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LIBERDADE = ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão

em virtude de lei.
O STF entende que a legalidade do artigo 5º, inciso II, da CF é uma
reserva da norma, permitindo a vinculação dos cidadãos por ato infralegal, desde
que nos limites da lei formal (HC 85.060).

NÃO CONFUNDIR!

LEGALIDADE (RESERVA DA NORMA) LEGALIDADE (RESERVA DA NORMA)


Termo genérico = regulação de situações por Termo específico, também chamado de
ato normativo (lei formal ou ato infralegal reserva legal = a Constituição reserva à lei
com potencial de abstração e generalidade, formal (emanação do Legislativo) a regulação
nos termos de lei formal). de uma matéria.

O direito à liberdade está ligado também ao princípio do livre desenvolvimento da


personalidade: ao Estado não cabe constituir a personalidade, nem impor modelos
preconcebidos de vida (um dos princípios que fundamenta a atual possibilidade de retificação
do nome do transgênero no registro civil, independentemente de autorização judicial). O
indivíduo é livre para viver de acordo com sua própria visão de mundo, da forma que se realize
existencialmente, desde que não ofenda direitos de terceiros (limites dos direitos
fundamentais).
LIBERDADE RELIGIOSA = tem um conteúdo negativo, ou seja, de abstenção de embaraço
pelo Estado, mas não exime o Estado de garantir, inclusive por meio da legislação penal, o livre
exercício dos direitos subjetivos e da liberdade religiosa. Em outras palavras, há, também, um
dever de proteção, uma dimensão positiva, que implica a atuação positiva estatal no sentido de
promover a eficácia da liberdade de religião.
LIBERDADE RELIGIOSA = tem um conteúdo negativo, ou seja, de abstenção de embaraço
pelo Estado, mas não exime o Estado de garantir, inclusive por meio da legislação penal, o livre
exercício dos direitos subjetivos e da liberdade religiosa. Em outras palavras, há, também, um
dever de proteção, uma dimensão positiva, que implica a atuação positiva estatal no sentido de
promover a eficácia da liberdade de religião.
LIBERDADE RELIGIOSA = tem um conteúdo negativo, ou seja, de abstenção de embaraço
pelo Estado, mas não exime o Estado de garantir, inclusive por meio da legislação penal, o livre
exercício dos direitos subjetivos e da liberdade religiosa. Em outras palavras, há, também, um
dever de proteção, uma dimensão positiva, que implica a atuação positiva estatal no sentido de
promover a eficácia da liberdade de religião.
Ainda, é vedado qualquer embaraço à liberdade de informação jornalística,
independendo de licença de autoridade, a publicação de veículo impresso de comunicação.
OBESERVAÇÃO: É inconstitucional lei municipal que proíba a divulgação de material com
referência a “ideologia de gênero” nas escolas municipais. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO
DE PRECEITO FUNDAMENTAL. DIREITO CONSTITUCIONAL. LEI 1.516/2015 DO MUNICÍPIO DE
NOVO GAMA – GO. PROIBIÇÃO DE DIVULGAÇÃO DE MATERIAL COM INFORMAÇÃO DE
IDEOLOGIA DE GÊNERO EM ESCOLAS MUNICIPAIS. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA PRIVATIVA
LEGISLATIVA DA UNIÃO. DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (ART. 22, XXIV, CF).
VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS ATINENTES À LIBERDADE DE APREENDER, ENSINAR, PESQUISAR E
DIVULGAR O PENSAMENTO A ARTE E O SABER (ART. 206, II, CF), E AO PLURALISMO DE IDEIAS
E DE CONCEPÇÕES PEDAGOGICAS (ART. 206, III, CF). PROIBIÇÃO DA CENSURA EM ATIVIDADES
CULTURAIS E LIBERDADE DE EXPRESSÃO (ART. 5º, IX, CF). DIREITO À IGUALDADE (ART. 5º,
CAPUT, CF). DEVER ESTATAL NA PROMOÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMBATE À
DESIGUALDADE E À DISCRIMINAÇÃO DE MINORIAS. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E
MATERIAL RECONHECIDAS. PROCEDÊNCIA. 1. Compete privativamente à União legislar sobre
diretrizes e bases da educação nacional (CF, art. 22, XXIV), de modo que os Municípios não
têm competência legislativa para a edição de normas que tratem de currículos, conteúdos
programáticos, metodologia de ensino ou modo de exercício da atividade docente. A eventual
necessidade de suplementação da legislação federal, com vistas a` regulamentação de
interesse local (art. 30, I e II, CF), não justifica a proibição de conteúdo pedagógico, não
correspondente às diretrizes fixadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei
9.394/1996). Inconstitucionalidade formal. 2. O exercício da jurisdição constitucional baseia-
se na necessidade de respeito absoluto à Constituição Federal, havendo, na evolução das
Democracias modernas, a imprescindível necessidade de proteger a efetividade dos direitos
e garantias fundamentais, em especial das minorias. 3. Regentes da ministração do ensino no
País, os princípios atinentes à liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber (art. 206, II, CF) e ao pluralismo de ideias e de concepções
pedagógicas (art. 206, III, CF), amplamente reconduzíveis à proibição da censura em
atividades culturais em geral e, consequentemente, à liberdade de expressão (art. 5º, IX, CF),
não se direcionam apenas a proteger as opiniões supostamente verdadeiras, admiráveis ou
convencionais, mas também aquelas eventualmente não compartilhada pelas maiorias. 4. Ao
aderir à imposição do silêncio, da censura e, de modo mais abrangente, do obscurantismo
como estratégias discursivas dominantes, de modo a enfraquecer ainda mais a fronteira entre
heteronormatividade e homofobia, a Lei municipal impugnada contrariou um dos objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil, relacionado à promoção do bem de todos
(art. 3º, IV, CF), e, por consequência, o princípio segundo o qual todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza (art. 5º, caput, CF). 5. A Lei 1.516/2015 do Município de
Novo Gama – GO, ao proibir a divulgação de material com referência a ideologia de gênero
nas escolas municipais, não cumpre com o dever estatal de promover políticas de inclusão e
de igualdade, contribuindo para a manutenção da discriminação com base na orientação
sexual e identidade de gênero. Inconstitucionalidade material reconhecida. 6. Arguição de
descumprimento de preceito fundamental julgada procedente. (ADPF 457, Relator(a):
ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 27/04/2020, PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-137 DIVULG 02-06-2020 PUBLIC 03-06- 2020)

LIBERDADE DE EXPRESSÃO = todos têm direito à livre expressão do pensamento,


vedado o anonimato (NÃO CONFUNDIR: a Constituição admite que seja resguardado o sigilo da
fonte, quando necessário ao exercício profissional- art. 5º, XIV). Ademais, no Brasil, não se
admite que tal liberdade (por não ser absoluta) seja utilizada para lesar a honra de outrem, a
privacidade, intimidade. Também não se admite a liberdade de expressão para incitação à
violência e racismo.
No tema, importante destacar que, conforme o STF, a liberdade de expressão é um
princípio com preponderância inicial sobre os demais, uma primazia “prima facie”, sendo
preferível o controle “a posteriori” (ex: por meio de ação de indenização e de direito de resposta)
e excepcionalíssimas as hipóteses em que o Estado pode intervir no conteúdo da manifestação
do pensamento. Admite-se, inclusive, reclamação constitucional ao STF contra decisão que
determina retirada de matéria jornalística do ar (Rcl 2238/RJ).
Exemplo emblemático: Reclamação 38782, apresentada pela Netflix, contra a
determinação judicial de suspensão do humorístico de natal do programa “Porta dos Fundos”.
Foi decidido em prol da liberdade de expressão, utilizando, dentre outras balizas, os parâmetros
da voluntariedade da exposição ao conteúdo (por ser a Netflix um serviço de streaming), da
vedação que o Poder Público favoreça ou hierarquize determinados grupos e do direito à
plurarilidade de convicções e visões de mundo.
O Ministro Barroso cita 5 motivos principais pelos quais a liberdade de expressão tem
um lugar privilegiado no ordenamento:
i) assegura o livre fluxo de informações para a formação do debate público democrático;
ii) relaciona-se à dignidade da pessoa humana, ao permitir que os indivíduos expressem suas
ideias e visões de mundo de forma desinibida; iii) está ligada à busca da verdade histórica; iv)
função instrumental para o gozo informado de outros direitos fundamentais, como direitos
políticos; v) preservação da cultura e da história da social, formando o patrimônio cultural da
nação.
Ainda segundo o Ministro, é certo que a liberdade de expressão não existe para proteger
apenas aquilo que é humanista, de bom gosto ou inspirado (Min. Luis Roberto Barroso) (STF, Inq
3590/DF).
Segundo assentado, há uma relação de mútua causalidade entre liberdade de imprensa
de expressão e democracia, sendo verdadeiras “irmãs siamesas”.
Diversos contornos sobre a liberdade de expressão foram estabelecidos na ADPF 130,
que decretou a inconstitucionalidade em bloco da Lei de Imprensa e cuja leitura é recomendada.

OBSERVAÇÃO: Diferentemente do que ocorre nos EUA, no Brasil não se admite o chamado
“discurso do ódio” (hate speech), de maneira que há uma avaliação do conteúdo da
expressão.

Liberdade de expressão e fake news:


Tema polêmico e na “ordem do dia” das democracias ocidentais. Como visto, a liberdade
de expressão compreende o direito de informar, buscar informação, ter uma opinião e
manifestar a opinião.
Um dos problemas contemporâneos relacionados à liberdade de expressão são as
chamadas fake news, disseminadas principalmente pelas redes sociais e muitas vezes associadas
ao uso de tecnologia (algoritmos) financiada para espalhar rapidamente determinado tipo de
informação.
No ponto, o Ministro Barroso esclarece que é preciso diferenciar as fake news, que são
notícias deliberadamente falsas e fraudulentas, das “verdades possíveis”, que são as diferentes
acepções jornalísticas e de opinião sobre o mesmo fato. Segundo o Ministro, enquanto aquelas
provocam desinformação, atrapalhando o exercício da função instrumental da liberdade de
expressão (que, dentre outros, objetiva garantir o exercício consciente dos direitos políticos),
estas contribuem para o pluralismo e para o debate público racional.
Não há, atualmente, uma legislação penal tipificando especificamente a prática de fake
news (há projeto nesse sentido tramitando na Câmara dos Deputados).
No entanto, é bastante comum que a prática culmine em tipos penais já existentes,
como ameaça, calúnia, calúnia para fins eleitorais, injúria e difamação. OBS: como base em
legislação eleitoral, civil e penal já existente, o TSE regulamentou punições contra a a divulgação
de fatos sabidamente inverídicos na propaganda eleitoral (Resolução 23.610/2.019) Há uma
grande tensão constitucional-democrática envolvendo o tema, pois, se de um lado entende-se
majoritariamente que a liberdade de expressão não pode ser exercida de maneira abusiva e não
abarca a disseminação de notícias propositalmente falsas, de outro, há uma preocupação com
o excesso de dirigismo estatal no controle do conteúdo das ideias e suas manifestações.
Também se entende majoritamente que o combate às fake news depende mais das
plataformas digitais e dos processos educacionais e apenas subsidiariamente do Judiciário, cujos
ritos não acompanham a velocidade da disseminação de notícias.
Sobre o tema, o STF entendeu que: “É constitucional a Portaria GP 69/2019, por meio
da qual o Presidente do STF determinou a instauração do Inquérito 4781, com o intuito de
apurar a existência de notícias fraudulentas (fake news), denunciações caluniosas, ameaças e
atos que podem configurar crimes contra a honra e atingir a honorabilidade e a segurança do
STF, de seus membros e familiares” (ADPF 572 MC/DF, Rel. Min. Edson Fachin)

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