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COMPLEXO PIRUVATO

DESIDROGENASE

CICLO DE KREBS
REVISÕES

H. MARCELINO_2023
COMPLEXO PDH

O que sabem sobre o complexo


piruvato desidrogenase?

O que é, para que serve?


Catalisa uma reação favorável
energeticamente? Se é um complexo, que
enzimas estão envolvidas? São necessários
cofatores? Se sim quais?
É regulado? H. MARCELINO_2023
COMPLEXO PDH

Complexo
multienzimático(mitocôndria):
3 enzimas Reação Irreversível!
E1 – piruvato desidrogenase
E2 – dihidrolipoil transacetilase Favorável energeticamente
E3 – dihidrolipoil desidrogenase ΔG’º<0

5 cofatores Descarboxilação oxidativa


Coenzima A (Co-A) do piruvato para formar
NAD+ Acetil-CoA
Tiamina pirofosfato (TPP)
Lipoato ou ác. Lipoico
FAD H. MARCELINO_2023
TPP: requer tiamina
(vitamina); atua ao
nível da transferência
de e-
Lipoato: possui dois
grupos –SH (tiol) que
permitem ponte de
enxofre (S-S)

Coenzima A:
transportador de grupos
acilo com um grupo
reativo tiol (-SH)

NAD+ e FAD:
Transportadores de
eletrões

H. MARCELINO_2023
CICLO DE KREBS

O que sabem sobre o ciclo de


Krebs?

Porque se chama ciclo? De que


forma pode ser designado
alternativamente? Que reações
estão envolvidas? São todas
reversíveis?

Quais são as funções/objetivos


deste ciclo?

Tem natureza anfibólica? Se sim,


porquê?

É regulado? H. MARCELINO_2023
CICLO DE KREBS
8 reações, na mitocôndria

- Uma reação de condensação (reação 1)


- Duas descarboxilações (2 CO2 libertados)
– reações 3 e 4
- Formação de 3 NADH (reações 3, 4 e 8) e
1 FADH2 (reação 6)

- Produção de uma molécula de GTP (=1


ATP) – reação 5

- 3 reações irreversíveis!!! Reações 1, 3 e 4


Reação 4: catalisada pela alfa-
cetoglutarato desidrogenase – complexo
multi-enzimático semelhante ao
complexo da PDH = 3 enzimas, os mesmos
5 cofatores.
Reação 6: succinato -> fumarato: a
succinato desidrogenase fortemente
ligada à membrana mitocondrial
interna
Reação 7: fumarato -> malato. Reação altamente estereoespecífica! H. MARCELINO_2023
Ciclo de Krebs
É uma via anfibólica (catabólica e anabólica)
com duas funções principais:
- Conservação de energia (coenzimas reduzidas)
- Produção de precursores para reações de
biossíntese.

Reações anapleróticas

Repõe as concentrações dos


intermediários esgotados

As concentrações dos intermediários


necessitam de serem repostas para
garantir a operabilidade do ciclo de
Krebs.

H. MARCELINO_2023
Rendimento energético - Ciclo de Krebs

O que são os shuttles? Para que


servem?!
H. MARCELINO_2023
Shuttle do malato-aspartato Shuttle do L-glicerol-3-P

H. MARCELINO_2023
Transporte de equivalentes redutores do NADH citosólico Transporte de equivalentes redutores
para dentro da matriz mitocondrial é usada em fígado, rim do citosol para a matriz mitocondrial
e coração (músculo esquelético e cérebro).
REGULAÇÃO DO COMPLEXO DE PIRUVATO DESIDROGENASE E CICLO DE KREBS
• Inibição pelo produto (Ac-CoA e NADH ,
inibem E2 e E3 respetivamente). Inibição por
ATP.

• Ativação AMP, Co-A, NAD+, Ca2+


(músculos).

Modificações covalentes da piruvato


desidrogenase

Que modificações covalentes são estas?

Como ocorrem? Necessitam de um


“sinal” para ocorrer? Se sim, qual e em
que circunstancias?
H. MARCELINO_2023
REGULAÇÃO DO COMPLEXO DE PIRUVATO DESIDROGENASE E CICLO DE KREBS
• Inibição pelo produto (Ac-CoA e NADH ,
inibem E2 e E3 respetivamente). Inibição por
ATP.

• Ativação AMP, Co-A, NAD+, Ca2+


(músculos).

Modificações covalentes da piruvato


desidrogenase

Piruvato desidrogenase cinase => fosforila =>


inativa a piruvato desidrogenase ( com gasto
de ATP) (Glucagon)

Piruvato desidrogenase fosfatase => desfosforila


=> ativa a piruvato desidrogenase (presença de
H2O) (insulina)

H. MARCELINO_2023
Regulação - Ciclo de Krebs

A regulação é feita por quatro enzimas-chave


nas vias metabólicas:
- piruvato desidrogenase ( PDH) – a enzima
que converte o piruvato em Acetil-CoA;
- três enzimas das reações irreversíveis que
correspondem aos passos 1 (sintase do citrato),3
(isocitrato desidrogenase) e 4 (-cetoglutarato
desidrogenase) do Ciclo de Krebs.

As 4 enzimas chave de regulação são as que


catalisam reações irreversíveis.

Inibição pelo produto: ATP, NADH, acetil-CoA, citrato,


succinil-CoA.

Ativação alostérica: ADP, CoA, NAD+, Ca2+ (músculos)

H. MARCELINO_2023
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA

SÍNTESE DE ATP
REVISÕES

H. MARCELINO_2023
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA
O que sabem sobre o ciclo Q?
Para que serve? E sobre a Teoria
quimiosmótica? Quais os
pressupostos defendidos por Peter
Mitchell?

O que é a fosforilação oxidativa?


Onde ocorre? Porquê? Qual o
objetivo? Que estruturas estão
envolvidas neste processo
metabólico?
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Ocorre na membrana interna da mitocôndria, onde o
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA poder redutor do NADH e FADH2 é transformado em
ATP, devido à transferência de eletrões para o oxigénio

Transportadores de eletrões
NADH
FMN ou FAD
Ubiquinona
Citocromos
Proteinas de Fe-S

Estágio final da respiração celular: energia


proveniente de oxidação é responsável
pela síntese de ATP
H. MARCELINO_2023
Complexos da cadeia transportadora de eletrões

Complexo I: os eletrões são transportados logo depois para o complexo III (via Ubiquinona)
Complexo II - não contribui no bombeamento de protões par o espaço intermembranar
Complexo III – Ciclo Q
Complexo IV – o oxigénio (último aceitador de eletrões) é reduzido a água.

H. MARCELINO_2023
Transporte de eletrões

A ubiquinona é o ponto
central para a entrada de
eletrões!

Eletrões do complexo I
Eletrões do complexo II
Eletrões da beta-oxida ção

Aumento do potencial
de redução (E’º)

Estes eletrões dão todos


encaminhados para a
ubiquinona oxidada. Ao
Eletrões do FADH2 – aceitar os eletrões a
ciclo de Krebs ubiquinona fica
Eletrões da beta-oxidação de completamente reduzida
ácidos gordos (= ubiquinol).
H. MARCELINO_2023
Transporte de eletrões

A ubiquinona é o ponto
central para a entrada de
eletrões!

Eletrões do complexo I
Eletrões do complexo II
Eletrões da beta-oxidação

Estes eletrões são todos


encaminhados para a
ubiquinona oxidada. Ao
Eletrões do FADH2 – aceitar os eletrões a
ciclo de Krebs ubiquinona fica
Eletrões da beta-oxidação de completamente reduzida
ácidos gordos (=ubiquinol
H. MARCELINO_2023
).
Tem 2 eletrões para dar ao
Ciclo Q Ao complexo III, a ubiquinona
“chega” completamente citocromo c, mas este só aceita
reduzida (ubiquinol). 1eletrão de cada vez!
A ubiquinona dá um eletrão via
citrocromo c e outro é dado ao
citocromo b, formando-se um
radical semiquinona.
Libertação de 2H+ para o
espaço intermembranar.

Uma segunda ubiquinona


reduzida chega ao complexo III
e cede os seus 2 eletrões: são
bombeados dois H+ para o
espaço intermembranar. Um
eletrão segue via citocromo c,
o outro eletrão segue via
citocromo b. Este eletrão reduz
completamente a
semiquinona, formada
anteriormente, usando 2 H+ da
matriz. H. MARCELINO_2023
Teoria Quimiosmótica – Peter Mitchell (1961) Eletrões transportados ao longo
da cadeia (na matriz potencial
elétrico negativo) – pH alcalino

Levam ao bombeamento de
protões para o espaço
intermembranar (potencial
elétrico positivo) – pH ácido

Diferença de potencial
químico e elétrico

Retorno de H+ para a matriz

Força protão-motriz

H. MARCELINO_2023
ATP sintase (Complexo V)

O que é a ATP sintase? Por


que razão é designado de
complexo V? Faz parte da
cadeia transportadora de
eletrões?

O que sabem sobre a Teoria


Quimiosmótica defendida por
Peter Mitchell?
Porque existem β
conformações diferentes na
Força protão-motriz
unidade F1 da ATP sintase?

O que são translocases?

H. MARCELINO_2023
ATP sintase (Complexo V) A ATP sintase mitocondrial é
uma ATPase de tipo F.

É um grande complexo
enzimático da membrana
mitocondrial interna catalisa a
formação de ATP a partir de
ADP e P, acompanhado do
fluxo de protões do lado do
espaço intermembranar para o
lado da matriz mitocondrial.

A ATP sintase é também


chamada de complexo V e
apresenta dois componentes
distintos: F1 – uma proteína
periférica e Fo – uma proteína
integral de membrana.

H. MARCELINO_2023
Modelo de “ligação-mudança” para a síntese de ATP (Paul Boyer)
3 sítios ativos de F1 giram catalisando a síntese de ATP

3 conformações: βADP (ligação fraca)


βATP (ligação forte)
βvazia (perda de afinidade com o ATP)

3 subunidades β: cada uma tem que estar numa das conformações.


Nunca poderá haver subunidades beta com a mesma conformação.

Por cada passagem de 3H+ pela ATP sintase (do esp. Intermembranar de
volta para a matriz) há rotação de 120° de F1 da ATP sintase, o que implica
que as 3 subunidades beta alteram as suas conformações:
• Subunidade beta com conformação βADP passa para βATP
• Subunidade beta com conformação βATP passa para βvazia- libertação
de uma molécula de ATP
• Subunidade com conformação βvazia passa para βADP

São necessários 9 H+, rotação de 360° de F1 da ATP


sintase para produzir 3 moléculas de ATP
H. MARCELINO_2023
Translocases
O que são as translocases e para que
servem?

A adenina nucleótido translocase é uma


“contratransportadora” - antiport: a mesma
proteína desloca o ADP para a matriz e o
ATP para fora: tem igual afinidade para ATP
e ADP.

O transporte de Pi (para dentro da


mitocôndria) é mediado por um
“simporter” sendo o Pi cotransportado
com um protão (a favor do gradiente) e,
neste caso, o transporte envolve
consumo de energia do gradiente
químico criado pela cadeia respiratória.

H. MARCELINO_2023
Rendimento energético a partir de uma molécula de glucose

H. MARCELINO_2023
Ativadores: ADP
e Pi
Regulação da Fosforilação oxidativa

Mas… há outras substâncias/compostos que podem


desregular a fosforilação oxidativa e/ou a síntese
de ATP

• Inibição da transferência de eletrões


• Inibição da ATP sintase
• Desacopladores
• Inibidores de translocases
H. MARCELINO_2023
H. MARCELINO_2023
Substâncias que intereferem com fosforilação oxidativa

Inibidores de
transferência de
eletrões

Inibidores da
ATP sintase

Desacopladores

H. MARCELINO_2023
Inibidores na transferência de eletrões

Na presença de O2 e de um doador de eletrões, os transportadores que funcionam antes


da etapa inibida ficam completamente reduzidos (azul), e aqueles que funcionam depois
dessa etapa são completamente oxidados (rosa).

H. MARCELINO_2023
Inibição da ATP sintase
A teoria quimiosmótica explica prontamente
a dependência da transferência de eletrões
em relação à síntese de ATP nas
mitocôndrias

Se há bloqueio do fluxo de protões para


dentro da matriz (exlo: oligomicina) →deixa
de haver um caminho para os protões
regressarem para a matriz.

Elevado gradiente de protões!!! Os eletrões


continuam a serem transportados pela
cadeia e o bombeamento de protões
continua… Mas, há uma elevada
acumulação de força protão-motriz, o que
força a parar a transferência de eletrões
pela cadeia, levando ao equilíbrio do
sistema.

Inibição da síntese de ATP + consequente inibição da transferência


de eletrões H. MARCELINO_2023
Desacopladores

São compostos químicos que causam


o desacoplamento sem romper a
estrutura mitocondrial.

Desacopladores químicos incluem 2,4-


dinitrofenol (DNP) e carbonilcianeto-p-
trifluormetoxifenilidrazona (FCCP),
difundem-se facilmente através das
membranas mitocondriais.

Depois de entrarem na matriz na


forma protonada, eles podem libertar
um protão, assim dissipando o
gradiente de protões.

Continua a haver transferência de


eletrões (redução de O2 a H2O),
mas sem síntese de ATP!
H. MARCELINO_2023
Inibidor de ATP sintase + desacoplador da
fosforilação oxidativa O que vai acontecer ao juntar
um inibidor da ATP sintase e um
desacoplador da fosforilação
oxidativa?

O FCCP vai permitir que os H+


voltem para a matriz, permitindo
que continue a haver
transferência de eletrões e
inibindo que esses protões
passem pela ATP sintase, inibindo
a produção de ATP.

Há transferência de eletrões
com redução de O2 a H2O,
mas há inibição da síntese de
ATP!
H. MARCELINO_2023
CATABOLISMO DOS LÍPIDOS

CETOGÉNESE/CETÓLISE
REVISÕES

H. MARCELINO_2023
O que sabem sobre
digestão de
gorduras?

As gorduras podem
ser mobilizadas? Se
sim, em que
circunstâncias
energéticas?

Os lípidos podem ser


oxidados? Se sim,
onde? E como são
transportados?

H. MARCELINO_2023
Digestão de gorduras
1Gorduras ingeridas são emulsificadas
pelos sais biliares: micelas mistas.
2Ação das lípases para hidrólise dos
TAGs.
3Absorção dos ácidos gordos pela
mucosa intestinal e reconversão em
TAGs.
4Os TAGs são incorporados em
quilomicrons (ApoCII).
5 – Os quilomicrons migram via sistema
linfático e corrente sanguínea até aos
tecidos.
6- Ativação da ApoCII nos capilares, a
LPL liberta ácidos gordos e glicerol.
7– Os ácidos gordos entram dentro das
células.
8– Oxidação dos ácidos gordos para
obtenção de energia ou reesterificados
para armazenamento.
H. MARCELINO_2023
Mobilização de gorduras
Acontece em condições especificas => baixos níveis de
glucose!

1-libertação de glucagon, ativando o seu recetor de


membrana no adipócito.

2 estimulação da adenilil ciclase (via proteína G) →


produção de AMPc.

3 e 4- AMPc ativa a proteína cinase (PKA), levando à


fosforilação da lípase sensível a hormona (triacilglicerol
lípase) e das moléculas de perilipina.

5 – hidrólise dos TAGs em ácidos gordos livres + glicerol.

6– os ácidos gordos são transportados na corrente


sanguínea, ligando-se à albumina.

7- a albumina liberta os ácidos gordos e estes entram no


miócito através de um transportador especifico.

8 – os ácidos gordos são oxidados e a energia de oxidação


H. MARCELINO_2023
é conservada em ATP.
E o glicerol formado
durante a hidrólise
dos TAGs?
Para onde vai???

GLICONEOGENESE

H. MARCELINO_2023
Oxidação dos ácidos gordos

Onde ocorre? Em que compartimento celular?

Matriz mitocondrial, mas…

Os ácidos gordos estão no citosol depois de terem sido


transportados às células.
Vão diretamente para a matriz mitocondrial??

H. MARCELINO_2023
Ativação dos ácidos gordos

Antes de ser oxidados na matriz


mitocondrial, todos os ácidos
gordos (independentemente do
comprimento da cadeia
carbonada) sofrem uma ativação
para formar um composto de alta
energia: acilo-CoA gordo, com
gasto de ATP.

A enzima responsável por esta


ativação é acil-CoA sintetase.

H. MARCELINO_2023
A carnitina vai permitir
Transporte dos ácidos gordos para dentro da mitocôndria que os grupos acilo
consigam entrar até à
Depende do tamanho do ácido gordo: matriz mitocondrial,
- Pequena e média cadeia entram dentro da mitocôndria por onde irão ser
difusão regenerados em acilo-
- Os de longa cadeia necessitam de um transportador CoA para poderem ser
oxidados.

Este transporte é feito


com o auxilio de duas
enzimas: a carnitina acil-
transferase I (CPTI) e a
carnitina acil-transferase
II (CPTII), permitindo que
após o transporte estar
completo, a carnitina
livre regresse da matriz
até ao citosol.

H. MARCELINO_2023
Βeta-oxidação dos ácidos gordos
1ª rx – Acil-CoA sofre oxidação (redução do FAD a
FADH2) – introdução de uma dupla ligação entre os
carbonos α e β. Formação de um trans-Δ2- enoil-CoA
(enzima: acil-CoA desidrogenase)

2ª rx- Hidratação do trans-Δ2- enoil-CoA em L-β-hidroxi-


acil-CoA – introdução de um grupo hidroxilo no carbono
β. (enzima: enoil-CoA hidratase : atua apenas em
geometria trans!)

3ª rx: L-β-hidroxi-acil-CoA é oxidado: o grupo hidroxilo é


oxidado a grupo ceto no carbono β (redução de NAD+
a NADH). Formação de um β-cetoacil-CoA (enzima: β-
hidroxiacil-CoA desidrogenase)

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4ª rx: β-cetoacil-CoA é clivado (tiólise). Formação de
uma molécula de acetil-CoA e de um acil-CoA
encurtado em 2 carbonos relativamente ao início.
Enzima: acil-CoA aciltransferase/tiolase/ β-cetiolase.
Oxidação do palmitoil-CoA (16C)
Oxidação completa:

- 7 ciclos de β-oxidação
- 8 moléculas de acetil-CoA
- 7 NADH
- 7 FADH2

- Destinos dos produtos:


- Acetil-CoA → Ciclo de Krebs
- FADH2 → ubiquinona → cadeia
transportadora de eletrões
- NADH → cadeia transportadora de eletrões

H. MARCELINO_2023
Rendimento de ATP: Oxidação do palmitoil-CoA (16C)

106 ATP!

Porque são 106 ATP?!


H. MARCELINO_2023
Oxidação dos ácidos gordos insaturados

São necessárias duas enzimas suplementares: Estas enzimas vão atuar de


forma a alterar a posição
Enoil-CoA isomerase
das insaturações, bem
2,4-dienoil-CoA redutase como a sua geometria (cis
→ trans).
Porquê?
Os ácidos gordos insaturados
apresentam geometria cis (a enzima
enoil-CoA hidratase não pode atuar. Só Prosseguir a beta-oxidação
atua com geometria trans!). com encurtamento de 2
carbonos por cada ciclo e
As insaturações posicionam-se de 3 em produção de moléculas de
3 carbonos (o encurtamento da cadeia acetil-CoA
dos ácidos gordos durante a β-oxidação
é de 2 carbonos). H. MARCELINO_2023
Oxidação dos ácidos gordos com número ímpar de carbonos
Considerando a clivagem final de um ácido gordo
com 5 carbonos => uma molécula de Acetil-CoA e
uma molécula de propionil-CoA (3 carbonos).

1º - O propionil-coA é carboxilado em D-metil-


malonil-CoA (gasto de ATP, presença de biotina e
de HCO3-). Enzima: propionil-CoA carboxilase.

2º Epimerização do D-metil-malonil-CoA em L-metil-


malonil-CoA. Rx reversível. Enzima: metilamolonil-
CoA epimerase.

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3º - Rearranjo intramolecular L-metil-malonil-CoA.
para formar succinil-CoA, prosseguindo para o ciclo
de Krebs(coenzima B12; enzima: metil-malonil-CoA
mutase).
Oxidação peroxissomal e mitocondrial dos ácidos gordos:
semelhanças e diferenças
Nos peroxissomas ocorre a beta-oxidação de ácidos
gordos de cadeia muito longa (superior a 20 carbonos).

De forma semelhante à beta-oxidação nas mitocôndrias,


nos peroxissomas também existem 4 reações sucessivas
(oxidação, hidratação, oxidação e clivagem).

A principal diferença reside no 1º passo (na reação de


oxidação): enquanto que nas mitocôndrias, o FADH2 que
transporta eletrões, estes irão via cadeia transportadora
de eletrões, até ao aceitador final ( oxigénio que sofre
redução a H2O) para formar ATP; nos peroxissomas, os
eletrões transportados pelo FADH2 serão aceites

H. MARCELINO_2023
diretamente pelo oxigénio, levando à formação de
peroxido de hidrogénio (H2O2). Este imediatamente será
decomposto pela catálase, formando H2O e O2. A
energia libertada nesta reação é sob a forma de calor.
Cetogénese/Cetólise Cetogénese: Formação de corpos
cetónicos
Que processos são Processo que ocorre nas mitocôndrias dos hepatócitos,
estes? no qual os ácidos gordos são transformados em
acetoacetato, β-hidroxibutirato e acetona (não
metabolizada)
Onde ocorrem?
Cetólise: Oxidação de corpos
Em que cetónicos
circunstâncias
metabólicas? Processo no qual os corpos cetónicos são convertidos
em energia e que ocorre nas mitocôndrias das células
que necessitam de energia (células extra-hepáticas)

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Jejum prolongado, dieta severa, fome crónica, diabetes
descontrolada… Cetogénese?
Sim há cetogénese. Porquê e Como?

1º - nestas circunstâncias metabólicas, muitos dos


percursores do ciclo de Krebs irão contribuir
para a gluconeogénese, limitando assim a
operabilidade do ciclo.

2º - sendo necessário energia, os lípidos irão ser


oxidados, com consequente produção de
acetil-CoA que não poderá ser oxidada pelo
ciclo de Krebs por que este não funciona
normalmente, visto ter níveis de oxaloacetato
muito baixos.

H. MARCELINO_2023
3º - a acumulação de acetil-CoA no fígado irá
levar ao processo de cetogénese: síntese de
acetoacetato, β-hidroxibutirato e acetona.
Cetogénese
O 1º passo consiste numa condensação enzimática de 2
moléculas de acetil-CoA por uma tiolase (é a rx inversa do
último passo da -oxidação).
O 2º passo consiste numa condensação enzimática da
acetoacil-CoA com 1 molécula de acetil-CoA para formar
- hidroxi- - metilglutaryl-CoA (HMG-CoA).
O 3º passo consiste na clivagem por uma liase do - hidroxi- -
metilglutaryl-CoA (HMG-CoA) com formação de acetoacetato
e de acetil-CoA
4ª - O acetoacetato é reversivelmente reduzido a D--
Hidroxibutirato (oxidação de NADH a NAD+). A enzima
mitocondrial D--Hidroxibutirato desidrogenase é específica

H. MARCELINO_2023
para o estereoisómero D.
O acetoacetato pode ainda sofrer descarboxilação e formar
acetona (rx irreversível; enzima acetoacetato descarboxilase).
Oxidação de corpos cetónicos
No jejum os tecidos extra-
hepáticos usam os corpos
cetónicos como fonte de energia.

➢A acetona não sofre


metabolização: é eliminada nos
pulmões e na urina.

➢O D-β-hidroxibutirato é uma
espécie de reserva metabólica. A
enzima que no fígado permite a
formação de D-β-hidroxibutirato é

H. MARCELINO_2023
a mesma que, nos tecidos extra-
hepáticos, permite a sua
metabolização: desidrogenase do
D-β-hidroxibutirato.
Regulação da lipólise em
situação de jejum ou fome
Mobilização dos ácidos gordos do tecido
adiposo (sinal hormonal – glucagon).

Os ácidos gordos são transportados na


corrente sanguínea pela albumina.

Os ácidos gordos sofrem ativação


(adenililação + acilação), atravessando as
membranas mitocondriais com o auxilio do
transportador de carnitina (caso seja
necessário).

Na matriz mitocondrial, os ácidos gordos sofrem


beta-oxidação, havendo produção de

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moléculas de acetil-CoA que irão ser usadas
para a cetogénese. Os corpos cetónicos
produzidos irão para a corrente sanguínea até
os tecidos extra-hepáticos.
Regulação da cetogénese
Baixos níveis de glicose irão levar ao aumento do glucagon e
diminuição da insulina, sendo as principais consequências a
nível hepático:

➢ paragem da glicólise (processo menos importante no fígado);

➢ aumento da gluconeogénese;

➢Inibição da síntese dos ácidos gordos a nível da acetil- CoA-


carboxilase - ACC (enzima chave de regulação entre os
processos e beta-oxidação e biossíntese de ácidos gordos –
regulação coordenada)
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BIOSSÍNTESE DE LÍPIDOS

REVISÕES

H. MARCELINO_2023
Biossíntese de ácidos
gordos

Quais as
diferenças/semelhanças
entre a beta oxidação e a
biossíntese dos ácidos
gordos?

H. MARCELINO_2023
Biossíntese vs Beta-oxidação
de ácidos gordos

Diferenças
-Enzimas diferentes
-Localização diferente
-Transportador de grupos acilo
diferentes
-Agentes redutores

H. MARCELINO_2023
Semelhanças
4 reações
Shuttle do citrato

A primeira molécula
necessária na biossíntese
de ácidos gordos é a acetil-
CoA

Mas onde é produzida a


Acetil-CoA?

Na matriz mitocondrial…
então é necessário
transportá-la até ao citosol
onde ocorre a biossíntese

H. MARCELINO_2023
dos ácidos gordos.

É necessário o
shuttle do citrato!
BIOSSÍNTESE DE
ÁCIDOS GORDOS
•Processo que ocorre em duas
fases, envolvendo dois complexos
multienzimáticos:

•Fase I : Acetil-CoA Carboxilase


(ACC)
Formação de malonil-CoA

• Fase II: Sintase dos ácidos


gordos
Inicia-se com a condensação de
uma molécula de acetil-CoA com

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uma molécula de malonil-CoA.
Neste complexo enzimático a
ACP funciona como transportador
dos grupos acilo.
REGULAÇÃO DA BIOSSÍNTESE DE ÁCIDOS GORDOS
A etapa limitante é a reação catalisada
pela Acetill-CoA Carboxilase (ACC).

Ativadores
Citrato – ativador alostérico

Inibidores:
Inibição pelo produto (exlo: palmitoil-
CoA)

Modificação covalente:
Fosforilação: Glucagon-> ACC cinase -
>fosforila a ACC - fica inativa : inibição
da biossíntese de lípidos

H. MARCELINO_2023
Desfosforilação: Insulina-> ACC fosfatase
-> desfosforila a ACC - fica ativa:
ativação da biossíntese de lípidos.
Regulação coordenada da oxidação e síntese dos ácidos gordos

H. MARCELINO_2023
O que falta ainda rever???
- Mecanismos de elongação dos ácidos gordos
- Biossíntese de ácidos gordos mono-insaturados – desidrogenação oxidante
- Ação das dessaturases – introdução de insaturação nos ácidos gordos
- Ação da cicloxigenase a partir de araquinodato: formação de prostaglandinas
e tromboxanos. Inibição da COX pela aspirina e outros fármacos.

- Biossíntese de triacilgliceróis e glicerofosfolípidos


- 1º formação de glicerol-3-fosfato
- 2º formação do ácido fosfatídico
- 3º formação de TAGs e glicerofosfolípidos
- Regulação da síntese dos TAGs
- Ciclo dos Triacilgliceróis

- Biossíntese de colesterol
- Lipoproteínas

BOM ESTUDO! BOA SORTE!


H. MARCELINO_2023

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