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INTRODUÇÃO
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Estudante de Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Campus
Santa Inês.
E-mail: Glendarocha7@hotmail.com
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Doutor em educação. Professor Adjunto do Departamento de Pedagogia e Letras da Universidade
Estadual do Maranhão (Uema), Campus Santa Inês.
E-mail: svalbuquerque@uol.com.br
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1 O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e o Plano de Ações Articuladas
(PAR): políticas públicas educacionais para a melhoria da qualidade da educação.
A lógica de mercado que guia a formação docente exige postura mais flexível
em que o professor precisa, além de desenvolver suas tarefas, refletir sobre sua prática
para tomar decisões de imediato. Contrária a essa lógica, Alarcão (2010, p.44) destaca
que “a noção de professor reflexivo baseia-se na consciência da capacidade de
pensamento e reflexão que caracteriza o ser humano como criativo e não como mero
reprodutor de ideias e práticas que lhe são exteriores”.
Diante disto, segundo Albuquerque (2012) vê-se as novas exigências do
profissional da educação do século XXI, e neste tocante, as reformas educacionais
acontecidas no Brasil e na América Latina, desde o final da década de 1960, e mais
expressivamente a partir dos anos de 1990, têm sido impulsionadas pelas orientações de
organismos internacionais, com destaque para o Banco Mundial (BM), tendo neste, o
sustentáculo dos interesses que têm orientado as políticas e estratégias educacionais,
pautadas na ideologia que visa adequar a educação à reestruturação do sistema
capitalista.
Tratando dessa questão, Silva (2002, p. 180) salienta que
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Reforma proposta pelo governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) para enfrentar a crise fiscal brasileira, sendo
criado o Ministério da Administração Reforma do Estado (MARE) que apresenta o Plano Diretor da Reforma do
Aparelho do Estado, o qual estabelece a redefinição do papel do Estado que passa a ser simplesmente o promotor e
regulador e não mais detém a responsabilidade total pelo desenvolvimento econômico e social, assume
prioritariamente a função de gerenciador da administração pública.
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seu caráter formador dos professores para atuarem nessas significativas etapas da
educação básica.
O papel dos professores, no âmbito do exercício profissional é definido,
também, no Art. 13 da LDBEN, em que lhes são incumbências:
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino;
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a
comunidade.
Diante dessas novas incumbências definidas para o professor, percebe-se o
impacto significativo em seu papel, visto que hoje é necessário para ele além de abarcar
questões gerais da escola, promover o ensino, garantido a aprendizagem dos alunos,
visto que o Estado, dado o seu caráter regulador, estabelece metas a serem atingidas, e
cobra destes profissionais que estas sejam alcançadas.
Dentro deste cenário, os estudos de Albuquerque (2013) apontam que as
políticas que se sucederam com as reformas dos anos de 1990, não obstante à
universalização do acesso ao ensino fundamental obrigatório instituído pela Lei
9424/964, bem como ao acesso progressivo ao ensino médio instituído pela lei
11.494/20075, não têm sido eficazes na questão da elevação dos indicadores de
qualidade da educação nesse nível de ensino, fato que gerou um movimento nas
diversas instâncias representativas da sociedade civil, que cobravam do poder público,
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Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério
(FUNDEF).
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Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (FUNDEB).
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ações que garantissem o cumprimento dessa importante prerrogativa legal, ou seja, a
garantia pelo Estado na oferta de uma educação pública de qualidade.
Os quadros produzidos por Albuquerque (2013) mostram que os dados que
foram sendo divulgados pelo (Inep) ao longo desse período, se relacionar qualidade da
educação com a formação de professores, mostram a precariedade das insipientes
políticas públicas no campo da educação, conforme quadros que se seguem.
1995 39.533 10.126 25,62 7.072 17,88 22.057 55,79 ---- ---- 279 0,71
2000 40.276 4.459 11,07 5.179 12,86 29.849 74,11 ---- ---- 789 1,96
2007 29.278 --- --- 742 2,53 1.280 4,37 19.099 65,24 8.157 27,86
Fonte: Quadro elaborado por Albuquerque (2013), em sua tese de doutorado.
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Como aponta Albuquerque (2013), embora as informações apresentadas
configurem a realidade do atendimento educacional do país, são reveladoras de que as
políticas educacionais desenvolvidas no Maranhão nas últimas décadas não têm
contribuído efetivamente para avançar qualitativamente na direção de introduzir esse
estado na rota do desenvolvimento humano. De igual modo, as informações oferecem
pistas de que as políticas públicas educacionais precisam levar em conta a precária
situação em que está imersa a educação do país e, particularmente do Maranhão, no
sentido de reverter o atual quadro.
Nesse sentido, e em razão de compromisso político assumido com a sociedade,
em 2007, no segundo mandato do Governo de Luís Inácio Lula da Silva, foi instituído,
por meio do Decreto 6094/2007, o Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educação,
que cria o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), cujo objetivo é a melhoria da
qualidade da educação básica, que, segundo o Plano, deve ser garantida por meio de
ações sistêmicas, desenvolvidas em parceria da União com Estados, Distrito Federal e
municípios. A base dessa política é a elevação do Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (IDEB), no âmbito do qual, a formação de professores se constitui
importante ação para a consecução desse objetivo.
O estudo a que este artigo aborda é fruto da análise inicial de alguns documentos
oficiais do MEC, do Plano Municipal de educação de Pindaré- Mirim e do PAR do
município bem como das entrevistas realizadas com o a pessoa responsável pela
coordenação do PAR e da coordenadora da formação continuada desenvolvida pela
SEMED.
Os dados coletados junto ao órgão gestor de educação constituem os primeiros
achados nesse início de estudo e permitem fazer algumas análises sobre como ocorreu o
processo de implantação do PAR no Município de Pindaré-Mirim.
Nesse município, a implantação do PAR aconteceu fora da atual gestão, mas por
se configurar a partir do Plano de Desenvolvimento da Educação como uma política de
Estado, passou apenas por um momento de transição, o que demandou numa
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reformulação do PAR. Essa assertiva é confirmada em entrevista gravada com o quadro
atual da gestão da Semed do município pesquisado, quando o atual responsável pelo
PAR afirma:
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relevante para o aperfeiçoamento da prática docente, bem como por possibilitar ao
professor estudar mais.
Diante disso, Albuquerque (2013, p.192) argumenta sobre a questão da
formação continuada, ao enfatizar que
Contribuindo com essa ideia, Imbernón (2010) salienta que o professor não deve
refletir unicamente sobre sua prática, mas sua reflexão atravessa as paredes da
instituição para analisar todo tipo de interesses subjacentes à educação, à realidade
social, com o objetivo concreto de obter a emancipação das pessoas. Esse enfoque traz à
tona a necessidade de uma formação que considere as mudanças e situações complexas
para a constituição de um professor que, como ressalta Imbernón (2010), não se torne
vulnerável ao entorno político, econômico e social, mas que tenham uma atitude
interativa e crítica.
Considerações parciais
REFERÊNCIAS
ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 7ed. São Paulo:
Cortez, 2010.
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