demanda. No que oportunizar ao saquaremense, a condição
se refere a equipamentos, ainda há uma de avançar em sua educação, porém ainda
grande carência nas escolas, principalmente estamos longe do ideal que seria termos em
no que se refere a informatização e nossa cidade a oferta da educação superior.
equipamentos esportivos e culturais, A gestão democrática deve ser
devendo-se prever investimentos para que implantada como fruto da construção de
no prazo estipulado, todas as unidades toda comunidade escolar e deve ser
educacionais tenham as condições físicas garantida e aprimorada. No núcleo da
adequadas as necessidades do ensino. discussão da gestão democrática, está a
Um ponto importante, no autonomia escolar, que deve ser
dimensionamento do gasto público com consolidada e ampliada. Através da
educação, é o ensino em tempo integral. autonomia administrativa, pela escolha de
Não resta dúvida de que o ensino em tempo diretores e coordenadores pela comunidade
integral favorece e enriquece o processo de escolar, bem como o funcionamento dos
ensino aprendizagem. No entanto temos de Conselhos Deliberativos Escolares; através
ser realistas. Se já são escassos os recursos da autonomia pedagógica, na formulação e
para educação em um turno, o que dirá para implementação dos PPP - Projetos
período integral. No entanto não podemos Políticos-Pedagógicos e PDDE — M -
perder esta perspectiva de vista, Programa Dinheiro Direto na Escola
direcionando-a à públicos específicos como Municipal, que garante autonomia
crianças em situação de risco ou financeira, com a transferência de recursos
desagregação familiar. diretamente para a escola. O gestor tem
Merece destaque também a questão do papel fundamental no sucesso da escola e
transporte escolar. Ano a ano o transporte deve ser incentivado e qualificado
escolar tem se apropriado de um percentual pedagógica e gerencialmente para melhor
maior dos recursos da educação. Quais as exercer esta função.
alternativas possíveis? De toda forma esta A autonomia escolar deve ser exercida
questão é uma das principais no dentro de um contexto maior, que são as
financiamento do ensino. diretrizes e objetivos definidos por um
Em relação aos recursos para custeio das Plano Municipal de Educação, através da
atividades de ensino, entende-se que deve Coordenação da Secretaria Municipal de
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23. Organizar oferta de transporte que visam inovações para sua prática
gratuito para realização de atividades profissional.
extracurriculares e aulas práticas; Considerando que a valorização dos
24. Criar sítio na internet, em parceria profissionais da educação implica nos
com a prefeitura com dados sobre o Sistema seguintes requisitos:
Municipal de Ensino do Município de 1- Uma formação que assegure o
Saquarema sempre atualizados; desenvolvimento pessoal enquanto cidadão
25. Implementar sistema informatizado e profissional, e domínio dos
de forma que as escolas estejam ligadas conhecimentos necessários de trabalho
diretamente a SMEC; escolar;
26. Estabelecer sistema, ligado a 2- Um sistema de educação continuada
SMEC, que permita as escolas realizar que permita aos profissionais da educação
matriculas on-line; um crescimento constante de seu domínio
27. Garantir que o Conselho Municipal sobre a cultura letrada, dentro de uma visão
seja eleito pela comunidade, na maioria dos crítica e da perspectiva de um novo
seus membros; humanismo;
3- Salário condigno, competitivo no
3.2 – Formação Continuada mercado de trabalho com outras ocupações
que requerem nível equivalente de
3.2.1- Diagnóstico formação.
Entende-se por profissionais da O Plano Municipal de Educação propõe
Educação Básica o conjunto de Professores princípios que deverão nortear as ações de
que exercem atividades de docência ou formação e valorização dos profissionais da
suporte Pedagógico direto a tais atividades, educação. São eles:
incluídas as de Coordenação, a) Aplicação na integra do Plano de
Assessoramento Pedagógico e de Direção Cargos e Salários dos Profissionais da
Escolar e Funcionários Técnicos Educação com revisão anual;
Administrativo Educacional e Apoio b) Sólida formação teórica nos
Administrativo Educacional, que conteúdos específicos a serem ensinados na
desempenham atividades nas Unidades Educação Básica;
Escolares e na Administração Central do c) Ampla formação cultural, pesquisa
Sistema Público de Educação Básica. como princípio formativo;
d) Atividade docente como foco
3.2.2- Diretrizes formativo em contato com a realidade
A formação continuada é um dos escolar do início ao final do curso,
grandes avanços para os profissionais da integrando a teoria à prática pedagógica e
educação, pois através desta, podem ser vivência de formas de gestão democrática
adquiridos novos conhecimentos e assim do ensino;
atingir novas metas para uma boa e) Domínio e acesso as novas
aprendizagem. Para isso será necessária a tecnologias de comunicação, da informação
implementação de uma política pública e condições para integrá-las à prática de
condizente com as necessidades de nossa todos os funcionários da educação;
realidade, bem como a implantação de f) Conhecimento e aplicação das
melhores condições de trabalho nas escolas, diretrizes curriculares nacionais dos níveis
o que proporcionará avanço tecnológico, e modalidades
melhoria na qualidade de ensino e, da Educação Básica e análise dos temas
consequentemente, na qualidade de vida. atuais da sociedade, da cultura e da
Faz-se necessário uma política salarial economia.
condizente com a profissionalização, pois a Ressaltamos que a ação educativa no
atividade pedagógica exige buscas diárias interior da escola envolve a participação de
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todos os seus trabalhadores, portanto todos 02. São objetivos e metas para o Ensino
são profissionais de educação e nesse Fundamental, EXCETO:
sentido. a qualidade dos cursos de formação A- Garantir o acesso e a permanência,
desses profissionais que atuam nas áreas com sucesso, de todas as crianças na escola,
técnicas e administrativas também é de estabelecendo, as regiões em que se
fundamental importância para o demonstrar necessário, programas
desenvolvimento da qualidade da educação específicos, com a colaboração da União e
escolar de nosso município. do Estado.
B- Manter a duração de oito anos do
3.2.3- Objetivos e metas: Ensino Fundamental obrigatório, com
1 — Envidar esforços para que todos os início aos seis anos de idade.
professores de educação infantil e também C- Assegurar o sucesso do aluno na
os professores das séries iniciais do ensino escola, a partir de um trabalho pedagógico
fundamental possuam formação de nível qualificado voltado para a constituição de
superior. conhecimentos e valores.
2 - Garantir, que o Sistema Municipal de D - Criar mecanismos de apoio aos
Ensino mantenha, em conjunto com o alunos que ingressam tardiamente na escola
Estado, programa de formação continuada e àqueles que apresentam distorção
dos profissionais da educação, contando idade/série, garantindo instrumentos de
com a parceria das instituições de ensino monitoramento e avaliação desse processo;
superior que atuem neste município;
3- Garantir e atualizar o Plano de Alternativas
Cargos e Salários que valorize os 01. certo (3.2.1)
profissionais da educação com 02. A (2.2.3)
remuneração condizente com a importância
social da ação educativa;
4- Até o término da vigência do Plano 7. Diretrizes Curriculares Nacionais para
Municipal de Educação, somente admitir Educação Básica
disponível em
professores e demais profissionais de
http://portal.mec.gov.br/docman/julho-
educação que possuam as qualificações 2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-
mínimas exigidas no art. 62 da LDB. basica-2013-pdf/file
Questões
7
Apresentação
01. Entende-se por profissionais da A Educação Básica de qualidade é um
Educação Básica o conjunto de Professores direito assegurado pela Constituição
que exercem atividades de docência ou Federal e pelo Estatuto da Criança e do
suporte Pedagógico direto a tais atividades, Adolescente. Um dos fundamentos do
incluídas as de Coordenação, projeto de Nação que estamos construindo,
Assessoramento Pedagógico e de Direção a formação escolar é o alicerce
Escolar e Funcionários Técnicos indispensável e condição primeira para o
Administrativo Educacional e Apoio exercício pleno da cidadania e o acesso aos
Administrativo Educacional, que direitos sociais, econômicos, civis e
desempenham atividades nas Unidades políticos. A educação deve proporcionar o
Escolares e na Administração Central do desenvolvimento humano na sua plenitude,
Sistema Público de Educação Básica. em condições de liberdade e dignidade,
( ) certo ( ) errado respeitando e valorizando as diferenças.
7
Brasil. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais SEB, DICEI, 2013. Disponível em:
da Educação Básica/ Ministério da Educação. Secretária de Educação <http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-
Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. - Brasília: MEC, educacao-basica-2013-pdf/file>
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educação que participaram dos seminários, Indicação CNE/CEB nº 3/2009 que propõe
debates e audiências públicas com o a elaboração de Diretrizes Nacionais para
objetivo de promover o aperfeiçoamento da os planos de carreira e remuneração dos
educação nacional, tendo em vista o funcionários da Educação Básica Pública.
atendimento às novas demandas É nossa expectativa que essas diretrizes
educacionais geradas pelas transformações possam inspirar as instituições
sociais e econômicas e pela acelerada educacionais e os sistemas de educação na
produção de conhecimentos. elaboração de suas políticas de gestão, bem
Tendo como propósito a disseminação como de seus projetos político-pedagógicos
desses importantes conhecimentos, o com vistas a garantir o acesso, a
Conselho Nacional de Educação, por meio permanência e o sucesso dos alunos
deste documento, coloca à disposição das resultante de uma educação de qualidade
instituições educativas e dos sistemas de social que contribua decisivamente para
ensino de todo o Brasil um conjunto de construção de uma sociedade mais justa e
Diretrizes Curriculares que articulam os mais fraterna.
princípios, os critérios e os procedimentos José Fernandes de Lima -Presidente do
que devem ser observados na organização e Conselho Nacional de Educação
com vistas à consecução dos objetivos da
Educação Básica. Prezado(a) Candidato(a), caso queira
Este volume contém os seguintes textos: visualizar o documento na íntegra acessar
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais o link: <https://bit.ly/3VfxJX3>.
para a Educação Básica, Diretrizes
Curriculares Nacionais para Educação Questões
Infantil, Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Ensino Fundamental de nove anos, 01. (SEDF - Professor Substituto -
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Quadrix/2021) As Diretrizes Curriculares
Ensino Médio, Diretrizes Curriculares Nacionais são normas obrigatórias para a
Nacionais para a Educação Profissional educação básica que orientam o
Técnica de nível Médio, Diretrizes planejamento curricular das escolas e dos
Operacionais para o atendimento sistemas de ensino. Elas são discutidas,
educacional especializado na Educação concebidas e fixadas pelo Conselho
Básica, na modalidade Educação Especial, Nacional de Educação. Mesmo depois de o
Diretrizes Curriculares Nacionais para Brasil elaborar a Base Nacional Comum
Educação Escolar Indígena, Diretrizes Curricular, as Diretrizes continuam
Curriculares Nacionais para oferta de EJA valendo, pois os documentos são
em situação de privação de liberdade nos complementares; as Diretrizes dão a
estabelecimentos penais e Diretrizes estrutura, a Base, o detalhamento de
Curriculares Nacionais para Educação conteúdos e competências. Internet:
Escolar Quilombola. Contém ainda o <https://todospelaeducacao.org.br> (com
reexame do parecer que institui diretrizes adaptações).
operacionais para Educação de Jovens e Tendo o texto acima como referência
Adultos, Parecer que trata da proposta de inicial, julgue o item quanto às Diretrizes
fortalecimento e implementação do regime Curriculares Nacionais para o Ensino
de colaboração mediante arranjos de Fundamental de nove anos, para o Ensino
desenvolvimento da educação, Revisão da Médio e para a Educação de Jovens e
Resolução CNE/CEB nº 3/97 que fixa Adultos.
diretrizes para os novos Planos de Carreira Os componentes curriculares arte e
e de Remuneração para o Magistério dos educação física devem ser integrados com a
Estados, do Distrito Federal e dos proposta pedagógica das escolas, sendo sua
Municípios, Parecer que apreciou a prática obrigatória para os estudantes da
200
Legislação Educacional
Gabarito
01.Errado - 02.A
201
Conhecimentos Gerais do Município
SUMÁRIO
Apostilas
Domínio
Conhecimentos Gerais do Município
1
Conhecimentos Gerais do Município
2
Conhecimentos Gerais do Município
- Nos anos 1830 Charles Darwin, O trecho da linha férrea Maricá - Cabo
naturalista britânico esteve em expedição frio teve suas atividades encerradas em
no Brasil e no entorno da Lagoa de Jaconé 1962.
fez descobertas e registros importantes
sobre rochas de praia (beachrocks), suas Usina Santa Luiza
características e propriedades. Criada em 1936, a S/A Agrícola Santa
Luiza ocupava cerca de 17 fazendas no
Principais eventos da primeira parte terceiro distrito de Saquarema, (atual
do século XX Sampaio Correa) . Em sua melhor fase,
produzia e exportava 1 milhão de sacas de
Estrada de Ferro Maricá açúcar, produção superada apenas por
A Estrada de Ferro Maricá (EFM) teve Campos dos Goytacazes, maior produtor do
seu primeiro trecho inaugurado em 1887, Estado do Rio.
ligando os municípios de São Gonçalo a A Usina produzia açúcar, álcool e
Maricá. Desde então, a ferrovia se tornou o melaço e para o escoamento de sua
principal meio de transporte da região, até produção tinha um trem próprio, com uma
então desprovida de outras vias de acesso e locomotiva a vapor e 8 vagões. Chegou a
com estradas vicinais precárias. empregar cerca de 4 mil trabalhadores,
No território de Saquarema foram movimentando a economia e o
construídas as estações de Sampaio Correa desenvolvimento do município de
(antiga Mato Grosso) e Bacaxá, em 1913. Saquarema e da região.
Buscava-se a realização do transporte de Foi fechada na década de 1970, restando
cargas em menor tempo e com maior no local as ruínas de suas duas torres e
segurança, além de ser um meio de outras edificações.
escoamento de produtos vindos do interior
fluminense, e de facilitar o acesso da Aeroporto
população à Niterói, então capital do Em 1937 a Força Aérea Brasileira – FAB
Estado. construiu um campo de pouso na restinga
A estação de trem de Bacaxá foi o do distrito-sede, com o propósito de ser
principal indutor do desenvolvimento do utilizado como ponto de defesa e vigilância
centro comercial de Saquarema. Ali era da costa na guerra que se anunciava
embarcada a produção local, ao mesmo (Segunda Guerra Mundial). Após o término
tempo que chegavam ao seus destinos os desta guerra, o campo de pouso e as duas
bens e itens da capital e das cidades casas da Aeronáutica construídas na praia
vizinhas. A população acorria para ver a então absolutamente deserta, passaram a
chegada e saída dos trens, o espaço se ficar subordinados à Escola de Cadetes da
animava, estabelecimentos eram abertos. A FAB e a serem utilizados para o
cidade crescia. treinamento de pilotos.
A partir dos anos 1950, teve início uma A partir de 1955, Saquarema começou a
política de abertura de estradas e se transformar, passando de um município
priorização do transporte rodoviário, que agro-pesqueiro e centro religioso de
nesse caso foi primeiramente traduzida com romarias para local de veraneio das
a pavimentação da RJ 106. camadas médias e médias baixas
A medida permitiu acesso mais fácil e metropolitanas. Essa função de local de
rápido aos municípios da Região dos Lagos veraneio passou a constituir o principal
e se tornou uma alternativa mais vetor de crescimento urbano, baseado na
competitiva em relação ao transporte doação de terras públicas do distrito-sede a
ferroviário. Posteriormente, ocorreram a veranistas metropolitanos de classes
abertura da BR 101 e a construção da Ponte médias, que ali edificaram residências
Rio Niteroi. secundárias, de veraneio.
3
Conhecimentos Gerais do Município
APA de Massambaba
Área do Município em 2021 Criação: Decreto Estadual nº 9.529, de
352,130 km². 15 de dezembro de 1986. A Lei Estadual nº
6.128, de 28 de dezembro de 2011,
Clima modificou os limites na porção situada no
Tropical úmido. município de Saquarema.
Abrange os Municípios de Araruama,
Relevo Arraial do Cabo e Saquarema.
O relevo da região é constituído por
serras que formam um arco ao norte, Constam, ainda, do território municipal:
delimitando-a, por colinas e por amplas Reserva Ecológica de Jacarepiá –
baixadas formadas por restingas e material compreende um sistema de lagoa e terrenos
trazido pelos rios. Ali se encontram na alagadiços, isolados do mar pela Restinga
divisa com Rio Bonito as serras de Amar e de Massambaba. Situada em Villatur, bairro
Querer, Boa Esperança, Portela, Boqueirão, de Saquarema.
Catimbau e Tingui. Nos limites com Reserva Particular do Patrimônio
Tanguá, a serra Redonda e na divisa com Natural (RPPN) – categoria de unidade de
Maricá as serras de Jaconé, Ponta Negra e conservação de domínio privado, prevista
Urussanga. Além dessas, distinguem-se no Sistema Nacional de Unidades de
também as de Mato Grosso, Palmital e Conservação. No território de Saquarema
Castilhana. Seus pontos culminantes se existe uma RPPN, denominada Mato
localizam nas serras de Mato Grosso e Grosso, com 26, 11 ha.
Tingui. Nas baixadas dominam as lagoas e
extensos brejos periféricos.
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TÍTULO I
Da Organização Municipal
CAPÍTULO I
Do Município
Seção I
Disposições Gerais
2
https://www.saquarema.rj.leg.br/processo-legislativo/lei-organica-do- municipio-de-saquarema-2021/view - visitado em 12.10.2022.
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Conhecimentos Gerais do Município
para conferir efetividade a esses objetivos, Parágrafo único - As tarifas dos serviços
identificar, respeitados os direitos públicos deverão cobrir os seus custos,
individuais e nos termos da lei, o sendo reajustáveis quando se tornarem
patrimônio, os rendimentos e as atividades deficientes ou excedentes.
econômicas do contribuinte.
Parágrafo único - As taxas não poderão Art. 132 - Nenhum contribuinte será
ter base de calculo próprio de impostos. obrigado ao pagamento de qualquer tributo
lançado pela Prefeitura, sem prévia
Art. 128 - O Município poderá instituir notificação.
contribuição, cobrada de seus servidores, § 1 ° - Considera-se notificação a entrega
para o custeio, em benefício destes, de do aviso de lançamento no domicílio fiscal
sistemas de previdência e assistência social. do contribuinte, nos termos da legislação
federal pertinente.
Seção II § 2° - Do lançamento do tributo cabe
Da Receita e da Despesa recurso ao Prefeito, assegurado para sua
interposição no prazo de quinze (15) dias,
Art. 129 - A receita municipal, contados da notificação.
constituir-se-á da arrecadação dos tributos
municipais, da participação em tributos da Art. 133 - A despesa pública atenderá
União e do Estado, dos recursos resultantes aos princípios estabelecidos na
do Fundo de Participação do Municípios e Constituição Federal e ás normas de direito
da utilização de seus bens serviços, financeiro.
atividades e de outros ingressos.
Art. 134 - Nenhuma despesa será
Art. 130 - Pertencem ao Município: ordenada ou satisfeita sem que exista
I - o produto da arrecadação do imposto recurso disponível e crédito votado pela
da união sobre rendas e proventos de Câmara, salvo a que ocorrer por conta do
qualquer natureza, incidente da fonte, sobre crédito extraordinário.
rendimentos pagos, a qualquer título, pela
administração direta, autarquia e fundações Art. 135 - Nenhuma lei que crie ou
municipais; aumente despesa será sem que dela conste a
II - cinquenta por cento do produto da indicação do recurso para atendimento do
arrecadação do imposto da União sobre a correspondente cargo.
propriedade territorial rural, relativamente
aos imóveis situados no Município; Art. 136 - As disponibilidades de caixa
II - cinquenta por cento do produto da do Município, de suas autarquias e
arrecadação do imposto do Estado sobre a fundações e das empresas por ele
propriedade de veículos automotores controladas serão depositadas e aplicadas
licenciados no território municipal; em conta que incida correção monetária em
IV - vinte e cinco por cento do produto instituições financeiras oficiais, salvo os
da arrecadação do imposto do Estado sobre casos previstos em lei.
operações relativas á circulação de
mercadorias e sobre prestações de serviços Seção III
de transportes interestadual e Do Orçamento
intermunicipal de comunicação.
Art. 137 - A elaboração e a execução da
Art. 131 - A fixação dos preços públicos, lei orçamentária anual e plurianual de
devidos pela utilização de bens, serviços e investimentos obedecerá às regras
atividades municipais, será feita pelo estabelecidas na de Constituição Federal,
Prefeito mediante edição de decreto. na Constituição do Estado, nas normas de c
42
Conhecimentos Gerais do Município
Direito Financeiro e nos preceitos desta Lei I - o orçamento fiscal referente aos
Orgânica. poderes do Município, seus fundos, órgãos
Parágrafo único - O poder Executivo e entidades da administração direta e
publicará, até trinta dias após o A indireta;
encerramento de cada bimestre, relatório II - o orçamento de investimento das
resumido da execução I orçamentária. empresas em que o Município, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital
Art. 138 - Os projetos de lei relativos ao social com direto voto;
plano plurianual, e ao orçamento anual e os III - o orçamento da seguridade social,
créditos adicionais serão apreciados pela abrangendo todas as entidades e órgãos a
Comissão permanente de Orçamentos e ela vinculados, da administração direta e
Finanças à qual caberá: indireta, bem com os fundos instituídos
I - Examinar e emitir parecer sobre os pelo Poder Público.
projetos e as contas apresentadas
anualmente pelo Prefeito Municipal; Art. 140 - O Prefeito enviará a Câmara,
I - examinar e emitir parecer sobre os no prazo consignado na lei complementar
planos e programas de investimentos e federal, a proposta de orçamento anual do
exercer a acompanhamento e fiscalização A Município para o exercício seguinte.
orçamentária, sem prejuízo de atuação das § 1 ° - O não cumprimento no disposto
demais Comissões da Câmara. no caput deste artigo implicará a elaboração
§ 1 ° - As emendas serão apresentadas na pela Câmara independente do envio da
Comissão, que escore elas emitirá parecer, proposta, da competente Lei de meios,
e apreciadas na forma regimental. tomando por base a lei orçamentária em
§ 2° - As emendas ao projeto de lei do vigor.
orçamento anua ou aos projetos que § 2°- O Prefeito poderá enviar
modifiquem somente podem ser aprovados mensagem à Câmara, para propor a
caso: modificação do projeto de lei orçamentária,
I - sejam compatíveis com o plano enquanto não iniciada a votação da parte
plurianual; que deseja alterar.
II - indiquem os recursos necessários,
admitidos apenas os provenientes de Art. 141 - A Câmara não enviando, no
anulação de despesas, excluídas as que prazo consignado na lei complementar
indicam e sobre: federal, o projeto da lei orçamentária à
a) dotações para pessoal e seus encargos; sanção, será promulgada como lei, pelo
b) serviço de dívida; ou Prefeito, o projeto originário do Executivo.
III sejam relacionados:
a) com a correção de erros ou omissões; Art. 142 - Rejeitado pela Câmara o
ou projeto de lei orçamentária anual,
b) com os dispositivos do texto do prevalecerá, para o ano seguinte, o
projeto de lei. orçamento do exercício em curso,
§ 3° - Os recursos que, em decorrência aplicando-se-lhe a atualização de valores.
de veto, emenda ou reedição do projeto de
lei orçamentária anual, ficarem sem Art. 143 - Aplicam-se ao projeto de lei
despesas correspondentes poderão ser orçamentária, no que não contrair o
utilizados, conforme o caso, mediante disposto nesta Seção, as regras do processo
crédito especiais ou suplementares, com legislativo.
prévia e específica autorização legislativa.
Art. 144 - O Município, para execução
Art. 139 - A lei orçamentária anua de projetos, programas, obras, serviços ou
corresponderá : despesas cuja execução se prolongue além
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Conhecimentos Gerais do Município
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Conhecimentos Gerais do Município
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Conhecimentos Gerais do Município
Alternativas
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Conhecimentos Específicos
SUMÁRIO
Apostilas
Domínio
Conhecimentos Específicos
resposta.
1. Teoria de Aprendizagem. 2.
Para Thorndike apud Pettenger e
Desenvolvimento da criança (cognitivo,
afetivo, motor e perceptivo)
Gooding, o padrão básico da aprendizagem
é uma resposta mecanicista às forças
externas. Um estímulo provoca uma
Principais Teorias de Aprendizagem resposta. Se a resposta é recompensada, é
As principais interpretações das aprendida.
questões relativas à natureza da Já para Skinner, a ênfase é dada à
aprendizagem remetem a um passado questão do controle do comportamento
histórico da filosofia e da psicologia. pelos reforços que ocorrem com a resposta
Diversas correntes de pensamento se ou após a mesma com o propósito de atingir
desenvolveram, definindo paradigmas metas específicas ou definir
educacionais como o empirismo, o inatismo comportamentos manifestos.
ou nativismo, os associacionistas, os As grandes escolas da corrente dos
teóricos de campo e os teóricos do Teóricos de Campo, são representadas, na
processamento da informação ou psicologia Gestalt pelos alemães Wertheimer, Koffka
cognitiva. e Köhler, e na Fenomenologia, por Combs
A corrente do empirismo tem como e Snygg, Pettenger e Gooding4. Nestas
princípio fundamental considerar que o ser escolas prevalece a concepção de que as
humano, ao nascer, é como uma "tábula pessoas são capazes de pensar, perceber e
rasa" e tudo deve aprender, desde as de responder a uma dada situação, de
capacidades sensoriais mais elementares acordo com as suas percepções e
aos comportamentos adaptativos, mas interpretações desta situação.
complexos Gaonac´h e Golder1. A mente é Diferentemente das primeiras, em que o
considerada inerte, e as ideias vão sendo comportamento é sequencial, do mais
gravadas a partir das percepções. Baseado simples ao mais complexo, nesta corrente,
neste pressuposto, a inteligência é o todo ou total é mais que a soma das partes.
concebida como uma faculdade capaz de Na Gestalt, o paradigma de
armazenar e acumular conhecimento. aprendizagem é a solução de problemas e
O inatismo ou nativismo argumenta que ocorre do total para as partes. Consiste
a maioria dos traços característicos de um também na organização dos padrões de
indivíduo é fixado desde o nascimento e percepção. Segundo Fialho5, na Gestalt há
que a hereditariedade permite explicar uma duas maneiras de se aprender a resolver
grande parte das diferenças individuais problemas: pelo aprendizado conduzido ou
físicas e psicológicas Gaonac´h e Golder2. pelo aprendizado pelo entendimento. Isto
As formas de conhecimento estão pré- significa que conforme a organização da
determinadas no sujeito que aprende. situação de aprendizagem, dirigida
Para os associacionistas, o principal (instrucionista) ou autodirigida (ativa), o
pressuposto consiste em explicar que o indivíduo aprende, entretanto, deve-se
comportamento complexo é a combinação promover situações de aprendizagem que
de uma série de condutas simples. Como sejam suficientemente ricas para que o
precursores desta corrente são de aprendiz possa fazer escolhas e estabelecer
pensamento pode-se citar Edward L. relações entre os elementos de uma
Thorndike e B.F. Skinner, Pettenger e situação. Escolher entre as quais para ele,
Gooding3 e suas respectivas teorias do aprendiz, conduza a uma estruturação
comportamento reflexo ou estímulo- eficaz de suas percepções e significados.
1
GAONAC’H, Daniel; GOLDER, Caroline. Profession Enseignant: na prática Educacional. São Paulo: EPU, 1977.
4
Manual de Psycolgie.pour Fenseignement. Paris: Hachette Education, Idem 4.
5
1995. FIALHO, Francisco Antonio Pereira. Sistemas de Educação à Distância.
2
Idem 2. UFSC. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.
3
PETTENGER, Owene, GOODING, C. Thomas. Teorias da aprendizagem Florianópolis, 1998. Notas de aula.
1
Conhecimentos Específicos
6
MISUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as Abordagens do Construção do Conhecimento em Geometria Descritiva^ Florianópolis,
Processo. Temas Básicos de Educação e Ensino. São Paulo: EPU, 1986. 1997. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção). Coordenadoria de
7
ULBRICHT, Vânia Ribas. Modelagem de um Ambiente Hipermfdia de Pós-graduação, UFSC. p.20-25.
2
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Conhecimentos Específicos
educacional, com a visão de que “(…) ajuda da vida escolar dos estudantes. Trata-se de
o aluno aprender e o professor a ensinar” uma pesquisa qualitativa, que tem como
(PERRENOUD, 1993, p. 173). abordagem o método dialético, com base
Sendo assim, avaliar é imprescindível nos aportes teóricos de Hoffmann, Luckesi,
para o processo educativo, principalmente Perrenoud e outros estudiosos do tema.
para o professor “(…) refletir e analisar
sobre (…) o quanto o seu trabalho está Breve Relato Histórico da Avaliação
sendo eficiente (…)” (LUCKESI, 2003, p. Segundo Santos (2008), ao longo da
83). Por muito tempo, acreditou-se que a história, a prática avaliativa era realizada
avaliação surgiu para analisar a com base em um único objetivo: o controle.
aprendizagem dos alunos nas escolas, Isso se dava tanto através do exame, teste
entretanto, ela surgiu como um sistema de ou da avaliação (SANTOS, 2008, p. 02). Na
controle social-intelectual e passou por China, em 2.205 a.C., o imperador chinês
diversos conceitos como: exames, provas, Shun examinava seus oficiais para o
testes, até chegar na definição que temos exército utilizando critérios para os
hoje. selecionar, com o intuito de promovê-los ou
Segundo Hoffmann (1996), é importante demiti-los por meio de exames
que os estudantes tenham “o classificatórios (CHUERI, 2008, p. 54).
acompanhamento (…) em todos os Outras Informações semelhantes foram
momentos possíveis, para observar passo a trazidas por Weber nos idos de 1.200 a.C.,
passo seus resultados individuais” onde a avaliação era utilizada para
(HOFFMAN, 1996, p. 55). Entretanto, em “selecionar, entre sujeitos do sexo
meio a esse caminho, a avaliação tem sido masculino, aqueles que seriam admitidos
vista como um processo excludente ante a no serviço público” (ESTEBAN, 2003, p.
educação inclusiva. Isso porque ainda não 30) ou aqueles que tinham a possibilidade
conseguiu alcançar um patamar de de alcançar cargos de prestígio e poder. A
excelência no que tange às práticas intenção de utilização deste método era a de
avaliativas, tanto dos estudantes, que são manter o controle e a manutenção social dos
avaliados, quanto dos professores, que são indivíduos, não sendo utilizado como um
os responsáveis para realizar essa tarefa. instrumento de ação educativa.
Diante dessa premissa, este trabalho tem Como descrito por Luckesi (2003), o
por objetivo principal incitar acerca da exame era realizado por meio de provas
avaliação e suas influências no processo orais ou escritas, tanto no início do Século
ensino-aprendizagem dentro do âmbito XVI, com a pedagogia dos jesuítas para a
escolar com a seguinte questão: qual a divulgação da fé e por meio da educação,
influência da avaliação escolar no processo como no fim do Século XVII, onde o bispo
ensino e aprendizagem? protestante John Amós Comenius, em
Desse modo, retomaram-se discussões 1657, publicou a Didactica magna[3] e
ao longo do trabalho sobre o tema, com o passou a defender o exame como um espaço
intuito de refletir no desenvolvimento da de aprendizagem, sempre na intenção da
aprendizagem do educando junto aos prática da memorização, em que os alunos
professores por meio do processo tinham que reproduzir os seus resultados.
avaliativo. Além disso, visa entender que a
avaliação tem sido utilizada, muitas vezes, (…) tem a função de exame, pois
como forma de reter ou aprovar no sentido valoriza os aspectos cognitivos com ênfase
classificatório e que parte dos professores na memorização; a verificação dos
continua utilizando os mesmos resultados se dá através de provas orais ou
procedimentos. É importante considerar escritas, nos quais, os alunos devem
que o ato de avaliar faz parte do processo reproduzir exatamente aquilo que lhe foi
ensino-aprendizagem e, consequentemente, ensinado. A tradição dos exames escolares
15
Conhecimentos Específicos
que conhecemos hoje, em nossas escolas, suas necessidades para que a superação,
foi sistematizada nos séculos XVI e XVII, sempre transitória, do não saber, possa
com as configurações da atividade ocorrer. (ESTEBAN, 2003, p. 19).
pedagógica produzida pelos padres
Jesuítas (séc. XVI) e pelo Bispo John Amós Segundo Luckesi (2005, p. 93), “a escola
Comênio (fim do séc. XVI e primeira brasileira opera com a verificação e não
metade do séc. XVII). (LUCKESI, 2003, p. com a avaliação da aprendizagem”. Desse
16). modo, entende-se que a ideia da avaliação
formativa em relação aos currículos, surgiu
O termo avaliação educacional surgiu na através de Scrive em 1967 e foi ampliada
década de 1940 com Ralph Tyler. Na por Bloom em 1971, pelo pensamento
concepção de Tyler (1976), a avaliação da positivista, trazendo uma concepção de
aprendizagem tem por finalidade gerar avaliação por decisões instrucionais e
mudanças de comportamento nos alunos e técnicas voltadas para os objetivos
deve estar interligada à elaboração de um cognitivos e afetivos dos alunos (FERRAZ;
currículo com um controle de BELHOT, 2010). Entretanto, a avaliação
planejamento. No entanto, a consequência ainda continuava a mensurar
pedagógica desse modelo se resume conhecimentos e a levantar inúmeras
unicamente na verificação das mudanças discussões acerca da prática pedagógica.
ocorridas e estabelecidas pelo currículo, No Brasil, nas décadas de 60 a 80 Freire
sem nenhuma ligação ao desenvolvimento originou a pedagogia libertadora e propôs
educativo e sem significado das propostas uma avaliação com visão democrática com
pedagógicas e da qualidade do ensino, onde a participação do aluno no processo como
Vasconcelos (1995) faz uma observação de agente transformador. Freire (1991) coloca
que “a prática da avaliação escolar chega a que “um espaço de ensino-aprendizagem
um grau assustador de pressão sobre os será então um centro de debates de ideias,
alunos, levando a distúrbios físicos e soluções, reflexões, onde a organização
emocionais: mal-estar, dor de cabeça, popular vai sistematizando sua própria
“branco”, medo, angústia, insônia, experiência” (FREIRE, 1991, p. 16). Todos
ansiedade, decepção, introjeção de esses fatos históricos moldaram o campo da
autoimagem negativa” (VASCONCELOS, avaliação e, até hoje, são discutidos. Ainda
1995, p. 37) há suas influências, criando um conflito
O termo avaliação surgiu e passou a ser entre os métodos quantitativos ou
obrigatória a todos os programas sociais e qualitativos na discussão real sobre a
educativos, fazendo parte de outras áreas do avaliação. Lima (2004, p. 109) considera
saber. Entretanto, a prática de provas e que “a situação do exame se apresenta por
exames não se alterou desde o Século XVI, Ferrer como um tribunal inflexível, onde o
sendo considerada como instrumento de educando sofre tremendo interrogatório”.
constatação e mensuração.
As Dimensões da Ação Avaliativa e
Avaliar o aluno deixa de significar fazer suas Legalidades
um julgamento sobre a aprendizagem do Ao avaliar, o professor precisa atentar
aluno, para servir como momento capaz de para as diversas técnicas e instrumentos
revelar o que o aluno já sabe os caminhos para possibilitar o diagnóstico em sala de
que percorreu para alcançar o aula. É necessário compreender o que o
conhecimento demonstrado, seu processo estudante responde e como responde, tendo
de construção de conhecimentos, o que o em vista que a média final não é suficiente
aluno não sabe o que pode vir, a saber, o para definir os seus conhecimentos. É
que é potencialmente revelado em seu imprescindível a ação em busca de novos
processo, suas possibilidades de avanço e instrumentos que possam “caracterizar” o
16
Conhecimentos Específicos
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Conhecimentos Específicos
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Conhecimentos Específicos
tradicional vista no século XVI, na qual a este um ponto crucial dentro do processo
avaliação é usada como instrumento de educativo.
punição, classificação e exclusão, onde a
prática do professor nesse parecer assume Avaliação Somativa
um papel determinante. Assim como a O sistema educacional, muitas vezes,
escola, os estudantes, já não são os mesmos tem se retido na avaliação “(…)
de outrora. Hoje eles têm a liberdade de disciplinadora, punitiva e discriminatória,
expor opiniões, poder de fala, levantar como decorrência, essencialmente, da ação
hipóteses e construir caminhos que os corretiva do professor” (HOFFMANN,
levem a desafiar seus conhecimentos, ou 1998, p. 87), já que ela tem a pretensão de
seja, mudar uma postura dentro do verificar aquilo que o estudante tem
paradigma educacional é conceber um aprendido durante o seu período escolar.
processo dialético de construção e acima de Dessa forma, se pressupõe que o aluno
tudo social, no qual o estudante faz parte. aprenda do mesmo modo, no mesmo tempo
Luckesi (2004) esclarece: e adquira os saberes suficientes para
enfrentar os anos seguintes, caso contrário,
O ato de avaliar a aprendizagem implica será reprovado para a próxima etapa de
em acompanhamento e reorientação ensino, repetindo, portanto, uma série até
permanente da aprendizagem. Ela se recuperar o que é ensinado na sala. A
realiza através de um ato rigoroso de influência dessa concepção somativa inclui
diagnóstico e reorientação da conteúdos, objetivos e notas atribuídas que
aprendizagem tendo em vista a obtenção determinam a aprovação ou não do aluno ao
dos melhores resultados possíveis, frente aprendizado estudado. Esse tipo de
aos objetivos que se tenha à frente. E, assim avaliação também chamada de
sendo, a avaliação exige um ritual de classificatória, se fundamenta em duas
procedimentos, que inclui desde o vertentes: a classificação, que determina a
estabelecimento de momentos no tempo, que nível de conhecimento o estudante
construção, aplicação e contestação dos atingiu até à etapa final de seus estudos com
resultados expressos nos instrumentos; as suas notas e, a aprovação, que o
devolução e reorientação das determina apto ou não a seguir em frente no
aprendizagens ainda não efetuadas. Para seu nível de aproveitamento.
tanto, podemos nos servir de todos os
instrumentos técnicos hoje disponíveis, A avaliação escolar, nessa perspectiva
contanto que a leitura e interpretação dos excludente, seleciona as pessoas, suas
dados seja feita sob a ótica da avaliação, culturas e seus processos de conhecimento,
que é de diagnóstico e não de classificação. desvalorizando saberes; fortalece a
(LUCKESI, 2004, p. 4). hierarquia que está posta contribuindo
para que diversos saberes sejam apagados,
Nesse modo, reitera-se que é necessário percam sua existência e se confirmem com
estar aberto às mudanças ocorridas no a ausência do conhecimento. (ESTEBAN,
mundo e consequentemente no contexto 2003, p. 15).
educacional. Em meio à toda essa
transformação, encontram-se sujeitos Hoffmann (1996) discorda que a
capazes de promover e estabelecer relações avaliação seja classificatória e faz uma
de aprendizagens. crítica de como se perdurou esse modo de
Atentar para a qualidade do ensino avaliar, considerando que “ensinou-se
requer conhecer os tipos de avaliação e o muito mais sobre como fazer provas e como
quanto eles influenciam, de forma atribuir médias, do que se trabalhou com o
predominante, na ação pedagógica, sendo significado dessa prática em benefício ao
educando e ao nosso próprio trabalho”
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oportunizar esta construção”. (MORETO, que venham a colaborar para os ajustes das
2005, p. 58). aprendizagens.
Em termos de instrumentos avaliativos
Como Avaliar? como “(…), as provas, os seminários, as
Uma das perspectivas dentro do apresentações, entrevistas, observação,
processo de ensino é instituir práticas trabalhos, tarefas, exposições, diários, …,
avaliativas que focalize o estudante como exercícios em sala (…)” (CUNHA, 2014, p.
um todo, podendo ocorrer na liberdade de 11), estes podem incorporar a proposta da
expressão, oportunizando-o com projetos avaliação escrita com questões que possam
que visem sua participação nas construções vir a agregar na vida dos estudantes. Essa
e/ou produções de trabalhos, dispondo prática deve ser trabalhada com o intuito de
momentos de discussões acerca de promover criatividade, conscientização e
determinados assuntos e em diversas focalizando na importância da escrita para
atividades em que ele mesmo tome a compreensão textual. Outra possibilidade
iniciativas ou decisões e, com isso, é a avaliação oral, partindo da reflexão, do
promover o desenvolvimento de processo do ser no mundo, dos debates
capacidades para que o professor entenda o entre os indivíduos, da expressão visual e
que fazer diante dessas observações. corporal, com temáticas que possam ser
Hoffmann (1998) destaca que dentro da discutidas no contexto social, cultural e
prática avaliativa, o professor deve: político da sociedade. Um ponto de
destaque é que a prática da prova como
Oportunizar aos alunos muitos avaliação não precisa ser abolida
momentos para expressar suas ideias e definitivamente, desde que não seja vista
retomar dificuldades referentes aos como um único meio, mas sim como mais
conteúdos introduzidos e desenvolvidos; um instrumento a ser utilizado na
realizar muitas tarefas em grupo para que padronização de sistema avaliativo.
os próprios alunos se auxiliem nas Todavia, Cunha (2014) esclarece que:
dificuldades (princípio da interação entre
iguais), mas garantindo o Nesse sentido, o instrumento não pode
acompanhamento de cada aluno a partir de ser confundido com a avaliação, ele é uma
tarefas avaliativas individuais em todas as ferramenta didática, faz parte da
etapas do processo. (HOFFMANN, 1998, avaliação, mas os instrumentos por si só,
p. 125). não dizem nada. Eles só tem sentido para
aquele que os interpreta. A avaliação é esta
Partindo dessa premissa é necessário atividade de interpretação que se efetiva
buscar formas ousadas de avaliação. Não há enquanto investigação e reflexão sobre as
como fugir do modelo sistemático, pois ela informações apresentadas nos
precisa seguir padrões e regras para atender instrumentos. (CUNHA, 2014, p. 1 2).
o objetivo proposto, que é o aprendizado.
Modelo esse que precisa ser diferente É importante considerar que a avaliação
daquele modelo tradicional até hoje é necessária e fundamental para a melhoria
aplicado e exclusivo de provas, que sempre da educação, tanto no aprender quanto no
influenciou para definir quem seria ensinar, mas, as escolas, não devem
aprovado ou não, aprendeu isso ou aquilo, continuar agindo como meras máquinas de
mas que deve ser utilizado nas mais etiquetas, atribuindo apenas notas de zero a
diversas situações pedagógicas. Nisso, dez para tabular o aprendizado dos
Loch (2000) é bem clara quando diz que estudantes ou limitando-os em seus
avaliar “(…) não é dar notas, fazer médias, conhecimentos. Portanto, é preciso
reprovar ou aprovar os alunos” (LOCH, entender que acompanhar não é somente
2000, p. 31), mas sim a traçar mecanismos avaliar o que já foi alcançado de resultados,
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Por sua vez, a Pedagogia pode ser rígida à Pedagogia, ele também impõe um
considerada uma prática social que procura fechamento epistemológico a essa ciência,
organizar/compreender/transformar as de tal forma que, para ser ciência, teve que
práticas sociais educativas que dão sentido deixar de ser Pedagogia, em seu
e direção às práticas educacionais. Pode-se sentido lato, pois seu objeto - a educação -
dizer que a Pedagogia impõe um filtro de foi se restringindo à instrução, ao visível, ao
significado à multiplicidade de práticas que aparente, ao observável do ensino, e, assim,
ocorrem na vida das pessoas. A diferença é foi apreendida pela racionalidade científica
de foco, abrangência e significado, ou seja, da época.
a Pedagogia realiza um filtro nas Essa associação da Pedagogia às tarefas
influências sociais que, em totalidade, apenas instrucionais tem marcado um
atuam sobre uma geração. Essa filtragem, caminho de impossibilidades à prática
que é o mecanismo utilizado pela ação pedagógica. Como teoria da instrução, a
pedagógica, é, na realidade, um processo de Pedagogia contenta-se com a organização
regulação e, como tal, um processo da transmissão de informações, e, dessa
educativo. forma, a prática pedagógica - pressuposta a
Reitera-se, assim, Pedagogia como essa perspectiva teórica - será voltada à
prática social, que transmissão de conteúdos instrucionais. A
oferece/impõe/propõe/indica uma direção partir de diferentes configurações, essa
de sentido às práticas que ocorrem na Pedagogia, de base técnico-científica,
sociedade, realçando seu caráter alastrou-se pelo mundo com variadas
eminentemente político. No entanto, essa interpretações.
direção de sentido está cada vez mais Quando se afirma que as práticas
complexa e difusa na sociedade atual. pedagógicas são práticas que se realizam
Processos vinculados a mídias como TV, para organizar/potencializar/interpretar as
internet e redes sociais on-line passam a ter, intencionalidades de um projeto educativo,
no século atual, grande influência argumenta-se a favor de outra
educacional sobre as novas gerações, epistemologia da Pedagogia: uma
competindo com as escolas, que ficam em epistemologia crítico-emancipatória, que
desigualdade de condições. considera ser a Pedagogia uma prática
A escola e suas práticas pedagógicas têm social conduzida por um pensamento
tido dificuldades em mediar e potencializar reflexivo sobre o que ocorre nas práticas
as tecnologias da informação e educativas, bem como por um pensamento
comunicação. Como pode a Pedagogia crítico do que pode ser a prática educativa.
mediar tais influências? Como transformá- A grande diferença é a perspectiva de ser
las em processos pedagógicos numa crítica e não normativa; de ser práxis e não
perspectiva emancipadora? Como treinamento; de ser dialética e não linear.
educar/formar mediando tantas influências Nessa perspectiva, as práticas pedagógicas
educacionais? São questões que impõem realizam-se como sustentáculos à prática
um grande desafio às práticas pedagógicas docente, num diálogo contínuo entre os
e à Pedagogia: como incorporar nas práticas sujeitos e suas circunstâncias, e não como
escolares essa multiplicidade de influências armaduras à prática, que fariam com que
e trabalhar pedagogicamente a partir delas? esta perdesse sua capacidade de construção
de sujeitos.
Diferentes Concepções entre No entanto, constata-se que essa
Pedagogia e Práticas Pedagógicas epistemologia crítica da Pedagogia tem
Em pesquisa teórica realizada sobre a estado cada vez mais distante das práticas
epistemologia da Pedagogia, observou-se educativas contemporâneas. Segundo essa
que, desde o século 19, quando Herbart perspectiva, é possível falar em
preconiza o princípio de uma cientificidade esgotamento da racionalidade pedagógica.
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epistemologia da prática, na qual diferentes Uma questão recorrente que surge entre
pesquisadores sublinham a importância do alunos ou participantes de palestras refere-
sujeito-docente que elabora a realidade, se à seguinte dúvida: Toda prática docente
transformando-a e transformando-se no é prática pedagógica? Nem sempre! A
processo, afirma-se neste artigo que a prática docente configura-se como prática
prática pedagógica docente está pedagógica quando esta se insere na
profundamente relacionada aos aspectos intencionalidade prevista para sua ação.
multidimensionais da realidade local e Assim, um professor que sabe qual é o
específica, às subjetividades e à construção sentido de sua aula em face da formação do
histórica dos sujeitos individuais e aluno, que sabe como sua aula integra e
coletivos. A prática docente é uma prática expande a formação desse aluno, que tem a
relacional, mediada por múltiplas consciência do significado de sua ação, tem
determinações. Caldeira e Zaidan, uma atuação pedagógica diferenciada: ele
enfatizam os seguintes aspectos que dialoga com a necessidade do aluno, insiste
marcam as particularidades do professor no em sua aprendizagem, acompanha seu
contexto geral da prática pedagógica: "sua interesse, faz questão de produzir o
experiência, sua corporeidade, sua aprendizado, acredita que este será
formação, condições de trabalho e escolhas importante para o aluno.
profissionais". É possível afirmar que o professor que
está imbuído de sua responsabilidade
O Que São, Afinal, Práticas social, que se vincula ao objeto do seu
Pedagógicas? trabalho, que se compromete, que se
As práticas pedagógicas se organizam implica coletivamente ao projeto
intencionalmente para atender a pedagógico da escola, que acredita que seu
determinadas expectativas educacionais trabalho significa algo na vida dos alunos,
solicitadas/requeridas por uma dada tem uma prática docente pedagogicamente
comunidade social. Nesse sentido, elas fundamentada. Ele insiste, busca, dialoga,
enfrentam, em sua construção, um dilema mesmo que não tenha muitas condições
essencial: sua representatividade e seu valor institucionais para tal.
advêm de pactos sociais, de negociações e
deliberações com um coletivo. Ou seja, as Pedagogia e Práticas pedagógicas
práticas pedagógicas se organizam e se A pedagogia e suas práticas são da
desenvolvem por adesão, por negociação, ordem da práxis; assim ocorrem em meio a
ou, ainda, por imposição. Como já foi processos que estruturam a vida e a
realçado, essas formas de concretização das existência. A pedagogia caminha por entre
práticas produziram faces diferentes para a culturas, subjetividades, sujeitos e práticas.
perspectiva científica da Pedagogia. Caminha pela escola, mas a antecede,
Mas há que se lembrar de que mesmo as acompanha-a e caminha além. A pedagogia
grandes imposições sobre a organização das interpõe intencionalidades, projetos
práticas têm "tempo de validade". Se se alargados; a didática, paralelamente,
considerar a realidade social e sua natureza compromete-se a dar conta daquilo que se
essencialmente dialética, é preciso acreditar instituiu chamar de saberes escolares. A
na dinâmica posta pelas contradições: tudo lógica da didática é a lógica da produção da
se transforma; tudo é imprevisível; e a aprendizagem (nos alunos), a partir de
linearidade não cabe nos processos processos de ensino previamente
educativos. Certeau, sabiamente afirma que planejados. A prática da didática é,
as práticas nunca são totalmente reflexos de portanto, uma prática pedagógica, que
imposições - elas reagem, respondem, inclui a didática e a transcende.
falam e transgridem. Quando se fala em prática pedagógica,
refere-se a algo além da prática didática,
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Saberes para a prática educativa - pesquisa sem ensino. Hoje se fala muito no
Pedagogia da Autonomia professor pesquisador, mas isto não é uma
A questão da formação docente ao lado qualidade, pois faz parte da natureza da
da reflexão sobre a prática educativo prática docente a indagação, a busca, a
progressiva em favor da autonomia do ser pesquisa.
dos educandos é a temática que se incorpora Precisamos que o professor se perceba e
a análise de saberes fundamentais àquela se assuma como pesquisador. Pensar certo
prática e aos quais acrescente alguns que é uma exigência que os momentos do ciclo
me tenham escapado ou cuja importância gnosiológico impõem à curiosidade que,
não tenha percebido. tornando-se mais e mais
metodologicamente rigorosa, transforma-se
Não há Docência Sem Discência no que Paulo Freire chama de "curiosidade
Ensinar não é transferir conhecimentos e epistemológica". Ensinar exige respeito aos
conteúdos, nem formar é a ação pela qual saberes dos educandos. A escola deve
um sujeito criador dá forma, estilo ou alma respeitar os saberes dos educandos
a um corpo indeciso e acomodado. Não há socialmente construídos na prática
docência sem discência, as duas se comunitária - discutindo, também, com os
explicam, e seus sujeitos, apesar das alunos, a razão de ser de alguns deles em
diferenças, não se reduzem à condição de relação ao ensino dos conteúdos.
objeto um do outro. Quem ensina aprende Por que não aproveitar a experiência dos
ao ensinar e quem aprende ensina ao alunos que vivem em áreas descuidadas
aprender. Ensinar exige rigorosidade pelo poder público para discutir a poluição
metodológica. Ensinar não se esgota no dos riachos e dos córregos e os baixos
tratamento do objeto ou do conteúdo, níveis de bem-estar das populações, os
superficialmente feito, mas se alonga à lixões e os riscos que oferecem à saúde? Por
produção das condições em que aprender que não associar as disciplinas estudadas à
criticamente é possível. E estas condições realidade concreta, em que a violência é a
exigem a presença de educadores e de constante e a convivência das pessoas com
educandos criadores, investigadores, a morte é muito maior do que com a vida?
inquietos, curiosos, humildes e Ensinar exige criticidade. A superação, ao
persistentes. invés da ruptura, se dá na medida em que a
Faz parte das condições em que aprender curiosidade ingênua, associada ao saber
criticamente é possível a pressuposição, por comum, se crítica, aproximando-se de
parte dos educandos, de que o educador já forma cada vez mais metodologicamente
teve ou continua tendo experiência da rigorosa do objeto cognoscível, tornando-se
produção de saberes, e que estes, não curiosidade epistemológica.
podem ser simplesmente transferidos a eles. Muda de qualidade, mas não de essência,
Pelo contrário, nas condições de verdadeira e essa mudança não se dá automaticamente.
aprendizagem, tanto educandos quanto Essa é uma das principais tarefas do
educadores transformam-se em sujeitos do educador progressista - o desenvolvimento
processo de aprendizagem. Só assim da curiosidade crítica, insatisfeita, indócil.
podemos falar realmente de saber ensinado, Ensinar exige estética e ética. A necessária
em que o objeto ensinado é aprendido na promoção da ingenuidade à criticidade não
sua razão de ser. Percebe-se, assim, a pode ser feita sem uma rigorosa formação
importância do papel do educador, com a ética e estética. Decência e boniteza andam
certeza de que faz parte de sua tarefa de mãos dadas. Mulheres e homens, seres
docente não apenas ensinar os conteúdos, histórico-sociais, tornamo-nos capazes de
mas também ensinar a pensar certo - um comparar, de valorar, de intervir, de
professor desafiador, crítico. Ensinar exige escolher, de decidir, de romper. Por tudo
pesquisa. Não há ensino sem pesquisa e isso nós fizemos seres éticos. Só somos
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Conhecimentos Específicos
porque estamos sendo. Estar sendo é a reflexão crítica sobre a prática. É pensando
condição, entre nós, para ser. Não é criticamente a prática de hoje ou de ontem
possível pensar os seres humanos longe da que se pode melhorar a próxima prática. O
ética. Quanto mais fora dela, maior a discurso teórico, necessário à reflexão
transgressão. Ensinar exige a crítica, tem de ser de tal modo concreto que
corporificação das palavras pelo exemplo. quase se confunda com a prática. Ensinar
Quem pensa certo está cansado de saber que exige o reconhecimento e a assunção da
palavras sem exemplo pouco ou nada identidade cultural. A questão da identidade
valem. Pensar certo é fazer certo (agir de cultural, com sua dimensão individual e da
acordo com o que pensa). classe dos educandos, cujo respeito é
Não há pensar certo fora de uma prática absolutamente fundamental na prática
testemunhal, que o rediz em lugar de educativa progressista, é problema que não
desdizê-lo. Não é possível ao professor pode ser desprezado. Tem a ver diretamente
pensar que pensa certo (de forma com a assunção de nós por nós mesmos. É
progressista), e, ao mesmo tempo, isto que o puro treinamento do professor
perguntar ao aluno se "sabe com quem está não faz, perdendo-se na estreita e
falando". Ensinar exige risco, aceitação do pragmática visão do processo.
novo e rejeição a qualquer forma de
discriminação. É próprio do pensar certo a Ensinar não é Transferir Conhecimento
disponibilidade ao risco, a aceitação do Ensinar não é transferir conhecimento,
novo que não pode ser negado ou acolhido mas criar as possibilidades para a sua
só porque é novo, assim como critério de própria construção. Quando o educador
recusa ao velho não é o cronológico. O entra em uma sala de aula, deve estar aberto
velho que preserva sua validade encarna a indagações, curiosidade e inibições dos
uma tradição ou marca uma presença no alunos: um ser crítico e inquiridor, inquieto
tempo continua novo. Faz parte igualmente em face da tarefa que tem - a de ensinar e
do pensar certo a rejeição mais decidida a não a de transferir conhecimento. Pensar
qualquer forma de discriminação. certo é uma postura exigente, difícil, às
A prática preconceituosa de raças, de vezes penosa, que temos de assumir diante
classes, de gênero ofende a substantividade dos outros e com os outros, em face do
do ser humano e nega radicalmente a mundo e dos fatos, ante nós mesmos. É
democracia. Ensinar exige reflexão crítica difícil, entre outras coisas, pela vigilância
sobre a prática. A prática docente crítica, constante que temos de exercer sobre nós
implicante do pensar certo, envolve o mesmos para evitar os simplismos, as
movimento dinâmico, dialético, entre o facilidades, as incoerências grosseiras.
fazer e o pensar sobre o fazer. É É difícil porque nem sempre temos o
fundamental que, na prática da formação valor indispensável para não permitir que a
docente, o aprendiz de educador assuma raiva que podemos ter de alguém vire
que o indispensável pensar certo não é raivosidade, gerando um pensar errado e
presente dos deuses nem se acha nos guias falso. É cansativo, por exemplo, viver a
de professores que, iluminados intelectuais, humildade, condição sine qua non do
escrevem desde o centro do poder. Pelo pensar certo, que nos faz proclamar o nosso
contrário, o pensar certo que supera o próprio equívoco, que nos faz reconhecer e
ingênuo tem de ser produzido pelo próprio anunciar a superação que sofremos. Sem
aprendiz, em comunhão com o professor rigorosidade metódica não há pensar certo.
formador. É preciso possibilitar que a Ensinar exige consciência do
curiosidade ingênua, através da reflexão inacabamento.
sobre a prática, vá tornando-se crítica. Na verdade, a inconclusão do ser é
Na formação permanente dos própria de sua experiência vital. Onde há
professores, o momento fundamental é o da
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Conhecimentos Específicos
de quem intervém como sujeito de as liberdades, com que discute suas próprias
ocorrências. posições, com que aceita rever-se. Ensinar
Constato, não para me adaptar, mas para exige segurança, competência profissional
mudar. No fundo, as resistências orgânicas e generosidade - A segurança com que a
e culturais são manhas necessárias à autoridade docente se move implica uma
sobrevivência física e cultural dos outra, fundada na sua competência
oprimidos. É preciso, porém, que tenhamos profissional.
na resistência fundamentos para a nossa Nenhuma autoridade docente se exerce
rebeldia e não para a nossa resignação em ausente desta competência. O professor que
face das ofensas. Não é na resignação que não leva a sério sua formação, que não
nos afirmamos, mas na rebeldia em face das estuda, que não se esforça para estar à altura
injustiças. A rebeldia é ponto de partida, é de sua tarefa não tem força moral para
deflagração da justa ira, mas não é coordenar as atividades de sua classe. A
suficiente. incompetência profissional desqualifica a
A rebeldia, enquanto denúncia, precisa autoridade do professor. Outra qualidade
se alongar até uma posição mais radical e indispensável à autoridade, em suas
crítica, a revolucionária, fundamentalmente relações com a liberdade, é a generosidade.
anunciadora. Mudar é difícil, mas é Não há nada que inferiorize mais a tarefa
possível. Ensinar exige curiosidade. Como formadora da autoridade do que a
professor, devo saber que, sem a mesquinhez, a arrogância ao julgar os
curiosidade que me move, não aprendo nem outros e a indulgência ao se julgar, ou aos
ensino. A construção do conhecimento seus.
implica o exercício da curiosidade, o A arrogância que nega a generosidade
estímulo à pergunta, a reflexão crítica sobre nega também a humildade. O clima de
a própria pergunta. respeito que nasce de relações justas, sérias,
O fundamental é que professor e alunos humildes, generosas, em que a autoridade
saibam que a postura deles é dialógica, docente e as liberdades dos alunos se
aberta, curiosa, indagadora e não assumem eticamente, autentica o caráter
apassivada. A dialogicidade, no entanto, formador do espaço pedagógico. A
não nega a validade de momentos autoridade, coerentemente democrática,
explicativos, narrativos. O bom professor está convicta de que a disciplina verdadeira
faz da aula um desafio. Seus alunos cansam, não existe na estagnação, no silêncio dos
não dormem. Um dos saberes fundamentais silenciados, mas no alvoroço dos inquietos,
à prática educativo-crítica é o que me na dúvida que instiga, na esperança que
adverte da necessária promoção da desperta. Um esforço sempre presente à
curiosidade espontânea para a curiosidade prática da autoridade coerentemente
epistemológica. Resultado do equilíbrio democrática é o que a torna quase escrava
entre autoridade e liberdade, a disciplina de um sonho fundamental - o de persuadir
implica o respeito de uma pela outra, ou convencer a liberdade para a construção
expresso na assunção que ambas fazem de da própria autonomia, ainda que
limites que não podem ser transgredidos. reelaborando materiais vindos de fora de
si.
Ensinar é uma Especificidade É com a autonomia, penosamente
Humana construída e fundada na responsabilidade,
Creio que uma das qualidades essenciais que a liberdade vai preenchendo o espaço
que a autoridade docente democrática deve antes habitado pela dependência. O
revelar em suas relações com as liberdades fundamental no aprendizado do conteúdo é
dos alunos é a segurança em si mesma. É a a construção da responsabilidade da
segurança que se expressa na firmeza com liberdade que se assume. O essencial nas
que atua, com que decide, com que respeita relações entre autoridade e liberdade é a
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Conhecimentos Específicos
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Conhecimentos Específicos
aprende a decidir. Não posso aprender a ser Se, na verdade, o sonho que nos anima é
eu mesmo se não decido nunca, porque há democrático e solidário, não é falando aos
sempre a sabedoria e a sensatez de meu pai outros, de cima para baixo, sobretudo,
e de minha mãe a decidir por mim. como se fôssemos os portadores da
Ninguém é autônomo primeiro para depois Verdade a ser transmitida aos demais, que
decidir. A autonomia vai se construindo na aprendemos a escutar, mas é escutando que
experiência. Ninguém é sujeito da aprendemos & falar com eles. Os sistemas
autonomia de ninguém. Por outro lado, de avaliação pedagógica de alunos e de
ninguém amadurece de repente. A gente vai professores vêm se assumindo cada vez
amadurecendo todo dia, ou não. A mais como discursos verticais, de cima para
autonomia é um processo, não ocorre em baixo, mas insistindo em passar por
data marcada. É neste sentido que uma democráticos. A questão que se coloca a
pedagogia da autonomia tem de estar nós é lutar em favor da compreensão e da
centrada em experiências estimuladoras da prática da avaliação, enquanto instrumento
decisão e da responsabilidade, ou seja, que de apreciação do que fazer, de sujeitos
respeitam a liberdade. Ensinar exige críticos a serviço, por isso mesmo, da
tomada consciente de decisões. Voltemos à libertação e não da domesticação.
questão central desta parte do texto - a Avaliação em que se estimule o falar a
educação, especificidade humana, como como caminho para o falar com. Quem tem
um ato de intervenção no mundo. o que dizer, tem igualmente o direito e o
Quando falo em educação como dever de dizê-lo. É preciso, porém, que o
intervenção me refiro tanto a que aspira a sujeito saiba não ser o único a ter algo a
mudanças radicais na sociedade, no campo dizer. Mais ainda, que esse algo, por mais
da economia, das relações humanas, da importante que seja, não é a verdade
propriedade, do direito ao trabalho, à terra, alvissareira por todos esperada.
à educação, à saúde, quanto a que, Por isso é que acrescento, quem tem o
reacionariamente, pretende imobilizar a que dizer deve assumir o dever de motivar,
História e manter a ordem injusta. E que de desafiar quem escuta, para que este diga,
dizer de educadores que se dizem fale, responda. É preciso enfatizar - ensinar
progressistas, mas de prática pedagógica- não é transferir a inteligência do objeto ao
política eminentemente autoritária? A raiz educando, mas instigá-lo no sentido de que,
mais profunda da politicidade da educação como sujeito cognoscente, torne-se capaz
se acha na educabilidade do ser humano, de inteligir e comunicar o inteligido. É
que se funda em sua natureza inacabada e neste sentido que se impõe a mim escutar o
da qual se tornou consciente. Inacabado e educando em suas dúvidas, em seus receios,
consciente disso, necessariamente o ser em sua incompetência provisória. E ao
humano se faria um ser ético, um ser de escutá-lo, aprendo a falar com ele. Aceitar
opção, de decisão. Um ser ligado a e respeitar a diferença é uma das virtudes
interesses e em relação aos quais tanto pode sem a qual a escuta não pode acontecer.
manter-se fiel à ética quanto pode Tarefa essencial da escola, como centro de
transgredi-la. Se a educação não pode tudo, produção sistemática de conhecimento, é
pode alguma coisa fundamental. Se a trabalhar criticamente a i das coisas e dos
educação não é a chave das mudanças, não fatos e a sua comunicabilidade. Ensinar
é também simplesmente reprodutora da exige reconhecer que a educação é
ideologia dominante. ideológica Saber igualmente fundamental à
O que quero dizer é que a educação nem prática educativa do professor é o que diz
é uma força imbatível a serviço da respeito à força, às vezes, maior do que
transformação da sociedade nem tampouco pensamos da ideologia. É o que nos adverte
é a perpetuação do status quo. de suas manhas, das armadilhas em que nos
faz cair.
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Conhecimentos Específicos
A ideologia tem a ver diretamente com a sua imobilização. Debater o que se diz e o
ocultação da verdade dos fatos, com o uso que se mostra e como se mostra na televisão
da linguagem para penumbrar ou opacizar a me parece algo cada vez mais importante.
realidade, ao mesmo tempo em que nos Como educadores progressistas não
torna míopes. No exercício crítico de minha apenas não podemos desconhecer a
resistência ao poder da ideologia, vou televisão, mas devemos usá-la, sobretudo,
gerando certas qualidades que vão virando discuti-la. Não podemos nos pôr diante de
sabedoria indispensável à minha prática um aparelho de televisão entregues ou
docente. A necessidade desta resistência disponíveis ao que vier. Ensinar exige
crítica, por exemplo, me predispõe, de um querer bem aos educandos. O que dizer e o
lado, a uma atitude sempre aberta aos que esperar de mim, se, como professor,
demais, aos dados da realidade; de outro, a não me acho tomado por este outro saber, o
uma desconfiança metódica que me de que preciso estar aberto ao gosto de
defende de tornar-me absolutamente certo querer bem, às vezes, à coragem de querer
das certezas. Para me resguardar das bem aos educandos e à própria prática
artimanhas da ideologia não posso nem educativa de que participo. Na verdade,
devo me fechar aos outros, nem tampouco preciso descartar como falsa a separação
me enclausurar no ciclo de minha verdade. radical entre seriedade docente e
Pelo contrário, o melhor caminho para afetividade. A afetividade não se acha
guardar viva e desperta a minha capacidade excluída da cognoscibilidade.
de pensar certo, de ver com acuidade, de O que não posso, obviamente, permitir é
ouvir com respeito, por isso de forma que minha afetividade interfira no
exigente, é me deixar exposto às diferenças, cumprimento ético de meu dever de
é recusar posições dogmáticas, em que me professor no exercício de minha autoridade.
admita como dono da verdade. Não posso condicionar a avaliação do
Ensinar exige disponibilidade para o trabalho escolar de um aluno ao maior ou
diálogo nas minhas relações com os outros, menor bem querer que tenha por ele. É
que não fizeram necessariamente as preciso, por outro lado, reinsistir em que
mesmas opções que fiz, no nível da política, não se pense que a prática educativa vivida
da ética, da estética, da pedagogia, nem com afetividade e alegria prescinda da
posso partir do pressuposto que devo formação científica séria e da clareza
conquistá-los, não importa a que custo, nem política dos educadores. Nunca idealizei a
tampouco temer que pretendam conquistar- prática educativa. Em tempo algum a vi
me. É no respeito às diferenças entre mim e como algo que, pelo menos, parecesse com
eles, na coerência entre o que faço e o que um que fazer de anjos. Jamais foi fraca em
digo, que me encontro com eles. O sujeito mim a certeza de que vale a pena lutar
que se abre ao mundo e aos outros inaugura, contra os descaminhos que nos
com seu gesto, a relação dialógica em que obstaculizam de ser mais.
se confirma como inquietação e Como prática estritamente humana,
curiosidade, como inconclusão em jamais pude entender a educação como uma
permanente movimento na história. Como experiência fria, sem alma, em que os
ensinar, como formar sem estar aberto ao sentimentos e as emoções, os desejos e os
contorno geográfico, social, dos sonhos devessem ser reprimidos por uma
educandos? Com relação a meus alunos, espécie de ditadura racionalista. Jamais
diminuo a distância que me separa de suas compreendi a prática educativa como uma
condições negativas de vida na medida em experiência a que faltasse o rigor em que se
que os ajudo a aprender não importa que gera a necessária disciplina intelectual.
saber, o do torneio ou do cirurgião, com Estou convencido de que a rigorosidade, a
vistas à mudança do mundo, à superação séria disciplina intelectual, o exercício da
das estruturas injustas, jamais com vistas à curiosidade epistemológica não me faz
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Conhecimentos Específicos
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Conhecimentos Específicos
não cuido do saber que devo ensinar, se não educadores não importa de que escola,
brigo por este saber, se não luto pelas particular ou pública. É por isto que devo
condições materiais necessárias sem as lutar sem cansaço. Lutar pelo direito que
quais meu corpo, descuidado, corre o risco tenho de ser respeitado e pelo dever que
de se amofinar e de já não ser o testemunho tenho de reagir a que me destratem. Lutar
que deve ser de lutador pertinaz, que cansa, pelo direito que você, que me lê, professora
mas não desiste. Boniteza que se esvai de ou aluna, tem de ser você mesma e nunca,
minha prática se, cheio de mim mesmo, jamais, lutar por essa coisa impossível,
arrogante e desdenhoso dos alunos, não acinzentada e insossa que é a neutralidade.
canso de me admirar. O educador e a educadora críticos não
podem pensar que, a partir do curso que
Ensinar Exige Liberdade e Autoridade coordenam ou do seminário que lideram,
O que sempre deliberadamente recusei, podem transformar o país. Mas podem
em nome do próprio respeito à liberdade, demonstrar que é possível mudar. E isto
foi sua distorção em licenciosidade. O que reforça nele ou nela a importância de sua
sempre procurei foi viver em plenitude a tarefa político pedagógica.
relação tensa, contraditória e não mecânica,
entre autoridade e liberdade, no sentido de Ensinar Exige Saber Escutar
assegurar o respeito entre ambas, cuja Sempre recusei os fatalismos. Prefiro a
ruptura provoca a hipertrofia de uma ou de rebeldia que me confirma como gente e que
outra. jamais deixou de provar que o ser humano
A posição mais difícil, é maior do que mecanismos que o
indiscutivelmente correta, é a democrata, minimizam.
coerente com seu sonho solidário e Os sistemas de avaliação pedagógica de
igualitário. alunos e de professores vêm se assumindo
cada vez mais como discursos verticais, de
Ensinar Exige Tomada Consciente de cima para baixo, mais insistindo em passar
Decisões por democráticos. A questão que se coloca
Voltemos à questão central que venho a nós, enquanto professores e alunos
discutindo nesta parte do texto: a educação, críticos e amorosos da liberdade, não é,
especificidade humana, como um ato de naturalmente, ficar contra a avaliação, de
intervenção não está sendo usado com resto necessária, mas resistir aos métodos
nenhuma restrição semântica. Quando falo silenciadores com que ela vem sendo às
em educação como intervenção me refiro vezes realizada. A questão que se coloca a
tanto à que aspira a mudanças radicais na nós é lutar em favor da compreensão e da
sociedade, no campo da economia, das prática da avaliação enquanto instrumento
relações humanas, da propriedade, do de apreciação do que fazer de sujeitos
direito ao trabalho, à terra, à educação, à críticos a serviço, por isso mesmo, da
saúde, quanto à que, pelo contrário, libertação e não da domesticação.
reacionariamente pretende imobilizar a Por isso é que, acrescento, quem tem o
História e manter a ordem injusta. que dizer deve assumir o dever de motivar,
A educação não vira política por causa de desafiar quem escuta, no sentido de que,
da decisão deste ou daquele educador. Ela é quem escuta diga, fale, responda. É
política. O que devo pretender não é a intolerável o direito que se dá a si mesmo o
neutralidade da educação, mas a respeito, a educador autoritário de comportar-se como
toda prova, aos educandos, aos educadores proprietário da verdade.
e às educadoras. O respeito aos educadores Que me seja perdoada a reiteração, mas
e educadoras por parte da administração é preciso enfatizar, mais uma vez: ensinar
pública ou privada das escolas; o respeito não é transferir a inteligência do objeto ao
aos educandos assumido e praticado pelos educando, mas instigá-lo no sentido de que,
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Conhecimentos Específicos
como sujeito cognoscente, se torne capaz de “Esse sujeito é um bom cara. É nordestino,
inteligir e comunicar o inteligido. É nesse mas é sério e prestimoso”.
“Você sabe com quem está falando?”
sentido que se impõe a mim escutar o “Que vergonha, homem se casar com
educando em suas dúvidas, em seus receios, homem, mulher se casar com mulher.”
em sua incompetência provisória. E ao “É isso, você vai se meter com gentinha, é o
escutá-lo, aprendo a falar com ele. que dá.”
“Quando negro não suja na entrada, suja na
saída.”
Ensinar Exige Reconhecer que a “O governo tem que investir mesmo é nas
Educação é Ideológica áreas onde mora gente que paga imposto.”
Há um século e meio Marx e Engels “Você não precisa pensar. Vote em fulano,
gritavam em favor da união das classes que pensa por você.”
trabalhadoras do mundo contra sua “Você, desempregado, seja grato. Vote em
quem ajudou você. Vote em fulano de tal.”
espoliação. Agora, necessária e urgente se “Está se vendo, pela cara, que se trata de
fazem a união e a rebelião das gentes contra gente fina, de trato, que tomou chá em pequeno
a ameaça que nos atinge, a dos à "fereza" da e não de um pé-rapado qualquer.”
ética do mercado. “O professor falou sobre a Inconfidência
Prefiro ser criticado como idealista e Mineira.”
“O Brasil foi descoberto por Cabral.”
sonhador inveterado por continuar, sem
relutar, a aposta no ser humano, a me bater
Assim, o melhor caminho para guardar
por uma legislação que o defenda contra as
viva e desperta a minha capacidade de
arrancadas agressivas e injustas de que
pensar certo, de ver com acuidade, de ouvir
transgride a própria ética.
com respeito, por isso de forma exigente, é
É exatamente por causa de tudo isso que
me deixar exposto às diferenças, é recusar
como professor, devo estar advertido do
posições dogmáticas, em que me admita
poder do discurso ideológico, começando
como proprietário da verdade.
pelo que proclama a morte das ideologias.
Na verdade, só ideologicamente posso
Ensinar Exige Disponibilidade Para o
matar as ideologias, mas é possível que não
Diálogo
perceba a natureza ideológica do discurso
Dessa forma, como professor não se
que fala de sua morte. No fundo, a ideologia
deve poupar oportunidades para
tem um poder de persuasão indiscutível. O
testemunhar aos alunos a segurança com
discurso ideológico nos ameaça de
que me comporto ao discutir um tema, ao
anestesiar a mente, de confundir, das coisas,
analisar um fato, ao expor minha posição
dos acontecimentos.
em face de uma decisão governamental, o
Não podemos escutar, sem um mínimo
mundo encurta, o tempo se dilui: o ontem
de reação crítica, discursos como estes:
“O negro é geneticamente inferior ao
vira agora; o amanhã já está feito. Tudo
branco. É uma pena, mas é isso o que a ciência muito rápido. Debater o que se diz e o que
nos diz.” se mostra e como se mostra na televisão me
“Em defesa de sua honra, o marido matou a parece algo cada vez mais importante.
mulher.” E como educadores e educadoras
“Que poderíamos esperar deles, uns
baderneiros, invasores de terra?”
progressistas não apenas não podemos
“Essa gente é sempre assim: damos-lhe os desconhecer a televisão mas devemos usá-
pés e logo quer as mãos.” la, sobretudo, discuti-la.
“Nós já sabemos o que o povo quer e do que O poder dominante, entre muitas, leva
precisa. Perguntar-lhe seria uma perda de mais uma vantagem sobre nós. É que, para
tempo.”
“O saber erudito a ser entregue às massas
enfrentar o ardil ideológico de que se acha
incultas é a sua salvação.” envolvida a sua mensagem na mídia, seja
“Maria é negra, mas é bondosa e nos noticiários, nos comentários aos
competente.” acontecimentos ou na linha de certos
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Conhecimentos Específicos
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Conhecimentos Específicos
homem deixa de ser sujeito e passa a ser conteúdos e formas de assimilação dos
objeto, o trabalho se torna fragmentado e conhecimentos historicamente construídos.
perde seu sentido humanizado. Estão Consequentemente, significa contribuir
criadas as condições para o processo de para o projeto neoliberal que impede a ação
alienação. dos homens na realidade concreta.
A separação entre trabalhador e o Estas novas referências, apresentadas
produto de seu trabalho, ou seja, a divisão por discursos bastante sedutores, sobre
social do trabalho determina a alienação, valorização da pessoa e sua subjetividade,
pois torna o trabalho algo empobrecido e sobre a importância dos conhecimentos
que não enriquece o desenvolvimento adquiridos experiencial mente, sobre a
humano. Portanto, divisão social do criatividade da atividade docente, sobre a
trabalho significa colocar o homem como articulação entre aprendizagem e cotidiano,
mercadoria: sua produção representa seu representam, outrossim, estratégias para o
valor e seu valor só e considerado quando mais absoluto esvaziamento do trabalho
contribui para a acumulação do capital. educacional.
Segundo Marx: “O ser alheio ao qual Os professores já não mais precisarão
pertence o trabalho e o produto do trabalho, aprender o conhecimento historicamente
a serviço do qual está o trabalho e para cuja acumulado, pois já não mais precisarão
fruição está o produto do trabalho, só pode ensina-lo aos seus alunos, e ambos,
ser o homem mesmo. Se o produto do professores e alunos, cada vez mais
trabalho não pertence ao trabalhador, um empobrecidos de conhecimentos pelos
poder alheio estando frente a ele, então isto quais possam compreender e intervir na
só e possível pôr o produto do trabalho realidade, com maior facilidade, adaptar-
pertencer a um outro homem fora do se-ão a ela pela primazia da alienação.
trabalhador. Se a sua atividade lhe e
tormento, então tem que ser fruição a um Alienação docente: Implicações na
outro e a alegria de viver de um outro. Não Construção do Conhecimento
os deuses, não a natureza, só o homem E preciso não perder de vista que a
mesmo pode ser este poder alheio sobre os educação, apesar de sua fundamental
homens”. importância na conscientização das massas,
A sociedade capitalista tem colocado a não é redentora da humanidade, pois
escola como mecanismo que adapta seus pertence a um sistema de instituições
sujeitos a sociedade na qual estão inseridos. sociais, sendo necessário considerar que
Sendo assim, na sociedade capitalista a todos os fatores sociais agem (ou deveriam
escola tem a função social de manutenção agir) dialeticamente.
do sistema por meio das ideias e dos Para refletir sobre a atuação do
interesses da classe dominante, professor, e preciso considerar as condições
ocasionando o esvaziamento dos conteúdos concretas de realização de seu trabalho,
adequados e necessários a humanização e pois a idealização deve servir-nos como
de métodos igualmente adequados a aquilo que buscamos, mas deve ser pensada
apropriação da humanidade social e a partir daquilo que vivemos.
historicamente construída. Essa escola do Os esforços em manter o trabalho
capitalismo abre portas a todo tipo de pedagógico num ideário que desvaloriza o
organização não escolar, enfatiza a caráter político da educação imergem o
experiência e valoriza, por conseguinte o professor em práticas que, traduzindo sua
indivíduo particular e sua subjetividade. alienação particular, a reproduzem em seus
Se por um lado a história de vida é educandos partindo de práticas valorativas
fundamental na formação do sujeito em sua do cotidiano e que impedem a reflexão
totalidade, por outro lado a secundarizarão crítica e transformadora.
da educação escolar representa minimizar
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Conhecimentos Específicos
currículo, poderemos então afirmar que é a caminho para toda sorte de tergiversações,
partir do saber sistematizado que se inversões e confusões que terminam por
estrutura o currículo da escola elementar. descaracterizar o trabalho escolar.
Ora, o saber sistematizado, a cultura Para exemplificar essa
erudita, é uma cultura letrada. descaracterização, o autor recorre ao dia a
Daí que a primeira exigência para o dia das escolas, que passam todo o ano
acesso a esse tipo de saber seja aprender a letivo se dedicando a atividades que se
ler e escrever. tornam centrais, quando deveriam apenas
Além disso, é preciso conhecer também servir ao enriquecimento do currículo:
a linguagem dos números, a linguagem da Carnaval, Páscoa, Dia das Mães, Festas
natureza e a linguagem da sociedade. Está Juninas, Folclore, Semana da Pátria,
aí o conteúdo fundamental da escola Semana da Criança etc.
elementar: ler, escrever, contar, os O ano letivo encerra-se e estamos diante
rudimentos das ciências naturais e das da seguinte constatação: fez-se de tudo na
ciências sociais (história e geografia escola; encontrou-se tempo para toda
humanas). espécie de comemoração, mas muito pouco
O currículo escolar, na perspectiva do tempo foi destinado ao processo de
“aprender a aprender”, perde referência de transmissão-assimilação de conhecimentos
quais são os conteúdos a serem ensinados, sistematizados. Isto quer dizer que se
pois deve voltar-se às vivências e cultura perdeu de vista a atividade nuclear da
cotidiana do aluno. Os conhecimentos escola, isto é, a transmissão dos
historicamente construídos e acumulados instrumentos de acesso ao saber elaborado
na história humana são caracterizados [idem, ibidem].
negativamente como saberes Finalmente, na tendência tecnicista todo
descontextualizados e fragmentados, o sistema educacional é organizado por
porque não estão relacionados à vida especialistas “supostamente habilitados,
cotidiana. neutros, objetivos, imparciais”, cabendo ao
Para essas pedagogias, portanto, a professor executar técnicas que garantam a
educação não está centrada em adquirir aprendizagem de conteúdos que estão
conhecimento (domínio de conteúdos), mas restritos a informações técnicas, sem
sim no processo da aprendizagem. Os permitirem discussões que considerem
sujeitos são preparados para serem flexíveis outros pontos de vista. Tanto professores
e adaptáveis às necessidades do mercado; quanto alunos não são mais elementos
tornam-se dóceis aos desígnios do centrais do processo educativo, pois a
capitalismo; a exploração do homem pelo organização racional, que proporcione a
homem é naturalizada e a classe dominante eficiência e a produtividade, será o
isenta-se da responsabilidade de oferecer componente principal desta pedagogia
condições ao desenvolvimento máximo de preocupada em “formar indivíduos
todos os indivíduos. eficientes, isto é, aptos a dar sua parcela de
Em contraposição a esse posicionamento contribuição para o aumento da
de esvaziamento do currículo e de distorção produtividade da sociedade”.
das atividades nucleares da escola, Saviani
define currículo como o conjunto das Teorias Crítico Reprodutivistas
atividades nucleares desenvolvidas pela Nas teorias crítico-reprodutivistas, estão
escola. as teorias da escola como violência
E por que isto? Porque se tudo o que simbólica, da escola como aparelho
acontece na escola é currículo, se se apaga ideológico do Estado e da escola dualista.
a diferença entre curricular e A violência simbólica é exercida pelo
extracurricular, então tudo acaba poder de imposição das ideias transmitidas
adquirindo o mesmo peso; e abre-se por meio da comunicação cultural, da
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Conhecimentos Específicos
Particularmente, essa visão instrumental Com essa afirmação, fica claro que a
e utilitarista da interdisciplinaridade é o que interdisciplinaridade proposta nos PCN+
tem dado consistência e sustentação a essa assume como elemento ou eixo de
abordagem ao longo dos tempos. integração a prática docente comum voltada
Prova disso é o fato de que, no século para o desenvolvimento de competências e
XX, muito do desenvolvimento científico e habilidades comuns nos alunos. Essa
tecnológico proveio de pesquisas de caráter proposta é interessante, pois ela promove a
interdisciplinar feitas inicialmente com mobilização da comunidade escolar em
interesses meramente militares. É o caso do torno de objetivos educacionais mais
computador, da Internet, da bomba amplos, que estão acima de quaisquer
atômica, só para citar alguns casos. conteúdos disciplinares.
Esse posicionamento em favor da Dessa forma, essa proposta não gera a
perspectiva instrumental, entretanto, não descaracterização das disciplinas, a perda
encerra a ideia de interdisciplinaridade da autonomia por parte dos professores e,
apregoada nos PCN, sendo preciso recorrer com isso, não rompe com a disciplinaridade
aos PCN+ Ensino Médio, documentos que nas escolas, o que geraria uma verdadeira
trazem um conjunto de orientações confusão na organização escolar. Trata-se
educacionais complementares aos de uma prática que não dilui as disciplinas
Parâmetros Curriculares Nacionais, para no contexto escolar, mas que amplia o
que se tenha mais clareza sobre o assunto. trabalho disciplinar na medida em que
Com os PCN+, o conceito de promove a objetivos bem definidos.
interdisciplinaridade defendido na nova Há quem defenda que a
proposta curricular fica mais claro. Essa interdisciplinaridade possa ser praticada
nova proposta orienta a organização individualmente, ou seja, que um único
pedagógica da escola em torno de três professor possa ensinar sua disciplina numa
princípios orientadores, a saber: a perspectiva interdisciplinar. No entanto,
contextualização, a interdisciplinaridade e acreditamos que a riqueza da
as competências e habilidades. interdisciplinaridade vai muito além do
Um trabalho interdisciplinar, antes de plano epistemológico, teórico,
garantir associação temática entre metodológico e didático. Sua prática na
diferentes disciplinas - ação possível mas escola cria, acima de tudo, a possibilidade
não imprescindível -, deve buscar unidade do “encontro”, da “partilha”, da cooperação
em termos de prática docente, ou seja, e do diálogo e, por isso, somos partidários
independentemente dos temas/assuntos da interdisciplinaridade enquanto ação
tratados em cada disciplina isoladamente. conjunta dos professores.
Em nossa proposta, essa prática docente Fazenda (1994) fortalece essa ideia
comum está centrada no trabalho quando fala das atitudes de um “professor
permanentemente voltado para o interdisciplinar”:
desenvolvimento de competências e Entendemos por atitude interdisciplinar,
habilidades, apoiado na associação ensino- uma atitude diante de alternativas para
pesquisa e no trabalho com diferentes conhecer mais e melhor; atitude de espera
fontes expressas em diferentes linguagens, ante os atos consumados, atitude de
que comportem diferentes interpretações reciprocidade que impele à troca, que
sobre os temas/assuntos trabalhados em impele ao diálogo - ao diálogo com pares
sala de aula. Portanto, esses são os fatores idênticos, com pares anônimos ou consigo
que dão unidade ao trabalho das diferentes mesmo - atitude de humildade diante da
disciplinas, e não a associação das mesmas limitação do próprio saber, atitude de
em torno de temas supostamente comuns a perplexidade ante a possibilidade de
todas elas (BRASIL, 2002b, p. 21-22, grifo desvendar novos saberes, atitude de desafio
nosso). - desafio perante o novo, desafio em
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Conhecimentos Específicos
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Conhecimentos Específicos
11
Texto adaptado de María de La Luz Arriaga Lemus, disponível em http://www.gestrado.org/
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Texto adaptado de Elaine Giunta e Clarice Schneider Linhares disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/
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Conhecimentos Específicos
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Texto adaptado de Shirlei de Souza Correa disponível em http://www.ucs.br/
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Conhecimentos Específicos
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Conhecimentos Específicos
mais amplo do que mera aplicação dos a ação de agentes externos na formação do
métodos, técnicas e princípios da aluno, o primado do objeto de
administração empresarial, devido às suas conhecimento, a transmissão do saber
especificidades e aos fins a serem constituído na tradição e uma concepção
alcançados. Ou seja, a escola, entendida de ensino como impressão de imagens
como instituição social, tem sua lógica propiciadas ora pela palavra do professor
organizativa e suas finalidades demarcadas ora pela observação sensorial.
pelos fins político-pedagógicos que Esta tendência pedagógica surgiu então
extrapolam o horizonte custo-benefício no Brasil com os padres da Companhia de
stricto-sensu. (DOURADO, 1997, p. 924). Jesus, logo após a chegada dos portugueses.
Neste contexto, pautados em Buss Os jesuítas trouxeram todo um estilo de
(2008), podemos afirmar que a gestão ensinar consolidado, posteriormente, no
escolar se organiza precisamente a partir de ratio studiorium, seu manual de
três olhares, que tem por objetivo garantir o organização dos estudos, especialmente a
processo educacional, que são eles: a gestão partir do século XVII.
pedagógica com o objetivo maior o ensino De acordo com essa tendência
e a aprendizagem, a gestão de recursos pedagógica, a escola denominada
humanos que trabalha com toda tradicional, faz com que o aluno seja
comunidade escolar e a gestão educado para atingir sua plena realização
administrativa que é a parte física e através de seu próprio esforço. Sendo
burocrática da escola. assim, as diferenças de classe social não são
Nesta perspectiva democrática, percebe- consideradas e toda a prática escolar não
se a necessidade de existir integração entre tem nenhuma relação com o cotidiano do
todos os segmentos que compõem a escola, aluno. Quem garante seu aprendizado é o
o que caracteriza uma dinâmica próprio aluno através de seus esforços.
participativa na comunidade escolar. Quanto aos pressupostos de
Comunidade escolar aqui entendida quando aprendizagem, ou seja, como estas crianças
há a participação de pais, professores, aprendem, a ideia principal da escola para
alunos, funcionários, direção e esta tendência pedagógica é de que o ensino
administração. consiste em repassar os conhecimentos para
o espírito da criança, sendo acompanhada
de outra teoria, de que a capacidade de
8. Novas tendências e competências assimilação da criança é idêntica a do
adulto, sem levar em conta as
características próprias de cada idade. A
Tendências Pedagógicas criança é vista, assim, como um adulto em
Contemporâneas miniatura, apenas menos desenvolvida
(LIBÂNEO, 1992, p. 57-64).
Pedagogia tradicional Nesta concepção, o ensino é entendido
A pedagogia tradicional tem como como repasse de idéias do professor para a
objetivo transmitir uma separação dos cabeça do aluno; os alunos devem
conteúdos sociais para com a realidade, compreender o que o professor transmite,
neste modelo de tendência apenas o assim reproduzindo a matéria transmitida.
professor tem razão, é ele o centro das Tem-se uma aprendizagem mecânica,
atenções. Sua metodologia se baseia na automática e associativa.
memorização, tornando a aprendizagem (Dias, 2007) estabelece, então, uma
mecânica, passiva e repetitiva. ênfase na formação moral do aluno, em que
Para Libâneo (1992, p. 57-64): ele constitui seu caráter, pela chamada
A pedagogia tradicional caracteriza as “instrução educativa”. Nesta perspectiva, a
concepções de educação onde prepondera marginalidade é identificada com a
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elaboração do PPP pode, por exemplo, Lembre-se de que existe uma base
fazer um levantamento de dados utilizando curricular nacional, mas cada instituição
os documentos da matrícula dos alunos ou, tem liberdade para construir sua grade de
então, elaborar uma pesquisa, a fim de obter disciplinas de acordo com a cultura local.
informações mais específicas, como a Imprescindível se faz a colaboração dos
situação socioeconômica das famílias. professores, visto que o conhecimento
Aqui, também deve ser descrita a específico de cada área pode ajudar a
participação das famílias no processo de definir as diretrizes de toda a escola.
ensino e aprendizagem: o que se espera
delas e quais compromissos e parcerias elas Planos de ação
podem assumir com a escola. O PPP não é composto apenas por ideias
e propostas. Para que ele de fato funcione,
Dados sobre o aprendizado deve conter planos de ação, isto é, as
Muito interessa a pais e responsáveis estratégias que serão implantadas para
saber a média de aprovação de determinada atingir os objetivos. Devem ser elencadas as
série, por exemplo. Esse tipo de ações a serem desenvolvidas, os setores
informação, em conjunto com outros dados responsáveis pela execução das tarefas e os
internos da instituição, também deve recursos necessários para isso.
constar no PPP.
O número de alunos que a escola tem Erros comuns que escolas cometem ao
(total e por segmento), taxas de reprovação, elaborar o projeto
médias de notas e avaliações: todos esses Como vimos no primeiro tópico, o PPP
indicativos, aliados a dados mais amplos é um documento fundamental e deve estar
(regionais, municipais etc.), colaboram para presente e disponível para toda a
fortalecer a imagem e a transparência da comunidade educativa. Porém, elaborá-lo
gestão escolar. da forma adequada, com a participação de
todos os segmentos, é um desafio.
Recursos Alguns descuidos podem ser evitados, a
Quando se fala em recursos, o primeiro fim de fazer com que ele seja muito mais
pensamento que vem à mente é relacionado efetivo para a instituição de ensino.
à gestão financeira, certo? Mas ela é apenas Selecionamos alguns erros que sua escola
uma parte desse item, que inclui, ainda, pode e deve prevenir ao elaborar o projeto
recursos humanos, físicos e tecnológicos. político-pedagógico.
É fundamental que seja feita uma
descrição minuciosa da estrutura física, dos Projeto político-pedagógico feito por
colaboradores e dos recursos tecnológicos terceiros
de que a escola dispõe. Só assim será Como muitas escolas ainda não dão a
possível partir da realidade, com suas faltas devida atenção à elaboração do PPP, ou
e seus problemas, em busca de soluções pior, o negligenciam, reduzindo o
possíveis. documento à mera obrigação formal,
acabam por encomendar e comprar PPPs
Diretrizes pedagógicas prontos.
As diretrizes de um projeto assemelham- E esses documentos “terceirizados” são
se ao percurso de um caminho. Por onde elaborados por consultores ou especialistas
seguir, e como seguir, são as perguntas a de fora, o que não faz sentido algum, já que
serem feitas na hora de elaborar esse item eles não estão inseridos na realidade da
do PPP. Os conteúdos ministrados e o instituição. A comunidade precisa
método de ensino que a escola adota devem participar do processo para que ele seja
ser descritos. realmente eficaz.
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Como saber se o aluno precisa de anterior. O texto afirma que os alunos com
educação inclusiva? “deficiências físicas ou mentais, os que se
Para identificar a necessidade de uma encontrem em atraso considerável quanto à
educação com viés inclusivo, é necessário idade regular de matrícula e os
avaliar se o aluno tem alguma das superdotados deverão receber tratamento
necessidades especiais de ensino, como especial”. Essas normas deveriam estar de
deficiências físicas, motoras e de acordo com as regras fixadas pelos
aprendizado. Conselhos de Educação. Ou seja, a lei não
promovia a inclusão na rede regular,
Qual o papel da educação inclusiva na determinando a escola especial como
saúde emocional? destino certo para essas crianças.
A inclusão do indivíduo no ambiente
escolar é fundamental para melhorar a sua 1988 - Constituição Federal
socialização e, portanto, elevar a sua O artigo 208, que trata da Educação
autoestima. Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17
Nesse sentido, uma educação realmente anos, afirma que é dever do Estado garantir
inclusiva pode gerar melhorias “atendimento educacional especializado
significativas à saúde emocional dos aos portadores de deficiência,
alunos. preferencialmente na rede regular de
ensino”. Nos artigos 205 e 206, afirma-se,
Qual papel da família na educação respectivamente, “a Educação como um
inclusiva? direito de todos, garantindo o pleno
O grupo familiar é crucial para que o desenvolvimento da pessoa, o exercício da
ensino possa ser plenamente aproveitado cidadania e a qualificação para o trabalho”
pelo estudante. e “a igualdade de condições de acesso e
Portanto, cabe à família dispor dos permanência na escola”.
recursos necessários à educação, fazer o
acompanhamento dos trabalhos e participar 1989 - Lei Nº 7.853
ativamente do progresso do estudante neste O texto dispõe sobre a integração social
contexto. das pessoas com deficiência. Na área da
Educação, por exemplo, obriga a inserção
Educação Inclusiva: Conheça o de escolas especiais, privadas e públicas, no
histórico da legislação sobre inclusão sistema educacional e a oferta, obrigatória e
1961 - Lei Nº 4.024 gratuita, da Educação Especial em
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabelecimento público de ensino.
Nacional (LDBEN) fundamentava o Também afirma que o poder público deve
atendimento educacional às pessoas com se responsabilizar pela “matrícula
deficiência, chamadas no texto de compulsória em cursos regulares de
“excepcionais” (atualmente, este termo está estabelecimentos públicos e particulares de
em desacordo com os direitos fundamentais pessoas portadoras de deficiência capazes
das pessoas com deficiência). Segue trecho: de se integrarem no sistema regular de
“A Educação de excepcionais, deve, no que ensino”. Ou seja: excluía da lei uma grande
for possível, enquadrar-se no sistema geral parcela das crianças ao sugerir que elas não
de Educação, a fim de integrá-los na são capazes de se relacionar socialmente e,
comunidade.” consequentemente, de aprender. O acesso a
material escolar, merenda escolar e bolsas
1971 - Lei Nº 5.692 de estudo também é garantido pelo texto.
A segunda lei de diretrizes e bases
educacionais do Brasil foi feita na época da
ditadura militar (1964-1985) e substituiu a
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CAMARGO, O."Bullying"; Brasil Escola. Disponível em http://brasilescola.uol.com.br.
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Motta, Sylvio. Direito Constitucional: teoria, jurisprudência
e questões / Sylvio Motta. - 29. ed. - Rio de Janeiro: Forense;
MÉTODO, 2021.
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Adaptado de: Motta, Sylvio. Direito Constitucional: teoria, Forense; MÉTODO, 2021.
jurisprudência e questões / Sylvio Motta. - 29. ed. - Rio de Janeiro:
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lei de que trata o inciso X do caput deste necessários para a garantia de sua
artigo, com base nos recursos a que se qualidade; (Incluído pela Emenda
refere o inciso II do caput deste artigo, Constitucional nº 108, de 2020)
acrescidos de outras receitas e de b) a forma de cálculo do VAAF
transferências vinculadas à educação, decorrente do inciso III do caput deste
observado o disposto no § 1º e artigo e do VAAT referido no inciso VI do
consideradas as matrículas nos termos do caput deste artigo; (Incluído pela
inciso III do caput deste artigo; Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº c) a forma de cálculo para distribuição
108, de 2020) prevista na alínea "c" do inciso V do caput
VII - os recursos de que tratam os deste artigo; (Incluído pela Emenda
incisos II e IV do caput deste artigo serão Constitucional nº 108, de 2020)
aplicados pelos Estados e pelos Municípios d) a transparência, o monitoramento, a
exclusivamente nos respectivos âmbitos de fiscalização e o controle interno, externo e
atuação prioritária, conforme estabelecido social dos fundos referidos no inciso I do
nos §§ 2º e 3º do art. 211 desta caput deste artigo, assegurada a criação, a
Constituição; (Incluído pela Emenda autonomia, a manutenção e a consolidação
Constitucional nº 108, de 2020) de conselhos de acompanhamento e
VIII - a vinculação de recursos à controle social, admitida sua integração
manutenção e ao desenvolvimento do aos conselhos de educação; (Incluído
ensino estabelecida no art. 212 desta pela Emenda Constitucional nº 108, de
Constituição suportará, no máximo, 30% 2020)
(trinta por cento) da complementação da e) o conteúdo e a periodicidade da
União, considerados para os fins deste avaliação, por parte do órgão responsável,
inciso os valores previstos no inciso V do dos efeitos redistributivos, da melhoria dos
caput deste artigo; (Incluído pela indicadores educacionais e da ampliação
Emenda Constitucional nº 108, de 2020) do atendimento; (Incluído pela Emenda
IX - o disposto no caput do art. 160 desta Constitucional nº 108, de 2020)
Constituição aplica-se aos recursos XI - proporção não inferior a 70%
referidos nos incisos II e IV do caput deste (setenta por cento) de cada fundo referido
artigo, e seu descumprimento pela no inciso I do caput deste artigo, excluídos
autoridade competente importará em crime os recursos de que trata a alínea "c" do
de responsabilidade; (Incluído pela inciso V do caput deste artigo, será
Emenda Constitucional nº 108, de 2020) destinada ao pagamento dos profissionais
X - a lei disporá, observadas as da educação básica em efetivo exercício,
garantias estabelecidas nos incisos I, II, III observado, em relação aos recursos
e IV do caput e no § 1º do art. 208 e as previstos na alínea "b" do inciso V do caput
metas pertinentes do plano nacional de deste artigo, o percentual mínimo de 15%
educação, nos termos previstos no art. 214 (quinze por cento) para despesas de
desta Constituição, sobre: (Incluído capital; (Incluído pela Emenda
pela Emenda Constitucional nº 108, de Constitucional nº 108, de 2020)
2020) XII - lei específica disporá sobre o piso
a) a organização dos fundos referidos no salarial profissional nacional para os
inciso I do caput deste artigo e a profissionais do magistério da educação
distribuição proporcional de seus recursos, básica pública; (Incluído pela Emenda
as diferenças e as ponderações quanto ao Constitucional nº 108, de 2020)
valor anual por aluno entre etapas, XIII - a utilização dos recursos a que se
modalidades, duração da jornada e tipos de refere o § 5º do art. 212 desta Constituição
estabelecimento de ensino, observados as para a complementação da União ao
respectivas especificidades e os insumos Fundeb, referida no inciso V do caput deste
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Conhecimentos Específicos
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Conhecimentos Específicos
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https://www.ibam-concursos.org.br/documento/anx1-pms.pdf
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Conhecimentos Específicos
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Conhecimentos Específicos
atividade funcionais, que neste caso, são Quem deve fazer a adaptação
definidas como aquelas que envolvem curricular?
habilidades utilizadas imediatamente pelos O professor regente é o profissional mais
alunos após a aprendizagem e são úteis para indicado para estar à frente da adaptação
o dia a dia do indivíduo. curricular de sua própria disciplina.
Pelas suas características, este tipo de Claro que a colaboração da coordenação
currículo leva mais tempo para ser pedagógica e do atendimento educacional
elaborado, requer uma programação especializado fará a diferença, já que será
complexa, disponibilidade do envolvidos e preciso avaliar o aluno com deficiência para
escolha de habilidades que frequentemente entender necessidades específicas que
aconteçam no ambiente natural, ou seja, podem não estar visíveis na perspectiva do
que aconteçam em casa, na escola, no lazer professor regente em sala de aula.
e no trabalho.
Como fazer a adaptação curricular?
Adaptação curricular é obrigatória Não existe “todos aprendendo a mesma
por lei? coisa ao mesmo tempo”, isso é conto de
Sim, desde 1996 na Lei Nº 9.394. fadas. Todos aprendemos em velocidades
Confira o artigo 49: diferentes, de formas diferentes.
O grande segredo do sucesso escolar de
Art. 59. Os sistemas de ensino qualquer aluno é definir objetivos
assegurarão aos educandos com educacionais adequados para ele.
necessidades especiais: Trabalhar com objetivos errados geram
I - currículos, métodos, técnicas, muitos problemas para você e para seu
recursos educativos e organização aluno.
específicos, para atender às suas O aluno pode ficar extremamente
necessidades; entediado por trabalhar algo que ele já sabe
Mas em 2013 foi realizada uma alteração (o que acontece muito com alunos com altas
substituindo educandos com necessidades habilidades) ou pode se sentir
especiais por “educandos com deficiência” extremamente incapaz quando é exposto a
Hoje está dessa forma: conteúdos além do seu momento atual.
Em ambos os casos uma adaptação
Art. 59. Os sistemas de ensino curricular se faz necessária.
assegurarão aos educandos com Não existe motivo para trabalhar
deficiência, transtornos globais do assuntos que um aluno já domina, assim
desenvolvimento e altas habilidades ou como não existe motivos para trabalhar um
superdotação: assunto que está além do alcance de um
I - currículos, métodos, técnicas, aluno com dificuldades escolares.
recursos educativos e organização Aprendizado de verdade não é
específicos, para atender às suas superficial, não é “mais ou menos”, não é
necessidades; “para manter o aluno ocupado”.
Aqui você pode entender currículo Aprendizado de verdade é quando
específico como currículo adaptado, pois respeitamos o processo sequencial.
um currículo adaptado deve ser específico Primeiro aprende A, garantimos que ele
para atender a necessidade individual de um realmente aprendeu A, então só depois
aluno. ensinamos B.
Não adianta querer ensinar C para quem
não aprendeu A.
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Conhecimentos Específicos
Questões
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