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Material 03 Aula 03 Dir Const
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Conteúdo Programático
AULA 03 (22/09/2011)
PARTE 1
FINALIZAÇÃO DOS TEMAS DA AULA 02
- Processo Legislativo Ordinário
- Processo Legislativo de Lei Complementar
- Emendas Constitucionais
PARTE 2
- Leis Delegadas
- Medidas Provisórias
- Introdução à Organização do Estado
Emenda Constitucional
Reforma da Constituição: é um procedimento formal que altera o texto constitucional.
A) LIMITAÇÕES AO PODER DE REFORMA DA CONSTITUIÇÃO
-Art. 60 CRFB/88
LIMITAÇÕES FORMAIS – OBJETIVAS (60 §§ 2°,3° e 5°) e SUBJETIVAS (art. 60 caput I a III)
LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS – 60 § 1°
LIMITAÇÕES MATERIAIS – 60 § 4°
Emendas Constitucionais
Conceito e Objetivo
Como conseqüência da rigidez e supremacia de nossa Carta Magna, deve ser observado um
procedimento mais dificultoso, mais solene para modificá-la. Esse procedimento está previsto no
artigo 60 da Constituição, que prevê o procedimento formal das Emendas Constitucionais.
As Emendas Constitucionais são uma das espécies normativas primárias previstas na
Constituição Federal em seu artigo 59. Visam promover acréscimo, supressão ou modificação no
texto constitucional, mas sempre conservando um valor integrativo, no sentido de que deve
deixar substancialmente idêntico o sistema originário da Constituição. Qualquer mudança formal
na Constituição deve ser feita com base no artigo 60 da referida Carta Constitucional, pelo
procedimento das Emendas observando os limites impostos.
Legitimados
Os legitimados para a propositura de Projeto de Emenda Constitucionais estão previstos no
artigo 60, I, II e III, sendo eles:
- um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal,
- o Presidente da República e
- mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
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Aprovação
Após a apresentação da PEC, ela será discutida e votada em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, considerando aprovada quando obtiver, em ambos os turnos, três
quintos dos votos dos membros de cada uma das casas.
Após ser aprovada, a EC é promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, com o respectivo número de ordem. A mesma irá ingressar no ordenamento jurídico,
passando a ser preceito constitucional, de mesma hierarquia das normas constitucionais
originárias.
Obs: a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não
poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa, segundo o artigo 60, §5º da
Constituição.
Estão previstas no artigo 60, §4º da Constituição Federal, em que diz expressamente que não
será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado;
o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação de poderes; os direitos e garantias
individuais. Tais matérias são protegidas como “cláusulas pétreas”.
Obs: reconhecer que nós temos direitos e garantias individuais que estão fora do artigo 5º.
Exemplo: art. 150,III, b (princípio da anterioridade). Os direitos individuais são considerados
“cláusulas pétreas” onde quer que se encontrem no texto Constitucional.
Estão previstas no artigo 60, §1º, são limitações que impedem a reforma da Constituição. Dessa
forma, durante a vigência do estado de sítio, estado de defesa ou intervenção federal não haverá
possibilidade de alteração constitucional.
Obs: as limitações circunstanciais não se confundem com as chamadas limitações temporais
que era prevista na Constituição de 1824.
Diz respeito ao processo legislativo especial que o legislador constituinte estabeleceu para
permitir a alteração da Constituição Federal. Podendo ser formal subjetiva (art. 60, caput), e
objetiva (art. 60, §2º, 3º e 5º).
É a limitação que impede a supressão das limitações expressas e impede a alteração do titular
do poder originário.
Diz respeito a não possibilidade de alteração que recai sobre o artigo 60 da Constituição,
gerando o procedimento conhecido como dupla revisão, segundo o qual primeiro haveria
alteração na cláusula protetora para suprimi-la e depois modificação da cláusula protegida. Não
adotamos a dupla revisão porque existe uma limitação implícita protegendo o artigo 60 da
Constituição.
No que diz respeito ao Poder Originário, ele sempre pertencerá ao povo e não pode ser alterado.
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“cláusulas pétreas”
Materiais
– CF, art. 60, §4º
Expressas
Referentes ao
Formais processo legislativo
Emendas – CF, art. 60, I, II e
Constitucionai Limitações III, §§ 2º, 3º e 5º
s
Supressão das
Expressas
Implícitas
Alteração do titular do poder
constituinte derivado reformador.
Lei Delegada
Conceito e Objetivo
É o ato normativo elaborado pelo Presidente da República, através da autorização do Poder
Legislativo, do Congresso Nacional.
Legitimado
O Presidente da República que pode editar Lei Delegada, com autorização do Poder Legislativo.
Procedimento
O Presidente da República solicita ao Congresso Nacional a delegação. A iniciativa é exclusiva e
discricionariamente exercida pelo chefe do Poder Executivo, é a chamada iniciativa solicitadora.
A solicitação que o Presidente faz deverá indicar o assunto referente à lei que será editada.
Após encaminhar a solicitação ao Congresso Nacional, ela será submetida à votação pelas
Casas do Congresso Nacional, em sessão bicameral conjunta ou separadamente, e sendo
aprovada por maioria simples, o Congresso Nacional por meio de uma Resolução irá especificar,
obrigatoriamente, as regras sobre o conteúdo que será legislado e os termos de seu exercício.
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É proibido à delegação ampla e genérica, precisa ser específica, o conteúdo deve ser
previamente fixado.
O Congresso Nacional poderá estabelecer as restrições que achar pertinente no que diz respeito
ao conteúdo e ao exercício, como o termo de caducidade da habilitação, linhas gerais da lei,
período de vigência, entre outras.
A delegação tem caráter temporário e jamais pode ultrapassar a legislatura, sob pena de
importar em abdicação ou renúncia do Poder Legislativo a sua função constitucional, o que não
será permitido.
Após receber a resolução o Presidente irá elaborar o texto normativo, promulgando-o e
determinando sua publicação, se não for exigida na resolução a retificação parlamentar, que é a
chamada delegação típica ou própria.
Quando o Congresso Nacional estabelece na resolução, que concede a delegação, que após
elaborado do texto normativo, que o mesmo seja enviado ao Legislativo para votação única,
vedada a apresentação de qualquer emenda, temos o que se denomina de delegação atípica ou
imprópria. No caso da delegação imprópria, se o Parlamento aprovar o projeto, o Presidente da
República efetivará a promulgação e determinará sua publicação.
Obs: o Presidente da República, mesmo após feita a resolução, poderá não editar a Lei
Delegada, visto que a delegação legislativa não tem força vinculante para o Poder Executivo.
Medida Provisória
Conceito e Objetivo
Medida Provisória é uma espécie normativa primária prevista na Constituição Federal em seu
artigo 59. A Medida Provisória é para ser utilizada somente em situações de relevância e
urgência. O legislador constituinte de 1988 previu a Medida Provisória como um meio de
regularizar a situação de relevância e urgência. Este ato normativo está regulamentado no artigo
62 da Constituição Federal.
Legitimado
O Presidente da República que pode editar Medida Provisória no caso de relevância e urgência.
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Para que o Governador edite Medida Provisória tem que haver previsão expressa na
Constituição Estadual. Pelo princípio da simetria, o Prefeito como chefe do Poder Executivo
municipal poderá editar Medida Provisória, desde que haja previsão expressa na Constituição
Estadual, do Estado que faz parte, e previsão na Lei Orgânica do Município.
Procedimento
Conforme o artigo 62 da Constituição Federal o Presidente no caso de relevância e urgência
poderá editar Medida Provisória que terá força de lei. Após sua edição, a Medida Provisória deve
ser submetida de imediato ao Congresso Nacional.
A Medida Provisória deve ser votada em 60 dias podendo ser prorrogado por mais 60 dias. O
referido ato normativo deve ser examinado por uma comissão mista e após ser emitido um
parecer, antes de ser apreciada nas duas casas do Congresso Nacional separadamente. A
votação é iniciada na Câmara dos Deputados.
Se a Medida Provisória não for votada em 45 dias, haverá o sobrestamento, o trancamento, a
sustação, das demais proposições da casa em que estiver tramitando. Para não haver o
trancamento de pauta a votação deveria ser finalizada nas duas casas (em separado) até 45
dias contados da edição da Medida Provisória. Ao fim desse prazo se a Medida Provisória não
tiver sido votada nas duas Casas do Congresso Nacional, haverá o trancamento de pauta da
Casa em que a Medida estiver tramitando.
A Medida Provisória perderá sua eficácia, desde a edição, se não for convertida em lei no prazo
de 60 dias, prorrogável uma vez por igual período. Quando a Medida Provisória perde a eficácia
ou é rejeitada o Congresso Nacional deve disciplinar, por decreto legislativo, as relações
jurídicas delas decorrentes. Se o Congresso Nacional não editar o decreto legislativo em até 60
dias após a rejeição ou perda da eficácia da Medida Provisória, as relações jurídicas constituídas
e decorrentes de atos praticados durante sua vigência irão continuar sendo regidos pela Medida
Provisória.
O Prazo será contado da publicação da Medida Provisória, porém ficará suspenso durante os
períodos de recesso do Congresso Nacional. Nessa situação a Medida poderá
excepcionalmente exceder o prazo constitucional de 60 dias, se for editada antes do recesso
parlamentar. Mas se houver convocação extraordinária o prazo não ficará suspenso, visto que a
mesma é incluída na pauta de votação automaticamente.
Se a Medida Provisória é editada durante o período de recesso do Congresso Nacional o prazo
só começa a contar no primeiro dia de sessão legislativa.
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Por outro lado, se a Medida Provisória é aprovada com alteração do texto, ela se transforma em
projeto de lei de conversão, neste caso haverá sanção e veto presidencial e quem promulga é o
Presidente da República.