Discurso, prática e representação

São três conceitos importantes na teoria social e na historiografia. Eles são

frequentemente usados em conjunto para entender como as sociedades são
construídas e como o conhecimento é produzido.

Discurso é um termo geral que se refere a qualquer forma de comunicação

verbal ou escrita. Pode ser usado para expressar uma variedade de ideias e
emoções, incluindo fatos, opiniões, crenças e valores. Na teoria social, o
discurso é frequentemente usado para analisar como as pessoas constroem
significados e como o poder é exercido através da linguagem.

Prática é um termo que se refere a qualquer atividade humana, intencional ou

não. Na teoria social, as práticas são frequentemente usadas para analisar
como as pessoas constroem seu mundo e como o poder é exercido através da
ação.

Representação é um termo que se refere a qualquer forma de representar

algo. Na teoria social, as representações são frequentemente usadas para
analisar como as pessoas constroem imagens do mundo e como o poder é
exercido através da imagem.

A relação entre discurso, prática e representação é complexa e pode ser

entendida de diferentes maneiras. Uma maneira de entender essa relação é
ver o discurso como uma forma de prática que produz representações. Outra
maneira de entender essa relação é ver a prática como uma forma de discurso
que produz representações.

Na historiografia, discurso, prática e representação são frequentemente usados

para analisar como o passado é construído. Os historiadores usam esses
conceitos para entender como os eventos históricos são representados em
documentos, como eles são interpretados por diferentes grupos sociais e como
eles são usados para legitimar diferentes regimes políticos.

Exemplos:

 Um discurso político pode ser usado para representar um grupo social

ou uma ideologia.
 Uma prática social, como uma cerimônia religiosa, pode ser usada
para representar um conjunto de valores.
 Uma obra de arte pode ser usada para representar uma visão do
mundo.

Conclusão:
Discurso, prática e representação são conceitos importantes que podem ser
usados para entender como as sociedades são construídas e como o
conhecimento é produzido. Eles são frequentemente usados em conjunto
para compreender como o passado é construído e como o poder é
exercido

CIÊNCIA HISTÓRICA

OBJETOS – MÉTODOS - NARRATIVAS

Objetos da ciência histórica

Os objetos da ciência histórica são os fenômenos e processos que ocorreram

no passado. Esses objetos podem ser de natureza diversa, incluindo:

 Eventos políticos e militares: como guerras, revoluções e tratados de

paz.
 Processos econômicos e sociais: como a industrialização, a urbanização
e as mudanças demográficas.
 Mudanças culturais e intelectuais: como o surgimento de novas ideias,
religiões e movimentos artísticos.

Métodos da ciência histórica

Os métodos da ciência histórica são as técnicas e procedimentos utilizados

para investigar os objetos históricos. Esses métodos incluem:

 Fontes históricas: documentos, registros, monumentos, objetos e outros

materiais que fornecem informações sobre o passado.
 Análise histórica: o processo de interpretação das fontes históricas para
identificar padrões e tendências.
 Interpretação histórica: o processo de construção de narrativas
históricas a partir da análise das fontes.

Narrativas históricas

As narrativas históricas são as histórias que os historiadores contam sobre o

passado. Essas narrativas são construídas a partir da análise e interpretação
das fontes históricas.

As narrativas históricas podem ser de diferentes tipos, incluindo:

 Narrativas cronológicas: que contam a história de um evento ou

processo em ordem cronológica.
  Narrativas temáticas: que enfatizam um tema ou tópico específico.
 Narrativas biográficas: que contam a história de uma pessoa ou grupo.

Relação entre objetos, métodos e narrativas

Os objetos, métodos e narrativas estão intimamente relacionados. Os objetos

são o ponto de partida da investigação histórica, os métodos são as
ferramentas utilizadas para investigar os objetos, e as narrativas são o produto
da investigação histórica.

Exemplo

Um exemplo de objeto histórico é a Revolução Francesa. Este evento pode ser

estudado a partir de diferentes perspectivas, utilizando uma variedade de
métodos. Por exemplo, um historiador pode estudar as causas da Revolução
Francesa a partir de documentos políticos e econômicos, enquanto outro
historiador pode estudar as consequências da Revolução Francesa a partir de
registros demográficos e culturais.

Conclusão

A ciência histórica é uma disciplina que estuda o passado humano. Os objetos

da ciência histórica são os fenômenos e processos que ocorreram no passado,
os métodos da ciência histórica são as técnicas e procedimentos utilizados
para investigar esses objetos, e as narrativas históricas são as histórias que os
historiadores contam sobre o passado.

A Escola dos Annales 1929-1989

A Escola dos Annales 1929-1989: a Revolução Francesa da historiografia, de

Peter Burke, é uma obra fundamental para a compreensão da historiografia
moderna. O livro oferece uma análise abrangente das três gerações de
historiadores que deram perfil e consistência à Escola dos Annales,
considerada a mais importante força de propulsão da chamada “História Nova”.

A primeira geração, formada por Lucien Febvre e Marc Bloch, é responsável

pela fundação da revista Annales d'histoire économique et sociale, em 1929.
Os Annales se propõem a superar a história tradicional, que se concentrava em
eventos políticos e militares, e a adotar uma perspectiva mais ampla e
interdisciplinar.

A segunda geração, liderada por Fernand Braudel, é responsável pela

consolidação da Escola dos Annales. Braudel defende a ideia de uma “história
total”, que deve integrar as dimensões econômica, social, cultural e política.
Seu livro A Civilização do Renascimento (1958) é considerado um marco da
historiografia moderna.

A terceira geração, formada por Georges Duby, Jacques Le Goff e

Emmanuel Le Roy Ladurie, é responsável pela expansão da Escola dos
Annales para novos campos, como a história das mentalidades e a história da
cultura material.

Aqui estão alguns dos principais conceitos e métodos da Escola dos Annales:

 História total: a ideia de que a história deve integrar as dimensões

econômica, social, cultural e política.
 Longa duração: a ideia de que as transformações históricas ocorrem
em ritmos diferentes, com alguns fenômenos se desenvolvendo em um
ritmo lento e duradouro.
 Mentalidades: o estudo das crenças, valores e atitudes de um grupo
social.
 História das mentalidades: o estudo das mentalidades em um contexto
histórico.
 História da cultura material: o estudo dos objetos e práticas materiais
de um grupo social.