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FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE E


CIDADANIA

LUCIANE LIMA SEBASTIÃO

A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO


ENSINO DE ALUNOS PORTADORES DE
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

SÃO PAULO
2012
LUCIANE LIMA SEBASTIÃO

A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO


ENSINO DE ALUNOS PORTADORES DE
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Monografia apresentada à Faculdade


Campos Elíseos, como requisito parcial
para obtenção do título de Especialista em
Educação para a diversidade e cidadania.
Orientador:

SÃO PAULO
2012
LUCIANE LIMA SEBASTIÃO

A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO


ENSINO DE ALUNOS PORTADORES DE
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Monografia apresentada à Faculdade


Campos Elíseos, como requisito parcial
para obtenção do título de Especialista em
“Educação para a diversidade e
cidadania”.

Aprovado em:

Banca Examinadora:

Orientador(a) Prof(a) Ms _______________________________________________


Assinatura __________________________________________________________
Prof (a) _____________________________________________________________
Assinatura __________________________________________________________
Prof (a) Ms _________________________________________________________
Assinatura __________________________________________________________
Dedicatória

Dedico este trabalho a Deus, pois sem ele, nada seria


possível e à minha família a qual sempre recebi apoio e
tem minha eterna gratidão.
AGRADECIMENTOS

Á Faculdade Campos Elíseos, pela oportunidade de ampliar meus conhecimentos


“Conhecer é tarefa de sujeitos, não de
objetos. E é como sujeito e somente
enquanto sujeito, que o homem pode
realmente conhecer.”

PAULO FREIRE
RESUMO

Neste estudo veremos que o preconceito e o estigma são fatores que


geralmente acompanham a vida de quem possui algum tipo de deficiência.
Nas escolas, a preocupação com o atendimento aos alunos que apresentam
diferenças acentuadas, tem se evidenciado através de ações, as mais diversas.
No presente trabalho procurou-se precisar o sentido da educação especial para os
deficientes visuais, mostrando o quanto ainda é preciso ser feito no Brasil a respeito
da inclusão das crianças portadoras de necessidades educacionais especiais e
como as tecnologias assistivas podem auxiliar a aprendizagem desses alunos.
Embora a LDB trate a Educação infantil como prioridade, muitas crianças
ainda estão fora da escola, existe a preocupação dos pais sobre qual o melhor
momento de colocá-las na escola e existe também a preocupação de educadores,
que não sabem como lidar com essas crianças.
A falta de informação de todos, faz com que não se perceba que as crianças
com deficiência têm os mesmos anseios que as outras crianças, apenas precisam
de uma correta mediação para que possam ampliar suas potencialidades e se
desenvolver de forma plena, para isso é preciso que a postura perante essas
crianças seja mudada, pois só assim haverá uma inclusão de fato.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão; tecnologias assistidas; aprendizagem.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................11
1. DA EDUCAÇÃO ESPECIAL À EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM BREVE
HISTÓRICO................................................................................................................13
2. TECNOLOGIA ASSISTIVA..............................................................................17
2.1 Tecnologias Assistivas a serviço da educação..........................................19
2.2 A Inclusão de Indivíduos com Deficiência: Escola e Trabalho.................21
2.3 A Tecnologia Assistiva Como Ferramenta Para A Educação Inclusiva...23
2.4 Viabilidade das Tecnologias Assistivas..................................................... 25
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................33
4. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS................................................................34
11

INTRODUÇÃO

Ao revermos o modo como à sociedade tratava os deficientes na


antiguidade percebemos como o preconceito e atitudes de isolamento e
confinamento, características marcantes daquela época, mantêm-se presentes ainda
nos dias de hoje.
Para De Masi (2002.), a Reabilitação ultrapassa os limites da medicina,
tendo como finalidade a valorização do ser humano e a canalização de sua energia,
contribuindo desta forma, para que o mesmo possa se ajudar e conhecer melhor seu
potencial para usá-lo da melhor forma possível em seu benefício.
Embora tenhamos evoluído industrial, cientifica e tecnologicamente,
podemos dizer que no campo das deficiências vivemos uma fase de transição, onde
o antigo convive com o novo e nem sempre se deixa influenciar por ele.
“Os indivíduos com deficiências, vistos como “doentes” e incapazes, sempre
estiveram em situação de maior desvantagem, ocupando, no imaginário coletivo, a
posição de alvos de caridade popular e da assistência social, ao invés de sujeitos de
direitos sociais, entre os quais, se inclui o direito à educação.” (MEC/SEE, 2007,
P.19)
Sabemos, por exemplo, que em algumas culturas indígenas, aqui mesmo no
Brasil, as crianças que nascem com algum tipo de deficiência têm como destino a
morte, que muitas vezes é realizada por seus próprios pais. Outras tribos, ao
contrário, têm aderido a programas de inclusão de última geração, possibilitando a
essas crianças um desenvolvimento de acordo com suas habilidades.
Para falarmos desse assunto, contaremos com estudos realizados por Lígia
Assumpção Amaral (1988), que, além de pesquisadora na área, também possuía
deficiência física, seqüela da pólio que a acometeu por volta de um ano e meio de
vida.
O que está em voga desde os primórdios da humanidade é a busca pela
simetria, como algo que representa a ordem do mundo. Neste sentido, a deficiência
se coloca justamente na contramão deste ideal, representando a idéia de
imperfeição, de mutilação e/ou de desvio, constituindo-se numa ameaça, na medida
em que representa, entre outros fatores, a consciência da própria imperfeição
daquele que vê, espelhando na pessoa com deficiência suas próprias limitações.
12

Na educação, muito se tem falado sobre a inclusão dessas pessoas a


diminuição dessa visão da sociedade.
Porém, ainda muitos professores se vêem de mão atadas por não ter
informação sobre as mediações para que possam ampliar as potencialidades desses
alunos, portadores de necessidades educacionais especiais, possibilitando que se
desenvolvam de forma plena.
Para amenisar essa angustia, este trabalho apresenta algumas
possibilidades de mediações através das tecnologias assistivas, ou seja, a utilização
de artefatos elaborados para suprir ou aumentar a capacidade desses alunos
13

1. DA EDUCAÇÃO ESPECIAL À EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM


BREVE HISTÓRICO

Desde 1854, a partir da fundação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos -


atualmente conhecido como Instituto Benjamin Constant -, primeira instituição
especializada no tratamento de pessoas com deficiências, muitas mudanças
ocorreram, seja com relação ao objetivo visado com esses atendimentos, ou às
concepções que os fundamentavam, seja com relação às leis que arregimentavam
essas práticas.
Na época do Império o objetivo que norteava o trabalho com pessoas com
deficiências ainda não tinha o caráter educacional, este só vem a se instituir no início
do século XX, a partir do surgimento da Educação Especial, cujo ensino era
realizado em classes especiais ou Instituições especializadas, nas quais os alunos
eram agrupados de acordo com suas deficiências, não convivendo, deste modo,
com as crianças comuns. Em contrapartida, nessa mesma época, surgem
movimentos que lutavam para que esses alunos estivessem em classes de ensino
regular.
Um deles é o fato de as crianças com deficiências serem privadas do
contato com alunos comuns e do usufruto dos recursos disponíveis na sala de
ensino regular. Ao conviver apenas com crianças que apresentam as mesmas
dificuldades, perde-se um elemento importante do processo de aprendizagem, que
tem como requisito a diversidade de experiências para se desenvolver de forma
mais completa e significativa.
Além disso, vários estudos constataram que, ao longo do tempo, as classes
especiais passaram a ser utilizadas como instrumentos de segregação.

“Os indivíduos com deficiências, vistos como “doentes” e incapazes,


sempre estiveram em situação de maior desvantagem, ocupando, no imaginário
coletivo, a posição de alvos de caridade popular e da assistência social, e não de
sujeitos de direitos sociais, entre os quais se inclui o direito à educação.” (MEC/SEE,
2001, P.19)

A educação especial no Brasil está passando por um processo de


mudanças profundas, algumas das quais estão acontecendo de forma muito rápida,
14

cabendo a nós, educadores refletir sobre esse novo contexto, e tentar estabelecer
algumas das estratégias que julgamos fundamentais para que essa educação se
converta em iniciativas de qualidade, que culminem de fato no crescimento do seu
público alvo, ou seja, as crianças.
Por outro lado, tem-se ouvido, com certa apreensão e com grande temor,
referências a esta palavra “inclusão”, que surge no cenário educacional brasileiro,
como se fosse mais uma moda.
Sabe-se por relatos de colegas professoras que, em escolas públicas bem
equipadas e, principalmente, dotadas de professores capacitados para trabalhar
com o processo de integração plena, os resultados têm se mostrado positivos.
Entretanto, essa realidade não se constitui regra em nosso meio, pois nas salas de
recursos específicos para deficientes visuais, há professores sem capacitação
específica e nenhum preparo para trabalhar em parceria com o ensino comum,
tornando-se, desta forma, o trabalho pedagógico das salas de recursos
individualizados, solitários, e, muitas vezes, esses espaços acabam funcionando
como classe especial.
Apesar de tudo isso, há a necessidade de se estudar as diversas formas de poder
trabalhar com esses alunos, afinal, eles agora fazem parte do dia-a-dia escolar. Não
se pode isolá-los, mas sim capacitar as pessoas que com eles convivem,
encontrando meios para que eles não se sintam como “especiais” e sim como
crianças normais.
No documento da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva, encontramos a seguinte menção à Educação Especial, segundo
os moldes discutidos até o momento.

“Embora seja um direito garantido por lei, a educação infantil continua


ficando em segundo plano, pois o Plano Decenal de Educação para todos, não
incluiu a Educação Infantil como prioridade por parte dos Estados e Municípios.”
BRUNO (2001)

A educação especial se organizou tradicionalmente como atendimento


educacional especializado substitutivo ao ensino comum, evidenciando diferentes
compreensões, terminologias e modalidades que levaram à criação de instituições
especializadas, escolas especiais e classes especiais. Essa organização,
15

fundamentada no conceito de normalidade/anormalidade, determina formas de


atendimento clínico-terapêuticos fortemente ancorados nos testes psicométricos
que, por meio de diagnósticos, definem as práticas escolares para os alunos com
deficiência.
Este modelo e as concepções relacionadas a ele, começou a ser mudado
com a instituição de várias leis e documentos internacionais e nacionais que
influenciaram sobre os direitos e as políticas de inclusão das pessoas com
deficiência em nosso país.
Atualmente, quando falamos em Educação Especial nos referimos à
perspectiva da Educação Inclusiva a qual, segundo a Política Nacional de Educação
Especial:
...passa a integrar a proposta pedagógica da escola regular, promovendo o
atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência,
transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. “Nestes
casos e outros, que implicam em transtornos funcionais específicos, a educação
especial atua de forma articulada com o ensino comum, orientando para o
atendimento às necessidades educacionais especiais desses alunos.”
Por meio dessa reformulação, o próprio conceito de deficiência se modifica
ao se deslocar de um enfoque médico, que agregava à pessoa com deficiência um
caráter organicista e assistencial para seguir rumo a uma concepção mais complexa,
que abrange os aspectos socioculturais, permitindo um trabalho contextualizado e
mais amplo. A partir dessa conceituação, considera-se pessoa com deficiência
aquela que tem impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental ou
sensorial que, em interação com diversas barreiras, podem ter restringida sua
participação plena e efetiva na escola e na sociedade.

“Mediante essas situações vem-se desenhando um novo programa de


formação, ressaltando que ser professor faz parte de um processo que deve ser
construído e que ninguém nasce professor.” DUEK & OLIVEIRA (2010).

Podemos perceber todas as dificuldades enfrentadas por essas crianças e


suas famílias, que vivem numa sociedade preconceituosa, que os tem como
indivíduos dignos de pena, ao contrário de reconhecer suas reais potencialidades e
possibilitar seu desenvolvimento pleno.
16

Podemos observar que tudo isso acontece devido à desinformação e falta


de preparo das pessoas para lidar com a questão, por isso, o ambiente escolar deve
ser um ambiente com profissionais capazes, qualificados e dispostos a receber
essas crianças, incluindo-as de forma real, possibilitando seu desenvolvimento como
qualquer outra criança, respeitando seu tempo e forma de aprendizado, sem
comparar com as crianças dotadas de visão.

“Com a proposta de educação para todos, vemos que os professores muitas


vezes demonstram atitudes de não aceitação dos alunos com necessidades
educacionais especiais, isso demonstra um dos maiores desafios relacionados à
formação profissional docente.” DUEK & OLIVEIRA (2010)

Trabalhar na perspectiva de Educação Inclusiva, portanto, pressupõe que o


professor seja capaz de rever sua prática e seus saberes, abandonando a busca por
receitas prontas, que despersonalize o contato com seus alunos, ou a busca por
diagnósticos que os coloquem reféns de suas limitações. Deve estar aberto a lidar
com o novo.

Para De Masi (2002) a Reabilitação ultrapassa os limites da medicina, tendo


como finalidade a valorização do ser humano e a canalização de sua energia,
contribuindo desta forma, para que o mesmo possa se ajudar, conhecer melhor seu
potencial para usá-lo da melhor forma possível e em seu benefício.
O movimento mundial pela Educação Inclusiva é uma ação política, cultural,
social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de
estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A
Educação Inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na
concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores
indissociáveis e que avança em relação.

“A falta de informação sobre as reais possibilidades e dificuldades das


crianças com deficiência visual e múltipla deficiência, gera dúvidas em pais e
também professores sobre como e quando incluir essas crianças na escola.”
BRUNO (2001)
17

Com a chegada de novas informações, percebemos como o foco na


Educação Inclusiva muda: o aluno passa a ser reconhecido como o cidadão com
direito à educação e ao convívio em sociedade. Consequentemente, a ênfase que
anteriormente era dada à sua deficiência e às suas dificuldades, como se estivesse
sempre em defasagem em relação aos demais, necessitando se adaptar para se
integrar ao meio, recai agora sobre as respostas que a escola deve se preparar para
as demandas específicas por igualdade de acesso e qualidade de ensino.
“A adoção do conceito de necessidades educacionais especiais e do
horizonte da educação inclusiva implica mudanças significativas. Em vez de se
pensar no aluno como a origem de um problema, exigindo-se dele um ajustamento a
padrões de normalidade para aprender com os demais, coloca-se para os sistemas
de ensino e para as escolas o desafio de construir coletivamente as condições para
atender bem à diversidade de seus alunos.” (MEC/SEE, 2001, P.05)

2. TECNOLOGIA ASSISTIVA

A tecnologia assistiva (TA) é um termo designado aos artefatos elaborados


para suprir ou aumentar a capacidade de pessoas com deficiência. São
consideradas tecnologias assistivas, por exemplo, par de óculos, bengala, cadeira
de rodas, etc.

TA se compõe de recursos (os artefatos em si) e serviços (pessoas que


auxiliam na compra, no uso e na seleção da TA mais adequada a sua deficiência).

Se classificam em:

 Auxílios para a vida diária e a vida prática: auxiliam em tarefas corriqueiras,


cotidianas, tais como garfos adaptados, recursos que facilitem o vestir e
despir vestuário, etc.

 Comunicação Aumentativa e Alternativa: são destinadas àquelas pessoas


que possuem dificuldade na comunicação, tais como tecnologia de
vocalizadores (pranchas com produção de voz) e softwares específicos
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 Recursos de acessibilidade ao computador: são voltados para pessoas com


privação de sensorial e motora. Os teclados e impressora braile, softwares
leitores de tela são alguns exemplos.

 Sistemas de controle de ambiente: projetado para pessoas com dificuldades


motoras, essa TA possibilita controlar o ambiente acionando esses
mecanismos de forma simples, podendo até ser acionado com o piscar dos
olhos.

 Projetos arquitetônicos para acessibilidade: adaptações na casa, no trabalho


e em ambientes públicos para facilitar o acesso a pessoas com dificuldades
motoras.

 Órteses e Próteses: peças artificiais que substituem partes ausentes no


corpo.

 Adequação postural: recursos que garantam uma postura correta e segura,


diminuindo o desconforto por ficar numa mesma posição por muito tempo, tais
como em cadeira de rodas.

 Auxilio de mobilidade: TA que facilitam a locomoção, tais como bengalas,


cadeiras de rodas e scooters.

 Auxílios para cegos ou para pessoas com visão sub-normal: agregam suporte
sonoro a objetos que exigem acuidade visual, tais como relógio, calculadora,
termômetro, etc.

 Auxílios para surdos ou com déficit auditivo: tem como exemplo aparelhos
com infra-vermelho, aparelhos auditivos, etc.

 Adaptações em veículos: TA criada para permitir a um deficiênte físico dirigir


ou acessar um veículo, tais como facilitadores de embarque e desembarque,
rampa para cadeiras de rodas, etc.

Por fim, o último item do texto que eu gostaria de destacar é o fato de que a
TA não é de abrangência apenas da área de médica e de reabilitação mas, também,
19

da área educacional. Infelizmente a educação, nesse ponto, ainda corre atrás das
outras áreas, pois não se tem acesso as TAs que poderiam facilitar o acesso e a
permanência do deficiente nas instituições de ensino.

2.1 Tecnologias Assistivas a serviço da educação

Percebemos ainda que não só os casos mais graves de deficiências


necessitam de assistência, mas também aqueles nos quais ocorra um
comprometimento da visão, da audição, ou da mobilidade, de modo mais amplo,
seja este comprometimento definitivo ou provisório.
Os Professores de educação Física aparecem como os mais aptos para
perceberem casos mais sutis de deficiências, porém, nossas escolas não se
preparam para aulas com os alunos ditos comuns e tão pouco para a inclusão,
vemos isso no estudo de Sebastião & Freire (2009):

“Na realidade social brasileira, há uma quantidade grande de escolas,


principalmente públicas, que não apresentam espaço físico adequado ou quantidade
suficiente de materiais. Segundo Soler (2003), o espaço existente para as aulas de
Educação Física, muitas vezes se resume a pátios e salas de aula. Essa má dis-
tribuição do espaço físico acontece logo na construção de uma unidade escolar,
quando não está entre as prioridades a alocação de espaço próprio para as aulas de
Educação Física (BATISTA, 2003).”

A resposta parece ficar ainda mais difícil do que no caso das deficiências,
quando algo no corpo justificava um procedimento ou estratégia diferenciada.

“O funcionamento visual das crianças com baixa visão é muito variado, a


adaptação dos recursos ópticos ou materiais é que compensam as dificuldades
visuais.” BRUNO (2001)

Surge a dúvida entre fazer valer os conteúdos pedagógicos ou respeitar


alguns costumes próprios da cultura, religião ou etnia de cada aluno, mas que não
são compartilhados por todo o grupo.
20

Mas os direitos de acesso a ensino diferenciado para esses alunos também


é garantido por lei e o professor deve ser capaz de propor atividades alternativas
que não comprometam o aproveitamento dos conteúdos pedagógicos por parte do
aluno, mas que também não firam suas crenças, costumes e/ou escolhas.
No entanto, por meio de uma análise mais cuidadosa do significado de
Educação Inclusiva e de Diversidade, percebemos que há outras diferenças ou
dificuldades sofridas por alguns alunos que são negligenciadas na escola, fazendo
com que sejam vítimas de preconceito e prejudicando sua aprendizagem e convívio
social.
Geralmente atribuímos as causas das dificuldades apresentadas em sala de
aula somente ao aluno ou a fatores relacionados à sua família ou ao seu meio
socioeconômico.
Além disso, acreditamos que todas as habilidades desse aluno são
desenvolvidas naturalmente.
Consequentemente, quando esses alunos apresentam alguma dificuldade não nos
sentimos responsáveis por ela, seja com relação à sua origem ou à sua resolução.
Vemos que, se por um lado, temos o despreparo de alguns professores que,
diante das dificuldades, abrem mão de seu saber e de sua responsabilidade pelo
processo de aprendizagem de seus alunos, e vão buscar fora do espaço de aula
(através dos encaminhamentos) as respostas que muitas vezes estariam dentro
deste espaço.
Por outro, temos o avanço tecnológico e científico permitindo progressos no
campo da medicina e da indústria farmacêutica, o que contribui para a elaboração
de diagnósticos, medicamentos e terminologias, até pouco tempo desconhecidos, os
quais vêm atender prontamente à demanda do professor por uma solução
apaziguadora, que assegure que ele não tem participação nesse processo e que as
dificuldades são exclusivas de seu aluno.
Logicamente, sabemos da importância do diagnóstico e do tratamento
especializado, quando necessário. Mas que isto não exima o professor da
responsabilidade pelo ato pedagógico
Podemos afirmar que não. Mas é necessário um trabalho, que implica em
trazer a discussão acerca das diferenças para o contexto da sala de aula seja você
um professor da sala comum, de apoio ou especialista itinerante.
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“O fato de diversos professores não se sentirem preparados para lidar com


alunos portadores de necessidades educacionais especiais, faz com que ocorra o
pensamento de que esses alunos devem ser atendidos apenas em classes
especiais.” DUEK & OLIVEIRA (2010)

Quando falamos de diferenças culturais, religiosas ou étnicas, não falamos


apenas de meros caprichos, mas de concepções e práticas que são desenvolvidas e
legitimadas ao longo de séculos, cujo resultado se encontra disponível a partir da
escritura de livros sagrados, do desenvolvimento de movimentos políticos e sociais,
das artes, de construções arquitetônicas, entre outros.
Então, tecnologias assistivas são instrumentos que devem ser utilizados não
só para o trabalho de conscientização dos alunos com relação às diferenças, como
também para ampliar seu universo cultural.

2.2 A Inclusão de Indivíduos com Deficiência: Escola e


Trabalho

De acordo com o Censo de 2000, dos 24,6 milhões de pessoas que


declararam possuir alguma deficiência (14,5% do total da população brasileira que
era de 169,8 milhões em 2000), 4,3 eram crianças na faixa de idade entre 0 a 14
anos. Esse número aumentou consideravelmente em relação ao censo anterior e,
conforme Grajew , o motivo para esse "aumento" no número de indivíduos com
deficiência foi a utilização pelo IBGE, quando do Censo de 2002, dos critérios de
classificação de pessoas com deficiência emitidos pela Organização Mundial de
Saúde. Dos 16 milhões de indivíduos com deficiência, apontados no censo anterior,
9 milhões estariam em idade de se inserir no mercado de trabalho. Entretanto, o
número de pessoas que trabalhava, formal e informalmente, não chegava a um
milhão, o que colocava o Brasil bem abaixo de países desenvolvidos, onde o
trabalho formal varia de 30% a 45%.
Entre os jovens com 15 anos ou mais, com pelo menos um tipo de
deficiência, ainda segundo dados do IBGE(2000), 32,9% têm no máximo dois anos
de escolaridade. Os outros índices relacionados a essa faixa etária demonstram que
22

16,7% têm entre 4 e 7 anos de estudo; 10,7%, entre 8 e 10 anos de escolaridade;


10%, entre 11 e 14 anos; e 10,2% têm 16 anos ou mais.
Esses dados indicam que praticamente um terço da população com
deficiência e em idade de entrar no mercado de trabalho tem, no máximo, dois anos
de estudo, um quadro que precisará ser revertido para que as pessoas com
deficiência possam incluir-se efetivamente na sociedade, ocupando os cargos
reservados para elas por lei nas empresas.
Segundo Pastore os dados levantados pelo Censo Escolar de 2000
identificaram apenas 280 mil alunos com deficiência cursando as escolas regulares
do Brasil. A inclusão do indivíduo com deficiência no mercado de trabalho pode ser
alcançada mais facilmente se lhe é permitida a correta freqüência escolar, desde o
Ensino Fundamental à Universidade. Por outro lado, Ferreira aponta a quase
inexistência de pesquisas sobre a situação de pessoas com deficiência nas
universidades, além do fato de não existirem políticas públicas que facilitem a
efetivação da educação inclusiva no nível da educação superior. Uma das iniciativas
que estão sendo realizadas neste sentido de incluir de forma mais adequada o
estudante com necessidades especiais no meio acadêmico é representada pela
criação, em março de 2004.
Os indivíduos com NEE e a regulamentação da educação inclusiva entre os
principais obstáculos encontrados pelos alunos com necessidades educacionais
especiais, para a inserção ao meio acadêmico, destacam-se a inadequação de
recursos e de conhecimento dos profissionais da educação com relação aos
processos de ensino-aprendizagem próprios e significativos para esta faixa
específica de alunos, o que exige apoio e atendimento adequado às suas
necessidades especiais.
Este início de século XXI está marcado por processos e movimentos que
acolhem diferenciadas atitudes de inclusão na sociedade e buscam a superação dos
preconceitos gerados pela falta de conhecimento de como trabalhar com as pessoas
com necessidades educacionais especiais.
Durante muito tempo, como mostra Amaral (1988) , a "melhor solução",
reservada a essas pessoas, era o isolamento e a completa retirada do convívio
social, da escola e, principalmente, do mercado de trabalho. Nesse sentido, o
Governo Brasileiro, através do Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais
de Educação vem realizando, desde 1999, mudanças nos currículos escolares como
23

forma de incentivar os professores a repensarem suas funções de educadores para


aceitarem com mais naturalidade a presença, em suas salas de aula, de alunos com
necessidades educacionais especiais. No entanto, segundo Ribas, de modo geral os
corpos docente e discente das universidades, assim como a sociedade em geral,
não estão prontos para entender o problema do ponto de vista do indivíduo com
deficiência, nem para preparar o ambiente de estudo para inclusão desses
indivíduos. Por parte do Governo estas medidas estimuladoras vêm se multiplicando
desde a promulgação do Decreto Lei nº. 3.298/99 que, em seu artigo 2o, traz que é
responsabilidade do Poder Público assegurar à pessoa com deficiência o pleno
exercício de seus direitos básicos, todos os direitos constitucionais dos cidadãos.
Nesse sentido, a tecnologia assistiva tem sido considerada como uma
alternativa viável para que se promova a inclusão dos indivíduos com necessidades
especiais ao corpo discente das universidades.

2.3 A Tecnologia Assistiva Como Ferramenta Para A


Educação Inclusiva

Bersch e Tonolli definem tecnologia assistiva como um termo ainda novo,


utilizado para identificar todos os Recursos e Serviços que contribuem para
proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência. Busca-
se promover uma Vida Independente e com maior possibilidade de inclusão, pois
existem muitos equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e
aplicadas para diminuir os problemas encontrados pelos indivíduos com deficiência
na realização de suas tarefas e ou atividades.
Sabe-se que as tecnologias assistivas consistem em um acessório, uma
ferramenta auxiliar da educação e não uma solução miraculosa para os problemas
seculares que esta tem enfrentado. Na opinião de Moran, Masetto e Behrens , a
expectativa em relação à ação da tecnologia na educação pode estar sendo
superestimada pois, “como em outras épocas, há uma expectativa de que as novas
tecnologias nos trarão soluções rápidas para o ensino”.
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Segundo eles, embora as tecnologias facilitem a comunicação audiovisual,


o processo ensino-aprendizagem não pode depender apenas das inovações
tecnológicas.
Um dos objetivos do uso de tecnologia assistiva é permitir, ao indivíduo com
deficiência, a freqüência às escolas comuns, desde a Educação Básica até à
universidade. O direito ao estudo é fator de inclusão social que lhe deve ser
garantido e, para exercer este direito, ele precisará, em muitas ocasiões, utilizar os
serviços de apoio que a tecnologia assistiva pode lhe proporcionar.
Entre os modelos pedagógicos existentes para a utilização do computador
em sala de aula, objetivando o apoio da tecnologia à aprendizagem do indivíduo
com necessidades especiais são destacados, neste trabalho, o Objetivismo, o
Cooperativismo, o Construtivismo.
O modelo de ensino mais amplamente aceito é o construtivista, ao lado de
sua derivação, além do modelo cooperativo, conforme Leidner e Jarvenpa . A razão
disso é que, no modelo construtivista, o aluno se torna capaz de vivenciar as
experiências, deixando de ser um mero espectador para tornar-se um agente ativo
de seu próprio aprendizado. Já no modelo cooperativo a aprendizagem surge a
partir da interação entre os indivíduos.
Admite-se, porém, que o próprio modelo objetivista não pode ser de todo
desprezado uma vez que existe, muitas vezes, a necessidade de transmitir e colher
informações, como no caso de roteiros de estudo e questionários, além de certos
"automatismos" que precisam ser internalizados pelo aluno.
Assim, o emprego de um modelo educativo misto, construtivismo e
cooperativismo, podem ser apontados como uma solução plausível para a
problemática da inclusão do aluno com deficiência auditiva e, por extensão, de todos
os demais indivíduos com deficiência, tornando-os partícipes do processo de ensino-
aprendizagem, oportunizando-lhes o exercício de seus direitos de cidadania.
25

2.4 Viabilidade das Tecnologias Assistivas

Esses instrumentos de inclusão têm se mostrado como sendo a grande


revolução nessa área, pois, como serão mostrados eles vão de sofisticados software
ate simples objetos reciclados.
Adaptações para dar aos deficientes condições de integridade moral, tais
como:
Veículos: Acelerador e freio manual aciona, através de uma alavanca
instalada embaixo do volantes o freio e o acelerador, controlado apenas com uma
mão.
Movimentação: Cadeira de rodas adaptadas para subir e descer escadas.
Softwares: programas dedicados à aprendizagem e comunicação de pessoas com
limitações na fala.
Voz: Equipamentos de reconhecimento de voz, Braille
Alimentação: equipamento ajustável às mãos para que permite a pessoas com
paralisia, segurar objetos como talheres e se alimentarem normalmente.
Vestuário: cadarços elásticos e bastões para vestuário ajudam pessoas com
dificuldades em movimentar braços e pernas.
Pode-se citar inclusive, monitores com tela de toque e aparelhos adaptáveis
ao mouse que podem ser usados pelas mãos, pés, boca e cabeça. E para uma
comunicação, existem diversos programas de computador, com letras, números,
figuras, que ajudam na interatividade. Para crianças há ainda diversos materiais
pedagógicos, como jogos, brinquedos especiais que auxiliam no desenvolvimento
físico e mental das pessoas tudo isso torna esse tipo de tecnologia viável e
necessário para o Mundo melhor que buscamos onde todos encontram seu lugar.
Faremos agora uma apresentação seguida de uma analise dos tipos de
tecnologias e seus possíveis usos, essa pesquisa esta pautada no que diz o Portal
Nacional de Tecnologia Assistiva.
Existe uma listagem com determinações de características mínimas que se
esperam das tecnologias assistiva,nesse sentido percebemos que o verbo assistir
esta sendo usado no sentido de:dar auxilio,assistência.Então,o uso de tecnologias
assistivas entende que o deficiente é um ser humano que precisa de um auxilio para
ter seu pleno desenvolvimento assim como os demais.
26

Lista das definições da ISO 9999:2007

 04 – Produto de apoio para tratamento clínico individual: Incluem-


se os produtos de apoio destinados a melhorar, monitorizar ou manter a condição
clínica da pessoa Excluem-se os produtos de apoio de uso exclusivo por
profissionais de saúde.

 05 - Produtos de apoio para treino de competências: Incluem-se, p.


ex., dispositivos concebidos para melhorar as capacidades físicas, mentais e sociais
Dispositivos cuja função principal não é o treino mas que possam também ser
utilizados para treino, deverão ser incluídos na classe que abrange a sua função
principal.

 06 - Órteses e próteses: Ortóteses ou dispositivos ortóticos são


dispositivos aplicados externamente para modificar as características estruturais e
funcionais dos sistemas neuromuscular e esquelético Próteses ou dispositivos
protésicos são dispositivos aplicados externamente para substituir total ou
parcialmente uma parte do corpo ausente ou com alteração da estrutura Incluem-se,
p. ex., as ortóteses e próteses externas accionadas pelo corpo ou por uma fonte de
energia externa, próteses cosméticas e calçado ortopédico Excluem-se as
endopróteses, que não fazem parte da presente Norma Internacional.

 09 - Produtos de apoio para cuidados pessoais e protecção:


Incluem-se, p. ex., produtos de apoio para vestir e despir, para protecção do corpo,
higiene pessoal, traqueostomia, ostomia e incontinência, para medir as propriedades
físicas e fisiológicas do ser humano e para as actividades sexuais.

 12 - Produtos de apoio para a mobilidade pessoal: Ortóteses e


próteses, ver 06. Produtos de apoio para levantar e transportar, ver 24 36. Veículos
de transporte industrial, ver 24 39. Tapetes transportadores, ver 24 42. Guindastes,
ver 24 45.

 15 - Produtos de apoio para actividades domésticas: Incluem-se, p.


ex., produtos de apoio para comer e beber.
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 18 - Mobiliário e adaptações para habitação e outros edifícios:


Incluem-se, p. ex., mobiliário (com ou sem rodizios) para descanso e/ou trabalho e
acessórios para mobiliário e produtos de apoio e instalações para adaptações de
edificios residenciais, de formação e educação. Sistemas de rodízios, ver 24 36 06.
Produtos de apoio para melhorar o ambiente, ver 27 03.

 22 - Produtos de apoio para comunicação e informação:


Dispositivos para ajudar a pessoa a receber, enviar, produzir e/ou processar
informação em diferentes formatos Estão incluídos, p.ex., dispositivos para ver,
ouvir, ler, escrever, telefonar, sinalizar, avisar e tecnologia de informação.

 24 - Produtos de apoio para manuseamento de objetos e


dispositivos:

 27 - Produtos de apoio para melhoria do ambiente, máquinas e


ferramentas: Dispositivos e equipamento para ajudar a melhorar o ambiente
pessoal na vida diária, ferramentas manuais e máquinas motorizadas Exclui-se o
equipamento utilizado para melhorar o ambiente global.

 30 - Produtos de apoio para atividades recreativas: Dispositivos


destinados a jogos, hobbies, desportos e outras atividade de lazer.

Depois da definição de características mínimas, será feito, então analise das


tecnologias que podem ser usadas por educadores da educação infantil ao Superior.

1 - Bola de couro com guizo para futebol de salão - oficial, facilita a


socialização através da recreação, desenvolvendo a atenção auditiva, a noção
espaço-temporal e a coordenação motora.

2 - Triciclo de acionamento manual para locomoção e divertimento para


crianças paraplégicas entre 1 á 5 anos.

3 - impressoras Braille são essenciais para a rápida conversão de todo tipo


de texto eletrônico para o Braille, o formato de escrita e leitura tátil utilizado por
cegos e surdocegos. São utilizadas para uso pessoal, imprensas Braille, escolas,
universidades e empresas.
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4 - Lupa eletrônica sistema vertical com ou sem plataforma superior para


colocar a TV, amplia de 5x a 40x, foco e zoom mecânico (ajuste manual) reproduz
as imagens em vídeo (preto e branco ou colorido) ou em vídeo reverso de alto
contraste (letra branca em fundo preto) mesa com movimento XY, onde se coloca
qualquer objeto que se queira ler ou escrever plataforma para TV de 15 a 21
polegadas. Excelente auxílio em escolas, residências, clínicas, instituições,
bibliotecas, no trabalho etc.

5 - Mesa escolar adaptada para melhorar a postura.

6 - MP4 que contêm dados para o estudo do vestibular em todas as


disciplinas gerais escolares em formato de vídeoaula (audiovisual). Pode-se também
fazer gravação com este dispositivo.

7 - O Vídeo Ampliador é compacto e portátil, ele acompanha aonde você for


para ajudar a ler cardápios em restaurantes, embalages de alimentos em
supermercados e a correspondência em casa. Mas também é útil na escola,
falculdade ou lugar de trabalho. Pode ser conectado a um aparelho de televisão
externo para obter maiores níveis de ampliação

8 - Livros infantis em Braille ou em opções de carácteres ampliados,


indicado para leitura de crianças entre 5 à 6 anos.

9 - Conjunto de 63 quadrados, impressos com o alfabeto a negro e com as


letras a Braille. Estes quadrados podem ser soltos e combinados, quantas vezes
quantas se desejar, em superfícies metálica, para apoiar o ensino de Braille.

10 - Jogo de Formas Geométricas para Planificação e Volumetria com a


finalidade de ensinar conceitos de área, superfície, simetria, perímetro e volume.

11 - Mesa com sistema de hardware e software, para apredizagem


multisensorial para o ensino de Língua Portuguesa, Matemática, Inglês e Espanhol.
29

12 - Cubaritmo com a finalidade de Auxiliar a aprendizagem da matemática


para jovens cegos ou amblíopes. Permite a aquisição de competências gráficas
aritméticas sem a utilização de papel, permitindo correção fácil.

13 - IESDE VideoBook - Matemática Elementar.

14 - MP4 que contêm 15 video aulas para o aprendizado de matemática


elementar, podendo ser utilizado por pessoas com dificuldade de locomoção. Inclui-
se para o exercício das videoaulas um caderno de atividades.

15 - Estabilizador: Destinado para crianças paraplégicas ficarem em posição


ereta e auxiliar a integração da criança em atividades escolares e de lazer. Também
indicado na prevenção de osteoporose precoce dos membros inferiores, como
também o descontrole intestinal.

16 - Cadeira adaptada

17 - Jardim sensorial: Oferece, por meio de atividades dirigidas pelo


professor, a possibilidade de os alunos terem contato sensorial com a natureza
através do olfato, do paladar, do tato, da visão e da audição, estimulando assim
todos os sentidos.

18 - Chocalho adaptado: Confeccionado com duas mini garrafas pet


contendo objetos, como: contas, guizos, grãos. As garrafas podem ser unidas com
fita adesiva. Detalhe: elástico com velcro nas pontas para fixar junto ao corpo do
aluno, estimulando a audição por meio do movimento e do som.

19 - Tapete sensorial: Tapete com diferentes texturas, cores e sensação


térmica, para estimulação sensorial. Podendo ser confeccionado com: EVA, estopa,
feltro, cortiça, tapete carrapicho, madeira, tecido plush, couro, manta acrílica etc.

20 - Balanço e gangorra adaptados: Adaptar balanço, gangorra e outros


brinquedos do parque, substituindo o assento por cadeiras tipo concha, com cinto de
segurança, confeccionada com tecidos resistentes e velcro.
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21 - Triciclo adaptado: Adaptar triciclo com suporte em PVC fixados com


rebites e velcro nas manoplas e nos pedais, visando apoio e segurança para os pés
e mãos. As crianças com dificuldade motora também tem o direito de explorar o
ambiente e vivenciar brincadeiras que contribuam para o seu desenvolvimento.

22 - Jogo adaptado: Arco confeccionado com bambolê, revestido em EVA,


suspenso com corda e gancho tipo mosquetão para regulagem da altura. Nesta
brincadeira trabalha-se equilíbrio, coordenação motora, esquema corporal e
espacial.

23 - Kit de miniaturas: Miniaturas de objetos de diferentes categorias como:


alimentos, produtos de higiene, utensílios de cozinha, entre outros. Utilizados como
referência de comunicação e também aprendizagem

24 - Livro adaptado: Livro de história, adaptado com fichas de comunicação,


contendo imagens que substituem o texto, com objetivo de facilitar a compreensão e
a interação do aluno. Além de ser um recurso para o trabalho com pessoas
deficientes, este livro também pode ser utilizado por alunos que ainda não estão
alfabetizados ou que apresentam dificuldades específicas de leitura.

25 - Prancha de Comunicação: Confeccionada em prancheta ou papelão,


com figuras do PCS ou imagens reais, para facilitar a comunicação e expressão dos
alunos durante as atividades

26 - Facilitadores de preensão: Adaptadores para facilitar a preensão de


alunos com dificuldades motoras, impossibilitados de segurar objetos escolares de
espessura fina, ampliando assim suas possibilidades para diversas atividades.

27 - Adaptador para pintura: Confeccionado com pedaços de espaguete de


piscina, revestido em EVA.
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28 - Adaptador para pintura: Confeccionado com cone de fio de máquina de


overlock, revestido em EVA.

29 - Adaptador de rolo:Para pintura, confeccionado com cone de linha de


máquina de overlock, com o interior preenchido de massa de biscuit, epox ou
espaguete de piscina, para fixação do cabo do rolo

30 - Adaptador para escrita: Lápis ou caneta engrossado com manopla de


bicicleta na qual o lápis é fixado com uma mistura de pó de ferro com cola branca,
que aumenta seu peso de maneira a melhorar sua usabilidade com alunos que
apresentem dificuldade de coordenação e preensão. No caso de alunos que tenham
apenas dificuldade de preensão, preencher com massa de biscuit, isopor, EVA, epox
ou poliflex, que são menos pesados.

31 - Folha fixada: Em caderno de madeira, com linhas de elástico,


favorecendo a orientação espacial durante a escrita.

32 - Seqüência lógica: Adicionar ao jogo de sequência lógica de imagens,


frases correspondentes a história. Adaptar o material com madeira ou EVA para
aumentar a espessura e colar imã para fixar as peças na placa de aço.

33 - Sistemas de trabalho: Forma organizada de criar recursos de


aprendizagem com pistas visuais ou auditivas.

Para confeccionar aproveite material pedagógico já existentes na escola


(jogo de memória, pareamento, seqüência lógica etc), adaptando-os, com base de
madeira ou papelão, para dar sustentação; placa de aço galvanizado e imãs nas
peças, para fixação; bolsa com ziper ou potes diversos, para depósito, facilitando o
manuseio.

34 - Jogos de categorização: Em atividades de categorização semântica


com miniaturas de diversos tipos, adaptar os objetos com velcro que possam ser
fixados em quadro de madeira. Para facilitar o alcance e a visualização do aluno o
quadro pode ser utilizado em suporte tipo tripé
32

35 - Materiais com textura: O professor poderá fazer adaptações simples


nos recursos pedagógicos existentes na escola, para estimular a discriminação e
reconhecimento tátil, revestindo com diferentes texturas as peças do material

36 - Materiais adaptados: Adaptar os recursos pedagógicos existentes com


materiais simples e de baixo custo. Exemplo: fixar os jogos em base de madeira ou
papelão, dando-lhes sustentação; utilizar garrafa pet como depósito de peças,
facilitando o acesso às mesmas; colar no verso dos objetos velcro ou imã para
fixação do material e manuseio pelo aluno; inclinar o recurso para facilitar a
visualização e execução da atividade

37 - Desenho com giz de cera: Utilizar giz de cera de diferentes espessuras


e formas já existentes no mercado

38 - Régua adaptada: Com pino, em madeira engrossada com poliflex,


encontrado em lojas para produtos de refrigeração

39 - Tesoura adaptada: Com fio de aço encapado, com efeito, de mola.

40 - Kit Multiplano Pedagógico: Concreto e Virtual.


Finalidade: Ensinar a Matemática para alunos com Deficiência Visual através do uso
do Multiplano Pedagógico, Concreto e Virtual. Possibilita a concretização dos
resultados dos cálculos como se tivesse sendo feitos no caderno ou no quadro, com
o diferencial de ser mais palpável e, por isso mesmo, facilitar a compreensão.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em suma, o trabalho com educação na perspectiva da inclusão requer


professores capazes de trabalhar com salas heterogêneas e de valorizar a inovação
e as diferenças nelas contidas.
Segundo BRUNO & MOTA (2001, p.144):

A integração como filosofia não implica negação da deficiência, mas


aceitação das diferenças e oferecimento de oportunidade para o desenvolvimento
das potencialidades. A inserção social e participativa do deficiente visual na escola e
na comunidade foi, desde o início, aceitas e desejadas pelos alunos com deficiência
visual, pelos professores de apoio e principalmente pelos familiares.
Isto não significa que possa abrir mão de um planejamento, este é
imprescindível, mas que deve agir de maneira versátil, sendo capaz de tomar
decisões precisas, atuando no momento em que surgem os fatos.
Para BRUNO & MOTA (2001, p.145): “[...] a inclusão total propõe a
eliminação dos obstáculos que impedem que o aluno progrida e avance no processo
de ensino-aprendizagem”.

Embora tenhamos concluído que não há modelos de intervenção que


garantam a eficiência no trabalho com Educação Inclusiva, sendo necessário
revermos as práticas docentes cotidianamente, na medida em que se apresentam os
novos desafios. Como é possível verificar em nossas considerações, ensinar alunos
tão diferentes, nesse caso não pode esquecer que ser diferente é uma característica
essencialmente humana, uns dos outros exige a reconstrução de conceitos,
reavaliação da filosofia de inclusão da escola e redimensionamento do projeto
político pedagógico.
Esperamos que os educadores continuem a ampliar seus conhecimentos
sobre o tema, e que sejam capazes de refletir criticamente sobre sua prática,
reconhecendo-se como agentes de mudanças no espaço da sala de aula,
responsáveis não só pela transmissão dos conteúdos inerentes à sua disciplina, mas
sobretudo, pela transmissão de valores que propiciem aos seus alunos
oportunidades de se tornarem cidadãos, cientes de suas responsabilidades, de seus
deveres e de seus direitos.
34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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bois. São Paulo: Edmetec, 1988, p. 5-15.

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