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Teoria Jurídica do

Direito Penal
Tempo do crime, conflito
aparente de normas e
contagem do prazo penal
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Bons estudos!

O art. 5°, inciso XL da Constituição Federal (CF) de 1988


dispõe que a lei penal não retroagirá, salvo se for para
beneficiar o réu. Já o art. 2° do CP prevê que ninguém pode Dos dispositivos supramencionados extraem-se os
ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar conceitos de irretroatividade da lei mais grave e de
crime, cessando, em virtude dela, a execução e os efeitos retroatividade benéfica.
penais da sentença condenatória.

Tempo do crime Teoria da atividade 

“Tempo do crime Art. 4º Considera-se praticado o crime no


momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o Considera-se praticado o crime no momento da ação
momento do resultado” (BRASIL, 2017, p. 11, grifos do autor). ou omissão.
A partir da leitura do artigo 4° do Código Penal, reflita: em
que momento se considera praticado o delito? A resposta Teoria do resultado 
para essa pergunta depende da análise de três teorias que
versam sobre o momento do crime. São elas: Considera-se praticado o crime no momento do
resultado.

Teoria mista ou da ubiquidade 

Considera-se praticado o crime tanto no momento da


ação ou da omissão, quanto no momento do resultado.

Conflito aparente de normas


Dessa forma, a doutrina desenvolveu quatro princípios
O conflito aparente de normas ocorre quando, a uma
que, juntos, podem resolver o conflito aparente de
mesma conduta, são aparentemente aplicáveis duas ou mais
normas: especialidade, subsidiariedade, consunção e
normas incriminadoras. Assim, o conflito é percebido no
alternatividade. Vamos ver um pouco mais sobre cada
momento em que uma conduta se subsome a dois ou mais
um a seguir:
tipos penais.

Especialidade 

O critério da especialidade implica na máxima lex specialis derogat generali, que significa que a lei especial deve
prevalecer sobre a lei geral, visto que trata aquela determinada situação.

Subsidiariedade 

No que se refere ao princípio da subsidiariedade, aplica-se a máxima lex primaria derogat subsidiariae, que importa na
prevalência da lei primária sobre a subsidiária. Por primária entende-se a norma mais ampla, que descreve o fato
integralmente, ao contrário da subsidiária, em que estará prevista apenas uma parte ou fase da infração penal e que
consagra um grau de violação menor ao mesmo bem jurídico. 

Consunção 

O princípio da consunção, cuja representação se dá com o termo lex consumens derogat consumptae, determina que o
fato mais amplo e grave absorva os demais fatos menos amplos e menos gravosos, que seriam os atos de preparação,
ou de execução, ou ainda de mero exaurimento.

Alternatividade 

O princípio da alternatividade não representa um princípio do conflito aparente de normas para grande parte da
doutrina. Aplica-se quando uma única norma descreve várias condutas típicas, situação em que a prática de qualquer
uma das condutas, ou de várias, implica na responsabilização por um só crime.

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Contagem do prazo penal


Para identificar se o prazo é penal ou processual penal, é
O prazo penal pode ser suspenso (hipótese em que a
necessário verificar se ele está relacionado ao direito de
contagem recomeça pelo tempo faltante) ou
punir do Estado. Se o Código Penal e o Código de Processo
interrompido (hipótese em que a contagem se inicia
Penal (CPP) versarem sobre a mesma matéria, como é o caso
novamente do primeiro dia).
da decadência (art. 103 do CP e art. 38 do CPP), aplica-se o
prazo mais favorável ao réu, no caso o prazo penal.

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