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CURSO DE DIREITO
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus na Pessoa do Deus Pai do Deus Espírito Santo e principalmente na pessoa
do Deus Filho, meu senhor e salvador Jesus Cristo que por meio do sacrifício nos permitiu á
vida eterna, e me tirou das travas da ignorância e me trouxe a luz, o conhecimento, o
entendimento e a sabedoria, para que hoje, eu possa ver com clareza de espírito e com a alma
enobrecida esse momento especial, de vivenciar mais uma etapa da minha vida em que vivi,
batalhei e sofri, mas, sobretudo venci;
Agradeço também aos meus pais, Angenor dos Santos Gouvea e Marisa Silva Gouvea
não só por está presente durante esses cinco anos estudos e dedicação ao conhecimento do
direito, mas também por toda minha vida.
A minha noiva e aos meus irmãos que por toda caminhada estiveram ali no ponto
central, onde somente estão os que nas horas mais difíceis podemos contar os verdadeiros
amigos de todas as horas.
E por fim agradeço ao meu filho Luis Felipe França Gouvea, o maior motivo pelo qual
iniciei e agora finalizo o curso de direito.
4
RESUMO
Sumário:
1
Aluno da UNESA do Campus de Nova Iguaçu, cursando o 9º período do curso de Direito e empresário
proprietário da empresa Lava Jato Imperial Comercio Ltda. - ME.
2
Termo utilizado pelos magistrados ao descaracterizar o dano moral.
5
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo principal demonstrar que em virtude do grande
acumulo de processos judiciais, o judiciário tem tentado diminuir essa grande demanda de
processos afastando principalmente o consumidor do direito constitucional de ação 3 de forma
obscura, negando ao consumidor totalmente lesado o direito que a ele prever a constituição, o
Código de Defesa do Consumidor4 e boa parte da doutrina, sob a desculpa de que há uma
industria de dano moral vem reiteradamente usando a expressão mero aborrecimento para
desclassificar o dano moral.
E nesse sentido vem desestimulando o consumidor que já é explorado, humilhado e muita das
vezes lesado de todas as formas possível e por todas as espécies de empresas inclusive pela
administração publica.
Ademais, no Brasil a pratica de lesão ao consumidor pelas empresas, chega ser absurda basta
verificar a quantidade de processos judiciais de relação de consumo, um problema que aos
olhos da justiça deveria ser resolvido com punições mais severas nas suas decisões contra tais
empresas.
Entretanto na contra mão da legalidade e de todos os princípios, e que elenco aqui os da boa
fé, da proteção, da transparência e da confiança os tribunais tem proferidos acórdãos negando
direito óbvios ao consumidor, e beneficiando tais empresas que visivelmente agem com dolo,
mentira, engano, desfaçatez e todo tipo de vícios possíveis para obter vantagens indevidas,
pois sabem que impunidade que outrora era combatida e ainda que com penas brandas com
indenizações de valores irrisórios, hoje não existe mais, pois deram lugar ao mero
aborrecimento.
Desta forma o consumidor que hoje, por exemplo, observam que em sua conta de
consumo existe uma cobrança ilegal com um valor baixo de aproximadamente 10 reais e
inicia uma peleja para resolver o problema entrando em contato com empresa responsável por
3
E um direito fundamental para que haja um estado democrático de direito.
4
Instituído pela Lei Nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, o Código, entretanto, teve a sua vigência protelada
para a adaptação das partes envolvidas.
6
tal cobrança e que também não respeita as normas de atendimento ao cliente, e esta se nega a
resolver o problema a única solução para o consumidor é pagar a conta.
Até por que se buscar no judiciário a solução do problema irá gastar mais do que terá de
devolução, pois para os nossos tribunais isso é um mero dissabor que não gera dano moral e
com isso o consumidor vai sendo cada vez mais lesado, as empresas enriquecem cada vez
mais de forma ilícitas, pois embora seja um valor baixo se multiplicado pela quantidade de
cliente pode chegar a milhões, antes essas empresas faziam cálculos de quanto iriam perde
desse montante arrecadado de forma ilegal para as indenizações de danos morais, mas agora
vão colocar o lucra da ilegalidade no bolso e ai se ministro de tribunais andando em jatinho
particular de empresário.
Dessa forma não há saída para o consumidor que toda vez que o dano causado pelo
fornecedor for baixo. O consumidor fica afastado do seu direito constitucional de ação por
que não valerá a pena buscar no judiciário. Afastando milhões de pessoas da justiça e
rompendo um elo com um dos princípios basilares da democracia o da inafastabilidade da
jurisdição.
Diante da pacificação dos tribunais com o entendimento do que outrora era dano a
personalidade e gerava dano moral e hoje é apenas mero aborrecimento fica claro a vontade
dos tribunais de limitar o acesso à justiça a uma parte da população que a própria norma
especial, ou seja, o Código de defesa do consumidor especifica como vulnerável.
Dessa forma não há duvida da violação do principio da inafastabilidade jurisdicional e o pior
pela própria justiça que tem o dever de equilibrar e colocar em pé de igualdade os grandes e
os menos favorecidos.
Ademais, fica claro que não há diferença quanto ao tipo de contrato pactuado entre o
consumidor e o fornecedor, para que uma celebrada relação jurídica constitua, ou não, de
consumo, pois não é o pacto jurídico propriamente feito, que faz introduzir essa relação nas
normas do Código de Defesa do Consumidor.
E sim os elementos acima citados, que são indispensáveis e produzem uma relação de
consumo, entre consumidor e fornecedor e também os produtos ou serviços ao qual também é
condição indispensável que haja pelo menos um deles para incidir na aplicação do CDC,
sejam qual for à espécie de contrato que as partes pactuam seja uma compra ou uma venda,
um empréstimo, e todos os produtos e serviços oferecidos pelo fornecedor.
5
É uma relação nos moldes do código de Defesa do Consumidor.
6
Pessoa e requisito indispensável para que haja uma relação de consumo.
8
diminuir nem tão pouco aumentar exorbitantemente a tutela que o Código de Defesa do
Consumidor tem por fim atribuir ao consumidor.
No Código de Defesa do Consumidor não há um único conceito para consumidor. Pelo meio
de um diagnóstico literal em seus artigos, é possível observar que há mais e um conceito,
entretanto, existe harmonia entre eles, pois todos deixam claro em que condições uma
determinada pessoa se encontra na condição de ser considerada consumidora e fazer jus a
proteção oferecida pelo Código de Defesa do Consumidor.
Uma vez observado que há vários conceitos para o consumidor, conclui-se que a proteção
dada pelo CDC para o consumidor não se resume exclusivamente ao contrato. A proteção e o
amparo ao consumidor vai muito alem e envolve até a fase pré-contratual, desta forma atrela o
fornecedor às espécies de contrato oferecidas de forma precoces, alem das demais
informações que por ventura, ele vem divulgar para a sociedade através de publicidade e
propagandas, e não para por ai após o contrato, o CDC também protege o consumidor nas
ocorrências de responsabilidade pelos vício ou fato do produto e do serviço posteriormente.
De acordo com o Artigo 3º, do Código de Defesa do Consumidor, fornecedor7 é toda pessoa
física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
O conceito dado para o fornecedor pelo CDC. Já esta pacificado pelos doutrinadores que não
tem achado margem para divergir sobre o mesmo, entretanto isso não ocorre com conceito de
consumidor, conforme observado anteriormente.
7
Pessoa e requisito indispensável para que haja uma relação de consumo.
9
O legislador desejou dar para o fornecedor um conceito com a máxima abrangência possível,
no nível em que são fornecedores, de tal modo, que todas as pessoas, inclusive os entes
despersonalizados, que disponibilizam uma oferta de produtos e serviços no mercado de
consumo são fornecedores.
Uma das boas novidades do Código de Defesa do Consumidor foi ter inserido como
fornecedores as pessoas jurídicas de direito público, nas quais foram inseridas como parte
legitima na relação de consumo na qualidade de prestadoras de serviços públicos.
O CDC não aplicou sobre as classes de pessoas conforme as suas características e atividade
exercidas ou suas praticas no mercado de consumo, não as separou no seu conceito
simplesmente utilizou-se do termo fornecedor para enquadrar todas que desempenham os
muitos tipos de atividades não deixando muito margem para diversas interpretações por parte
da doutrina.
A expressão mero aborrecimento nas decisões reiteradas contra o consumidor deixa visível a
má vontade do judiciário em analisar os processos que chegam todos os dias nos fóruns
tribunais, como não dão conta de seus processos estão criando expressões para justificar sua
incompetência diante de tal situação, Nesse sentido estão criando seus banco de dados de
decisões, ou seja basta ver quem é o autor e o réu logo após o pedido e já tem uma decisão
pronta sem se preocupar se quer com os fatos. Assim diz o autor abaixo Gil Messias Fleming8
8
É juiz de Direito de Entrância Especial, titular da 1ª Vara de Execuções Penais de Campo Grande e pós-
graduado em Filosofia do Direito, Direito Civil e Direito Notarial e Registral.
10
A grande verdade é que o uso dessa expressão como bem diz o autor, foi introduzida
em o nosso sistema jurídico, pois o mesmo não consegue dar conta da grande demanda
judicial principalmente nas relações de consumo. Com isso vai se criando um banco de
decisões, onde os processos se quer são lidos ou analisados pelos magistrado. Basta ver os
envolvidos e o pedido e já existe uma sentença pronta, e a forma encontrada para que se
diminua a grande demanda nas relações de consumo, é afastando o consumidor do seu direito
de ação aplicando-se a expressão mero aborrecimento, e fazendo recair sobre os ombros dos
que mais deveriam ser protegidos pelo caráter hipossuficiente que é o consumidor.
Dano moral ou imaterial é aquele que não atinge o plano material, ou seja, bens físicos,
normalmente atinge algo subjetivo ligado a liberdade a honra, a imagem e a personalidade do
ofendido, vinculando a lesão à dor, angustia, sofrimento e tristeza.
vida, a liberdade etc. A seu turno, poderá haver danos de outra natureza, assim
denominados como o dano à imagem, ao autor etc.”. (SOUZA, 2002)9
Pode-se dizer que o direito da personalidade tem como fundamento a proteção dos valores
mais importante para o ser humano, pois foca a liberdade, a integridade física, a integridade
moral e intelectual nas suas mais variadas manifestações. Neste contexto, fica claro que uma
vez verificado uma conduta que gere prejuízo à terceiro, e esse prejuízo decorre da esfera
imaterial fica configurado o dano moral e o dever jurídico de repara-lo. Sob essa ótica disserta
o autor,
O mais preocupante, contudo, é constatar que nas relações de consumo onde deve se
intensificar o uso do dano moral, até pelo caráter protetivo e punitivo, em função da
hipossuficiência de uma das partes a justiça em sua plenitude tem afastado do consumidor
esse entendimento. Não é exagero afirmar que o instituto do dano moral se usado de forma
correta pode ajudar a diminuir a grande demanda judicial existente nos dias de hoje, isso
porque uma vez que se percebe que na relação de consumo, o fornecedor tem lesado o
consumidor e com inúmeras praticas abusivas com o desejo de enganar, mentir, ludibriar,
lesar agindo assim com dolo. Deve ser adotar punições mais severas com o único intuito de
fazer cessar essa pratica criminosa, pois até o direito penal, no crime de furto, por
exemplo, quando observar esses elementos como engano, mentira e fraude na hora de cometer
o crime qualifica o mesmo, pois reconhece que a pratica desses elementos diminui a
possibilidade da vitima de se defender. Sobre esse assunto disserta o autor,
9
SOUZA, S. I. N. D. Responsabilidade Civil por Danos à Personalidade. Barueri: Manole, 2002.
12
Como descrito acima o dano moral estará configurado sempre que a vítima sentir uma dor
(física ou moral) passar por circunstâncias degradantes, vexatórias, desgostosas, bem como
quando for retirada de seu bem-estar. Portanto, impõe-se a conclusão de que na maioria das
vezes não é um mero aborrecimento e sim um grande aborrecimento, pois não somente tira o
consumidor de seu bem estar, mas também o faz se sentir humilhado após ser enganado e por
muitas vezes tentar solucionar seu problema e tratado como um verdadeiro idiota.
De outra forma, o sofrimento, seja ele físico ou moral, é um dos meios que orientam a
caracterização do dano moral. A importância desse dano deve ser avaliada através de
exemplos objetivos, principalmente em função do bem tutelado pelo direito.
Assim sendo, o dano conhecido pela vítima há de ser de tal modo suficientemente, que
justifique a obrigação ao agressor de uma medida repressiva de ordem pecuniária, com o
desígnio de compensar o sofrimento causado ao ofendido e, de realizar no transgressor o
caráter pedagógico que a medida propõe-se. De tal forma, que o dano moral ficará
caracterizado sempre que a ofensa tiver como motivo a agressão à dignidade de alguma
pessoa.
Além disso, é justamente no princípio da dignidade da pessoa humana 10, uma das
colunas de sustentação do Estado Democrático de Direito, que habita o fundamento da
reparação do dano moral. Veja-se, a composição do artigo 1º, inciso III, da Constituição
Federal: Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
10
É um principio elencado no rol de direitos fundamentais da Constituição Brasileira de 1988, pois trata-se de
um valor moral e espiritual inerente à pessoa, ou seja, todo ser humano é dotado desse preceito, e tal constitui o
princípio máximo do estado democrático de direito.
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A esse contexto incluir-se o ideal de justiça, presente em cada sujeito, que faz surgir à
vontade pela devida compensação do dano, bem como é manifesto que se fosse dada
alternativa ao ofendido, ele nunca optaria por ser lesado. Por isso, é também fundamento da
compensação do dano moral, o conceito de que a todo acontecimento que gere um dano
injusto, tem de coexistir a obrigação de compensação. Dada essa reparação, ou melhor,
indenização, não pode, nunca, ser visto como forma de enriquecimento ilícito para a vítima,
pois advém de causa externa não provocada pela mesma.
Todavia em função disso, não se pode alegar que, o dano moral é um modismo, o
pedido de indenização por dano moral embora vir embutido em quase todas as ações, até
mesmo em algumas delas sem a existência da devida causa de pedir ou fundamentos de fato e
de direito, isso somente ocorre em função da rotina costumeira das lesões causadas pelos
fornecedores que desviam suas finalidade sem também a devida causa e fundamentos para
enriquecer as custas da lesão do consumidor.
A justiça Brasileira não pode jamais permitir que o verdadeiro causador do dano fique em
pune, apenas por uma pequena parte da sociedade com a mesma finalidade dos fornecedores,
tem o objetivo de enganar, ludibriar, se enriquecer de forma ilícita.
O dano deverá ser sempre indenizável e proporcionar a vítima um bem estar que dela foi
tirado, e que não possa caracteriza-se como enriquecimento sem causa, senão, assim sendo o
ganhador da loteria por ter pagado um pequeno valor pelo seu bilhete também incidiria em
11
Letra do artigo 5º, X, Constituição Federal. São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
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enriquecimento sem causa, dado o valor insignificante pago pelo bilhete, a causa do premio
foi o bilhete comprado. Assim também a causa da indenização foi o dano causado pelo
fornecedor e o valor precisará estar sempre de acordo com a extensão e relevância do dano
existente em cada caso concreto.
No caso exclusivamente do dano moral, a ação da vítima, na maior parte das vezes,
será omissiva, mas observe que a consciência nessa omissão, pois almeja a compensação, que
lhe favorecerá. Visto isso, quanto mais a vitima tentar enganar o judiciário com fatos
duvidosos, menor será a indenização por ela recebida, ou não fará jus à indenização. Esse
instituto é uma ferramenta, dada ao judiciário, para restringir essa pequena parcela de
indivíduos que com o intuito único e exclusivo de enganar e se auto vitimizar para fins de
receber indevidamente a indenização por dano moral.
Seguindo também nessa ordem, o demandado de tais ações e causador do dano, poderá provar
que a vítima poderia ter evitado o evento que lhe causou, que tem culpa pelo evento danoso
ou que não houve o dano, contestando os fatos alegados pela vitima.
Não provando tais fatos fica caracterizado a lesão e o pleito indenizatório por dano moral,
entretanto caberá ao magistrado, diante do caso concreto, a dura empreitada de decidir quem
realmente tem, ou não, o direito à indenização pelos danos, avaliando, para de tal maneira, a
importância do dano suportado, de acordo com o principio da proporcionalidade, bem como
se na concretização do dano a vítima concorreu para o resultado.
15
“Assim, com interesse de proteger os mais fracos diante dos mais fortes, há um bom
tempo vem se tentando, em muitos países (começando pelos mais desenvolvidos),
proteger as relações socioeconômicas e jurídicas que se constituem entre os
produtores e os consumidores”. (SERRANO, 2003, p. 1).12
Pode-se dizer que no Brasil há uma grande quantidade de demanda judicial na esfera das
relações de consumo. Neste contexto, fica claro que o judiciário se move pra que haja mais
celeridade diminuição e rapidez dos processos. O mais preocupante, contudo, é constatar que
o mais prejudicado nisso tudo mais uma vez é a parte mais fraca que é o consumidor, que a
própria lei, o denomina com vulnerável. Não é exagero afirmar que diante de tantas ações
judiciais e tantas provas de lesões ao consumidor do dia - dia no nosso País, é que na verdade
o que há é uma indústria de ilegalidade e não de dano moral. Onde as empresas se aproveitam
das baixas indenizações arbitradas pelo judiciário, pois sabem que ganharam muito mais
lesando o consumidor do que pagaram de indenizações, Assim, preocupa o fato de que com o
novo entendimento jurisprudencial venha piorar ainda mais essa situação que já é absurda, e
pior agora afastando o consumidor do seu direito constitucional de ação, isso porque
afastando o dano moral o consumidor perderá menos, se não buscar o judiciário, ou seja, será
melhor pagar a cobrança ilegal ou aceitar o produto ou o serviço viciado do que entrar com
uma ação na justiça.
12
SERRANO, P. J. Introdução Ao Direito Do Consumidor. Barueri: Manole, 2003.
16
O mais preocupante, contudo, é constatar que a justiça tem tratado de forma igual os mais
ricos, fortes e poderosos em detrimentos dos mais pobres, fracos e vulneráveis. Não é exagero
afirmar que a mesma perde sua originalidade sua essência e seus princípios, pois a norma e a
doutrina têm definido um peso e uma medida que é justa e franca para as relações de
consumo, entretanto a jurisprudência tem criado seu próprio entendimento e contrariando o
primeiro, deixando duvida sobre a possibilidade de haver dois pesos e duas medidas, é
importante que se equilibre essa balança para que se possa julgar "os desiguais na medida de
suas desigualdades".
Assim, preocupa o fato de que nesse sentido disserta o autor Olmos13, (2015, p. 11) “nesta
seara, o abuso do direito é percebido quase de forma intuitiva, porque nasce naturalmente na
interação das partes que ocupam posições desiguais”, isso porque é natural que o fornecedor
por entender a dimensão da desigualdade, antes mesmo da relação entre as partes, este através
de suas publicidades e propagandas já assedia suas vitimas que muitas das vezes desprovidos
13
OLMOS, C. R. Práticas e Cláusulas Abusivas nas Relações de Consumo de Aquisição Imobiliária. São
Paulo: Almedina, 2015.
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Ora, em tese, e conforme explicado acima o dano moral nas relações de consumo tem caráter
compensatório e reparatório, entretanto as sentenças judiciais condenatórias não têm surtido
efeitos, dado os valores insignificantes. Caso contrário, a demanda judicial não seria tão
grande. Não se trata de crescimento da demanda judicial por causa da indústria de dano moral
até porque os verdadeiros casos em que realmente se trata de mero aborrecimento o
consumido muitas das vezes se quer busca o judiciário a exemplo disso é fato de não vemos
nenhuma empresa falindo por causa de suas demandas judiciais de relações de consumo,
lamentavelmente, o que vemos são empresas enriquecendo com a ilegalidade, pois ganham
muito dinheiro com a lesão do Consumidor, e pagam muito pouco com as indenizações.
É importante considerar que ao contrario dessas empresas o consumidor tem sim a reclamar
não são poucos os que todos os dias reclamam de terem sido lesados, basta puxar um assunto
com qualquer pessoa em qualquer lugar sobre esse tema, por exemplo, e de pronto todos se
prontificam a fazer suas reclamações, Julgo pertinente trazer à baila inclusive a possibilidade
da aplicação de caráter punitivo e corretivo como forma de reduzir as demandas judiciais com
multas e a possibilidade de perda da concessão quando se tratar de serviços públicos
fornecidos por empresas privadas, pois se trata de assunto de tamanha importância, pois
vivemos em um estado democrático de direito e entendo que um dos princípios basilares da
democracia é o do direito de acesso a justiça e esse tem sido negado ao povo. Com certeza
esse não é o caminho que devemos trilhar. Acerca disso diz o autor,
Não necessita ser nenhum expert para chegar à conclusão que é infinitamente lucrativo para
os fornecedores permanecerem com suas várias e inumeráveis modalidades de ações ilícitas,
pois e certo que um baixo número dentro do imenso universo de lesados busca o Judiciário
em busca de seus direitos notadamente violados, e dessa quantidade já diminuída, somente
uma pequena parte consegue sucesso, enquanto os demais lesados têm seus direitos negados
pelo judiciário que já pacificou o uso da expressão mero aborrecimento em seus modelos de
decisões, com um único intuito que é diminuir a grande demanda judicial.
Mandando um recado bem claro ao consumidor, para de nos perturbar por que não
temos condições de atender a todos. O judiciário tem deixado claro com a negativa do dano
moral é que o consumidor não busque mais a justiça pra resolver esses problemas pois se
assim o fizer vai ficar mais caro e mais árduo pra ele do que ficar no prejuízo da lesão sofrida.
Nesse sentido podemos resumir em alguns passos o que tem acontecido com o consumidor e
chegar a uma conclusão do foi dito acima, observando a dura jornada de quem foi lesado e
tem buscado o judiciário a proteção de seus direitos.
Em primeiro lugar o consumidor, que na maioria das vezes é iludido por inúmeras e
incessantes ofertas midiáticas das empresas, efetua sua compra.
Logo depois o produto da referida compra vem a dar problema o que no Brasil é mais normal
do nunca, e o consumidor fica obrigado, a parar seus afazeres e por muitas horas e até mesmo
muitos dias, sem nenhum exagero, e começar sua árdua peregrinação em busca de uma
19
solução para seu problema, ligando para as centrais de atendimentos onde ouve as mais
absurdas coisas possíveis, tais como você ligou para o numero errado, vou passar para o setor
responsável sendo que ao passar para o outro setor houve de novo que vai passar para o setor
responsável e isso se repete ate que a ligação caia isso tudo depois de aguardar por muito
tempo para ser atendido, isso por si só já é um tratamento desumano, pois leva a pessoa ao
limite de sua razão até porque ela só que resolver o seu problema é tratada como idiota.
Logo após a sua incessante luta para resolver seu problema que muitas das vezes se arrasta
por dias e ate mesmo por meses, já esgotadas todas as suas forças e com um sentimento de
ódio, impotência e sem esperança de ante da situação, o consumidor humilhado, desgraçado,
impotente e esgotado moralmente, resove em fim buscar seus direitos onde a justiça como
norma protege e tutela os direitos dos cidadãos, mesmo sabendo que no judiciário ira começar
mais uma peregrinação, porem confiante de que terá sua alma lavada pelas águas limpas e
justas do judiciário.
Por fim, o nosso judiciário abarrotado das mesmas ações e sob uma ótica desumana, com uma
expressão chamada mero aborrecimento que no mínimo ridícula diante de tudo que o
consumidor passou nega-lhe o dano moral sofrido e deixando bem claro para esse consumidor
não volte mais, pois não temos tempo pra resolver seus problemas.
Quem diante disso tudo voltaria buscar no judiciário a proteção de seus direitos sabendo que
os modelos de sentenças já estão prontos que pouco importa o sofrimento vivido por cada um
em suas relações desastradas de consumo, onde na verdade a lei que impera é a do mais forte.
Nesse sentido diz o autor em seu artigo,
“Não precisa ser nenhum gênio da economia para chegar a conclusão que é
imensamente vantajoso para as empresas continuarem com suas diversas e
incontáveis modalidades de atos ilícitos, sendo certo que um pequeno número dentro
do gigantesco universo de prejudicados procura o Judiciário para a defesa de seus
direitos explicitamente violados, e desse montante já reduzido, apenas uma ínfima
parte obtém sucesso, sendo os demais enxovalhados para a vala fácil do “mero
aborrecimento”.
De nada adiantaram os avanços promovidos pelo novel Código Civil, com sua visão
personalizadora, abortando o individualismo atomista e o culto ao patrimônio que
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Enquanto isso, milionárias, prepotentes e cada vez mais atrevidas, as empresas infratoras
continuam sua escalada assustadora de violação aos direitos dos consumidores, tão certos de
que nada vão impedi-las, pois o que impera no nosso país é impunidade e, também se pode
dizer que há conivência de um Judiciário abarrotado em grandes quantidades de processos e
vitimas de seus modelos de sentenças padronizadas, sem se quer observar que tal
comportamento tão somente nutre e fortalece o círculo corrupto, gerando uma avalanche de
ilegalidade cada vez maior e mais destrutiva.
E o mais preocupante nisso tudo é saber que não há uma solução para o problema, pois no
mundo capitalista são os mais ricos que ditam as regras basta ver a prostituição nos juizados
especiais entre juízes e os advogados das empresas.
5 CONCLUSÃO
6 REFERÊNCIAS
21
DINAMACO, C. R. Instituições de direito processual civil. São Paulo: Malheiros, v. V. II, 2001.
OLMOS, C. R. Práticas e Cláusulas Abusivas nas Relações de Consumo de Aquisição Imobiliária. São
Paulo: Almedina, 2015.
PERLINGIERI, P. Perfis do direito civil: introdução ao direito civil constitucional. Rio de Janeiro:
Renovar, 1999.