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DINÂMICA DE PREÇOS DE FARELO DE TRIGO NO BRASIL

CONDICIONANTES DE OFERTA E DEMANDA E PROJEÇÕES

INTELIGÊNCIA DE MERCADO
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3
Serviços de Inteligência de Mercado

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diariamente nos dados, informações, projeções e análises realizadas pela
equipe de Inteligência de Mercado da FCStone do Brasil para tomar
decisões. INTL FCStone Inc.
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Mercado tem como missão entregar análises isentas, relevantes,
atualizadas e de alta qualidade sobre as condições de mercado de
commodities no Brasil e no mundo. INTL FCStone FCStone do
Nossa elevada flexibilidade na oferta de produtos e serviços permite Internacional Brasil
atender às necessidades dos mais diversos tipos e tamanhos de clientes, que
vão de revendas no interior do país a grandes conglomerados
internacionais. Essas empresas confiam na Inteligência de Mercado da INTL
FCStone como fonte de informação para a elaboração de estratégias Brasil
comerciais e de investimento.
Os serviços que oferecemos compreendem: relatórios regulares de
Paraguai
acompanhamento de mercado, monitoramento de clima, matérias
exclusivas com fundamentos de oferta e demanda, estimativas de safra, Consultoria Inteligência Corretora
estudos especiais estratégicos para análise de investimentos, estudos de de Mercado
viabilidade econômica para projetos industriais, análise concorrencial, e Consultoria
outras demandas personalizadas nos mercados de commodities,
especialmente agrícolas.
Clientes Clientes
Clientes
Clientes

4
Sumário

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO MERCADO
BRASILEIRO DE FARELO DE TRIGO

2 PRINCIPAIS DRIVERS QUE INFLUENCIAM A


OFERTA, A DEMANDA E OS PREÇOS

3 TENDÊNCIAS PARA O SETOR E SEUS DRIVERS

4 PROJEÇÃO DE PREÇOS
1
CONTEXTUALIZAÇÃO DO MERCADO
BRASILEIRO DE FARELO DE TRIGO
OFERTA, DEMANDA E PREÇOS
Farelo de trigo | Importância e principais usos
Usos na alimentação animal

Subproduto pouco explorado Conteúdo energético

Durante o processamento industrial do trigo, cerca de 70 a 75% da massa de grãos é convertida • O farelo de trigo tem em média 96% do valor
em farinha, sendo que os 25 a 30% restantes são considerados subprodutos e normalmente energético da cevada e 91% do valor
comercializados como farelo de trigo. Na produção de farinha, a indústria retira o endosperma energético do milho. Os farelos de trigo são
do trigo, devido à abundância de amido, e os componentes remanescentes são fibras, células alimentos de boa palatabilidade e podem ser
da aleurona e parte do germe, que compõem o farelo de trigo e o tornam um subproduto com incluídos na mistura de grãos em níveis
teor energético e proteico elevado. O subproduto contém teores mais elevados de fibra, elevados.
proteína e minerais do que os grãos integrais, com teores menores de amido e energia (BLASI,
• O farelo de trigo apresenta boa concentração
et al., 1998).
de proteína (15,5%), com base na matéria
Quando usado em ração para gado ou cavalos, o farelo de trigo pode ser uma boa fonte de natural.
proteína, fibra e fósforo, juntamente com vários outros nutrientes. No entanto, os produtos do
trigo podem variar muito dependendo dos objetivos do processo de moagem. Assim, o grau de
variação de nutrientes no farelo pode ser uma consideração importante para determinar se a
sua inclusão em uma ração ou fórmula alimentar é vantajosa.
Por conter níveis baixos de amido e ser rico em fibras quando comparado ao grão integral de Armazenamento
trigo e a outros cereais, o farelo de trigo pode ser uma alternativa interessante em dietas de
bovinos, principalmente quando se utiliza altos níveis de concentrado, esperando-se menor • Os ingredientes do trigo podem ser mantidos
incidência de distúrbios digestivos (DHUYVETTER et al., 1999). A proteína do farelo de trigo é em boas condições por até três anos, se
altamente degradável no rúmen, sendo utilizada com eficiência por ruminantes alimentados conservados em ambiente seco.
com forragens de baixa qualidade, que via de regra são deficientes em proteína com essa • O material em massa pode ser manipulado
característica. em equipamentos normais utilizados na
Além da alimentação de ruminantes, o farelo de trigo também pode ser utilizado na indústria de alimentos para ração ou grãos.
complementação de rações de aves, sendo empregado in natura misturado ao milho em
granjas. Também é usado com frequência como um enchimento de menor custo para alimentos
para animais de estimação, como cães e gatos, que não digerem os produtos de trigo tão
prontamente.
O farelo de trigo é o principal e mais abundante subproduto da moenda do cereal e consiste
em um recurso alimentar renovável pouco explorado (Yuan et al., 2005; Beaugrand et al., 2004)
Fontes: BLASI, D. A.; KUHL, G. L.; DROUILLARD, J. S.; REED, C. L.; TRIGO-STOCKLI, D. M.; BEHNKE, K. C.; FAIRCHILD, F. J. Wheat middlings composition, feeding value and storage guidelines. Kansas State University Agricultural Experimental Station
and Cooperative Extension Service, Boull. MF-2353, 21 p. 1998. DHUYVETTER, J.; HOPPE, K.; ANDERSON, V. Wheat Middlings - A useful feed for cattle. North Dakota State University. Junho, 1999. 7
Farelo de trigo | Importância e principais usos
A cadeia agroindustrial do trigo e a participação do farelo de trigo

O farinha de trigo é o principal e Diagrama de fluxo simplificado da cadeia agroindustrial do trigo


mais abundante subproduto da
moenda de grãos do cereal e
consiste em um recurso de
elevado valor agregado, sendo a Distribuição
sua comercialização para a Insumos Produção Moinhos Transformação
e consumo
indústria alimentícia o foco da
atividade moageira.
O farelo de trigo é um
subproduto secundário e pouco Plásticos flexíveis Massas
explorado. A comercialização do
farelo usualmente é considerada Papelão ondulado
Semente
como uma forma de abater os Panificação
Açúcar e sal

CONSUMIDOR
custo da moagem, contudo, em

ATACADO
virtude da forte alta nos preços

VAREJO
Corretivos Oxidantes e enzimas
do subproduto em 2016 abriu-se Biscoitos
a possibilidade de o mesmo ser
utilizado como uma forma de
Produção
geração de receita para os Defensivos Moinhos Alimentos naturais
de trigo
moinhos.

Máquinas e Outros
implementos
Importação
Importação
de farinha, Sistema de Distribuição
Fertilizantes de trigo Ração animal
farelo e misturas Agropecuario

Fontes: Storck, J. and W. D. Teague. 1952. Flour for Man’s Bread. University of Minnesota Press. Minneapolis, MN.
YUAN, X.; WANG, J.; YAO, H. Antioxidant activity of feruloylated oligosaccharides from wheat bran. Food Chemistry, v.90, p.759-764, 2005. 8
Farelo de trigo | Importância e principais usos
A cadeia agroindustrial do trigo e a participação do farelo de trigo

A composição do grão de trigo é Diagrama de fluxo simplificado das operações de moagem modernas
dividida em: pericarpo/casca
(14% a 18%), endosperma (80% a Trigos de diferentes tipos por ferrovia, navio ou
83%) e gérmen (cerca de 3%). caminhão para unidades de armazenagem
O endosperma é a matéria-prima LIMPEZA
da farinha de trigo, sendo que no Remoção de todo material estranho
processo de moagem o mesmo é
separado da casca e do gérmen. MISTURA
Mistura de trigos diferentes para conseguir as qualidades desejadas
A casca do grão de trigo, rica em
proteína, torna-se a base do CONDICIONAMENTO
farelo de trigo enquanto o Umidificação controlada para endurecer a pele, suavizar os centros, uniformizar trigos diferentes para moagem

gérmen é separado para ser


utilizado no mercado de
cosméticos e de alimentação FARINHAS

FLUXOS SECUNDÁRIOS
saudável. TRITURAÇÃO Diferentes classificações
Cilindros Canelados
No Brasil considera-se que a PENEIRAGEM BRANQUEAMENTO
Para amadurecer e
moagem de uma tonelada de Material Triturado Classificado
branquear a farinha
trigo produz 750 kg de farinha Materiais mais duros enviados
para quebra maior ENRIQUECIMENTO
e 250 kg de farelo Adição de vitamina B
PURIFICAÇÃO
(divisão 75% - 25%) Remoção de Impurezas

Para a produção de farinha PENEIRAGEM


Subprodutos Classificados
integral não há a separação PENEIRAGEM
entre endosperma, gérmen e
FORRAGEM
casca, o que torna este tipo de 25% - 30% FARELO FARINHAS
70% - 75%
farinha rica em fibras e outros REDUÇÃO
nutrientes. Cilindros Lisos
Materiais tratados inúmeras vezes
e repurificados se necessário
PENEIRAGEM

FARELO, GÉRMEN FLUXOS FARINHA PRINCIPAL

Fontes: Storck, J. and W. D. Teague. 1952. Flour for Man’s Bread. University of Minnesota Press. Minneapolis, MN.
YUAN, X.; WANG, J.; YAO, H. Antioxidant activity of feruloylated oligosaccharides from wheat bran. Food Chemistry, v.90, p.759-764, 2005. 9
1.1
OFERTA
CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E REGIONAL DA PRODUÇÃO

10
Oferta | Panorama mundial da produção
A produção Brasileira é insuficiente para suprir sua demanda.

O cultivo do trigo ocorre Principais países produtores (em milhões de toneladas) Principais países exportadores (em milhões de toneladas)
amplamente em todo o mundo,
em diversas geografias e climas, 700 180
com época de plantio e colheita 600 150
se diferente para cada 500 120
hemisfério. Historicamente, a 400
90
produção do cereal no mundo 300
60
tem como destino principal o 200
consumo humano e o preparo de 100 30
ração animal. 0 0

1997/98
1998/99
1999/00
2000/01
2001/02
2002/03
2003/04
2004/05
2005/06
2006/07
2007/08
2008/09
2009/10
2010/11
2011/12
2012/13
2013/14
2014/15
2015/16
2016/17
1997/98
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2014/15
2015/16
2016/17
O desenvolvimento do trigo, em
geral, necessita entre 110 e
130 dias entre o plantio e a
Outros China Índia Rússia Estados Unidos Outros Rússia Estados Unidos Canadá Austrália
colheita, dependendo do
clima, tipo de semente e
condições do solo (o trigo de Participação na produção mundial em 2017 Participação na exportação mundial em 2017
inverno permanece adormecido
durante o congelamento de EUA Austrália
inverno). 11% 12%
Rússia
O manejo ideal do cereal Outros
12% Canadá
requer do agricultor uma Outros 14%
35%
compreensão detalhada de 42%
cada estágio de desenvolvimento
da cultura. Índia
14%
EUA
18%
China Rússia
21% 21%

Fonte: USDA. 11
Oferta | Panorama regional da produção
Região sul é historicamente a predominante na oferta do cereal, mas também a mais suscetível a geadas

Apesar da tendência natural de Evolução da produção por região do Brasil (em mil toneladas) Produtividade nos principais estados produtores (kg/hectare)
aumento da produtividade, a
produção de trigo no Brasil 7,000 3,500
apresenta grande volatilidade de 3,000
um ano ao outro.
2,500
Este fenômeno pode ser 6,000
verificado pelos gráfico de 2,000
evolução de produtividade, que é 1,500
sensível à variabilidade climática 5,000
1,000
observada durante a safra.
500
No sul brasileiro a ocorrência de

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017
geadas durante o período de 4,000
desenvolvimento do cereal e PR RS
chuvas na janela de colheita são
os principais fatores que 3,000
preocupam os triticultores e que Distribuição da produção nacional em 2017
usualmente causam quebra na SC
produção. Outros
MG 3% 3%
2,000
5%
SP
5%
1,000
PR
47%
0
1977
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
2011
2013
2015
2017p
RS
37%
CENTRO-OESTE SUDESTE SUL

Fonte: CONAB. 12
Oferta | Sazonalidade da produção agrícola
Plantio concorre com o milho na safrinha

A cultura do milho de 2ª safra Brasil - Calendário de plantio e colheita da cultura do trigo.


(safrinha) é a principal
concorrente do trigo por área e a JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
disparada de seus preços tornam
o milho favorito nesse momento. Plantio
Contudo, os riscos de frustração Colheita
na cultura do milho aumentam
conforme sua semeadura se
aproxima do final do período
Concentração do Plantio
recomendado, de janeiro a abril.
Concentração do Colheita
A partir daí, o trigo passa a ser
alternativa mais viável, uma vez
que seu período de plantio se
estende até o final de maio. No
caso do estado de São Paulo, a
necessidade de formação de Paraná - Calendário de operações agrícolas da cultura do trigo.
palha para o plantio direto faz
com que muitos agricultores Fases da Safra JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
optem pelo trigo mesmo quando
a conjuntura do mercado não se Plantio
encontre favorável.
Preparo do Solo
Entretanto, outras culturas de
Semeadura
inverno, como a aveia, estão
cada vez mais sendo utilizadas Tratos Culturais
para a formação de palhada em
virtude da baixa remuneração do Colheita
trigo. Comercialização
Entressafra

Fonte: CONAB. 13
Oferta | Moagem de trigo por produto
Produção de farelo como consequência da oferta de farinha

Nos últimos dez anos, a moagem Estimativa de moagem de trigo por produto (em mil toneladas)
brasileira de trigo apresentou
certa estabilidade, se mantendo Farelo de trigo Farinha total
entre 9 e 11 milhões de
8,165 8,457 8,396 8,285
toneladas. 7,958 7,819
7,382 7,607
7,125 7,087 6,777 7,013
Consequentemente, a oferta de
farinha e de farelo de trigo ao
mercado nacional se manteve
em patamares próximos a 8 e 2,7
milhões de toneladas,
respectivamente. 2,653 2,722 2,819 2,799 2,762
2,375 2,461 2,362 2,259 2,338 2,536 2,606
Além da grande variabilidade da
oferta nacional de trigo, devido a 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
problemas climáticos no sul do
país e entraves à importação de
fora do Mercosul, a moagem tem Estimativa de moagem de trigo e consumo de farinha (em mil toneladas)
apresentado pouca variação pela
tendência estável e até mesmo Produtos 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
de leve queda do consumo de
produtos derivados da farinha de Trigo em grão 9.500 9.842 9.449 9.036 9.351 10.143 10.610 10.887 11.276 11.194 10.425 11.047
trigo como pães, bolos e massas.
Farelo de trigo 2.375 2.461 2.362 2.259 2.338 2.536 2.653 2.722 2.819 2.799 2.606 2.762

Farinha total 7.125 7.382 7.087 6.777 7.013 7.607 7.958 8.165 8.457 8.396 7.819 8.285

Farinha/mistura - Importação 367 453 630 682 644 683 744 678 269 335 360 403

Total de farinhas para o mercado 7.492 7.835 7.717 7.459 7.657 8.290 8.701 8.843 8.726 8.731 8.179 8.688

Fonte: ABITRIGO. Considera a estimativa de 196 moinhos em atividade em 2016 e um índice de extração de 75%. 14
Oferta | Panorama regional da produção
Ao contrário da oferta de trigo, a disponibilidade de farinha e farelo é menos concentrada no país

Diferentemente da oferta de Evolução da moagem por região do Brasil (em mil toneladas) Principais estados moageiros (em mil toneladas)
trigo, a moagem do cereal não
está restrita à região sul do 12,000 12,000
Brasil.
10,000
Em 2016 a região Nordeste foi
8,000
responsável por 26% de toda a
10,000 6,000
moagem de trigo do ano, atrás
dos 42% de moagem no sul do
4,000
país e acima dos 25% de
participação dos estados do 2,000
8,000
sudeste brasileiro. 0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
OUTROS SP PR RS
6,000

Distribuição da moagem industrial nacional em 2016

4,000 NORTE CO
4% 3%

SE
2,000 25% SUL
42%

0
2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016
NE
Sul Sudeste Nordeste Centro Oeste Norte 26%

Fonte: ABITRIGO, CONAB, INTL FCStone. 15


Oferta | Moinhos em atividade
Distribuição regional dos moinhos de trigo em atividade no Brasil

Os moinhos de trigo estão Estimativa de moinhos em atividade no Brasil - 2016 Distribuição dos moinhos em atividade no Brasil - 2016
concentrados no Sul e no Sudeste
do Brasil. Região Estado Moinhos
Essas regiões processam um Rio Grande do Sul 55
grande volume do cereal, por Sul Paraná 67
estarem próximos das principais Santa Catarina 24
áreas consumidoras do país.
São Paulo 18
O Nordeste é a terceira região Minas Gerais 4
em número de moinhos no país, Sudeste
Rio de Janeiro 2
já que também concentra
grandes polos urbanos. Espírito Santo 1
Ceará 3
Bahia 3
Pernambuco 2
Rio Grande do Norte 1
Nordeste
Maranhão 1
Paraíba 1
Alagoas 1
Sergipe 1
<1
Goiás 5
Centro Oeste Distrito Federal 1 1-2
Mato Grosso do Sul 2
2 - 18
Amazonas 1
Norte Pará 2 18 - 25
Amapá 1
> 25
Brasil 196

Fonte: ABITRIGO. 16
Oferta | Moagem de trigo
Distribuição regional da moagem de trigo no Brasil

Se considerados os volumes Estimativa de moagem de trigo - 2016 (toneladas) Distribuição da moagem de trigo no Brasil - 2016
processados do grão, os estados
nordestinos concentraram no Região Estado Moinhos
ano passado o maior volume 1.650.000
Rio Grande do Sul
moído: 2,90 milhões de
Sul Paraná 2.570.000
toneladas.
Santa Catarina 445.000
O volume, no entanto, é
São Paulo 1.800.000
semelhante ao processado pelo
estado do Paraná, que moeu no Minas Gerais 389.200
Sudeste
mesmo período 2,57 milhões de Rio de Janeiro
toneladas. 520.000
Espírito Santo
Se comparados os volume e o Ceará
número de moinhos em Bahia
atividade, é possível inferir que o
Pernambuco
setor na região Nordeste, com
apenas 13 unidades em operação Rio Grande do Norte
Nordeste 2.900.000
em 2016, é composto em média Maranhão
por empresas de capacidade de Paraíba
produção mais alta. Alagoas
Sergipe
< 353
Goiás
Centro Oeste Distrito Federal 353.000 353 - 380
Mato Grosso do Sul
380 - 520
Amazonas
Norte Pará 420.000 520 - 2.560
Amapá
> 2.560
Brasil 11.047.200

Fonte: ABITRIGO. 17
1.2
DEMANDA
CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL E REGIONAL DO CONSUMO

18
Demanda | Panorama mundial de consumo
O trigo tem grande importância para a dieta global, sendo um dos cereais mais cultivados no mundo

O trigo (Triticum spp.) é uma Principais países consumidores (em milhões de toneladas) Principais países importadores (em milhões de toneladas)
planta de ciclo anual, cultivada
700 200
durante o inverno e a primavera
600
e usado como ração animal, 150
500
quando não atinge a qualidade
exigida para ser destinado à 400
100
indústria moageira. 300
200 50
O grão de trigo é um alimento 100
básico usado para fazer farinha 0 0
e, com esta, pães, massas e bolos.
1997/98
1998/99
1999/00
2000/01
2001/02
2002/03
2003/04
2004/05
2005/06
2006/07
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2016/17

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2003/04
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2008/09
2009/10
2010/11
2011/12
2012/13
2013/14
2014/15
2015/16
2016/17
O cereal também pode ser
utilizado na alimentação de
animais e como ingrediente na
fabricação de cerveja. Outros China Índia Rússia Estados Unidos Outros Egito Indonésia Brasil Algeria Bangladesh

Globalmente, é a segunda maior


cultura de cereais, atrás do milho Participação no consumo mundial, 2017 Participação na importação mundial, 2017
e sucedido pelo arroz.
EUA Bangladesh
Rússia Argelia
5% 3%
7% Brasil 5%
4%
Indonésia
Índia 6%
16%
Outros Egito
53% 7%

Outros
China 75%
19%

Fonte: USDA. 19
Demanda | Panorama brasileiro de consumo
Historicamente o Brasil apresenta grande dificuldade em atingir a autossuficiência em trigo
Produção, importação e consumo de trigo no Brasil Principais exportadores de trigo para o Brasil (milhões de
Em virtude de condições
climáticas e de solo sempre
(milhões de toneladas) toneladas)
houve dificuldade no plantio de 16 8
trigo no Brasil, até mesmo nos
estados do Sul do país. 6
14
Essa dificuldade natural somada
aos maiores custos de produção, 4
o país sempre foi propenso a 12
importar cereal argentino, que 2
em média apresenta melhor
qualidade e preços mais 10 0
reduzidos.
2011 2012 2013 2014 2015 2016
O país também importa de países Argentina Estados Unidos Paraguai Uruguai Outros
8
como o Canadá e os Estados
Unidos, especialmente por
moinhos do Norte e Nordeste Principais exportadores de trigo para o Brasil em 2016
6
que se beneficiam dos menores
fretes. Quando há problemas Uruguai Outros
8% 2%
com a safra do Mercosul, o trigo 4
norte-americano é utilizado para
mistura (blend) com o local na Paraguai
14%
tentativa de se atingir um nível 2
mínimo de qualidade para a
moagem.
0 Argentina
Após a moagem, a farinha é 58%
1990/91
1991/92
1992/93
1993/94
1994/95
1995/96
1996/97
1997/98
1998/99
1999/00
2000/01
2001/02
2002/03
2003/04
2004/05
2005/06
2006/07
2007/08
2008/09
2009/10
2010/11
2011/12
2012/13
2013/14
2014/15
2015/16
2016/17
2017/18
destinada à indústria alimentícia EUA
interna e o farelo ao mercado de 18%
rações.
Produção Importação Consumo

Fonte: SECEX/MDIC. 20
Demanda | Composição da ração animal
O farelo de trigo pode ser componente alternativo à soja e ao milho, mas há limites na substituição

Em relação à matéria seca, isto é, a base que será digerida pelos animais e que será fonte de Dados nutricionais de cada componente (%MS)
nutrientes, não há grandes diferenças entre os subprodutos de soja, milho e trigo. Os principais
limites na substituição entre eles são os níveis de proteína e de nutrientes digestíveis totais Silagem Farelo Milho Farelo
Item
(NDT). de Capim de Soja Moído de Trigo
O farelo de soja apresenta bom nível de NDT e um patamar consideravelmente superior de
proteína, o que justifica o seu amplo uso no mercado de rações. O milho apresenta a maior
digestibilidade e oferta de amido, assim como um nível médio de proteína, o que também leva Matéria Seca (MS) 27% 94% 93% 94%
ao seu emprego em rações animais. O farelo de trigo, em contrapartida, apresenta maior
concentração proteica que o milho, mas menor digestibilidade (maior quantidade de
fibras/fibra em detergente neutro [FDN] e menor NDT), o que pode causar problemas em
animais monogástricos (aves/suínos). Proteína Seca (PB) 8% 48% 10% 18%

Extrato Etéreo (Gordura) 2% 2% 7% 6%

Fibra em Detergente Neutro (FDN) 74% 19% 10% 42%

Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) 46% 79% 88% 72%

Fonte: NCR, 2001. 21


Demanda | Composição da ração animal
Farelo de trigo deve somente ser usado na alimentação de ruminantes

A baixa concentração de amido Recomendação de uso do farelo de trigo por animal


(que é retirado no processo da
moagem e direcionado para a
farinha) aumenta a concentração % máximo de Mercado
da proteína seca no farelo de farelo de trigo fértil para
Animal Observações Gerais
trigo. recomendado farelo de
Entretanto, o processo de na ração trigo?
moagem do grão de trigo
também eleva a concentração de Para animais adultos participação superior a 50% reduz desempenho da ração e
fibras no farelo, o que reduz a Bovino de Corte 40 - 50% ganho de peso do animal. Para bezerros nível recomendado é de no máximo 20% da Sim
quantidade de nutrientes ração.
digestíveis totais (NDT) para 72%
da matéria seca (MS).
Em níveis entre 45 - 60% inclusão do farelo de trigo passa a ser desvantajosa,
Diversas pesquisas científicas Bovino Leiteiro 40 - 50% reduzindo produção e qualidade do leite. Até 45% inclusão favorece produção e não Sim
indicam que a menor proporção ocorre alteração na composição do leite.
de NDT se mostrou um problema
para animais monogástricos
Não recomendado em grandes quantidades dado que o animal é monogástrico, o
(aves/suínos), enquanto que para Não
Aves de Corte que pode aumentar o impacto da maior quantidade de fibras e menor digestibilidade Não
a alimentação de ruminantes recomendado
houve maior aceitação do do farelo de trigo no crescimento do animal.
subproduto.
A inclusão do farelo causa uma redução da taxa de crescimento das frangas e atraso
Todavia, até mesmo na Não
Aves Poedeiras no início da postura, logo, uso do farelo na ração depende do estágio de vida do Não
alimentação de bovinos há recomendado
restrições na participação do animal.
farelo de trigo na ração, sendo
que em níveis superiores a 50% a Não recomendado em grandes quantidades dado que o animal é monogástrico, o
Não
menor digestibilidade do farelo Suínos que pode aumentar o impacto da maior quantidade de fibras e menor digestibilidade Não
recomendado
passa a afetar a eficiência da do farelo de trigo no crescimento do animal.
ração.

Fonte: INTL FCStone. 22


Demanda | Participação no consumo do setor de ração animal
Milho e farelo de soja atendem cerca de 80% da demanda do mercado de nutrição animal

Os dados de consumo de Uso de macronutrientes na ração animal (em %)


macronutrientes pela produção
de ração animal confirmam a
preferência do setor pelo uso de 15% 17% 19% 20% 18% 15% 15% 15% 16%
milho e farelo de soja na
composição. Nos últimos anos o 2%
2% 3% 3% 3% 1%
milho manteve a sua 3% 3%
participação de cerca de 60% no 3% 0% 0%
0% 2%
consumo deste mercado, 6% 3% 3% 0%
enquanto a fatia de mercado do 3%
farelo de soja se manteve no
18% 19% 21% 21% 21% 21%
patamar de 20%. 19% 19%
18%
O farelo de trigo, por outro lado,
apresentou maior volatilidade
em sua utilização na composição
da ração animal. Como neste
período a moagem de trigo
apresentou certa estabilidade,
essa flutuação da participação
pode ser explicada pela
demanda de farelo. Esta
demanda, por sua vez, é mais
intensa quando há distúrbios nos
preços e/ou oferta dos grãos de
milho e soja. Ademais, em 2008 e 59% 59% 57% 55% 59% 60% 61% 61% 59%
2016 é possível observar que a
maior utilização do farelo se deu 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
em função de uma queda no uso
de sorgo, o que indica que pode Milho Farelo de Soja Farelo de Trigo Sorgo Outros
haver competição mais intensa
entre estes produtos.

Fonte: Sindirações e INTL FCStone. 23


Demanda | Consumo de macronutrientes por tipo de rebanho
Bovinos são responsáveis por cerca de 65% de todo o consumo de farelo de trigo

Os dados de consumo também Consumo de macronutrientes por animal (em %)


confirmam a maior restrição do
uso de farelo de trigo na ração 100%
animal.
Os bovinos, que por serem 90%
ruminantes possuem maior
capacidade de digerir as fibras
80%
do farelo de trigo, representam
65% de todo o consumo do
subproduto no país. 70%
O mesmo não é observado no
mercado dos substitutos do 60%
farelo de trigo. O consumo de
milho, farelo de soja e sorgo é 50%
mais elevado entre aves e suínos.
Estes animais, além de terem 40%
uma população maior, também
possuem um consumo mais 30%
intenso dado que vivem em
regime confinado e não em 20%
pastagens, o que reforça o fato
de que o farelo de trigo não
consegue acessar uma parte 10%
importante do mercado de
proteína animal. 0%
Milho Farelo de Soja Trigo e Derivados Sorgo
Bovinos (Corte e Leiteiros) Suínos Frangos (Corte e Poedeiras) Outros

Fonte: Sindirações e INTL FCStone. 24


Demanda | Distribuição geográfica do rebanho bovino no Brasil
A alimentação de bovinos é o principal segmento do mercado interno de proteína animal para o farelo de trigo

A maior parte dos rebanhos do país está localizada nos estados do Centro-Oeste, onde há Rebanho bovino por mesorregião (mil cabeças)
grande disponibilidade de terras para pastagem. Além disso, a grande produção de grãos da
região ajuda a viabilizar o confinamento de gado.
O segundo estado com maior rebanho, Minas Gerais, não está nesta região, mas a mesorregião
com o maior rebanho deste estado–o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba–possui características
parecidas ao Centro-Oeste. O mesmo se dá no Pará, Tocantins, Bahia e Rondônia, que são
estados da região Norte e Nordeste do país, mas seus rebanhos estão concentrados em regiões
com perfil econômico semelhante ao do Centro-Oeste.
Fora destas regiões, as áreas com maior concentração de rebanhos estão no oeste de São
Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Estas áreas, mesmo que não possuam
disponibilidade de áreas tão grande como no Centro-Oeste, possuem pecuária muito
tradicional e, além disso, elevada produção de grãos, o que reduz o custo com a alimentação
dos rebanhos.

Rebanho bovino por UF (milhões de cabeças)

30

24 23 <300
22
20 20 300 - 500

14 14 500 - 700
11 10 9 9 700 - 1.000
8
4 1.000 - 2.000

2.000 - 5.000

MT MG GO MS PA RO RS SP BA PR TO MA SC Outros >5.000

Fonte: IBGE 25
Demanda | Distribuição do rebanho bovino confinado no Brasil
Rebanhos confinados são foco de demanda por ração

Quando se trata do regime de confinamento, que é mais intensivo em utilização de tecnologia Participação* do regime de confinamento sobre rebanho total (%)
e demanda de ração, observa-se que os estados do Centro-Oeste e do Sudeste concentram uma
maior proporção de população bovina confinada sobre o rebanho total. Mesmo com uma
grande área de pastagem disponível, o confinamento em estados como o Mato Grosso e o Mato
Grosso do Sul chegou a 5,5% e 3,1% do rebanho total em 2015, respectivamente. Nos estados do
Paraná e Rio Grande do Sul, por outro lado, tal participação atingiu apenas 1,6% e 1%,
respectivamente.
O fato de a pecuária intensiva se concentrar nos estados do Centro-Oeste e Sudeste deve estar
relacionado à característica da oferta dessas regiões estar mais voltada ao mercado global
enquanto que a produção de gado no Sul se volta à demanda interna e possui um caráter mais
tradicional. O estado de São Paulo, apesar de uma menor população de bovinos, dedica cerca
de 6,8% do rebanho para o regime de confino, o que garante um melhor aproveitamento da
logística e portos regionais no atendimento da demanda global por carne bovina.

Rebanho bovino confinado por UF (mil cabeças)

1,309 < 0,49

0,5 - 0,9
862
716 1 - 1,9
672
2 - 2,9
278 215 3 - 4,9
150 134 201
124 56 22 19 5 - 5,9

MT GO SP MS MG BA PR RS TO SC RJ ES Outros >6

*Exclui semi-confinamento

Fonte: IBGE e INTL FCStone 26


Demanda | Projeção de crescimento do confinamento no Brasil
Demanda global por carne bovina e pressão por áreas agrícolas devem favorecer aumento do confinamento

Rebanho bovino confinado (milhões de cabeças)

9.6
8.9
8.3
7.6
7.0
6.5
6.0
5.5
5.1 5.0
4.7
4.4 4.3
3.9 4.1 3.9 4.1
3.6 3.5 3.4
2.9 3.1 3.1
2.4
2.1

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016E 2017E 2018P 2019P 2020P 2021P 2022P 2023P 2024P 2025P

As projeções indicam que a crescente demanda global e brasileira por carne bovina, juntamente com a pressão exercida pela expansão de áreas agrícolas, irá favorecer o movimento de
confinamento de gado no Brasil. A maior produtividade da pecuária intensiva também aparece como ponto importante para a tendência crescente de longo prazo do confinamento.
Contudo, como o consumo de carne é muito sensível à renda populacional e aos preços dos grãos, é de se esperar que em alguns anos sejam observadas quedas neste regime de atividade
pecuária, como observado nos anos de 2005, 2009 e 2016. Todavia, mesmo com estas quedas pontuais, nos últimos quinze anos o crescimento anual do confino no Brasil superou 6% e para os
próximos dez anos a expectativa é de que o crescimento anual se intensifique para 8,4%.

Fonte: ABIEC e INTL FCStone. E: estimado; P: projetado. 27


Demanda | Disponibilidade de terras, intensificação e uso de tecnologia
Fatores favoráveis à expansão de grãos no Brasil

Historicamente—em especial ao longo da última década, na esteira do crescimento da Milhões de Hectares


demanda doméstica e das exportações—, o setor brasileiro de carne bovina se
beneficiou da grande disponibilidade de pastagens para a expansão da produção. No
entanto, os desafios são crescentes para a manutenção deste processo no atual
contexto de aumento das pressões para uma maior sustentabilidade ambiental e da
concorrência feroz por área agrícola para a produção de grãos.
Como resultado, grandes mudanças no manejo e na nutrição do gado bovino devem
ocorrer, com produtores indo em direção a sistemas de produção mais intensivos. A
expansão das áreas de produção de grãos continuará levando a pecuária brasileira a
avançar sobre áreas menos produtivas, ou que necessitem de maiores investimentos.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), pelo
menos metade das pastagens brasileiras, de cerca 170 milhões de hectares,
atualmente apresenta algum grau significativo de degradação. A degradação do solo
se dá, principalmente, em função de um histórico de manejo inadequado que hoje se
traduz em um índice médio de UA (unidade animal) por hectare próximo a 1, nível 3 a
4 vezes aquém de seu real potencial. Diante disso, a produção de carne bovina no
Brasil deve enfrentar uma grande restrição de expansão em área.
De qualquer forma, a resposta para uma maior produção brasileira de carne bovina é
a intensificação das etapas finais da criação, por meio de confinamentos de bovinos de Vegetação nativa 496
corte. Essa intensificação deverá levar a um aumento da produção nacional de carne
bovina da ordem de 3,2% ao ano, ao longo da próxima década. Ademais, a transição do Pastagens 158
modelo de produção para sistemas mais intensivos e de maior tecnologia permitirá
abates de animais mais jovens e mais pesados, resultando em maiores rendimentos e Agricultura 65
produtividade, além de maior uniformidade e qualidade do produto final.
Outros (pastagens) 141

Total: 851

Fonte: Sparovek, Gerd, et al. "The revision of the Brazilian Forest Act: increased deforestation or a historic step towards balancing agricultural development and nature conservation?” Elaboração: INTL FCStone 28
Demanda | Custo da atividade pecuária no Brasil
Maior produtividade e menor custo da pecuária intensiva favorece aumento do regime de confinamento

A análise dos custos da pecuária no Brasil deixa claro o ganho de eficiência e o melhor resultado Custo de produção em fazendas de ciclo completo por nível de
obtido com o emprego de tecnologia. Entre todos os graus de tecnificação, a pecuária intensiva tecnologia (R$/hectare)
apresentou o nível mais elevado de produtividade e o menor patamar de custos de produção,
levando a considerável aumento do resultado financeiro para o pecuarista.
120
Em comparação, a pecuária extrativista apresentou os maiores custos totais e menor produtividade,
sendo que há grande impacto da depreciação da terra e do maquinário neste tipo de atividade
apesar da ausência de custos com fertilizantes e defensivos agrícolas e baixos dispêndios com 100
nutrição animal.
A pecuária intensiva apresenta a maior dependência de ração animal e por isso há uma grande
participação deste insumo no custo total de produção, contudo, a depreciação da atividade é 80
consideravelmente menor dado que há melhor emprego dos fatores de produção. Em conclusão, a
pecuária intensiva consegue obter resultados superiores com menos recursos
60
Produtividade em fazendas de ciclo completo por nível de tecnologia (@/hectare)
40
38

20
26

18 0
Extrativista Baixa Média Tecnologia Alta Intensivo
12 Tecnologia Tecnologia Adequada Tecnologia

6
Nutrição Programa Sanitário
3
Fertilizantes e Defensivos Agrícolas Combustíveis e Lubrificantes
Reprodução Mão de Obra
Extrativista Baixa Tecnologia Média Tecnologia Alta Tecnologia Intensivo
Tecnologia Adequada Energia Elétrica Depreciações

Fonte: ABIEC e INTL FCStone 29


Demanda | Panorama global do consumo de carne bovina
Brasil se posiciona como um dos principais exportadores de carne bovina do mundo

Principais exportadores de carne bovina em 2016 (mil TEC) Participação nas exportações de carne bovina em 2016 (TEC)

O Brasil é um dos principais 2,000


fornecedores globais de proteína
animal, com esta oferta sendo Outros
favorecida pela grande produção 16%
interna de grãos. Historicamente 1,600
o país se coloca como um dos
principais exportadores,
disputando com a Índia pelo
União Índia
Europeia
segundo posto no ranking. Este
protagonismo no fornecimento é
1,200 4% 22%
que permite que o crescimento
do consumo global de carne Paraguai
bovina cause impactos na oferta 5%
interna de carne e, 800
consequentemente, na demanda
Uruguai
Brasil
por ração.
5%
400
21%
Canadá
Estados
5%
0 Unidos
14%

Paraguai

União Europeia
Índia

Brasil

Estados Unidos

Nova Zelândia

Canadá

Uruguai

México

Belarus
Nova
Zelândia
7%

Fonte: USDA e INTL FCStone 30


Demanda | Panorama global do consumo de carne bovina
Projeções apontam para manutenção da tendência de crescimento do consumo global de proteína

Evolução do consumo mundial de carnes (mil TEC) Principais importadores de carne bovina em 2015 (mil TEC)

Com a expectativa de contínuo 350,000


1,600
aumento da renda global, em
especial nos países asiáticos, as 1,200
projeções indicam que o 300,000 800
consumo mundial de carnes deve
400
chegar a 311 milhões de
toneladas equivalente carcaça 0
em 2025, um crescimento de 250,000

Canadá
Coreia do Sul

Hong Kong

Chile
Europeia
EUA

China

Rússia
Japão

Egito
União
22,1% em relação a 2015.
Todavia, não há evidências de
que este movimento será 200,000
diretamente favorável ao
consumo brasileiro de farelo de
trigo pelo setor de ração, uma Participação nas importações mundiais de carne bovina em
150,000
vez que o milho e o farelo de
soja ainda são preferidos na
2016
Hong Kong União
alimentação de ruminantes. 6% Europeia
Também nota-se que as 100,000 Coreia do Sul 5%
estimativas de crescimento no 7%
consumo de carne bovina não Outros
Rússia 38%
são tão intensas quanto as de 7%
outras carnes, como o frango, por 50,000
exemplo. Japão
9%
0
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025
China EUA
Bovinos Suínos Aves 11% 18%

Fonte: USDA. 31
1.3
PREÇOS
CARACTERIZAÇÃO, COMPORTAMENTO E TENDÊNCIAS

32
Preços | Evolução recente e situação atual das cotações
Após pico em 2016 com quebra da safrinha de milho a cotação do farelo retornou aos patamares usuais

Como o farelo de trigo e o sorgo Indicativo de preços de farelo de trigo, milho e sorgo no Brasil (R$/tonelada)
podem substituir em parte o milho na
ração animal, a cotação destes 1,000
produtos em geral tendem a ficar
bastante próximas.
No início de 2016, quando já
começaram a aparecer indicativos de 800
quebra da safrinha de milho, o forte
impulso nos preços do grão foi
acompanhado de valorização nas
cotações dos substitutos de demanda. 600
Neste ano, entretanto, a boa safra
2016/17 conseguiu repor os estoques
de milho no mercado nacional, o que
trouxe os valores a patamares mais 400
reduzidos. Novamente, os preços do
farelo de trigo e do sorgo seguiram a
movimentação da tonelada de milho.
Logo, como o milho é mais 200
amplamente utilizado no setor de
rações, os preços deste conseguem
balizar as cotações dos produtos
alternativos à alimentação animal. 0
jan-15

mai-15

out-15

dez-15
jan-16

mai-16

out-16

dez-16
jan-17

mai-17
fev-15
mar-15

set-15

fev-16
mar-16

set-16

fev-17
mar-17

set-17
abr-15

jun-15
jul-15
ago-15

abr-16

jun-16
jul-16
ago-16

abr-17

jun-17
jul-17
ago-17
nov-15

nov-16
Nas semanas recentes houve um
movimento de leve recuperação nas
cotações, especialmente pelo nível
muito baixo do preço do milho e pelas
exportações aceleradas. Farelo de Trigo Milho Sorgo

Fonte: J.Macêdo e INTL FCStone. 33


Preços | Regionalização
Mercado regionalizado: baixa correlação entre preços no Nordeste e no Centro-Sul

Entre os estados da região Centro- Indicativo de preços de farelo de trigo, milho e sorgo no Brasil (R$/tonelada)
Sul do Brasil, a correlação entre os
preços médios mensais do farelo de
Centro-Sul Nordeste
trigo é alta, acima de 79% para todas
Estados
as combinações das principais
unidades federativas desse mercado.
PR RS SC SP RJ MG GO BA CE PE PB SE

Para a região Nordeste, a correlação PR 88,0% 90,6% 90,1% 87,8% 84,6% 85,6% 40,1% 39,3% 40,8% 45,5% 45,5%
interestadual é ainda mais
expressiva, acima de 92%, para todas RS 89,2% 84,9% 85,2% 79,1% 90,6% 53,9% 55,0% 55,2% 53,1% 49,7%
as combinações.
Todavia, o vínculo entre estados das Centro-Sul SC 88,7% 92,7% 84,8% 85,0% 49,5% 48,1% 49,5% 50,1% 50,1%
duas regiões é pequeno, com as
correlações variando de 40% a 65%.
SP 89,9% 90,7% 84,1% 41,7% 40,1% 39,9% 48,3% 48,5%

Portanto, pode-se concluir que o RJ 89,0% 85,0% 63,1% 61,3% 61,6% 65,7% 64,8%
mercado brasileiro de farelo de trigo
é regionalizado, apresentando duas MG 79,7% 41,0% 40,0% 40,8% 57,9% 60,1%
áreas com comportamento de
preços diferentes: Centro-Sul e GO 62,0% 60,2% 62,7% 60,2% 59,7%
Nordeste.
As duas principais justificativas para
BA 97,3% 96,8% 93,7% 92,9%
isso são: 1) o baixo valor agregado
do farelo, tornando relativamente CE 97,9% 95,1% 93,2%
Nordeste

caro o seu transporte, e 2) o fato de


sua demanda estar mais PE 95,9% 94,3%
concentrada no Centro-Sul, onde se
encontra 65% do rebanho brasileiro PB 96,8%
de bovinos, 85% de aves e 82% de
suínos. SE

Fonte: J.Macêdo e INTL FCStone. 34


Preços | Bens substitutos e complementares
Farelo de trigo tende a acompanhar os seus substitutos de demanda

Bens substitutos, em termos de Correlações entre os bens complementares e substitutos do farelo de trigo
demanda, são aqueles que
proporcionam usos semelhantes aos do Correlações no PR Complementares Substitutos
farelo de trigo. Como exemplo,
destacam-se o milho, o sorgo e o farelo Produtos Farelo Trigo Trigo Farinha Trigo Milho Sorgo Farelo Soja
de soja, outros macroingredientes
vegetais utilizados como ração animal Farelo Trigo 34,2% 35,1% 79,2% 71,6% 62,1%
no Brasil.
Trigo 85,9% 50,2% 42,7% 69,2%
O farelo de trigo também apresenta
Farinha Trigo 36,0% 25,9% 67,5%
bens complementares em termos de
oferta, a saber, a farinha de trigo, que é Milho 97,1% 61,0%
simultaneamente produzida pela Sorgo 45,8%
moagem do trigo; e o grão em si.
Farelo Soja
Preços de bens substitutos de demanda
e complementares de oferta costumam,
por sua natureza, apresentar Evolução dos preços do farelo de trigo e seus principais substitutos (R$/t)
correlações positivas.
1,000
No caso do farelo, esse vínculo é mais
forte com os bens substitutos, com 800
destaque ao milho, cujos preços médios
600
mensais no Paraná apresentaram uma
correlação de 79,2% com os do outro. 400
Já no caso dos bens complementares, a
200
correlação é fraca, o que sugere que
variações no preço do farelo de trigo 0
estão mais atreladas aos seus
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
fundamentos de demanda que de
oferta. Farelo de Trigo Milho Sorgo

Fonte: J.Macêdo, CEPEA/ESALQ, DERAL/SEAB, Agrolink e INTL FCStone. 35


Preços | Margem de moagem
Devido a significativamente maior participação da farinha no faturamento da moagem do trigo, o ajuste de
margem ocorre por meio desse produto
Margem média de moagem no Paraná
2.8
Pode-se estimar a margem de processamento de trigo em farinha
e farelo, dividindo-se a média ponderada¹ dos preços dos 2.6
derivados pelo preço do grão. 2.4
O indicador de margem costuma ter um comportamento 2.2
estacionário, isto é, sem tendência de alta ou baixa no médio
2.0
prazo. Como pode ser visto pelo gráfico ao lado, e comprovado
por testes estatísticos, esse é também o caso para a moagem de 1.8
trigo. 1.6

Simultaneamente, pode se esperar que as razões individuais de 1.4


preços farelo/trigo e farinha/trigo apresentem forte correlação 1.2
negativa entre si, a fim de manter estável a margem, porém 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
ajustar os valores dos derivados às suas demandas. Isso, contudo,
não é observado: a correlação é próxima de zero: 19,5%.
Razão entre os preços do farelo e da farinha com o trigo no Paraná
No caso da moagem do trigo, o ajuste da margem se dá quase
que exclusivamente pelo preço da farinha (como ficou 4.0 1.2
demonstrado no slide anterior, que mostra uma correlação de 1.0
85,9% entre o produto e o grão, versus uma de somente 35,1% 3.0
para o farelo). 0.8

Isso ocorre porque a farinha representa a maior parte (75%) do 2.0 0.6
produto da moagem do trigo, além de apresentar um preço 0.4
significativamente maior. Na média do estado do Paraná, o farelo 1.0
representa somente cerca de 9% do faturamento da moagem de 0.2
trigo. 0.0 0.0
Todos esses fatores são indícios da característica de subproduto 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
do farelo de trigo. Farinha/Trigo Farelo/Trigo

Fonte: J.Macêdo, CEPEA/ESALQ, DERAL/SEAB e INTL FCStone. ¹Ponderada pela proporção de cada derivado no produto processado, a saber, 75% farinha e 25% farelo. 36
Preços | Sazonalidade
Preços do farelo seguem o calendário de safra dos grãos, porém a sazonalidade é fraca

O preço do farelo de trigo aparenta ter algum Paraná (R$/tonelada) São Paulo (R$/tonelada)
comportamento sazonal.
550 600
Na região Centro-Sul, as maiores variações positivas de
preços tendem a ocorrer durante o segundo trimestre do ano, 500 550
com as cotações atingindo seus picos anuais no mês de 450 500
setembro.
400 450
As oscilações são diferentes na região Nordeste, onde as
maiores variações positivas são registradas no quarto 350 400
trimestre, e o pico dos preços, em dezembro. 300 350
Esse comportamento pode ser explicado pelo calendário de 250 300
safra dos grãos. Na região Centro-Sul, onde há plantio de trigo
200 250
no Brasil, a colheita se inicia em setembro, aumentando a
disponibilidade a partir desse mês e pressionando os preços. jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Já na região Nordeste, onde não há plantio de trigo, os preços
do farelo seguem mais de perto a sazonalidade do milho, cuja Ceará (R$/tonelada) Bahia (R$/tonelada)
colheita (da safra de verão) se inicia em fevereiro.
1,000 950
É importante destacar, entretanto, que o comportamento
900 850
sazonal dos preços do farelo de trigo é fraco, com as
flutuações médias registradas ficando dentro de um erro 800 750
padrão dos valores médios da amostra. 700 650
Testes de significância estatística rejeitam a hipótese de 600 550
sazonalidade dentro de um intervalo de confiança de 95%, 500 450
porém não a rejeitam em um intervalo menor, de 90%, nos
400 350
estados de São Paulo, Paraná e Bahia, por exemplo.
300 250
200 150
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Sazonalidade Média Média + 1EP Média - 1EP


Fonte: J.Macêdo e INTL FCStone. 1EP: 1 erro padrão 37
Preços | Relação dos preços com a oferta e a demanda
A demanda de farelo de trigo apresenta elasticidade cruzada com o preço do milho e do sorgo

Consumo de trigo e derivados para ração animal (milhões de toneladas) e


preços dos substitutos (R$/tonelada)
A oferta de farelo de trigo é inelástica ao preço, isto é, variações no preço do produto
4.0 900
produzem pouca ou nenhuma oscilação na sua produção. Como explicado na seção “Preços –
Margem de moagem”, o farelo representa uma parcela mínima do faturamento da moagem, de
modo que a decisão de expandir ou não o processamento do trigo está muito mais atrelada aos 800
3.5
valores da farinha.
Por conta do elevado número de bens substitutos ao farelo de trigo, sua elasticidade-preço da 700
demanda, por outro lado, é alta. Em outras palavras, pequenas variações nos preços do farelo 3.0
podem causar mudanças drásticas no volume consumido. Nota-se, entretanto, que a
elasticidade do produto tende a variar conforme seu patamar de preços. Inclusive, em situações 600
em que o valor do farelo se encontra significativamente mais baixo que o de seus substitutos, a 2.5
elasticidade-preço da sua demanda pode se tornar positiva, isto é, variações positivas nos seus
500
preços causariam aumentos no consumo, dado sua característica de bem inferior (bem cuja
demanda tende a cair conforme aumenta a renda). Nesse cenário, supondo uma restrição 2.0
orçamentária fixa do consumidor, este pode se ver obrigado a ampliar o consumo do farelo em 400
detrimento de outros ingredientes mais caros, justificando a alta.
1.5
Dessa maneira, uma melhor análise de elasticidade-preço da demanda de farelo de trigo pode 300
ser feita de maneira atravessada com seus bens substitutos. Associando as variações no
consumo do farelo no Brasil com as dos preços do milho e do sorgo, obtemos aproximações 1.0
estatísticas da elasticidade-preço cruzada do ingrediente. Para o milho, o coeficiente estimado 200
é de 3,089, e, para o sorgo, 2,669, de modo que pode se dizer que a demanda do farelo é
elástica aos preços desses produtos. 0.5 100
Isso significa que, historicamente, um aumento de 1% no preço do milho esteve relacionado a
um crescimento de 3,1% na demanda de farelo de trigo, todo o resto constante. Um aumento de
1% no valor do sorgo, por sua vez, está associado a um crescimento de 2,7% no uso do derivado 0.0 0
de trigo. 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Consumo (eixo esq.) Preço Milho Preço Sorgo

Fonte: J.Macêdo, Sindirações e INTL FCStone. 38


2
DRIVERS DO MERCADO DE FARELO DE
TRIGO
PRINCIPAIS INFLUENCIADORES DA OFERTA, DEMANDA E
PREÇOS
Drivers | Oferta e Demanda de Milho
Oferta e preço do milho é que abrem espaço para maior utilização do farelo de trigo na ração animal

Visto que as variáveis ligadas à Participação do consumo interno e exportações na produção frente ao cenário cambial
oferta de farelo de trigo
(moagem e consumo do bens 120% R$ 4.00
industrializados que utilizam
farinha de trigo) aparentam
tender à certa estabilidade, a R$ 3.50
demanda pela sua utilização é 100%
que será o principal driver.
R$ 3.00
Por sua vez, a demanda por
farelo de trigo irá depender da 80%
situação do mercado de milho, R$ 2.50
tanto em relação à oferta quanto
em relação aos preços do grão. 60% R$ 2.00
Com isso, a relação estoque/uso
do milho pode ser considerada o
principal driver do mercado de
R$ 1.50
40%
farelo de trigo.
Em última instância, o cenário R$ 1.00
cambial também pode atuar
como um driver, uma vez que
20%
R$ 0.50
pode tornar as exportações
brasileiras do grão muito
atrativas. Com maior intensidade 0% R$ 0.00
de exportações de milho, há
2000/01

2001/02

2002/03

2003/04

2004/05

2005/06

2006/07

2007/08

2008/09

2009/10

2010/11

2011/12

2012/13

2013/14

2014/15

2015/16

2016/17

2017/18
menor fornecimento ao mercado
interno, o que abre espaço para
aumento da demanda por farelo
de trigo.
Consumo/Produção Exportação/Produção Câmbio (eixo dir.)

Fonte: USDA, Reuters e INTL FCStone. Obs: Anos em que participação somada passa de 100% há uso de estoques anteriores 40
Drivers | Oferta e Demanda de Milho
Oferta e preço do milho é que abrem espaço para maior utilização do farelo de trigo na ração animal

A evolução histórica da relação Relação Estoque/Consumo de milho no Brasil (%)


estoque/uso de milho no Brasil
indica que há grande 30%
variabilidade da oferta do grão
de um ano para o outro.
20%
Isto se deve pela competição de
área com a soja, sendo que
quando há um pico da relação 10%
estoque/uso isto leva à um ajuste
na área de milho nos anos
seguintes. 0%
2000/01

2001/02

2002/03

2003/04

2004/05

2005/06

2006/07

2007/08

2008/09

2009/10

2010/11

2011/12

2012/13

2013/14

2014/15

2015/16

2016/17

2017/18
A flutuação da produtividade,
que é diretamente afetada pelas
condições climáticas, pode
causar distúrbios neste processo,
exacerbando picos e vales da Variação absoluta da produtividade no Centro Oeste (tonelada/hectare)
relação estoque/uso do grão. 1.50
Nota-se que a variação da
produtividade entre um ano e 1.00
outro é ainda mais intensa para a
safrinha de milho, uma vez que o 0.50
período da segunda safra é mais
propenso a sofrer com 0.00
intempéries climáticas do que a
primeira safra. -0.50

-1.00
2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17

Safra Verão Safrinha

Fonte: CONAB e INTL FCStone. 41


Drivers | Condições climáticas são grande fator de instabilidade
Risco climático é ainda maior para a safrinha, que já corresponde à quase 70% da oferta total de milho

Esta maior vulnerabilidade da Produção de milho por safra (milhões de toneladas)


safrinha a fatores climáticos traz
consequências mais sérias 70
quando consideramos que a
safrinha já é mais responsável
pela oferta de milho do que a 60
safra verão.
A partir da safra 2011/12 a
50
produção de milho safrinha
ultrapassou o volume produzido
na safra verão. Desde então, a
participação da safrinha no 40
volume produzido total só vem
crescendo.
30
Em 2011/12 a safrinha foi
responsável por 54% da oferta
total de milho no Brasil e no ciclo 20
2016/17 esta participação saltou
para 69%.
Todos estes fatores motivam uma 10
maior volatilidade dos preços do
milho no Brasil, o que reflete
com grande intensidade nos 0
preços do farelo de trigo.
2000/01

2001/02

2002/03

2003/04

2004/05

2005/06

2006/07

2007/08

2009/10

2010/11

2011/12

2012/13

2013/14

2014/15

2015/16

2016/17
2008/09
Safra Verão Safrinha

Fonte: CONAB e INTL FCStone. 42


Drivers | Sazonalidade dos preços do milho no Brasil
Curva de preços claramente mostra a pressão exercida pelas expectativas para a colheita da safrinha

Média de preços do milho em Cascavel nos últimos cinco anos (R$/saca)

A curva de sazonalidade dos 29


preços do milho já indica que
esta maior produção da safrinha
possui um impacto mais
acentuado sobre o mercado.
Após a colheita da safra verão, as
cotações sentem pressão com a 28 Colheita Safra Verão
chegada de produto no mercado,
contudo, são as perspectivas da
safrinha que causam quedas
mais intensas no valor do milho.
Quando chega a época da
colheita, é usual os preços já 27
estarem nos menores patamares
do ano, uma vez que as
expectativas para a produção da
principal safra de milho já estão
formadas e o mercado começa a
alinhar o balanço de Oferta e 26
Demanda para a produção
esperada.

Colheita Safrinha
25
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Fonte: INTL FCStone. 43


Drivers | Processamento e armazenagem de produtos agrícolas
Capacidade de processamento e armazenagem regional consegue impactar nível dos preços

A presença de algumas estruturas produtivas ou de armazenamento pode afetar diretamente a cotação dos grãos em uma região. Exemplo claro disso são as áreas com proximidade a
esmagadoras de soja, destilarias de etanol de milho e armazéns de grãos. O primeiro caso é evidenciado no diagrama abaixo, que mostra como a presença de esmagadoras de soja torna a
oleaginosa mais cara em uma praça mais distante do porto (Rio Verde – GO) do que em outra que não possui este tipo de instalação (Patos de Minas – MG), mesmo que a última esteja quase 200
km próxima do porto exportador. Apesar do custo logístico mais alto para a venda externa, a presença dessas estruturas aumenta o preço dos produtos agrícolas devido ao melhor acesso ao
mercado doméstico. Assim como em áreas com melhor infraestrutura logística, estas áreas podem se beneficiar mais facilmente do aumento da demanda global por grãos e seus subprodutos.

Patos de Minas Rio Verde


MG GO

795 km 977 km

Preço médio 2016: Santos Preço médio 2016:


R$ 70,7/sc SP R$ 73,8/sc

4 Esmagadoras em um raio de 100


0 Esmagadoras em um raio de 100 km
km, com capacidade de 8.700 t/dia

Fonte: Google Maps, Conab e INTL FCStone. Elaboração: INTL FCStone. 44


Drivers | Unidades de armazenagem de grãos
Baixa capacidade de armazenagem pode levar à venda com desconto de grãos

A baixa capacidade de
armazenagem de grãos no Brasil
leva à necessidade de se escoar
grande parte da produção em um
curto espaço de tempo após a
colheita, o que promove forte
elevação na demanda por
transporte durante os picos de
safra. A disparada resultante nos
custos com fretes tem grave
impacto no valor recebido pelo
produtor e nos resultados dentro
da porteira de uma maneira geral.
Atualmente, o Brasil conta com
cerca de 17.300 armazéns
cadastrados na Conab, que juntos
totalizam 160 milhões de
toneladas de capacidade estática.
No entanto, com uma produção
anual estimada em 180 milhões de
toneladas, apenas entre soja e
milho, a proporção entre volume
colhido e capacidade de
armazenagem é inferior a 90%;
bem abaixo dos 120% definidos [Cap. Armazenagem /
pela FAO como adequados para a Produção]
segurança alimentar de um país.
Unidades de armazenagem <0,2 >1,2

Fonte: Conab. Elaboração: INTL FCStone 45


Drivers | Caracterização e perspectivas para a logística no Brasil
Logística executa um importante papel no patamar de preços das commodities

O custo logístico é um dos principais componentes do preço Distância ao porto e preço médio da soja
dos grãos nos portos do país, já que parte considerável da
produção nacional se direciona para a exportação. Quanto 1800
mais custoso for o transporte dos produtos de sua origem até Distância atual Distância em 2030*
o porto, mais barato será o grão nesta região. Sorriso
1600
Por essa razão, existe hoje um enorme diferencial de preços
Gurupi
dos grãos em áreas distantes dos portos, como o Mato
1400
Grosso, e em localidades mais próximas destes, como o
Paraná. A conclusão de projetos de infraestrutura já
planejados ou em andamento, entretanto, pode reduzir o 1200 Porto
custo de transporte dos grãos de algumas dessas regiões mais Nacion… Sorriso* Dourados
longínquas para os portos, contribuindo para apreciar o valor 1000 Rondonópolis
do produto nestas áreas, diminuindo o diferencial de preços

km
entre as várias regiões do país.
800 Barreiras Cascavel
Contudo, no momento, as dificuldades logísticas e o déficit de Gurupi* Porto
armazenamento contribuem para acentuar ainda mais a
600 Uruçuí Nacional*
sazonalidade da cotação do milho nas praças regionais.

400 Uruçuí*

200
Ponta Grossa
0
820 840 860 880 900 920 940 960 980 1000 1020
cents/bushel

*Sob os novos projetos logísticos. Fonte: Google Maps, INTL FCStone. Elaboração: INTL FCStone 46
Drivers | Trigo não é driver de farelo de trigo?
Produção de farelo não é o foco da moagem de trigo e não há pressões na oferta global do grão

As variáveis de oferta de trigo, como disponibilidade e preço, não Contexto da oferta de trigo (milhões de toneladas)
causam grandes variações no mercado de farelo. Isto porque a
demanda pelo subproduto é bastante limitada à oferta de milho e ao 35 20
uso restrito na ração de ruminantes.
Mesmo em um cenário hipotético de drástica redução da moagem 18
no Brasil, os preços do farelo não poderiam se descolar tanto dos do 30
milho, uma vez que os produtores de ração simplesmente focariam 16
sua demanda no grão e em farelo de soja.
No cenário real brasileiro, a moagem se encontrou bastante estável 25 14
nos últimos anos, sofrendo flutuações relacionadas ao consumo de
farinha de trigo e não ao do farelo. Como a moagem de trigo se foca 12
na oferta de farinha, isto limita em grande parte a possibilidade do 20
trigo agir como um driver do mercado de farelo de trigo.
10
Além deste fator estrutural, também existem limites conjunturais à
atuação do trigo como um driver. Nos últimos anos, houve uma 15
grande ampliação na disponibilidade do cereal em países que 8
exportam para o Brasil, como a Argentina e os Estados Unidos.
Com isso, a oferta de trigo não atua como limitante à moagem e, 10 6
consequentemente, não impacta em grande medida a oferta de
farelo. Apesar da instabilidade da produção no Brasil, o elevado nível 4
de importação do país garante o patamar usual de demanda dos
5
moinhos.
2
Para o ciclo 2017/18 é esperada uma queda nos estoques dos EUA e
na produção argentina, mas os patamares seguem acima de todos os 0 0
anos anteriores à 2014/15. 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17 2017/18

Estoque EUA (eixo dir.) Produção Argentina Produção Brasil

Fonte: USDA e INTL FCStone. 47


2.1
CARACTERIZAÇÃO DA OFERTA E DEMANDA
REGIONAL DOS SUBSTITUTOS
PRINCIPAIS INFLUENCIADORES DA OFERTA, DEMANDA E
PREÇOS
Oferta e Demanda Regional | Consumo de Grãos por Monogástricos
Região sul do país concentra grandes polos de produção de aves e suínos

Rebanho de galináceos por mesorregião (cabeças) Rebanho de suínos por mesorregião (cabeças)

Como a demanda por ração


animal também é gerada pelos
rebanhos de suínos e aves no
país, para tratar da demanda
regional por grãos, precisamos
também considerar os polos de
produção destes animais.
Diferentemente do observado
com o rebanho bovino confinado,
o sul do Brasil é uma região de
extrema importância para a
produção tanto de suínos quanto
de aves.
Logo, é natural esperar que o
consumo dos produtos
substitutos do farelo de trigo seja
bastante elevado nestas regiões,
a despeito do fato de haver um
número reduzido de cabeças de
gado confinadas.

Fonte: IBGE e INTL FCStone. 49


Oferta e Demanda Regional | Milho
Sudeste e Sul se utilizam de produção do Centro-Oeste, Paraná e Rio Grande do Sul

Participação na produção total em 2016/17 (%) Participação no consumo total em 2016/17 (%)

Considerando o contexto de
oferta regional de milho,
observa-se que os estados do
Centro-Oeste, o Paraná e o Rio
Grande do Sul concentram a
maior participação na produção
total.
Enquanto isso, as principais
regiões consumidoras estão nos
estados do sudeste e do sul, onde
há uma grande produção de aves
e também de rebanho bovino
confinado.
Neste caso, os estados do sul
conseguem se beneficiar da
produção local de milho para a
alimentação animal, enquanto
São Paulo e Minas Gerais são
propensos à importar o grão de
outros estados.

Fonte: CONAB e INTL FCStone. 50


Oferta e Demanda Regional | Farelo de Soja
Sudeste e Sul se utilizam de produção do Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul

Participação na produção total em 2016/17 (%) Participação no consumo total em 2016/17 (%)

Em relação à produção de farelo


de soja, há uma maior
concentração da oferta em
relação ao milho. Isto se dá uma
vez que não são todos os estados
produtores de soja que possuem
grande capacidade de
esmagamento. Os estados do
Mato Grosso, Paraná e Rio
Grande do Sul são os principais
responsáveis pelo fornecimento
do subproduto.
A demanda, por outro lado, já se
assemelha ao observado no
mercado de milho, com suínos,
aves e bovinos confinados do
sudeste e sul criando um polo de
consumo.
Novamente, nota-se que o sul se
utiliza da oferta local de farelo
de soja para consumo, enquanto
que Minas Gerais e São Paulo
importam o subproduto de
outros estados.

Fonte: IBGE, CONAB, Sindirações, INTL FCStone. Estimativas elaboradas pela INTL FCStone com dados das fontes citadas. 51
Oferta e Demanda Regional | Sorgo
Goiás, Minas Gerais e Bahia lideram na produção do grão alternativo

Tanto o reduzido volume Evolução da produção por região (mil toneladas) Participação na produção total em 2016/17 (%)
produzido de sorgo como as
regiões onde o mesmo é 2,500
plantado indicam que os estados
que o produzem são os mesmos 2,250
que o utilizam.
Os estados de Minas Gerais e 2,000
Bahia se utilizam do sorgo para
complementar a ração animal 1,750
local e diminuir a necessidade de
importação do grão de outros 1,500
estados.
Já para o estado de Goiás a 1,250
necessidade de produção de
sorgo se dá pelo grande volume 1,000
de oferta de bovinos confinados,
suínos e também aves.
750

500

250

0
2001/02
2002/03
2003/04
2004/05
2005/06
2006/07
2007/08
2008/09
2009/10

2011/12
2012/13
2013/14
2014/15
2015/16
2016/17
2010/11

Centro-Oeste Sudeste Nordeste Norte Sul

Fonte: IBGE, CONAB, Sindirações, INTL FCStone. Estimativas elaboradas pela INTL FCStone com dados das fontes citadas. 52
Oferta e Demanda Regional | Enquanto isso, para farelo de trigo...
Oferta do subproduto se encontra muito próxima do maior mercado potencial

Distribuição da moagem de trigo no Brasil - 2016 Participação do regime de confinamento sobre rebanho total (%)

Apesar de diversos limites e


dificuldades, o mercado do farelo
de trigo é favorecido pelo fato de
que o polo de oferta é bastante
próximo do de consumo.
Considerando que São Paulo é o
estado com maior participação
do regime de confinamento
sobre o rebanho bovino total, a
grande moagem de trigo no
próprio estado e no Paraná
possui grande potencial de
fornecer o subproduto do grão
para o rebanho local.
A proximidade destes estados
com Mato Grosso do Sul e Goiás
também abre possibilidade de
fornecimento, contudo, as < 353
maiores distâncias e barreiras
tarifárias podem colocar 353 - 380
dificuldades à operação.
Vale lembrar que o farelo de 380 - 520
trigo possui menor capacidade
de explorar o amplo mercado de 520 - 2.560
aves e suínos das regiões sudeste
e sul, devido a características > 2.560
nutricionais do subproduto.
*Exclui semi-confinamento
Fonte: IBGE, CONAB, Sindirações, INTL FCStone. Estimativas elaboradas pela INTL FCStone com dados das fontes citadas. 53
3
TENDÊNCIAS PARA O SETOR E SEUS
DRIVERS
PROJEÇÕES PARA OS PRINCIPAIS INFLUENCIADORES DA
OFERTA, DEMANDA E PREÇOS
Tendências | Projeção de rebanho bovino no Brasil
Expectativa de manutenção de aumento do rebanho bovino brasileiro até 2025

Apesar do uso do farelo de trigo Rebanho bovino brasileiro (milhões de cabeças)


na ração animal ser restringido
aos ruminantes, as projeções são 250
favoráveis para o crescimento da
demanda de ração por este tipo 225
de animal.
A estimativa é de que em 2025 o 200
rebanho bovino brasileiro
chegue a 222 milhões de 175
cabeças, o que deve manter
aquecida a atividade do setor de
rações. 150

125

100

75

50

25

0
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2025
CO N NE S SE

Fonte: ABIEC e INTL FCStone. 55


Tendências | Projeção de rebanho animal no Brasil
Contudo, a expectativa é de que o crescimento seja mais intenso nos rebanhos de galináceos

Todavia, é importante ressaltar Rebanho de bovinos, suínos e galináceos no Brasil (milhões de cabeças)
que as projeções apontam que o
crescimento do setor de proteína 1,800
animal será mais intenso no
mercado de aves.
1,600
As projeções apontam para um
crescimento anual de 0,21% no
rebanho bovino até 2025. Para os
1,400
galináceos a perspectiva é de um
crescimento anual de 0,72% no 1,200
número de cabeças. Para os
suínos a expectativa é de
estabilidade com leve queda. 1,000
Além disso, as expectativas de
tendência de crescimento da 800
produção nacional de milho
podem limitar o impacto 600
favorável da maior população
bovina sobre a demanda interna
por farelo de trigo. 400

200

0
2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

2022

2023

2024

2025
Bovinos Suínos Galináceos

Fonte: ABIEC e INTL FCStone. 56


Tendências | Projeção de produção de grãos no Brasil
No longo prazo expectativa é de crescente oferta nacional de soja e milho

Produção esperada de milho e soja no Brasil até 2025 (milhões de toneladas)

Em relação aos grãos as 200


projeções também indicam que a
produção no Brasil deve 180
continuar em alta até 2025.
Diferentemente dos principais 160
países produtores, o Brasil é
favorecido de ampla capacidade 140
de expansão da área agrícola.
Essa capacidade somada à 120
tendência “natural” de aumento
de produtividade tende a 100
favorecer o contínuo aumento da
oferta de milho e soja.
80
Como o farelo de trigo é
considerado um subproduto 60
alternativo na ração animal,
contextos de ampla oferta do
40
milho e do farelo de soja não são
favoráveis ao uso do derivado de
trigo. 20
Contudo, intempéries climáticas 0
já criaram e devem continuar
2005/06

2006/07

2007/08

2008/09

2009/10

2010/11

2011/12

2012/13

2013/14

2014/15

2015/16

2016/17

2017/18

2018/19

2019/20

2020/21

2021/22

2022/23

2023/24

2024/25
criando espaço para o uso do
farelo de trigo.

Milho Soja

Fonte: Conab e INTL FCStone. 57


Tendências | Condições climáticas são grande fator de instabilidade
Risco climático é ainda maior na safrinha, que já corresponde à mais de 60% da oferta total de milho no Brasil

Desvio padrão da produtividade média (tonelada/hectare) Desvio médio por estado (tonelada/hectare)
Mesmo com as projeções
RR 0.22
favoráveis à oferta de milho e
soja, os problemas climáticos são MT 0.35
recorrentemente um problema
enfrentado pelos agricultores. RO 0.40
Em um mercado onde a oferta de TO 0.48
um insumo pode variar
drasticamente ano a ano, é PR 0.49
importante manter um amplo
leque de alternativas, o que já é DF 0.50
entendido pelo mercado de MG 0.52
ração animal.
GO 0.52

[ Desvio P. ] SP 0.54

MS 0.54

SC 0.56

PA 0.58

BA 0.61

RS 0.62

MA 0.63

PI 0.70

Fonte: Conab, IBGE e INTL FCStone. Elaboração: INTL FCStone. Desvio padrão do rendimento das lavouras de soja entre 1990 e 2016, em relação à tendência linear da produtividade regional projetada para o período. 58
Tendências | Antecedentes: o mercado do milho em 2015 e 2016
Contexto de preços elevados foi resultado de forte exportação seguida de quebra da safrinha

Exportações de milho e patamar cambial no Brasil


Com o patamar do dólar próximo de R$4 ao final de 2015 e início de 7,000 4.50
2016 houve um grande pico das exportações, o que impulsionou o uso
total da safra 2014/15.
4.00
No ciclo seguinte, a queda de 22,6% na produtividade média nacional 6,000
com a quebra da safrinha manteve o mercado interno com uma
disponibilidade de milho bastante restrita, dado o intenso impacto sobre 3.50
a produção.
5,000
Ambos os acontecimentos exerceram pressão sobre os estoque do grão 3.00
no Brasil e ao fim de 2016 a relação estoque/uso caiu para 9%, o menor
nível desde 2012/13. 4,000 2.50

3,000 2.00
Produtividade média nacional (tonelada/hectare)
1.50
5.40 5.56
5.15 5.06 2,000
4.81
4.31 4.16 4.18 1.00
3.60
1,000
0.50

0 0.00

Mar-14

Jul-14
May-14

Mar-15

Jul-15
May-15

Mar-16

Jul-16

Mar-17

Jul-17
Jan-14

Sep-14
Nov-14
Jan-15

Sep-15

May-16

May-17
Nov-15
Jan-16

Sep-16
Nov-16
Jan-17

Sep-17
2008/09

2009/10

2010/11

2011/12

2012/13

2013/14

2014/15

2015/16

2016/17

Exportações Mensais (mil toneladas) Câmbio (R$/US$)

Fonte: CONAB, SECEX/MDIC, Reuters e INTL FCStone 59


Tendências | Contexto atual do mercado no Brasil
Produção recorde em 2017 foi suficiente para repor estoques e normalizar cotações

O contexto de altas cotações em Evolução do estoque/consumo e preços de milho no mercado brasileiro


2016 levou os produtores
brasileiros à expandirem a área Preço CEPEA (R$/sc) 44.48
de milho para a safra 2016/17.
Esta expansão de área, somada à
excelentes condições climáticas 29.81 29.05 30.16
em diversas regiões do país,
26.99 26.87
levaram o Brasil a atingir sua
produção recorde de 97,7
milhões de toneladas de milho
no ciclo. 23%
22%
Consequentemente, este
patamar de produção foi
19%
suficiente para recuperar os
estoques nacionais e levar a Estoque/consumo (%)
relação estoque/consumo de
13% para quase 30%.
Atualmente a relação 13% 13%
estoque/uso se encontra num
pico histórico, o que trás
consequências para a produção
8%
do ciclo 2017/18.

2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17

Fonte: CEPEA, CONAB e INTL FCStone. 60


Tendências | Projeção para área de milho verão 2017/18
Com o atual patamar de preços a estimativa da INTL FCStone é de queda de 10,96% na área da safra verão

Até este mês de novembro Área plantada de milho no Brasil – safra verão (milhões de hectares)
existem apenas bases para se
estimar a área plantada da safra
verão de milho, sendo que as
tendências para a safrinha de
milho somente começarão a ficar
mais claras a partir de dezembro. 9.64
9.27
No momento a INTL FCStone
estima uma queda de 10,96% na
superfície plantada com milho na 7.72 7.64 7.56
primeira safra, o que se
6.78 6.62
concretizado será a menor área
de primeira safra da história. 6.14
5.36 5.48
Contudo, o cenário para preços
em 2017/18 ainda se encontra
4.88
cercado de incertezas,,,
2007/08

2009/10

2010/11

2011/12

2012/13

2013/14

2014/15

2015/16

2016/17

2017/18p
2008/09

Fonte: CONAB e INTL FCStone. 61


Tendências | Expectativas para o milho em 2017/18
Produção da safrinha e cenário cambial serão fundamentais para oferta interna do grão em 2018

Volatilidade anualizada do câmbio BRL/USD (%) Projeção de temperatura da superfície do Pacífico (°C)

As principais incertezas 30%


2.00
envolvem a produção da safrinha
e as exportações em 2018. El Niño Forte
1.50
Atualmente existem alguns 25% El Niño Moderado
indicativos que de a produção da
safrinha deve sofrer redução por 1.00
dois motivos: o retorno dos El Niño Fraco
rendimentos à média após a
produtividade recorde em 20% 0.50
2016/17 e pela possibilidade de
haver La Niña fraca no próximo 0.00
ano, o que tende a reduzir a
oferta hídrica para o milho 15%
safrinha. -0.50
La Niña Fraco
Já as exportações podem superar
o patamar observado em -1.00
10%
2016/17 uma vez que os La Niña Moderado
estoques iniciais da safra
2017/18 se encontram bastante -1.50
elevados e há grande La Niña Forte
possibilidade de desvalorizações 5%
-2.00
cambiais em 2018, tanto pelo
contexto externo (fortalecimento OND NDJ DJF JFM FMA MAM AMJ MJJ JJA
da economia dos EUA) quanto
interno (ano de eleições Média, modelos dinâmicos Média, modelos estatísticos
0%
presidenciais)
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
Média, todos os modelos

Fonte: IRI/CPC, Reuters e INTL FCStone. 62


Tendências | Cenários para a oferta de milho em 2017/18
Produção da safrinha será fundamental para oferta interna do grão em 2018

Cenários possíveis para o balanço de milho (milhões de toneladas)

Já considerando que a safra verão em 2017/18 será


menor, podemos colocar algumas chances de quebra Variável Cenário Otimista Cenário Neutro Cenário Pessimista
para a safrinha.
Caso o fenômeno da La Niña traga problemas Quebra da Safrinha 20% 5% 0%
climáticos, existe a chance de uma quebra de 20% na
oferta da safrinha. Apesar da menor oferta limitar as
exportações, a expectativa é de que a relação Produção Safra Verão 23,65 23,65 23,65
estoque/consumo caia para 12%.
Por outro lado, a expectativa neutra é de que haverá Produção Safrinha 53,88 63,99 67,36
apenas uma leve redução de oferta pelo retorno dos
rendimentos à média. Neste contexto os estoque
recuariam, mas não com grande intensidade, levando o
Produção Total 77,53 87,63 91,00
estoque/consumo para 20%.
Por fim, existe a possibilidade de um cenário pessimista Consumo Interno 59,14 57,88 56,64
no qual os preços continuariam sobre intensa pressão.
Caso o clima na safrinha de 2018 se aproxime do Exportações 27,60 35,06 35,95
observado neste ano, o Brasil ainda não teria uma
oferta recorde mas os estoques seguiriam bastante
amplos, em linha com o observado atualmente. Estoques Finais 7,21 11,72 16,05
Vale notar que para todos os cenários a expectativa é
de que a produção em 2017/18 seja a principal Estoque/Consumo 12% 20% 28%
influência sobre as exportações, e não o contexto
cambial. Também nota-se que entre os cenários há
diferentes projeções para o consumo interno, que
variam se as expectativas são otimistas ou pessimistas.

Fonte: INTL FCStone. 63


Tendências | Cenários para a oferta de milho em 2017/18
Produção da safrinha e cenário cambial serão fundamentais para oferta interna do grão em 2018

Cenários para a relação estoque/consumo de milho no Brasil (%)

Comparando os cenários com a 0.35


evolução histórica da relação
estoque/consumo de milho no
Brasil, nota-se que nem mesmo 29%
0.3
no cenário mais pessimista
(preços pressionados) se estima 28%
um aumento na relação.
0.25 23%
Isto se dá pelo fato de que
historicamente o mercado de
milho brasileiro busca se regular
0.2 19% 20%
quando há excesso de oferta ou
escassez de demanda.
13%
Como os grandes estoques do
0.15 13%
ciclo 2016/17 já estão
diminuindo a intenção de plantio 12%
para o milho verão 2017/18, os
cenários basicamente envolvem 0.1 8%
a possibilidade de quebra da
safrinha e o ritmo de crescimento
do consumo, assim como o 0.05
impacto destas duas variáveis
sobre a capacidade de
exportação.
0
2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17 2017/18

Cenário Otimista Cenário Neutro Cenário Pessimista Series1

Fonte: INTL FCStone. 64


Tendências | Cenários para a J.Macêdo em 2018
Alguns moinhos e centros de distribuição estão próximos de zonas propensas à quebra das safras de milho

Desvio padrão da produtividade média de milho (t/ha) Projeção para o preço do farelo de trigo no cenário otimista
por região (R$/t)
O gráfico de desvio padrão da
produtividade média indica as 750
regiões onde há maior risco
climático para a safra de milho. 700
Nota-se que o moinho e o centro
de distribuição no Ceará estão 650
bastante próximos do MATOPIBA,
região onde a oferta de milho é
bastante instável. Contudo, as 600
oportunidades para negociação
de farelo de trigo são limitadas à 550
rebanho de suínos uma vez que
nesta região do país não há um
número grande de cabeças de 1,25 500
gado confinadas. [ Desvio P. ]
450
O moinho do Paraná, por outro
lado, pode se beneficiar da
instabilidade da oferta de milho 400
do sul do Mato Grosso do Sul,
estado que possui uma
350
quantidade relevante de gado
confinado. A proximidade com
São Paulo, o estado que 300
usualmente confina bovinos,

Aug-18
Nov-17
Dec-17

Mar-18

May-18

Nov-18
Dec-18
Sep-17
Oct-17

Jan-18
Feb-18

Apr-18

Jun-18
Jul-18

Sep-18
Oct-18

Jan-19
Moinho J.Macêdo
também é bastante vantajosa.
Centro de Distribuição
0,5 J.Macêdo SP CE BA PR (Oeste) PR (Norte) PR (Curitiba)

Fonte: J.Macêdo e INTL FCStone. 65


4
PROJEÇÃO DE PREÇOS
PROJEÇÃO PARA COTAÇÃO DO FARELO DE TRIGO NAS REGIÕES
SELECIONADAS
Metodologia | Disponibilidade de milho
As projeções de preço do farelo de trigo são realizadas com base nas estimativas de disponibilidade de milho

O farelo de trigo e o milho no Brasil são utilizados majoritariamente Relação entre o estoque de passagem do milho e o preço médio do farelo
para a mesma atividade, ração animal, e são, até certo ponto,
substitutos entre si. A produção e o consumo do milho, contudo, é

Preço farelo SP - R$/t -


650
mais amplamente difundida, e existe uma preferência dos

valores de jan/17
y = -88,327x + 1299,3
consumidores pelo cereal. Conforme evidenciado nas seções 600
anteriores, isso torna o milho o principal condutor da dinâmica de R² = 0,6104
preços do farelo de trigo. Em períodos de escassez de milho no
550
mercado doméstico, seus preços disparam, tornando o farelo um
substituto atrativo. A consequente alta na demanda do derivado do
500
trigo eleva seu preço.
Enquanto a oferta do farelo do trigo é relativamente estável e fixa, 450
dependendo da moagem do trigo para a fabricação de farinha, a do
milho pode variar significativamente, devido aos maiores 400
empecilhos para se importar a commodity em períodos de queda na 7.00 7.50 8.00 8.50 9.00 9.50 10.00
produção. Em 2016/17, por exemplo, a quebra da safra de grãos
Estoque de milho - mil t (log)
reduziu os estoques de passagem do milho para 6,95 milhões de
toneladas, segundo a Conab, as menores reservas desde 2012/13, e 14,000 1,200
impulsionou os seus preços.

Preços (R$/t) - valores de


12,000 1,000

Estoque milho (mil t)


Uma regressão linear entre o preço médio do farelo de trigo
10,000
ensacado no estado de São Paulo nos meses de janeiro 800
(deflacionados para valores de janeiro/17), e o logaritmo natural dos 8,000

jan/17
estoques de passagem do milho da Conab entre 2007 e 2016 600
comprovam a forte relação entre as duas variáveis, apresentando 6,000
um coeficiente de determinação de 61%. Em outras palavras, existe 400
4,000
uma clara relação negativa entre a disponibilidade de milho no
2,000 200
Brasil e os preços do farelo. Este, todavia, passa a ser menos sensível
à disponibilidade em períodos de estoques altos (logo o uso do 0 0
logaritmo natural dos estoques ao invés do número absoluto). 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Estoque Milho Preço Milho Preço Farelo

Fontes: J.Macêdo, Conab, CEPEA/ESALQ e INTL FCStone. 67


Projeção de preços | Visão geral
Preços do farelo de trigo devem avançar, mas não para os patamares de 2016

A menor colheita de milho esperada Preço do farelo de trigo ensacado (R$/tonelada) | Evolução e projeção para cenário neutro
para 2018 deve reduzir os estoques do
cereal, que se encontram nas máximas 800
históricas. Dessa maneira, há espaço
para uma recuperação nos preços do
750
farelo de trigo no mercado brasileiro,
como pode ser visto no gráfico ao lado. → Projeção
700
Destaca-se, contudo, que mesmo no
cenário otimista para 2018, não se
espera que os preços retomem os 650
mesmos patamares registrados em
meados de 2016 no Centro-Sul e início 600
de 2017 no Nordeste, uma vez que não
deve haver escassez de milho no 550
mercado doméstico como naquele
período.
500
A partir de janeiro, o início da colheita
de milho amplia a disponibilidade
450
interna do cereal e tende a pressionar
os preços do farelo de trigo. Depois de
maio, contudo, os valores deverão 400
retomar sua tendência altista,
dependendo das perspectivas para a 350
safrinha.
As praças no Nordeste devem 300
apresentar prêmios em relação às do Jan-15 Jul-15 Feb-16 Aug-16 Mar-17 Sep-17 Apr-18 Nov-18
Centro-Sul, além de uma maior
volatilidade, devido a menores SP CE BA PR (Oeste) PR (Norte) PR (Curitiba)
disponibilidade e capacidade de
armazenamento na região.

Fonte: J.Macêdo e INTL FCStone 68


Projeção de preços | Gráficos
Cenários neutro, otimista e pessimista de preços do farelo de trigo ensacado por região (R$/tonelada)

São Paulo Ceará Bahia


540 750 700
520 700 650
500 650
600
480 600
550
460 550
500
440 500
420 450 450

400 400 400


Sep-17 Dec-17 Mar-18 Jun-18 Oct-18 Sep-17 Dec-17 Mar-18 Jun-18 Oct-18 Sep-17 Dec-17 Mar-18 Jun-18 Oct-18

Paraná (Oeste) Paraná (Norte) Paraná (Curitiba)


590 540 560
560 520
530
530 500
500
480
500
460 470
470
440
440
440 420
410 410
400
380 380 380
Sep-17 Dec-17 Mar-18 Jun-18 Oct-18 Sep-17 Dec-17 Mar-18 Jun-18 Oct-18 Sep-17 Dec-17 Mar-18 Jun-18 Oct-18

Neutro Otimista Pessimista


Fonte: J.Macêdo e INTL FCStone 69
Projeção de preços | Tabelas
Preços projetados para o farelo de trigo ensacado (R$/tonelada)

Região São Paulo Região Ceará Região Bahia

Cenário Pessimista Neutro Otimista Cenário Pessimista Neutro Otimista Cenário Pessimista Neutro Otimista

set-17 407,50 407,50 407,50 set-17 450,00 450,00 450,00 set-17 441,67 441,67 441,67
out-17 419,19 420,03 420,90 out-17 506,06 506,83 507,63 out-17 503,75 504,53 505,34
nov-17 431,47 433,15 434,90 nov-17 559,34 560,96 562,64 nov-17 567,03 568,72 570,49
dez-17 436,70 439,19 441,77 dez-17 594,11 596,56 599,10 dez-17 585,25 587,78 590,41
jan-18 440,28 443,53 446,91 jan-18 621,03 624,29 627,67 jan-18 583,79 587,04 590,42
fev-18 434,92 440,15 446,73 fev-18 563,10 567,90 573,95 fev-18 528,86 533,65 539,69
mar-18 415,63 422,54 431,94 mar-18 478,45 484,10 491,76 mar-18 453,32 459,01 466,74
abr-18 413,22 422,00 434,42 abr-18 460,53 467,48 477,29 abr-18 465,18 472,64 483,19
mai-18 425,98 437,00 452,96 mai-18 491,35 500,37 513,43 mai-18 501,00 510,78 524,95
jun-18 455,83 469,72 490,19 jun-18 505,29 516,22 532,32 jun-18 497,21 508,64 525,49
jul-18 475,22 491,89 516,75 jul-18 516,52 529,38 548,56 jul-18 501,12 514,38 534,18
ago-18 455,74 473,81 501,02 ago-18 521,18 535,85 557,95 ago-18 512,21 527,55 550,64
set-18 458,26 478,53 509,28 set-18 558,11 575,64 602,24 set-18 514,12 531,29 557,35
out-18 458,20 480,56 514,69 out-18 593,07 613,63 645,00 out-18 564,26 585,06 616,81
nov-18 458,79 483,28 520,83 nov-18 621,32 644,88 681,02 nov-18 612,07 636,75 674,60
dez-18 452,06 478,26 518,59 dez-18 627,27 653,09 692,86 dez-18 609,61 636,30 677,40
jan-19 444,03 471,79 514,67 jan-19 624,79 652,54 695,42 jan-19 587,54 615,30 658,18

Fonte: J.Macêdo e INTL FCStone 70


Projeção de preços | Tabelas
Preços projetados para o farelo de trigo ensacado (R$/tonelada)

Região Paraná (Oeste) Região Paraná (Norte) Região Paraná (Curitiba)

Cenário Pessimista Neutro Otimista Cenário Pessimista Neutro Otimista Cenário Pessimista Neutro Otimista

set-17 413,75 413,75 413,75 set-17 416,88 416,88 416,88 set-17 425,63 425,63 425,63
out-17 431,71 432,55 433,41 out-17 425,12 425,96 426,83 out-17 439,93 440,77 441,64
nov-17 443,49 445,15 446,87 nov-17 435,98 437,66 439,41 nov-17 450,27 451,95 453,69
dez-17 466,21 468,75 471,38 dez-17 437,85 440,33 442,90 dez-17 461,98 464,50 467,13
jan-18 461,93 465,18 468,56 jan-18 440,96 444,21 447,59 jan-18 456,15 459,40 462,78
fev-18 423,74 428,59 434,71 fev-18 410,28 415,21 421,41 fev-18 412,31 417,10 423,12
mar-18 390,01 396,20 404,60 mar-18 394,38 400,93 409,83 mar-18 400,82 407,25 416,00
abr-18 396,91 404,95 416,32 abr-18 402,08 410,61 422,67 abr-18 400,15 408,36 419,96
mai-18 437,38 448,16 463,79 mai-18 414,93 425,64 441,17 mai-18 443,75 454,83 470,89
jun-18 450,02 463,09 482,36 jun-18 442,52 455,98 475,82 jun-18 462,27 475,86 495,90
jul-18 468,41 484,07 507,43 jul-18 451,02 466,81 490,37 jul-18 457,58 473,07 496,18
ago-18 474,01 491,92 518,91 ago-18 457,29 475,39 502,66 ago-18 462,51 480,21 506,87
set-18 470,25 490,08 520,17 set-18 459,51 479,81 510,60 set-18 468,57 488,58 518,94
out-18 475,50 497,62 531,39 out-18 457,93 480,25 514,31 out-18 473,41 495,72 529,77
nov-18 473,83 497,95 534,93 nov-18 459,19 483,66 521,20 nov-18 473,89 498,31 535,76
dez-18 483,64 510,36 551,50 dez-18 451,15 477,25 517,44 dez-18 475,77 502,38 543,37
jan-19 465,68 493,44 536,32 jan-19 444,71 472,47 515,35 jan-19 459,90 487,65 530,54

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