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Prof. Me.

Lucas de Melo Andrade


Elementos basilares da Revolução
Industrial
1) A Revolução Industrial traz transformações à forma
de organização do trabalho;
2) A Revolução Industrial acontece primeiramente na
Inglaterra, na segunda metade do século XVIII –
PIONEIRISMO INGLÊS;
3) A Revolução Industrial traz transformações ao
contexto social inglês;
4) A classe operária reage às formas de produção do
sistema fabril.
A Revolução Industrial traz
transformações à forma de
organização do trabalho
O trabalho antes da Revolução
 Baixa Idade Média: no contexto de renascimento
comercial e urbano na Europa (Crise do Feudalismo –
XI - XV), a produção de objetos era manufatureira
e realizada, principalmente, pelas corporações de
ofício. Nelas, o artesão tem controle sobre a
produção, já que sabe fazer o produto inteiro.

Corporações de ofício: Associações de artesãos


que tinham como objetivo monopolizar a
produção de certo produto na cidade (slide a
seguir esquematiza UMA corporação de ofício)
UM MESTRE: proprietário da oficina, das
ferramentas, da matéria prima e do lucro
OFICINA/
OFICINA/ JORNALEIROS: artesãos que recebiam
TENDA
TENDA pagamento por dia trabalhado
APRENDIZES: aprendem o ofício.

UM MESTRE: proprietário da oficina, das


ferramentas, da matéria prima e do lucro
OFICINA/ JORNALEIROS: artesãos que recebiam
TENDA pagamento por dia trabalhado
APRENDIZES: aprendem o ofício.
Enfileiradas em uma mesma rua da cidade > isso permitia que artesãos se auto-
vigiassem, inibindo falsificação de peças e acúmulo de oficinas por um mesmo mestre.
Tal inibição indica, de certo modo, que a “competição” entre mestres é impedida.

COLEGIADO Tomar decisões a respeito de: regulamento da corporação,


(Composto padronização da matéria-prima, preço, salário e jornada de
APENAS pelos trabalho de jornaleiros e aprendizes, quantidade e qualidade
MESTRES) de produtos. O colegiado também fiscalizava aplicação das
regras da corporação e punia aqueles que as descumprissem.
 Idade Moderna (a partir do século XV): atividades comerciais
europeias crescem, mas as corporações de ofício não conseguem mais
suprir a demanda. Em resposta, destaca-se a figura do EMPRESÁRIO

EMPRESÁRIO Com o tempo:


Artesão: Artesãos ficam
- Trabalha em dependentes do
casa com empresário +
auxílio cresce a demanda =
familiar; empresários
Desenvolve o - Atende uma
“sistema de passam a agrupar
encomenda artesãos em suas
produção de feita pelo
manufaturas fábricas/oficinas
empresário;
doméstico” - É pago pelo Mas é apenas na segunda metade do
empresário; século XVIII que essas fábricas
- Empresário passam, na Inglaterra, a
lhe fornece distinguirem-se tecnologicamente
matéria prima. das corporações de ofício >
SISTEMA FABRIL
 Principais inovações tecnológicas que,
desenvolvidas na segunda metade do século XVIII e
introduzidas na Inglaterra nesse mesmo período,
possibilitaram o surgimentos das grandes fábricas
características ao SISTEMA FABRIL:
- Máquina de fiar;
- Máquina a vapor;
- Tear mecânico.
 Máquina de fiar
- Construída por James
Hargreaves em 1767;
- Aumentou a produção de fios
de algodão;
- Enquanto a antiga roda de fiar
produzia um único fio por
vez, a spinning jenny, como
era chamada, podia produzir
até 80 fios simultaneamente;
- No início, era movida
manualmente, mas com o A gravura acima, produzida por T.E.
tempo passou a ser movida Nicholson no início do século XIX,
pela água e, posteriormente, representa a spinning jeny.

pelo vapor;
 Aperfeiçoamento da
máquina a vapor:
- Realizado pelo engenheiro
escocês James Watt, em 1769;
- Diminuição na perda de calor
da máquina – perda comum
no antigo modelo de Thomas
Newcomen –, possibilitando
grande economia de
combustível e permitindo o
seu uso em diversas
atividades (minas de carvão e
cobre, fundições, usinas de
beneficiamento de algodão, Acima, gravura do século XVIII
cervejarias e, principalmente, que representa uma máquina a
nas indústrias têxteis). vapor.
 Tear mecânico:
- Inventado por
Edmund
Cartwright, em
1785;
- Movido com motor
a vapor
desenvolvido por
James Watt,
impulsionou a A gravura acima, produzida no final do século
indústria têxtil na XIX, representa um galpão de uma indústria
têxtil, onde um grande número de teares
Inglaterra. mecânicos funcionam movidospor máquinas a
vapor.
 Portanto, o trabalho no sistema fabril assim se
configura:
Trabalhador como empregado (recebe um salário,
isto é, vende sua mão de obra por um determinado
período de tempo) de um empresário (dono de
meios de produção – matéria prima e maquinário
tecnológico) que procura lucro em um ambiente
empresarial competitivo. A utilização de máquinas
na produção pode ser chamada de maquinofatura.
O trabalhador não tem controle sobre a produção,
já que sabe fazer apenas uma “parte” do produto.
Resolva em seu caderno 1
1) Durante a Baixa Idade Média, como se caracterizava a produção de
objetos? Por que é possível dizer que, neste contexto, o artesão tinha certo
“controle” sobre a produção?
2) Qual era o principal objetivo das corporações de ofício?
3) Caracterize uma corporação de ofício. Para tanto, indique:
a) O modo como suas oficinas estavam dispostas;
b) As pessoas que atuavam em cada oficina, bem como as funções exercidas
por essas pessoas.
c) As funções e os participantes do colegiado.
4) Qual figura comercial se destacou a partir do século XV, com o início da
Idade Moderna? Qual foi o principal motivo que fez tal figura se destacar?
5) No contexto da Idade Moderna, caracterize o “sistema de produção de
manufaturas doméstico” estabelecido pelo empresário.
6) Por que, no contexto da Idade Moderna, os empresários passaram a
agrupar artesãos em fábricas/oficinas?
7) O que fez as fábricas, a partir da segunda metade do século XVIII na
Inglaterra, passarem a de fato se distinguir das corporações de ofício dando
origem ao sistema fabril?
8) Quais foram as principais inovações tecnológicas que, desenvolvidas na
segunda metade do século XVIII e introduzidas na Inglaterra nesse mesmo
período, possibilitaram o surgimentos das grandes fábricas do sistema fabril?
9) Como o trabalho se configura no sistema fabril?
A Revolução Industrial acontece
primeiramente na Inglaterra, na
segunda metade do século XVIII –
PIONEIRISMO INGLÊS
 São quatro aspectos que levam a Inglaterra a ser
pioneira na Revolução Industrial, sendo eles:
- Acúmulo de capitais;
- A posse de reservas de matérias-primas;
- A grande quantidade de mão-de-obra;
- A abundância de recursos naturais, como o ferro e o
carvão.
 Acúmulo de capitais:
- Entre os séculos XVI e XVIII > alguns membros da
burguesia conseguiram acumular dinheiro por meio,
principalmente, de:
a) Exploração colonial da América e África;
b) Relações comerciais com outros Estados europeus.
c) Governo inglês, no século XVIII, aprovou leis em benefício
da burguesia, tal como a aquela que diminuiu juros sobre
empréstimos bancários.
Todo esse quadro leva a investimentos em fábricas em
várias cidades inglesas
 A posse de reservas de matérias-primas:
- Desde a Idade Média, existia, na Inglaterra, as terras comunais
(terras de uso comum que, localizadas em campo aberto,
colocavam-se como fonte importante de sustento às famílias
camponesas, que delas retiravam matérias primas e faziam de
pastagem para conseguirem se manter);
- Desde o século XVI, no entanto, havia uma burguesia que passou
a “cercar” essas terras, tomando-lhe o direito de uso >
“cercamento das terras comunais”;
- Até a segunda metade do século XVIII, existiam leis inglesas que
proibiam o cercamento de terras comuns, mas em 1760 o governo
inglês aprova a “Lei do Cercamento”, autorizando a prática e
intensificando sua presença na Inglaterra > intensificação de um
processo de concentração das propriedades rurais nas mãos de
aristocratas e ricos comerciantes.
- A maior parte dessas terras será destinada à criação de ovinos
para a produção de lã.
 A grande quantidade de mão-de-obra:
- Devido aos cercamentos, milhares de famílias foram
obrigadas a deixarem o campo, dirigindo-se às cidades
a procura de emprego;
- Como havia muitas pessoas, parte delas ficou
desemprega e parte delas se submeteu a baixos salários
no sistema fabril.
 Abundância de recursos naturais, como o ferro e o
carvão:
- Em território inglês, havia grande quantidade de ferro
e carvão;
- O ferro foi essencial para o desenvolvimento da
indústria pesada (produção de ferrovias, locomotivas,
peças e máquinas em geral);
- O carvão tornou-se a mais importante fonte de
energia, alimentando as máquinas a vapor.
Resolva em seu caderno 2
1) Liste os quatro aspectos que fizeram da Inglaterra
pioneira na Revolução Industrial.
2) Como, entre os séculos XVI e XVIII, alguns membros da
burguesia inglesa conseguiram acumular dinheiro?
3) O que eram as terras comunais inglesas?
4) A partir do século XVI, o que certa burguesia passou a
fazer com as terras comunais inglesas?
5) Quais foram as mudanças trazidas pela Lei do
Cercamento?
6) A que se destinou a maior parte das terras que passaram
pelo “cercamento” na Inglaterra?
A Revolução Industrial traz
transformações ao contexto social
inglês
Neste contexto industrial inglês,
acontecem transformações:

1) Fortalecimento do capitalismo;
2) Transformações sociais.
OBSERVAÇÃO: ambos os aspectos relacionam-se
entre si.
1) Fortalecimento do capitalismo, que se expande da
Inglaterra para outros países portando as seguintes
características:
- Propriedade privada dos meios de produção;
- Existência de mercado consumidor para mercadorias
ofertadas pela indústria e agricultura;
- Presença de um grande número de pessoas que
vendem força de trabalho para sobreviverem;
- Universo cultural orientado para a venda do maior
número possível de bens (mercadorias);
- Uma nova rotina de trabalho trazida pelo ambiente
fabril (slide seguinte).
Uma nova rotina de trabalho trazida pelo ambiente
fabril, então marcada por:
- Mecanização;
- Divisão do trabalho; Desqualificação da produção
artesanal em função de
- Repetição; movimentos cada vez mais
- Monotonia; repetitivos /simplificados

- Aceleração;
- Baixos salários;
- Risco de desemprego, tendo em vista o excesso de mão
de obra disponível;
- Mudança na forma de medir, contar e organizar o
tempo (aspecto caracterizado no próximo slide).
PERSPECTIVAS DE TEMPO

SOCIDADES PRÉ-INDUSTRIAIS SOCIEDADES INDUSTRIAIS


Tempo medido, contado e Tempo medido, contato e
organizado de acordo com as organizado para estabelecer
atividades a serem realizadas uma relação entre
conforme condições e ritmos “assalariamento” e “jornada
da natureza, como dia e noite, de trabalho”.
período de chuvas e de secas,
fluxo das marés, fases da Lua,
época de semear e de colher.
Dispensa o uso do relógio. Necessita do uso do relógio,
que se difunde exatamente
com a Revolução Industrial.
2) Transformações sociais:
- Concentração populacional nos meios urbanos ingleses
aumentou durante todo o século XIX;
- O trabalho acelerado e incessante das fábricas também
acelera o ritmo de vida dos habitantes de cidades
industriais > Camponeses que imigraram do campo para a
cidade sofreram para adaptarem-se às relações aceleradas,
impessoais, individualistas e mercadológicas do meio
urbano, já que elas eram muito diferentes das relações de
reciprocidade presentes no campo.
- Inglaterra, no século XIX, configura suas principais
camadas sociais, sendo elas: operários, burgueses e classe
média (tais grupos sociais são especificados nos slides
seguintes).
Operários
 São homens, mulheres e crianças que abandonaram atividades
tradicionais (como artesanato e campesinato) para trabalharem nas
fábricas. Estavam submetidos:
- a baixos salários: dificuldade para sustentar família e pagar aluguel
(aluguel de casas precárias, localizadas em bairros próximas às fábricas,
onde havia poluição e falta de saneamento OU aluguel de albergues das
cidades);
- à longa jornada de trabalho: acordavam bem cedo, por volta das 5 horas, e
chegavam a trabalhar 16 horas por dia;
- a ambientes de trabalho insalubres: fábricas escuras, úmidas e com pouca
ventilação;
- a acidentes de trabalho, embora não recebessem ajuda financeira e
médica.
 Tinham atividades de lazer, tais como: frequência em pubs (bares), onde
se divertiam e discutiam melhorias; frequência em feiras ao ar livre, onde
tocavam instrumentos musicais, dançavam, cantavam e jogavam cartas;
realização de atividades de origem rural (competições de corrida a pé ou a
cavalo e lutas de pugilismo).
 No início do século XIX, cerca da metade dos operários ingleses eram
mulheres. No entanto, elas recebiam menores salários do que os
homens e não tinham direito à licença-maternidade.
 Crianças:
- muitas delas passavam a maior parte do tempo sozinhas ou sendo
cuidadas por irmãos mais velhos;
- as crianças pobres, geralmente aos 09 anos, começavam a trabalhar nas
fábricas;
- seus salários também eram reduzidos em relação ao homens, mesmo
desempenhando atividades praticamente iguais as dos adultos;
- os “aprendizes” – crianças que trabalhavam nas fábricas, sendo muitas
órfãs – eram tratados de forma desumana. Recebendo poucos salários,
passavam fome e muitos adormeciam sobre as máquinas, sofrendo
acidentes e sendo duramente castigados por seus “erros”;
- Industriais justificavam o trabalho infantil dizendo impedir que
crianças caíssem na mendicância.
Burgueses
 Investidores: Antes da Revolução Industrial, burgueses ingleses
investiam no comércio de longa distância, nas negociações
bancárias e nas manufaturas. Com a Revolução Industrial
(advento da maquinofatura [uso de máquinas, das fontes de
energia que as movem e da divisão do trabalho em fábricas] e
ampliação do acesso à matéria-prima), passam a investir na
atividade industrial. Assim, surge na Inglaterra a BURGUESIA
INDUSTRIAL (empresários com capital para manter fábricas
funcionando).
 Tornaram-se cada vez mais ricos e ociosos, morando em
mansões localizadas em bairros distantes das fábricas;
 Divertiam-se praticando caça, passeando e frequentando
luxuosos teatros;
 Aproveitavam o tempo livre para estudar manuais de etiqueta e
livros sobre conhecimentos modernos > Cria-se, portanto, um
padrão cultural burguês, então caracterizado pelo apreço à
administração racional do tempo e do dinheiro.
Classe Média
 A Revolução Industrial afirmou um contraste social entre
burguesia e operariado, mas criou uma classe intermediária, a
classe média, posteriormente chamada de “pequena
burguesia”.
 Formada, principalmente, por:
- profissionais autônomos, como médicos, advogados,
engenheiros, jornalistas e professores;
- pequenos proprietários, como comerciantes donos de lojas e
aqueles artesãos que, mesmo em concorrência com as fábricas,
conseguiram manter suas oficinas;
- Tal grupo dava grande valor moral à burguesia, exaltando o
sucesso financeiro e cultivando um modo de vida sem excessos;
- Muitos de seus membros, contudo, mantinham contato com
operários, o que os levava a: denunciar as péssimas condições de
vida dos pobres e a condenar atitudes (como roubo e
mendicância) que consideram imorais.
Resolva em seu caderno 3

1) Com a industrialização, o capitalismo se fortaleceu. Neste contexto de expansão


industrial iniciado pela Inglaterra, quais eram as características do capitalismo?
2) Caracterize a nova rotina de trabalho trazida pelo ambiente fabril.
3) No decorrer do século XIX, no contexto de consolidação da industrialização, quais
camadas sociais se configuraram na Inglaterra? Caracterize-as brevemente.
A classe operária reage às formas
de produção do sistema fabril
Correntes de pensamento que
influenciam a reação operária
 No século XIX, intelectuais que viviam na Europa:
- Crítica às condições de trabalho das fábricas
 Tais críticas dão origem a duas correntes de
pensamento:
- ANARQUISMO;
- SOCIALISMO.
ANARQUISMO

- Archon, do grego > governante


- An, do grego > sem Estar ou viver sem
governo

 Para o Anarquismo:
- Estado é a maior fonte dos problemas sociais, devendo ser eliminado junto ao
capitalismo (propriedade privada) e à Igreja;
- Com o Estado, o poder emana de “cima para baixo”;
- Existem formas alternativas viáveis de organização social voluntária;
- É preciso defender uma sociedade sem Estado, isto é, uma sociedade que se
estabeleça por meio de “relações voluntárias”. O Estado só pode ser substituído
quando tais relações se constituem.
- Os operários deveriam se organizar em comunidades autogestoras, em que a
responsabilidade pela produção fosse dividida entre todos os trabalhadores.
- A Educação seria fundamental para todas as transformações necessárias.
SOCIALISMO
 Fundamenta-se no “materialismo histórico”, uma teoria desenvolvida
por Marx e Engels.
 Para o materialismo histórico:
- Condições materiais são as que mais determinam, em última instância,
as relações humanas;
- A História seria a expressão da “luta de classes sociais”, sendo elas a
“classe dos dominantes” (aqueles que dominam os meios de produção)
e a “classe dos dominados”(aqueles que vendem sua força de trabalho).
- Os dominados são explorados pelos dominantes.
 Para Marx e Engels, na sociedade capitalista, os capitalistas (parte da
classe burguesa) são os dominantes e os proletários (classe operária)
são os dominados. Assim, caberia ao proletariado implantar o
SOCIALISMO a partir de uma Revolução que:
- Fizesse o proletariado tomar consciência de sua condição de classe;
- Abolisse a propriedade privada;
- Desse a posse das fábricas ao proletariado que, ao vender produtos,
dividiriam o lucro obtido.
OBSERVAÇÃO: o pensamento de Marx e Engels consiste
no “socialismo científico”, também conhecido como
marxismo. Tais pensadores se opunham ao “socialismo
utópico” (pensamento que, a partir do final do XVIII,
defendeu a possibilidade da eliminação das
desigualdades sociais sem a necessidade de uma
violenta revolução operária.)
Reação operária
 Por meio de articulação e influência das correntes de
pensamento anarquistas e socialistas, operários
ingleses reagiram ao sistema fabril de produção.
Tais reações se expressaram por meio de:
a) Panfletos e jornais clandestinos;
b) Movimentos grevistas e motins;
c) Associações operárias;
d) Cartismo;
e) Cooperativas.
Panfletos e jornais clandestinos
 Distribuídos clandestinamente;
 Eram censurados e proibidos de circularem, de modo
que muitas pessoas que neles escreviam ou que os
distribuíam eram despedidas, presas e deportadas;
 Possibilitam que operários entrem em contato com
ideias anarquistas e socialistas;
 Denunciam as condições de vida precárias dos
trabalhadores;
 Informavam sobre reivindicações do proletariado.
Movimentos grevistas e motins
 Realizados no início do século XIX;
 Exemplo: Movimento Ludista
- O nome do movimento faz referência a Ned Ludd, um dos
líderes desse movimento na Inglaterra;
- Formado por operários;
- Operários invadiam oficinas têxteis e quebravam maquinário;
- Discurso contrário à industrialização de vários setores da
economia inglesa, pois máquinas substituíam o trabalhador
 Outros motins aconteceram:
- Saques a mercearias e armazéns;
- Greves e passeatas visando melhores salários e diminuição da
jornada de trabalho.
Associações operárias
 Surgem as Trade Unions > associações compostas por
trabalhadores variados (sapateiros, pedreiros, mineiros,
mecânicos, tecelões, livreiros, carpinteiros)
 Tinham objetivo principal: organizar as reinvindicações de
grupos de profissionais especializados.
 Eram mantidas por uma quantia mensal paga pelos próprios
trabalhadores;
 Fortalecem-se lentamente, dando origem aos SINDICATOS DE
TRABALHADORES
 EM 1864, em Londres, surge a ASSOCIAÇÃO
INTERNACIONAL DE TRABALHADORES (AIT). Objetivo:
lutar por direitos trabalhistas do mundo todo, como redução da
jornada de trabalho e aumento de salários.
 As associações operárias trouxeram resultados na
Inglaterra, então verificados a partir da década de
1830. Destacam-se os seguintes resultados:
- Década de 1830: leis voltadas para redução da jornada
de trabalho de crianças e jovens. Exemplo: crianças de
09 a 13 anos trabalhariam, no máximo, 06 horas por
dia;
- Década de 1840: lei reduziu jornada de trabalho das
mulheres;
- Por volta de 1850: lei reduziu jornada de trabalho dos
homens.
- Essas novas leis instituíram, ainda, horários de refeição
e repouso.
Cartismo
 Movimento popular operário;
 Surge na Inglaterra entre 1830/1840;
 Seu objetivo:
- Construir uma sociedade democrática e igualitária por
meio de participação política;
- Aprovar a Carta do Povo no Parlamento Inglês.
 Carta do Povo: composta por seis determinações, sendo elas:
- Sufrágio (direito ao voto) universal masculino;
- Abolição do voto censitário para o Parlamento, já que dele só
faziam parte ricos proprietários de terras;
- Voto secreto;
- Representação equitativa nos distritos eleitorais;
- Reeleição anual do Parlamento;
- Remuneração dos deputados mediante salários, de tal modo que
trabalhadores também pudessem se canditar.
 Tais reinvindicações foram sempre negadas. Exemplo:
- Em 1839: Parlamento veta mudanças, mesmo havendo pressão
popular (petições assinadas por 1,2 milhão de pessoas e
numerosas marchas atravessaram cidades por toda Inglaterra)
 Mesmo tendo suas pautas negadas pelas instâncias de poder, o
movimento persistiu.
Cooperativas
 1843: surge, na cidade inglesa de Rochdale, a
“Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale” –
primeira cooperativa do Ocidente.
- Objetivo: autossuficiência e melhores condições de
trabalho.
 Atualmente, as cooperativas são legalizadas na maior
parte dos países.

Símbolo do
Cooperativismo
Resolva em seu caderno 4
1) Indique duas correntes de pensamento que influenciaram a reação
operária.
2) Segundo o Anarquismo:
a) Quem é a maior fonte dos problemas sociais?
b) O que deve ser feito com o Estado?
c) Qual alternativa deve ser adotada pelas sociedades em detrimento do
Estado?
3) Caracterize o materialismo histórico, fundamento das perspectivas
socialistas.
4) Segundo Marx e Engels, quais grupos sociais configuram a sociedade
capitalista?
5) A partir da perspectiva socialista de Marx e Engels, qual relação deveria ser
estabelecida entre proletariado, Revolução e Socialismo?
6) Anarquismo e Socialismo são perspectivas teóricas que surgiram na Europa
como reação ao sistema fabril. Você acredita que tais perspectivas possuem
validade no mundo do trabalho contemporâneo? Justifique sua resposta.
7) Quais as diferenças existentes entre “socialismo científico” e “socialismo
utópico”?
8) Liste as formas de reação operária.
9) Caracterize o Movimento Ludista.
10) O que eram as Trade Unions?
11) Indique os resultados de destaque vinculados à atuação das associações
operárias.
12) O que foi o Cartismo?
13) Indique uma cooperativa existente na região em que você mora. Informe
o setor econômico em que ela atua.
Referências
FIGUEIRA, Divalte Garcia. História. - Ed. Compacta. - 1 ed. -
São Paulo: Editora Ática, 2004. - (Série Novo Ensino Médio).
PELLEGRINI, Marco César; DIAS, Adriana Machado;
GRINBERG, Keila. #Contato história, 2º ano. – 1 ed. – São
Paulo: Quinteto Editorial, 2016. – (Coleção #contato
história).
VAINFAS, Ronaldo. [et al.]. História 2. – 2ed. – São Paulo:
Saraiva, 2013.
VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral
e do Brasil. V. 1 – 2. ed. – São Paulo: Scipione, 2013.

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