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AS RELAÇÕES NORTE-SUL
Licenciatura em História
Universidade Save
Massinga
2022
Francisco Marcos Maoco
Marlizia Egidio Uamusse
AS RELAÇÕES NORTE-SUL
Docente: Maloa
Massinga
2022
1. Introdução
Segundo Aguila (2013), o dialogo norte-sul busca-se na ajuda do norte ao sul, isto e os
países mais ricos localizadas no hemisferio norte e os países subdesenvolvidos que se situam no
hemisfério sul estabelecerem relações de cooperação no sentido de diminuir as diferencas entre
si. Em 1970 na quarta coferencia das nações unidas sobre o comercio desenvolvimento
(CNUCED) os países integrados no terceiro mundo revendicaram uma nova ordem económica
internacional. Os dias de hoje e o dialogo norte-sul apesar dos esforços evidenciados pelo
dialogo norte-sul ainda não se resolveram os principais problemas nos países subdesenvolvidos.
1.4.Regionalização Norte-Sul
1.5.Caracteristicas de norte-sul
Para Cardoso (2017), Quando se fala em uma cooperação Norte-sul, o principal aspecto
da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento a ser pensado é o financiamento de
projetos e programas de desenvolvimento no Sul Global. Outros aspectos giram em torno disso:
controle de qualidade dos projetos, prestação de contas, estabelecimento de prioridades de linhas
de atuação e, dependendo do país doador ou organismo internacional envolvido, a imposição de
condicionalidades.
1.9.O início da cooperação norte-sul
Para Aguilar (2013), o início da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, e o
seu estabelecimento como um campo de atuação internacional específico deu-se primeiramente
com a Cooperação Norte-Sul. Sendo assim, a CID começou com projetos assistencialistas,
traduzidos na chamada ajuda oficial ao desenvolvimento (AOD). Os países do então Primeiro
Mundo capitalista passaram a ser conhecidos como doadores tradicionais, enquanto os países do
Terceiro Mundo foram identificados como beneficiários da cooperação internacional.
Para Castro (2012), o primeiro grande programa de ajuda foi financiado pelos Estados
Unidos no pós-Segunda Guerra Mundial: o famoso Plano Marshall. Esse Plano consistia num
programa de reconstrução da Europa Ocidental e contou com um total de US$ 13 bilhões
investidos pelos Estados Unidos entre 1947 e meados da década de 1950. Ao configurar o
primeiro programa de ajuda bilateral, os Estados Unidos exerceram importante papel no processo
de consolidação da CID como um campo de atuação internacional.
Mais tarde, em 1971, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento
Internacional (USAID, na sigla em inglês), lançaria a metodologia da matriz do quadro lógico.
Muito empregada na elaboração, execução e avaliação de projetos de desenvolvimento, a
metodologia foi inclusive adotada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD). Aos poucos, ao comandar os primeiros programas nacionais de ajuda internacional, os
Estados Unidos passaram a utilizar o termo ajuda oficial ao desenvolvimento, que mais tarde foi
incorporado pela OCDE para classificar a ajuda prestada pelo Comitê de Assistência ao
Desenvolvimento (CAD).
Para Aguilar (2013), Além da grande influência estadunidense, o multilateralismo e o
surgimento de diversas Organizações Internacionais foram de grande importância para o
processo de institucionalização da CID. A ONU, com o passar das décadas, aderiu a temas de
desenvolvimento em sua agenda, os quais também foram incluídos nos planos das outras
agências que foram emergindo. Entre elas destacam-se:
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco);
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF);
Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Além disso, em 1948, para gerir os recursos do Plano Marshall, os países da Europa
criaram a Organização de Cooperação Econômica Europeia (OECE). Essa se tornaria, mais
tarde, a Organização para o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Também foi crescente o
número de países do Norte que passaram a criar agências de cooperação nacionais. Um exemplo
é a Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional (CIDA), criada em 1968, logo após a
fundação da Agência Americana (USAID), em 1961.
Então, a agenda dos anos 70 e 80 foi marcada pelas crises econômicas e ambientais que
assolaram o mundo inteiro e começaram a mostrar novas necessidades de mudança. Em termos
económicos, os países do Norte e o modelo capitalista de desenvolvimento enfrentavam mais
uma crise, relacionada com o modelo de acumulação associado ao Estado social. O modelo de
acumulação vigente na época era o de acumulação de matérias-primas, chamado fordismo, com
produção em massa utilizando linhas de montagem. Foi sendo substituído pelo regime de
acumulação flexível, ou toyotismo, cujos principais aspetos eram a não utilização de estoques e a
dispersão da produção para gerar maior produtividade e eficiência. Tais crises têm impactado os
países do Sul Global, gerando, por exemplo, diversas crises de endividamento externo. A década
de 80, por exemplo, foi considerada perdida para muitos países em desenvolvimento da América
Latina, incluindo o Brasil, que passou pela crise inflacionaria que só foi resolvida com o Plano
Realno final dos anos 1990.
Para Cardoso (2017), a crise económica dos anos 70 e 80 resultou em cortes na despesa
e numa redução relativa da cooperação. Alguns factores influenciaram os países do Norte, bem
como as organizações que os representam como o Fundo Monetario Internacional (FMI) e o
Banco Mundial a exigirem várias reformas estruturais como condição para o fornecimento do
CID. Exemplos desses fatores são:
As crises da dívida dos países do Sul;
Tais reformas mexeram com a estrutura economica dos paises que foram propostas pelas
principais instituições financeiras internacionais. Essas reformas consistiram em medidas como
reducao de gastos publicos, reforma tributaria, abertura comercial, privatizacao de empresas,
entre outras propostas alinhadas ao chamado Consenso de Whasington. Essas reformas passaram
a ser chamadas de condicionalidades para a ajuda, principalmente para a concessão de
empréstimos, mas que também foram impostas como condição para a concessão do AOD.
Com todas as mudanças das últimas décadas, a década de 1990 foi importante para a
consolidação de processos e novos atores no sistema CID. Para além da ajuda alimentar e das
infraestruturas, os investimentos passaram a incluir outras áreas. Os projetos de diálogo setorial
também ganharam espaço, favorecendo o intercâmbio de experiências políticas em áreas
específicas.
O uso do IDH para medir o desenvolvimento inseriu nos debates uma noção mais ampla
do que seria o desenvolvimento. Assim, foram incluídas questões não tradicionais que
contaminaram positivamente as agendas tradicionais. A justiça e a participacao social estão
cada vez mais presentes na agenda, incluindo fatores para proteger grupos vulneráveis,
combacter o racismo e a desigualdade de genero.
2.3.Divisão norte-sul
Para Castro (2012), norte-sul é uma divisão socioeconômica e política utilizada para
atualizar a Teoria dos Mundos. A partir dessa divisão, separam-se os países desenvolvidos,
chamados de países do norte (Luxemburgo, Cingapura, Irlanda, Qatar ,Suíça, Noruega,
Dinamarca, EUA) dos países do sul, grupo de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento (
Brasil, Rússia, China, África do sul, Índia, México, Indonésia) , divididos no mapa através de
uma linha imaginária. Apesar do nome, alguns países do norte também estão abaixo da linha do
equador, como a Austrália e a Nova Zelândia que, mesmo assim, fazem parte do grupo de países
do norte, os desenvolvidos.
3.0. Conclusão
Feito o trabalho, pode-se concluir que, quando se fala em uma cooperação pautada pelo
Norte, o principal aspecto da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento a ser pensado é
o financiamento de projetos e programas de desenvolvimento no Sul Global. Outros aspectos
giram em torno disso: controle de qualidade dos projetos, prestação de contas, estabelecimento
de prioridades de linhas de atuação e, dependendo do país doador ou organismo internacional
envolvido, a imposição de condicionalidades.
4. Referências
AGUILAR, Sérgio Luiz Cruz. Atlântico Sul: as relações do Brasil com os países africanos no
campo da segurança e defesa. Austral: revista brasileira de estratégia e relações internacionais,
v. 2, n. 4, p. 49-71, 2013.
AFONSO, Maria Manuela; FERNANDES, Ana Paula. abCD Introdução à Cooperação para o
Desenvolvimento. Lisboa: Instituto Marquês de Valle Flôr/Oikos, 2005.
CASTRO, Thales. Teoria das relações internacionais. Fundação Alexandre de Gusmão, 2012.
CARDOSO, Fernando Jorge. O Desenvolvimento sem Norte nem Sul. Cadernos de Estudos
Africanos, n. 34, p. 13-30, 2017.
FIORI, José Luís. O poder global e a nova geopolítica das nações. Crítica y Emancipación, (2):
157-183, primer semestre 2009.
GONÇALVES, Williams. Relações internacionais. Zahar, 2002.