Os pré-socráticos

• A expressão “pré-socráticos” não é cronológica, pois

alguns pré-socráticos são contemporâneos a Sócrates,

ou mesmo posteriores a este.

• O seu objetivo é fazer uma distinção entre Sócrates,

que estava interessado em problemas morais, e os

demais filósofos que estavam preocupados com

problemas cosmológicos.
Sócrates

469 a.C-399 a.C

Uma expressão pejorativa

• Vários dos pensadores gregos mais antigos exploraram questões sobre ética e

sabedoria de vida. 


O termo pode sugerir que os demais filósofos da antiguidade eram inferiores a

Sócrates e Platão. 


As divisões disciplinares

• Nos pré-socráticos pode ser difícil discernir os aspectos estritamente filosóficos

das divisões disciplinares que fazemos atualmente.

• Suas hipóteses sobre o mundo incluíam o que hoje chamamos de física, química,

geologia, meteorologia, astronomia, embriologia, psicologia, assim como teologia,

metafísica, epistemologia e ética. 


A cosmologia pré-socrática

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• Os pré-socráticos são também chamados de filósofos da natureza, mas a

natureza aqui é entendida como realidade primeira, originária e fundamental, em

oposição ao que é secundário, derivado e transitório.

• Eles tinham como o problema cosmológico, e buscavam o princípio (“arché") das

coisas. 


O surgimento da racionalidade

• Os filósofos têm uma característica em comum de suprema importância: eles

eram racionais.

• Eles têm o compromisso de explicar o mundo naturalmente, em termos dos seus

princípios inerentes.

Uma influência inegável 


As questões, os tipos de resposta e as suas hipóteses foram a fundação do

desenvolvimento da filosofia do modo como foi definido por Platão, Aristóteles, e

os seus sucessores. 


Só fragmentos

• A evidência fragmentária complica a nossa compreensão dos pré-socráticos.

• A maioria deles escreveu pelo menos um livro (pequenos pedaços de prosa ou,

em alguns casos, poemas), mas nenhuma obra completa sobrevive. 


Testemunhos

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• Dependemos do testemunho de filósofos posteriores, historiadores, e

compiladores de coleções de sabedoria antiga de citações desconexas

(fragmentos) e relatórios sobre as suas idéias (testemunhos).

• Em outros casos a linha é indireta e frequentemente depende da obra de Hípias,

Aristóteles, Teofrasto, Simplício, e outros filósofos antigos a quem eles tinham

acesso direto. Doxografia. 


Novas evidências

• Os papiros Derveni foram descobertos na Grécia em 1962, e foi produzido no

círculo do filósofo Anaxágoras.

• Novo material foi encontrado no Alto Egito, que também contém textos sobre

Empédocles. 


Ciência e filosofia jônicas 


Jônios: povo helênico oriundo da Jônia, arquipélago localizado no Mar Egeu. 


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A rejeição do mito

Os pré-socráticos rejeitam essa explicação, ao invés eles vêem o mundo como um

cosmos, um arranjo natural ordenado que é inerentemente inteligível e não está

sujeito à intervenção supra-natural.

A filosofia da physis

• A filosofia que procura por uma existência de um princípio (arché) único, que é a

causa, o sustentáculo e o termo último de tudo o que existe.

• Essa é a primeira proposta filosófica da civilização ocidental.

• O termo “physis” significa natureza, mas no sentido de realidade primeira e

fundamental. 


TALES DE MILETO

• Tales, que viveu em Mileto, na Jônia, provavelmente

nas últimas décadas do séc. VII e na primeira metade

do séc. VI a.C.

• Previu um eclipse do sol que ocorreu em 28 de maio

de 585 a.C.

• O primeiro astrônomo e geômetra grego.

• É possível que tenha visitado o Egito e a Babilônia.

• Um dos setes sábios (fonte: Platão; Protágoras).

• Comentário de Aristóteles: “o fundador desse tipo de filosofia”.

• O primeiro a formular a questão: “de que são feitas todas as coisas?”.

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• Sua resposta é do mesmo tipo dada pelos pré-socráticos posteriores a ele, e

pelos físicos até os nossos dias.

• O primeiro a formular a questão: “qual é a origem de todas as coisas?”

• A abordagem milesiana seria adotada por filósofos de outras localidades, como

Anaxágoras e Demócrito. 


A explicação de Tales

• O primeiro princípio é a água.

• A terra flutua sobre a água.

• O movimento dessas águas subterrâneas é a causa dos terremotos (Sêneca). 


A nutrição das coisas vivas é úmida e a secura total é a morte.

• A água é a fonte última da vida e de todas as coisas.

• O calor se gera do úmido e vive do úmido.

• As sementes de todas as coisas têm uma natureza úmida.

• Comentário de Simplício: os egípcios defendiam doutrina semelhante em sua

mitologia. 


Todas as coisas são plenas de deuses

• Os magnetos possuem alma, pois movem ferro.

• O âmbar, que tem propriedades magnéticas quando friccionado ou aquecido,

possui alma.

• Comentário de Aristóteles: Tales pensava que todas as coisas são plenas de

deuses e a alma está misturada em todas as coisas.

• A água é divina, por isso tudo é pleno do divino. 


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Objeções

• Se tudo é feito de água, como é possível ter diferentes tipos de coisas, incluindo

o fogo, que parece ter propriedades opostas à água?

• Mesmo que a água é necessária para a origem e manutenção das coisas, porque

devemos pensar que ela é o seu único constituinte?