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ESCOLA LOGÍSTICA

CONCEITOS INICIAIS CUSTOS

 Segundo o princípio da Logística, em termos Mundiais, (em termos de definição ampla)


a missão da logística é :

1. Entregar no lugar certo Século XVIII


2. No tempo certo Século XIV
3. A quantidade certa Século XX
4. Com a informação certa Século XXI
5. Ao menor custo Século XVIII ao XXI

 A questão custo da operação é determinante desde a Idade Média e é a base de


qualquer decisão econômica de qualquer negócio. Em termos simples não é o quanto
custa mas “...quanto este custo que eu tenho, me vai poupar efetivamente o todo...”.

 Por isso, vamos nos basear nas cinco variáveis que descrevemos acima.

 As variáveis 1,2,3 e 4, definem o nível de serviço ao cliente, lojas e fornecedores. No


entanto vamos enfocar na variável 5 .

 Numa operação logística de varejo existem grandes tipos de custos, ou sejam :

a) Custo produção = taxa logística


b) Custo transporte = taxa transporte
c) Custo posse estoque = (incluído na taxa logística)
d) Custo gestão logística = estrutura gestão de todos os fluxos envolvidos

 Dentro de todos os custos de produção existem os custos variáveis e os custos fixos, a


combinação de ambos é que fazem a operação barata ou dispendiosa. Todos são
importantes e todos devem ser minimizados ao extremo, sendo-o sobretudo através
da atividade Organização e Planejamento ao longo de cada dia, semana ou mês.

 Entre custo não cresce proporcionalmente ao volume, mas é “ rentabilizado ” se para


os mesmos homens/máquinas/edifício, conseguirmos “ produzir ” mais caixas para
lojas (no ex.: dos Centros Distribuição)

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 A isto chama-se rentabilização dos ativos, através disso cada caixa movimentada
custo menos, senão vejamos senão Dados obtidos a partir do Anuário Estatístico dos
Transportes editado pelo Geipot em 1990.

EDIFÍCIO PORTA EQUIPAME Nº Nº VOL. CUSTO


PALETES NTOS PESSOAS PRODUZIDOS VOLUME

SITUAÇÃO A 100.00 50.000 150.000 153.846 4.000.000 R$ 0.1134


SITUAÇÃO B 100.00 50.000 150.000 192.307 5.000.000 R$ 0.098

 A produtividade mensal de cada pessoa é 26.000 volumes e o custo de cada são R$


1.000 .

 Na situação (B) pode observar-se um menor custo global por unidade produzida em
relação à situação (A).

INTERLIGAÇÃO ENTRE CUSTOS DA OPERAÇÃO

 O conhecimento claro das variáveis que devem ser geridas e que influenciam mais ou
menos os custos, bem como a interligação entre os mesmos, é a base de qualquer
gestor operacional, senão vejamos :

a) Custo Produção

 É diretamente proporcional ao volume movimentado (quer recepção, quer


movimentação, quer expedição)

 A necessidade de um edifício (aparelho físico) com a existência de porta paletes


( equipamentos), máquinas de produção (equipamentos movimentação), docas ,
paleteiras, paletes, balanças, etc (equipamentos) tudo isto compõem o custo fixo de
uma operação bem como a equipe de homens que vão fazer a mesma produção.

 Alguns destes custos : são iniciados como investimentos (ex.: máquinas elétricas) que
depois se decompõem em amortizações/remunerações de ativos, ao longo dos anos
previstos para amortizar.

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b) Custo Transporte

 Este é sem dúvida, o maior custo envolvido numa atividade logística, a forma de o
minimizar é através de planejamento de rotas e maximização da cubicagem, que cada
veículo transporta em cada rota.

 Os veículos de transportes de mercadorias são ativados dispendiosos e a sua


flexibilidade de transportar várias seções é uma variável fundamental, ou seja como se
chama na gíria devem ser veículos multi-temperatura (quando transportem produtos a
temperaturas distintas)ou veículos multi-produtos (quando transportam produtos de
seções distintas).

c) Custo Posse Estoque

 Este custo está relacionado, tal como os outros, com variáveis externas como segue :

C.1 - Variáveis Internas

C.1.1 - A variedade de produtos centralizados aumenta o estoque necessário;

C.1.2 - A política comercial da CIA. (ex.: importações têxtil) aumentam estoque;

C.1.3 - O sistema de informação (produção, recebimento, expedição) podem ajudar a


melhorar a solução dos produtos;

C.1.4 - A frequência de aprovisionamento de determinada gama de produtos (ex.:


compras mais frequentes de commoditties) pode melhorar a rotação dos produtos;

C.1.5 - Não centralização de produtos média e baixa rotação aumenta o estoque global da
CIA.

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C.2 – Variáveis Externas

C.2.1 - O lead time do fornecedor (tempo entre o curso da nota encomenda e a data de
entrega do fornecedor) pode a necessidade de maiores estoques;

C.2.2 - A instabilidade de entrega do fornecedor(nível de serviço)aumenta o nível de


estoques;

C.2.3 – As embalagens de produtos com muitas unidades/cada , aumenta o nível de


estoques ;

C.2.4 – A necessidade de transporte especial (carga fechada) aumenta custo de posse de


estoque. Não devolução de campanhas aos fornecedores aumentam estoque dos CD’S.

COMO FAZER PARA REDUZIR CUSTOS DE TRANSPORTES (NO CASO DE


DISTRIBUIÇÃO ÀS LOJAS)

 Antes de mais negociar continuamente, as taxas com as transportadoras , para serem


menores em relação a todo o mercado brasileiro;

 Transportar o máximo possível em cada veículo;

 Carregar bem os veículos para não acontecerem quebras;

 Maximizar o Nº de km’s que cada veiculo faz ou seja cada veículo deve fazer no
máximo de entregas possíveis às lojas;

 Usar veículos no retorno das lojas para recolher a fornecedores;

 Usar veículos no retorno das lojas para trazer papelão, plástico. Cxs. Plásticas,
vasilhames ;

 Não concentrar janelas de entregas às lojas nas várias seções;

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 Diminuir tempo de permanência na loja para descarga;

 Diminuir tempo de permanência nos CD’s para a carga e nota fiscal;

PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO

 Estas variáveis , são mutuamente complementares e são como irmãos gêmeos, o bom
comportamento de um influência o outro e vice versa. Não adianta, planejar
fantasticamente bem se a organização é péssima, ambos devem estar equilibrados.

 Planejamento é antever o que vai suceder e definir a sequência das etapas .

 Organização é a adequação do interface entre cada etapa, para que cada uma
contribua para o sucesso da anterior e da seguinte etapa.

 Quero dar alguns exemplos práticos no nosso dia a dia , como segue:

1) Deve listar-se no dia anterior (D-1), qual o volume de caixas a receber, para planejar
quantas máquinas e homens serão necessários.

Exemplo cálculo :

Produtividade Recebimento = 500 caixas/hora


Produtividade Máquinas = 20 paletes/hora
Caixas previstas receber = 50,000 (como premissa será 50 caixas por palete)
Hora trabalho normal/dia = 7,5 horas úteis

A – Nº horas/homem necessárias = 50,000/500 = 100 horas


= 100/7.5 = 13.33 homens necessárias para receber

B – Nº horas/máquinas necessárias = 50.000/50 = 1.000 pal/20 = 50h máquina

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 Os mesmos cálculos podem ser feitos na preparação dos recursos necessários dos
picking, no planejamento dos veículos entrega lojas, na operação pick by line, etc....

 Organização é tão simplesmente, cada um saber qual a sua função no time e


cumpri-la.

 Existindo planejamento numa operação ,não devem nunca estar desligada do controle
no cumprimento desse planejamento

CUSTOS OPERACIONAIS, COMO CONTROLAR ?

 Existem vários estilos de controle de custos , tal como vários estilos de gestão que
passo a descrever no quadro abaixo :

Rápido

Apesar de não saber muito, é rápido ao Esta gestão antecipa sempre qualquer erro
corrigir os erros que comete, tende a de planejamento ou organização,
Velocidade
evoluir para a mais barata. melhorando continuamente este.
É o estilo NÃO SEI MAS VOU ATUAR. É o estilo MELHORIA CONTÏNUA.

Esta gestão não sabe, é lento e vai ter Aqui os gestores sabem muito, mas perdem
sempre uma operação muito cara. muito ao buscar qual a melhor técnica.
Atuação É o estilo LENTIDÃO BURRA Tenderá a encarecer a operação.
É o estilo DEIXA COMIGO

Lento
Pouco Muito Conhecimento
(Know-How)

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 Do quadro anterior . se tira a conclusão que além de aprender com os erros


(aprendizagem contínua), baseados no planejamento e organização devemos ser
sempre rápidos a atuar e enxergar continuamente.

Rápido

 Planejamento  Manter organização = Planejamento


 Organização  Custos Baixos

+ Planejamento ++ Planejamento
+ Organização ++ Organização
+ Corte radical de custos

Lento
Pouco Muito Know-How

QUAIS AS VARIÁVEIS NO CONTROLE DE CUSTOS

a) PESSOAS

 Este é o custo direto mais importante na produção e como produção e como se trata
de pessoas deve ser encarado de uma forma diferente onde o fator motivacional deve
estar presente.
 A forma prática de controlar é através da produtividade, quer individual quer dos
grupos. As medidas normalmente conhecidas são :

* Produtividade Direta Produtividade para cada um dos termos operacionais


O que é que cada um dos operacionais ou turno produziram

* Produtividade Indireta Produtividade todos os turnos com a inclusão toda a


estrutura de chefias e administrativos

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A PRODUTIVIDADE DIRETA está relacionando com variáveis não menos importantes


numa montagem da operação.

1. Equipamentos Movimentação
2. LAY OUT do Centro de Distribuição
3. Paletização (ex.: menos paletização no recebimento, diminui produtividade);
4. Equipamentos Apoio (ex.: RF’S)
5. Reaprovisionamento atempado (antes do “ picker ”ou separador passar pelo local);
6. Prêmio produtividade (incluir absentismo, comportamento interpessoal apresentação);
7. Sequência na produção das seções,
8. Sequência na produção para as lojas.

A APRODUTIVIDADE INDIRETA está relacionada, além das outras variáveis, com os


seguintes itens ;

1. Nº. de pessoas da estrutura é superior, dá menos produtividade indireta global (ex.:


segurança, chefias ) ;
2. Operação sem WMS ou sem RF’S terá mais papel logo mais administrativos e menos
produtividade indireta;
3. Tarefas menos nobres (ex.: trocas) diminuem produtividade indireta;
4. Processos de recebimento menos planejados/organizados diminuem produtividade
indireta

 Tudo reforça que o controle de produtividade e a sua publicação diária são a


ferramenta principal de redução e aferição , todos os outros fatores contribuem para
aumentar ou baixar a mesma.

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b) ENERGIA

 Este custo está relacionado com a área e característica do aparelho com os turnos de
trabalhos e com Nº de máquinas ao serviço.

 A sua redução passa sobretudo pelo controle rigoroso e algumas ações , tais como:

- Redução iluminação quando possível em horários e intensidade de iluminação


- Carga máquinas em horários de menor custo tarifário;
- Controle visual de iluminação acesa em horários não necessários;
- Desligar micro, terminais, luzes e todos os pontos de energia quando que não
necessários;
- Consumir até ao final os bujões de gás das empilhadeiras;
- Afixar avisos de poupança de energia de energia.

c) MANUTENÇÃO

 A nossa filosofia é a terceirizada da manutenção no entanto existem zonas da Cia que


a manutenção é orgânica e funciona muito bem. No entanto aqui nesta rubrica o
controle é fundamental além da experi6encia de análise da avaria.
 Manutenção engloba todos os aspectos da operação, existindo várias áreas como seja:

a) Manutenção predial = Esporádica


b) Manutenção Máquinas = Cada vez mais importante e frequente
c) Manutenção Geral = Todas as outras reparações
d) Manutenção Informática = Cada vez mais importante e frequente

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 Os tipos de manutenção atualmente previstos são :

1. Manutenção Condicionada : é o tipo mais caro , segue em plano rigoroso e antecipa as


reparações necessárias utilizado somente em produtos de alta tecnologia, em
contratos de risco elevado (usina elétrica) ou em produtos alta precisão.
2. Manutenção Preventiva : também segue um plano detalhado , é aquele usada
normalmente. Teoricamente é aquela mais barata no médio/longo prazo. Diminui as
folhas no processo de produção prevenindo as mesmas seguindo um plano.
3. Manutenção Acidental : Isto sucede quando a avaria acontece e o equipamento ou
ativo não funciona mais em condições normais. A solução é fazer a reparação do ativo,
no curto/médio prazo é a manutenção mais cara embora seja a mais usada.

D) OUTROS SERVIÇOS

- Todos os custos de mão de obra temporário, separação de paletes, serviços extras,


carga e descarga de caminhões.
E) MATERIAL DE EXPEDIENTE

Esta rubrica é aquela que está mais descontrolada na operação pelo tesafilme usado na
expedição dos paletes.

Algumas dicas para reduzir são :

- Existem produtos que são inquebravéis ( ex.: papel higiênico, rolo toalha,....) e
complementam a melhoria de altura/cubica das paletes
- Reaproveitamento das cordas que amarram as paletes de caixa
- Não desperdiçar papel na impressão de notas
- Imprimir só o necessário não desperdiçar toner e energia

Em suma , não esqueça por exemplo, que algumas vezes não recrutamos mais 1 ou 2
operadores para melhorar produção, mas gastamos a mais, o equivalente a 10
operadores. A pergunta deve ser feita diariamente , “porquê’ ?

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F) DEMAIS DESPESAS

 Está rubrica é chamada “saco de gato” onde tudo cabe e onde tudo se esconde. Esta
também tem que ser esvaziada e sobretudo eliminada.

 A tentação é grande de enviar para esta conta todos os custos sem destintos certos,
mas o sucesso está em não deixar “encher o saco”evitar que mais aquele gasto deslize
entre os dedos do nosso controle.

 O fato de as demais despesas incluir em tantas rubricas diversas não é desculpa para
gastarmos das mais diversas formas.

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MANDAMENTOS PRÁTICOS NO CONTROLE CUSTOS

1. Custos são monstros que é necessário combater constantemente, seja um Samurai ;


2. Os custos são autorizados préviamente e não posteriormente ;
3. Pergunte tres vezes ao proponente do custo, porque que quer GASTAR ;
- Se você for convencido:
Pergunte a si mesmo tres vezes, ao fim de uma semana;
Se convencido de novo,
Gaste 25% do previsto inicialmente.
4. Existem Custos e desperdícios, os primeiros normalmente colaboram nos Resultados
os desperdícios Nunca.

Difunda no time constantemente estes princípios acima descritos.

Em resumo :

“ TRABALHE COMO UM GUERREIRO,

GERENCIA COMO UM REI ,

GASTE COMO UM MENDIGO ”

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