5 PROPOSTAS

TRIBUTÁRIAS
PARA REDUZIR AS
DESIGUALDADES
A forma como se cobra
impostos pode aumentar
ou reduzir desigualdades

Isso vai depender da distribuição dos tributos
sobre quatro grandes bases: renda, propriedade,
consumo e contribuições sociais.
Países que tributam mais a renda e a propriedade
têm um sistema tributário mais progressivo, que
cobra mais de quem tem mais. Assim funciona na
maioria dos países mais desenvolvidos.
Já aqueles que tributam mais o consumo têm
um sistema tributário mais regressivo, em que
se cobra mais, proporcionalmente, de quem
tem menos. Isso concentra renda e aumenta as
desigualdades. Esse é o caso do Brasil.
Essa distorção tributária só faz aumentar as
desigualdades levando a aumentar o abismo
entre a maioria da população e uma minoria
privilegiada pelo atual sistema tributário.
Por isso, defendemos uma reforma tributária
que priorize a redução das desigualdades,
que reequilibre a contribuição tributária e que
reforce a capacidade do Estado de oferecer
serviços públicos de qualidade para todos e
todas. Para isso, não é preciso aumentar a carga
tributária do país, basta redistribuí-la.
Existem diferentes propostas de reforma
tributária em discussão hoje no Congresso
Nacional. Algumas estão focadas em simplificar
impostos e melhorar a eficiência do sistema,
outras priorizam a redistribuição. Simplificar e
melhorar a eficiência do sistema é importante
e necessário, mas não é suficiente. Temos, como
sociedade, o dever de ir além, com uma reforma
que enfrente as desigualdades, que seja justa e
solidária.

Além disso, a situação atual é um desrespeito à
Constituição Federal, que diz que a cobrança de
impostos no país tem que ser feita de acordo com
a “capacidade econômica do contribuinte”.
Como forma de contribuição ao debate, a Oxfam
Brasil apresenta cinco propostas tributárias que
deveriam ser priorizadas para uma reforma que
gere um sistema tributário mais eficiente, simples,
justo e que reduza as desigualdades.

A Oxfam Brasil é uma organização da sociedade civil brasileira que tem por objetivo
contribuir para a redução das desigualdades, das injustiças sociais e da pobreza.
Participamos de uma rede global com a qual compartilhamos o mesmo objetivo.

Maiores informações
sobre a Oxfam Brasil:
www.oxfam.org.br
OxfamBrasil
 www.oxfam.org.br CINCO PROPOSTAS TRIBUTÁRIAS PARA REDUZIR DESIGUALDADES

Imposto
sobre consumo
O QUE É

A tributação sobre consumo no mundo é baseada, em geral,

em dois impostos: IVA (Imposto sobre Valor Agregado) e o
IS (Imposto Seletivo) que incide sobre bens e serviços com

u to s
b
externalidades negativas (por exemplo, cigarros).

5 tri t e s
e n
difer
No Brasil, temos cinco tributos diferentes, o que torna o sistema
complexo e ineficiente. A União cobra a Cofins (Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social), o PIS/Pasep
(Contribuição para o Programa de Integração Social) e o IPI
(Imposto sobre Produto Industrializado); os estados cobram o
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e
os municípios cobram o ISS (Imposto sobre Serviço).

PROBLEMA

Tributação sobre
A tributação sobre consumo representa praticamente a
metade de toda a carga tributária no Brasil. Quem tem maior
consumo é a
renda tem capacidade de realizar investimentos e adquirir
propriedades, mas quem tem menos usa quase tudo para
metade de toda a
consumir. Com isso, quem tem menos renda acaba pagando
carga tributária
proporcionalmente mais impostos. Assim, o sistema tributário
no Brasil
brasileiro amplifica as desigualdades.

SOLUÇÃO

É importante que a tributação sobre o consumo seja

IVA e
simplificada, com a substituição dos diversos impostos
atuais por um IVA e um IS. Mas se apenas isso for feito,
teremos uma das maiores alíquotas de IVA do mundo, em
torno de 25%, conforme estudo do CCiF (Centro de Cidadania Impos
to
Fiscal), idealizador de uma das propostas de reforma tributária
Seleti
na Câmara dos Deputados. Para reduzir essa alíquota será vo
necessário fazer uma redistribuição da carga tributária do
consumo para renda e patrimônio, como acontece na maioria
dos países desenvolvidos.

1
Imposto sobre consumo

o que é Carga
tributária
São muitos os brasileira
tributos sobre o
consumo no brasil:

PIS/Pasep
(Contribuição para o

+ Cofins
Programa de Integração
Social) 50%
imposto
$ (Contribuição para o sobre

+ ipi
Financiamento da
Seguridade Social)
consumo
$
(Imposto sobre Produtos
PROBLEMA
+
Industrializados)

Os tributos sobre o
impostO consumo representam

EstaduAL praticamente a metade de

toda a carga tributária no
Brasil. Quem tem menos,

ICMS usa quase toda renda para

consumo próprio ou
(Imposto sobre Circulação de familiar. Com isso, quem

+
Mercadorias e Serviços) tem menos acaba pagando
proporcionalmente mais
impostos.

imposto
MUNICIPAL
ISS
(Imposto sobre Serviço)

SOLUÇãO criação de um
Unificação
dos impostos
Imposto
seletivo
iva
de consumo
em Que incide sobre bens e
serviços com
externalidades negativas
(imposto de valor (por exemplo, cigarros)
agregado)
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Imposto de Renda
Pessoa Física (IRPF)
O QUE É
Tributo federal que incide sobre os rendimentos
declarados anualmente. É aplicado a partir de
alíquotas pré-definidas que variam conforme
a renda, isentando pessoas abaixo de um
determinado valor.
PROBLEMA
A porcentagem que o imposto de renda pessoal
representa da receita tributária total de um país é
indicador essencial da capacidade de redução de
desigualdades do sistema tributário. Para melhor
compreender como o IRPF pode promover a
progressividade no sistema tributário, precisamos
analisar:
O limite mínimo de renda para que se
comece a cobrar o imposto
A quantidade de alíquotas
A alíquota máxima
A faixa de renda a partir da qual é cobrada a
alíquota máxima
O limite mínimo de cobrança do IRPF no Brasil é
de dois salários mínimos. Existem apenas quatro
faixas de renda e alíquotas, sendo que a alíquota
máxima é de 27,5%, e ela incide a partir de uma
renda de R$ 4.700, o que é muito baixo em
relação às faixas de renda mais altas - o 0,2% da
população, por exemplo, tem uma renda média
mensal de R$ 100 mil. Isso faz com que a cobrança
3
CINCO PROPOSTAS TRIBUTÁRIAS PARA REDUZIR DESIGUALDADES
desse imposto recaia proporcionalmente mais
sobre uma faixa de renda média dos brasileiros, e
não sobre a faixa de renda muito mais alta.
Além disso, como temos apenas quatro faixas
de renda, agregamos pessoas com níveis muito
diferentes na mesma faixa de cobrança, e isso
limita a capacidade progressiva do imposto.
Outra questão importante é a avaliação das
fontes de renda - se são do trabalho (salário) ou do
capital (lucros, dividendos, juros, aluguéis, ganhos
de capital, outros). O Brasil não tributa lucros e
dividendos no IRPF desde 1995.
Metade da renda pessoal total declarada no Brasil
está nas mãos de apenas 10% dos brasileiros.
Nesse grupo, 33% da renda corresponde a lucros
e dividendos – e, portanto, isenta de pagamento
de impostos. Já entre os 0,2% com maior renda, os
lucros e dividendos correspondem a 70%. Sendo
assim, quanto maior a renda, menor a base de
tributação pessoal, em termos proporcionais.
SOLUÇÃO
Para tornar o IRPF brasileiro mais justo e equitativo,
é preciso revogar a lei no 9.249 de 1995 que isenta
lucros e dividendos de pagamento de IRPF. É
preciso rever também a isenção dada à renda
obtida com aplicações financeiras. Além disso,
é preciso criar mais faixas de cobranças de IR e
diminuir as alíquotas para as faixas mais baixas e
aumentar para as faixas de renda mais altas.
Imposto de Renda
Pessoa Física (IRPF)
o que é
Tributo federal que
incide sobre a renda
declarada anualmente
% 4 FAIXAS
De cobrança

1ª 2ª 3ª 4ª
PROBLEMA De R$ 1.903,99 De R$ 2.826,66 De R$ 3.751,06 Acima de
até R$ 2.826,65 até R$ 3.751,05 até R$ 4.664,68 R$ 4.664,68
alíquota alíquota alíquota alíquota

7,5% 15% 22,5% 27,5%

*Alíquota do Imposto de Renda de 2019 anunciada pela Receita Federal.

exemplo
R$ 100.oo0

10%
R$ 4.665

Mesma
33% DOS brasileiros alíquota

Lucro e
detÊm 50% da renda
pessoal total 27,5%
dividendos declarada no país 4ª 4ª

0,2%
com maior renda
os lucros e quem ganha quem ganha
dividendos GANHAM R$ 4.665/mês R$ 100.000/mês

não são 70%

tributados Com Lucros e quem ganha mais contribui
no brasil dividendos proporcionalmente menos

SOLUÇãO

lei
criar mais faixas de
9.249 de 1995 + faixas de cobrança de ir,
diminuir as aliquotas

cobrança
Revogação da lei de para as faixas mais
isenção de impostos de baixas e aumentar
lucros e dividendos para as faixas mais
altas de renda
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Imposto de
Renda Pessoa
Jurídica (IRPJ)
O QUE É
No Brasil, existem três regimes tributários para pessoa
jurídica: Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional.
No Lucro Real, as empresas devem manter todos seus
dados contábeis de custos e despesas para calcular o
lucro líquido do exercício, sobre o qual são adicionadas
ou excluídas parcelas, para se chegar ao lucro fiscal. A
base de cálculo do IRPJ (e da Contribuição Social sobre
o Lucro Líquido – CSLL) é de 15% sobre esse lucro fiscal.
Para empresas que operam rotineiramente com
prejuízo, ou margem mínima de lucro, optar pelo regime
de Lucro Real faz parte de seu planejamento tributário,
porque se houver prejuízo fiscal, não haverá imposto de
renda a pagar.
Já as empresas que optam pelo Lucro Presumido têm
que ter uma receita bruta de até R$ 78 milhões por ano.
Neste caso, o IRPJ e CSSL são fixos e só variam conforme
a atividade da empresa – a alíquota do IRPJ será de 15%
e a do CSLL 9% sobre presunções de lucro por atividade,
que vão de 8% a 32%.
O terceiro caso é o Simples Nacional, que unifica os
tributos da União, dos estados e dos municípios, e
tem alíquotas variando de 4,5% a 33%, dependendo
da receita bruta anual da empresa. Mais de 70% das
empresas brasileiras estavam no regime de Simples
Nacional em 2013, segundo dados da Receita Federal.
Elas arrecadaram cerca de R$ 54 bilhões e tiveram
desoneração de cerca de R$ 60 bilhões. Para a Receita
Federal, o Simples é um gasto tributário, espécie de
renúncia concedida às micro e pequenas empresas
brasileiras.
PROBLEMA
A diferença de tributação em cada um dos regimes está
resumida na tabela abaixo, usando-se como exemplo
um escritório de advocacia com faturamento anual de
R$ 3 milhões e Lucro Real de R$ 300 mil.
5
CINCO PROPOSTAS TRIBUTÁRIAS PARA REDUZIR DESIGUALDADES
IRPJ CSLL Base Alíquota
efetiva
A pagar (R$)
Lucro Real 15% + 10%
(acima R$ 240.000) 9% Lucro real 34% 102.000,00
Lucro
Presumido*
15% + 10%
(acima R$ 187.500) 9%
32%
faturamento
bruto
10,88% 326.400,00
Simples 18,80% 19,20%
RBT*22%-PD/
RBT=13,66% 5,19% 155.700,00
Nacional**
faturamento
*No Lucro Presumido a porcentagem para cálculo da base é a alíquota presumida
determinada na Instrução Normativa nº 390/2004
**No Simples Nacional as porcentagens do IRPJ, da CSLL e da alíquota para cálculo
da Base devem ser verificados nos anexos da LC 155/2018, de acordo com tipo de
atividade e faixa de rendimento bruto
Apesar de a alíquota efetiva ser mais alta no lucro real, a
base sobre a qual ela incide é menor, já que é aplicada
sobre o Lucro Real e não sobre uma porcentagem do
faturamento líquido. Além disso, vale lembrar que as
empresas no Lucro Real conseguem reduzir muito o
valor desse seu lucro aproveitando brechas na legislação.
Segundo dados da Receita Federal, a quantidade de
empresas que em 2013 optaram ou estavam obrigadas
à tributação pelo Lucro Real representou apenas 3% do
total. Já as que foram tributadas pelo Lucro Presumido
ou pelo Simples representavam mais de 91%. As demais
(6%) estavam isentas.
Apenas 3% das empresas brasileiras estão no regime de
Lucro Real, justamente as maiores, que concentram 77%
do faturamento. E são elas as mais beneficiadas pelo
atual modelo, podendo pagar menos tributos do que
as empresas inseridas nas duas outras modalidades.
Isso demonstra a desigualdade gerada na tributação da
renda de empresas no Brasil. Entre as possibilidades de
redução do Lucro Real a ser tributado, destaca-se o caso
dos “juros sobre capital próprio” (JCP) em que a pessoa
jurídica pode deduzir do lucro tributável uma despesa
financeira fictícia relativa a uma remuneração (juros),
paga aos sócios e acionistas, pelo capital que investiram
na própria empresa. Essa despesa reduz o lucro fiscal
sobre o qual incidem o IRPJ e a CSLL, o que acaba
reduzindo o valor do imposto a ser pago.
SOLUÇÃO
É necessário conter as possibilidades de redução do
lucro tributável de uma empresa, em especial do “juros
sobre capital próprio” (JCP) para, com isso, ampliar
a progressividade da tributação de renda de pessoa
jurídica.
Imposto de Renda
Pessoa Jurídica (IRPJ)
o que é Existem 3 formas de se tributar as empresas no brasil

Lucro Simples
Lucro Real
presumido nacional
Tributação sobre Tributação sobre a unifica tributos
o lucro fiscal do presunção de lucro União + estaduais +
exercício. da atividade , varia MUNICIPAIS
de 8% a 32%
IRPJ e CSLL IRPJ 15% alíquotas
15% CSLL 9% de 4,5% a 33%
.
é de sobre
lucro fiscal
sobre lucro de acordo com
recita bruta anual
presumido da empresa
Grandes
corporações médias empresas Micro e pequenas
Multinacionais empresas

PROBLEMA

% Sistema permite

JCP
que grandes
corporações
multinacionais apenas 3%
das empresas
paguem menos
As grandes corporações no Brasil
que médias
conseguem reduzir muito o concentram
empresas e até
lucro fiscal que é tributável
as do simples 77% do
estratégia: juros nacional faturamento
sobre capital próprio de todas as empresas

SOLUÇãO

ampliar a progressividade
JCp
fim dos juros sobre
capital próprio e da tributação renda da
outras brechas pessoa jurídica no Brasil
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Imposto sobre a Propriedade
Territorial Rural (ITR)
O QUE É
Imposto anual que incide sobre a propriedade,
domínio útil ou posse de imóvel localizado fora
da zona urbana do município. Não é cobrado
de pequenas áreas rurais quando de posse de
apenas uma pessoa ou sua família – desde que
não tenham outro imóvel.
Estão isentos imóveis rurais de programa oficial
de reforma agrária ou oficialmente reconhecidos
como áreas ocupadas por remanescentes de
comunidades quilombolas. Também não são
tributados:
Áreas de preservação permanente e de
reserva legal;
Áreas de interesse ecológico para a proteção
dos ecossistemas;
Áreas cobertas por florestas nativas,
primárias ou secundárias em estágio médio
ou avançado de regeneração;
Áreas alagadas para fins de constituição de
reservatório de usinas hidrelétricas
autorizada pelo Poder Público.
PROBLEMA
Entre os objetivos do ITR estão: preservar o meio
ambiente e desestimular a manutenção, na
área aproveitável, de propriedades improdutivas
e terras ociosas. Como é um imposto auto
7
CINCO PROPOSTAS TRIBUTÁRIAS PARA REDUZIR DESIGUALDADES
declaratório, proprietários podem reduzir seu
valor nas declarações, subavaliando o valor de
mercado da terra nua; superestimando a área
não tributável (de interesse ambiental) do imóvel;
ou superestimando o grau de utilização (GU) da
área aproveitável.
A arrecadação do ITR representa cerca de 0,4%
do PIB, valor bastante reduzido na comparação
internacional, que fica em torno de 2,6%, sendo
que a extensão rural brasileira é muito maior que
a da maioria de outros países.
Outro problema é que atualmente há quase 20
mil pessoas físicas e jurídicas com dívidas de ITR,
totalizando R$ 20,8 bilhões, dos quais 66% estão
concentrados em cerda de 2 mil propriedades.
SOLUÇÃO
Para uma adequada arrecadação do ITR, é preciso
corrigir a natureza auto declaratória do imposto,
aumentar a fiscalização no meio rural, criar um
sistema de cadastro de registros escriturais e
combater a sonegação.
A criação de um cadastro de imóveis
georreferenciados acessível à Receita Federal e aos
municípios poderia melhorar a fiscalização para
verificação do tamanho dos imóveis rurais.
Seria importante também estabelecer novos
mecanismos e índices de produtividade para induzir
formas produtivas de exploração agrícola.
Imposto sobre a Propriedade
Territorial Rural (ITR)
PROBLEMA
o que é
ITR
É um imposto sobre
propriedades rurais hoje
um imposto auto
Isenção para: declaratório

subavaliação do valor
de mercado da terra
Áreas de preservação
permanente e de superestimação
reserva legal da área não tributável
Áreas de proteção
dos ecossistemas
Falta de estímulo fiscal à
Preservação ambiental
Áreas cobertas por
florestas nativas
ou regeneração
A arrecadação
Áreas alagadas para do
ITR
0,4%
é de
fins de constituição
de reservatório de
usinas hidrelétricas do PIB
autorizada pelo
Poder Público em outros países fica

Pequenas
em torno de
2,6%
propriedades de
moradia e plantio de Inadimplências

!
subexistência com o ITR é de

R$ 20,8
bilhões

SOLUÇãO melhorar
fiscalização e
cadastramento

cadastro de imóveis
fim da natureza georreferenciados
auto declaratória
Criar mecanismos
de Combate a
sonegação
 www.oxfam.org.br CINCO PROPOSTAS TRIBUTÁRIAS PARA REDUZIR DESIGUALDADES
Imposto sobre Grandes
Fortunas (IGF)
O QUE É
Trata-se de uma tributação sobre a riqueza
em estoque. É o único tributo previsto na
Constituição do Brasil de 1988 que ainda não
foi regulamentado. Esse imposto sobre riqueza
existe em países europeus, como Suíça, Noruega,
França, Luxemburgo, entre outros e também
da América do Sul, como Argentina, Uruguai e
Colômbia. O potencial de sua arrecadação está
vinculado à ampliação de sua base tributária e à
redução do seu limite de isenção.
PROBLEMA
No Brasil, há um grande debate sobre a
regulamentação, mediante Lei Complementar,
do Imposto sobre Grandes Fortunas, previsto no
inciso VII do artigo 153 da Constituição Federal.
Diversos Projetos de Lei Complementar já foram
apresentados no Congresso Nacional, mas apenas
dois foram apreciados até hoje – e ambos foram
rejeitados.
São quatro os argumentos usados para rejeitar os
projetos de lei: impacto econômico, bitributação,
custo administrativo e potencial arrecadatório.
Afirmam que o Imposto sobre Grandes Fortunas
teria um caráter de ‘confisco’ da propriedade
privada.
Mas qual a explicação para proteger mais a
riqueza acumulada do que o fluxo de renda de
uma pessoa? Quando metade da riqueza global
hoje está nas mãos de apenas 1% da população
isso não se justifica.
9
SOLUÇÃO
Regulamentar o IGF. Todo imposto gera
consequências econômicas, e estudos demonstram
que os impostos sobre o patrimônio líquido de
pessoas físicas têm menos impacto negativo na
atividade econômica de um país do que impostos
sobre salários ou sobre a produção.
O argumento da bitributação sobre ativos
imobiliários que já pagam IPTU ou ITR, ou veículos
automotores que pagam IPVA, pode ser resolvido
com a dedução desses impostos na declaração do
IGF.
Já a noção de alto custo administrativo não
corresponde ao atual cenário tecnológico das
administrações tributárias, devido à informatização,
às economias de escala e de escopo com a
administração do Imposto de Renda, e ao maior
acesso às grandes bases de dados computacionais,
(troca de dados cadastrais com outras instituições e
tratados locais e internacionais).
Imóveis de residência, instrumentos de trabalho,
bens de valor, saldos em fundo de Previdência e
pequenos poupadores seriam isentos. Isso permitiria
reduzir a desigualdade de riqueza e melhoraria as
possibilidades de mobilidade social intergeracional.
Imposto sobre Grandes
Fortunas (IGF)
o que é
tributação sobre a
riqueza acumulada

PROBLEMA

É o único tributo
previsto na
Constituição do
Brasil de 1988 e até
hoje não foi
regulamentado

A maioria da
população não
será afetada

SOLUÇãO

Regulamentar

IGF
começar sobre alta riqueza (top 0.1%)
Constituição
todos os ativos serem tributáveis

o forte regulamentação anti-sonegação

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OxfamBrasil