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Conceitos
Processo de Fermentação
TIPOS DE SILOS
a) Silos cilíndricos
Os silos cilíndricos são pouco utilizados pelo fato de seu manejo ser mais dificultado em
relação à outros silos. Nesses tipos de silos a o carregamento da silagem se torna muito difícil
em função da altura da estrutura e, consequentemente, a compactação também se torna
bastante onerosa por ser feita de forma manual ou tração animal. Como vantagens esses silos
têm menores perdas de silagem, pois praticamente não há entrada de ar na estrutura e também
o seu fechamento é bem mais rápido e fácil em relação aos demais tipos de silos. Os silos
cilíndricos são classificados em:
Aéreo: estrutura cilíndrica feita de alvenaria
Cisterna ou subterrâneo: estrutura feita abaixo do nível do solo. O mais trabalhoso nesse
silo é a retirada da silagem.
Encosta: silo cilíndrico construído paralelo a uma encosta ou barranco
Meia encosta: silo construído paralelo à uma meia encosta ou barranco.
Cisterna
b) Silo trincheira
O silo tipo trincheira é caracterizado por uma vala feita no chão, preferencialmente em
lugar alto e contra um barranco, na qual deposita a silagem, compactada com um trator e
posteriormente fechada a sua frente com tábuas e com lona plástica recoberta por terra, areia
ou pneus. Para reduzir custos de construção, pode ser utilizado sem revestimento de alvenaria,
porém há deterioração rápida das paredes laterais, mesmo que se utilize lonas plásticas nas
laterais e no fundo do silo.
As paredes laterais devem ser inclinadas (25%), como também deve haver uma
inclinação das laterais para o meio do silo e do fundo para boca do silo. Esse procedimento
facilita o escoamento de um possível efluente. Quando revestidos com alvenaria ou tijolos em
espelho, reduzem acentuadamente as perdas. Deve haver atenção com relação a profundidade
do lençol freático. O formato do silo permite excelente compactação, possibilitando atingir
valores médios de 500 a 660 kg de matéria verde por metro cúbico, dependendo da umidade
do material, do tamanho das partículas e da forma e frequência de compactação.
O silo trincheira tem forma trapezoidal, correspondendo a base menor (b) ao fundo do
silo. Para cada metro de altura do silo, a base maior (B), ou seja, a largura do topo deve ter, no
mínimo, 0,5m a mais do que a largura do fundo, para que a inclinação da parede lateral seja de
pelo menos 25%. A altura (h) ou profundidade do silo pode variar de acordo com as condições
do terreno e poderá ser de, no mínimo, 1,5 até 3,0m.
B
h
b
c) Silo de superfície
Consiste na armazenagem da silagem diretamente na superfície plana do solo, sem o
uso de paredes laterais, mas recoberto com lona plástica e terra. É recomendável a escolha de
áreas com pequena declividade para escoamento do efluente, caso este não infiltre no solo.
Deve-se optar por solos com boa drenagem e locais mais altos, sem risco de encharcamento.
O silo de superfície é a opção mais barata de silo, porém não permite boa compactação
do material pela ausência de paredes laterais, o que aumenta as perdas. A utilização de
forragens com maior umidade (aproximadamente 25%) e bem picadas permite uma
fermentação com características aceitáveis.
A ensilagem de material com altos teores de matéria seca e mal picado pode levar a
perda total da silagem. Esse silo é uma excelente opção para armazenamento de excessos
esporádicos de forragens e como passo inicial num processo de modernização da propriedade.
Quanto maior for a altura e largura do silo, maior a possibilidade de compactação, o que reduz
percentualmente as perdas laterais e melhora a fermentação geral no silo. Apesar dessa
recomendação ser tecnicamente possível, é difícil de ser executada na pratica. O comprimento
é variável, dependendo da área utilizada e quantidade de forragem. A vedação com lona,
acrescido de terra ou areia ou pneus por cima é de fundamental importância para melhora do
processo fermentativo e redução de perdas. Lona
Pneus
Silagem
FORRAGEIRAS INDICADAS
Milho
Das espécies forrageiras mais utilizadas na produção de silagens, tem-se recomendado
em primeiro lugar o milho, em função do seu alto conteúdo de energia, facilidade de
mecanização na ensilagem e alta produção de matéria verde/ha (20-30 ton/ha).
O ponto de colheita é em função do teor de MS da planta, sendo considerado ideal
quando as plantas apresentam teor de matéria seca (MS) entre 30 a 35%, pois nesse ponto a
planta apresenta maior relação entre alto rendimento de matéria seca, alto teor de amido e
baixo teor de fibra, o que confere melhor perfil de fermentação na massa ensilada e maior
consumo voluntário pelos animais.
De forma geral, o ponto ideal de corte se dá quando os grãos de milho atingem o estádio
de farináceo-duro, momento em que a planta acumula a maior quantidade de matéria seca (MS)
de melhor qualidade nutricional, podendo variar seus teores de MS entre 32 a 38%.
Neste estádio da lavoura, com 50% da linha de leite, colhe-se 95% dos grãos e 100% da
forragem que o milho pode produzir. Verifica-se que quanto mais cedo se colhe o milho para
silagem, menor é a participação de espigas e, por consequência menos grãos, o que produzira
uma silagem com teor de energia e qualidade abaixo da capacidade real da lavoura,
simplesmente por uma decisão errada do momento de cortar a lavoura.
Silagem de milho
Fontes: INTERNET
Sorgo
Para terrenos férteis e solos bem preparados a melhor opção é o milho, se o solo for
pobre e se dispõe de poucas tecnologias, o sorgo pode ser substituído pelo milho.
O sorgo é a segunda opção dos produtores, pois possui boas características para boa
fermentação e conta com um valor nutritivo bom, assim como o milho. A colheita do sorgo é
semelhante a do milho, seus grãos deverão estar avermelhados, em ponto pastoso, de 28 a 30%
de matéria seca, a produção varia de cerca de 20 – 40 toneladas de massa verde por hectare.
Colheita anterior ao estádio pastoso implica perda de produção de matéria seca total e
grande lixiviação de nutrientes no silo. Cortes tardios implicam em maior risco de acamamento
das plantas, maior ataque de pássaros, perda de grãos, redução na rebrota, maior incidência de
doenças foliares, aumento da percentagem de folhas secas na forragem, diminuição do teor de
proteína bruta. Para se definir o ponto de colheita, deve-se analisar ao acaso várias plantas em
pontos diferentes da lavoura, observando-se a maturação dos grãos no meio da panícula, pois
esta inicia a maturação de cima para baixo.
Silagem de sorgo
Fontes: INTERNET
Capim Napier
Outra forrageira bastante utilizada é o capim elefante Napier, pois tem alta
produtividade por hectare, podendo ser colhido em apenas 60 dias. Esta gramínea vem se
destacando para ensilagem face sua produtividade, elevado número de variedades, grande
adaptabilidade, facilidade de cultivo, boa aceitabilidade pelos animais e bom valor nutritivo,
quando nova.
A melhor opção para a utilização do capim elefante na forma de forragem conservada
está no corte mais novo (40 a 50 dias ou 1,2 a 1,5 m de altura) e na sua desidratação até atingir
teores de matéria seca entre 43 a 50% (deixar ao sol por 2 – 3 horas após o corte). Uma limitação,
seria a disponibilidade de máquinas, por exigir uma extra, que é recolher e repicar o material no
campo após atingir a matéria seca necessária para seu armazenamento.
No caso de ensilar o capim elefante que tem baixo teor de carboidratos, fubá de milho,
farelo de trigo, farelo de arroz, melaço, cana-de-açúcar, inoculantes bacterianos, também
podem ser utilizados como garantia de boa fermentação. O aditivo bacteriano é o aditivo mais
utilizado no Brasil pela sua capacidade de fermentação mais eficiente das forrageiras de
conservar o material, mas podem aumentar consideravelmente o custo da silagem.
Silagem de Napier
Fontes: INTERNET
Os aditivos que mais se destacam são aqueles que promovem redução da umidade da
massa ensilada (polpa cítrica peletizada, farelo de trigo, fubá de milho) e também os aditivos
bacterianos, que possuem em sua formulação bactérias que promovem melhor qualidade e
rapidez no processo fermentativo. Inoculantes de boa qualidade tem em sua composição
enzimas que irão disponibilizar os açucares da planta para as bactérias, e altas concentrações de
bactérias produtoras de ácido lático, consequentemente, todo processo de fermentação ocorre
mais rapidamente, diminuindo as perdas que ocorrem num processo normal. A diferença é tão
grande que, é possível abrir um silo normal para consumo depois de decorridos 25-30 dias no
mínimo, enquanto uma silagem inoculada corretamente pode ser aberta após 7 dias de
ensilagem.
Vale ressaltar também, que o uso de inoculantes específicos para cada tipo de material
é necessário, pois cada material possui um tempo mínimo de abertura do silo, já que algumas
forragens tem alto teor de umidade, e outras possuem a tendência de produzirem mais ácidos
indesejáveis ou mesmo produção de etanol (álcool).
Contudo, a utilização de inoculantes em silagens deve ser utilizada como uma
ferramenta complementar, e não corretiva, de forma a priorizar o manejo adequado da
ensilagem na colheita, compactação, armazenamento e vedação. Também é importante
relacionar o custo/beneficio, pois se utilizado corretamente pode aumentar a taxa de
recuperação em até 5%, ou seja, de cada tonelada ensilada, a recuperação é de até 50 kg a mais
com o uso do inoculante.
AVALIAÇÃO DA SILAGEM
Aproximadamente 30 dias após o fechamento do silo, pode-se abrir o silo para avaliação
da silagem e começar o fornecimento aos animais. Ao abrir o silo a silagem deve apresentar
coloração clara, verde amarelada ou verde oliva e ter cheiro agradável. Silagem de má qualidade
ou estragada será prejudicial aos animais, portanto não deve ser fornecida.
Se a silagem apresentar coloração escura é indicio que houve fermentação butírica. A
presença de ácido butírico na massa ensilada é sempre acompanhada de mudanças na
qualidade do produto. Estas alterações são devidas ao odor desagradável e penetrante, às vezes
de material em putrefação. Em realidade, o efeito mais prejudicial das bactérias produtoras de
ácido butírico é o desdobramento de proteínas.
RETIRADA DA SILAGEM