Você está na página 1de 17

Fármacos

Anti-inflamatórios

Prof. Ricardo Hakime


LESÃO TECIDUAL
MEDIADORES VASOATIVOS • Traumatismo
FATORES QUIMIOTÁTICOS
• Histamina • Isquemia
• C5a
• Neoplasia
• Serotonina • Leucotrienos (LTB4)
• Agentes infecciosos (bactéria, fungos,
• Bradicinina • Peptídeos
parasitas)
• Anafilatoxinas • Quimiocinas
• Partículas estranhas (asbesto)
• Leucotrienos/Prostaglandinas
• Fator ativador de plaquetas
• Óxido nítrico
Recrutamento e estimulação das
células inflamatórias
Produção de
mediadores
• vasodilatação inflamatórios
• ↑ Permeabilidade vascular

INFLAMAÇÃO AGUDA INFLAMAÇÃO CRÔNICA

• Neutrófilos • Macrófagos
EDEMA • Linfócitos
• Mastócitos
• Plasmócitos
Metabólitos do Ácido Araquidônico

A enzima fosfolipase A2 (PLA2) é


ativada por diversos estímulos como:
químicos, inflamatórios, traumáticos e
mitogênicos, que também ativam citocinas
pró-inflamatórias como IL-1

Diante de um trauma tissular, as células


liberam a citocina denominada fator de
necrose tumoral (TNFα) que induz a
liberação de outras citocinas, como as
interleucinas (IL1 e a IL8).

A IL1 promove a ativação da enzima


cicLoxigenase (Cox-2) responsável pela
produção de prostaglandinas e
tromboxanos e a IL8 atua na liberação
local de aminas. Cox-1 (constitutiva)
A lipoxigenasse (Lox) produz os Cox-2 (indutiva)
leucotrienos, com propriedade
quimiotática e vasoativa.

Mecanismo de ação das principais enzimas envolvidas na síntese de lipídeos pró-inflamatórios (HILARIO et al, 2006).
Metabólitos do Ácido Araquidônico
Tromboxanas A2 Prostaglandinas D2 Prostaglandinas E2
Vasoconstritor arterial Cérebro Motilidade e no peristaltismo
Plaquetas (ativação) Broncoconstrição Produção muco TGI
↓ H+ gástrico ↓ H+ gástrico
Dor e Febre
Plaquetas (inibição)
↑ Fluxo sanguíneo renal = ↑ diurese
Prostaglandinas F2 Prostaglandinas I2
Vasodilatador periférico
Contração uterina
Antiagregante plaquetário Prostaglandinas G2
Broncoconstrição
Broncodilatação
DOR Rins (↓ reabsorção Na)
Dor
Motilidade e no peristaltismo Anti-inflamatório
↓ H+ gástrico
↓ H+ gástrico
Discussão
de casos
clínicos
Mulher (GA) de 30 anos, moradora de Polis, altura 1,60m e peso 49 Kg, e trata uma artrite reumatoide
com Ibuprofeno. GA comparece à emergência do hospital de Polis, com uma dor de estômago muito
intensa, perda do apetite e náusea há alguns dias e diz que observou que há 3 dias suas fezes estão
escuras e muito fétidas. Refere estar sem realizar nenhum acompanhamento médico há algum tempo,
pois mora numa área rural, longe do posto de saúde. Relata também que anda muito nervosa, se
alimenta mal e todos os dias tem dores de cabeça intensas. GA relata que há 7 dias está tomando 2
comprimidos de AAS ao dia, para aliviar a cefaleia. Após passar pela triagem, foi encaminhada para a
clínica médica.

Com base no caso relatado, responda:

A) Cite quais os tipos de anti-inflamatórios envolvidos nesse caso clínico. Quais os efeitos
terapêuticos desse grupo de anti-inflamatórios?

B) Levando em consideração o contexto apresentado, e os grupos farmacológicos envolvidos nesse


caso, o que pode estar causando a dor epigástrica e as fezes escuras em G.A.?
Mulher, CRS, 30 anos, comparece à emergência da maternidade de Polis, com hemorragia. A
paciente refere estar grávida à 3 meses, e sem realizar nenhum acompanhamento pré-natal, pois
mora numa área rural, longe do posto de saúde, e está com problemas financeiros. Relata
também que faz uso de misoprostol para o tratamento de gastrite., principalmente quando, devido
as crises de artrite reumatoide, faz uso de Ibuprofeno.

Baseado no caso clínico, seria possível haver algum efeito adverso na farmacoterapia usada pela
paciente? Justifique sua resposta.

https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/q/?nomeProduto=PROSTOKOS
Estando você, acompanhando a consulta de um determinado paciente, observa que o Médico
preceptor prescreveu para o tratamento de alergia intensa os fármacos prednisona (AIEs) e
desloratadina (Anti-histamínico).

Baseado em seus conhecimentos, qual a razão da prescrição de dois fármacos para o


tratamento da paciente? Justifique sua resposta.
Esteroidais (glicocorticoides) “AIEs”

Fármacos
Anti-inflamatórios
Não Esteroidais “AINEs”
Fármacos Anti-inflamatórios
Não Esteriodais - AINEs

Os AINEs reduz a produção de radicais superóxido, induz apoptose, inibe a expressão de moléculas de
adesão, diminui a síntese de óxido nítrico, diminui citocinas pró-inflamatórias (por exemplo, TNF-a, IL-1),
modifica a atividade dos linfócitos e altera as funções de células de membrana.

https://www.arjour.com/non-steroidal-anti-inflammatory-drugs-review/
cetoprofeno naproxeno

As principais classes de FAINE:

Salicilatos (Aspirina, salicilato de metila e Diflunisal).


diclofenaco
Ácidos Propiônicos (Ibuprofeno, cetoprofeno e Naproxeno).
Ácidos Acéticos (Indometacina e Sulindaco). Paracetamol
(acetominofeno)
Cetorolaco
indometacina
Fenamatos (Ácido Mefenâmico). Ácido
Mefenâmico
Pirazolonas (Dipirona, ou metamizol e Fenilbutazona).
Clonixinato

Para-aminofenol (Paracetamol).
Clonixinato
Oxicans* (Piroxican). Cetorolaco
nimesulida Piroxican
Nimesulida*
Heteroarilacético* (Diclofenaco).
Coxibs** (celeCoxib)

* Seletivo para Cox 2 de 1ª geração.


** Seletivo para Cox 2 de 2ª geração.
https://www.researchgate.net/figure/Chemical-structures-of-Coxibs_fig1_7357833
Fármacos Anti-inflamatórios Não Esteroidais - AINEs
Grupo Seletividade Ação Ação
Exemplo Analgesia
Farmacológico à Cox anti-inflamatória Antipirética
Salicilatos AAS +++ +++ +++
Antranílicos Ác. mefenâmico ++ ++ +
Indólicos Indometacina +++ +++++ +++
Fenilacéticos Diclofenaco Cox1 +++ +++ +++
e
Propiônicos Ibuprofeno Cox 2 +++ +++ +++
Pirazolônicos Dipirona ++++ + ++++
p-aminofenólicos Paracetamol ++++ - +++
Oxicans Piroxican +++ +++ +

Coxibs CeleCoxib Cox2 + ++++ -


Efeitos adversos dos fármacos anti-inflamatórios não esteroidais
Sistema Órgão Efeito adverso

Dispepsia
Esofagite

Gastrointestinal Úlceras gastroduodenais


Complicações da úlcera (sangramento, obstrução da perfuração)
Erosões e estenoses do intestino delgado
Colite

Retenção de sódio
Ganho de peso e edema
Hipertensão

Renal Acidose tubular renal e hipercalemia


Insuficiência renal aguda
Necrose papilar
Nefrite intersticial aguda
Doença renal crônica acelerada
Compostos
Esteroidais v

v
Suprarrenais

Häggström, Mikael; Richfield, David (2014). "Diagram of the pathways of human steroidogenesis". WikiJournal of Medicine. 1 (1). doi:10.15347/wjm/2014.005
Corticosteroides

dexametasona

LONGUI, C.A. Corticoterapia: minimizando efeitos colaterais. Jornal de Pediatria - Vol. 83, Nº 5(Supl), 2007.
https://aplicacoes.einstein.br/manualfarmaceutico/Paginas/Termos.aspx?filtro=Tabelas&itemID=84
Mineralocorticoide 1ª G: Nimesulida, Piroxicam
injúria Seletivos 2ª G: Coxibs (CeleCoxib)
Cox2
Fosfolipídeos
AAS
Dipirona
AIE
repressão
Fosfolipase A2
Não Paracetamol
Ibuprofeno
seletivos Diclofenaco
Ácido Araquidônico Cetorolaco
Glicocorticoide Clonixinato
• Anti-inflamatória
• Imunossupressora Cox-1 (constitutiva)
• Anabolizante Lipoxigenase CicLoxigenase Cox-2 (indutiva)
(gliconeogênese) Cox-2 se encontra expressa
primariamente em macrófagos, células
endoteliais, fibroblastos e células da
musculatura lisa. Cox-2 é fortemente
Meclofenamato de sódio* induzida por induzida por citocinas
Zileuton* Tramboxanos Prostaglandinas pró-inflamatórias, endotoxinas,
mitógenos, promotores de tumor e
ainda PGE2 e fator ativador de
Montelucaste** Leucotrienos (LTB4) plaquetas (PAF)
Zafirlucaste Lipoxinas
Pranlucaste
(quimiotaxia) Ação Fisiológica Ação inflamatória (PGE2, PGF2 e PGI2)
• Vasodilatação (edema)
* Inibidor seletivo da 5-lipo-oxigenasse (5-Lox) • Muco do TGI
• Dor (algênico)
• Diurese renal
** Inibidor do receptor de leucotrienos (Cys-LT1), diminuindo a • Febre (pirogênios)
• ↓ HCl
resposta alérgica, sendo usado no tratamento da rinite alérgica e asma.
Licofelone: inibidor de Cox e Lox
BIBLIOGRAFIA
Brunton, L.L; Chabner BA; Knollmann BC. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12ª edição.
Rio de Janeiro, McGraw-Hill, 2012, 2112 p.
Rang, H. P.; Ritter, J. M.; Flower, R. J.; Henderson G. Rang & Dale. Farmacologia. 8ª edição. Rio de Janeiro, Elsevier,
2016. 760 p.
Silva, P. Farmacologia. 8ª edição. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2010. 1352 p.
Katzung, B.G.; Masters SB; Trevor AJ. Farmacologia Básica e Clínica. 12ª edição. Rio de Janeiro. McGraw-Hill, 2014.
1228 p.
Alberts, B; Johnson, A; Lewis, J; Raff, M.; Roberts, K; Walter, P. Biologia Molecular da Célula. 5ª edição. Porto Alegre,
Artmed, 2010. 1396 p.

HIPERGLICEMIA INDUZIDA POR CORTICOSTERÓIDE. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/academica/article/view/73670

Oliveira, M.M. O uso crônico de anti-inflamatórios não esteroidais e seus efeitos adversos. Revista Caderno de Medicina. V.2, N°
2, p. 90 – 100, 2019. Disponível em: <encurtador.com.br/bzBI4>

Mendes, R. T; et al. Inibição seletiva da ciclo-oxigenase-2: riscos e benefícios. Rev. Bras. Reumatol. [online]. 2012, vol.52, n.5,
pp.774-782. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbr/a/JJPmzqRJ3ykRpfFChScNrTP/?format=pdf&lang=pt

Batlouni, M. Anti-inflamatórios não esteroides: Efeitos cardiovasculares, cérebro-vasculares e renais. Arq. Bras. Cardiol., São
Paulo, v. 94, n. 4, p. 556-563, 2010 . Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/tF6ntrTM9pyt8r9Tmvtgfmc/?format=pdf&lang=pt

Você também pode gostar