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O Artiiied Edir0i.a S.A., 2002
Cap,1:
már rio Rohnclr
S ~ ~ p ~ ~ ~ .rdirorinl:
i~irrío
Lcrici:~Bispo de Linin
LditoinrCio ~ l ~ ~ t r â i ~ i ~ ~ ~ :
AGE - Hssessorin Grática e Edirorid L r d ~ .
SÁO PAULO
Av. Rebouças, 1.O73 - Jardins
0540 1-150 -São Paulo, SP, Brasil
Fone: ( I 1 ) 3062-3757" Fax: (1 1) 3062-2487
IMPRESSO N O BRASIL
P R I N T F n IN R R A 7 r r
uma ferramenta necessária tanto à dedução das fórmulas quanco à aplicaçáo e à coil-
textualização dos princípios e dos conceitos da certnodinâmica em diversas siruaçõcs
particulares.
Em decorrência dessa sicuac;ão, os livros us~iaisde físico-química, priiicipal-
mente os disponíveis em língua porruguesa, acabam nao sendo bem-recebidos pelos
farmacêuticos. Por um lado, porque essas obras dedicam-se prioritariainente a ~ i i i i
público de quíinicos e de ei~genlieirosquímicos; por ourro, porque o seu nível matc-
mático baseia-se no cálculo diferencial e integral e acaba aFasrando o público mace-
inaticamente menos preparado. A lircrarura disponível em físico-química em iiigIGs
ou em espanhol acaba se enq~iadrandonos mesmos probleinas, ou, evenrualrnei~re.
embora dirccionada de faro para as ciências farrnacêlicicas, exibe um nível de det;illie
e unla exigêiicia de conliecimentos prévios por vezes muito elevados.
Para suprir essa lacuiia, procuramos desei~volvei.uin livro em língua portuglicsa
que cratasse dos fundanientos de físico-química de um ponto d e vistasuficier-iremen- I Estados de agregaqáo da i-i~atéria:uma descrição fenomenológica ...................................13
te simples, maternatican~enrefalando, porém prof~indoo suficicnre para fornecer ;i 2 Inrraducáo k rermodinârnica: calor, trabalho e o primeiro princípio ...............................
39
base necessária p:ira reinas de elevada relevincia profissional. Ui-i~aobra que procli-
rasse delinear toda a base do conhecimenco de físico-química adequada para LinI 3 a sisren~assiii~ples...........................................................
Aplicaçáo da tern~odinân~ica SO
curso de graduação, escolliendo, porém, exemplos prioritariamence oriundos do co-
tidiano farmacêutico para ilustrar os conceitos, as equações e as definições. Uin cr-a-
4 Aplicação da termodinâmica a sistemas de mais de um componente:
ballio desse tipo deve, necessariamente, dar uma grande ênfase à disc~issãoconcei- termoquímica e equilíbrio químico ................................................................................ 9 8
tual, à compreensáo do que está por trás das fórmulas e das equações. Trata-se de .
primeiro entender o conceito daquilo qiie se fala e, depois, entender como se desci-c- 5 .
S o l ~ i ~ õ e spropriedades coligativas ............................................................................. 132
ve tal conceico. Esse foi o objecivo que civemos ein mente ao elaborar csca obr:, c 6 Eq~iilibciosde Fases niulricor-i-iponente ..........................................................................165
esperamos que tei-iha sido alcai~çado.
Logo após a discussão dos conceitos no textopl.irzcipni, n o qual o preparo ma- 7 Cinética .................................................................................................... 203
teniático exigido é apenas elementar, segue a aplicação dos conceitos estudados ern
cmrnpios, estruturados como exercícios resolvidos. Apesar de priorizar a abordagem
8 Fenômenos de transporte ............................................................................................ 223
conceitual - a descrição -, nosso rexro busca, também, satisfazer à necessidade da- 3 Fenômenos de interface .............................................................................................. 246
queles que procuram um imaior rigor na exposição da matéria. Assim, reservamos
u n ~espaço em cada capítulo para o tratamenro matematicamente rigoroso dos con-
10 Sisremas dispersas ........................................................................................................ 265
ceicos abordados. Esras seções, inriruladas "Er-ii detalhe", ser simplesmenie
ignoradas pelo leitor que não river interesse nelas. O seu estudo, porém, pode sei.
bastante compensador, pois, quando bem-entendida, a estrutura matemática da físi- Bibliografia ............................................................................................................................ 290
co-química facilita o seu uso e torna desnecessário o tedioso crabalho de meiiioriza-
çáo interminável de fórmulas, fatos e conceitos. Isso requer, entrecanto, um esforc;~
conscienrc por parte do aluno, que deve estar disposto a buscar a sua própria supera- índice ....................................................................................................................................
293
ção por meio dos exercícios, da discussão dos poncos pouco claros, da contínua inda,oa-
çáo, pois, sorriente assim, pode-se construir um conhecimenco sólido, flexível e eficaz.
Boni proveito!
PAULO A. N E T Z
GEORGE GONZÁLEZ ORTEGA
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TABELA 1.1 Caracteristicas básicas dos três estados de agregação Interação Moléculas com carga (íons) can~béniintcragem
-- , resultante
Sólldo Liquido Gasoso com inoléculas sem carga. A energia de interaçáo en-
- trc uma rnolécula dotada de carga e u m a n~olécula
Alto ordenamento molecular Relativa desordem molecular Grande desordem moiecular Interaçáo de polar (portanto, co11-ium momento de dipolo perma-
repulsão
Forças elevadas de atração Forças de atração e repulsão Forças debeis de atração e nente), mas seni carga, é d o tipo atrativo, possui inag-
e repulsáo com magnitude repulsão. Repulsão preseiiie iiitude coiisiderável e varia coiil o inverso d o quadra-
intermediária quando há colisão.
d o da distância:
Estado condensado Estado condensado Estado não condensado
Não-fluido Fluido Fluido 1
Energia uc.irg.i.di(>aliia 7 (1 2 ) .
Distincia r- e
A variacão coiii o inverso d o quadrado da dis-
entendida - também interpretando de modo livre - coiilo algo ca~isadopela eiicrgia cincia significa que esta interaçáo decai muito mais
atração rapidaii1ente: se a disrância for auiiientada 10 vezes, a
potencial e que nicdc o quanro a energia potencial varia coin a distância (inatcrnaci-
camente falando, a força é o negativo da derivada da energia potencial eiii rela5ão à interação reduz-se a um centésimo.
Mesmo iiioléculas destituídas de carjia- líquida
.
distância). Ncstc texto, discutiremos as inter~çóese seu alcance, ou seja. coiiio cln.?
Figura 1.2 Representação d a s inieraçües podem apresentar coiisiderá\~eliilteracão atixciva ou
variam coni a distii~cia,mas as forças podeni scr calculndas n partir dcstns. t \ > s i i ~ - i , de repuisão e atração resultante em função
da distância de separacão. repulsiva. A interação repulsiva é d c curta distância:
quando mencionarinos interações que variam com o inverso do quadrado da distán- . .
quando duas moléculas neutras se aproxiiliam, à ine-
cia (- 1/1'), as forças coi.respoiidentes a tais intcraçóes irão variar com o iiiverso d o
dida q u e a distância que as separa vai-se reduzindo, a
cubo da distância (-I/?).
A primeira distinção necessária entre as interaçóes de relevância na quiulica 6 repulsão entre as nuvens eletrônicas aumenta de forma significativa (Figura 1.2).
entre aquelas q u e acuarn no âmbito (interno) de uma moléc~ilae aquelas que aruani Eilquarito as interaçóes de rep~ilsãoderivam da interaçáo desfavorável entre as
entre as diferentes moléculas. Enq~ianto.asprimeiras, chamadas de i)zte)~çõe!iiitrii- nuveris eletrônicas, as interaçóes de atração entre moléculas náo-carregadas podem-
inoleczrlni~es,s,ío as responsáveis pela existéiicia própria d a molécula, definindo as se originar da interaçáo entre diferentes regiões das riloléc~~las onde a densidade de
relações dos átomos constituintes encre si e as propriedades d a molécula. as szsLin- cargas é diferente, originando difcrcntes tipos de interaçóes de baixa energia, generi-
das, denominadas de i)ztrrtrçõesinter)nolectlldres, são responsáveis pelo escado de agre- camente denoniinadas iiztei-ações de vnlz &r Wnls.
gação, isto é, pelo arranjo energericameiite mais favorável de uina grande qunntidadc Sob a denominação interaçóes de Van der Waals iilcluem-se:
d e moléc~ilas.O estudo sistemático das incerayóes intrainoleculares tais coriio liga- 1) As intcrc~çüesdeIrérsolz (intc).rrç20riipo/o-diyo/~)~, próprias d e inoléculas pola-
ções d o tipo covalente, iônica ou interações de caráter metálico, normalmente é abor- res. aglomeradas por forças de atração inoderadas como, por exeinplo, e m cetonas ou
dado em textos de química geral e inorgânica e náo será, portanto, discutido aqui. haletos de alquila. As interações de Keesoii são fracas (cerca d e 2 a 1 0 kJ/n~ol)e
Todas as interaçóes inter ou intramoleculares possuein, direta o u inciiretamen- tornam-se gradualmente mais fracas com a separação entre as moléculas, variando
te, uma origem eletrostática. O tipo mais elementar de interação inter~nolec~ilai- (: a
-
com o inverso d o cubo d a distância ( U l/l3). Isto significa que, se a distância
rlctrostríticn carga-caip,\que se manifesta principalmente nas s~ibstânciasienicas. 11 aumentar 10 vezes, a energia p o t e ~ ~ c i de a l interação reduz-se a u m milésimo.
energia da interação iônica entre u m a carga q,, e u n a carga qL é bastante forte i. dii 2) As iiztel-ações de DrbJir (internçRo dipolo-diyolo ind/.izido, efeito d e i)zdzrçZo),
longo alcance, luriando com o inverso da distância rab entre estas cargas: observadas e m nioléculas com dipolos permanentes que interagem c o m rnoléc~ilas
sem dipolo, mas suscetíveis a uma fácil polarização. Tais interaçóes são mais fracas
que as dipolo-dipolo (cerca de 1 IkJ/mol o u menos) e variam com o inverso da distân-
cia ria sexta ( l i - I/)"), o u seja, decaem de magnit~idede modo inuito mais
rápido d o que as interaçóes dipolo-dipolo, pois u m aumento de disrância ein um
Nessa equação, é Lima constante denominada permissividade d o vicuo. Car-
fator de 10 teria como resultado u m a diminuição da energia ein Lim fator de 1 ini-
gas de igual sinal implicam uma energia de interação positiva e forças de repulsão,
Ihno.
enquanto que cargas de sinal contrário implicam uma energia negativa e forças atra-
3) As iizteragües de Londoiolz (iilternçRo dipolo indtlzjdo-dipolo i)zduzido4, efeito de
tivas. A dependência da energia com o inverso d a distância significa que a iiitei.a;ão
dispersno). Estas interaqões ocorrem entre iiioléculas sem dipolo permanente (por
tem u m longo alcance: para que se possa reduzir uma dada interaçáo entre dois íon:; .
exeinplo, hidrocarbonetos e gases c o m o nitrogênio e :ás carbônico) e dependem
a um décimo de seu valor, é necessário aumentar a sua disrância 1 0 vezcs.
H - F . - - . -H - F ---
forteinenre dapold~izabilidadejdas moléculas. Podemos visualizar esra inreraçáo como
sendo o efeito de uma nuvein eletrônica temporariamente distorcida cm uma dada Ácido fiuoridrico
molécula que induz unia deformação nas nuvens elecrônicas de inoléculas vizii~has.
Sua intensidade pode variar de inenos de 1 a mais de 5 kJln101 e varia com o inverso
da disrincia na sexta porência ( U 1 1 ~ da -~ )mesim
~ forina que as interagões de
Debye.
A energia resulrante depende das eiiergias de atragão e repulsio e apresenra u m
valor iníniino a uma dada discáncia de separagáo, onde a força resiiltance é, porcanto,
igual a zero. Se considerarinos a interação entre d ~ i a smoléculas idênticas, a disrância
d o n~íiiimode energia f chamada de dijt[itzcia ou inio de uvniz dei. Waals. A distâi~cias
menores que esre míniii-io, a repulsáo aumenta de forma abrupra. Por esca razão
podemos ~irilizaro raio de van der Waals como uma medida quanticariva d o "taina-
nho" das moléculas, conforme a Figura 1.2.
Existem vários exemplos de inreraçóes d o ripo Keeson ou Debye na formaçáo
de con~plexosquín~icosentre fárinacos e diversos polímeros ou proceínas. Um caso
Liin tanto difcrcnre é o das incerações de London, que sso próprias de moléculas náo-
Ácido formico
polares, as quais sofiein polarizaçáo induzida. Um exeinplo concreco desce ripo de
força é observado nos gases com comportamenro real, associado à sua cendência de r aExemplos de substãncias com formação de pontes de hidrogénio
~ i ~ u 1.3
passar ao esrado líquido. As interaçóes de London explicam, por exemplo, por q u e o
metano se liquefaz. Na equação de Vaii der Waals, uma das equações que procura
explicar o comporramenco dos gases reais, o efeico decorrenre das forças de van der da alra consranre dielécrica, baixa pressáo de vapor e elevada cemperacura de ebuli-
Waals esrá expresso no termo a/V? (vide Estado Gasoso). são, além de responderem pelo máximo da densidade a 4 OC, mínimo d o coeficienre
Formando u m grupo i parre, apareceram aspoiztes de hidrogênio que sãc derer- de compressibilidade a 46 "C, mínimo da capacidade calorífica a pressáo constante a
minadas pela presença de grupos conrei~dou m hidrogênio ligado a u m eleinenro 3 5 "C, denrre ourras anomalias. Q u a n d o as moléculas são maiores e m~ilrifuncionais
fortenienre elerronegacivo, por exemplo, O-H, N-H, X-H.'O hidrogênio ligado a como o ácido salicílico, por exemplo, além da formação de ponres interinoleculares
esce ripo..de áromos inrerage forreinente com átomos também forremente elerrone- é possível encontrar também pontes de hidrogênio intran-ioleculares (Figura 1.3).
gativos presenres na mesma o u e m outra molécula. O átomo "de onde" a ligaçio Cada u m dos crês esrados da maréria esrá relacionado à liberdade d e movimen-
provém é denominado doador e o q u e "aceita" a ligação, accptoi.. Uma caracceríscica co dos áromos o u das moléculas. Nos gases, ároinos e n~oléculasenconrram-se e m
imporrance das pontes de hidrogênio é o seu carárer direcional. níveis energéricos elevados e apresenranx liberdade irresrrica de movimenros de roca-
Embora muito mais fortes que as incerações de van der Waals já relacionadas, sua $50, cranslação, vibração e oscilação. A medida q u e a restrição da liberdade de movi-
magnitude é pequeiia (aré cerca de 15-20 kJ mol-') em comparação c o m as ligações menro se increinenca, áromos e moléculas são imobilizados aré acingir o esrado Iíqui-
iônicas ou covalenres (até 250 I J moi-I). do. N o esrado sólido, ácomos e moléculas só podem oscilar e vibrar sobre Lima posi-
A presença de ponres de hidrogênio pode ser identificada com facilidade a par- ção Fixa, caracrerizando u m a rede OLI marriz c o m baixo conreúdo ei-iergécico. O
tir d o momenro que analisan~osa esrrucura química de uma subscância. Se os áro- processo reverso ocorre q u a n d o as partículas n o escado sólido recebem energia
inos doador e acepror da ponre d e hidrogênio estiverem e m moléculas diferentes, suficiente para romper a macriz e passar ao escado Iíquido, o u , e m alguns casos,
forma-se Lima ponce interinolecular. Se, pelo contrário, os átomos forremence elerro- direramence a o esrado gasoso. As mudanças d e esrado recebem denominações
negarivos estiverem presentes na mesma molécula, a ponre é intramolecular e não próprias e codas consciruem rransformações reversíveis, quando conduzidas à cem-
terá o inesmo efeito de interação que a ponte intermolecular (Figura 1.3). perarura e à pressão constances. As alterações sáo, neste senrido, escricamente
Algumas subsrâncias simples como os dcidos fluorídrico e clorídrico apresen- físicas, e não devein ser confundidas c o m as alreraçóes químicas, q u e aconcecem
taiii formação de pontes de hidrogênio F.-H e CI--H, respecrivamenre. As ponces de quando, p o r exemplo, u m a subscância sólida é aquecida e liquefaz p o r q u e sofreu
hidrogênio intern~oleculaiesrambém ocorrem nas moléculas de água - em número degradagáo química irreversível. A l g ~ i n saçúcares7 e polímeros apresenram tal
de quatro por inolécula, e m média, duas como doador e duas como acepror - e são cipo de comporramenco.
responsáveis pelo comportamento anômalo da mesma, principalmenre em [ermos Oucra classificação das forças incermolec~ilaresdiz respeiro às considerações
sobre se as forças manifesram-se enrre espécies químicas iguais o u diferentes. Nesre
caso, teremos uma c1assificac;áo como:
' A polarizabilidade iiiede a exrciisão com a qual a densidade eleri-iiiiicn eni lima molécula é polarizad3
(distorcida ou deformada) devido à açáo d c um cnnipo elétrico externo.
' O n d e X representa tim halo~i.nio. i Q u a n d o a sacarote forma caramelo, por ereniplo
a)farças d e coesrío, que ocorrem ei-itre espécies químicas iguais, e completainente o comportamento d o gis. Na equação d e estado, via de regra, é
b) foipas de ndesno, que ocorrem enrre espécies químicas diferentes. necessário incluir taiiibéi-ii alguns parâmetros que caracterizani o tipo d e gás: a equa-
Esta distinção é importante no estudo dos fenômenos de superfície, como \.esc- ção de estado d o oxigênio é diferente d a equação de estado do nirrogênio o u d o gás
mos adiante. O conhecimei-ito da natureza das f o r p s inrerinoleculares é essenci;il carbônico. As diferenças são, enrretaiito, pequenas, uma vez que as inreraçóes são
para o enrendiinento, não s ó d o estado de agregação, como de diferentes fenôinenos fracas nas disrâncias inrermoleculares típicas d o estado gasoso. Q~iando coiisidera-
físico-químicos que se vei-ificam i-ia superf cie, c o m o tensão s~iperficial,viscosidade c mos sisteinas gasosos relari\-amenre rarefeiros o u quando iiáo precisamos de unia
caracreristicas reológicas, entre outras. grande precisão na descrição d o comporramenro dos sisremas gasosos, podemos ne-
gligeiiciar por completo as interações e usar o chamado nlodelo dos giz~.esidenis, no
q ~ i a las interaçóes inrermoleculares sáo consideradas nulas, e a equaçáo d e estado
ESTADO GASOSO assume unia forma extreniainenre simples e indepeiidentc d o tipo de gás. N O enran-
[o, quando estivermos analisando sistemas a altas pressões. baixas remperaturas o ~ i .
Ao contrário d e ourras áreas d a term«dinirnica, o cstudo das propriedades dos g:isi,s então, quando as interagões iiitermoleculares foreiii elevadas, o ~ ainda.
i quaiido frjr
é particularn-iente simples. A simplicidade na descrição deve-se à característica dc os necessário descrever a liquefação, o inodelo d e gases ideais é inadequado e será neces-
gases comportarem-se d e m o d o caótico8, e, portanto, u m a descrição estatística pode sário o LISO d e modelos mais elaborados.
explicar suas propriedades. Para sistemas isolados, o conhecimeiito das propriedades
de niassa. volunie, pressão c rcrnperatura f sufcienre para descrever de iiiodo iiire-
gral o estado gasoso. Tal conhecimento perinite prever, não só o coinportamcnto dos Gases ideais
gases, mas também entender e aplicar os princípios fundamentais d a rerinodinárni-
ca, estendendo a análise aos sisremas líquidos e sólidos. A relação inaremárica basca- Não existein, estritamente falando, gases ideais. Na vei~dnde,uingds ideal énpenns unz
d a nas propriedades de niassa, volume, pressão e temperatura, suficiente para descre.. modelo, rrnzn idenliznçRo, qzrepnl-te do pi.esszposto de que as iizte~nçõeseizm as ?iioléculi~s
ver o estado d o sistema, é chamada de eqtrnçzo de estado. são izzrlns. Cada inolécula de uin gás ideal comporta-se c o m o s e as demais n i o estives-
O gás, por si .só, não ocupa uin espaço definido, não rem fi-onreiras ilem fornrm. O sem presenres. Consequenremente, não imporra a natureza d o gás. N o entanro, ape-
choque decorrente das moléculas contra as paredes do recipiente que as contém se traduz sar de serem apenas gases-modelo, os gases ideais representam uni exemplo de gran-
em Lima propriedadeà qual denominamospl-essrío(P) e que rem unidades defoiTd (Newtoi~, d e imporrâiicia, pois perniitc-nos calcular com extrema facilidade as propriedades de
N ) p o r trnihde&szrperfcie (ou área, em metros quadrados, m2). Sua unidade no sistcii~n u m sistema gasoso, ainda que de m o d o aproximado. Um gás ideal é simplesinenre
internacional é o P w l ( 1 Pa = 1 Nlm'), emboraseja comum o uso da unidade ntliiasfiiz? uma substância gasosa que obedece à equação d e estado (Equação 1.3):
(Torr) . A pressão raii-i-.
(atm) bem como d o inilí~íllzetrode nzelrririo ( m m H g ) % ~ i i'õi~i~icelli PI' = tiRT (1.3).
bém pode ser expressa em bar, que é uma unidade derivada d o Pascal, com valor prósiino
ao d o atm,I0 ou ainda empsi @orrizhpersqunre iizcl7 - libras por polegada quadra&) l i .
oiide R é a consrante ~iniversaldos gases, cujo valor é R = 0,082 arin L K- mol- I .'
Nesra equação, a reniperarura deveser expressa e m Kelvin. A constanre universal dos
Outra propriedade dos gases e o volttnze que os mesmos ocupam quando obser- gases ~ o d assumir
e outros valores, dependendo da unidade usada. Assim,
vados dentro de um espaço limitado fisicameiite. O volume é medido crn metros cúbico5
(m3), embora também seja usual expressá-lo em litros - L - ou mililitros - inl,." R = 0,082 arm L K-'inol-' = 1,987 cal K-lmol-1 = 8 , 3 1 4 J K-lmol-l
Tanto a pressão quanto o volume estão relacionados com a tenzpemtlria ( 1 ; Este último valor corresponde às unidades d o Sistema Inrernacional (SI) e po-
expresso e m K ou O C ) ' 3 e com a massa (m, expressa em gramas ou ou demos usá-lo quando a pressão for expressa e m Pa e o volume eni 1113.
número de móis ( n , ein móis) 1 5 , por meio de uma eqlrnpo de estado, a qual descreic N o entanto, é interessante examinar as origeiis hisróricas e empíricas do con-
ceiro d e gás ideal. N o início, os escudos em condições isotérnzicns, realizados por R.
Boyle, em meados d o século XVII, apontaram para unia relação inversa enrre o vol~i-
Podcnios dizer de iim gás ideal que se encontra eiii u m estado de "caos perfeito". e de Fato n oiigeiii me ocupado por u m gás e a pressão externa exercida sobre esse (Figura 1.4a). Q ~ i a n -
erirnológica da palavra "gás" é a niesnia da palavra "caos". d o a pressáo aumenta sobre uma amostra gasosa, e m condições isorérmicas, o volu-
V aarm = 101325 Pa = 760 mniHg = 760 Torr
' O 1 bar = 100000 Pa
me diminui lia mesma proporção que o aLimento d a pressão. Essa relação pode ser
I ' 1 arrn = 14,7 psi também expressa con-io (P= 1/1/3 O U P V = cre.
I 2 I rn.) = 1000 L = 1 000 000 mL. Nos anos seguintes, os trabalhos de Charles e Gay Lussac culminaram com o
l 3 T(K) = t("C1 + 273.15
-
'"urra propriedade de interrsse é a densidadep = iii/Vcspressa em g/iiiL ou kdiii3 ( IzimL 1000 lig/nii).
l i A denorniiiação ofcial de n recoiiiendndn pela IUPAC é "q~iaiicidadedc niar4riY1c n5o "nlliiicro d r
estabelecimento das relações matemáticas que descreviam o comporramenro dos ga-
ses a pressáo e a volume constantes, isto é, e m condigões isobn'i2cns e isocói~icczs(iso;l;l~é-
móis". m:is esta Airirna exprcssáo 6 coiisagrada pclo LISO, e seu significado 4 de ficil inteipre;ag:o. tiicas) (Figura 1 . 4 e~ 1.4 b, respectivamente).
Pode-se ler niais a respeito eni blills. I. iM. " T/ie Choice ofNa11ze~a11d.~~,17zho/~jr
Qliff17litir~
i11Ci~cil~ij- Q u a n d o a pressáo for mancida coristance, Lirn aumento d a temperatura leva a
tv".ju10.11~1of (i/7rnricirl Ehrrntiorr 66, 8117 ( 1 980). ~ i i naumenro, na mesma proporçáo do volume, o ~ seja, i a relaçáo enrre volume e
Netz e Gonzdlez Ortep
Unia das apIicnçóes da reoiia dos ;ases ideais tia priricn farmacêutica é do doseamenio
ccmperarura é expressa p o r (I/ a: T). Da mesma fornla, a relaçáo encie pressão e gasomérrico de subsriiicias que, q~iaiidodeconiposras ern meio ácido, liberain gás.
temperacura, m a n r e n d o o volume conscance, é expressa corno (P= T). Qual é o grau de pureza de uina amosrra de 2,O g d r bicarbonato de sódio ( N a H C 0 3 )
A combinação destas leis einpiricas c o m o princípio d e Avogadro (181 I ) , d e sribendo-se qiie a niesnia, em conraco com HCI, libcra 0,480 L de C 0 2 , medido a
acordo com o q ~ i a \l ~ o l u n l e siguais d e qti;ilil~ier3.í~nas inesin;is coiidi<;ões t l e pressão 273 [C e 1 ntm?
e teniperariira possueni iiuiiiero igual dc parrículas, foi rransforinada p o r C l ~ p e y r o n
lia equação geral dos gases ideais P V = 12 RT, o n d e n é o n ú m e r o d e móis de gás. N a H C 0 3 + HCI -t NaCI + H,O + cozi'
Essa equaç.ío indica-nos a inrerdependência encre pressão, volume e tempera- 1 mo1 1 nioi
[tira. Imporrance nessa equação rnmbém é o faco d e ela não se referir a n e n h u m a
s~ibscânciae m Se aplicarmos a aproximaçáo d e uni gás ideal para o oxigê-
nio, para o nitrogênio o u para o hélio, o resultado é exacamence o rnesino. D e acordo Se o bicarbonato de sódio fosse 100% pLiro, e ass~iiniiidoLim coniportanieiico ideal, 84
ç ( i mol) de N a H C 0 3 , liberariam 44 g (1 niol) de C O ? , ociipaiido um voliimt de 22.4 L.
c o m o conceiro d e gás ideal, o coinporcamento d e uin gás depende apeiias d o núme-
T~oricanienre,2,O 3 N a H C 0 3 deveriam liberar
ro d e móis e n ã o depende d a natureza, d o ripo d o gás.
O s gases ideais caracterizam-se pela ausência d e forças d e atração o u repiilsão
iiicern~oleculares.C a d a molécula comporca-se individualmente, isto é, c o m o se as
oucras nioléculas presenres n o sisrema n ã o existissem. As moléculas estão e m concí-
Como a amostra libero~iapenas 0,48 L, a pureza da aniosrra é ig~iaia
n u o rnovirnenro e colidem d e i n o d o eláscico - s e m perda d e energia - c o m as paredes
d o recipiente na qual estão conridas. Sendo u m modelo, o conceico d e gás ideal p o d e
ser aplicado apenas e m cerras circunstâncias, s o b cercas condições.
Para cálculos utilizando-se gases ideais, apenas a equação d e escado (Equação
1.3) é suficienre para resolver o problema (Exemplo l . l ) . T a m b é m é íiril, para alguns
problemas, considerar que, nas condições normais d e cemperacura e pressão (CNTP,
P = l a c m , T =O OC), o v o l u n ~ ed e 1 mo1 d e gás ideal é d e 2 2 , 4 L (facilmente verifi-
cável utilizando a própria equação d e esrado), o que, às vezes, facilita os cálculos
(Exemplo 1.2). Nore, c o n t u d o , q u e tal volume é válido apenas nas CNTP e não e m O uicrico de iso-iimila [ ( C H 3 ) 2 C H ( C H 2 ) r h 1 0 2 <] comercializado em anipolas de
outras condições d e temperacura e pressão (veja Exemplo 1.4), d e i n o d o q u e náo vale 7,5mL.A densidade é 0,875 g niL-', a 25 'C. Qual a pureza do produro concido na anipolase
à p e n a memorizar o valor. 0,656 g de nirriro de iso-~imilaliberar11 0,125 L de óxido iiirroso ( N O ) , sabendo-se que 1 moi
de iiirriro de iso-aiiiila libera 1 mo1 de óxido nirroso? A reação (esqueniicica) é:
2%
r:
Evo.;.
r6
?z
3 .O -.
I, E
, - "" -Fi E
.
I, d
2 o N^ Z L S r n
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o g.2 :
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13
.M G U
ir:
03
4 44
.,
oGl
z
&=
No esciido inicial, o iiúiiiero de móis de cada gás corresponde a:
PV Satinx0.3L
B:ilio 1 : T I , = -= = 0,0655tnol
RT 0.0~2atm.~.~~~iiiol~~x29XK
8 atm 6 atm
Gases reais
t estado Iíqiiido t teniperatura ainbiente, con- e sua importância reside no fato de que ela separa
foiiiie dernoilstra o fato de iitilizai.inos gás de T, > T, duas regiões de comporcamei-ito distintas: abaixo
/ H' cozinha liquefeito. Assin-i ranibéin são o eta- d a temperarura de Boyle, há uma faixa de pres-
no e o nloiióxido de carbono. No caso do sões, onde z < 1, mas, acima da temperatura de
C 0 2 , iitilizado nos extiiltores de iiicêndio, o Boyle, z > 1 a qcialqiier pressão, como se pode ver
inesmo passa diretamente d o estado gasoso na Figura 1.8.
para o sólido, quando a pressPo é elevada dc A eq~iacãode vai1 derwaals permite não ape-
forn-ia moderada. nas cima melhor descriçáo d o cornportameiito dos
Utilizando-se os parârnetros de vai1 der gases, mas também possibilita-i-ios coinprcei~der
1
Wxalsn e 6, podemos esrimar o fator de coin- (B
o fenômeno da liqucfação. A Figura 1.9 mosrra
pressibilidade z. De fato. deven-ios reescrevcr várias isorern-ias de um gás de vai1 der Waals, des-
a equagáo de vali deiW.iaIs ni~iltiplicai~do ter- dc temperacuras elevadas até baixas rernperaruras.
1110x teriilo, O que resiilts, clcpois de rearrcin- A altas temperatui.as ( T 3na figura), a forma destas
jar os rerinos, para JZ = 1, em: isotermas é praricanieii;e igual 2. dos gases ideais.
rra 1.7 Fator de compressibilidade dos gases. na Abaixo de ui-i-ia determinada ten-iperatura, deiio-
-
ma temperatura. em funçáo da pressão.
P V = R T - E + P I ~(ih+ , 11.12). I iiliiiada trniperiztrrin críticiz, as isoteriiins (como T I )
v v- Figura Temperatura de Boyle e o comporta- passam a apreseiitar Liiiia fornia sigmoidal, isto é,
rnento de um 96s real. reduzindo-se o volume, à temperatura constante,
de maneira que pode ser mostrado que o fator de compressibilidade z 6 simplesinente:
a pressão inicialmente aumenta, atingindo um má-
ximo (ponto I) e, após, começa à diminuir, atin-
gindo uin mínimo (poi~to11) e auii-ieiltando iiovamente. Esta região eiitre o mínimo
(11) e o máximo (I) de pressiio, onde a pressáo aumenta com o aumenro d e vol~ime,
A interpreração é simples: se o volume molar for miiito grande (baixa pressão, ou é dita "mecanicamenti instável" e é fiiicamente destituída de significado, pois um
seja, rarefação), o último termo da Equação 1.13 é muito pequeno e, portanto, o com- aumento de pressáo leva a iim aumento de volume, o que acarreta um auinento
porramenro-limite de z a volun~eelevado é uma linha reta que depende do valor (6-nl rnaior ainda de pressão, de forma explosiva.
R7), conforme mostra a Figura 1.6. Em tais condições, a temperatciras s~ificientemente Enquanto a curva sigmoidal corresponde à pressão reórica prevista de acordo
baixas, o termo cúRTpredomina sobre 6 (predomínio das incerações atrativas) ea inclina- com a equação de van derwaals, experimentalmente constata-se que em sistemas em
qáo inicial será negativa. A temperaruras elevadis, b predomina sobre iz/RT (predon-iínio equilíbrio a pressáo mantém-se coilscance após atingido um determinado volume
das intetações repulsivas) e a inclinação inicial será positiva. Na temperatura em que 6 = niolar (o sistema, por assim dizer, "evita" a região mecanicamenre instável). No lugar
rilR1; a reta-limite tem inclinação núla, e, assim sendo, mesmo a pressões moderadas o das curvas sigmoidais, portanto, constrói-se um "patamar" à pressão constante, con-
e
&
fator z tem valor próximo a 1. O gás coinporta-se como um grís ideal em tima ampla faixa forme se vê na Figura 1.9. Aesquerda do patamar teremos a regiáo líquida e, à
de pressões, não pela ausência de interaçóes, mas porque as interaçóes atrativas e repulsi- direita, o vapor, ou seja, o patamar é uina
vas se compensan-i. Esta ten-iperatura recebe o nome de Tmperiztzria de Boyie (T*) linha horizontal lieando o volume molar
"
T,> T, > T, d o líquido ao volume molar do vapor.
I A liquefaçáo de uma amostra de va-
por por meio da aplicação de pressáo à
temperatura constante é analisada em de-
TABELA 1.2 Valores para as constantes de a e b talhe na Figura 1.10. A amostra, inicial-
Gás a [L2 atm rnol"] b [L mol-'1 mente constituída apenas de vapor (pon-
to A), é comprimida e, quando a pressão
n-butano I-.,.
aringe o valor P, no ponto B, forma-se a
,'
iso-butano
C0 T, primeira porção do líquido. Uma redu-
'. Tc $50 do volume não acarreta au-
c02 '. T2 =
etano
H2
;
-,
i1 '.
'. ,' mento de pressáo. Em seu lugar, a pressão
é manrida constante às custas d a variação
v
Figura 1.9 Isoiermas de um gás de van der Waals e o
de volume devida ao aumento gradativo
(') 1 MPa 5 10 atrn. (Fonte: CRC Handbook o/ Chernistry and Physics. 72E ed. 1991-1992.modificada.) equilibrio liquido-vapor. da quanridade de líquido e à diminuição
P t I gradativa da quantidade dc \ia- vel liquefazer o gás por compressáo. D e inodo análogo, para todo gás aquecido até
I I por. NO ponto C, por cxen~plo,
.,
s u a T , existe u m a pressão correspondeiite, q u e é api.ess~ocrítica (Pr).Para a ágiia a Tc
I I Ia teremos uina con\,ersáo si#- é d e 6 4 7 K e a Pc d e 21 5 atm. Q u a n d o o vapor d e água é aquecido aciina d e 6 4 7 I<,
nificativa de vapor em liqiiido. a energia cinética das moléculas E ráo alta que riáo há pressáo capaz de torná-la líqui-
Q u a r ~ d oa compressáo for suh- da. E, d e maneira complementar, quanto mais baixa for a teinperatura d a áoua u
em
I 1 cientemeiite grande, de i ~ i o d o relação a 647 K, menor scri a press?io necessária para levar o vapor de água ao estado
líquido. Esse princípio é válido para todos os gases conhecidos e está intirnainente
a reduzir o volume do sisteim:?
ao p o n t o D, teremos o desapa- vinculado às Forcas de interaçáo molecular, conforme se depreende da coi~lparaçáo
recimento do vapor e o sisrer~:a dos valores contidos na Tabela 1.3. Uma vez que somente abaixo da temDeratura
será constituído inteirar-1iei1:~ crítica o gás pode ser liquefeito por compressáo, u m gás em tais condicões recebe a
.
., .
pela fase líquida. Uina coili- denomii~a@oespecial de "vapor", inuito embora nem sempre esta distinçáo entre
: .i :
, . ._ . pressão posterior Icvará a uni gás e vapor seja fcita.
drástico a u m e n t o ds pi-czs5o
(ponto E).
A porção d a isoteirn.1 TI TABELA 1.3 Valores para a temperatura critica, pressáo crítica, densidade critica e valor de
z na temperatura critica
d a Figura 1 9, que se enconr:,I
entie o ponto d o v o l u n ~ e1110- Gás Tc [Kl Pc [MPa] Densidade critica g ~ r n - ~ z,
lar d o vapor e o ináxiino (I), n-butano 425,l 3.784 0,228 0.273
, n ã o corresponde a ertador de isebutano 407,s 3,630 0.226 0.275
equilíbrio, mas, por outro lado. C0 132.9 3.499 0,301 0,295
t a m b é m não C m e c ~ n i c a i n e i l ~ e C% 304,l 7,375 0,468 0,274
Figura 1.10 Liquefaçáo de um gás real instável. N a verdade, os pontos etano 1905 4.604 0,i 62 . 0.288
d e estado correspondentes a H, 33.0 22,06 0.031 0.229
N2 126,2 3,39 0,313 0,289
essa porção d a isoterma podem ser realizados experimentalmente sob condições con- O, 154,6 5,043 0.436 0,288
troladas e consistem e m estados ~netnestáveis,uma vez q u e podem existir experirileii-
(') 1 MPa t 10 atm. (Fonle CRC Handbook of Cheniistryand Physics. 72QEd. 1991-1992, modificada.)
talmente, mas u m a leve perturbação acarretará a destruição d e tais estados e a Ibuscn,
por parte d o sistema, dos estados d e equilíbrio mais próximos. Considerações nnálo-
gas valem para a porção d a isotermaT, entre o volume molar do líquido e o m í i ~ i m o
Alem d a equação d e van der Waals, há várias outras equações que buscam des-
(11).
crever o comportamento dos gases reais. O leitor interessado nesre assunto pode
A temperatura abaixo d a qual as isotermas passam a ter unia forma siginoidal, a
consultar obras d e físico-química destinadas a químicos o u a engenheiros químicos,
temperatura crítica (rc),é Lima característica de cada gás e representa a ternpei-A~ILT,~
coino as d e Atkins, Castellan ou Pilla.
ncima da qual é inzpossível liqugazer trm gás por compressão, por maior qiie seja a
pressão aplicada. O ponto exato d o desaparecimento d a forma sigmoidal e que. por-
canto, limita a região o n d e vapor e líquido podem estar e m equilíbrio é chamado de
ponto crítico o u d e estado crítico, serido caracterizado pela temperatura, pelapress20
I,
epelo volume c~íticos, P,e V,. N o ponto crítico não há distinção entre líquido e vapor. i
Calcular a pressão a que se encontra subinrtida uma amostra contendo 1 mo[ de iso-
Para u m gás de van der Waals, é possível mostcar que a temperatura crítica pode
butano a 20°C, ocupando uin volume dc 10 L: a) se considerássemos comportamento ideal,
ser calculada a partir dos parâmetros a e b o u da temperatura d e Boyle: b) se considerássemos comportameiito de gás de van der Waals, com n = 12,87 L' atm mol-?
e b = 0,1142 L mol-I.
i
0.fator d e ~ o m ~ r e s s i b i l i d a dde
e u m gás d e van der Waals rio ponto crítico teri1 a) p = = 1 mo1 x0.082 atm.~.K-'moi.' x 293K = 2.4026 atm
rrRT
z; = 315.
istado líquidof7 neste R~iido.além de apresentar a vaiicageiii de sei iiierte e poder ser hcilii~erite
reiiiovido por diniii~~iiçáo dc pressão.
O s Iíquidos são fases condensadas como os sólidos, mas, como os gases, exibein As nloléculas dos Iíqiiidos apresentam nioviniencos d e vibração, oscilagáo e, d e
fluidez. A desordem estrutural, por um lado, e a mobilidade molecular, por o ~ i t r o , m o d o mais restrito. translayrio c rocaçáo. A libercladc de nio\,iiiienco é nienor. devido
fazem com que os líquidos compartilhem propriedades intermediárias dos gases e :i interações entre as inoléc~ilas,q u e sáo bein niaiores quando coii~paradascoin os
dos sólidos. As n~oléculasincerasem incensainei~ceumas coin as outras, mas náo há sases, res~iltandoem unia nienor capacidadc de d i f ~ i s i o .
ordem de longo a l ~ a n c e 'Uni ~ . líquido, como iiin gás, é u m fluido, mas não possui a As proprieclades mais iiiiporcances dos líq~iidos,conio censáo s~iperficial,visco-
capacidade d e encher compleramenre o recipienre no q ~ i a se l encontra. sidade, difiisáo, miscibilidade, ponros de e l ~ ~ i l i ç \lolatilidadc,
.?~, erc. depciideiii signi-
Um Iíquido resulta da fusão de u m sólido, d o esfriarnento de iirn gás ou d o licativamcnte das iiiteraç6es iiit~rrnolec~ilares ein ~ i i uIíquiclo e serão abordadas em
aumento da pressão aplicada sobre este, desde q u e T < Tc. O gás se l i q u e k pelii cleralhe em separado, em vários momentos diferenrcs. Por ora discurireiiios d e modo
perda de energia cinética ou pelo aumento das incerações moleculares atrativas. A rcs~iinidoa rclação eiitre esras propriedades e as forgas iiirerinoleculares.
densidade molar (relaçáo entre massa molar e volume ocupado) dos líquidos é rnuiro A volatilidade de um Iíq~iidopode sei. rnedidii pel:ipi,ess?o de zlclpot- (a piessiici
maior d o que os gases, comparando-se à dos sólidos. O s Iíquidos ocupam um volu- esercida pelo vapor cm ecluilíbrio com uin líquido) ou pela tcnzpenztiii-r! de ebnlifrío.
me definido e são, diferencemence dos gases, tidos como i n ~ o n - i ~ r e s s í v e iIsto
s.~~sig- 12íquidos voláteis têm elevada pressão de vapor e baixa ceinperatura de ebulição (ex.
nifica que, por maior que s e j a a pressão aplicada, o volume d o Iíquido se manrém érer etílico). A volatilidade depende muitíssinio d a massa molecular - quaiito maior
praricanienre o mesn-io. .i niassa, nieiios volátil o líquido -, coriforiiie ,c podc coiisr:~t;~r e111alcaiios ou alc»Ois
Precisamentr, devido ao seli carliccr intermediário entre sólidos e gases, os Ií- de ciifereiire caiiiaiilio dc cadciii. assim coiiio tia prcscriga d e poiitcs de IiiclrogCnio, as
qiiidos constituem o esrado de agregaçáo d a matéria de mais difícil e s t ~ i d osistemáti- quais diminuem a volatilidade d e m o d o bascrince acenr~iado.A elevada teiiiperatui-;i
co. O s gases, por serem desordeiiados, podem ser abordados de u m ponro de vista de ebulição da água, comparada c o m H 2 S , H:Se, H2Te é u m a mostra d o grande
csratísrico e as inreraçóes podem ser negligenciadas ou expressas ein termos simples. papel deseiiipei~hado'pelas pontes d e hidrogênio.
Q u a n t o aos sólidos, a.alta simetria de sua estrutura simplifica o tratamento teórico. A viscosidade de u m líquido é a medida da resistência friccional a u m a força d e
A disrinçáo entre líquidos e sólidos, por u m lado, e a distinção entre Iíquidos e cisalhainento. A presença de ponres d e I-iidrogênio aiirneiita de maneira significativa
gases, por ourro, não sáo descicuídas d e ambigüidade. D o ponto d e vista sólido- a viscosidade, a ponto de o glicerol (gliccriiia) c o m cr6s hidroxilas, quando conipara-
líquido, enquanco os sólidos apresentam sobretudo u m comportamento elástico (re-, t o ao mrraiiol, coin Liiiia hidrosila, mosriar uin acréscimo na viscosiclade de iii-ii
torno i forma original após uma pequena deformacáo), os Iíquidos apresentam uin fator de quase 2.000.
comporramenro inelástico. Alguns polímeros e vidros, porém, podem exibir u m com-
porramenco híbrido e apresencar fluidez, sendo, portanro, intermediários enrre Ií-
q ~ i i d o se sólidos. Estado sólido2'
A distinção enrre Iíquidos e gases também pode-se tornar pouco nítida. De
fato, se aquecermos u m Iíquido eni equilíbrio com o seu vapor e m u m recipiente O s sólidos, em geral, caracrerizain-se pela elevada densidade, baixa energia cinécica
fechado, inicialmente podemos distinguir u m Iíquido, mais denso, na parte inferior, inolecular, capacidade nula de difusso, assim como pelo elevado grau cie inceração
separado claramente d o vapor, e u m menos denso, na parte superior. A medida que intermolec~ilar,com formação de estruturas n-ioleculares fixas, cristaliiias o u amor-
a temperarura aumenca, a densidade d o gás também aumenra, enquanto a d o Iíqui- [as, nas qliais as partículas apresentam apenas niovimentos d e vibragáo e oscilação.
d o diminui. N a temperarura crítica, ambas as densidades são iguais (densidade críti- Q m r ~ t oao tipo de inteizl~óerintermolecz~lni.es,podemos classificar os sólidos em:
ca), desaparecendo o menisco que indica a separação enrre as fases. Acima da tempe- counlentes, c~ijasunidades básicas são unidas entre si por ligaçóes covalenres, conio n o
ratura crítica, não h á mais a presença da fase líquida, não imporrando a densidade ou tliainante; iôizicos, cujas uiiidades básicas são cácions e ânions inceragindo por ineio
a pressáo aplicada, s ó resrando a fase única, u m fluido, denominadofluido supercríti- cle interações eletrosdticas, como, por exemplo, o cloreto d e sódio; n~~ol~c.nlalrr",
co. O s fluidos ~ u p e r c r í r i c o ssão
~ ~ usados em extrações, como na remoção de cafeína e c~ijas~inidadesbásicas s i o n~oléculasque interagem por inrerações d o tipo van d c i
nicorina ou, então, na excração de produtos farmacêuticos. O C 0 2 supercrítico, por Waals, como, por exemplo, a sacarose, e nzetrílicos, c o n ~ oo Ferro o u o cobre.
exemplo, pode ser usado para remover a cafeína, pois esra é exrremamente solúvel Qtrnnto 2 estrz~tz~i.rr,poderi~osclassificar os sólidos em amorfos o ~ cristalinos.
i
O s sólidos cri>.talinos são formados por uiiidades estruturais organizadas, conipostas
I' Ao leitor interessado em uma abordagem aprofundada do coniporramento dos Iíquidos, recoriienda-se o
livro de Murrel e Jcnkins. " No prcselirc capirulo. :ibordareiiios o rst:ido siilicio apci,;is dc L1in polira de visra físico-quíiiiico,
' W m ordenamcnro decurro alcance, porém, cxisre nos líquidos,sendo que, às vezes, cal ordenamenro pode rr-ss.ilrnndoa iiiiporr:iiici;id:is iiitei.açfics iiireriiiolcc~i1ni.c~. Au leitor i11rcress:idoeni .iborda~ciisiiinis
serbascanre acentuado,como no caso da água. criiiiplcrns. conio. ~loi. rxciiiplo, a niiilise d.is difercnrcs c~ri.utur.iscrisralin;is. recuiiieiid:i-sc ;i consiilra
'"a verdade, a sua compressibilidade i excremamence baixa. o que justifica o seu uso em prensas tic obras de nii~ieralo~in ou crisrnlogiafi:i.
hidriulicas. '1 Kos sóli~loscovalenres. as liglig6cs ilircriiioleçularo são c»\:iltriires. ao passu q~iciius sólidos riiolciu-
O' A respeito, ver Murrel c Jcnkins. i.ircs ;is lisng6es c o \ ~ a l ~ i i csão
o :ipcnas iiitraniolcc~il;ircs.
34 Netz r Goizzález Ortega
d e íons. átomos ou moltculas, que ocorrem na forma de arranjos geoinécricos defini- ESTUDO COMPARATIVO:
dos. A estrutura dos sólidos cristalinos é a responsável por estes apresentarerri poilro COEFICIENTES
d e fusão nítido. Ademais, cristais formados por átomos e íons, como o diainante, TÉRMICOS
o NaCI, o ácido bórico sáo geralmente duros e apresentam ponto de fusão clcvado.
Cristais formados por moléculas (sacarose, glicose, parafinas de elevado peso inole- As diferenças entre os estados de
cular) apresentam pontos de ~ L I S ~menores,
O são moles e, i~ormnlmentc,po~icofriá-
veis. Segundo o arranjo geon~étrico,os cristais s?io classificados em cúbicos (NaCI),
tetragonais (uréia), hexagonais, rômbicos (iodo), monoclínios (sacarose) e triclínios
@@' Anallsador
k
agregaçrío podem ser estudadas
no modo como os sistemas rea-
gei11 a mudanças na prcssão, na
(ácido bórico). Um grupo especial representa os cristais metálicos (ferro, níq~iel, temperatura ou no volume. Os
prata, cobre). formado por íons carregados posicivamence e imersos em Lima nbivein principais parâmecros termodi-
eletrônica. Sáo conhecidos como condutores da elecricidade e pela e1ev:ida rl~irezae nâmicos que medein estas varia-
resistência mecânica. ções são derioininados "coefi-
O s sdlidos arnorfos, pelo contrário, apresentam sistemas desorganizados, ser11 cientes térmicos".
arranjo geométrico definido e fundem-se dentro de uma faixa de temperatLira, sem O coejcieizte de dilatnpio
apresentar um ponto nítido de fusão. Às vezes, em vez de fusão, sofrem decornposi- voltrmé~icaisobárica a,, mede a
ção térmica. Muitas das suas propriedades d t LISO no âmbito das ciências F:irmacéeti- varia~áoproporcional (relativa)
cas dependem sobretudo do tamanho ou do estado de divisão das suas partículas. do vol~imedevida à alteragáo da
Exemplos deste grupo são a celulose, o algodão, os amidos, a s vaselinas e os diversos rernperacura em 1 grau, manten-
polín~erosamorfos. do-se a pressão constante. A sua
A forma como um sólido ocorre, cristalina ou amorfa, não deve ser entendida unidade é o K-I. Se civerrnos,
monocromática
como uma característica inerente a uma determinada substância. Alg~iniasdelas, por exemplo, a,,=0,01 I<-',sig-
como o cloreto de sódio puro, ocorrem na natureza como uma única estrutura cris- nifica que um acréscimo da tem-
talina. Outras substâncias, pelo contrário, dependendo d o processo de síntesc c de Flgura 1.11 Comportamento dos cristais frente à luz polarizada. Cristal peracura e m graLi tem
purificação, apresentam-se tanto na forma cristaliila quanto na amorfa. Este fato t içotrópico (esquerda);cristal anisotrópico (direita). resultado o aumento d o volume
altamente relevante d o ponto de vista farmacêutico, pois uma mesma silbstância, em 1%. Para um gás ideal, pode
que ocorra na forma amorfa ou cristalina, apresentará estabilidade química, solubili- ser nlostrado que o coeficiente de dilata~ãovolumétrica é igual ao inverso da tempe-
dade, velocidade de dissolução e, conseqiientemente, Itiodisponibiliabdp'3 diferentes. racura absoluta, a,, = I/T, ou seja, a 25 'C, ap= 0,003356 K-'.
O comportamento dos cristais, quando observados através do microscópio de O coejcieizte de cornpressibilidade isotérmica K~ mede a variação proporcional
luz polarizada, permite classificá-los em dois grupos: . do volume devida à alteração da pressão em uma unidade (por exemplo, 1 atm),
a) Cristaisisot>.ópicos:como o vidro e o cloreto de sódio, incluindo sólidos aniorfos, mantendo-se a temperatura constante. Sua unidade é o inverso da pressão (por exemplo
que apresentam um único índice de refração. As ondas de luz, polarizada através de um atm-' ou b a r 1 ou Pa-I). Um coeficiente /cT = 0,003 atm-I significa que, a cada acm
cristal de Nicol, viajam pelo cristal sob análise com a mesma velocidade, emergindo da de acréscimo de pressão, o volume deverá decrescer em 0,3%. Para um gás ideal, K~
superfície do mesmo sem alteração do plano da luz polarizada (Figura 1.1 I ) = I/I! portanto, quando a pressão for de 1 atm, /cT = 1 a t m - ' . Para sólidos e líquidos,
No campo de visão do microscópio com luz ~olarizada,os cristais isotrópicos o coeficiente de con~~ressibilidade é bastante baixo, por isso dizemos que as fases
aparecem como massas opncas e cinzentas. condensadas são praticamente incompressiveis.
b) Cristau anisotrópicos: são aqueles que apresentam dois ou mais índices de ATabela 1.4 apresenta valores dos coeficientes de dilata~ãoe de compressibili-
refração. As ondas de luz polarizada atravessam o cristal a diferentes velocidadcs. r1 dade para sólidos e líquidos comuns, em temperatura de 20 ',C.
luz que emerge da superfície do cristal apresenta dois ou mais planos de propagação,
o que se manifesta no campo de visão d o microscópio como massas multicoloridas,
brilhantes, que lembram a visão de um caleidoscópio. Se o cristal apresenta dois TABELA 1.4 Coeficientes térmicos para algumas substâncias escolhidas'
índices de refração, é denominado uniaxial, pois apresenta um eixo óptico. Os que I Cobre Grafite Quartzo NaCI Hg C,H, CCI, Etanol Água
apresentam três recebem o nome de biaxiais e apresentam dois eixos ópticos (Figura
1.11).
'' Rindi~po~libilidmfeé a niedida do grau de absor~áaq u e uma substância (firmnco) sofre quando C
administrada ao organismo e d a siia capacidade de atingir diferentes órgáos e recidos, e s e r i r n d o unia 'Castellan, p. 91
atividade L.rrnncológica local ou generalizada. " 2.57 10." a 25 "C
Relacionado a a m b o s o s coeficieiites anteriores esiá o coe-cieiztc d e teelzsr?o a ?odc ser realizado de niodo preciso pelo uso cie c i l c ~ i l ociiferciicial e inregral. Isro se deve a o
z~olzrlneconstante y,,, q ~ i cm e d e o a u i n e n r o d e pressao decorreiite d e u m a i i n i e n t o d e faro de que a equaçio de esrado, beiii c o m o a depeiidèiicia das propriedades rei-iiiodiii?iinicas
teinperarura, n i a n t e n d o - s e o v o l u r n e corisrante. E possível m o s t r a r q u e yv = I X ~ K ? eiii f ~ i i i ~ ãdeo V; P e Tsão eiii gernl f~insõescoiiiplrxas. A esciiriaciv;~de valor das propriedndes
Para u m g i s ideal, yl, = P/T = irWY Q u a n d o u i n recipiente lacrado é a q u e c i d o , 1 i á cri1 coiidiçõcs lias qiiais 115.0 se dispõe de d;ido.<esperimeticais, pressupóe uiiia dcscriçáo acu-
t-ndii e dccalliada da relação ninceinácica encre propi-iediides :i serem esrud;id:is e piopriedacies
u m a u n i e n r o d e pressáo. P o d e n i o s calcular este a u n i e n r o d e pressáo a p a r t i r d o coe-
q u e são variáveis (I),T, V).
ficiciite d e teiisáo a v o l ~ i i n econsc.inte y,, caso o auiiieiito d e t e m p e r a t u r a seja s u f -
Coiisiclereriios, para cxciiiplificar. o vol~iiiicde u m a iii:issn tle siibscinciii. drpciidcndo
cieiireniente p e q u e n o a p o i i t o d e p o d c r m o s coiisiderá-lo consraiite: ida pi-essão c dii ceniperaciin, o u seja,
A v a r i i ~ i otio voluiiie cnusada por unia IieqLicna alceraçáo da pressáo e eis ccinpci.:icur:i
clcpciide da pressiu e da ccniper:icura iiiiciais, alt:iii dc drliciider da iinciii.czi t l k i s~ib,ciiiciii.A
viii-inç.50 infiiiiresiiiiiil iio voluiiic causada \~:iri;ir;io iiitliiicesini:il iin pressáo, iii3iicciidv a
tciiiperacura coiiscnnce, G:
Uma ampola lacrada e iiáo-dilacávcl d e I00 inL, corii unia pressáo iricerna d c 1 acni, é
aquecida de 25 a 3 0 OC. Calc~ileo aunieiiro de pressno:
a) Caso a ampola contenha um gás idciii.
, 2.57 x 1 O-" h'-'. K [ - = 4 j..? x 1
b) Caso :i niiipola coiicciilia i ~ u (au ~ = acrii-I).
i i c c , ;I pressiio C n v;~rii\,clc~~iisciiii~c.
, 4 i ~ i i I ~ > ~ ~ i i i ccIu;iiidc~ icrciiivs LIIII;I v;iri:i<3o iiifiiiircsiiiiiil
110 vol~iiiircausada por unia vliri;qáo iril;riiccsiriial ii;i ccii)pei-;i~ura:
a) Exisccrri vários inécodos d e resoluçio, por exeniplo, calcul:iiido o coetlcieiice de reli-
sáo e rniilciplicando-o pela variação de cemperaciira. Prinieiro. precisainos calcular o número
de móis, urilizaiido a fóriiiula dos gases ideais:
cic iiiodo que a vnriaçáo coral com n pressão, q ~ i a n d oP e T variam siniulranenriiciice deve ser:
P i/ latnix 0,LL
/i=-= = 3 . 0 9 10-'rnol
~
RT 0,082 a t m . ~ . ~ - ' r n « lx- '2 9 5 K
(3s coeficieiiccs cerrnicos escáo relacioiiados a essas derivadas parciais e podeni ber facilnieritc
ticterniinados d e inarieira expctinieiical.
Resiilcaiido o inesilio AI'. O cnejfir.irizce d r dilncnpio uobiir~éci.irni s o 6 f l i . i ~(ap)
~ G definido coriio a derivada parciiil
b) Para a água, vaiiios supor que o coeficiente de ceiisáo permaneça coiiscanre. do voluiiie e m reliição à ceniperaciira. dividida pelo voliiine. Ele mede o quaiico vari:i propor-
~:ionalinenreo volunie ein fuiiçáo da nlceraçáo da remperiicura quando tsr;i variar sin ~ i i i i
Iíelvin, niancerido a pressáo coiiscanre. Observe-se que a unidade resulcance é I<-'.
A difereiiça é significnciva. N a pricica, poréni. o :iiirnenco rio caso da igua iião seria cio
graiide porque o recipiente iis~ialmenrepode dilarai; ainda que sonienre uni pouco. A grande
difereiiça d e pressáo, corirudo, p0der.i se iiiniicer. Caso O recipieiice concenlia líquido e gás. o
O coeficiente de ror~zpressibilirlr~rl~~
isoct:iinica
( K ~ é) definido coiiio a derivada parcial d o \rol u-
aunienro de pressáo será ~i~nificacivainence rncnor.
ine ein relação 4 press.50 e mede o qiiaiico varin proporcionalineiice o volume perance Lima
\,ariaçáo de 1 acni na pressão, mantendo a ceiiiperariira consranre. 011seja:
(observe que a unidade resulcance é ncni-I o u P:i-I). O siiial iicpcivo na tiefiniçáo é para Ieviir
O escudo tla depeiidêiicia eiicre vol~iine,pressiio e reniperacur;i (equações d e escado),
crn coiica que a variat;áo ele voluine e d e pressáo e s d s e n i p r e eni sencidos oposcos: u m auiiien-
bcni coiiio das ourras propriedades n serciii esrudaclas 110s capítulos s~ibsequeiires,sonieiice
rii d c pressáo Ievn n uiniL diiiiinuiçiio d e voltirnc. Esc:i t Liiiia condisão iieccssiria para ;i
estabilidade mecânica do siscema. De fato, caso a derivada do volume em relaçio i pressão
fosse positiva, o sistema seria mecanicamenre instável, conforme discutido na seção sobre
. .
liquefacáo.
Ein termos dos coefcienres t6rmicos, a diferencial rota1 será, porranro, obtida s~ibsri-
ruindo-se as derivadas parciais pelas expressões em função dos coeficientes térniicos:
Tj -.
o -.q 0
I: g a l õ g i : 3 3
2 n o 3; r E C l o y
n -'
2 5
2.gL*; 5
F%GT 2
- 2 3 o g,
g 0" 9
- g g z n -
5 2 2
n rn
2, - Z sa $ '
z ..n
; c -
r i " "
cessos quase-estáticos nos quais, no decurso d o processo, sempre se pode caracterizar
o sistema como estando em equilíbrio, são chamados de processos revelsíueis. Esta
denominação deve-se ao fato de que podem ser invertidos mediante modificação
infinitesimal das condições, de forma que, se o invertermos, tanto o sistema quanro
o meio ambiente podem retornar aos seus esrados iniciais passando pelos mesmos
estados intermediários. U m exemplo de trnnsforinaçáo reversível é a fusão do gelo
formando água líquida a 1 atm e O 'C. Outro exen~ploseria aquecer um cubo d e
gelo d e O 'C, fundi-lo e aquecer a água até 80 'C e depois retornar ao estado inicial,
mediante resfriamento. Todas estas etapas deveriam ser conduzidas de modo infini-
tamente lento, de forma que, após o retorno, não apenas o sistema mas também o
meio externo tenham recuperado o estado inicial.
A maior parte dos processos que ocorre na realidade, porém, sempre se realiza
com unia velocidade finita e mensurável e uma diferença finita d e pressão ou ternpe-
Figura 2.2 Principio zero da termodinâmica ratura entre sistema e meio ambiente. Tais processos são ditos irreversiueis pois, mes-
m o quando o sistema retorna ao estado original. é in-ipossível fazer com que o meio
aiiihienre retorne i mesma condição d e partida. Como exemplo de processos ii-rever-
matematicamente a dependência da viscosidade como uma função da temperatura e síveis pode-se citar o fluxo de calor de corpos quentes para corpos frios, a f~isáod o
da pressão da segui~iteforma: gelo a Lima temperatura superior a O ' C a 1 atm de pressão e as reações Às
vezes, a existência d e uma rransformacão irreversível no interior do sistema faz com
= l ) ( T ,p )
17 ou seja : 17 = f ( T , P ) que não seja possível retornar ao estado inicial. Se realizarmos o mesmo processo de
A inter-relação entre as propriedades pode ser descrita matematicamente por aquecimento desde O 'C até 80 'C, descrito no parágrafo anterior, com u m ovo cru
uma equnçdo de estado. Cada tipo de substâricia possui a sua própria eq~iaçáodc n o lugar de um cubo d e gelo, certamente não retomaríamos ao mesmo estado ini-
estado, conio, por exeiliplo, a equação d e estado da água líquida, a eqii;ic$io de estado cial, não importando a velocidade com a qual o processo seja conduzido.
do gás oxigênio. É possível, c o n t ~ i d ofazer
, algumas simplificações e corisiderrir siste- Para muitas transformações, há várias possibilidades de se partir de u m deter-
minado estado inicial e chegar-se a u m determinado estado final. Alguns dos cami-
I' mas de um modo geral, cujas caracrerísticas, poréni, sejam independentes da nacure-
za das substâncias envolvidas, como no modelo d o gás ideal. nhos realizam processos reversíveis, enquanto outros, irreversíveis. Quais seriam as
'i, Por exeinplo, ein uni grís ideal I! C:n e Testáo relacionados entrc si pela equa- vantagens e as desvantagens coniparativas de processos reversíveis e irreversiveis? O s
processos reversíveis implicam uma invertibilidade e urn maior controle d o processo.
ção de estado dos gases ideais (Equação 1.3):
19 O s processos irreversíveis, porém, têm,, via d e regra, uma maior tendência em ocor-
rer. Pode-se dizer que possuem uma "força inotriz" maior qiie os reversíveis. Como
Devido a relações como esta, as propriedades que caracterizam o estado de um
veremos mais adiante, contudo, apesar desta maior tendência em ocorrer, os proces-
sistema não são independentes entre si. Basta que fixemos os valoi-es de algumas
sos irreversíveis têm um rendimento menor que os reversíveis.
propriedades escolhidas - chamadas de varidveis de estado para que - os valores de
Outra classificação possível para os processos diz respeito às propriedades con-
outras propriedades - então denominadasj<lzçórsde estado fiquem tarribfn-i fixos. As
troladas no decurso da transformação. Assini, poderemos terprocessos isobríriros, que
funções e as variáveis d e estado, portanto, descrevem o estado de eqiiilibrio d c
se dão com pressáo constante,processos isotérmicos, nos quais a temperatura permane-
u m sistema e não fazein nenhuma referência aos processos q u e levaram o sistema
ce constante, processos isonzétricos (também chamados de isocói.~cos),quando o volu-
a este estado. D e fato, elas n ã o dependem dos fatos que conduzeili o sistema ao
me é constante, eprocessos ndiabn'ticos, que se realizam sem troca de calor entre siste-
equilíbrio3.
ma e o meio externo.
A transformação que leva o sistema d e um estado inicial a um estado final é
Quando considerarmos transformações reversíveis, podemos representá-las grafica-
chamada dep,acesso. Caso o estado inicial seja igual ao final, o processo é tiito cíc6co.
mente por intermédio de um diagrama de estados. Por exemplo, representando a pressão
Processos ser classificados de acordo com uma série d e critérios.
do sistema em função do seu volume. Na Figura 2.3, esrão representadas diversas trai~s-
Quanto à velocidade e à existência o u não de equilíbrio, se a ri-ansforinagão
formações pelas quais pode passar um gás ideal contido em u m recipiente.
ocorrer a uma velocidade infinitamente lenta, o processo é dito grrnsc-est~ftico.Pro-
A transformação (a) é uma transformação isobárica, o u seja, a pressáo rnantéin-
se constante ao longo de todo o processo. Por isro, ela é representada por uma linha
Mais adiante scrin espliciradas as d i f e r e n p entre as furiÇües de e s ~ a d o como
, cricr~in,pressno.
volume, e ns funç6es de trajerhria, como calor e trabalho, as qiiais não dependem apciias d-i esiado do
sisrernn. iiias dos processos cni,ulvidos. ' As reaçc>esquiniicas, cnibora eni condi~ócsusuais, e ~ o l u a mirreversi\,elnicnrc ao rqiiilibric. podem
ser coiiduzidac dc modo reversível eni cél~il.isgalvânicas.
reca perpendiciilar a o eixo q u e representa a pressáo. N o exemplo moscrado i-ia figura, o sisceina pode ser levado d c ~ i i nesciido inicial
Anaiogan-ienre, o processo (h), q u e é isomécrico, podc a Lirn csca'do f i i ~ a por
l virios camiiihos6, o calor e o crabrilho depeiidem d o processo,
ser representado mediance u m a lii-iha reca perpendi- mas a s o m a d e a m b o s iiáo depende:
cular a o eixo d o voliiine. A transformação (c) é iso-
q, ;t qi1;t T~~~e camb6iii tul ;t 1 1 ;t~ I ~L ~
J ~ ~ ~ ,
rérmica reversível que, para iim gás ideal, 6 represen-
rada por uina hipérbole, Lima vez q u e [nas q1 + iul = q l l + lulI = q l l l+ %
I L ~ , ~ ~ =- U,
U ~ n ap r o p r i e d a d e q u e iiáo d e p e n d e d o processo, mas someiicc d o s escados
iiiicial e final (coino U,12 V T ) é chaniridii d e Lima , f i r ~ ~ ~rk. l l ac~.tndo. C a l o r e
crabalho n á o são, porcanco, fiinções d e e.sc;ido e e s f i o ligados nospi.uc,essos, e n ã o
B nus esraclos. S á o deiioiniiiadas filnFóej rlc rl-~rjecóric~. Q u a n d o a rransforinaçáo for
O PRIMEIRO PRINC~PIODA cíclica A U = 0, pois os escado inicial e fiiinl coincidein e U? = Ul e, porcanco, o
V TERMODINÂMICA crabalho global prodiizido pclo sisceina deve s e r igual a o calor global recebido d o
Figura 2.3 Algumas transformações em m e i o excerno7.
um gás ideal. O primeiro princípio d a cern-iodiriârnica ceve s ~ i a
oripern n o e s c ~ i d odas máqiiii-ias cGrmic:is, niris logo
se recoiihcceu q u e p o s s ~ i inplicabilidade sei.al. seja eni siscemas rl~iíiiiicosiis~iais Corno n f i rni:ido .iiicerioriiieiice, rodos os ripos d e sisrcrn.is obedcceiii a o pri-
seja ein m á q u i n a s O L I processos o u , mesiiio, seres vivos. Q u a l q ~ i e rsisceina deve meiro princípio, desde rerições e m laboratório, riiiq~iiiiiisacé seres vivos.
obedecer às resrrições imposras pelo primeiro prii-icípio d a ccrinodii-iârnica, o
q u a l diz respeito à conservação d a energia. A energia e m u m siscema pode-se
manifesrar s o b diferenres forrnas c o m o calor e trabalho..A energia pode ser iiicer-
converrida d e uina f o r m a para oucra, m a s a q ~ i a n t i d a d ecoral d e energia d o uni- mencas do cálc~ilodiferencial e integral. Uiiia variaçáo iiifiiiicesinial de energia inrerna
verso, isro é, sisrema n-iais n-ieio exceri-io, conserva-se. S e coi-isiderarn-ios sistemas dU, relativa a Lima mudança iiifiiiicesinial no escado do sisceina, depciide de crocas infinicesi-
isolados, a energia d o sisrcrna irá se conservar, u m a vez que, não havendo croca iiiais de calor bq e craballio b r i i s ,
energérica, não p o d e haver variasão n a energia d o m e i o excerno o11 sisceii~a. . dl/=àiI+bru
E m Liina transformação q u e leva o sisrema d e ui11 escado inicial 1 para uin A variaçáo de energia iriceriia, devida a Liiiia craiisforiiinçáo eiivolvcii<lo unia série de
esrado final 2, a s o m a das trocas d e ei-ieigia entre o siscema e o n-ieio exceriio sob niudariçns infinicesiniais, é obcida soniniido-sc 11s coiicribuiçóes de cada ecapa, isco é, por
f o r m a d e calor. (q) o u nzrball~o(LU)represerica o "saldo" d e energia d o siscenla e depeii- iiicermédio tla iiiccgriil:
d e apenas d o s estados inicial e final, e não d a nacureza o ~ i j d ~ = J ~ + J ~ArU~= uy +d
ripo d o processo, conforme moscra a Figura 2.4. Deve ser iiocado que, eiiqliaiiro a iiiccgral <le d U ceiii coiiio resulciido Liiiia diferença -
Esca s o m a , porcanco, é igual à variaçáo d e Lima a difereiiçs encre a cnersia incerna final e ii iiiici.il:
propriedade - d o coi-iceíido d e eneryicl i r ~ t e r n n U d o J ~ u = U, = A U
4-
:is incegrais de crabalho e calor nHo Foriiecerii clifcrerii;as. Isco se deve ao fico de que U é Lima
fiinçáo tle escado, ao passo que q e iosáo Funções de rrajecória, ou seja, dcpeiidem do proces-
so. Aincegraçáo de unia F~inçáode cr;ijecória rcsulca em um \,alar que dependc do caniiriho de
Alguns autores adoram oLicra convençao para o cra- incegra<;áo.Noce-se que, sendo Funções de crajecória, não Faz seiicido falarnios da diferençade
balho, assumindo qiie o crabalho realizado pelo sisceiiia é po- calor encre dois estados ou da diferença de crabalho. Na0 exiscc "variação de calor" ou "varia-
$50 de crabalho". O cerco é considerar o calor que é cedido ou absorvido no decurso de uin
sirivo, o q ~ i cIcva a uma expressão difereiice da priineira lei:
Figura 2.4 Um sistema pode ser levado de processo, bern corno 0 trabalho que t realizado pclo sisccriin ou realizado sobre o siscenia.
um estado inicial a um estado final por vá- Náo cem sencido Falar do "calor do sisrernn" ou do "crabalho do siscenia"," sorneilce do caloi-
rios caminhos alternativos. d u = ~ - U l = q - z u (2.2'). e do crabalho cnuoluirios cinpi,ocessoj. O calor e o craballio iiáo dependem apeiias dos escados
iriicial e filial, mas canibérn do ripo de processo.
O s crílculos, p o r é m , não se inodificam, conforrne será inoscrado mais adiarice.
"ndeiiios aquecer igiia de O 'C a 100 'C, por exeiiiplo, scja pelo calor Foriiecido pclo bico do Fo~,io
oii pelo rrahallio elérrico dissipado em tini ebiilidor.
/\lgiins li\,ros adoraiii oiIrr'i coii~~eii~ão
par'l (I irabalho, assuniindo que o rrnhallio rcaliz,ido pelo
' Segiiindo esrc sspíriro. oiirro enunciado da priiiicira Ici diz qiie é inipossível cri.ir uni i~rurup<~i;p~~riio
drpi.iiiiriiii rspicir, isro 4 , uma rriiquina qiie prodiiza energia a parrir do nnd:i. A liisc8ria da ciência
sisrcnia c: pusirivu, u q u e Icva a uriia esprcss5o diferente d,i priiiieira lei: esri repler;i dc rciirarivis frusrradds de cunsrriiii. ral niiqiiiria.
dll=q-I" W sínibolo &indica tinia diferencial i n c s i r a e e3rl ielacioiiado ao faro de qiie q c ri, liso 3áo proprie-
A esce respeiro. \,cj.i nor.1 adi;inte. dades. ni:is fuiiy6cs dç rrajcr6ria.
'1 Oii d.i "vari;i<ãu du rrab.tlho ai1 da c.ilor" o ~ d:i
i "<liinri~id.icic
de rr.ib'illio (o11c.ilor) da sisrcnin".
Uma outra consequincia é que a variação de energia interna ao longo de i11i-i ciclo deve
ser igual a zero, uma vez que o estado inicial é idênrico ao estado fii-ial,e, portarito, a energia
N e m sempre, porém, os processos d e expai-isão ocorrem conrra Lima pressáo
iiicerna iiiicial é a mesma energia interna final. Isto é simbolizado mare~iiaricaii-ienrecom
uma integral cíclica: externa constaiire, d e inodo q u e a expressão (2.5) não tein aplicabilidade geral.
Poderíamos, p o r exemplo, in-iagiiiar a expansáo de 1 mo1 d e un-i gás ideal desde
ui-i-ia pressáo inicial de 1 a t m até u m a pressão final d e 0,2:itin, ern LIIIIZ Úi-iic:l
etapa, conrra Lima pressáo externa igual à pressão final (Figura 2.52.). Poderían-ios
in-iaginar o inesmo processo: porém e m duas erapas: a primeira constituindo-se
d e Lima expansão conrra u m a pressáo externa constante d e 0,6arn-i aré q u e a
Trabalho pressáo d o sistema atinja esre valor e após coi-iri-a uina pressão consrai-ite de 0,2
atr-ii (Figura 2.5b). O processo poderia ser realizado rnn-ibéni e111 três, quarro o u
e A manifestagão d e energia sob forma de rrabalho pode ocorrer d e várias forinas. mais etapas, cada vez conrra u m a pressáo externa constante atí- q u e a pressão d o
Usualmenre, a ocorrência d e trabalho implica um deslocamento macroic0pic0, tal sisten-ia seja igual :I esta pressáo externa (a Figura 2 . 5 ~representa o processo en-i
como empurrar o u arrasrar u m objeto, levanrar u m peso, erc. Quarido o sisten-ia
quatro etapas).
realiza rrabalho, a sua energia diminui. N a rermodinâmica, trabalho ocorre na ii-iaior O rraballio efetuado e m uina transformaçáo deste ripo pode ser dctermii-iado
parte das vezes na forma de trabalho de expansrío (7uc.,..), também cl-ir.nindo d e traba- cnlculando-se n ireri sob a ciirva represeiirada enl uin disçrniiia P X V, o que pode ser
lho trriaorl~stico.N a convenção aqui adotada. o trabalho realizado pelo sisten-ia C
c o ~ i i p [ ~ e e ~ ~d:i
d i seguiiits
do iiiniieira: a reprrsciitagão d e cada ct.ipa da espniisrio coris-
coilsiderado iiegativo e o rrabalho que o sistema "sofre" é consideracio positivo.
titui uin rerângulo de alruraPe base AV. A sua i r r a será, porcanto, P XAV. O auii-ieri-
Outras formas d e trabalho que tainbém ocorrem na investigayá« terniodinârni- ro do número de erapas corresponde a u m aumeilro do "nún-iero de degraus", com
ca são: trabalho elrístico ligado ao estiramenro de iim pedaço d e borracha ou de iirn correspondente aumento na área, conforn-ie mostra a Figura 2.5.
niúsculo, traballio elétrico e m rransforrriações eletroquímicas, além d o trabalho liga- Esre "níimero d e degraus" pode ser aumentado arbirrariamente (Figura 2.5d)
d o ao aumenro de superfície, dentre outros. Estas outras formas d e trabalho, que são, até o infinito. Neste caso, teríamos que a combinnçáo dos segmentos d e rera que
e m essência, todas as formas d e rrabalho, excluindo o trabalho de expansão, s e 6 0 descrevem !graficaniente o processo aproxiinar-se-ia d e uma hipérbole (Figura 2.5e).
coi-isideradas mais adiante e recebem a denomiiiaçáo genérica d e "tinbnlho ~ítil" o u
" h.abalho estin" (w'):
lu = wcxp
Se lu1=O
+ (2.4)
J w = tucsi,
P
e 1 etapa irrev.
*
Por eiiquanto, consideraremos apenas sisteinas nos quais o rrabalho útil é igual
a zero, realizando, portanto, somente o trabalho d e expansão, de inodo que o subs-
crito (exp) será suprimido.
Q u a n d o há mudança d e voliime d o sisrema conrra umapressrío (:vte;.izn coi~srn~z-
te, O rrabalho de expansáo será:
reações químicas o u mudanças d e fase, teremos simplesmente que a diferença capacidade calorífica por um mo1 d e substância c, a chamada capacidade calorif;cn
entre a variaçáo de entalpia e a variaçáo da energia interna deperide da variacão nzokl:
d e remperarura:
Considerarido as expressóes já mosrradas para ciilor, rraballio, variaqáo d e energia Coiisidere o problemn apreseiir;ido no Exeniplo 1.4 do Capírulo 1 . Siiponlia que o gis
incerna e variação d e enralpia, podenios calculas os valores dessas qiiancidades para sej:i rnon»;irôiiiico. Unia aiiiosci-a de 1 iiiol de uni ç.is ide:il, inicialinence a 25 'C e 1 acm de
q ~ i a i s q ~ i ecransformaçóes
r reversíveis isocérii-iicas, isoniérricas (isocóricas) e isobári- pi-essHo é aq~iecidaisobaricameiice ar6 que seu volume d~ipliq~ie. Apcis essa expansão, 3 amos-
ti;i é resfiiarla is»iiierric;iiiiciice acé ;i su;i ceiiipernrLira inicial. Llrpois clesra rcapii, a aiuosrra
cas envolvendo gases ideais (e para a l g ~ i m a srransformações eiivolveiido sdlidos e
soFre coniprcssáo isot&rniica,retoriiando ao rsrnrio iiiicial. Calc~ilco calor e o rrsbalho envol-
líquidos). vicio. bcni como as variações deeiiergia iiicernn e de enrnlpiri para caclaernpae para o processo
E m q ~ i a i s q u e rrransforinacóes envolvendo gases ideais, A U pode senipre ser
calculado pela E q ~ i a ç á o2.21 e A H p e l a Equaqzo 2.22, uina vez q u e a energia inreriia
e a enralpia d e p e n d e m , iiessas coiidições, apeiias d a ceinpcrarura. Porriiiiro. o q ~ i c ResoI~i~no:
a
depende d o cipo d e processo é a Foriiia d o cálc~ilod e calor e crabalho. Erap;i I ) Isobárica, coin A T = 298 K. Porcanro
As cransiòrmações reversí\,eis isocérrnicas (A T = O, 7' conscanre) envolvendo q = A H = ,rF,,AT= iinol x (512) x 1,987 cal I<-iinol - 1 x 298 I< = 1480 cal
giises ideais têm, porranco, A U = O e A H = O. O calor é o iiegiicivo d o crabrilho, o qiiiil h U = 71 ? , . A r = I rnol x (312) x 1,387 c ~ Kl - 1 mo1 -1 x 298 I< = 8 8 s cal.
rcl = - iil?A7'= liiiol x 1,987 cal K -11nol - 1 x 298 K = - 592 cal.
é calculado pela Equaçáo 2.7. As cransfornlações isomérricas reversíveis envolveiido
gases ideais rêin crabalho d e expai-isáo niilo. e o calor é simplesn-ienre ig~ialB eiiergi:i i I ) isoiii6rsic;i. com A T = - 298 I<. P»rr:iiiro.
iiirei-nn (Eq~iiiyáo2.12). Fiii.ilnieiitc, eiii cransForiiincães isobiriciis, o triibnllio é cal- 11, = O ( ~ x > o
i s\,oluiiic não \,;iria)
c ~ i l a d od e acordo c o m a Eq~iaqão2.5 e o calor rrocado é igual ivariaqzo d e encalpia A H = > r 7 A T = Imo1 x (512) x 1.987 cal I<-'niol - I x (- 298 K) = -1480 cal.
( E q ~ i a ç á o2.15). q = A U = ~ ~ ~ , , AIiiiol T =x (312) x 1,987 cal K-'moi-I x (-298 K) = - 888 cal.
Aiém das resrrições j i disc~iridasna cemperaciira, volume e pcessáo, podei-i-ios
eambéiii impedir a troca d e calor enere o sisrenia e o nieio excerno, realizando u m a Erapn 111) Isorérmica, porcanro AU = A H = 0.
q = - r ( , = 17R7ln(V~/V~)
= Imo1 x 1,987 cal I<-'inol x 298 K x In (48,87/24,44)
cransFormaçáo adiabicica. Consraca-se q u e gases, q u a n d o coinprii-i-iidos adiabarica-
=-410cal.w=+410cal.
menee, experiinencam auinenco d e CemperacLira e, q u a n d o slibmecidos a u m a cxpan-
sao, apresenrain queda d e ceiuperarura. E o caso d e aerossóis, sisreinas d e refri;ei.n- Pi.ocesso global: AU = AH = O, q = 182 cal. w = - 182 cal.
5.20 e produeos fariiiacêuricos e cosii-iécicos pressurizados, qiie provocairi unia sei-isa-
çáo d e Frio n o d e d o q u a n d o acionada a v á l v ~ ~ dl ae escape, ei-i-ibora as coiidiçbes náo
sejam con-iplecameiice adiabácicas. Eiii cransforiiiações adiabiricas, a úiiica variá\~el:i
ser calc~iladarealnience é a cemperacura final, a pareir d a ceniperacura inicial, pois q =
O e lu, A U e A H p o d e m ser calc~iladasa parrir das reinperaruras inicial e fiiial. .
Uin rnol de Lim gás ideal diacômico, inicialinence a 25 'C e I arm de pressa0 sofre uiiia
Diferenees relaqões possibilitam esre ccílc~ilo.Em cais relac;ões, Lin-i parâme-
espriiis;io adiabáeica reversível acé que sua pressio se corne 0,2 ariii. Calcule o calor e o rrabn-
cro imporrance é o quocieiire encre as capacidades caloríficas y = c,,/Cv, o lho envolvido, bem como as variac;óes clc.cncrgi:i interna c tle cnralpia.
assuiiie valores diferentes, dependciido se o gás for monoarôn-iico, diarôniico, Sol~ição:Gás ideal diarômico iniplica Y = T,/Fv = 1,4. Coridiçóes iniciais: /II= I arm,
criarôiriico, erc. TI = 298 K , V , = 24,441..
Logo:
= O (poique G adiabárico)
11, = A U = 1?7,,A7'= 1 niol x 512 X 8,314J K iiiol X (- I101<) = - 2286,4 J
Ai-i= tr ?,,Ar = i iiiol x 712 X 8,3 14J K -' niol X (- 1 101<) = - 3200,9 J
ATabela 2.2 inosrra ~ i i r iresumo d o s valores d e LU, g, A U e A H para diFereiices
cransformações reversíveis envolvendo gases ideais.
TABELA 2.2 Valores de trabalho, calor, energia interna e entalpia para transformações
envolvendo gases ideais capacidade calorífica depende da reniperarura conio uma funçáo C(T):
Transformacáo w a AU AH
Isotermica - nRTln(VJV,) nRTln(V,IV,) Zero Zero
Isobárica - PAV = - nRAT n GAT n cvAT n CpAT Se a ceiiipernrLira for consraiice, obvianieiice a espress.io ora apresenrad.i res~ilcnciii q ~ i e
Isomelrica Zero n ZyAT n C,AT n CP3T o calor sensível seia rei.«. Se a cap;icidade caloiífica for uiria coiiscaiire, isro é, C(T) = C, coino
Adiabática n F>T Zero n CJT n CnAT iio caso dos gases ideais, rereiiios:
As expressões diferenciais combinadas de crabalho (h= Pcy,dV) e calor (àq = C(7;)
d 7 ) podem ser aplicadas ao primeiro princípio e à defiiiição de encalpia. As expressões dife-
renciais mais gerais da energia interna e entalpia em Função d e T, P e Vsão:
Esca dedução c? válida para processos a volume constante ou a presaãi~corisiantc e pode-
mos calcular tanto para um determinado número de móis quanto para uma determinada
massa:
- -
q-,= C,.AT =/ic,AT =irrc,AT q,, = Cl,AT = IIC,,AT=IIIL,,AT
Se a capacidade calorífica não for constante, deve-se efecuar a integral, obtcri<io-se as-
sim, uma quantidade dependence da cemperacura. Pode-se, de modo semelliarite ao caso do
crabaliio, interpretar o calor sensível envolvido em uni processo reversível ciitrc duas tempe-
racuras como a área sob a curva em um gráfico C(7;) vein[s ?: S .
As expressóes anteriores simplificam-se imensamente nos gases ideais, uma vez que
Se, por exemplo, a capacidade calorífica a pressão conscaiite For uiiia Fii~içiolinear da tanto a encalpia quanto aenergia interna são furições somente da temperatura. pois a energia
temperacura: é inteitamente ci~iética.tima vez que a energia potencial é nula. Logo.
D o ponto de vista marernácico, é exacamence equivalente expressar o ca1c.r como uma e, onde mais, para gases ideais (G.I.) as capacidades calorificas são constantes:
soma infinita de capacidades caloríficas multiplicadas por acréscimos de cenipciaturas (calor
como incegral da capacidade calorífica em função da cemperarura) ou encno expressar a capa-
cidade calorífica em urn dado ponto como quociente de trocas infiniresimais dc calor dividi-
das pela cemperacura:
dH ,,, = C , d T * AH,, = C,AT
Para gases reais, líquidos e sólidos, as expressóes cicadas não são válidas, porque U e H
dependem d o voluiiie e pressão, e não somente da cemperacura, e as capacidades calotíficas
Como g não é uma função de escado, a relação da direira não pode ser entendida
iiáo são conscances, mas funções da temperacura.
exatamente como umaderivada. Usando, porém, as restrições de pressáo ou cle volume cons-
A partir das expressóes diferenciais de U, H, q e ui
rance, usar a encalpia ou a energia interna, arnbas funções de cscado, obtendo,
então, expressóes autênticas de derivadas:
De modo que
Como para uni gás ideal R = 5-7,,,
e definindo-se. aléin disto: A vaporiznçáo d a água n a condiçáo d e 1 0 0 ' C e 1 a t m envolve unia er1talpia d a
\caporizaçáo d e 4 0 , 0 7 I<Jmol-'.
dT Li!J' T, r/, As cransforrnações d e escado s ó l i ~ l oein líquido (fusio) OLLd e líquido para o sólido
-=
T
-(y - L ) 3
~ IIIL = -0, - I)I~: (solidificaç.50 oii canibéin congelamento) são processos acompanhados d e iim efeico
TI \/I
rfrrnico endotérmico ( n o caso d a Fusáo) OLL ~ x o t f r m i c o(i10 caso da solidificaçáo).
Desta relaçáo podenios dediizir que Esce calor absorvido o u liberado cem c o m o origem as diferenças nas forças de incera-
$50: as forças atrativas incermolecularqr são mais acentuadas n o escado sólido. AO "C
e 1 acin, 1 iiiol d e água funde coii-i absorçáo d e 6,02 kJ de calor:
Esre c;ilor deve ser proveniente da água que esfria. Precisamos calcular, encáo, a rempe-
rariira filial desces 200 ml de igua, após ceder calor ao gelo:
"'e biio, a \capori7.açiioda igun, eiii condiçdes-padrso.a 75 "C n5o 6 um processo esponrAneo. nins
a enralpia-padrão de vaporizagão d:i água, iiesra tcnipciarura, pode ser obrida soniando-se a enralpia
do proccsso de v;iposizagão da ágiia ;i 25 'C ctii equilibsio com o própi-io vapor (pressáo de vapor
23.76 niniHg = 0,0313 a m ) com n enrnlpia eiivolvida i i n coinpressáo isorér~iiicadn iígiia de 0,0313
aciii 1 a r i i i , res~ilrando44,O i Iccnl.
O problema não esrá terminado, poréi-n. Esra é a temperacura final qiie a á g u ~atingiu
H 2 0 (I) = H 2 0 (g, 0.03 13 a r n i ) A H = 4339 kcnl apóscedrr calor para derreter o cubo de gelo. Ao derrccer, contudo, o gelo converte-se em
I-120 (g, 0,0313 a r i i i ) = H'O (g, 1 arni) A H = 0,021 kc.11 igua a O°C. Para calcular a teriiperatiira final devemos considerar a rnistura entre as 200 g de
62 Netz e González Orteva
água a 10 'C com as 25 g de água a O 'C. Para encontrar a temperatura final, igiinlanios o O princípio dá-
-
calor sensível perdido ágiia "qiientc" ao calor sensível recebido pela ;;,ou2 %ia". Traba- nos, enrão, uma descrição in-
lhando apenas com diferença de temperatura, í indiferente usar a escala I(e1viii ou a Ccisius.
completa d a realidade: ele só
-q.:,:') = - , i ~ ~ c ~ , (-q.!;')
i)~,c,,(T~,, T~,, r)[l (q:,:' - Tfi,,)=~ I I ~ ( -T;::')
T~,, nos diz da conservagio de ener-
gia como unia condição neces-
E+
sária para qualquer processo,
mas não nos diz quais proces-
*e
Flgura 2.6 Processos Irreversiveis (= naturais ou espontãne8s).
que
sos ocorrem e quais não ocor-
rem.seriam
Existem
permitidos,
muiros processos
ou seja,
não iriam contrariar o primei-
SEGUNDO PRINC~PIODA TERMODIN~MICA:ENTROPIA ro princípio. e no encaiito não
podem ocorrer.
O primeiro princípio da terinodinâmica, na sua ênfase nas transformaçóes eiiergéri- O s aspectos centrais que estão por trás d e todos esses exemplos são os seguintes:
cas, revela-nos algo bastante profundo a respeito da natureza. Em processo, tendência à dispersão da matéria e da energia, tendência à degradação da energia e
pode haver umn conversão de Lima forma de energia em outra. Apesxr desias conver- tendência i: desordem Processos espontâneos sáo acornparihados desses aspecros.
sóes, porém, 6 certo que a energia total (sisteina + meio externo) deve-se liiariter a A segunda lei da termodinârnica diz respeito aos critérios de espontaneidade c
mesma. Feiiômenos nos quais a energia não se conserva são impossí\,cis. Será, po- de irreversibilidade das transformações naturais, o11 seja, quais os critérios que nos
rém, que o priiicípio é suficiente para dizer-nos quais os processos que permitem dizer se uma dada transformação vai ocorrer ou não. A segunda lei diz-
podem e quais os que não podem ocorrer? nos, essencialmente, que trabalho e calor não possuenz a mesma natureza, embora
Na natureza, observa-se a existência de fenômenos espont;neos, tambéin ditos ambos sejam formas (manifestações) de energia. Calor é, por assim dizer, u m a forma
irreversíveis, que ocorrem apenas e m uma determinada direção. Por exeinplo. quan- de energia "degradada" e a espontaneidade dos processos está ligada a essa degrada-
d o dois corpos com diferentes temperaturas são colocados eni conrato entre si - ção, O U seja, à tendência que tanro maréria quanto energia rêm de se dispersarem
digamos, uma barra metálica aquecida que é mergulhada em um recipiente com caoticamente. A degradação, a dispersão e o caos cumprem u m papel fundamental
água - o calor transfere-se d o corpo mais quente para o corpo mais frio, até que seja no segundo princípio.
atingida uma situação de eq~iilíbriotérmico, na qual os dois corpos rêm a mesma Por meio da segunda lei da termodinâmica é possível definir grandezas, pro-
temperatura. O processo reverso nunca ocorre. É absurdo esperar qur o calor flua d o priedades de estado, cuja variação serve de critério para discutirmos a espontaneida-
córpo mais frio para o mais quente ou que, partindo-se de um sistenia que esteja e m de, o equilíbrio ou a impossibilidade de processos, desde aqueles de interesse tecno-
equilíbrio térmico, haja u m fluxo de calor de forma que, espontanearnenle, u m dos lógico ou industrial, passando por transforma~óesquímicas, físicas e físico-químicas
corpos se aqueça e o outro se esfrie. Ninguém esperaria, por exeniplo, qiie o pedaço em sistemas materiais até as transformações biológicas e metabólicas.
d e metal dentro dágua começasse espontaneamente a aquecer e a água esfriasse. N o A o r i g e m d o segundo princípio, entretanto, está ligada ao estudo das máquinas
entanto, um processo desse tipo não iria contrariar o primeiro princípio da termodi- térmicas e à impossibilidade de se construir uma máquina que tenha um rendimento
nâmica. de 100%. D e acordo com o enunciado de Kelvin-Planck da segunda lei da termodi-
Tanro o fluxo de calor d o corpo mais quente para o corpo mais frio quanto o nâmica, "é impossível construir um moto-perpétuo de segunda espécie14, ou s+, uma
reverso, neste caso, estariam, ambos, e m concordância com o princípio d a conserva- máquina que, opcrando ernz um ciclo isotérmico, tenha como efeito a produfao de traba-
ção da energia: nenhuma energia se perde em nenhum dos casos. Por qiie então lho à( custns de calordr?finte térmica". Equivalente a este é o enunciado de Clausius,
ocorre somente a transferência de calor d o corpo queiire para o frio, nias nunca o de acordo com o qual "é inzpossiuel coizstrnir unza mdyicina que, operando em ciclo^,
contrário? tenha como zínico efeito a nanferhcia de calor de ierrmafiiztefria para umafinte quente'.
Outro exemplo de um processo que ocorre somente em uma só dii-ecáo seria a Qualquer "máquina" - em uma concepção mais ampla, qualquer sistema - é
mistura de dois gases difereiites. Os gases se misruram, mas não se separam esponta- imperfeita. O corpo humano, as células, incliisive, operam em condições isorérmicas
neamente. Ainda outro exemplo é a conversão d e energia sob forma de ~ r a b a l h oe m e, portanto, estão fadados a não conseguir transformar energia sob forma d e calor
energia sob forma d e calor. Podemos converter arbitrariamente trabalho em calor,
mas não é possível, e m um ciclo isotérmico, uma conversão iutegral d e calor ein
trabalho. Nestes exemplos, também enconrramos que o processo direco (qiie ocorre) l 4 Um moro perpéruo C uma miquina hiporérica que se manreria em movimenro ercrno c, obvianicn-
como o processo reverso (que é impossível) estão, ambos, de acordo com o primeiro te, é irnpossivel de ser construída. Se o princípio não fosse válido, seria possível construir
princípio da termodinâmica. A Figura 2.6 mostra outros çxemplos de llrocessos es- uma máquina que obtivesse energia a partir do nada - o moro perperuo de primeira espécic. Se o
pontâneos. segundo princípio não fosse válido, poderia ser coiisrruida uma máquina quc rransformassc calor em
trabalho de modo integral em um processo ciclico isorçrrnico: rim moro perpf ri10 dc segunda cspbcie.
inregralmenre e m energia s o b forma d e rrabalho. Esre faro rem profuiidas implica- A enrropia mede o q~iiiiicori eiierçiii e s r i "degradada", o u seja, náo-dispoiiível
ções 110 n~erabolisinoe n o balanço energérico. para realizat;áo d e trabalho. A eiirropia inedc ranlbéni a dispersio d e energia: se a
energia rérrnica esriver "conceiirrada" rrii drrrrriiin;idos poiiros d o sisrcina, tais
ponros cerão u m a teniprriitLirii mais elevada. A reiidtiicia esporirânea, medida
Entropia pclo aLiiiienco da enrropin, porbm, é qLie n energia se disperse, o u seja, se "espa-
Ihc" de i n o d o ~ i n i f o r i n eo, q u e coriespoiide n Liiila Iioiiioçeiieiza~ãod e remprra-
A parrir das considerações dos calores rrocados e m niáquinas rérmicas cíclicas ope- rLira. Fiiialnience, a enrropia escii ligada à dcsordciii. cl~iciiadii iii~iisé d o q u e ;i
rando e m processos reversíveis (ein equilíbrio) ou irreversíveis (esponrâiieos) rece- dispers?io d e martria. A reiidêiicia iiarural d e dois gases q u e escáo separados e são
bendo e cedendo calor a fonres rérinicas a diferenres remperarLiras, chega-se à con- posros cni coiicaco é q u e se iiiisr~ireni,de i n o d o q u e a ri ia ré ri:^ esreja o niais dis-
clusão que, ein processos reversíveis, a som:i, sobre rodo uni ciclo, dos calores rroca- p c r s a e lioiiiogênea possível fio espaço.
dos em cada erapa, dividida pela reinperaruia iia qual esra rroca se processa é igual a zcro: 1 7 1 7 n á o 1ii rrocas d e calor, de iiioclo q u e q = O e as
Para ~ i d ~ ' ~ ~ t ~ 1isukdrhi.
rel;iç'ies ciivc,lvciido ;i eiirropia podeiii ser condcnsadas lia dc~teri~rtlnlr/(~de dt C1,rtt-
tlsca eq~iiic.iopode str lida d<i srguiiirt. iiiodo: a igu:ildade (A.5 = 0) vale parJ
processos reversívris, c. a tlesiç~ialcl:icic ( A S > O), para processos irreversíveis. Uiii
Esras considerações levam à definição d e uma propriedade, a ei?rropin, S. A sisrema isolado é, poréiii, d e pouca urilidade prárica e o iniporcance é definir crirtrios
entropia é zrriiaftrnção de estndo e, como cal, sua variaçáo depende apeiias d o esrado de esponcaneidade e equilibrio ein sistemas fcchados o u aberros. Se c o n s i d e r ~ r r i ~ o s
inicial e d o tina1 e não da narureza d o processo. Em processos i.euersíueis iso~érmicus'~ sisceina e o meio exceriio, bem conio 3s trocas cérniicas eiitre esres, podenios conside-
sua variaçáo pode ser idenrificada c o n ~ oo calor rrocado reversivelmenre dividido rar a sonia:
pela reiiiperarura. Universo = Sisrenia + Meio Exrerrio
como Liin sisrema isolado, de foriiia que sendo a variaçáo de enrropiri tLo meio exrer-
no, coiisiderado isorérmico
Para processos ii.irueisíueis, A S não é medido pelo calor envolvido n o processo
dividido pela remperarura. D e faro, para um processo irreversível, vale:
As ,L (7.28). r
Esta relação para o cálculo da rncropia do meio exrcriio vale canto paia processos
T 1 ieversíveis quanro para irrcversíveis Segue-se que a seguiida lei pode sei escrira conio:
Nesre caso, c o m o S é uma função d e esrado, AS p o d e ser calculado por 1
'5A discussío da dcfiiiiçio e propriedades da enrropia seni o liso dc fcrranienras do c:ilciilo diferencial
c inrcgral liniira a abord;igem a processos isnrérn~icos.De um niodo gciiérico. poréiii, podemos dc-
compor tini prnccsso rcversivel erii tima soma dç (infiniros)processos (infiniresiniair, isro 6 . :irbirr:iri-
quina r6rniica operando eiittc duas cernper:ituras. A micltiin:i recebe urn calor q , da fonte
amenre pcquciios), de modo que a enrropia s c ~ dad;ií pela soma (a inregral) de rodas esras crocas de
calor divididas pelas respccrivas rernperiruras [ias quais esras crocas ocorreni: A .T= !&/lT Soniçiirc A quence. urna cernperatura T I ,e coiiverte apeiias pnrcialinence este calor rni trabalho to, pois
parrir desta aburdagciii é possível coiisidernr. como vcrcmos niiiis ~idiaiite,o cilculo cnvnlvido i12 precisa ccdcr ~ i n calor
i y, para ;i fonte fuia a uiiia ceiiiperatura 7;. A figura a segiiir inostrs o
rnrro~ii'~de '~qiiecimeiiro. esquenia geral desta iiiáquin'i cériiiic;i.
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2-2,
õ'o
O a
cilculo: a terceira lei da rerniodinâmica (raiiibéiii diro o rerceiro princípio) e o &IcLi-
10 das vai-iações d e enrropia q u e acompanliani o aqueciiiieiico d e Lima s ~ i b s d n c i a ,
dU = ãc/+ãil' q u e foi visco anreriormente.
dU + PdV D e acordo coin o terceiro prii~clpioda termodi1~2~~iica, "cndn s~tbstliuciapossrri
2dSh- zti7zn ei~tropiafi7litd e positiva, qtte se anrcla iin tenzpe1ilt1o.d clo z ~ i . oabsol~~to, se~npreque
T
n sztbsrrincin, i.igoinsn~~~ei~trpltrfl,njsrtn~irn ~lsti.rltrli.ade I / I ~ Ic~-istalpeifiito':C o r n o uiii
cristal perfeico é rigorosaiiientc ordenado, a s u a encroliia (desordem) deve ser zero.
Esre estado d e eiitropia zero pode ser romado, enrão, c o m o p o n t o d e rcferêiicia c a
Ein processos i-eversíveis,a desigiialdade rransforiua-se eiii igualdade. possível, rani- cncropia eni oiicros escados pode ser calc~iladacoriio ;I variação de eiirropia iiecessária
bém, eiicoiirrnr urna expressão análoga para a relação erirre a entropia c .i ciitalpia:
para craiisformar o sisrema desde esre escado d e referência aré o esrado a ser esrudado.
A eiirropia absoluta d e iiina siibsrâiicia a unia dada teniperatui-:I, portanro, é a
s o m a da siia encropia absol~irai re1iIpeiariii.a d e K (que ií- zero) cniii a vnriaçlío d e
Coiisiderando as expressões diferencias da enralpia e da energia iii~criia,1x11; coiiio a entropia associada ao processo de aquecimerito d e K à ceinperarura eni questão. Esra
relação entre as derivadas parciais, é possível deduzir quelR: variação é coniposca das parcelas de ei~rropialigada ao calor seiisível (devido ao aq~ieci-
iiieiito) soinadas :is 11ai.celas de enrropia ligada ao calor lacentc (das ti-aiisiçães de fase).
ENERGIA LIVRE
dV para ~ l í ideal
s : AS,, =: --/IR111 Definições
I
As expressóes d e AS,, e AS\, acima deduzidas valem rarnbém p:ira sul>srâiicias nas quais A dererrninação e o LISO deASuniv corno cricério d e esponraneidade é pouco prácica. A
as capacidades caloríficas são coiiscanres, rnesino que não se rrare de gascs ideais. inrrodução d e duas novas grandezas perinite expressar o cricério de espoiitaiieidadc
o r i u n d o d o segundo priiicípio ein fuiiçáo d e propriedades terrnodin5niicas d o sisre-
ina, d c forrna bascaiire siinples. Esras d u a s novas grandczas, q u e descnipeiiham uin
papel esseiicial, sobreriido na relação encre a rerinodinâmica e o equilíbrio químico,
O TERCEIRO PRINC~PIODA TERMODINÂMICA são a energia livir de Helinlioltz F((àvezes r a m b é m eiiconrrada com o sínibolo A) e a
energia livre de GGiLLs G, definidas por:
Entropias absolutas
A da defiiiição da eiiergia livre Este cálculo, porim. é pouco prárico e usanios, no lugar dcssa relai-no, Lima equngáo
G=H-TS niodificada, que parte da própria defiiiiçáo da cncrgia livrc dc Gibbs r do fato de a cnrropia
e das espressões do priiiieiro e do scgiiiido princípios, pode-se cliegiir a deduzir, Se n7odo preciso. c
ser n derivada parcial em relaçáo i reniperarura. possível deduzir (fica para o leitor inrcres-
a relaçáo da energia livre coin a eiirropia e coiii os critérios dc espo~it~iiieidacie
c cqi.iilíbiio. sado coiiio esercício) qlie:
G=H-TS dG=dH-TdS-SdT=dUtPdV+l/ddP-TtiS-.SdT
dG=dq-PdV+fii.'+P<IVtI'dP-TdS-SdT
Os rcrnios Pdl/caiicelaiii-se. Do segiiiido priiicípio s;il>e-scqiie:
<rcl
dS2- 3 TdS>ãi/ D e niodo siinilnr, pode-se obrer uma equ:içSo aiiáloga para a eiiergia livre de Heliti-
T
holrz:
Substituindo &qna expressáo diferencial de G irá cransforiná-ln eiii iiriia desigualdade,
com mais um cancelamento de [ermos:
dG 5 VdP-SdT +&i" Estas relações sáo conhecidas conio "equações de Gibbs-Heliiiholtz" e ciiniprem uni
papel fiindaiiienral tio eq~iilíbrioquiinico, riias, eipeciFicanieiire, iia iiifliiêiicia da ccriiperarLr-
Esta relaçáo é d e fiiiidaiiieiiral imporrâiicin para se cornpreeiider o papel da eiiergia
ra rio eq~iilíbrio,coiiio verenios no Capíriilo 4.
livre de Gibbs conio uin crirério de espontaneidade e d e equilíbrio. para se entender os
faroresqiie infl~iencianinaencrgia livrc, bem como para cxplicicarsiin rclaçzo coiii o rrnbrillio
a. 1.2) b'hrinpio de G ronz n pressno, n teilzpf~intirrnroi7stnrite
iitil. Farenios a análise subseqüeiite, parcicularizaiido a eq~iaçáorecém-ciciicla p.ir.1 alguiis casos.
O volunie controla a variação da energia livre coiii a pressáo, a teiiipernrura consranrc:
a) Se ato' = 0 (sistenrn tc.i~tluclistic.o,isirl c;, sclii trnOrrlho iíril)
I:
rlG, = VclP 3 AG, = I v ( T ) ~ P
a . 1) Sc o / ~ r u r c u o jrrurrsivcl,
i~~~ a desigualdade transforma-sc em igi.i;ild:ide: I:
Fornia de crabalho que o siscerna rraliza ou sofre, alérn do rraballio de oxpaiis.:io (variaç$o de
A e ~ ~ o n r a n e i d a d e u n i processo vem e m derrimerico d o seu reiidimeiito. Os volunie devido a urna diferença de pressão). Conio exeiiiplos de craballio útil tcriios o rraba-
processos espoiicâneos são ~zorinnlvzrlztemais rápidos, q u a n d o coiiiparados c o m pro- lho d r censáo superficial, o craballio elástico, o craballio rl6trico e o crahallio inaçriético. O
cessos siinilares e m condições d e equilíbrio, p o r é m menos eficazes tlo qiie eles na rrabnllio de tensáo superficial (que seri visro ciii decallie tio Capículo 9 ) dcpeiide d o prod~iro
produqáo d e crabalho úcil. Considcraiido-se iiin processo irrever-sívcl q~ialquer,con- davariaç$o da arca superficial u pela resistência ao auiiieiito da arca. que Guina prol>i-iediide
clianinda dc cciis%osuperficial y. O trabnlho cltcrico depciide da difcrciiqi de potencial elérri-
, se p o d e dizer se ele será rápido o u lento: esre é o d o m í n i o d a ciiiérica e n á o
r ~ i d o náo
co F e da carga rraiisporcndn Q devida a esta difercnga de poteiicinl.
d a [ermodinâmica. A espoiiraneidade eni si, pois, n ã o giiarda iiei;li~in-iarelaçzo c o m Toda c qiialqiicr forma dc crnbnlho pode scr expressa como Lim prod~ir»de icni:i pro-
a velocidade d e u m processo. piicdade iiiceiisiva P; cliaiiisda "Força generalizada" coiii unia variaçáo de Liiiia propriedade
As informações até a q ~ i consideradds
i p o d e m ser ilusrradas tio seguinte exeni- cxcerisiva relacioiiada Iiqueln, denorniriada "deslocaiiienco geiici-alizad<i"d X Tereiiios ;issirii:
pio". A reação d e formaçáo da água Iíqiiida a parrir d o hidrogéiiici e osigêiiio ~TII'=
-i'dX
H?(g) + '/Z (g) = H 2 0 (1) &i.= -P,,d\' Traballiode expansão
é ~in-iareacáo forcenience espoiirânea, enquanro conrbust~oAii.etiz (cle faro. Lima rea- Ti!,= y d o Tiaballio de ieniáo supeilícial
çáo explosiva), mas q u e p o d e sei. condiizida ein eíl~iilíbrionuii-ia ctl111{lil~letrolítirn. úii. = /dl Trabalho eliisiico
N o caso da reação proceder d e m o d o irrcvcrsível, o u seja, n colrzblrrtcío cl;ril,t~z,o ai.=6'dQ Traballio elCtiico
calor liberado a pressão consranre, experiinentalrnenre obcido, é d c 285,85 IcJ, ou seja,
AH = - 2 8 5 , 8 5 kJ.
A U pode ser calculado compurando-se o crabalho elásrico d e exliansáo relacio-
n a d o à variação d e volume: 1 niol de ecanol líquido (C,H,OH (I). p = 0,789 c cm-?, M= 46.07 o rnol-I) \,aporiza
na siia cernpcracura-padi'ão de eli-uliiáo (Te,,= 351,4 K: 78,2 OC). Se o calo, absoivfdo no
= t 3,72 kJ (é positivo porque hi iima concraçáo d c \J~>!LLIIIC")
wCpp
processo foi. d e 43;5 IkJ niolki, calcule q, lu, AU, AH. AS e AG nescas condiçbes. Calcule
também AC desce processo a i 7 , 2 'C e 79,2 ' C .
A variaçáo de eiicalpi;~é idéiicica ao calor, ~iiiiavez que a pressão é constante
N a célllh eletrolíticn o rrabalho d e expansão é, c o m o ai-irciiorineiite, t 3 , 7 2 kJ.
Consraca-se experimentnlmence qiie o trabalho útil prodiizido, coiic~ido,vrile - 237,19
Pzya calc~ilara variaçáo de eiiergia iriceriia, deveiiios coiisiderar que a vaporiz;icáo do
IcJ. O rraballio cocal será, porranro, -233,47 IcJ.
eraiiol produz iim niol dc uni gis - a parcir
. de 1 niol de um líquido. sendo a variagáo do
O calor despreridido, experin~enralmenceobtido, é de -4S,G(; liJ, d e m o d o q u e iiúinero de iiióis gasosos, porciinco, igual a 1 rnol ( e q u a ~ á o2.17).
AU = q t w rem o mcsrno valor q u e n o caso irreversível (o q u e é dc se esperar, iinia
vez q u e U é iima fuiiçáo d e escado). O mesmo pode-se dizer d e AFI e AG. Coinpa-
raiido-se as q u a i ~ r i d a d e sAU, AH, AG, q, lu e lu', cerernos a seguintr tabela:
A variac;.ío dc encropia é calc~iladapela fórmiila apiesciicada ria scçáo d o calor Intence
Propriedade Processo irrevcrsívcl (IcJ) Processo rrversível (IcJ)
AU - 282,13 - 282,13
AH - 285,sj - 2Sj,85
- 285,85 - 419,6G A variaçáo de energia livre AG na ceinperatura de eb~iliçáonão precisa nerii ser ciilc~ila-
'1
w + 3,72 +- 3 , 7 2 da, uma vez que sc craca de uni processo eni equilíbrio e portanro:
237,19 AG= O
I U' 0,o -
De Faro, é Licil m o s ~ r a r ' ~ ua eFórm~ilapara o cálculo da entropia dc i~iudaiiçade fase
AG - 237,19 - 237,19
pacce precisarneiire do pressuposto de que AG = O. Se, poréiii, a cemperacura For diferciice. o
valor dc AG rião é zcro:
Se a reaçáo ocorresse irreversivelmence, seriam prodiizidos 2S5,SS 14 de calor.
O c o r r e n d o reversivelmenre e m iima céliila galvânica, produzem-se 237' 19 IcJ d c ri-a-
balkio úcil. A G p o d c sei. irirerprecada coino a energia q u e esrá "livrc" para a
d e rraballio títil, d a í o nonie de energia livre.
Apli~dgiZodd temodinâmim
a sktemas simples Equilíbrio: T, = T, Equilibrio: P ; = P, Equilíbrio: 11,= [i,
Figura 3.1 Equilíbrio mecânico. térmico e químico
cidade, a niiálisc sercí rcstrir:~soiiiciicc a ecliiilíbrins de Eisc eiii sisreriiris siniplcs, isto é,
de apenas i i i i i conipoiienre. Os siscenias de i~laisde uni coiilponenre serão coiiside-
rados poscerioriiieiire. É possívcl niosrrar qiie o porencial q~iíniiconesre caso expressa a variação nn
ciicrgia livre de Gibbs, causada pela adiçáo d e u m niol d a siibsrância ao sisrema, ein
uni processo a remperariira e a pressão coiisranres.
É ficil ver que esra defiiiic;ão esrá d e acordo coni a incerpreração d o potencial
qi~iiiiicocoiiio facor d e ação que concrola as crai~sferêiiciasde maréria. Considere-
A g a n d e z a fundamental para a descriç5.0 d o eqiiilíbrio de fases é o p ~ l e / l C i f l / iiios, por eseiiiplo, iiina rratisfer?ncia de Ar1 móis de subsrincia d o coniparcii~ienro
qiríinico ,L(, o qual se relacioiia com o eqiiilíbrio químico da mesma inaneira que (1) para o coiliparcimenro (2) ria Figiira 3.1.
a remperariira se relaciona com o equilíbrio rériiiico c a prcssáo com o cqiiilíbrio As variaç6es de eiiergia livre de Gibbs a rernperacura e a pressão coiisranres nos
niecânico. coniparriiiieiiros seriam, respcccivaiiierire:
Quaiido dois corpos esráo eiii concaro, o calor flui espoiiraiieaineiite d o corpo
mais quenre (maior reniperacura) para o corpo mais frio (menor remperarura). Se os
dois corpos esráo em eqiiilibrio térmico entre si, a remperarura eiil ambos será a O sinal iiegarivo eiii AGI deve-se no faro de que a variaçáo d o iiúiliero de móis
mesma. Se a pressão e111 dois comparriiiiencos separados por uma parede móvel for é iiegariva (riansferêiicia d o coniparriiiieiiro 1 ao 2). A variasáo t o u l de energia livre
diferente, a parede irá se mover eni direção ao coniparrin-icnro de menor prcssáo. O do sisrciiia deve ser porcanro:
equilíbrio niecâiiico será atingido qiiaiido liouver igualdade de pressóes. Do inesmo
modo, o eqiiilíbrio químico encre as fases é caracrerizado pela igualdade d o porencial AG = AGI + AG, = - p I A i i i-,~i,Ail= A I I ( -,L)()
~ ~ ~
qiiíniico e a desigualdade de poreiicial químico implica Lirn deseqiiilíbrio químico. Pn,n q n e t n l tr~trjfirêncirís f j z cspontrirrc.rr,AG dei~eserirc:yrrtiuo. I s ~ osoriicnre secí
Se diias fascs do mesmo material - por exemplo, uni cubo d e gelo em coiiraco com possível qiiando ,LI> < ,i[\, ou seja, Liiila trclii+@i?rin d o coirpni.ti»?ento onde oopotencinl
igua líquida - enconrraiii-se em coiiraco niúruo, haved passagem de maréria (uma qliínzico é i7znioropnm o c.oi?~p~zrtiwrento onde o potencinlqtriinic~oP i7zanor. O equilíbrio
traiisforrnacão de tinia fase eni outra) da fasc onde o pocenciril q u í n ~ i c ofor ni;iior quíniico, ncsre caso, seria ariiigido se os porenciais quin~icosfossem ig~iais,pois/i2 =
para a rase onde o potencial qiiíinico for iiieiior. A Figura 3.1 iluscra tais semelhanças /,iI iiiiplica A G = O. Resumindo:
eiicre estas crês faceras d o equilíbrio -, o rnecâiiico, o rérrnico e o eqiiilíbrio qiiíniico.
O poreiicial qiiíniico esrá, portanto, relacionado ao eqi~ilíbrioqiiímico de niodo > 1.1: * AG O a (1) + (2)
anrilogo à relação enrrc reinpccariira e eqiiilíbrio cérmico e enrre pressão e equilíbrio ,LI, < ,L[! * AG >o a (1) t ( i )
iiiec?nico. I'res.rrio, tettyerntrlrn cpote?ici~lq~zí??zico
são as propriedades iiicensivas que
coiirrolam os eqiiilíbrios mecanico, rériiiico e qaíriiico, respecrivamenre, ou, diro de
ScntLo iiiiia expressão da energia livre inolar, o pocenciiil quíniico rciinbéin pode
' Fdsc : UIII
L s u h i s c c ~ i i i l1i01iiv~i.iic0: C sisreiiia ric diias E~scs(r.inibCiii dito Ihikísico):
g u a Ç uni ser expresso em fiiiição d a enralpi;i e da eiirropia inolares:
iini:i Lisr 1íqiiid:i ç urii:i hsc sólidri (gçlo). Uiiia soliiq;iu sarurada de N.iCI ciii tig~iaconrciido crisrais
pr<icipiradi>s tei~iclu'ts Liçs: u n i a liquilla - a soliiq5o - e iini:i sólid;i - o NdCI cicposirado. =H-T? (3.2).
Para u m a mistura d e s~ibstâncias,é possível mostrar q u e o coiiteúdo d e energia
A niais iiiiportante destas relações é a da eiiergia livre de Gibbs. A derivada da
livre d o sistema depeiide d o potencial qiiíinico d e cada conipoiiciitc: energia livre de Gibbs eni rcla~ãoao iiúniero d e iiióis, a temperatura e a pressão constaii-
G= C l l , ~ , (3.3).
tcs, C a pr6pria energia livre de Gibbs iiiolai- para uma substância pura, cujo nome é
químico.
O u seja, para u m a mistura binária h r m a d a apenas pelos componeiircs A e B,a
energia livre total será cxpressa por:
G = rlllp,, + 1 2 , + ~ 1 ~
O potrricinl quí17zico 11; de urnn si~bstdrzciar77z 7~r71ai ~ z i s ~ i~~i mr ~ ni ciin~iapodt O I~orc~icialquímico é definido coino a varias50 de energia livre causada pela adi-
ção de iim componente ao sisrema, coiisideraiido irariaçóes infiniresiniais na composição
~ n e y j nlizire do sistenm deuida L? an'aAif30 de 1 1,201da s~~6stLrzricr
no j i s i ~ i l z i ~(7. t?lil,flCl.dtll-
d o iiiesnio. Por exemplo, considerando Lima iinensa d c uma sol~içáoqual-
rn, npressáo e n cgn~posiçíiocur7sta)zt~~s2. quer, de modo q ~ i nc adiçio não modifique a coiiceiitraçáo de soluto LI, então. considc-
O potencial quíinico é unia propriedade iiiteiisiva de iiriportânci;~ccn tr;il ria desçri- raiido uma adiçáo de unia pequena q~iancicl:ideda s~ibstiinciaeni questão e depois calc~i-
ção de reações quiinicas, equilíbrios d e Fase eni sisreinas puros e eiii sistemas Iieresogê- lando o efeito proporcioiial da adiçáo de u m mol. A relaçio da energia livre d c Gibbs
iieos. Assim. por exemplo, e m Lim sistema composto d e várias espécies, distribuídas ein pode ser eiiráo escrita:
várias fases, o equilíbrio quíniico pode ser expresso pela igualdade dos potinciais quími-
cos de cada espécie nas diferentes Fases lias qiiais a espicie enconrra-se ~xcsence.
Coiisidcrando a temperatura c a prcss:io çoiisc:inccs. o pocciicial q~iíiiiicosiirgc cor110
O porcncial q ~ i í n i i c odepende d a teiiipcratiira, piessrio. n;itiiri-7.2 ii;i suhstiiiciri 'itor
~111 rlc rr:iii\feiCncia de iiiatéria c. de nilidaiiÇ.cs qiiíiiiic.is, çoiiio fica claro csaii~iii;iiicioo
e, n o caso d e unia inisrura, d a coiriposiçáo, oii seja, das c o n c c n t r a ~ ó c scie cada coiil- caso da transferência de matéria cm uma niudanga de fase. É possível cliiantif car o efeito da
ponente d a inistura. Considerenios primeiranienre o caso niais siiiiples d e ~ i i nJás pressáo e teinperarura no poreiicial químico e assim q~inntificara dependéncia da reatividade
ideal. Pode-se mostrar que o poreiicial qiiímico d e u m gás ideal é d a d o por: química. Sendo o potenci:il qiiíniico de unia substância pura a energia livre d e Gibbs molar,
escrever:
o n d e pO(T)representa o potencial q ~ i í i n i c od o gás ideal nas c o n d i ~ õ e spadrão (a 1 Dc modo sirnilar ienergia livre, a variagão d o poteiicial químico com a tcmperacura à
bar, aprosirnadaiiiente 1 a t i n ) e iia temperatura considerada, ou seja, cni iirn estado Pressno constante é dada pelo negarivo da entropia:
padráo dependente da temperatura. P0 é a pressáo padrão (= 1 har).
Isto iinplica qiie o potencial químico seiiipre decresce com a reinperatura. As coiisc-
qiiências disto serão analisadas na próxiina scção.
Até agora coiisideramos apenas sisteriias fechados, onde as trnnsForiiiaçõcs er-ain niovi- Parcicularnienre imporcaiice é o cilculo da infliiêricia da pressáo sobre o potencial quí-
das por alterações lia pressão oii teiiiperatura. Asora, vaiiios inrrod~izii-as ti-aii~fornia~õcs niico, à temperaturn consraiite. A Lima ceiiiperatura fixa, o potencial q~iímicoaumeiira coin a
onde a alterasão do número de móis cunipre uiii papel fiindaiiienral. As expressões das dife- pressão. O cálculo do potencial químico eiii fuiição da pressão é expresso por:
rcnciais totais da riiergia iiirerna, eiiralpia e enetgia livre passaiii a ser:
Para resolverinos a integral reinos que saber a dependência entre o volume e a pressão.
Para iirn pis ideal, a fórniula torna-se fácil de resol\fer. Iiiregrando-se desde a pressáo-padrão
até a pressiio P eni quesr?~o, deduzir a fórmula para o cálculo do poreiicial qiiíniico
eni função da temperatura.
r
dG = -SdT + VdP t - Ri- P
(:)T,l,d/i p - p " = JVdP= [ - d ~ = ~Tln-,
I" ,,,, p
P
Para sólidos e líquidos, n volume molar é basranre pequeno e, desde qiie a variacao de
pressão náo seja iiiuito graiide, a inregral rerá uin valor bastante pequeiio, o que sigriifica que
o potencial quiniico de uni sólido ou líquido pouco varia coni a pressão e seti valor é pratica-
Na dcfiiiiçáo de poreiicial qiiiniico I1ai.a liiria mistura ou soluqáa. dci~sniosseml1rc especificar a coniposi-
rneiite idêntico ao poreiicial quíniico da sul-istância iins coiidig6es padrão.
$50. isro é, todas as coriceiitraçórsd;i>espEcie, pois o pcircncial quiniico mede n variaçio dc cnci-gia livrç
c:iiis:i<l:ipcla :idi?ao de uni coiiipoiiciire. manridas coiistances press.ío. renipcrar~:i-n c coiiiposiyao.
84 N r n r G o ~ l z r i l r zO i ~ q p i
POTENCIAL QU~MICOE O EQUIL~BRIODE FASES cai11 o mesmo porericial químico. Acii-i-ia da teiiiperacura de fiisáo e aré a c e i n p c r a c u ~
d e ebiiliçáo, a Felse Iíq~iidaé a mais estável. N'i tcniperatura d e eb~ilição,a curva d o
A experiência d o dia-a-dia rnosrra que, abaixo d e O 'C, o congelamenro da água é porcnciiil qiiímico do gis corra a curva d o pocencial químico d o l i q ~ i i d oNessa . ceni-
esponcâi~eo:água liq~iidae m concaro coiii :elo tende a congelar coiiiplecaiiieiire. O peratlira, líquido e ç;is possucii-i o iiiesiiio potencial quiiiiico, de inodo qiic há ~ i n i
pocencial quíiilico da água líquidri é. porcaiito, maior que o pocencial quíniico d a equilíbrio. Acima dessa reniperarura a fase niais esrivel é a fase gasosa.
água sólida (gclo). A csaraiiieiire O 'C, o coiigclaiiiciito c a f ~ i s i os30 processos que N ã o devemos, sonriido, conf~indii.i1 iiiforinal;lio n respeico da estabilidade da
ocorreiii eni eqiiilíbrio: os poceiiciais quíiiiicos da água líquida e sólida são ig~i~iis. Lise com a cerrcza a respeiro da suii esiscFncia o u predoiiiiiiánci;~,eiii Liiila sir~iaçáo
Acinia d e O "C a f~isáoé esponrânea e, porranro, o porencial q~iíiiiicoda fase sólicla qualquer. Se é verdade que a aililise cio porei~cialq~iíiiiicoeiii f~iiiqãoda reii1pcrarLii.x
da água é niaior que o poceiicial quíriiico da fasc líquida. lios informa que, abiiiso d c Ti,,,
o sólido dcve ser a fase iniais escd\fcl (pois possui o
b
O que coiirrola a rrai~sforinaçáode bise é o Kilor d o poreiicial q~iíiiiicod a menor porcncinl cl~iíinico).cnnibéni E verclade q u e i pos~ivelencoiicrar subsrâncias
siibscància coiisiderada ern cada Fase. i1 rini1~foi.ii1ll~2o
srii1pi.e sepr.ocrsjs,.lrrzo serrtido (/i? rio cscado líquido, riicsino abaixo da sua rciiipcratLira d c coiigclariicntoi. O L Iseja,
conurr-srío (/a ssilbst2izrio ;/r1 fnse ri11 qtre ela rr~pr-c,sei?t~~
riiaioi. pal-cl (1 de rtrrrror putrrrcirr/ embora viilendo,u,- > /is, eiicoiici.:inios a s ~ i b s c i n c i acomo iiiii licliiido. situaçiáo iiác)
qzriinico. Af;lse oiidc. o p ~ t c r r r i r r l ~ u í r n i réoiircnor é t ~ l r n b é r nAitrz n 1nni.r ejtiueL
Quarido e de equilíbrio, e o Iíq~iidon i o pode ser diro unicl fase "esclvel"! nins se diz, nesre
o pocencial q ~ i í m i c ofor ig~ialem ambas as fases, Iii conversio nos dois sentidos, o ~ i caso. q u e o Iíq~iidoé iiina Càse "ineraesrávcl" (ou que o siscenia se enconcra illtnl
seja. h i Lini;i siruriçá<i de equilíbrio. "rstndo ~iirtrlestrivef').E Mcil ver q ~ i esra c siruaqiio 11iocorrespoiidc no eqiiilíhrio, pois
O porencial q~iíniicode unia s~ibsrâiicia\aria c o i ~ ai renipcrnriii.:i. Adeiiiais. ;i I I I O S (pai cscnil~lo,pelii adiçáo cic iirri crisral clii s~ibsc5iiciii),o
sc P C I . ~ L I I . ~ ; IO~ sisiciiia
dependêiicia d o porencial químico coin a cciiiperarura depende d o estado de agrega- líquido irá sc convcrrcr inicdiac:inicrire n o sólido, de niodo irrever~ívcl.
$50, d e modo que para cada rernperacura exiscirá u m a iase mais esrável. É possivel Uiiz deter-nliirrldo estndo d r r~grcgrnçode rrrr?a srrbst2rrr.i~~
érst~íve/i,nidrtei.~rrirrndrrs
iiiosrrar qiie, ein uiii gráfico que represenra o potei-icial químico ein fiinÇáo da rem- ~ ~ ~ r C ( i ç ú e ~ ~ ; p oq~r ~~ ~t ri ird~o~pt oos, s ror i~rrerzor-poter-rriff/
~~ q t r i i n i r o deirtr,c todos os estndos d e
perarura, a pressáo consrance (Figura 3 . 2 ) , a inclii-iaçáo d a curva resiilcance é dada possiveis, rzattls r o n r l i ~ ó r s .Se,
~~grrgcrçcío riescas mesmas concliçóes, p~iderrnohencon-
pelo negacivo d a entropia. Conio a entropia de qualquer subsrância, em qualquer rrar a s~ibstânciaem uni escado de a s r e ~ q diferelite
o d o esperado, podenlos dizer
esciido de agregação, 6 sempre uma q~i:incidadepositiva, seguc q ~ i opotrrzrirrl c qtrirrri- que este oucro esrado é metnesttii~eleque renderi a se converrer no esrado niais escável.4
1-0 S C I I I ~ I ~ ~C l i v i i i z r <ron.2
i Aléni disso, n erltropin nzolnr Ar rritrn jnLst2nrin
n trnzpei~rtrri~n.
izo rstndu grrsoso éseinpi.e irruito ninior- q u e n etrtropirr drr mesma 110 estado líqrrido, qrre,
p o r s i l n vez, é i7zniur gire a eizti-upia rld srrbsttiizcin rnqrraizto iru estclcla r ó l i ~ l o ,o que pode DIAGRAMAS DE FASE
ser escriro siiicericainenre:
A grande ~irilidadedo tipo de diagrama nioscraclo n;i Figura 3 . 2 é perniirir a idenci-
fic.iç5o da fase mais estável a cada temperarura. Esre diagrai-iia refere-se, c o i ~ r ~ i d ao ,
iinia con+çáo d e pressáo conscaiite, especificada. Alteraiido-se a pressáo, as curvas
Daí resiilra que a inclinagáo da cur- rambém iráo se alcerar, d e m o d o que para
va que descreve a variaçáo d o potencial cada reinprrarura e pressáo rereriios que cal-
q ~ ~ í m i coinc o a cempecariira rem unia in- cular qual fase poss~iio ineiior pocencial q ~ i í -
clinaçao iiepriva iiiaior para a subsrâii- inico, isro 6 , qual fase é n inais csr;ívcl. U m a
cia n o escado gasoso, sendo a iriclinaçáo rcpresenraçáo gráfica rridiineiisiorial d o po-
menor para o liquido e para o sólido, ceiicial quíniico de duas fases e m fiiiição d a
conio se pode ver na Figura 3.2. temperarura e tla prcssio C mosrrada ria Fi-
U m diagrama deste ripo pode ser g ~ i r a3.3. Nessa figura podeinos reconhecer
i n t e r p r e t a d o da seg~iincemaneira: a os valores d e pressáo e cempecacura, onde uma
rransformaçião sempre segue d o maior
para o menor porencial quín~ico.A u m a
I,'r fase ou a ourra 6 mais cscivel, b c m conio os
valores correspondentes a regióes d e eq~iilí-
leniperarura suficientemente baixa (re- brio entre as duas fases.
--
presenrada por T I ) , o pocencial químico
niais elevado é o d o gás, seguido pelo d o
T A proiecáo .
, . e m d ~ i a sdimensóes de u m
Figura 3.3 Potencial quimico de duas fases de uma subs- diagrama do ripo da Figura 3.3, coiisrruído a
líquido, sendo a Fase sólida aquela c o m iància, em fuiição da temperatura e pressão. parcir d e cima coleção d e vários diagramas d o
o [menor porericiiil quíniico e, portanto
Figura 3.2 Potencial químico de uma substância nas fases a fase mais esrável. Na remperarura d e
sólida, liquida e gasosa, em luiição da temperatura, a uma i Coiiio rodos os .ipreci.iciores d c ccrvcjn ccrrnnienrc j.i snhciu.
pressão constante - as fases líquida e sólida apresen-
f Lisao,
Eiiil1or;i 1i;id.i sc pors:i dizer .i rcspcir(i (IA vclocicl;ide desrn coiivilr~á(i
o .+
--
In
w
L
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92 Nctz e Goirz(ib Ort~;q(~
çáo 3.1 I , o niellior é considerar uiii çrá- são diros líqrtidos ~lor.~iznis. Embora scja unia regra esrri~iineiireeiilpíi-ia, podenios
fico o n d e se colocam dados esperinieii- iiicerprc.1i-ln conio cxpressaiido o faro de q u e a eiirropia d e vaporizaçáo depeiidc
cais d e pressão d e vapor crii difcrciiles csseiicialiiieiice d a desoi-dem proiiiovida pelo acréscinio de u m determinado iiúri~ero
k
rcmpernruras. Uni gráfico cio log.iricino de pai-ríc~ilasà fase gasosa e náo d;i natureza destas parrícul;is.
iiacur:il da pressáo d e vapor oriirls o iii- Se = S S J I<--'iiiolkl, logo AS~',,:,~]Z<=10,G. Coiisideraildo PI = larin, 7 ;
Inclinação = -A H/R verso da remperarura foriieceri uriia li- = T<!, e a cernperncura e a pressão d e interesse T,= 7 ' e P2 = i', respccrivaiilenre.
iilia reta coni incliiiaçáo ncg:iriva ig~iiila rereiiios, para a equaçáo de Clausius-Clape~roii(eq. 3.9):
-AH,.,,,,I R (Figiir;~3.8).
O conhecinieiiro d a encalpia d e va-
1IT porizaçáo, seja por ineio da aplicaçáo d a
Figura 3.8 Relação entre pressào de vapor e lemperatura. f"rrllLlla, grafic;imeilec, periiiire-lios
i111 cspressáo nciiiia AI+,,,,,,= 7Ç, x bSv,ll,:
S~ibstil~iincio
cnlc~ilara pressáo d e vapor d e Lini líquido
em q.~ i a.l q ~ ceinperaccira,
~er beni conio esciiiinr a q ~ i a reiiiperacura
l o líquido aciiigii-d
ciina prcssão prcescabelccicla. Por exernplo, 6 possível, mediarire esre tipo de ~.ilciilo.
esriiiiar a rernperarura d e ebulição de uni líquido.
Q~iaridoa ceriipernrura d e e b ~ i l i q ode ~ i i i il í q ~ i i d ofor iiiedida ciri Liiiia pressáo = 10.6 e iii~ilciplicaiidoos
Coiisidei-~iiidocliie pai-:i iiiii líqiiicio iioi.iii;il A5iiv,,1,11?
esccriia prbsiiiia a 1 ~iciii,podeino, Irizcr urli;i c u r r c ~ á uliiic;ir p;irli calculai- a rciripc- rcriiios iio iiicci.iur cios p;irí-iircscs rereiiios:
rariira-pndráo de eb~iliyáod o líquido (ou seja, a reiiiperacLira na qual haveria ebuli-
ção se a pressão externa fosse de 1 arin). A regra, chnmada i q r a d e Crnjis, pode ser
deduzida da equação de Cla~isi~is-Clapeyron e é:
Ess? duas expressões servem para ciilc~~lar a pressa0 a Lima dada reniperarura
Esta consraraçáo einpírica recebe o iioiiie d e tz.grn de ?i-oirtorl, e as s~ibsrâiicias o11 eii r i o para esciniar a cernper.irLira de cbuliçáo, riiassoii~rnte$20 np/ic(ívris n /íqrtidos
que obedecem a esta regra, norinalrneiice Iíq~iidosapolares ou fracamente pulares, i~oi-iirnis.Servein, caiiibérn, como Liina priiiicira escimariva caso náo haja dados expe-
coni massa molcc~ilarern rorno de 100 g inol-I e temperatura de ebulição iiioderada, rinienrnis s~ificieiires.É b o m lembrar qiie a pressio iicssa fói-inula deve ser expressa
eiii acriios feras.
(Obs: O valor experinisnral é de 30,8 kJ inol- I . ) Reajr~ipaiidoos cermos podenios efetuar a incegraFão:
Para se estimar a temperatura de ebulição a parrir dos dados, ceinos que coiisidernr a
eiicalpia devaporizaçio recém-calculada e calcular a reinperacura T2lia qual 1; = 760 niniHg.
Como par dc rcfcr?ncia ( T , ,P , ) , podemos pegar qualquer uin dos pares de dados acima.
A unia press;ío abaixo da pressáo d o poriro triplo. a Fase 1íq~iid:iriáo 6 cst:ivel. Abaixo
d o porito triplo, rercmos Lima rcgi5o o n d e a fase sólida é a mais csr:ívcl c oiitra oiidc
Sabeiido-se que a pressáo dr vapor d o benzeno, a 6O,6 OC, 6 dc 400 iiiiiilig, ucilize .i a fase vapor é a ii~aisestável. Separando esras regióes, esrá a linha d o rqztilí61.iosólido-
reora deTrouron para esriniar a reinpcracura d e eb~iliçáodo benzeno e compnic coin o eser-
5 vapor ou eq~iilíbriod e sublimação. T a m b é m a q ~ i ia inclinagáo considerada é dada
cício anterior.
pelo q ~ i o c i e n t eentre a enrropia d e m u d a n ç a d e fase e a variaçáo d e voluine d a m u -
dança d e fase, neste caso a enrropia de sublimação e a variaçáo d e voluineda subliinaçáo.
----
Liquido à pressão d o ponro triplo - 4,58 m m H g -
que descrcvc a variaçáo da pressão coin a reinperarura no equilíbrio de fases. l'ara eq~iilíbrios .- .- ...-.
.
envolvendo tima fase gasosa (líq~iido-g.isou stjlido-gás) Al'r Vg,i5,o qiie Icvd à dedução de
c o n d u z à formação d e neve, a o passo q u e se a
1
Lima Fórinula capaz de predizer a pressão de vapor em F~inc;zoda cempcraitii-a. Considerarido pressão d e vapor for superior à pressáo d o
cambéin que AS = AH/7; [cremos, para o equilíbrio líquido-vapor: p o n t o triplo, ;i precipiragáo é d e chuva ou
- --AS - AH
d o , pnizo.
dP -
- - - AH - =- Substâncias cuja pressáo d o p o n r o rri-
1 11 \
dT AI' T(Vc,;,-i{,,li TV,,;, plo seja s ~ i p e r i o ra I arm sempre s u b l i m a m
Supondo que o 34s coniporce-se como unl g;is ideal. chegareii1or a unia equaçiio que . - .. . -. . - ---. . ..-- -
p o r aquecimenro ein Lini recipiente a b e r t o e
relaciona a variação da pressno devida à niudanqa da tcniperacura Q encnlpia dc vaporização, soinenre p o d e n i fiindir e m u m recipieiire fe-
eqiiaçáo esra coiihecida pelo noiiie de equaçno de Clnusius-Clapeyroil. tripl~asOso
chado, n o qual a pressão d e vapor p o d e atin-
gir um valor maior que a pressáo no ponto
-" triplo. O CO, sólido (gelo seco) sublinia sob
17
l.ll Diagrama de hrei da ngua, de,aihe na regido pressjo atrno;iérica sei1 deixar r e s i d ~ i o1iqui-
sólido-vapor d o , a b s o r v e i ~ d ocalor e pode ser empregado