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As concepções formais da História

Em sua evolução, a História se apresentou pelo menos de três formas. Do simples


registro à análise científica houve um longo processo. São elas:

 História Narrativa — O narrador contenta-se em apresentar os acontecimentos sem


preocupações com as causas, os resultados ou a própria veracidade. Também não
emprega qualquer processo metodológico;

 História Pragmática — Expõe os acontecimentos com visível


preocupação didática (ver: Didática da história). O historiador quer mudar os
costumes políticos, corrigir os contemporâneos e o caminho que utiliza é o de
mostrar os erros do passado. Os gregos Heródoto e Tucídides e o
romano Cícero ("A Historia é a mestra da vida") representam esta concepção;

 História Científica — Agora há uma preocupação com a verdade, com o método,


com a análise crítica de causas e consequências, tempo e espaço. Esta concepção se
define a partir da mentalidade oriunda das ideias filosóficas que nortearam
a Revolução Francesa de 1789. Toma corpo com a
discussão dialética (de Hegel e Karl Marx) do século XIX e se consolida com
as teses de Leopold Von Ranke, criador do Rankeanismo, o qual contesta o
chamado "Positivismo histórico" (que não é relacionado ao positivismo
político de Augusto Comte) e posteriormente com o surgimento da Escola dos
Annales, no começo do século XX;

 História dos Annales (Escola dos Annales) — Os historiadores franceses Marc


Bloch e Lucien Febvre fundaram em 1929 uma revista de estudos, a "Annales
d'histoire économique et sociale",[4][5] onde rompiam decididamente com
o culto aos heróis e a atribuição da ação histórica aos chamados homens ilustres,
representantes das elites (ver: Revisionismo histórico). Para estes estudiosos, o
quotidiano, a arte, os afazeres do povo e a psicologia social são elementos
fundamentais para a compreensão das transformações empreendidas
pela humanidade. Surgindo ainda o movimento da Nova História Crítica e da Nova
História.
As concepções filosóficas da História
Ver artigos principais: Consciência histórica, Filosofia da história e Teoria da
história
Ainda no século XIX surgiu a discussão em torno da natureza dos fenômenos históricos.
A que espécie de preponderância estariam ligados? Aos agentes de ordem espiritual ou
aos de ordem material? Antes disso, a fundamental teológica fez uma festa na mente
cordata do povo.

 Concepção Providencialista - Segundo tal corrente, os acontecimentos estão


ligados à determinação de Deus. Tudo, a partir da origem da Terra, deve ser explicado
pela Divina Providência. No passado mais remoto, a religião justificava a guerra e o
poder dos governantes. Na Idade Média Ocidental, a Igreja Católica era a única
detentora da informação e, naturalmente, fortificou a concepção teológica da
História. Santo Agostinho, no livro A Cidade de Deus, formula essa interpretação.
No século XVII, Jacques Bossuet, na obra Discurso Sobre a História Universal, afirma
que toda a História foi escrita pela mão de Deus, E no século XIX, o historiador
italiano Césare Cantu produziu uma obra chamada Storia universale de profundo
engajamento providencialista.

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