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O que pouco se comenta é o fato de que Henry Ford teve a ideia da linha de
montagem ao visitar uma espécie de linha de "desmontagem". Explicando
melhor: segundo consta em sua autobiografia "My Life and Work" (1922),
Henry Ford teve essa ideia ao visitar um matadouro em Chicago.
Nesses frigoríficos, os animais eram suspensos de cabeça para baixo por uma
corrente que corria presa a uma calha, passando de um funcionário para o
outro. Cada funcionário executava uma tarefa específica no desmembramento
da carcaça (atordoamento, corte da cabeça, sangramento, escaldamento,
retirada do couro, corte dos membros, remoção das vísceras, lavagem,
serração etc.).
O que talvez não tenha ocorrido ao Ford, ou quem sabe ele simplesmente não
deu muita importância ao fato, é que, ao passo que os animais eram
desmontados, por meio daquele processo, o mesmo acontecia com o ser
humano que dele participava. Uma das coisas básicas que deve acontecer em
um frigorífico (linha de desmontagem) é tratar o animal como um objeto inerte e
inconsciente. Da mesma forma, o empregado da linha de desmontagem ou
montagem é tratado como um objeto inconsciente, cujas necessidades
emocionais e criativas são ignoradas.
Por trás disso tudo, está o vício pelo qual um ser humano encara todas as
coisas - natureza, seres sensíveis como os animais e seres criativos e
inteligentes como os humanos – como meros objetos para o seu abuso
egocêntrico.