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JOÃO BATISTA LIMA DO NASCIMENTO

KARINY RAMOS

LIBERDADE DE IMPRESSA NO BRASIL

UniDrummond
SÃO PAULO-SP
2020
JOÃO BATISTA LIMA DO NASCIMENTO
KARINY RAMOS

LIBERDADE DE IMPRESSA NO BRASIL

Trabalho de avaliação continua


apresentado à UniDrummond, para o
Curso de Direito, turma: 182000.
Orientado por: Prof.ª. Ms. Drª Thais
Pirani Fernandes.

UniDrummond
SÃO PAULO-SP
2020
Resumo:
A liberdade de imprensa, também denominada de liberdade de
informação jornalística constitui um dos chamados direitos de liberdade, de que
podemos citar também a liberdade de expressão, liberdade de associação,
liberdade de crença e liberdade de reunião. De acordo com a lição de Luís
Roberto Barroso, podemos conceituar a liberdade de imprensa como “a
liberdade reconhecida (na verdade, conquistada ao longo do tempo) aos meios
de comunicação em geral (não apenas impressos, como o termo poderia
sugerir) de comunicarem fatos e ideias, envolvendo, desse modo, tanto a
liberdade de informação como a de expressão”. A possibilidade de livremente
informar e de ser informado constitui pressuposto importante para o
crescimento do homem, além de ser importante elemento do Estado
democrático, uma vez que o trânsito de ideias é elemento essencial da
democracia, permitindo a busca pela verdade e o debate público pelos meios
de comunicação. A liberdade de livre expressão jornalística se encontra com
outros direitos e valores constitucionalmente fundamentais, tais como a o
próprio Estado democrático de Direito ou a liberdade de expressão, embora
com estes não se confunda, haja vista as diferenças em termos de âmbito de
proteção e limites entre os direitos.
Palavras Chaves: LIBERDADE DE IMPRENSA
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO...............................................................................................................................
2 – DESENVOLVIMENTO...............................................................................................................
2.1 - A Imprensa e o Direito à Liberdade de Informação...................................................
2.2 - Função Social da Imprensa Brasileira.......................................................................
2.3 - O Direito à Informação e o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana....................
2.3 – Liberdade de Expressão...........................................................................................
2.4 - O Direito a Comunicação no Mundo..........................................................................
3 – CONCLUSÃO.............................................................................................................................
4 – BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................................
1 - INTRODUÇÃO

A liberdade de imprensa impregna-se de um conteúdo social de


interesse público, onde a correlação da mente humana e sua exposição com o
mundo externo é vinda através de seus argumentos fazendo uma construção
lógica a partir das informações disponíveis, garantindo a igualdade e a
pluralidade política de ideias. É por meios da expressão livre que os
pensamentos se transformam em fatos comunicacionais concretos, deixando
de ocupar tão somente o intelecto individual, exteriorizando-se e
materializando-se no mundo das relações intersubjetivas.
A Constituição Federal em seu artigo 5º abriga em alguns dos seus
dispositivos sob a forma de direitos e garantias fundamentais, um mister sobre
a liberdade de imprensa, está de derivação direta da liberdade de expressão e
também a liberdade de informação:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[...]

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o


anonimato;

[...]

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo


assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

[...]

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e


de comunicação, independentemente de censura ou licença;

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[...]

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o


sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

A Constituição Federal é bem clara no art. 5º, inciso IX, versa que é livre
a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença. Bem como na Carta Magna vigente
elencou entre o rol de direitos fundamentais a liberdades de expressão, sendo
vedada a censura, instruiu-se o direito de liberdade de imprensa como um dos
direitos mais condescendentes a serem respeitados e apresentados à
população brasileira. É em seu artigo 220 e parágrafos, versa também sobre a
matéria com foco na liberdade de informação jornalística, in verbis:

Art. 220 - A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e


a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão
qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

§ 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir


embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer
veículo de comunicação social, observado o disposto no Art. 5º, IV,
V, X, XIII e XIV.

§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política,


ideológica e artística.

[...].

Nesses dois artigos observamos matérias pertinentes à liberdade de


imprensa, podemos chamar, a raiz que consagra os direitos do sistema das
liberdades de conteúdo intelectual, posto não só como faculdade de pensar
livremente como também o direito de se manifestar o que se sinta e pense,
seja sobre o que for. Ainda no artigo 5º, a Constituição garante a todos de
forma explícita o acesso à informação, inclusive preservando o sigilo da fonte,
quando necessária ao sigilo profissional. Importante destacar o artigo 1º da Lei
de Imprensa 5.250/67:

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Art.1º É livre a manifestação do pensamento e a procura, o
recebimento e a difusão de informações ou ideias, por qualquer
meio, e sem dependência de censura, respondendo cada um, nos
termos da lei, pelos abusos que cometer.

[...].

Segundo Godoy (2008, p.45) definiu-se pensamento:

Como uma atividade intelectual através da qual o homem exerce


uma faculdade de espírito, que lhe permite conceber, raciocinar ou
interferir com o objeto eventual, exteriorizando suas conclusões
mediante uma ação.

Para Caldas apud Godoy (2008, p. 47), a opinião sobre pensamento constitui
exatamente: “movimento do pensamento de dentro para fora; é a forma de
manifestação do pensamento, resumo à própria liberdade de pensamento,
encarada, aqui, como manifestação de fenômeno social”.

Verifica que, o direito positivo brasileiro acaba garantindo o direito de


informar, e ao mesmo tempo, a tutela ao acesso às informações e
comunicações. Esse direito antes concebido como um direito individual,
atualmente é concebido como um direito de interesse coletivo à informação.

Silva apud Godoy (2008, p.49) salienta que:

O direito de informar, como aspecto da liberdade de manifestação


de pensamento, revela-se um direito individual, mas já contaminado
de sentido coletivo, em virtude das transformações dos meios de
comunicação, de sorte que a caracterização mais moderna do
direito de comunicação social ou de massa, envolve a transmutação
do antigo direito de imprensa e de manifestação do pensamento,
por esses direitos, em direitos de feição coletiva.

[...]

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A liberdade de imprensa nasceu no início da idade moderna e se
concretizou – essencialmente – num direito subjetivo do indivíduo
manifestar o próprio pensamento: nasce, pois, como garantis de
liberdade individual. Mas, ao lado de tal direito do indivíduo, veio
afirmando-se o direito de coletividade à informação.

Pode-se afirmar que a atividade jornalística se encontra, no capítulo de


direitos e garantias fundamentais, na livre expressão de atividade de
comunicação. Fazer jus a liberdade de imprensa é, também fazer utilizar-se de
prerrogativas e garantias dadas à liberdade de pensamento e ao direito à
informação.

Nota-se que a informação realizada dentro dos meios de comunicação


de massa hoje no Brasil, sofreu grandes mudanças, adquiriu recortes, ganhou
contornos e tomou novas formas indispensáveis na construção de um Estado
Democrático de Direito, que, antes, era vigorado por um regime autoritário
marcado pelo governo militar.

É correto afirmarmos que atualmente o termo imprensa ganhou novos


rumos, novos conceitos, aqui não se vincula mais o conceito de máquinas de
imprimir, a prensa. Não se concebe mais a imprensa adstrita às informações
impressas em jornais e ou revistas e, sim, aos poderosos veículos de difusão
como o rádio, a internet e a televisão.

Ou, como adverte Miranda apud Godoy (2008, p. 52):

Se for certo que, nos primórdios de sua vulgarização, a palavra


imprensa englobava num mesmo conceito todos os produtos das
artes gráficas, das reproduções por imagens e por processos
mecânicos e químicos, envolvendo livros, gravuras, jornais e
impressos em geral, hodiernamente, em virtude de seu grande
desenvolvimento, essas mesmas artes se subdividiram,
esgalhando-se em planos distintos, formando qual uma nova
especialidade, não sendo mais possível jungir a imprensa ao
conceito dos velhos tempos. Urge, portanto, emancipá-la dos

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anexos, dando-se lhe a conceituação moderna de jornalismo,
desvinculando-a do conceito genérico de impressos.

É primordial, que antes da atividade da imprensa de informar, que seja


respeitada também a liberdade da pessoa (artigo 11 da Declaração de Direitos
do Homem e do Cidadão, de 1789) que lhe garante o desenvolvimento de sua
personalidade. Todos os direitos e liberdades devem ser respeitados, sejam
eles da Constituição Federal do Brasil, ou da Declaração de Direitos Humanos,
todos eles devem estar no mesmo grau de igualdade e respeitados com a
mesma amplitude.

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2 – DESENVOLVIMENTO

2.1 - A Imprensa e o Direito à Liberdade de Informação


O direito da Informação tem implicações com todos os demais ramos
jurídicos. Se os princípios constitucionais são valiosos, como realmente o são,
nada significam se não estiverem assentados na realidade social, política e
econômica e implantados em uma legislação democrática e participativa da
comunidade. A simples formulação dos conceitos e fixação dos princípios
reclama a sua eficácia, sua prática, sua aplicação correta. A extensa
bibliografia sobre a legislação da imprensa, melhor dizendo, da Informação, é
uma prova marcante dos caminhos que esse direito escolhe, revelando, pela
sua adoção em todo mundo, sua própria necessidade de existir para melhor
preservar a liberdade da comunicação. O reconhecimento da necessidade
dessa legislação fixar suas raízes na integração oportuna do direito de informar
com liberdade e o direito de ser informado ficou bem expresso na Carta de
Princípios emitida pelo Sindicato de Jornalistas da França, na ocasião do
seminário realizado em 18 e 19 de fevereiro de 1973 e assim exposto: A
liberdade de imprensa isoladamente não garante, em uma sociedade moderna,
a informação aos cidadãos. Hoje se afirmar uma necessidade nova, uma
exigência contemporânea: o direito à informação. A multiplicidade das fontes
de informação, a potência e a diversidade dos meios de comunicação, a
necessidade de opções individuais e coletivas implicam para cada um a
possibilidade de informar-se completamente dos fatos significativos da vida
política, social, econômica e cultural e o direito da informação para todos
(NOBRE, 1988, p. 75).
A liberdade de imprensa é um bem da sociedade, antes mesmo de ser
um direito de profissionais e de empresas ligadas a essa atividade e por sua
própria natureza, exige mobilização constante, vigilância permanente e firme
posicionamento diante de fatos que representam ameaça ou que efetivamente
a atinjam. Mesmo nas sociedades que se governavam por um princípio
democrático, as liberdades públicas, tal como as que temos hoje, não existiam,
mesmo porque a idéia de indivíduo, como ente diferenciador da sociedade que
o envolve, foi uma lenta aquisição da sociedade.

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2.2 - Função Social da Imprensa Brasileira
Uma imprensa livre e responsável, consciente da importante função
social que tem é indispensável para a sustentação dos ideais democráticos.
José Afonso da Silva salienta que: A liberdade de informação não é
simplesmente a liberdade do dono da empresa jornalística ou do jornalista. A
liberdade destes é reflexa no sentido de que ela só existe e se justifica na
medida do direito dos indivíduos a uma informação correta e imparcial. A
liberdade dominante é a de ser informado, a de ter acesso às fontes de
informação, a de obtê-la. O dono da empresa e o jornalista têm um ‘direito
fundamental’ de exercer sua atividade, sua missão, mas especialmente têm um
dever. Reconhece-lhes o direito de informar ao público os acontecimentos e
idéias, objetivamente, sem alternar-lhes a verdade ou esvaziar lhes o sentido
original, do contrário, se terá não informação, mas deformação (SILVA, 2006,
p. 240). A Imprensa em virtude de sua penetração na vida das pessoas tem
facilidade em construir ou destruir reputações, pois exerce domínio sobre a
consciência humana através dos noticiários, tornando-se responsável muitas
vezes, por informações que possam ser atentatórias à dignidade humana
quando não forem verídicas em sua totalidade, forem caluniosas, difamatórias
ou distorcidas. Do ponto de vista da mídia, a maioria das informações sobre
violência é acolhida acriticamente, como tema de notícias e matérias curiosas,
de disfunção social, cotidianamente transformada em relatos jornalísticos
sensacionalistas, por suas características potencialmente dramáticas e
aterrorizantes.
Ela é transmitida dentro de uma ótica de "informação espetáculo". Desta
forma, ressaltam-se fatos violentos relativos à morte, ao acidente ou ao agravo
de pessoas notórias do mundo político, dos negócios e artístico. Permanece,
porém, quase ignorada, quando se trata dos excluídos e presos, categorias
sociais sem rosto e sem nome, passíveis de ser eliminados, uma vez que são
considerados economicamente desnecessários e inviáveis, politicamente
incômodos e socialmente inoportunos, como bem expressam Cruz Neto e
Minayo (1994). Concomitantemente à exclusão sócio-política, econômica e
cultural, incide sobre eles também a "exclusão moral", nas palavras de Pinheiro
(1995). 7 30, 31 maio e 01 junho / 2012- Santa Maria / RS UFSM -

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Universidade Federal de Santa Maria A imprensa escrita utiliza-se dessa
exclusão social para dissecar os corpos, compondo histórias patéticas,
mostrando o insólito e o monstruoso, seja dos autores, seja das vítimas da
violência. Nesse sentido, a informação assume grande importância quando
surge como um direito da sociedade e não como um produto de uso privado de
instituições, sejam elas científicas, burocráticas, administrativas ou de
comunicação. Ela também tem o potencial, ao ser bem gerada, sistematizada e
divulgada, de mediar os processos de conscientização de direitos, e de
integração dos setores segmentados da sociedade, sobretudo através das
redes que hoje se formam visando à cidadania, em contraposição ao uso
apenas mercadológico (NJAINE, et al., 1997).
Todo cidadão tem o direito de informar e ser informado. Mas em se
tratando de informação prestada por um meio de comunicação, pertencente à
imprensa, vale dizer que essa informação tem que ser veiculada de forma
correta, adequada, imparcial e pertinente. Deve atender a sua função social,
sem que haja qualquer tipo de distorção, o que se tem amparado, inclusive, por
meio do sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional, nos
termos do art. 5º, inciso XIV, da Constituição Federal.

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2.3 - O Direito à Informação e o Princípio da Dignidade da Pessoa
Humana
A Dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se
manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da
própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais
pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico
deve assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam ser feitas
limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem
menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto
seres humanos (MORAES, 2005). O fundamento constitucional mais
importante da República Federativa do Brasil é sem dúvida alguma a dignidade
da pessoa humana. É através dela, que a nação brasileira e as pessoas que a
compõem devem ser vistas, principalmente na interpretação e aplicação da lei
(SIQUEIRA JÚNIOR; OLIVEIRA, 2007).

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2.3 – Liberdade de Expressão
O direito de falar e de calar, quando se pensa em liberdade de
expressão (art. 5º, IV da Constituição Federal) não deve ser dado a ninguém,
muito menos ao Estado. A par disso tudo, a restrição ao direito de se expressar
livremente representa um exercício de violência, por parte de quem promove a
censura, seja o Estado ou o próximo, na medida em que viola a abrangência
totalizante da dignidade da pessoa humana, visto que a liberdade propugna
pela autorrealização da pessoa humana (MENDES; COELHO; BRANCO, 2008,
p. 359). Se de um lado existe o Poder Público, com todos os instrumentos
institucionais aptos a conter a expressão do livre pensamento; e de outra
ponta, a abstração constitucionalmente consagrada no texto constitucional, é
necessário a prática democrática constante e efetiva, por todos os canais
historicamente e tecnologicamente construídos, de modo a concretizar essa
abstração praticamente inacessível a uma definição instantânea em um
momento de necessidade inusitado.
A liberdade de expressão foi originada na Grécia antiga, onde as
pessoas podiam opinar livremente, todos se juntavam na Agora para discutir a
política A maioria dos ideais políticos modernos como justiça, liberdade e o
governo constitucional, surgiram na Grécia Antiga. Foram os gregos os
pioneiros a lançar as sementes da ideia democrática, que, conservadas
pelos filósofos da idade média, frutificaram na modernidade. O direito de
liberdade de expressão é um direito fundamental, que se mostra como corolário
da dignidade da pessoa humana, representando, de outra parte, fundamento
necessário à sobrevivência do Estado.

2.4 - O Direito a Comunicação no Mundo


O art. 220 da Constituição Federal de 1988 diz que a manifestação do
pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma,

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processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado apenas o que
nela está descrito. Tal dispositivo visa garantir a liberdade de comunicação que
é o conjunto de direitos, formas, processos e veículos que possibilitam a
coordenação desembaraçada da criação, expressão e difusão do pensamento
e da informação. O art. 220 tem por princípio geral a ampla liberdade de
expressão, já consagrado pelo art. 5o, IV da constituição, só que aplicado
especificamente à comunicação social. Outros princípios também podem ser
extraídos desta norma constitucional, entre eles o da liberdade de informação,
que abrange tanto o direito de informar quanto o de ser informado.
Os parágrafos 1º e 2º do art. 220, vêm reforçar estes princípios,
estabelecendo que nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir
embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de
comunicação social, observado o disposto no art. 5o, IV, V, X, XIII, XIV; e
vedando qualquer possibilidade de censura de natureza política, ideológica e
artística. Mas é importante verificar que não se está garantindo uma liberdade
irresponsável e sem qualquer critério do poder de informar ou mesmo do direito
de criar ou de manifestar o pensamento, pois existem meios legítimos,
previstos pela Constituição, de se controlar a liberdade de comunicação. Pois,
muitas vezes a liberdade de comunicação vai de encontro aos direitos de
terceiros, ou contraria outros preceitos constitucionais; fato que deve ser
analisado judicialmente, dentro do contexto constitucional.
As regras constitucionais da comunicação, além do disposto pelo art.
220, estão previstas no art. 221, que trata das restrições da liberdade de
comunicar; e nos art. 222 e 223 que dispõem sobre a propriedade das
empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e televisiva; e da concessão e
permissão para tais serviços; além do art. 224 que prevê a instituição do
Conselho de Comunicação Social.

3 – CONCLUSÃO

A liberdade de imprensa conquistada no Brasil era aquela que tinha


como principal missão a difusão de conhecimentos, disseminação de culturas e
a orientação da opinião pública no sentido do bem e da verdade. Hoje, a
imprensa brasileira é alvo de questionamentos quando age em desacordo com

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sua finalidade, pois desta forma, está lesando seu próprio povo ao não
respeitar o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana e os Direitos Invioláveis
do Cidadão.
O direito da pessoa humana à informação está assegurado na
Constituição Federal, não podendo ser desconsiderado a ponto de se permitir a
publicação de notícias através da mídia que não zelem pela veracidade dos
fatos. O princípio da dignidade da pessoa humana é um princípio fundamental
do sistema constitucional brasileiro que confere racionalidade ao ordenamento
jurídico e fornece ao intérprete uma valoração essencial ao correto
entendimento e aplicação da norma. Pois, estando na qualidade de princípio
fundamental, constitui valor-guia não apenas dos direitos fundamentais, mas de
toda a ordem jurídica, exigindo, de tal sorte, o reconhecimento e proteção dos
direitos fundamentais de todas as dimensões, motivo pelo qual é tida como
princípio constitucional de maior hierarquia axiológica-valorativa.
Mesmo sendo impossível atribuir-lhe um conceito fixo e imutável, não há
dúvidas que a sua aplicação em casos concretos é inafastável, principalmente
quando noticiados desrespeitos à vida, à integridade física e psíquica, à falta
de oferecimento de condições mínimas que garantam uma existência digna, à
limitação da liberdade ou a promoção da desigualdade ou, ainda, nos casos em
que direitos fundamentais estejam sendo afrontados ou até mesmo
desconsiderados. Tudo que deforma a verdadeira educação e ataca os valores
fundamentais das pessoas constitui uma agressão contra o verdadeiro bem da
humanidade. Cada agressão aos valores do ser humano resultará em uma
sociedade destruída, violenta e sem rumo. Por isso, é importante a atenção dos
pais, educadores, agentes de comunicação e das nossas autoridades para que
esses meios de comunicação sejam usados para o enriquecimento do ser
humano, pois é o homem enquanto tal que está sendo destruído.

4 – BIBLIOGRAFIA

SANTOS, Gláucia Conceição Borges. A LIBERDADE DE IMPRENSA E OS LIMITES


CONSTITUCIONAIS. Disponível

16
em:<http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=301CID001> .
Acesso em: 05 abril. 2020.

LEAL Magnólia e THOMAZI Letícia. A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO PELA


IMPRENSA E O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE DA
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http://coral.ufsm.br/congressodireito/anais/2012/12.pdf>. Acesso em: 07 abril
2020.

Bezerra, Juliana. AI-5 (ATO INSTITUCIONAL Nº 5). Disponível em:<


https://www.todamateria.com.br/ato-institucional-n-5-ai-5/>. Acesso em: 05
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GODOY, Claudio Luiz Bueno. A Liberdade da Imprensa e os Direitos da


Personalidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2015.

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em:<http://www.intervozes.org.br/direitoacomunicacao/?page_id=28545>.
Acesso em: 18 abril. 2020.

SIMÕES, Alexandre Gazetta. A ABORDAGEM CONSTITUCIONAL DA


LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8017/A-abordagem-constitucional-
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LIBERDADE DA IMPRENSA NO BRASIL E UM ESTUDO COMPARADO


COM A LEGISLAÇÃO DO REINO UNIDO. Disponível
em:<https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/liberdade-da-
imprensa-no-brasil-e-um-estudo-comparado-com-a-legislacao-do-reino-unido/>.
Acesso em: 11 maio 2020.

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