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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

ANA CAROLINA BARONI


GIOVANA CLARA MACHADO
JESSE DA SILVA LINHARES

SUPERENDIVIDAMENTO DO CONSUMIDOR

CURITIBA
2020
ANA CAROLINA BARONI
GIOVANA CLARA MACHADO
JESSE DA SILVA LINHARES

SUPERENDIVIDAMENTO DO CONSUMIDOR
Estudo Dirigido apresentado à disciplina de Direito
do Consumidor, do 10º período do curso de Direito
da Faculdade de Ciências Jurídicas da
Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito
parcial para a obtenção da nota do 1º bimestre.
Professor: Roberto Siquinel

CURITIBA
2020
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
1 SUPERENDIVIDAMENTO DO CONSUMIDOR .............................................................. 2
1.1. CONCEITO ................................................................................................................. 2
1.2. VISÃO GERAL ............................................................................................................ 2
1.3. PREVENÇÃO E CONSEQUÊNCIAS .......................................................................... 4
2 COMO TEVE ORIGEM E QUAIS OS PROTAGONISTAS DA IDEIA ............................. 5
2.1. ORIGEM ..................................................................................................................... 5
2.2. PROTAGONISTAS ..................................................................................................... 5
3 QUAIS AS PRINCIPAIS MUDANÇAS PODERÃO TRAZER AO CONSUMIDOR .......... 6
4 RESUMO DE SUA TRAMITAÇÃO NO SENADO E NA CÂMARA DOS DEPUTADOS . 8
4.1. TRAMITAÇÃO NO SENADO ...................................................................................... 8
4.2. TRAMITAÇÃO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS ....................................................... 9
5 QUAL A OPINIÃO DO GRUPO SOBRE O PL? ........................................................... 10
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 12
1

INTRODUÇÃO

Muito além da busca de aprovação estudantil, esse artigo tem como principal
objetivo conhecer e destrinchar, passo a passo, os Projetos de Lei nº 283/2012 do
Senado Federal e nº 3.515/2015 da Câmara Federal, sendo este último derivado do
primeiro.
O Projeto de Lei nº 3.515/2015 altera a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de
1990 (Código de Defesa do Consumidor), e o art. 96 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro
de 2003 (Estatuto do Idoso), visando aperfeiçoar e disciplinar a concessão de crédito
ao consumidor e dispor sobre a prevenção e o tratamento do superendividamento, e,
por isso, ficou conhecido como o Projeto de Lei do Superendividamento.
O surgimento dos projetos supra citados ocorreu quando dos 20 anos de
criação da Lei nº 8.078/1990, momento em que o Presidente do Senado Federal,
Senador José Sarney (PMDB-AP), com o objetivo de modernizar a referida lei, sugeriu
a realização de estudos a uma comissão de juristas que, após 2 anos, chegou aos
principais pontos que atingem a população brasileira, implementando, ainda,
sugestões para evitar o endividamento da população.
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1 SUPERENDIVIDAMENTO DO CONSUMIDOR

1.1. CONCEITO

Para muitos, considerado uma forma irresponsável de administração


financeira, o superendividamento pode ser visto como consequência de um momento
financeiro estável, que se degringolou involuntariamente, seja com o momento
financeiro do mercado ou o aumento do desemprego, que, consequentemente,
provocam o “achatamento” do poder de compra e o aumento dos juros. O
superendividamento é assim conceituado por Claudia Lima Marques:
[...] impossibilidade global do devedor pessoa física, consumidor, leigo e de
boa fé, de pagar todas as suas dívidas atuais e futuras de consumo (excluídas
as dívidas com Fisco, oriunda de delitos e de alimentos) em um tempo
razoável com sua capacidade atual de rendas e patrimônio. (MARQUES,
2006, p. 256)

Conforme verifica-se na definição mais precisa de endividamento, a assunção


de dívidas decorre da boa-fé e da ingenuidade, porém, frisa-se que o crescimento
facilitado de ofertas no mercado de consumo, também colaborou demasiadamente
para a insolvência dos consumidores.

1.2. VISÃO GERAL

Fenômeno decorrente do momento em que o país atravessa, o


superendividamento não representa pobreza, e, sim, o acúmulo de dívidas assumidas
de forma descabida de aquisição de créditos ou de bens de consumo pelo consumidor
que, obcecado pelas facilidades oferecidas, não se controla e nem se previne, estando
cada vez mais inserido na economia brasileira. Nesse sentido, Cláudia Lima Marques
discorre acerca do assunto:
[...] Superendividamento do consumidor é, na atualidade, um dos temas mais
instigantes e socialmente relevantes, no que respeita à proteção do
consumidor. Trata-se de um fenômeno social que assola, por fatores
diversos, muitas das sociedades ocidentais, que se caracterizam como
sociedades de consumo massificado. Todavia, tratar do superendividamento
é tratar de um tema tão antigo quanto o próprio direito. (MARQUES, 2006, p.
229)

Conforme se observa, o endividamento provém da assunção de dívidas


assumidas e impossibilitadas de solvência. Muitas vezes, a publicidade, a ingenuidade
e a busca de status, levam o consumidor a essa derrocada, já que a publicidade e a
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oferta “generosa” de produtos faz com que o consumidor se veja obrigado a adquiri-
los, de forma a saciar sua vontade ou se impor perante a sociedade, não observando
o acúmulo de dívidas assumido, tornando-se, assim, inadimplente. Sílvio Javier
Batello ensina que:
Na maioria dos casos, o superendividamento não se deve a uma única causa,
já que o devedor deve fazer frente a um conjunto de obrigações derivadas de
aquisição de bens e serviços de primeira necessidade, créditos hipotecários,
carros, móveis e etc. e, inclusive, decorrentes do abusivo e incorreto uso do
cartão de crédito. Soma-se ainda, causas não econômicas, tais como falta de
informação e educação dos consumidores, rupturas familiares, acidentes ou
enfermidades crônicas etc. (BATELLO, 2006, p. 211)

Sobre a facilidade da aquisição de créditos ou produtos, muitas vezes


supérfluos, Nelson Rosenvald diz que:
O superendividamento representa a ruína e morte civil do consumidor. Trata-
se da impossibilidade global de o devedor leigo e de boa-fé fazer frente ao
conjunto de seus débitos atuais e futuros. A capacidade econômica do
consumidor se torna inferior ao montante dos débitos atuais e futuros. A
capacidade dos débitos, todos estes contraídos para atender às suas
necessidades pessoais, entendendo como necessidades tudo aquilo que o
mercado induziu o indivíduo a acreditar como essencial, mesmo em se
tratando de bens supérfluos na maior parte das vezes. (ROSENVALD, 2013,
p. 245)

Diante desse instituto, aparentemente invisível, mas materializado nas ruas


sob a forma abstrata da impulsividade de aquisição, o consumidor, por ser a parte
mais vulnerável nessa relação consumerista, se vê comprometido a subsistência da
sua família, em especial as de média e baixa renda.
Esse aumento de endividamento está atrelado ao crédito facilitado e ao
consumo desenfreado, que apesar de ser uma das molas propulsoras da economia
de mercado, quando aplicado de maneira desregulada, torna-se sinônimo de pobreza,
pois além de se tornar um problema social e econômico, condena a população ao
endividamento, diminuindo consequentemente seu poder de aquisição, conforme
esclarecem Marques, Lima e Bortoncello:

Embora seja inegável que o acesso ao crédito constitui ferramenta


indispensável para o desenvolvimento das economias modernas, a grande
complexidade dessas novas formas de contratação, que envolvem um
conjunto intrincado de riscos, custos e responsabilidades, acaba por
prejudicar a compreensão do consumidor a respeito dos termos e condições
do negócio e, consequentemente, dificultar sua avaliação sobre a adequação
do contrato a suas necessidades, interesses e, acima de tudo, possibilidades
econômicas. Assim, essa assimetria generalizada de informações e
conhecimentos potencializa a vulnerabilidade do consumidor, pois, a mais de
permitir a formação de falsas expectativas sobre os produtos e serviços
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adquiridos, pode conduzi-lo a escolhas impróprias e de consequências


perversas e não apenas no que tange a seu patrimônio, mas também a sua
qualidade de vida, dignidade, saúde e segurança. (MARQUES, LIMA,
BORTONCELLO, 2010, p. 7)

1.3. PREVENÇÃO E CONSEQUÊNCIAS

Prevendo o caos financeiro da população, e buscando alternativas à prevenção


do superendividamento, viu-se necessária a adequação do Código de Defesa do
Consumidor ao atual momento, de forma a fazer referência à Política Nacional de
Relação de Consumo e à implantação de novas leis, que se moldem a evolução do
mercado e a educação financeira. Além disso, diante do fato já constatado, também
se faz importante a criação de núcleos de conciliação e mediação de conflitos para os
cidadãos que já se encontrem nessa condição de endividamento. Daniel Gomes
Ramos afirma que:
[...] o superendividamento caracteriza-se pelo endividamento crônico do
consumidor, quando as dívidas vencidas e vincendas superam a sua
capacidade de pagamento, incluindo seus rendimentos e todos os seus bens.
(GOMES, 2012, p. 36)

A partir do momento que os consumidores não conseguem honrar as dívidas


assumidas, se vendo obrigados a negligenciar suas obrigações de vida em família,
tais como alimentação, estudo e saúde, o afastamento social é uma consequência, e,
posteriormente, resulta em exclusão definitiva da sociedade, derivada dos
desentendimentos acerca da situação. Conforme observa Cerbasi:
Estes fatores, aliados ao acúmulo de preocupações, geradas pela busca de
soluções para a situação de superendividamento podem gerar ainda
desentendimentos, mudança de comportamento dos indivíduos,
agressividade, impaciência e até situações de violência doméstica e divórcio
entre outros. Ainda mais porque, a principal preocupação da maioria dos
credores é apenas com a quitação do débito, pouco importando se o
consumidor possui meios para isso ou se terá que dispor só de seu mínimo
vital para tanto (CERBASI, 2009)
5

2 COMO TEVE ORIGEM E QUAIS OS PROTAGONISTAS DA IDEIA

2.1. ORIGEM

Em 2010, o então presidente do senado federal José Sarney, com a finalidade


de atualizar e modernizar o Código de Defesa do Consumidor, convocou uma
comissão de juristas para a realização de estudos, aproveitando que o CDC
completava 20 anos, e necessitava de ajustes devido a chegada do comércio
eletrônico e o surgimento do superendividamento.
Após 2 anos, os trabalhos se transformaram em três projetos de lei: i) PLS
281/2012, sobre o comércio eletrônico; ii) PLS 282/2012, sobre ações coletivas; e iii)
PLS 283/2013, que normatizava o superendividamento.
Este último foi apresentado no Senado Federal pelo Senador José Sarney e
aprovado em 28 de outubro de 2015, em turno suplementar, com posterior
encaminhamento para apreciação da Câmara dos Deputados em novembro de 2015,
o qual recebeu o nº 3.515/2015.

2.2. PROTAGONISTAS

O principal idealizador foi o então presidente do senado federal, José Sarney,


que diante dos avanços da sociedade viu a necessidade da modernização de leis que
protegessem o consumidor, bem como instrumentos que criassem uma política de
prevenção ao superendividamento. Já o criador das leis foi um renomado grupo de
juristas, presididos pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça, Antônio Herman
Benjamim.
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3 QUAIS AS PRINCIPAIS MUDANÇAS PODERÃO TRAZER AO CONSUMIDOR

O novo texto atribuído a Código do Consumidor pela Lei 3.515/2015,


inicialmente, alterará os artigos 4º, 5º, 6º, 37 e 51, no sentido de implementar medidas
que assegurem ao consumidor alguns direitos, como o fomento de ações visando a
educação financeira e ambiental dos consumidores (art. 4º, IX), a instituição de
mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial e judicial do superendividamento
e de proteção do consumidor pessoa natural (art. 5º, VI) e a garantia de práticas de
crédito responsável, de educação financeira e de prevenção e tratamento de situações
de superendividamento, preservado o mínimo existencial, nos termos da
regulamentação, por meio da revisão e repactuação da dívida, entre outras medidas
(art. 6º, XI).
Não somente isso, como também aprimora a proteção garantida à parcela
vulnerável agravada da população, como incapazes, idosos, pessoas com deficiência
e analfabetos, de se citar o art. 37, § 2º e incisos, in verbis:

§ 2º É abusiva, entre outras, a publicidade:


I - discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o
medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e
experiência da criança ou desrespeite valores ambientais, bem como a que
seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
perigosa à sua saúde ou segurança;
II - que contenha apelo imperativo de consumo à criança, que seja capaz de
promover qualquer forma de discriminação ou sentimento de inferioridade
entre o público de crianças e adolescentes ou que empregue criança ou
adolescente na condição de porta-voz direto da mensagem de consumo.
(BRASIL, 1990)

Entretanto, a maior mudança trazida pelo projeto de lei e que, se aprovada em


seu texto literal, proporcionará ao consumidor brasileiro melhor proteção, é a
prevenção ao superendividamento, com ênfase na prática do crédito consciente.
Elencada no Capítulo VI-A “Da prevenção e do tratamento do superendividamento”,
se destacam a obrigatoriedade da prestação de informações acerca do crédito à prazo
(art. 54-B); a vedação da utilização de meios de comunicação que pressionem o
consumidor à contratar produto, serviço ou crédito, principalmente se idoso,
analfabeto ou em vulnerabilidade agravada (art. 54-C, IV); a vedação do
comprometimento de mais de 30% da remuneração do consumidor nos contratos em
que o modo de pagamento seja em desconto na folha de pagamento (art. 54-E);
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realizar cobranças de crédito que já foi contestado pelo consumidor em notificação


com antecedência (art. 54-G, II), etc.
Assim, conclui-se que as principais mudanças trazidas pelo projeto de lei para
o consumidor o atingem direta e indiretamente. Diretamente porque, conforme
informação extraída de sua ementa, será prevenido o superendividamento e
asseguradas garantias como a prática de crédito responsável e educação financeira.
O SPC Brasil, em análise efetuada em janeiro de 2019, realizou um
levantamento de dados a respeito do endividamento da população brasileira. De
acordo com as estatísticas, 62,08 milhões de consumidores, entre 30 a 39 anos de
idade, está negativada. Esse percentual, de acordo com o estudo, corresponde a
pouco mais de 40% da população adulta do Brasil.
O superendividamento, conforme alhures, quer dizer o dispêndio desenfreado
pelo consumidor com produtos ou serviços supérfluos, não levando em consideração
seus gastos essenciais e os de sua família, a exemplo de moradia, alimentação,
saúde, etc. Com este desequilíbrio, a saída apresentada quase sempre será o
empréstimo bancário, utilizando-se do crédito. Entretanto, se essa ferramenta também
não for utilizada com consciência, engaja-se no mesmo circulo vicioso que resultou
no endividamento em primeiro lugar.
É por isso que a regulamentação e prevenção do superendividamento, seja
com a prática do crédito responsável ou, ainda, na própria busca da educação
financeira, mencionados no projeto de lei, poderão contribuir para a alteração das
relações desenfreadas de consumo de crédito junto as instituições bancárias, que na
maioria das vezes praticam taxas de juros muito altas.
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4 RESUMO DE SUA TRAMITAÇÃO NO SENADO E NA CÂMARA DOS


DEPUTADOS

4.1. TRAMITAÇÃO NO SENADO

No ano de 2012 foram apresentados pelo Senador José Sarney, três projetos
de Lei, visando a atualização do CDC, sendo o PLS 283/12 o responsável por tutelar
as relações de consumo de crédito. O projeto tramitou em comissão especial do
Senado Federal, tendo sido alvo de diversas emendas, das quais 20, das 42
apresentadas, foram acatadas pelo relator Ricardo Ferraço (PMDB-ES). O PLS foi
aprovado pelo plenário em 4 de novembro do mesmo ano, e foram encaminhados
para apreciação da Câmara dos Deputados.

Projeto de Lei do Senado n° 283, de 2012


(AGENDA BRASIL 2015)
Autoria: Senador José Sarney (MDB/AP)
Nº na Câmara dos Deputados: PL 3515/2015
Comissão: CT - Modernização do Código de Defesa do Consumidor - PLS
281, 282 e 283/2012 (Art. 374-RISF)
Assunto: Jurídico - Defesa do consumidor.
Natureza: Norma Geral
Ementa: Altera a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa
do Consumidor), para aperfeiçoar a disciplina do crédito ao consumidor e
dispor sobre a prevenção do superendividamento.

Explicação da Ementa:
Altera a Lei nº 8.078/1990 – Código de Defesa do Consumidor – para
aperfeiçoar a disciplina do crédito ao consumidor e dispor sobre a instituição
de mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial e judicial do
superendividamento e de proteção do consumidor pessoa física, visando
garantir o mínimo existencial e a dignidade humana; estabelece como direito
básico do consumidor a garantia de práticas de crédito responsável, de
educação financeira, de prevenção e tratamento das situações de
superendividamento, preservando o mínimo existencial, por meio da revisão
e repactuação da dívida, entre outras medidas; dispõe sobre a prescrição das
pretensões dos consumidores; estabelece regras para a prevenção do
superendividamento; descreve condutas que são vedadas ao fornecedor de
produtos e serviços que envolvem crédito, tais como: realizar ou proceder à
cobrança ou ao débito em conta de qualquer quantia que houver sido
contestada pelo consumidor em compras realizadas com cartão de crédito ou
meio similar, enquanto não for adequadamente solucionada a controvérsia,
impedir ou dificultar, em caso de utilização fraudulenta do cartão de crédito
ou meio similar, que o consumidor peça e obtenha a anulação ou o imediato
bloqueio do pagamento ou ainda a restituição dos valores indevidamente
recebidos, condicionar o atendimento de pretensões do consumidor ou o
início de tratativas à renúncia ou à desistência relativas a demandas judiciais;
dispõe sobre a conciliação no superendividamento; define
superendividamento; acrescenta o § 3º ao art. 96 da Lei nº 10.741/2003
(Estatuto do Idoso) para estabelecer que não constitui crime a negativa de
crédito motivada por superendividamento do idoso; dispõe que a validade dos
negócios e demais atos jurídicos de crédito em curso, constituídos antes da
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entrada em vigor da lei, obedece ao disposto no regime anterior, mas os seus


efeitos produzidos após a sua vigência aos preceitos dela se subordinam.
Situação Atual: Tramitação encerrada
Decisão: Aprovada pelo Plenário
Destino: À Câmara dos Deputados
(BRASIL, 2012)

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4.2. TRAMITAÇÃO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS
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O PLS nº 3.515/15, que trata da atualização do Código de Defesa do
Consumidor em matéria de prevenção e tratamento do superendividamento, já foi
aprovado por unanimidade no Senado e está pronto para ser votado na Câmara de
Deputados. Porém, ao longo de quase 5 anos, 2015 a 2020, o projeto de lei foi e voltou
da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados 26 vezes, sendo do Plenário 19 vezes e
da Comissão de Direito do Consumidor 17 vezes.
No fim de 2019 foi criada uma Comissão Especial destinada a apreciar o PLS
e, em 26 de agosto de 2020, foi aprovado o requerimento nº 1.334/2020 do deputado
Franco Cartafina (PP-MG), que solicitava urgência, bem como requerimentos de 2
outros deputados solicitando alteração no regime de tramitação, com base no pedido
anterior, e a imediata inclusão na Ordem do Dia do Projeto de Lei nº 3.515, de 2015,
que se encontra pronta para pauta de votação no plenário.

PL 3515/2015 - Projeto de Lei


Situação: Pronta para Pauta na Comissão Especial destinada a proferir
parecer ao Projeto de Lei nº 3515, de 2015, do Senado Federal, que "altera
a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do
Consumidor), e o art. 96 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto
do Idoso), para aperfeiçoar a disciplina do crédito ao consumidor e dispor
sobre a prevenção e o tratamento do superendividamento", e apensados
(PL351515); Pronta para Pauta no Plenário (PLEN)

Mesa Diretora ( MESA )


Recebido o Ofício nº 1610/15, do Senado Federal, que submete à revisão da
Câmara dos Deputados, nos termos do art. 65 da Constituição Federal, o
Projeto de Lei do Senado nº 283, de 2012, de autoria do Senador José
Sarney, constante dos autógrafos em anexo, que "Altera a Lei nº 8.078, de
11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor), e o art. 96 da
Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), para aperfeiçoar
a disciplina do crédito ao consumidor e dispor sobre a prevenção e o
tratamento do superendividamento".

Origem: PLS 283/2012


Identificação da Proposição
Autor: José Sarney - PMDB/AP 04/11/2015
Apresentação: Senado Federal

Ementa: Altera a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa


do Consumidor), e o art. 96 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003
10

(Estatuto do Idoso), para aperfeiçoar a disciplina do crédito ao consumidor e


dispor sobre a prevenção e o tratamento do superendividamento.
Informações de Tramitação: Regime de Tramitação Proposição
Forma de Apreciação: Sujeita à Apreciação do Plenário
Urgência (Art. 155, RICD)
Despacho atual: Última Ação Legislativa

Ação: Plenário ( PLEN )


Aprovado requerimento n. 1334/2020 do Sr. Franco Cartafina que requer, nos
termos do art. 155 do RICD, urgência para o Projeto de Lei nº 3.515/2015,
que altera a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do
Consumidor), e o art. 96 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto
do Idoso), para aperfeiçoar a disciplina do crédito ao consumidor e dispor
sobre a prevenção e o tratamento do superendividamento.
Alteração do Regime de Tramitação desta proposição em virtude da
Aprovação do REQ 1334/2020.
Apresentação do Requerimento n. 2259/2020, pelos Deputados Léo Moraes
(PODE/RO) e José Nelto (PODE/GO), que "Requer a inclusão na Ordem do
Dia do Projeto de Lei nº 3.515, de 2015" (BRASIL, 2015)

Quanto à perspectiva de aprovação deste projeto de lei, é possível afirmar


que devido a sua relevância, principalmente no atual cenário pandêmico de
coronavírus, em que as famílias brasileiras estão mais endividadas e houve o
aumento da inadimplência, será ou, ao menos, deveria ser, dada tramitação
prioritária para que as medidas propostas no plano das ideias surtam os almejados
efeitos práticos.
11

5 QUAL A OPINIÃO DO GRUPO SOBRE O PL?

O projeto de lei garante e amplia os direitos básicos do consumidor, impondo


limites e regras ao mercado, instituindo medidas de prevenção do
superendividamento, além de disciplinar o consumidor, criando uma cultura de crédito
responsável e implantando uma educação financeira no que se refere ao consumo,
seja necessário ou supérfluo, mesmo em momentos de estabilidade. Porém, não
impõe punição ao contraventor dessas regras, ou seja, impõe limites, mas não pune.
Feitas essas considerações, conclui-se que esse projeto, apesar de não poder
ser considerado como uma “boia” de salvação para o país, desafogando-o,
certamente virá para promover melhores garantias à consumidores e, por que não,
também à fornecedores, ou a todos os integrantes, direta ou indiretamente, das
relações de consumo. Resta apenas esperar pela aprovação e o resultado efetivo de
suas medidas.
12

REFERÊNCIAS

BATELLO, Sílvio Javier. A (in)justiça dos endividados brasileiros: uma análise


evolutiva. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.

BRASIL. Senado Federal. Projeto de Lei do Senado n° 283, de 2012. Brasília, DF:
Senado Federal, 2012. Disponível em:
<https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/106773/pdf>. Acesso
em: 04 out. 2020.

______. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei 3.515 de 04 de novembro de 2015.


Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2015. Disponível em:
<https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_imp;jsessionid=6DA06BDE07361
A74E5D6D4ADDAACBAB1.proposicoesWeb2?idProposicao=2052490&ord=1&tp=re
duzida >. Acesso em: 04 out. 2020.

______. Lei n. 8.078, 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do


consumidor e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 set.
1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm>.
Acesso em: 06 out. 2020.

CERBASI, Gustavo. Como organizar sua vida financeira: inteligência financeira


pessoal na prática. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

MARQUES, Cláudia Lima. Direitos do consumidor endividado: superendividamento e


crédito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.

MARQUES, Cláudia Lima. LIMA, Clarissa Costa; BORTONCELLO, Káren. Prevenção


e Tratamento do Superendividamento: Caderno de Investigação Científica, v. 1. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.

RAMOS, Daniel Gomes. Direito em movimento. 15. ed. FONAJE, 2012.

ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: direito dos contratos. 3. ed. Salvador:
Juspodivm, 2013.

COSTA, José de Alencar. PELLIZZARO, Roque Junior. Inadimplência de Pessoas


Físicas CNDL/SPC Brasil. Dados referentes a janeiro de 2019. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2020-jun-24/garantias-consumo-pl-351515-prevencao-
tratamento-superendividamento-consumidor. Acesso em 05 out. 2020.

BERTONCELLO, Káren Rick Danilevicz. BESSA, Leonardo Roscoe. PL 3.515/15: a


prevenção e tratamento do superendividamento do consumidor. Garantias do
Consumo. Consultou Jurídico. 24 jun. 2020. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2020-jun-24/garantias-consumo-pl-351515-prevencao-
tratamento-superendividamento-consumidor. Acesso em 05 out. 2020.

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