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Sistemas Elétricos · Go

Participante • 02/2022 • T1444F-BR


Este documento destina-se somente para fins de treinamento. Os exercícios realizados neste curso não devem ser
simplesmente implementados na prática sem levar em consideração vários aspectos. A legislação, as normas e as
especificações dos países devem ser sempre observadas.

Os documentos de treinamento não estão sujeitos aos presentes serviços de atualização. Quando estiver trabalhando no
veículo, use sempre os auxílios de oficina mais atualizados (ex.. EPC net, WIS net, DAS, ferramentas especiais) fornecidas
pelo fabricante para o veículo em questão.

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Editora: Mercedes-Benz Global Training

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uso comercial requer o consentimento prévio por escrito da Daimler AG. Isso se aplica especialmente à reprodução,
distribuição, alteração, tradução, microfilmagem, e/ou processamento em sistemas eletrônicos incluindo bancos de dados e
serviços online.

Nota: O termo "funcionário" sempre se refere aos membros do quadro funcional dos sexos feminino e masculino.

1512 7460 - 1. Edição no Brasil - 03.03.2022 Versão C - 03.2022


Índice

Índice
1 Orientação ....................................................................................................................... 5
1.1 Boas-vindas ............................................................................................................................. 5
1.2 Objetivo do treinamento.......................................................................................................... 5
1.3 Conteúdo do treinamento ....................................................................................................... 5
1.4 Organização e regras gerais .................................................................................................... 5

2 Fundamentos da elétrica ................................................................................................ 6


2.1 Eletricidade .............................................................................................................................. 6
2.2 Princípio da atração e repulsão ............................................................................................... 6
2.3 Condutores e isolantes............................................................................................................ 6
2.4 Circuito elétrico ....................................................................................................................... 7
2.5 Simbologia de componentes elétricos automotivos ............................................................... 8
2.6 Grandezas elétricas ................................................................................................................. 9
2.7 Multímetro .............................................................................................................................14

3 Lei de Ohm ..................................................................................................................... 21


3.1 Lei de Ohm ............................................................................................................................21
3.2 Circuito em série ...................................................................................................................23
3.3 Circuito em paralelo ..............................................................................................................27
3.4 Circuito misto ........................................................................................................................31
3.5 Potência elétrica ....................................................................................................................35
3.6 Tabela de fórmulas ................................................................................................................37

4 Perigos da eletricidade ................................................................................................. 38


4.1 Efeitos do fluxo de corrente através do corpo humano ........................................................38
4.2 Trabalhando com faróis de xênon .........................................................................................39

5 Componentes elétricos ................................................................................................. 40


5.1 Interruptor .............................................................................................................................40
5.2 Lâmpada ................................................................................................................................43
5.3 Relé........................................................................................................................................47
5.4 Resistor .................................................................................................................................50
5.5 Potenciômetro .......................................................................................................................52
5.6 Termistores NTC e PTC .........................................................................................................54
5.7 Diodo .....................................................................................................................................57
5.8 Capacitor ...............................................................................................................................61
5.9 Transistor...............................................................................................................................63
5.10 Fusível....................................................................................................................................69
5.11 Condutor elétrico...................................................................................................................71
5.12 Conector elétrico ...................................................................................................................79

T1444F <> Documento do participante I


Índice

6 Reparo de chicotes elétricos ........................................................................................80


6.1 Descarga eletrostática (ESD) ................................................................................................ 80
6.2 Limites de reparo de chicotes elétricos ................................................................................ 83
6.3 Informações sobre reparo de chicotes elétricos .................................................................. 84
6.4 Métodos de reparo ................................................................................................................ 85
6.5 Tabelas de terminais de contato ........................................................................................... 93
6.6 Exercício prático.................................................................................................................... 99

7 Diagramas elétricos.................................................................................................... 100


7.1 Leitura e interpretação de diagramas elétricos .................................................................. 100
7.2 Designação dos terminais ................................................................................................... 103
7.3 Exercícios práticos .............................................................................................................. 104

8 Malha de controle....................................................................................................... 106


8.1 Controle e regulagem .......................................................................................................... 106
8.2 Malha de controle fechada (closed-loop) ............................................................................ 107

9 Sensores ..................................................................................................................... 109


9.1 Tipos de sensores ............................................................................................................... 109
9.2 Potenciômetro..................................................................................................................... 110
9.3 Sensor indutivo ................................................................................................................... 110
9.4 Sensor de pressão .............................................................................................................. 111
9.5 Sensor Hall .......................................................................................................................... 113
9.6 Sensor de temperatura NTC ............................................................................................... 115
9.7 Sensor de temperatura PTC ................................................................................................ 117
9.8 Medição de sensores .......................................................................................................... 119

10 Sinais elétricos ........................................................................................................... 120


10.1 Sinal on/off ......................................................................................................................... 120
10.2 Sinal analógico .................................................................................................................... 121
10.3 Sinal senoidal ...................................................................................................................... 121
10.4 Sinal quadrado .................................................................................................................... 122
10.5 Sinal dente de serra ............................................................................................................ 122
10.6 Sinal digital ou binário ......................................................................................................... 122
10.7 Sinal PWM ........................................................................................................................... 123
10.8 Sinal PPM ............................................................................................................................ 125
10.9 Outros sinais de modulação por pulso................................................................................ 125
10.10 Exercícios ............................................................................................................................ 126

11 Osciloscópio HMS 990 (XENTRY Kit MT) .................................................................. 129


11.1 Osciloscópio universal ........................................................................................................ 129
11.2 Conjunto de informações do osciloscópio .......................................................................... 132

II T1444F <> Documento do participante


Índice

12 Trabalho prático 1 .......................................................................................................133

13 Sistemas de barramento de dados (data bus) ..........................................................135


13.1 Fundamentos dos sistemas de barramento de dados ....................................................... 135
13.2 CAN bus (Controller Area Network) ................................................................................... 136
13.3 Sub-bus LIN (Local Interconnect Network) ........................................................................ 146
13.4 Sub-bus ASIC (Application System Integrated Circuit) ...................................................... 148

14 Redes de comunicação ...............................................................................................149


14.1 Fundamentos de redes ....................................................................................................... 149
14.2 Arquitetura FR/MR ............................................................................................................. 149
14.3 Rede KontAct...................................................................................................................... 151
14.4 Tomada de diagnóstico X13 ............................................................................................... 153

15 Trabalho prático 2 .......................................................................................................154

16 Tipos de falhas.............................................................................................................156
16.1 Fundamentos de falhas elétricas ....................................................................................... 156
16.2 Tipos de falhas.................................................................................................................... 157

17 Trabalho prático 3 .......................................................................................................161


17.1 Sistema de níveis de diagnóstico ....................................................................................... 161
17.2 Trabalho prático de diagnóstico 1 ...................................................................................... 162
17.3 Trabalho prático de diagnóstico 2 ...................................................................................... 163
17.4 Trabalho prático de diagnóstico 3 ...................................................................................... 164

18 Componentes elétricos (outros tipos) .......................................................................166


18.1 Diodo retificador ................................................................................................................. 166
18.2 Diodo Zener ........................................................................................................................ 167
18.3 Diodo emissor de luz (LED) ................................................................................................ 168
18.4 Motor elétrico ..................................................................................................................... 169
18.5 Motor de passo................................................................................................................... 171
18.6 Solenoide ............................................................................................................................ 172
18.7 Motor de partida ................................................................................................................. 173
18.8 Alternador ........................................................................................................................... 177
18.9 Bateria ................................................................................................................................ 181
18.10 Soldagem de componentes eletrônicos ............................................................................. 186

19 Sensores (outros tipos) ...............................................................................................188


19.1 Sensor capacitivo ............................................................................................................... 188
19.2 Sensor reed ........................................................................................................................ 189
19.3 Sensor de aceleração frontal ............................................................................................. 190
19.4 Sensor de aceleração transversal ...................................................................................... 190

T1444F <> Documento do participante III


Índice

19.5 Sensor de ângulo de giro .................................................................................................... 191


19.6 Sensor de luz....................................................................................................................... 191
19.7 Sensor de chuva.................................................................................................................. 192
19.8 Sensor de força (FSR) ......................................................................................................... 193
19.9 Sensor de detonação .......................................................................................................... 194
19.10 Sensor de ultrassom ........................................................................................................... 195
19.11 Sensor de óleo .................................................................................................................... 196
19.12 Sensor de filme quente ....................................................................................................... 197
19.13 Sensor de oxigênio .............................................................................................................. 198
19.14 Sensor de NOx .................................................................................................................... 199
19.15 Bobina de imersão .............................................................................................................. 200

20 Questionário................................................................................................................ 201
20.1 Questionário ........................................................................................................................ 201

21 Quiz.............................................................................................................................. 206
21.1 Quiz ..................................................................................................................................... 206

IV T1444F <> Documento do participante


1 Orientação
1.1 Boas-vindas

1 Orientação
1.1 Boas-vindas
Bem-vindo ao treinamento T1444F - Sistemas Elétricos!

Durante este treinamento, você terá uma visão geral de todos os tópicos básicos relacionados
aos sistemas elétricos. Você aprenderá sobre esses sistemas por meio dos exercícios de sua
apostila de treinamento e de exercícios práticos no veículo.
Desejamos a você sucesso no curso e esperamos que esses dias sejam bastante informativos!

1.2 Objetivo do treinamento


O participante estará apto a:
 Reconhecer o funcionamento e a aplicação de componentes elétricos e eletrônicos em
veículos comerciais.
 Realizar testes e medições utilizando multímetro, osciloscópio HMS990 e a literatura do
Sistema de Informação de Oficina (WIS), visando a correta manutenção, diagnóstico e
reparação de sistemas elétricos em veículos comerciais.

1.3 Conteúdo do treinamento


 Fundamentos da elétrica  Sensores
 Lei de Ohm  Sinais elétricos
 Perigos da eletricidade  Osciloscópio HMS 990
 Componentes elétricos  Sistemas de barramentos de dados
 Reparo de chicotes elétricos  Redes de comunicação
 Diagramas elétricos  Tipos de falhas
 Malha de controle  Exercícios práticos

1.4 Organização e regras gerais


Para garantir que o treinamento se desenvolva sem problemas, devemos seguir algumas
regras:
 Cumprir os horários acordados
 Na dúvida pergunte
 Participe ativamente
 Deixar o outro terminar de falar
 Apresentar suas experiências sobre o tópico
 Evite conversar paralelas
 Todos ajudam a deixar tudo em ordem
 Manejar os veículos e ferramentas com cuidado
 Telefones celulares deverão ser desligados ou colocados no modo "vibracall"
 Críticas construtivas sempre devem ser expostas

T1444F <> Documento do participante 5


2 Fundamentos da elétrica
2.1 Eletricidade

2 Fundamentos da elétrica
2.1 Eletricidade
Tudo em nosso mundo é composto por átomos. O átomo é a menor partícula em que um
elemento pode ser dividido e ainda manter suas propriedades físicas e químicas.
O átomo é composto por um núcleo rodeado pela eletrosfera. O núcleo é constituído de dois
tipos de partículas: os prótons, com cargas positivas, e os nêutrons, que são eletricamente
neutros. A eletrosfera é constituída de partículas com cargas negativas denominadas elétrons.
A eletricidade é uma forma de energia causada pelo fluxo de elétrons em um condutor.

A energia elétrica é facilmente convertida em outras formas de energia como a luz, o calor, o
som e o movimento.

2.2 Princípio da atração e repulsão


A eletricidade se baseia no princípio de atração e repulsão.
As cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e as de sinais opostos se atraem.

Na estrutura atômica, por exemplo, de um condutor elétrico, isso significa que os prótons e
elétrons possuem forças de ligação variáveis.

2.3 Condutores e isolantes


Condutores são materiais que permitem a passagem da corrente elétrica devido a grande
quantidade de elétrons livres em sua estrutura.
Exemplos: Ouro, prata, alumínio, cobre, etc.
Isolantes são os materiais que oferecem grande resistência a passagem de corrente elétrica
por ter poucos elétrons livres em sua estrutura molecular.
Exemplos: Vidro, borracha, plástico, porcelana, fibra, etc.
Semicondutores são materiais que com movimento limitado de elétrons, ou seja, permitem a
passagem da corrente elétrica somente a partir de um determinado valor de tensão.
Empregados na fabricação de componentes eletrônicos, como diodos e transistores.

Exemplos: silício (tensão de condução = 0,3 V), germânio (0,7 V), arsenieto de gálio (1,8 V),
fosfeto de gálio (2,3 V), etc.

6 T1444F <> Documento do participante


2 Fundamentos da elétrica
2.4 Circuito elétrico

2.4 Circuito elétrico


O circuito elétrico é o caminho fechado por onde circula o fluxo de elétrons.
Para funcionar, um circuito elétrico básico necessita de 3 componentes, sendo o gerador, o
condutor e o consumidor.
Geradores são elementos que geram eletricidade, como por exemplo: pilhas, baterias,
alternadores e dínamos. Cada um deles tem a função de transformar um determinado tipo de
energia em energia elétrica.
 Pilhas e baterias: energia química  energia elétrica
 Alternadores e dínamos: energia mecânica  energia elétrica
Condutores são componentes do circuito responsáveis pelo transporte da carga elétrica.
Normalmente os condutores são fios de metal (cobre, alumínio, etc) por permitirem a
passagem da corrente elétrica com facilidade.
Consumidores são aparelhos e componentes que consomem a energia elétrica fornecida
pelos geradores para realizar um determinado trabalho.
Dentre os consumidores estão o rádio, o farol, a buzina, o motor do limpador de parabrisa, o
motor de partida, os módulos eletrônicos, etc.
Se eliminarmos todos os consumidores do circuito elétrico, “encurta-se” o caminho para a
eletricidade, gerando um “curto-circuito”.

T1444F <> Documento do participante 7


2 Fundamentos da elétrica
2.5 Simbologia de componentes elétricos automotivos

2.5 Simbologia de componentes elétricos automotivos

Símbolo Designação Símbolo Designação


Interruptor NA
Condutor elétrico
(Normalmente Aberto)
Interruptor NF
Lâmpada
(Normalmente Fechado)

Resistor Interruptor Comutador

Potenciômetro Conector elétrico

Fusível Buzina ou Alto Falante

Bobina Bateria

Indutor Alternador

Motor elétrico ou
Capacitor
Motor de partida

Diodo Amperímetro

LED Voltímetro

Transistor NPN Ohmímetro

Transistor PNP Resistência PTC

Relé Resistência NTC

Solenoide

8 T1444F <> Documento do participante


2 Fundamentos da elétrica
2.6 Grandezas elétricas

2.6 Grandezas elétricas


Tensão elétrica

Tensão elétrica é a diferença de potencial elétrico entre dois pontos de um condutor.


É simbolizada pelas letras U ou E e sua unidade de medida é o Volt (V).

Para facilitar o entendimento do que é tensão elétrica, pode-se fazer uma analogia com a
pressão hidráulica. Quanto maior a diferença de pressão hidráulica entre dois pontos, maior
será o fluxo do líquido.

Considerando uma caixa d’água e uma torneira, quanto mais alta estiver a caixa d’água, maior
será a pressão e a velocidade com que a água sairá na torneira. O fluxo de água corresponde à
corrente elétrica e a pressão hidráulica corresponde à tensão elétrica em um circuito elétrico.
Assim, pode-se dizer que quanto maior a tensão elétrica em um circuito, maior será a corrente
elétrica.

T1444F <> Documento do participante 9


2 Fundamentos da elétrica
2.6 Grandezas elétricas

Corrente elétrica
Dessa forma, podemos definir a corrente elétrica como o fluxo ordenado de elétrons que
circula por um condutor quando houver uma diferença de potencial elétrico entre suas
extremidades. A corrente elétrica é simbolizada pela letra I e sua unidade de medida é o
Ampere (A).
Corrente alternada (AC) é aquela que varia com o tempo. Conforme seu comportamento,
temos vários tipos de tensão: senoidal, serra, quadrada, triangular, etc.
Na corrente alternada, o fluxo de elétrons não segue um único sentido, ora os elétrons vão para
a frente, ora para trás. Essa variação é fundamental, pois os transformadores numa linha de
transmissão funcionam recebendo esse fluxo de elétrons alternado. Dentro do transformador a
tensão da energia transmitida é aumentada, permitindo que ela viaje longe, desde a usina
hidroelétrica até as residências, comércios e indústrias.

Na corrente contínua (DC), o fluxo de elétrons segue sempre o mesmo sentido. Como não há
alternância, essa corrente não é aceita pelos transformadores e não ganha aumento de tensão.
A energia elétrica não pode ir muito longe, por isso não pode ser transportada entre uma usina
hidroelétrica e uma cidade.
A corrente contínua gerada por pilhas ou baterias é usada nos próprios aparelhos que as
comportam

10 T1444F <> Documento do participante


2 Fundamentos da elétrica
2.6 Grandezas elétricas

Sentido da corrente elétrica

O sentido da corrente elétrica é dado por uma convenção. Essa convenção diz que o sentido da
corrente elétrica é o mesmo que o sentido de movimento das cargas positivas, ou seja, do
positivo para o polo negativo.
Esta convenção causa estranheza, pois sabe-se que a corrente elétrica é gerada pelos elétrons
em movimento, e esses elétrons são de carga negativa. Por isso, o sentido convencional da
corrente é oposto ao movimento real dos elétrons.

Resistência elétrica

Resistência elétrica é a oposição que um consumidor oferece à passagem de corrente


elétrica em um condutor, quando existe uma diferença de potencial aplicada. De maneira
análoga ao circuito hidráulico, o condutor elétrico corresponde à tubulação hidráulica e a
resistência elétrica corresponde a um estrangulamento na tubulação, um registro hidráulico ou
uma torneira.
Quando uma corrente elétrica é estabelecida em um condutor metálico, um número muito
elevado de elétrons livres passa a se deslocar nesse condutor. Nesse movimento, os elétrons
colidem entre si e também contra os átomos que constituem o metal. Os elétrons encontram
uma certa dificuldade para se deslocar, isto é, existe uma resistência à passagem da corrente
no condutor. Para medir essa resistência, os cientistas definiram uma grandeza que
denominaram resistência elétrica.
A resistência elétrica é simbolizada pela letra R e sua unidade de medida é o Ohm ().

Fatores que influenciam no valor de uma resistência:


 A resistência de um condutor é tanto maior quanto maior for seu comprimento.
 A resistência de um condutor é tanto maior quanto menor for a área de sua seção
transversal, isto é, quanto mais fino for o condutor.
 A resistência de um condutor depende do material de que ele é feito.
 A resistência de um condutor depende da temperatura a que ele está submetido.

T1444F <> Documento do participante 11


2 Fundamentos da elétrica
2.6 Grandezas elétricas

Potência elétrica
Potência elétrica é a capacidade de um componente elétrico transformar energia elétrica em
outra forma de energia (térmica, luminosa, mecânica, etc.) em um intervalo de tempo.
A potência elétrica é simbolizada pela letra P e sua unidade de medida é o Watt (W).

Frequência elétrica
Frequência é o número de oscilações (ciclos) que acontecem igualmente em um determinado
intervalo de tempo. A frequência é simbolizada pela letra F e sua unidade de medida é o Hertz
(Hz). O tempo gasto para ocorrer uma onda completa é denominado período (T). Portanto, a
frequência é o inverso do período: f = 1 / T
Frequência elétrica é a quantidade de vezes que a tensão elétrica varia por segundo.

Como exemplo, podemos citar a rede elétrica brasileira, que tem uma frequência de 60 Hz, ou
seja, 60 ondas senoidais em um segundo.
O período de uma onda completa é, portanto: T = 1 / f = 1 / 60 Hz = 0,0167 s = 16,7 ms

Tabela de grandezas elétricas


Grandeza Símbolo da Unidade de Símbolo da Instrumento de
elétrica grandeza medida unidade medição
Tensão U ou E Volt V Voltímetro
Corrente I Ampere A Amperímetro
Resistência R Ohm  Ohmímetro
Potência P Watt W Wattímetro
Frequência f Hertz Hz Frequencímetro

12 T1444F <> Documento do participante


2 Fundamentos da elétrica
2.6 Grandezas elétricas

Múltiplos e submúltiplos
Os múltiplos de unidade de medida são designações associadas às unidades, que visam
representar valores acima de 1000.
Múltiplo Símbolo Valor Exemplo
Kilo K 1 000 1kV = 1 000 V
Mega M 1 000 000 1M = 1 000 000 
Giga G 1 000 000 000 1GW = 1 000 000 000 W
Tera T 1 000 000 000 000 1TV = 1 000 000 000 000 V

Os submúltiplos de unidade de medida são designações associadas às unidades, que visam


representar valores menores que 1.
Submúltiplo Símbolo Valor Exemplo
Mili m 0,001 1mA = 0,001 A
Micro  0,000 001 1W = 0,000 001 W
Nano n 0,000 000 001 1nV = 0,000 000 001 V
Pico p 0,000 000 000 001 1pA = 0,000 000 000 001 A

Exemplos de leitura:
 1kV lê-se “um quilovolt”
 15mA lê-se “quinze miliamperes”
 32k lê-se “trinta e dois quiloohms”
 40MW lê-se “quarenta megawatts”

Exercício 1 Complete a tabela das grandezas elétricas e faça as conversões das unidades de medida.
Corrente Tensão Resistência Potência
Unidade de medida

Símbolo da unidade

Símbolo da grandeza

Conversão
1A= mA 1V= mV 1Ω= kΩ 1W= kW

1 mA = A 1 mV = V 1 MΩ = kΩ 1 kW = W

2,5 A = mA 24 V = mV 20 KΩ = MΩ 12 W = mW

50 mA = A 5,2 kV = V 470 Ω = kΩ 24 mW = W

T1444F <> Documento do participante 13


2 Fundamentos da elétrica
2.7 Multímetro

2.7 Multímetro
Instrumento utilizado para medir as grandezas elétricas: tensão, corrente e resistência.
Alguns modelos também podem medir frequência, capacitância, temperatura, etc.
Medição de tensão elétrica
Para medir a tensão elétrica, o multímetro faz a função de voltímetro (V).
 Na chave seletora, selecionar a função voltímetro (V), na escala e tipo de tensão (AC ou
DC) apropriados.
 Encaixar a ponta de prova vermelha no terminal de entrada (V) e a ponta de prova preta
no terminal de entrada comum (COM) do multímetro.
 Posicionar as pontas de prova em paralelo com o componente elétrico a ser medido.
 O circuito elétrico deve estar energizado.
 Com o multímetro digital, pode-se inverter a posição das pontas de prova na medição,
pois somente aparecerá o sinal negativo antes do valor medido no display. Isto não é
aconselhável para multímetros analógicos, pois a inversão poderá danifica-lo.

Exemplos de medição de tensão:

Se comparado a um circuito hidráulico, o voltímetro equivale a um manômetro, que tem a


função de medir a pressão da água.

14 T1444F <> Documento do participante


2 Fundamentos da elétrica
2.7 Multímetro

Medição de resistência elétrica


Para medir a resistência elétrica, o multímetro faz a função de ohmímetro ().
 Na chave seletora, selecionar a função ohmímetro (), na escala apropriada.
 Encaixar a ponta de prova vermelha no terminal de entrada () e a ponta de prova preta
no terminal de entrada comum (COM) do multímetro.
 Posicionar as pontas de prova em paralelo com o componente elétrico a ser medido.
 O circuito deve estar desenergizado ou o componente deve estar fora do circuito.
 Não existe polaridade para se medir resistência elétrica.

Exemplos de medição de resistência:

T1444F <> Documento do participante 15


2 Fundamentos da elétrica
2.7 Multímetro

Medição de corrente elétrica


Para medir a corrente elétrica, o multímetro faz a função de amperímetro (A).
 Na chave seletora, selecione a função amperímetro (A), na escala e tipo de corrente (AC
ou DC) apropriados.
 Encaixar a ponta de prova vermelha no terminal de entrada (A) e a ponta de prova preta
no terminal de entrada comum (COM) do multímetro.
 Desligar o circuito elétrico antes de interrompê-lo.
 Posicionar as pontas de prova em série com o circuito elétrico a ser medido.
 O circuito elétrico deve estar energizado.

Exemplos de medição de corrente:

Cuidados para a medição de corrente:


 Verificar as especificações do multímetro.
 Alguns multímetros possuem fusível interno de 10 A para medir corrente.
 Calcular a corrente antes de realizar a medição, para evitar queima do fusível.
 Efetuar a leitura não excedendo 30s com o circuito conectado.
 Após cada medição, aguardar 1 minuto para resfriamento do multímetro.

16 T1444F <> Documento do participante


2 Fundamentos da elétrica
2.7 Multímetro

Se comparado a um circuito hidráulico, o amperímetro equivale a um medidor de vazão


(rotâmetro), que tem a função de medir o fluxo da água.
A corrente elétrica também pode ser medida por um alicate amperímetro. Ele permite medir a
corrente elétrica por meio de garras “tipo alicate” que envolvem o condutor elétrico a ser
medido, sem necessidade de desligar e interromper o circuito elétrico.
Como funciona um alicate amperímetro?

TT_00_00_018207_FA

Um campo magnético se forma ao redor de cada condutor elétrico através do qual passa a
corrente. A força do campo magnético é diretamente proporcional à intensidade da corrente.
Devido ao campo magnético, uma tensão elétrica, que pode ser medida, é gerada no alicate de
corrente. Conclusão: A tensão medida é diretamente proporcional à intensidade da corrente.

T1444F <> Documento do participante 17


2 Fundamentos da elétrica
2.7 Multímetro

Medição de frequência

Para medir a frequência de um sinal de tensão (V), o multímetro faz a função de frequencímetro
(Hz).
 Na chave seletora, selecionar a função frequencímetro (Hz). Em alguns multímetros, para
selecionar esta função, deve-se apertar o botão “Hz” (botão amarelo, na figura abaixo).
 Encaixar a ponta de prova vermelha no terminal de entrada (V) e a ponta de prova preta
no terminal de entrada comum (COM) do multímetro.
 Posicionar as pontas de prova em paralelo com o componente elétrico a ser medido.
 O circuito elétrico deve estar energizado.

18 T1444F <> Documento do participante


2 Fundamentos da elétrica
2.7 Multímetro

Kit de conexões elétricas e década ôhmica

Para auxiliar nas medições elétricas, executar um diagnóstico de falhas com qualidade e evitar
danos nos componentes elétricos durante as medições, a Mercedes-Benz dispõe do kit de
conexões elétricas e da década ôhmica como ferramentas especiais.
Números de reposição:
 W..22058905990000 Kit de conexões elétricas
 W..12458909630000 Década ôhmica

Kit de conexões elétricas Década Ôhmica


Documento WIS: WS54.00-P-0050B

Exercício 2 Assinale com um X a alternativa correta.

Ao medir a resistência do resistor abaixo, o técnico conclui que:


 A resistência está em bom estado.

 A resistência está com o valor alterado.

T1444F <> Documento do participante 19


2 Fundamentos da elétrica
2.7 Multímetro

20 T1444F <> Documento do participante


3 Lei de Ohm
3.1 Lei de Ohm

3 Lei de Ohm
3.1 Lei de Ohm
Em 1826, o físico alemão Georg Simon Ohm descobriu a relação entre as grandezas elétricas
básicas de tensão U, resistência R e corrente I. O fluxo da corrente em um circuito elétrico
fechado depende da tensão aplicada e o efeito limitador da resistência do consumidor.
A fórmula da Lei de Ohm é a seguinte: U = R x I

O triângulo a seguir pode ser utilizado para as deduções da fórmula da Lei de Ohm.

Uma variável faltante pode ser calculada usando a fórmula acima se as duas outras variáveis
forem conhecidas. A fórmula pode ser deduzida conforme a seguir:
U=RxI
R=U/I
I=U/R

Exemplo: A tensão de uma bateria é de 12 V e a resistência de uma lâmpada é de 10 . Qual é


a corrente elétrica que passa por este circuito?
I = U / R = 12 V / 10  = 1,2 A

Exercício 3 Calcular a corrente em um circuito com tensão de 100 V e uma resistência de10 .

Calcular a corrente em um circuito com tensão de 10 V e uma resistência de 100 .

T1444F <> Documento do participante 21


3 Lei de Ohm
3.1 Lei de Ohm

Exercício 4 Utilizando o triângulo da Lei de Ohm, assinale a fórmula ideal para calcular a tensão elétrica
sobre o resistor do circuito abaixo.

Exercício 5 Calcule e assinale com um X o valor da tensão elétrica sobre o resistor do circuito abaixo.

22 T1444F <> Documento do participante


3 Lei de Ohm
3.2 Circuito em série

3.2 Circuito em série

Em um circuito elétrico, os consumidores podem estar ligados em série e/ou paralelo.


Em um circuito em série, todos os consumidores estão conectados sequencialmente, ou seja,
instalados um após o outro numa única malha, de forma que a corrente elétrica que flui através
deles é a mesma e a tensão total da fonte geradora de tensão elétrica é subdividida entre eles
proporcionalmente aos seus valores de resistência.

A resistência total de um circuito em série é a soma de todas as resistências do circuito.


Rtotal = R1 + R2 + R3 + ... + Rn

Em um circuito elétrico, não é somente a carga que possui resistência elétrica, todos os outros
componentes como conectores, interruptores, fusíveis e cabos também exercem resistência à
passagem da corrente elétrica.

T1444F <> Documento do participante 23


3 Lei de Ohm
3.2 Circuito em série

Exercício 6 Calcule e assinale com um X a resistência total do circuito.

Segunda Lei de Kirchoff

A soma das tensões nos componentes de um circuito em série é igual a tensão aplicada nos
seus terminais externos.
UTotal = U1 + U2 + U3 + ... + Un

24 T1444F <> Documento do participante


3 Lei de Ohm
3.2 Circuito em série

Kit de experimentos elétricos


 Sempre construa os circuitos com o interruptor principal do kit de experimentos
elétricos desligado.
 Só use os componentes especificados.
 Não construa quaisquer circuitos inventados por você mesmo, pois alguns
componentes e o kit de experimentos elétricos podem ficar danificados.

Exercício 7 Construa o circuito abaixo utilizando o kit de experimentos elétricos.


Lista de componentes
U R1 R2 R3 R4
12 V 22  100  100  47 

Exercício 8 Usando o multímetro, meça a corrente, a tensão e a resistência e complete a tabela a seguir.

Corrente (A)
Itotal I1 I2 I3 I4

Tensão (V)
Utotal U1 U2 U3 U4

Resistência ()
Rtotal R1 R2 R3 R4

T1444F <> Documento do participante 25


3 Lei de Ohm
3.2 Circuito em série

Exercício 9 Que afirmações sobre circuitos em série você pode deduzir a partir dos resultados de suas
medições?

a) Corrente:

b) Tensão:

c) Resistência:

26 T1444F <> Documento do participante


3 Lei de Ohm
3.3 Circuito em paralelo

3.3 Circuito em paralelo

Em um circuito em paralelo, tanto os terminais de entrada quanto os terminais de saída de


todos os consumidores estão conectados entre si, de forma que a tensão de cada consumidor
é a mesma que a tensão total da fonte geradora de tensão elétrica e a corrente elétrica que flui
através deles é subdividida entre eles de forma inversamente proporcional aos seus valores de
resistência.

A resistência total de um circuito em paralelo é a soma do inverso de todas as resistências do


circuito:
1/Rtotal = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3 + ... + 1/Rn

T1444F <> Documento do participante 27


3 Lei de Ohm
3.3 Circuito em paralelo

Vamos tomar como exemplo o circuito de iluminação da placa de um veículo, onde podemos
encontrar de duas a três lâmpadas associadas em paralelo.

1/Rtotal = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3


1/Rtotal = 1/15 + 1/15 + 1/15
1/Rtotal = 3/15

1/Rtotal = 1/5
Rtotal = 5

Pode-se concluir que a resistência total de um circuito em paralelo será sempre menor que a
menor resistência do circuito.

Quando o circuito em paralelo possui apenas duas resistências, a resistência total pode
ser calculada utilizando a seguinte fórmula:
Rtotal = ( R1 x R2 ) / ( R1 + R2 )

28 T1444F <> Documento do participante


3 Lei de Ohm
3.3 Circuito em paralelo

Primeira Lei de Kirchoff

A soma das correntes que chega em um nó é igual a soma das correntes que saem deste
mesmo nó.

ITotal = I1 + I2 + I3 + ... + In

Exercício 10 Construa o circuito abaixo utilizando o kit de experimentos elétricos.


Lista de componentes
U R1 R2 R3 R4
12 V 1 k 10 k 1 k 4,7 k

T1444F <> Documento do participante 29


3 Lei de Ohm
3.3 Circuito em paralelo

Exercício 11 Usando o multímetro, meça a corrente, a tensão e a resistência e complete a tabela a seguir.

Corrente (A)
Itotal I1 I2 I3 I4

Tensão (V)
Utotal U1 U2 U3 U4

Resistência ()
Rtotal R1 R2 R3 R4

Exercício 12 Que afirmações sobre circuitos em paralelo você pode deduzir a partir dos resultados de suas
medições?

a) Corrente:

b) Tensão:

c) Resistência:

30 T1444F <> Documento do participante


3 Lei de Ohm
3.4 Circuito misto

3.4 Circuito misto

Em um circuito misto, os consumidores estão conectados em série e em paralelo. Como


existem diversas configurações de circuitos mistos, não há uma fórmula geral para o cálculo da
resistência total.
O cálculo da resistência total deve ser feito por etapas, unindo sempre duas resistências
respectivamente vizinhas. Primeiro, deve-se calcular as resistências equivalentes dos circuitos
em série e, em seguida, as resistências equivalentes dos circuitos em paralelo.
Veja o exemplo abaixo:

→ →

→ →
A resistência total do circuito é de 10 .

T1444F <> Documento do participante 31


3 Lei de Ohm
3.4 Circuito misto

Exercício 13 Calcule a resistência total do circuito.

32 T1444F <> Documento do participante


3 Lei de Ohm
3.4 Circuito misto

Exercício 14 Construa o circuito abaixo utilizando o kit de experimentos elétricos.


Lista de componentes
U R1 R2 R3
12 V 47  2,2 k 5
Lâmpada de teste (5W)

Este circuito tem o objetivo de simular os seguintes componentes em um veículo:


U = Bateria do veículo
R1 = Unidade de controle
R2 = Sensor de temperatura
R3 = Lâmpada de teste

TT_00_00_045490_SW

T1444F <> Documento do participante 33


3 Lei de Ohm
3.4 Circuito misto

Exercício 15 Usando o multímetro, meça os valores de corrente para as situações descritas abaixo:

a) Montar no circuito somente as resistências R1 e R2.


Consumo de corrente sem lâmpada de teste: ________mA

b) Montar no circuito todas as resistências.

A resistência R3 simula a utilização de uma lâmpada de teste.


Consumo de corrente com lâmpada de teste: ________mA

c) Montar no circuito somente as resistências R1 e R2. Retire a resistência R3.


Utilizar outro multímetro para medir a tensão elétrica sobre a resistência R2. A lâmpada de
teste (resistência R3) foi substituída por este multímetro.
Consumo de corrente com multímetro: ________mA

Exercício 16 Que afirmações sobre utilização de lâmpada de teste para medição de um circuito eletrônico
você pode deduzir a partir dos resultados de suas medições?

O uso de lâmpada de teste para medição de um circuito eletrônico altera seu


correto funcionamento, podendo causar sérios danos no componente e na
instalação elétrica do veículo.

34 T1444F <> Documento do participante


3 Lei de Ohm
3.5 Potência elétrica

3.5 Potência elétrica


A resistência em um circuito remove energia elétrica e a converte em potência elétrica P.
Dependendo do tipo de consumidor, isso pode tomar a forma de calor, luz ou trabalho
mecânico. A unidade de medida é o Watt (W), em homenagem ao inventor escocês James Watt.
Um Watt (1 W) equivale à potência gerada em um consumidor alimentado por uma tensão
elétrica de 1 V, no qual flui uma corrente elétrica de 1 A em um intervalo de tempo de 1
segundo.
A potência elétrica é calculada como sendo o produto da tensão elétrica entre os terminais do
consumidor e a corrente elétrica que flui através dele.
A fórmula da potência elétrica é a seguinte: P = U x I

O triângulo a seguir pode ser utilizado para as deduções da fórmula da potência elétrica.

Uma variável faltante pode ser calculada usando a fórmula acima se as duas outras variáveis
forem conhecidas. A fórmula pode ser deduzida conforme a seguir:
P=UxI
U=P/I
I=P/U

Exercício 17
Exercício 17 Calcule a potência elétrica da lâmpada do circuito abaixo.

T1444F <> Documento do participante 35


3 Lei de Ohm
3.5 Potência elétrica

Exercício 18 Desenhe um circuito com o qual um motor de ventilador possa ser operado em 3 estágios
diferentes de velocidade.
 Estágio 1 = 69 Ω
 Estágio 2 = 22 Ω
 Estágio 3 = 0 Ω
Somente os seguintes componentes podem ser usados:
 Fonte de alimentação 12 V
 Motor do ventilador
 Resistência 22 Ω
 Resistência 47 Ω

Exercício 19 Construa o circuito utilizando o kit de experimentos elétricos.


Observação: Substitua o motor do ventilador por uma lâmpada (5W).

Usando o multímetro, meça a corrente e a tensão e complete a tabela a seguir.


Calcule a potência elétrica nos 3 estágios.
Estágio Corrente Tensão Potência
no motor (A) no motor (V) do motor (W)
Estágio 1

Estágio 2

Estágio 3

36 T1444F <> Documento do participante


3 Lei de Ohm
3.6 Tabela de fórmulas

3.6 Tabela de fórmulas


Resumo das fórmulas básicas de elétrica
Lei de Ohm Circuito em série Circuito em paralelo Potência

U=RxI UT = U1 + U 2 + U3 UT = U1 = U2 = U3 P=UxI

R=U/I RT = R1 + R2 + R3 1/RT = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3 U=P/I

I=U/R IT = I1 = I2 = I3 IT = I1 + I2 + I3 I=P/U

T1444F <> Documento do participante 37


4 Perigos da eletricidade
4.1 Efeitos do fluxo de corrente através do corpo humano

4 Perigos da eletricidade
4.1 Efeitos do fluxo de corrente através do corpo humano

TT_00_00_018187_SW

O manuseio desatento da energia elétrica pode causar sérias lesões físicas e até a morte.
Isso é mostrado claramente no exemplo da ilustração acima, onde uma pessoa toca em uma
fonte de tensão AC de 220 V.
Na melhor das hipóteses (suor), o corpo forma uma resistência de aproximadamente 1 kΩ.
A resistência de transição à massa é de 50 Ω.

Qual será a corrente elétrica que passará por dentro do corpo da pessoa?
Essa corrente elétrica é suficiente para causar morte?
Vamos calcular sabendo que...
U = 220 V
Rtotal = 1 kΩ + 50 Ω = 1000 Ω + 50 Ω = 1050 Ω

Utilizando a Lei de Ohm, temos:


I = U / R = 200 V / 1050 Ω = 0,209 A = 209 mA

Que efeitos a corrente elétrica tem sobre uma pessoa?


Corrente elétrica (mA) Consequência para uma pessoa
1 Limite de percepção, contração muscular leve
10 Choque elétrico, contração muscular
20 Choque elétrico, contração muscular do tórax, asfixia respiratória
30 Choque elétrico, contração muscular do tórax, fibrilação do coração

Risco de morte à partir de 120V DC ou 50 V AC, dependendo da duração do contato.


AC = Corrente alternada / DC = Corrente contínua

38 T1444F <> Documento do participante


4 Perigos da eletricidade
4.2 Trabalhando com faróis de xênon

4.2 Trabalhando com faróis de xênon

Risco de morte

Os faróis de xênon operam em uma faixa de potência perigosa. Em decorrência da alta tensão,
o contato com peças eletricamente condutoras pode ser fatal!
Choques elétricos podem causar fibrilação do coração ou até mesmo parada cardíaca. Os
efeitos de um choque elétrico podem, aparecerem pela primeira vez depois de vários minutos.
Por esta razão, consulte sempre um médico.
Instruções/precauções de segurança
 Pessoas com implantes eletrônicos (ex.: marcapassos) nunca devem trabalhar com faróis
de xênon.
 Antes de trabalhar com faróis de xênon (ex.: ao substituir peças, testadores de conexão,
etc.) desligar as luzes.
 Nunca encoste em peças que conduzem alta tensão quando os faróis de xênon estiverem
ligados.
 Use calçados de segurança (com solas de borracha).

Normas de segurança para manusear os faróis de xênon:

As instruções de segurança para trabalhos com faróis de xênon podem ser encontradas
no Sistema de Informação de Oficina (WIS), sob o número de documento AS82.10-Z-
0001-01A.

T1444F <> Documento do participante 39


5 Componentes elétricos
5.1 Interruptor

5 Componentes elétricos
5.1 Interruptor
Interruptores são componentes que tem o objetivo de interromper a passagem de corrente
elétrica em um circuito, ou seja, sua função é ligar/desligar circuitos elétricos. Geralmente são
acionados manualmente, mas também existem outros tipos de acionamento: mecânico, por
pressão e por temperatura.
Nas figuras abaixo, podemos ver um circuito com 3 interruptores e 2 lâmpadas. Vamos
imaginar que todos os interruptores estão fechados e as lâmpadas acesas.
 Abrindo o interruptor S3 apagam-se todas as lâmpadas.
 Abrindo o interruptor S1 apaga-se a lâmpada E1.
 Abrindo o interruptor S2 apaga-se a lâmpada E2.

Se considerarmos os terminais de contatos, os interruptores são divididos em 3 tipos:


 Contato NA (normalmente aberto): em estado de repouso, o contato do interruptor
permanece ABERTO. O contato se fecha somente quando o interruptor é acionado.
 Contato NF (normalmente fechado): em estado de repouso, o contato do interruptor
permanece FECHADO. O contato se abre somente quando o interruptor é acionado.
 Comutador: possui 2 ou mais contatos e tem a função de modificar o caminho que deve
seguir a corrente elétrica, ligando um circuito e interrompendo outro(s).
Contatos NA e NF possuem 2 terminais e comutadores possuem 3 (ou mais) terminais.

40 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.1 Interruptor

Ao analisarmos seu funcionamento, os interruptores são divididos em 2 tipos:


 Interruptor muda seu estado de forma permanente, a cada vez que é acionado.
Permanece “travado” na última posição até que seja novamente acionado para ocorrer
uma nova mudança de estado.
 Pulsador muda seu estado somente enquanto está sendo acionado. Quando
desacionado, seu estado volta à condição inicial, normalmente por meio de uma mola.
Para entender melhor, vamos utilizar o exemplo de uma residência. Para acender a luz do teto
da sala utiliza-se um interruptor, pois quando acionado mantém a luz acesa até que seja
acionado novamente. Já para acionar a campainha da porta de entrada utiliza-se um pulsador,
pois ele manterá o sino da campainha tocando somente enquanto a tecla estiver sendo
pressionada.
Nos veículos automotores, os interruptores são amplamente utilizados. Exemplos: interruptor
giratório de luzes; contato da ignição; interruptores da buzina, do vidro elétrico e trava das
portas, do pisca-alerta, do controle da climatização, das luzes de teto, da luz de leitura, do
pedal de freio, do pedal de embreagem, do bloqueio do diferencial; alavancas da chave de seta,
do limpador e lavador do parabrisa, dos freios auxiliares, do piloto automático e do limitador de
velocidade; teclas do volante multifunções, etc.

T1444F <> Documento do participante 41


5 Componentes elétricos
5.1 Interruptor

Medição de continuidade de interruptores


Para verificar se um interruptor possui contato NA ou NF, por meio de uma rápida
comprovação com multímetro, pode-se efetuar uma medição de continuidade. Para isso, deve-
se:

 Na chave seletora, selecionar a função continuidade ( ).


 Encaixar a ponta de prova vermelha no terminal de entrada () e a ponta de prova preta
no terminal de entrada comum (COM) do multímetro.
 Posicionar as pontas de prova em paralelo com o componente elétrico a ser medido.
 O circuito deve estar desenergizado ou o componente deve estar fora do circuito.
O multímetro emitirá um sinal acústico (bip) todas as vezes que houver continuidade no
contato do interruptor, ou seja, quando um interruptor NA estiver acionado ou quando um
interruptor NF estiver desacionado.

Para um eficaz diagnóstico de falhas, recomenda-se NÃO utilizar a medição de


continuidade, mas sim a medição de resistência. Por meio dos valores de resistência, é
possível determinar se o componente está avariado ou em boas condições de funcionamento.
Veja a tabela a seguir:
Interruptor desacionado Interruptor acionado
Componente <1 >1  (OL) <1 >1  (OL)
Interruptor NA Curto- OK OK Oxidação/ Interrupção
circuito Solda ruim
Interruptor NF OK Oxidação/ Interrupção Curto- OK
Solda ruim circuito

42 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.2 Lâmpada

5.2 Lâmpada
Lâmpada é um componente que transformam energia elétrica em energia luminosa (luz).
Como resultado do seu funcionamento, uma parte da energia elétrica é transformada em
energia térmica (calor) e, por esta razão, esquentam.

Simbologia

Lâmpada halógena

As lâmpadas halógenas são lâmpadas incandescentes que possuem um filamento de


tungstênio que emite luz pela passagem da corrente elétrica. Partículas de tungstênio são
desprendidas do filamento durante este processo. Os gases inertes contidos no interior do
bulbo das lâmpadas halógenas, se combinam com as partículas de tungstênio. Esta
combinação, somada à corrente térmica dentro da lâmpada, faz com que as partículas se
depositem de volta no filamento, criando assim o ciclo regenerativo do halogênio. O resultado é
uma luz mais branca, brilhante e uniforme ao longo de sua vida útil.
Podemos realizar medições nas lâmpadas com o ohmímetro, porém não podemos aplicar a Lei
de Ohm, pelo fato do filamento aquecer até a 3000 °C. Quanto mais aquecida, menor será sua
resistência.
As lâmpadas são utilizadas nos veículos para duas funções principais.
 Iluminação externa: ilumina e sinaliza o movimento do veículo, com o objetivo de
promover uma condução segura nas vias, para o condutor do veículo, os demais
motoristas e pedestres. Exemplos: faróis baixo, alto, de neblina (milha), de serviço; luzes
diurnas (DRL), de posição (lanternas), indicadoras de direção (setas), de advertência
(pisca-alerta), de neblina, de freio, de freio elevadas (brake-light), de marcha-à-ré, da placa
de licença, delimitadora lateral (contorno), etc.
 Iluminação interna: responsável pela iluminação do habitáculo, para um melhor conforto
do motorista e dos passageiros, bem como indicar funções do painel de instrumentos e do
computador de bordo. Exemplos: luzes piloto e iluminação do painel de instrumentos,
luzes de teto, de leitura, do porta-objetos, do porta-malas, etc.

Nos veículos comerciais, as lâmpadas halógenas mais utilizadas são:


 H1 para farol alto e farol de neblina;
 H7 para farol baixo;
 P21 para luzes indicadoras de direção (setas), de freio, de marcha-à-ré e de neblina;
 W5 para luzes de posição (lanternas).

T1444F <> Documento do participante 43


5 Componentes elétricos
5.2 Lâmpada

Substituição de lâmpadas halógenas


 As lâmpadas podem aquecer muito durante o funcionamento. Deixe-a esfriar antes de
substitui-la. Existe risco de lesões!
 O bulbo da lâmpada nova não deverá ser tocado com as mãos. Manusear as lâmpadas
novas somente com o auxílio de um tecido limpo ou luva. A oleosidade da pele em
contato com o bulbo aquecido faz com que as partes tocadas fiquem escuras,
impedindo a dissipação de luz.
 Consulte sempre o manual de operação do veículo.

Lâmpada de xênon

A câmara de queima da lâmpada de xênon é preenchida com xênon e uma mistura de sais de
metal-halogêneo. Esta mistura é ativada por alta tensão. A cor da luz é semelhante à luz do dia.
Lâmpadas de xênon têm um aquecimento temporizado, que é tecnicamente determinado.
Depois de ter sido ligado, atinge-se brilho de 50% dentro de 1 a 2 segundos e o brilho total
após 30 segundos.

Lâmpada de descarga de xênon TT_82_10_005780_FA

Funcionamento dos faróis de xênon

Quando o farol baixo é ligado, a unidade de controle ativa o módulo de ignição dentro de
poucos milissegundos com a tensão de controle. Uma oscilação de alta tensão de aprox. 20 kV
a partir da unidade de ignição cria um arco de luz entre os eletrodos, acendendo a lâmpada de
xênon. Se um arco de luz com estabilidade suficiente é reconhecido, o sistema eletrônico de
controle alterna para modo de energia limitada. A potência elétrica é regulada a 35 W. Um
conversor de tensão gera a tensão de aprox. 85 V, necessária para a lâmpada de xênon
funcionar com segurança.

44 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.2 Lâmpada

Um farol bi-xênon completa duas funções com uma única lâmpada: Farol alto e baixo.
O uso de uma aleta móvel no farol permite a comutação eletromagnética entre as luzes baixa e
alta. Ao mudar para farol alto, a bobina é energizada e atrai um núcleo de ferro. O núcleo de
ferro é mecanicamente conectado com a aleta. A aleta é girada para cima e para baixo através
de um acoplamento.

Lente TT_82_10_005777_FA

5 Posição da aleta para farol alto

6 Posição da aleta para farol baixo

Sistema de limpeza dos faróis de xênon

Partículas de sujeira na superfície da placa de difusão do farol desviam os raios de luz e


ofuscam tráfego em sentido contrário. Com os faróis de xênon, este efeito de ofuscamento é
muito elevado, devido à elevada intensidade de luz. É por isso que os sistemas de limpeza dos
faróis são exigidos legalmente para os sistemas de faróis com lâmpadas de descarga de gás.

Substituição de lâmpadas xênon


 As lâmpadas de xênon encontram-se sob alta tensão. Se você remover a cobertura da
lâmpada de xênon e tocar em seus contatos elétricos, poderá sofrer um choque
elétrico. Existe risco de morte!
 Nunca toque em componentes ou contatos elétricos da lâmpada de xênon. Sempre
mande efetuar os trabalhos na lâmpada de xênon em uma oficina especializada e
qualificada.
 Consulte sempre o manual de operação do veículo.
 As instruções de segurança para trabalhos com faróis de xênon podem ser
encontradas no Sistema de Informação de Oficina (WIS), sob o número de documento
AS82.10-Z-0001-01A.

T1444F <> Documento do participante 45


5 Componentes elétricos
5.2 Lâmpada

Fonte: BOSCH. Manual de Tecnologia Automotiva. 25ª edição. Ed. Edgard Blucher. pág.940/941.

46 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.3 Relé

5.3 Relé
Um relé é uma espécie de interruptor que ao invés de ser acionado manualmente, é controlado
por um eletroímã (bobina). Os relés mais simples são constituídos de uma bobina conectada a
contatos elétricos NA (normalmente aberto) ou NF (normalmente fechado). Quando a bobina é
alimentada (do terminal 86 para o 85), os contatos são comutados, ou seja, o contato NA se
fecha (terminais 30 e 87) ou o contato NF se abre (terminais 30 e 87a), permitindo ligar ou
desligar dispositivos.
Um relé é um comutador eletromecânico que consiste de uma bobina, uma armadura, em
alguns casos uma ponte e um ou mais contatos. Ao aplicarmos uma tensão à bobina do relé, a
corrente flui através da bobina e a magnetiza. Isso desloca a armadura, que é feita de material
magnético. A armadura, por sua vez, opera um ou mais contatos. Caso o relé possua mais de
um contato, a chamada "ponte" é anexada à armadura e opera cada contato individualmente. O
benefício dos relés é que nos permitem utilizar uma corrente pequena (corrente de controle)
para controlar uma corrente maior (corrente de carga). A desvantagem é que os relés são
muito lentos para comutações eletrônicas e seu tamanho avantajado o torna cada vez menos
popular em muitas aplicações.
Utilizados, por exemplo, no acionamento das luzes de freio do veículo, no sistema de partida do
motor, etc.
Os relés mais comuns são de 4 ou 5 pinos. Os relés de 4 pinos são representados pelos
terminais 30, 85, 86 e 87 e nos relés de 5 pinos existem os terminais 30, 85, 86, 87 e 87a.
Há relés que possuem um diodo de bloqueio em paralelo com a bobina, denominado diodo de
roda livre, que tem a função de proteger o circuito contra a corrente reversa gerada no
momento de desligamento da bobina.

T1444F <> Documento do participante 47


5 Componentes elétricos
5.3 Relé

Exercício 20 O que pode-se concluir através da leitura da etiqueta do relé?


Podem ser comutados 40 ou 30 amperes.
Corrente de controle de 40 amperes, corrente de comutação 30 amperes.
Corrente de controle de 30 amperes, corrente de comutação 40 amperes.
Na posição de repouso (bobina não energizada) máx. fluxo de corrente de 30 amperes
através de um contato normalmente fechado.
Na posição de repouso (bobina não energizada) máx. fluxo de corrente de 40 amperes
através de um contato normalmente aberto.
Na posição de operação (bobina energizada) máx. fluxo de corrente de 30 amperes
através de um contato normalmente aberto.
Na posição de operação (bobina energizada) máx. fluxo de corrente de 40 amperes
através de um contato normalmente aberto.

Exercício 21 Execute em grupo os exercícios a seguir:

Exercício 51
a) Complete o circuito do relé abaixo e construa-o utilizando o kit de experimentos elétricos.

TT_00_00_018192_FA

48 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.3 Relé

b) Meça a corrente de controle e a corrente de carga do relé:

c) Por que realmente precisamos de relés?


Para comutar altas correntes

Para evitar descarga de faíscas no interruptor de operação

Para minimizar a potência de comutação do interruptor de operação

Para reduzir os comprimentos dos fios

d) Desenhe a simbologia e insira as designações dos terminais do relé.

T1444F <> Documento do participante 49


5 Componentes elétricos
5.4 Resistor

5.4 Resistor
Resistores são componentes eletrônicos cuja finalidade é oferecer oposição à passagem de
corrente elétrica nos circuitos elétricos e consequentemente reduzir ou dividir as tensões
elétricas. Existem vários tipos de resistores, o que difere entre eles é o material empregado na
sua fabricação.

Simbologia

Código de cores

Alguns tipos de resistores indicam seu valor de resistência elétrica através de um código de
cores. Existem resistores com 4, 5 ou até 6 faixas de cores. Resistores comuns possuem 4
faixas de cores e resistores de precisão tem 5 faixas. Os resistores com 6 faixas de cores
também são resistores de precisão e a última faixa representa seu coeficiente de temperatura.
Nos resistores comuns, a cor dourada ou prata da última faixa representam a tolerância do
valor lido, sendo 5 % e 10 % respectivamente.
Na tabela a seguir, temos dois exemplos de leitura do código de cores dos resistores. No
primeiro exemplo, o resistor possui 4 faixas de cores e apresenta a cor prata na última faixa,
logo o valor lido de 560 000  permite uma variação de até 10 %, ou seja, o valor pode ser
entre 504 000  e 616 000 .

50 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.4 Resistor

Exercício 22 Utilizando a tabela de código de cores, identifique o valor da resistência dos 3 resistores
fornecidos pelo instrutor do treinamento e anote na tabela abaixo.
Meça com um multímetro a resistência elétrica de cada resistor e compare com o valor lido.
Valor lido Valor medido
Resistor Resistência () Tolerância (%) Resistência ()

Resistor 1

Resistor 2

Resistor 3

T1444F <> Documento do participante 51


5 Componentes elétricos
5.5 Potenciômetro

5.5 Potenciômetro
O potenciômetro é um resistor variável. O nível de resistência pode ser alterado manualmente,
com a utilização de uma ferramenta como uma chave de fenda, ou por meio de dispositivos
automáticos.

TT_00_00_018319_FA

O valor de resistência total da película de carbono é geralmente impresso no potenciômetro. A


soma das resistências parciais gera a resistência total. Em nosso exemplo, a resistência total é
a soma das resistências parciais de 1-2 e 2-3.
Utilizado, por exemplo, para ajustar a intensidade luminosa do painel de instrumentos, no pedal
do acelerador do veículo, na boia do nível do tanque de combustível, etc.

Exercício 23 Use seu kit de experimentos elétricos para construir o circuito abaixo, meça a tensão elétrica e
complete a tabela.

TT_00_00_045496_SW

Ajuste do Tensão A-B (V) Tensão C-D (V) Tensão E-F (V)
potenciômetro
Posição final
totalmente à esquerda
Posição central

Posição final
totalmente à direita

52 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.5 Potenciômetro

Exercício 24 Desconecte a alimentação do circuito e meça a resistência com o potenciômetro. Complete a


tabela abaixo.
Ajuste do Resistência B-E () Resistência C-F () Resistência E-F ()
potenciômetro
Posição final
totalmente à esquerda
Posição central

Posição final
totalmente à direita

T1444F <> Documento do participante 53


5 Componentes elétricos
5.6 Termistores NTC e PTC

5.6 Termistores NTC e PTC


Termistores NTC e PTC são resistores regulados por temperatura. Isso significa que sua
característica de resistência modifica-se com alterações de temperatura.

Simbologia TT_00_00_018321_FA

O termistor NTC (Negative Temperature Coefficient) possui coeficiente negativo de


temperatura, ou seja, quanto maior a temperatura em que ele é exposto, menor será seu valor
de resistência. Em outras palavras, sua resistência é inversamente proporcional à temperatura.
Muito utilizados em sensores de temperatura nos veículos, por exemplo, para medir a
temperatura do líquido de arrefecimento, ar de sobrealimentação, óleo lubrificante do motor,
etc.
O termistor PTC (Positive Temperature Coefficient) possui coeficiente positivo de temperatura,
ou seja, quanto maior a temperatura em que ele é exposto, maior será seu valor de resistência.
Em outras palavras, sua resistência é diretamente proporcional à temperatura.
Também utilizados em sensores de temperatura nos veículos, como por exemplo, o sensor de
temperatura dos gases de escape, e outras funções como desembaçador do vidro traseiro,
aquecimento do assento, vela incandescente diesel, etc.

54 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.6 Termistores NTC e PTC

Exercício 25 Construa o circuito NTC abaixo, aqueça o sensor e avalie seu consumo de corrente elétrica.

TT_00_00_045497_SW

Exercício 26 Anote e explique seu resultado:

Exercício 27 Construa o circuito PTC abaixo, aqueça o sensor e avalie seu consumo de corrente elétrica.

TT_00_00_045498_SW

Exercício 28 Anote e explique seu resultado:

T1444F <> Documento do participante 55


5 Componentes elétricos
5.6 Termistores NTC e PTC

Exercício 29 Desenhe a curva teórica de uma resistência NTC e uma resistência PTC.

TT_00_00_018190_FA
TT_00_00_018191_FA

Exercício 30 Indique algumas áreas de aplicação das resistências NTC e PTC em um veículo.

56 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.7 Diodo

5.7 Diodo
O diodo é um componente semicondutor que serve como um retificador, como proteção ou
como fonte de luz. A função do diodo é simples de explicar. É uma válvula para corrente
elétrica. A maioria dos componentes semicondutores é composta de silício e germânio,
materiais que possuem valência química, composição química e propriedades de condutividade
diferentes. Existe uma ampla gama de formatos com diversas propriedades físicas.

Diodo de bloqueio:
Permite a passagem da corrente elétrica em um sentido e bloqueia no
sentido contrário. Torna-se condutor quando o ânodo é mais positivo que
TT_00_00_018324_FA o cátodo. Queda de tensão: 0,7 V com silício e 0,3 V com germânio
Diodo emissor de luz (LED):
Funciona como um diodo de bloqueio e ilumina se polarizado
corretamente. Vermelho 1,8 V, amarelo 2 V, verde 2,1 V (valores
aproximados)

TT_00_00_018325_FA

Diodo Zener:
Torna-se condutor na direção inversa a uma tensão definida.
TT_00_00_018326_FA

Fotodiodo:
Torna-se condutor na direção inversa ao ser exposto à luz.

TT_00_00_018327_FA

Diodo de bloqueio

T1444F <> Documento do participante 57


5 Componentes elétricos
5.7 Diodo

Exercício 31 O lado do bloqueio do diodo é chamado de catodo. Complete a identificação no componente.

TT_00_00_018198_FA

Exercício 32 Construa o circuito abaixo e marque com um X a afirmação correta. Explique sua resposta.

TT_00_00_018328_FA

Circuito Lâmpada Lâmpada Motivo


acesa apagada
1

58 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.7 Diodo

Exercício 33 Desenhe os diodos dentro dos circuitos de maneira que a função descrita seja obtida.

a) Diodo de roda livre/diodo supressor: Quando é aplicada uma tensão em uma bobina, é
criado um campo magnético. Se a tensão for desligada, o campo magnético desaparece. Como
resultado disso, uma tensão, que atua na direção oposta à da tensão aplicada anteriormente,
se forma na bobina. Através de um diodo que é ligado em paralelo, outro circuito elétrico é
disponibilizado para suprimir a tensão que é gerada ou para permitir seu movimento livre.

TT_00_00_018199_FA

b) Diodo de bloqueio: Se o interruptor 1 é acionado, ambas as lâmpadas se acendem. Se o


interruptor 2 é acionado, somente a lâmpada 2 se acende.

TT_00_00_045504_SW

T1444F <> Documento do participante 59


5 Componentes elétricos
5.7 Diodo

Exercício 34 Verifique o diodo com o multímetro. Selecione a escala específica para testes de diodo,
conforme demonstrado nas figuras abaixo.
Que tensões elétricas você pode medir? Insira os resultados no multímetro.

TT_00_00_018197_FA

Diodo de roda livre

Influência em circuito fechado:

 Sem influência.
Influência em circuito aberto:

 Corrente induzida flui pelo diodo.


 Nenhuma tensão induzida.
 Proteção.

Teste de diodos

Diodo em bom estado:

 Baixa resistência na direção de condução.


 Alta resistência na direção de bloqueio.
Diodo defeituoso:

 Alta resistência na direção de condução.


 Alta resistência na direção de bloqueio.

60 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.8 Capacitor

5.8 Capacitor
O capacitor (ou condensador) tem a função de armazenar cargas elétricas.

Simbologia

Em sua forma mais simples, um capacitor é constituído de duas placas condutoras opostas
uma a outra. As placas são separadas por uma camada de isolamento. Aplicar uma tensão
direta no capacitor causa inicialmente o fluxo intenso de uma corrente que quase alcança uma
corrente de curto circuito. O capacitor então é carregado, primeiramente de forma súbita, em
seguida gradualmente, até que esteja completamente carregado e não haja mais fluxo de
corrente. Neste ponto, o capacitor funciona como um isolante relativo à fonte de tensão. O
descarregamento do capacitor é semelhante: A conexão de um resistor a um capacitor
carregado gera um intenso fluxo de corrente que, em seguida, diminui gradualmente até que o
capacitor esteja completamente descarregado.
A capacidade de um capacitor refere-se a seu "volume de armazenamento", em outras
palavras, ao volume de elétrons que ele pode armazenar ou à quantidade de corrente que pode
receber até estar completamente carregado.
O isolamento é chamado de dielétrico, a característica do capacitor é definida pelo seu
dielétrico. O dielétrico pode ser de cerâmica, mica, poliéster, papel, ar, etc.
Os capacitores podem ser carregados e armazenar eletricidade tal qual as baterias, isto pode
ser perigoso quando se trabalha com alta tensão. A corrente contínua (cuja tensão não varia no
tempo) não flui através do capacitor, já que o dielétrico tem a característica de um circuito
aberto.

TT_00_00_018318_FA

T1444F <> Documento do participante 61


5 Componentes elétricos
5.8 Capacitor

Os valores de capacitância são medidos em Farad (F), porém é uma unidade de medida muito
grande e mais comumente os capacitores utilizam os submúltiplos microfarad (F), nanofarad
(nF) e picofarad (pF).

Existem capacitores em versões polarizadas e não-polarizadas. Os capacitores eletrolíticos são


um tipo de capacitor polarizado. Ao instalar estes capacitores, você deve certificar-se de que
os polos estão apontando para a direção correta, caso contrário, eles podem aquecer ou até
mesmo explodir. Nos capacitores eletrolíticos, uma placa consiste de uma pasta condutora, o
eletrólito. A camada isolante entre as "placas" é constituída de uma camada de óxido de metal
que pode se formar apenas quando a polarização está correta. Caso a polarização seja
invertida, ela irá romper-se e um curto circuito ocorrerá. Felizmente, a polaridade de um
terminal, geralmente negativa, é sempre indicada no invólucro do capacitor. A vantagem dos
capacitores eletrolíticos é que são pequenos, porém possuem capacidades muito altas.
Explicação simplificada

Um capacitor é um componente capaz de armazenar energia e liberá-la novamente. Em


princípio, ele consiste de 2 placas, que ficam em posições opostas entre si e são separadas por
um material isolante. Se a fonte de tensão for conectada às placas, ela atua como uma bomba.
Por exemplo: os elétrons são "sugados" de uma placa e "bombeados" para a outra. Se a fonte
de tensão for removida agora, as placas permanecem energizadas: uma negativamente, e a
outra positivamente. Elétrons fluem de volta para o consumidor (corrente), até que as placas
fiquem descarregadas.

Como isso pode ser usado?

Imagine que a bateria seja arrancada ou se quebre em um acidente. Como resultado, será
impossível deflagrar o airbag. Os capacitores na unidade de controle do airbag garantem que a
espoleta ainda assim seja deflagrada.

62 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.9 Transistor

5.9 Transistor
O transistor é um componente eletrônico que tem como principal função gerar, chavear ou
amplificar sinais elétricos.

Simbologia

Funcionamento do transistor

Ao explicar o funcionamento do transistor, podemos utilizar novamente o modelo da água,


utilizado na discussão sobre tensão, corrente e resistência. Um transistor consiste de três
conexões: o coletor, a base e o emissor. O exemplo da água é exibido na figura abaixo.
Observamos aqui, um transistor NPN. Conectamos o terminal positivo ao coletor e o negativo,
ao emissor. Isso é representado pelo funil na parte superior e a saída do dreno na parte
inferior.

TT_00_00_018329_FA

O transistor não está ativado, está "bloqueado". Você pode observar que a alavanca no canto
superior esquerdo da figura está na posição FECHADA e não há fluxo de água na base. Isso
significa que a válvula deslizante à direita também está fechada e que não há fluxo de água do
coletor para o emissor. A válvula é mantida fechada por uma mola.
O diagrama do circuito correspondente é exibido na figura ao lado. O comutador para a base
está aberto e a lâmpada não acende. O transistor está bloqueado, uma vez que não há corrente
do coletor para o emissor.
Se abrirmos a alavanca à esquerda, a água fluirá da alavanca para a base. A pressão da água
empurra a outra alavanca puxando, desta forma, a válvula deslizante no coletor para a
esquerda. A água do funil à direita (o coletor) pode agora fluir para o emissor. O transistor é
condutor. A alteração da posição da alavanca à esquerda (FECHADA/ABERTA) nos permite
regular a quantidade de água que fluirá do coletor para o emissor.

T1444F <> Documento do participante 63


5 Componentes elétricos
5.9 Transistor

TT_00_00_018330_FA

Novamente, o diagrama do circuito elétrico correspondente é exibido na figura ao lado. O


comutador é fechado e a corrente flui através do resistor até a base. Isso torna o transistor o
condutor entre o coletor e o emissor e a lâmpada se acende.

Transistores possuem diversos modelos diferentes. Por vezes, é difícil localizar precisamente
as conexões no transistor. Uma variedade de manuais de dados técnicos está disponível, que
descrevem as conexões e a corrente coletor-emissor máxima. Existem transistores NPN e PNP,
que possuem polaridades diferentes. O exemplo acima trata de um transistor NPN. Em um
transistor PNP, a conexão do emissor localiza-se na parte superior e a conexão do coletor, na
parte inferior. Este tipo de transistor se torna condutor quando um potencial negativo para o
emissor está disponível na base.
Explicação simplificada

O transistor funciona com uma torneira, onde o registro da torneira representa o terminal base
do transistor. Quanto mais aberto estiver o registro da torneira, maior será o fluxo de água que
passará da conexão de entrada para o bocal de saída da torneira. De forma análoga, no
transistor, quanto maior a corrente na base, maior será o fluxo de corrente elétrica do coletor
para o emissor.

64 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.9 Transistor

Transistor com um amplificador

Entende-se por "amplificar" o processo de tornar um sinal elétrico mais fraco, em mais forte.
Um sinal elétrico de baixa intensidade, como os sinais gerados por um microfone, é injetado
em um circuito eletrônico, cuja função principal é transformar este sinal fraco gerado pelo
microfone, em sinais elétricos com as mesmas características, mas com potência suficiente
para excitar os alto-falantes. A este processo todo se dá o nome de ganho de sinal.

Transistor com uma chave (interruptor eletrônico)

Quando trabalhando como chave, o transistor tem como principal finalidade, permitir o controle
de atuadores com potência elevada, a partir de um pequeno sinal de tensão e corrente. Na
Figura 1, vemos que não existe corrente elétrica na base do transistor, logo a chave está aberta
e o ventilador não funciona. Na Figura 2, vemos que existe corrente elétrica na base do
transistor, logo a chave está fechada e o ventilador funciona. Vemos também que a partir de
uma pequena corrente elétrica é possível controlar um atuador de maior potência (ventilador).
Neste caso, o transistor pode ser comparado a um relé, porém comutam mais rápido e
silenciosamente e trabalham sem desgaste.

 A queda de tensão entre a base e o emissor em um transistor fechado é de aprox.


0,7 V.
 Um resistor em série deve ser sempre inserido na base.
 Em um transistor NPN, a base deve ser sempre mais positiva do que o emissor, para
torná-lo condutor. Em um transistor PNP, a base deve ser sempre mais negativa do que
o emissor, para torná-lo condutor.
 Um manual de dados técnicos deve ser utilizado para identificar as conexões do
componente.

T1444F <> Documento do participante 65


5 Componentes elétricos
5.9 Transistor

Exercício 35 Qual simbologia representa um transistor NPN/PNP?

TT_00_00_018331_FA TT_00_00_018332_FA

Simbologia para um… Simbologia para um…


transistor NPN transistor NPN
transistor PNP transistor PNP

Exercício 36 Nos transistores ilustrados abaixo, rotule a base com um "B", o emissor com um "E" e o coletor
com um "C".

TT_00_00_018333_FA

Exercício 37 Use seu kit de experimentos elétricos para construir o circuito abaixo, meça a corrente elétrica
na base e no emissor do transistor.

66 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.9 Transistor

Exercício 38 Os transistores são cada vez mais utilizados atualmente. A maioria dos circuitos consiste em
mais do que apenas transistores e incluem outros componentes elétricos, como capacitores,
resistores, etc.
Um circuito eletrônico típico, com diversos componentes eletrônicos é um circuito de
iluminação interna com retardo de desligamento.
Função: Após operar um comutador, a iluminação interna apaga-se após um determinado
tempo de atraso.

Complete o circuito e utilize seu kit de experimentos elétricos para construí-lo.

T1444F <> Documento do participante 67


5 Componentes elétricos
5.9 Transistor

Exercício 39 Use seu kit de experimentos elétricos para construir o circuito Darlington abaixo.

a) Se você tocar os pontos A-B com seus dedos, a luz acenderá/a luz não acenderá?

b) Meça as correntes IB e IC.


Identifique o fator de amplificação , utilizando a fórmula  = IC / IB.

Circuito Darlington:
Os circuitos Darlington associam dois ou mais transistores com o objetivo de controlar
correntes elevadas de motores elétricos ou de outros consumidores, a partir de correntes
menores. O ganho de corrente (ou fator de amplificação ) dos circuitos Darlington é o
produto do ganho dos transistores individuais.

68 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.10 Fusível

5.10 Fusível
O fusível é um componente que tem por função proteger a instalação elétrica e impedir, desta
forma, a ocorrência de acidentes e incêndios. Contém um fio mais fino que o utilizado na
instalação elétrica o qual funde-se quando a corrente elétrica circulante atinge um limite acima
do tolerável, interrompendo a alimentação do circuito.

Simbologia

Fusíveis mais comuns usados em veículos automotores

TT_00_00_045235_FA

TT_00_00_045234_FA

Cor Corrente máxima (A) Cor Corrente máxima (A)


Amarelo 5A Cinza 2A
Branco 8A Roxo 3A
Vermelho 16 A Rosa 4A
Azul 24 A Bege 5A
Marrom 7,5 A
Vermelho 10 A
Azul 15 A
Amarelo 20 A
Neutro 25 A
Verde 30 A

Também existem fusíveis com maior capacidade de corrente para proteção de centrais
elétricas de caminhões e ônibus (40 A, 60 A, 80 A e 100 A), instalações posteriores de alto
consumo (100 A, 150 A e 200 A) e motores de partida (500 A).

T1444F <> Documento do participante 69


5 Componentes elétricos
5.10 Fusível

Fusível automático
O fusível automático comporta-se de maneira semelhante ao disjuntor de uma residência,
desarma-se quando a corrente elétrica ultrapassa o valor preestabelecido, impedindo a
passagem da corrente excessiva. Não funde-se e pode ser novamente utilizado ao rearma-lo.
As cores e capacidades de corrente dos fusíveis automáticos são as mesmas dos fusíveis
convencionais.

Cálculo de fusíveis

O fusível deve ter capacidade de 25 a 50% maior que a corrente elétrica do circuito.
Exemplo: Calcular o valor do fusível para proteger a instalação elétrica do circuito a seguir.

I = U / R = 24 V / 12  = 2 A
I + 25% = 2 A + 0,5 A = 2,5 A
I + 50% = 2 A + 1 A = 3 A

O fusível deve ter capacidade de corrente entre 2,5 e 3 A.

Neste caso, utilizando a tabela de fusíveis, o fusível mais indicado é o roxo de 3 A.

70 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.11 Condutor elétrico

5.11 Condutor elétrico


São cabos ou fios elétricos, normalmente de cobre, que conduzem a corrente elétrica de um
componente até outro em um circuito. Na indústria automobilística são utilizados cabos
elétricos de acordo com normas internacionais, tudo isso, para garantir a boa condutividade
dos sinais e principalmente a segurança.
Um conjunto de cabos elétricos é denominado chicote elétrico.
Tipos de isolação para cabos elétricos

Os cabos elétricos podem ter isolação do tipo PVC, EPR, HEPR ou XLPE, sendo que os cabos
isolados em PVC podem operar com temperatura máxima do condutor de 70°C em regime,
enquanto que para as outras isolações podem operar a 90°C.
Diferença entre cabo flexível e rígido

As características elétricas (capacidade de condução de corrente, resistência da isolação, etc.)


dos cabos flexíveis são as mesmas dos rígidos. A grande diferença é que os cabos flexíveis são
melhores para a instalação devido ao fácil manuseio.

A resistência elétrica de um condutor aumenta à medida que aumenta o seu comprimento, e


diminui à medida que aumenta seu diâmetro, conservando-se a temperatura.

Seção transversal de cabos mais comuns com carga máxima


Seção transversal nominal (mm²) Corrente máxima permanente permitida (A)
1,0 12
1,5 16
2,5 24
4,0 32
6,0 40
10,0 56

T1444F <> Documento do participante 71


5 Componentes elétricos
5.11 Condutor elétrico

Dimensionamento de cabos elétricos

72 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.11 Condutor elétrico

Notas:

1) Em casos particulares com cabo do motor de partida muito comprido, o valor Uvl
eventualmente pode ser ultrapassado com temperatura de partida reduzida.

2) Nos casos em que o cabo de retorno do motor de partida for isolado, a queda de
tensão no cabo não deve ser superior a queda de tensão na linha de alimentação -
valores máximos permitidos são 4% da tensão nominal, isto é, um total de 8%.

3) Os valores Uvl se aplicam para temperaturas do relé em engrenamento de 50 até 80°C.


4) Eventualmente, levar em conta o cabo antes da chave de ignição/partida.

Fonte: BOSCH. Manual de Tecnologia Automotiva. 25ª edição. Ed. Edgard Blucher. pág.1014-1017.

T1444F <> Documento do participante 73


5 Componentes elétricos
5.11 Condutor elétrico

Para o correto dimensionamento dos cabos elétricos, é necessário observar alguns pontos:
 Qual é a tensão elétrica do veículo?
 Qual é a potência consumida pelo equipamento?
 Qual é a distância entre o equipamento a ser ligado e a fonte de energia?

Para o cálculo, utiliza-se a fórmula: A = ( I x ρ x L ) / Uvl

Onde:
A = Bitola do cabo (seção transversal)

I = Corrente calculada
ρ = Resistividade do cobre (0,0178 Ω mm²/m)
L = Comprimento desejado

Uvl = Queda de tensão (conforme Tabela 3)

Exemplo: Vamos calcular a seção transversal de um cabo elétrico para a ligação da iluminação
das luzes de freio de um ônibus, que sofreu uma avaria durante uma colisão. Sabendo que:
 Tensão elétrica do veículo: 24 V
 Potência consumida pelo equipamento: 4 lâmpadas de 21 W cada
 Distância entre o equipamento a ser ligado e a fonte de energia: 15 metros

Primeiro, calcula-se a corrente elétrica (I), utilizando a fórmula da potência elétrica:


I = P / U = ( 4 x 21 W ) / 24 V = 84 W / 24 V = 3,5 A

Em seguida, calcula-se a seção transversal (bitola) do cabo elétrico:


A = ( I x ρ x L ) / Uvl = ( 3,5 A x 0,0178 Ω mm²/m x 15 m ) / 0,5 V = 1,87 mm2

O resultado acima é o valor exato para a bitola do cabo nas condições impostas no exemplo em
questão. No entanto, comercialmente não temos este valor de bitola. O menor valor comercial
da bitola do cabo que consegue atender as especificações acima é de 2,5mm².

74 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.11 Condutor elétrico

O dimensionamento de um cabo elétrico também pode ser obtido de maneira mais


simplificada, utilizando o ábaco abaixo e tendo em mãos os mesmos dados utilizados no
cálculo anterior.
 Tensão elétrica do veículo
 Potência consumida pelo equipamento
 Distância entre o equipamento a ser ligado e a fonte de energia
Exemplo: Para uma carga de 120 W, com uma tensão de 12 V e o comprimento do fio de 15 m,
qual a bitola?

T1444F <> Documento do participante 75


5 Componentes elétricos
5.11 Condutor elétrico

Medição de continuidade de condutores elétricos


Para verificar se a continuidade de um condutor elétrico, por meio de uma rápida comprovação
com multímetro, deve-se:

 Na chave seletora, selecionar a função continuidade ( ).


 Encaixar a ponta de prova vermelha no terminal de entrada () e a ponta de prova preta
no terminal de entrada comum (COM) do multímetro.
 Posicionar as pontas de prova em paralelo com o condutor elétrico a ser medido.
 O circuito deve estar desenergizado ou o condutor deve estar fora do circuito.

76 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.11 Condutor elétrico

O multímetro emitirá um sinal acústico (bip) todas as vezes que houver continuidade no
condutor elétrico.

Para um eficaz diagnóstico de falhas, recomenda-se NÃO utilizar a medição de


continuidade, mas sim a medição de resistência. Por meio dos valores de resistência, é
possível determinar se o condutor elétrico está avariado ou em boas condições de
funcionamento.
Veja a tabela a seguir:
Resistência ()
Componente <1 >1  (OL)
Condutor OK Oxidação / Interrupção
elétrico Solda ruim

T1444F <> Documento do participante 77


5 Componentes elétricos
5.11 Condutor elétrico

Exercício 40 Um cliente comprou 5 ônibus rodoviários com o objetivo de promover passeios turísticos. Ao
entregarem os ônibus, o cliente constatou que não havia solicitado alguns itens de conforto, os
quais são essências para o propósito dos ônibus. O cliente levou os ônibus na concessionária e
solicitou a instalação posterior dos equipamentos abaixo:
 Geladeira: 72 W
 Cafeteira: 96 W
A distância entre os equipamentos e a fonte de energia é de 10 m.

Considere uma queda de tensão de 0,5V.


Com base nos dados acima, calcule a bitola do cabo e o fusível necessários para cada
consumidor separadamente.

78 T1444F <> Documento do participante


5 Componentes elétricos
5.12 Conector elétrico

5.12 Conector elétrico


Um conector é uma peça, geralmente termoplástica, responsável pela interface de dois ou
mais chicotes elétricos existentes em um veículo. Essa interface, ou seja, essa união dos
cabos, efetua a ligação entre a porta de saída de um determinado componente e a porta de
entrada de outro. Permite, por exemplo, que um determinado componente possa ser ligado a
uma unidade de controle mesmo que para isso seja necessário unir-se a um outro chicote
elétrico.

Simbologia

O contato elétrico é realizado por pequenas peças metálicas denominadas terminais, que são
crimpados (prensados) nos cabos elétricos e inseridos (fixados) nas cavidades do conector.
Existem diferentes tipos de terminais: machos, fêmeas, olhal, tubular, agulha, etc.

 Ao utilizar um multímetro para medir os sinais elétricos em um conector, não colocar


as pontas de prova do multímetro na parte dianteira do conector. Isso poderá danificar
os contatos dos terminais.
 Ao desconectar um conector da contra peça ou de um módulo eletrônico, procure não
puxar pelos cabos, isso pode fazer com que os terminais se soltem da cavidade
aumentando o risco de mau contato elétrico. Antes de puxar, localize e utilize a trava
plástica entre os conectores.

Interface chassi/cabine (FF)


A interface chassi/cabine (FF) é uma placa que conecta os chicotes elétricos do exterior do
veículo (instalados nos componentes ao longo do chassi) aos chicotes do interior (cabina).

T1444F <> Documento do participante 79


6 Reparo de chicotes elétricos
6.1 Descarga eletrostática (ESD)

6 Reparo de chicotes elétricos


6.1 Descarga eletrostática (ESD)

O que é descarga eletrostática (ESD)?

Transferência de carga elétrica entre dois corpos.


Como a descarga eletrostática é causada?

Carga eletrostática resulta da separação ou o atrito de dois materiais não condutores. Os


campos elétricos também induzem a carga. Como resultado, a carga pode ser descarregada de
um potencial alto para um mais baixo. A corrente resultante pode destruir componentes
eletrônicos. Em geral, os plásticos geram a carga eletrostática mais alta.

A carga e a descarga eletrostática formam-se em diversas situações da vida cotidiana, por ex.:
 Pentear os cabelos;
 Caminhar sobre pisos de tapetes ou de material sintético;
 Vestir e tirar tecidos;
 Descer do veículo;
 Contato com diversos materiais de embalagem (por ex., isopor, vinil) nas prateleiras ou no
recipiente de transporte.

Quais são os efeitos da descarga eletrostática?

Quando se está trabalhando com sistemas elétricos, tais como, unidades de controle, sensores
e seus respectivos fios, há sempre o risco dos componentes serem parcial ou irreparavelmente
danificados por descargas eletrostáticas (ESD), a partir de uma tensão elétrica de 100 V.
Frequentemente, as descargas não são perceptíveis por seres humanos, já que as correntes
estão na faixa de microamperes. Geralmente essas correntes não são perigosas para as
pessoas.
Quando elas atingem 3000 V, as descargas se tornam perceptíveis, à partir de 5000 V,
as descargas são audíveis e à partir de 10.000 V, também são visíveis. As descargas
ESD podem atingir até aprox. 35.000 V!

80 T1444F <> Documento do participante


6 Reparo de chicotes elétricos
6.1 Descarga eletrostática (ESD)

Exemplos de tensões Tensão de descarga de Tensão de descarga de


eletrostáticas: materiais não condutores a materiais não condutores a
10-30 % de humidade do ar 55-70 % de humidade do ar
Uma pessoa andando sobre um 35.000 V 5.000 V
tapete
Uma pessoa andando sobre um 12.000 V 1.000 V
piso revestido com plástico
(vinil)
Uma pessoa trabalhando em 6.000 V 400 V
uma mesa
Fricção em uma cadeira 15.000 V 2.000 V
estofada com espuma de
poliuretano
Remoção de componentes do 26.500 V 6.000 V
filme plástico
Remoção de componentes do 2.000 V 400 V
tubo plástico
Filmes transparentes na 7.000 V 800 V
estação de trabalho

A descarga eletrostática subsequente pode ser tão forte que o pequeno choque elétrico pode
ser sentido. Mas, mesmo as descargas menores, que não são sentidas pelo homem podem
danificar de modo permanente os componentes eletrônicos e as unidades de controle.

Por exemplo, os componentes eletrônicos relacionados a seguir podem ser danificados pela
descarga eletrostática:
 Componentes SRS;
 Unidades de controle, principalmente suas conexões de dados (CAN Bus, LIN, etc.);
 Sensores;
 Componentes mecatrônicos (atuadores, etc.);
 Amplificadores de antena;
 Receptores (rádio, TV, GPS, telefone, etc.);
 Displays.

Efeitos e consequências da descarga eletrostática

Os componentes eletrônicos e as unidades de controle são muito sensíveis à descarga


eletrostática. Muitas vezes o dano não se apresenta imediatamente, porém torna-se aparente
somente após algum tempo. Para evitar as falhas e os danos através da descarga eletrostática,
devem ser considerados vários procedimentos e medidas de segurança. Os riscos de danos
originam-se durante o transporte, manuseio, inspeção, testes e instalação das peças na
produção, assim como, nos trabalhos de reparo.

T1444F <> Documento do participante 81


6 Reparo de chicotes elétricos
6.1 Descarga eletrostática (ESD)

Procedimentos e precauções de segurança


 Descarga eletrostática do montador (por ex., através de um breve contato com a
carroçaria do veículo);
 Usar um vestuário adequado de algodão e sapatos com solado condutor;
 O local de trabalho deve corresponder aos padrões ESD;
 Deixar as peças sobressalentes tanto quanto possível na embalagem original. Os lacres
devem ser cortados, e não rompidos;
 Descarregar a embalagem de proteção contra a descarga eletrostática antes de
desembalar no local de trabalho ESD;
 Evitar o contato com os materiais que possam acumular a carga eletrostática, como,
polietileno, PVC, isopor, etc;
 Utilizar somente as embalagens originais ou embalagens e materiais de transporte
etiquetados e definidos;
 Os componentes eletrônicos removidos devem ser guardados em um local de trabalho
protegido contra descargas eletrostáticas;
 Tocar nos componentes eletrônicos apenas pela carcaça, não pelos pinos ou nos
contatos;
 Antes de conectar um componente eletrônico, este deve ser primeiramente instalado,
para que possa ocorrer uma compensação de potencial através da carroçaria;
 Os pés das prateleiras devem estar em contato direto com o solo, não deve haver nenhum
material de isolamento entre os pés da prateleira e o solo, o mesmo também se aplica
para as mesas de trabalho. Se os isolamentos acima mencionados não puderem ser
removidos, as prateleiras devem ser aterradas (por ex., conexão/linha de baixa
impedância da prateleira de metal para o tubo de aquecimento ou similar);
 Nunca armazenar os contêineres/caixas de transporte condutoras isoladamente (por ex.,
pallet de madeira), caso contrário não pode ocorrer compensação de potencial;
 As unidades de controle ou os componentes elétricos removidos nunca devem ser
armazenados sobre a película de proteção do assento já que a carga eletrostática pode
ser transferida para a unidade de controle ou o componente elétrico. As películas de
proteção utilizadas atualmente para o assento do veículo, o volante e o assoalho
acumulam uma elevada carga eletrostática. Por isto deve ser utilizado, por ex., um kit de
serviço ESD ou uma mesa ESD totalmente conectada.

As informações sobre os procedimentos e precauções de segurança para evitar danos em


componentes eletrônicos causados por descarga eletrostática podem ser encontradas no
Sistema de Informação de Oficina (WIS), sob o número de documento
AH54.00-P-0001-01A.

82 T1444F <> Documento do participante


6 Reparo de chicotes elétricos
6.2 Limites de reparo de chicotes elétricos

6.2 Limites de reparo de chicotes elétricos


Vantagens do reparo de chicotes elétricos
As vantagens de um reparo de chicote elétrico incluem:
 Menor remoção dos chicotes elétricos que estão OK.
 Menor tempo de espera para os clientes.
 Redução de custos.
O que não pode ser reparado?
Os seguintes cabos e conectores NÃO podem ser reparados como parte do reparo de um
chicote elétrico:
 Conector da unidade de controle do airbag
 Conector da unidade de controle ESP
 Conector da unidade de controle do motor
 Cabos de alta voltagem
 Tomada do conversor 115 V/230 V
 Cabos blindados (cabos de antena)
 Fios de recepção de telefonia
 Fibras óticas
 Fios com seção transversal ≥ 6 mm²
 Fios de alumínio
Cabos que SÓ podem ser reparados com um chicote elétrico de reparação:
 Acoplamento do detonador do SRS (aviso: fios reparáveis com "marcação em amarelo")
 Acoplamento do fusível pirotécnico
 Contatos nos fios de 0,13 mm2
Chicote elétrico do motor, somente pode-se reparar os contatos dos cabos: do sensor de
detonação, dos injetores e do sensor de oxigênio (sonda lambda).
Se mais de 7 cabos de um chicote elétrico estiverem danificados, o chicote elétrico completo
deve ser substituído.

Para mais informações, consulte o Sistema de Informação de Oficina (WIS), sob os


números de documento AH54.18-N-0001-01A e AH00.19-P-1000-08A.

T1444F <> Documento do participante 83


6 Reparo de chicotes elétricos
6.3 Informações sobre reparo de chicotes elétricos

6.3 Informações sobre reparo de chicotes elétricos


Informações sobre reparo de chicotes elétricos podem ser encontradas nos seguintes
documentos do WIS:
Todos veículos
Indicações para substituição de componentes de segurança e especiais AH00.19-P-1000-08A
Avaliação de danos em chicotes AH00.19-N-1000-05KOA
Indicações em relação as conexões AH00.19-N-1000-06KOA
Indicações para a solda com estanho AH00.19-N-1000-07KOA
Indicações para soldar AH00.19-N-1000-10KOA
Indicações para a proteção do cabo AH00.19-N-1000-11KOA
Métodos aprovados para reparo de chicotes elétricos AH00.19-P-1000-04A
Reparar chicote por meio de crimpagem AR00.19-P-0100-03A
Reparar chicote por meio de crimpagem em conexões à prova d’água AR00.19-P-0100-04A
Reparar chicote por meio de soldagem AR00.19-P-0100-05A
Reparar chicote por meio de corte e fixação AR00.19-P-0100-06A
Proteger local do reparo após reparo do cabo AR00.19-P-0100-08A
Reparar chicote por meio de conector de cabos AR00.19-P-0100-09A
Reparar chicote com cabo 0,13mm2 por meio de terminal axial AR00.19-P-0100-12A
Remover os contatos dos conectores, das tomadas AR00.19-W-0120A
Remover os contatos do conector do Micro-Quadlock-System AR00.19-W-0120-03A
Remover os contatos da tomada do Micro-Quadlock-System AR00.19-W-0120-04A
Remover os contatos da tomada Junior-Power-Timer AR00.19-W-0120-07A
Remover os contatos do conector Junior-Power-Timer AR00.19-W-0120-08A
Remover os contatos da tomada Standard-Power-Timer AR00.19-W-0120-10A
Remover os contatos do conector- Standard-Power-Timer AR00.19-W-0120-11A
Reparar/prolongar chicote elétrico AR54.18-W-0105-01A
Reparar/prolongar chicote elétrico AR54.18-W-0105-01B
Inspecionar o chicote elétrico AR54.18-W-0600-01A
Veículos comerciais
Indicações sobre o reparo e prolongamento do chicote elétrico AH54.18-N-0001-01A
Reparos e prolongamentos de chicotes elétricos AR54.18-W-0105A
Reparar e prolongar o chicote elétrico (secção do cabo até 4mm²) AR54.18-W-0105-01A
Reparar e prolongar o chicote elétrico (secção do cabo 10mm² e 16mm²) AR54.18-W-0105-01B
Substituir o jogo de crimpagem e posicionador no alicate de crimpagem AR54.18-W-0010-02A
Verificar uniões crimpadas AR54.18-W-0110-01A

84 T1444F <> Documento do participante


6 Reparo de chicotes elétricos
6.4 Métodos de reparo

6.4 Métodos de reparo


Os seguintes métodos de reparo são aprovados pela Daimler, para reparo do chicote elétrico
dos veículos Mercedes-Benz:
 Crimpagem
 Raychem (uso de conectores de solda)
 Raychem em combinação com a extremidade do cabo
 Soldagem
 Tecnologia de corte e fixação
 Alicate para condutores chatos

Os pontos de reparo devem ser inspecionados, de acordo com o diagrama elétrico, com
um multímetro capaz de medir uma resistência menor que de 0,5 .

Soldagem, especialmente Raychem


Com o método Raychem, conectores de solda especiais são usados. Os conectores de solda
contêm o material de solda e possuem isolamento e vedação. Um ventilador especial de ar
quente é usado para aquecer as peças.
Não use o acendedor de cigarros (isqueiro)!

Adaptador do soprador de ar quente TT_00_19_019783_FA

T1444F <> Documento do participante 85


6 Reparo de chicotes elétricos
6.4 Métodos de reparo

Soldagem usando "pigtails"


Um cabo "pigtail" é um cabo com contatos macho e fêmea previamente crimpados. A
vantagem desse método é que o procedimento de crimpagem não precisa ser executado. O
reparo é executado simplesmente cortando e soldando o pigtail para cada contato requerido.

TT_00_00_022558_FA

Busca no EPC
"Pigtails" podem ser encontrados no EPC no grupo de construção 54/019 como “peças
de contato”.

86 T1444F <> Documento do participante


6 Reparo de chicotes elétricos
6.4 Métodos de reparo

Crimpagem
Na crimpagem, o fio previamente decapado até a dimensão "a" é pressionado no terminal de
contato (pino), usando conjuntos de moldes em alicates especiais.

Alicate, detalhe TT_00_19_019788_FA


Terminal de crimpagem TT_00_19_019785_FA

1 Molde de crimpagem (crimpset) 1 Área de contato (dimensão “a”)

As peças a seguir devem ser corretamente unidas umas nas outras para uma boa conexão
crimpada, tanto elétrica quanto mecanicamente:
 Alicate crimpador
 Molde de crimpagem (crimpset)
 Alicate decapador de fios
 Fio (seção transversal)
 Terminal de contato

Cada terminal de contato (macho e fêmea) pode ser atribuído à uma "família" (ex. SLK, JPT).
São feitas diferenciações entre essas famílias com base na seção transversal do fio e sua
vedação. Os terminais também são diferenciados com base em seu respectivo revestimento.
 Revestimento estanho: Terminais usados principalmente no interior do veículo.
 Revestimento prata: Contatos usados no exterior e zona de respingos.
 Revestimento ouro: Contatos usados em sistemas de segurança (ex.: airbag).
Nota: O mesmo tipo de par de contato (macho/fêmea) está prescrito para o reparo.

T1444F <> Documento do participante 87


6 Reparo de chicotes elétricos
6.4 Métodos de reparo

Kit de reparo de chicotes elétricos

Maleta TT_00_19_019784_FA

Alicates TT_00_19_019790_FA

1 Conteúdo da metade direita da maleta 1 Alicate decapador de fios

2 Conteúdo da metade esquerda da maleta 2 Adaptador do soprador de ar quente


3 Alicate crimpador
4 Extrator de terminal
5 Extrator de terminal com ejetor

Chicotes elétricos danificados podem agora ser reparados. Reparos sem perda da qualidade
são possíveis usando os métodos de reparo, peças e ferramentas especiais aprovados pela
Mercedes-Benz. Número de reposição do kit de reparo de chicotes elétricos:
 W..00058913990000 Kit básico de reparo
 W..22058904990000 Kit complementar para automóveis

Kit de reparo de chicotes elétricos


Documento WIS: WS00.19-B-0007B

88 T1444F <> Documento do participante


6 Reparo de chicotes elétricos
6.4 Métodos de reparo

Busca de terminais ou conectores no EPC


1) O número da peça não está presente na carcaça do conector:
Encontre o tipo de conector no EPC (ex. MQS, SLK 2.8, etc).
2) O número da peça está presente na carcaça do conector:
Encontre o número da peça no conector no veículo e localize no EPC (via F11).
No grupo de construção 54, selecione o número correto da peça.
Uma visão geral de todos os terminais disponíveis pode ser visualizada, por exemplo, no grupo
de construção 54/019 da série de modelos 204.

T1444F <> Documento do participante 89


6 Reparo de chicotes elétricos
6.4 Métodos de reparo

Procedimento de reparo
1) Encontre o local do dano.
2) Encontre o diagrama elétrico do fio afetado no WIS usando as ilustrações do EPC.
3) Encontre no WIS os documentos sobre métodos corretos para: remover terminais;
crimpagem de terminais, soldagem de cabos e proteger o local do reparo.

Remover o terminal de contato do conector/tomada:

Remover corretamente TT_54_18_022508_FA

Use o extrator de terminal correto para remover o terminal

Método não permitido TT_54_18_022504_FA

Clipes ou itens similares não podem ser usados para


remover o terminal de contato.

90 T1444F <> Documento do participante


6 Reparo de chicotes elétricos
6.4 Métodos de reparo

Decapar (descascar) o cabo elétrico:

Método não permitido TT_54_18_022502_FA


Decapar corretamente TT_54_18_022507_FA

Não é permitido decapar um fio usando alicate de corte,


O fio deve ser decapado corretamente. faca, estilete, etc.
Use o alicate decapador (W..22058901990040).

Crimpagem:
A crimpagem é permitida para reparos em cabos com seção transversal máxima de 4 mm².
Indicações para crimpagem podem ser encontradas nos documentos WIS: AR00.19-P-0100-
03A, AR00.19-P-0100-04A e AH00.19-P-1000-09A.

Exemplo de crimpagem TT_54_18_022391_FA

T1444F <> Documento do participante 91


6 Reparo de chicotes elétricos
6.4 Métodos de reparo

Soldagem Raychem
Para manipular os conectores de solda, consulte documento WIS AR00.19-P-0100-09A.
A solda deve ser executada com um soprador de ar quente a 400°C. A solda deve sempre ser
iniciada na extremidade do cone nas mangas do conector de solda.

Conector de solda
Os conectores de solda devem ser separados uns dos outros no cabo para evitar que o
cabo fique rígido demais.
Conectores de solda não devem ser usados em curvas.

Soldar corretamente TT_54_18_022509_FA Método não permitido TT_54_18_022505_FA

Ao soldar, não é permitido o uso de isqueiro ou


equipamento similar, pois pode fazer com que o fio
derreta.

Proteger o local do reparo após reparo do cabo elétrico


O local do reparo deve ser protegido após o reparo do cabo elétrico, conforme especificado no
documento WIS AR00.19-P-0100-08A.

Local do reparo não protegido corretamente TT_54_18_022506_FA

Proteger o local do reparo corretamente TT_54_18_022510_FA

92 T1444F <> Documento do participante


6 Reparo de chicotes elétricos
6.5 Tabelas de terminais de contato

6.5 Tabelas de terminais de contato


As tabelas das famílias de terminais de contato (macho e fêmea) e seus respectivos moldes de
crimpagem (crimpset) acompanham o kit de reparo de chicotes elétricos W..00058913990000.

T1444F <> Documento do participante 93


6 Reparo de chicotes elétricos
6.5 Tabelas de terminais de contato

94 T1444F <> Documento do participante


6 Reparo de chicotes elétricos
6.5 Tabelas de terminais de contato

T1444F <> Documento do participante 95


6 Reparo de chicotes elétricos
6.5 Tabelas de terminais de contato

96 T1444F <> Documento do participante


6 Reparo de chicotes elétricos
6.5 Tabelas de terminais de contato

T1444F <> Documento do participante 97


6 Reparo de chicotes elétricos
6.5 Tabelas de terminais de contato

98 T1444F <> Documento do participante


6 Reparo de chicotes elétricos
6.6 Exercício prático

6.6 Exercício prático


Exercício 41
Exercício 97 Conecte corretamente um cabo elétrico usando o método da crimpagem.
Para isso, selecione o molde de crimpagem (crimpset) correto com base nos
conectores/terminais e na seção transversal do cabo. Utilize os seguintes materiais:
 Terminais fêmea A0135457826
 Conectores fêmea 18 pinos A0135456426
 Cabos elétricos de 1mm2

Descreva seu procedimento em frases resumidas.

T1444F <> Documento do participante 99


7 Diagramas elétricos
7.1 Leitura e interpretação de diagramas elétricos

7 Diagramas elétricos
7.1 Leitura e interpretação de diagramas elétricos
Diagramas elétricos (ou esquemas elétricos) são representações esquemáticas dos sistemas
elétricos/eletrônicos dos veículos, contendo a central elétrica, unidades de controle, seus
componentes de entrada e saída, bem como os chicotes elétricos que os interligam, com os
respectivos cabos, terminais (pinos), conectores e designações.
Os diagramas elétricos dos veículos Mercedes-Benz podem ser consultados no Sistema de
Informação de Oficina (WIS), sob os documentos tipo PE.
Assim como os desenhos mecânicos, os diagramas elétricos também possuem suas
características próprias, como símbolos e nomenclaturas. A correta leitura e interpretação dos
diagramas elétricos são essenciais para a realização de um diagnóstico de falhas eficaz e sua
precisa reparação.

Leitura dos terminais nos conectores elétricos

100 T1444F <> Documento do participante


7 Diagramas elétricos
7.1 Leitura e interpretação de diagramas elétricos

Código de cores dos cabos elétricos


Cor Caminhões e Automóveis e
Ônibus Vans
(alemão) (inglês)
Azul bl bu
Marrom br bn
Amarelo ge ye
Verde gn gn
Cinza gr gy
Lilás/Violeta li vt
Laranja or og
Rosa rs pk
Vermelho rt rd
Preto sw bk
Branco ws wh
Transparente tr

Existem cabos elétricos com até 3 cores.

T1444F <> Documento do participante 101


7 Diagramas elétricos
7.1 Leitura e interpretação de diagramas elétricos

Siglas dos componentes


Sigla Componente
A Unidades de controle
B Sensores
D Diodos
E Lâmpadas, lanternas e faróis
F Fusíveis e circuitos de proteção
G Bateria e alternador
H Buzinas, cigarras e luzes piloto
K Relés
M Motores
P Painel de instrumentos e instrumentos de medição
R Resistores
S Interruptores
T Conversores
X Conexão entre compartimentos
Y Válvulas
Z União CAN

Pontos de conexão no veículo

102 T1444F <> Documento do participante


7 Diagramas elétricos
7.2 Designação dos terminais

7.2 Designação dos terminais


Terminal Função
15 Positivo após acionamento do interruptor de ignição/partida (+)
15R Posição de rádio do interruptor de ignição/partida (+)
30 Positivo da bateria (+)
31 Negativo da bateria ou da massa do veículo (-)
49 Entrada do gerador de sinal do indicador de direção (+)
49a Saída do gerador de sinal do indicador de direção (+)
50 Solicitação de partida no motor de partida (+)
54 Luz do freio (+)
55 Farol de neblina (+)
56a Farol alto e luz indicadora (+)
56b Farol baixo (+)
58 Luzes de posição/placa da licença/lanternas traseiras/instrumentos (+)
58R Luz de posição direita e lanterna traseira direita (+)
58L Luz de posição esquerda e lanterna traseira esquerda (+)
61 Também D+ no alternador/luz indicadora de carga (+)
85 Saída do circuito de controle no relé (-)
86 Entrada do circuito de controle no relé (+)
87 Saída da corrente de carga no relé (contato NA)
87a Saída da corrente de carga no relé (contato NF)
B+ Positivo da bateria no alternador trifásico (+)
B- Negativo da bateria no alternador trifásico (-)
D+ Positivo do alternador (excitação) /dínamo (+)
Também o circuito 61 na luz indicadora de carga
D- Negativo do alternador/dínamo (-)
DF Campo do dínamo no regulador do alternador (tensão do regulador)
L Lado esquerdo/Sinal de indicação de direção à esquerda
R Lado direito/Sinal de indicação de direção à direita
W Sinal de rotação no alternador trifásico (rpm)

T1444F <> Documento do participante 103


7 Diagramas elétricos
7.3 Exercícios práticos

7.3 Exercícios práticos


Exercício 42 O cliente chegou à oficina do concessionário reclamando que seu veículo não acelera.
Como você procede para resolver o problema? Desenvolva uma estratégia!

Exercício 43 Encontre o diagrama elétrico correto para o problema "veículo não acelera".
Anote o número do documento que você encontrou no WIS.

Exercício 44 Anote em poucas palavras como você encontrou o diagrama elétrico no WIS.

104 T1444F <> Documento do participante


7 Diagramas elétricos
7.3 Exercícios práticos

Exercício 45 Com a ajuda do diagrama elétrico e de seu instrutor, desenhe a parte do circuito do pedal do
acelerador conectado à unidade de controle FR/CPC.

Exercício 46 Localize no WIS o diagrama elétrico da unidade de controle MR de um caminhão.

Anote o número do documento e, depois, imprima o diagrama elétrico.

Exercício 47 Localize no diagrama elétrico os pontos de medição dos componentes e anote na tabela
abaixo:
Componente Sigla do Pontos de medição
componente
Sensor de rotação do volante do motor
Sensor de rotação do comando de válvulas

T1444F <> Documento do participante 105


8 Malha de controle
8.1 Controle e regulagem

8 Malha de controle
8.1 Controle e regulagem

TT_00_00_046307_FA

As funções de controle e regulagem operam com base no princípio IPO. IPO significa:
I = Input (Entrada)
P = Processamento
O = Output (Saída)
Input (Entrada) se refere aos produtores de sinais elétricos (sensores). Nos veículos
automotores, os sinais de entrada são gerados, por exemplo, por interruptores, pulsadores,
potenciômetros, sensores, etc.
O Processamento de sinais elétricos geralmente é executado por controladores (unidades de
controle), por exemplo: a central de microcomputador (CPU) quem toma decisões e ativa os
atuadores com base em fórmulas matemáticas programadas e mapas de características
(bancos de dados).
Output (Saída) é executado pelos atuadores que implementam os comandos elétricos da
unidade de controle. Os atuadores convertem os sinais para um sistema de regulação (em
geral) em trabalho mecânico, ou seja, em movimentos, uma válvula que abre ou fecha, por
exemplo. Como exemplos de atuadores em veículos automotores, podemos citar: válvulas
eletromagnéticas, relés, solenoides, lâmpadas, buzinas, motores elétricos, unidades injetoras
de combustível, etc.
Exercício 48 Formem 3 grupos.

Grupo 1: Procurar exemplos de inputs (entradas)


Grupo 2: Procurar exemplos de processamento
Grupo 3: Procurar exemplos de outputs (saídas)
Fixe os cartões no quadro preparado para a apresentação.

106 T1444F <> Documento do instrutor


8 Malha de controle
8.2 Malha de controle fechada (closed-loop)

Exercício 49 No diagrama elétrico da unidade de controle MR, destaque em cores as seguintes conexões:

Terminal 15 Azul
Terminal 30 Vermelho
Terminal 31 Marrom
Todas as entradas Amarelo
Todas as saídas Verde

8.2 Malha de controle fechada (closed-loop)


Para que uma unidade de controle possa controlar algo, ele precisa de valores especificados e
valores atuais. A literatura explica tais conceitos da seguinte forma:

O valor especificado é o estado ideal em uma malha de controle. É criado por um controlador
que realiza a leitura do valor real e, então, determina o valor de ajuste.

Normalmente, o valor atual oscila dentro de um intervalo menor ou maior em torno do valor
especificado, pois o valor atual está constantemente modificando-se devido a fatores de
interferência, a razão pela qual precisamos da malha de controle. O valor atual é o valor sendo
de fato vivenciado no momento da observação. É usado, por exemplo, para avaliação da malha
de controle ou para leituras em um visor.
O valor atual raramente coincide com o valor especificado.

T1444F <> Documento do instrutor 107


8 Malha de controle
8.2 Malha de controle fechada (closed-loop)

Resumidamente, podemos dizer que:


O valor especificado é o valor solicitado pelo sensor de posicionamento.
O valor real é aquele atualmente presente. Ele pode ser diferente do valor especificado e deve,
portanto, ser modificado para atingi-lo. Estes dois valores exercem uma função decisiva
durante a resolução de problemas.
Observação:

Você deve conhecer o valor especificado a fim de avaliar corretamente os valores atuais e
realizar um diagnóstico de forma clara e segura.

Exercício 50 Crie em grupo uma malha de controle fechada:

TT_00_00_045511_FA

108 T1444F <> Documento do instrutor


9 Sensores
9.1 Tipos de sensores

9 Sensores
9.1 Tipos de sensores
Os sensores são transdutores que convertem sinais de qualquer natureza física ou química em
sinais elétricos, para serem interpretados pelas unidades de controle de um veículo, que
consequentemente tomam decisões com base nestas informações. Nos veículos, os sensores
são indispensáveis para as funções de controle e regulagem e são divididos em 4 campos de
aplicação: segurança, conforto, operação e meio ambiente.

Os sensores são utilizados para medir temperatura, pressão, força, posição, curso, ângulo,
velocidade, aceleração, nível, luminosidade, som, massa, concentração, densidade, quantidade
de substância, etc.

Há uma grande variedade de sensores diferentes e eles podem ser classificados de diferentes
formas. Uma forma é classificá-los com base no tipo de sensor. Isso resulta em 5 grupos
principais:
Interruptores como sensores:
 Interruptores fornecem apenas informação ON/OFF (ligado/desligado).
 Tipo mais simples de sensor.
Sensores passivos:
 Este altera uma de suas variáveis elétricas como um resultado da influência de uma
quantidade medida atuando do lado de fora.
 Exemplo: sensor de temperatura com resistência NTC. Uma tensão de teste é aplicada á
resistência NTC. A resistência e, por consequência, a corrente mudam em função da ação
da temperatura externa.
 Possuem 2 terminais elétricos. Provê sua própria energia ou deriva do próprio fenômeno
que está sendo medido.
Sensores ativos:
 Além da linha de sinal para a unidade de controle, também possuem linhas adicionais para
alimentação de tensão. Dessa forma, possuem 3 terminais elétricos.
 Exemplo: Sensor hall do acionamento dos vidros elétricos no caminhão ACTROS.
Sensores inteligentes:
 Possuem seu próprio sistema eletrônico de avaliação para aquisição e processamento de
sinais.
 Exemplo: sensor de NOx no caminhão ACTROS.
Sensores complexos:
 São projetados para tarefas especiais.
 Consistem em diversos sensores, cada um com seu sistema eletrônico de avaliação.
 Somente todos os valores de medição juntos produzem um resultado de medição.
 Transmitem informações geralmente em forma digital.
 Exemplo: Sensor de radar ART. Este consiste de três unidades emissoras e receptoras para
medições de distância.

T1444F <> Documento do instrutor 109


9 Sensores
9.2 Potenciômetro

9.2 Potenciômetro
É um tipo de sensor com resistência variável giratória, utilizado para converter movimentos
mecânicos em sinal elétrico. A atuação mecânica provoca uma alteração na relação entre as
resistências “R1” e “R2”. É importante verificar que a resistência total, ou seja, a somatória das
resistências “R1” e “R2” não varia com o movimento mecânico.

Exemplos: posição do pedal do acelerador, nível do tanque de combustível, entre outros.

9.3 Sensor indutivo


Sensores indutivos utilizam como princípio de funcionamento a lei da indução
eletromagnética, por essa razão em geral esses sensores não necessitam de alimentação.
Geram um campo eletromagnético o qual varia de acordo com a presença e a ausência de
metal sobre seu ímã, que por sua vez induz uma variação de corrente elétrica na bobina.

Nos veículos são utilizados na medição de posição e rotação. Na figura abaixo, vemos que, ao
rodar o volante de inércia do motor, ocorre a variação do campo magnético do imã, que por sua
vez, induz a bobina corrente elétrica.

Exemplos: Sensor de posição e rotação do volante do motor, sensor de posição e rotação do


comando de válvulas do motor e sensores de velocidade do sistema de freio ABS.

110 T1444F <> Documento do instrutor


9 Sensores
9.4 Sensor de pressão

9.4 Sensor de pressão


Nos sensores de pressão, a pressão exerce um esforço sobre um diafragma, acionando um
potenciômetro, um cristal piezelétrico ou bandas extenciométricas.
Potenciômetro: a variação de pressão provoca um deslocamento mecânico no potenciômetro
responsável por variar a relação de resistência. Esta variação é interpretada pela unidade de
controle e é proporcional à pressão que o sensor está submetido.

Cristal piezoelétrico: uma membrana está ligada a um cristal de quartzo. A deformação da


membrana e do cristal de quartzo causada por esforços mecânicos faz com que seja gerada,
pelo próprio sensor, uma tensão elétrica proporcional à pressão que o sensor está submetido.
Essa pequena tensão gerada é aplicada a um circuito eletrônico que amplifica a tensão para um
valor que a unidade de controle pode verificar.

T1444F <> Documento do instrutor 111


9 Sensores
9.4 Sensor de pressão

Bandas extenciométricas: são materiais que variam sua resistência quando tracionadas.

Nos veículos, os sensores de pressão são encontrados para medir pressão do óleo lubrificante
do motor, do ar de sobrealimentação, do combustível, circuitos de freio pneumático, pressão
atmosférica, saturação do filtro de ar, etc.

No gráfico acima, estão representados os valores de tensão elétrica fornecidos por um sensor
de pressão. Para uma variação de pressão de 0,5 a 3,5 bar, existe uma variação de tensão de
0,5 a 4,5 V. Os sensores de pressão são sensores ativos e, portanto, necessitam de
alimentação de tensão de 5 V.

112 T1444F <> Documento do instrutor


9 Sensores
9.5 Sensor Hall

9.5 Sensor Hall


Funciona baseado na interferência que um campo magnético faz na corrente elétrica que passa
por um condutor.
Efeito Hall

Uma placa condutora percorrida por corrente elétrica IV quando submetida a um campo
magnético perpendicular a essa corrente, gera uma corrente elétrica IH perpendicular à
corrente IV e ao campo magnético. A esse efeito dá-se o nome de efeito Hall.

Em outras palavras...
 Um fluxo de elétrons na placa semicondutora é criado pela aplicação de tensão elétrica.

TT_00_00_018218_FA

 Os elétrons são desviados pela rotação de um campo magnético.

TT_00_00_018219_FA

T1444F <> Documento do instrutor 113


9 Sensores
9.5 Sensor Hall

 Uma tensão perpendicular à placa é mensurável devido a uma falta ou excesso de


elétrons.

TT_00_00_018220_FA

Os sensores Hall utilizam o princípio Hall na sua construção, sendo utilizados para medir
posição e rotação. Nos veículos, podem ser utilizados como sensor de velocidade da caixa de
mudanças, sensor do pedal do acelerador, sensor de posição do comando de válvulas, etc.
Na figura a seguir, podemos observar um sensor Hall como um sensor de posição do comando
de válvulas do motor.

114 T1444F <> Documento do instrutor


9 Sensores
9.6 Sensor de temperatura NTC

9.6 Sensor de temperatura NTC


Os sensores de temperatura utilizam o termistor como elemento básico para medir a variação
de temperatura. Este componente é constituído de um material que tem sua resistência
alterada em função de sua temperatura.
Nos sensores de temperatura NTC são empregados os termistores NTC (Negative
Temperature Coefficient), que possuem coeficiente negativo de temperatura e sua resistência
elétrica diminui com o aumento da temperatura. São amplamente utilizados nos veículos para
medir a temperatura do líquido de arrefecimento, ar de sobrealimentação, combustível, óleo
lubrificante do motor, óleo lubrificante da caixa de mudanças, óleo lubrificante do eixo traseiro,
ar exterior, etc.

T1444F <> Documento do instrutor 115


9 Sensores
9.6 Sensor de temperatura NTC

O gráfico a seguir representa um sensor de temperatura NTC.

116 T1444F <> Documento do instrutor


9 Sensores
9.7 Sensor de temperatura PTC

9.7 Sensor de temperatura PTC


Os sensores de temperatura NTC não podem ser submetidos a temperaturas muito elevadas,
pois isso destruiria seu elemento sensor. Nesses casos, utilizam-se sensores do tipo PTC
(Positive Temperature Coefficient), que trabalham de modo inverso ao NTC.
Nos sensores de temperatura PTC, a resistência elétrica aumenta com o aumento de
temperatura, por possuírem coeficiente positivo de temperatura.
Utilizados nos veículos para medir a temperatura dos gases de escape do motor.

T1444F <> Documento do instrutor 117


9 Sensores
9.7 Sensor de temperatura PTC

O gráfico a seguir representa um sensor de temperatura PTC.

118 T1444F <> Documento do instrutor


9 Sensores
9.8 Medição de sensores

9.8 Medição de sensores


As medições de tensão elétrica nos sensores automotivos devem ser realizadas conforme a
figura abaixo. Nesta figura, são exemplificados 2 tipos de sensores:
 Sensor de pressão, representando os sensores ativos, com 3 terminais.
 Sensor de temperatura, representando os sensores passivos, com 2 terminais.
É muito comum que alguns sensores compartilhem o mesmo cabo negativo (31). Neste
exemplo, trata-se de um sensor de pressão e temperatura do ar de sobrealimentação do motor,
que tem os dois sensores (pressão e temperatura) em um mesmo invólucro.

Os procedimentos para as medições de resistência e corrente elétrica nos sensores são os


mesmos utilizados para qualquer componente elétrico. Consulte o capítulo “Multímetro”.

T1444F <> Documento do instrutor 119


10 Sinais elétricos
10.1 Sinal on/off

10 Sinais elétricos
As malhas de controle trabalham com o conceito IPO (Input-Processamento-Output).
Os componentes de entrada (Input) emitem sinais elétricos às unidades de controle
(Processamento), que os analisa e toma decisões, por meio de sinais elétricos emitidos aos
atuadores (Output), para que estes realizem um determinado trabalho. Dessa forma, os sinais
elétricos são muito importantes para o correto funcionamento de uma malha de controle.

Um sinal elétrico é determinado pelas seguintes características:


 Amplitude: é a intensidade da grandeza medida (tensão ou corrente elétrica).
 Frequência: é a repetição da oscilação por unidade de tempo.
 Período: tempo gasto para ocorrer uma onda completa.
 Fase: é o ângulo inicial de oscilação de uma senoide.
 Duração do pulso: tempo gasto para ocorrer um pulso.

Características dos sinais elétricos


Designação Símbolo Unidade de
medida
Frequência f Hz
Tensão de pico Us V
Tensão efetiva (RMS) Uef ou Urms V
Duração do ciclo (Período) T seg
Duração do pulso t1 seg
Pausa do pulso t2 seg
Ciclo de trabalho x% %
A seguir serão abordados os principais tipos de sinais elétricos utilizados nos sistemas
elétricos dos veículos.

10.1 Sinal on/off


Este é o tipo de sinal mais simples e é geralmente transmitido por um interruptor. A informação
enviada por este tipo de sinal limita-se a indicar se um determinado equipamento está ligado
ou desligado.
O sinal do tipo ON/OFF possui apenas dois níveis de tensão que, aplicados em veículos, podem
ser simbolizados por 0 V e UBat (tensão de bateria).

Sinal ON/OFF

120 T1444F <> Documento do instrutor


10 Sinais elétricos
10.2 Sinal analógico

10.2 Sinal analógico


É um sinal que varia de forma análoga a uma outra grandeza, que pode ser pressão,
temperatura, posição de algum componente mecânico, etc.
Exemplos: sensores de pressão e sensores de temperatura.

Sinal analógico de um sensor de pressão

Sinal analógico de um sensor de temperatura NTC

Sinal analógico de um sensor de temperatura PTC

10.3 Sinal senoidal


Sinal formado por uma onda senoidal.
Exemplos: alternador (antes da ponte de diodos retificadores e do regulador de tensão),
sensores indutivos (rotação do volante do motor, rotação do comando de válvulas do motor e
velocidade do sistema de freio ABS), etc.

Sinal senoidal

T1444F <> Documento do instrutor 121


10 Sinais elétricos
10.4 Sinal quadrado

10.4 Sinal quadrado


Sinal formado por uma onda quadrada.

Exemplos: sensor hall de velocidade da caixa de mudanças, sinal das saídas GSV da unidade de
controle do veículo (FR/CPC), etc.

Sinal quadrado

10.5 Sinal dente de serra


Sinal formado por uma onda que se assemelha com os dentes de uma serra.
Exemplos: sensor de curso da embreagem, sinal aberto das saídas GSV da unidade de controle
do veículo (FR/CPC), etc.

Sinal dente de serra

10.6 Sinal digital ou binário


É um conjunto de pulsos elétricos que representam uma informação através de códigos
binários (0 e 1). Utilizados na comunicação entre unidades de controle.

Sinal digital ou binário

Abaixo, um exemplo de sinal digital que foi obtido com osciloscópio através da monitoração da
linha de comunicação CAN entre duas unidades de controle.

122 T1444F <> Documento do instrutor


10 Sinais elétricos
10.7 Sinal PWM

Sinal digital da linha de comunicação CAN

10.7 Sinal PWM


Sinal PWM (Pulse-Width Modulation, ou modulação por largura de pulso) é o conjunto de pulsos
que possui valores de frequência e amplitude fixos, variando apenas o tempo em que o sinal
permanece em valor superior ou em valor inferior.

Exemplo: pedal do acelerador.

Sinal PWM

A largura do pulso é o tempo em que o sinal se mantém no valor de tensão superior e é


indicada em %. Também é chamada de ciclo de trabalho.

T1444F <> Documento do instrutor 123


10 Sinais elétricos
10.7 Sinal PWM

O ciclo de trabalho é calculado utilizando-se a seguinte fórmula: x% = t1 / T x 100%

Nas figuras abaixo, vemos dois sinais PWM com a representação de seus respectivos ciclos de
trabalho. Apesar do ciclo de trabalho ser diferente, a frequência se mantém constante e, neste
exemplo, é de aproximadamente 201 Hz.

Ciclos de trabalho dos sinais PWM

No exemplo a seguir, podemos verificar o funcionamento do pedal do acelerador de um


caminhão. Quando o pedal está desacionado em posição de marcha lenta, o ciclo de trabalho
do sinal PWM é de 15% e, em posição de plena carga, ou seja, quando o condutor pisa até o
fundo no pedal do acelerador, o ciclo de trabalho é de 55%.

Sinal PWM do pedal do acelerador

Na prática, o pedal do acelerador de um caminhão (AXOR, por exemplo) na posição de repouso,


tem um ciclo de trabalho de 10 a 30% e na posição de plena carga, de 40 a 90%.
A unidade de controle do veículo (FR/CPC) identifica um curto-circuito com o negativo quando
o ciclo de trabalho está entre 0 e 5% (0 V) e um curto-circuito com o positivo entre 95 e 100%
(Ubateria  24 V) Em ambas as situações, um código de falha é gerado.

124 T1444F <> Documento do instrutor


10 Sinais elétricos
10.8 Sinal PPM

10.8 Sinal PPM


No sinal PPM (Pulse-Position Modulation, ou modulação por posição de pulso), a largura do
pulso é sempre igual. O que varia é a quantidade de pulsos em um determinado período de
tempo.

Sinal PPM

10.9 Outros sinais de modulação por pulso


Há uma variedade de esquemas de modulação por pulso, principalmente no ramo das
telecomunicações:
 PWM (Pulse Width Modulation): modulação por largura de pulso
 PAM (Pulse Amplitude Modulation): modulação por amplitude de pulso
 PDM (Pulse Durationy Modulation): modulação por duração de pulso
 PPM (Pulse Position Modulation): modulação por posição de pulso
 PFM (Pulse Frequency Modulation): modulação por frequência de pulso
 PCM (Pulse Code Modulation): modulação de código de pulso

T1444F <> Documento do instrutor 125


10 Sinais elétricos
10.10 Exercícios

10.10 Exercícios
Exercício 51 Um sinal PWM foi medido com um osciloscópio HMS990, conforme exibido na tela abaixo.

Na tela do osciloscópio observa-se que o eixo horizontal indica 2 ms/divisão e o eixo vertical
indica 5 V/divisão. Sabendo disso, calcule:
 Frequência (f)
 Ciclo de trabalho (x%)
 Tensão eficaz (Uef), sabendo que para um sinal PWM: Uef = Us x x%

TT_00_00_018230_FA

126 T1444F <> Documento do instrutor


10 Sinais elétricos
10.10 Exercícios

Exercício 52 Um sinal senoidal foi medido com um osciloscópio HMS990, conforme exibido na tela abaixo.

Na tela do osciloscópio observa-se que o eixo horizontal indica 1 ms/divisão e o eixo vertical
indica 1 V/divisão. Sabendo disso, calcule:
 Frequência (f)
 Tensão eficaz (Uef), sabendo que para um sinal senoidal: Uef = Us / 2

TT_00_00_045513_FA

O multímetro não é capaz de medir a tensão de pico (Us) de um sinal elétrico alternado.
Ele mede apenas a tensão eficaz (Uef), ou seja, o multímetro mede o valor médio do sinal.
Para avaliar corretamente todas as características de um sinal elétrico, é necessária a
utilização de um osciloscópio.

T1444F <> Documento do instrutor 127


10 Sinais elétricos
10.10 Exercícios

O que acontece no multímetro quando medimos um sinal elétrico alternado?

TT_00_00_018228_FA

Exercício 53 Em seu grupo, analise quais valores o multímetro mostraria para as curvas de tensão ilustradas
a seguir. Insira esses valores no multímetro.

TT_00_00_018229_FA

128 T1444F <> Documento do instrutor


11 Osciloscópio HMS 990 (XENTRY Kit MT)
11.1 Osciloscópio universal

11 Osciloscópio HMS 990 (XENTRY Kit MT)


11.1 Osciloscópio universal
Um osciloscópio é necessário para a exibição dos sinais elétricos. Na Mercedes-Benz, é usado
o XENTRY Kit MT para essa finalidade. O osciloscópio está integrado no equipamento de
medição denominado “Tecnologia de Medição Hermann” (Hermann Measurement Technology)
e é controlado por meio do software HMS 990.

Ao clicar no ícone "HMS 990" da área de trabalho do XENTRY Tab, se o equipamento de


medição estiver conectado e ligado, ele é detectado pelo software e poderemos inicializar.

TT_00_00_013922_FA

T1444F <> Documento do instrutor 129


11 Osciloscópio HMS 990 (XENTRY Kit MT)
11.1 Osciloscópio universal

A tabela abaixo relaciona as designações dos botões na tela principal do osciloscópio:


Botão Designação Botão Designação
Indicação de status do F6 Pré-ajustes do canal B
HMS 990

ESC Voltar para o menu F7 Recupere, restabeleça a


principal conexão

F1 Ajuda F8 Número de identificação


do hardware do HMS

F2 Não designado F9 Paginar para trás na


memória

F3 Não designado F10 Paginar para frente na


memória

F4 Print screen (captura F11 Apagar o valor de


da tela) medição

F5 Pré-ajustes do canal A F12 Salvar valores de


medição

130 T1444F <> Documento do instrutor


11 Osciloscópio HMS 990 (XENTRY Kit MT)
11.1 Osciloscópio universal

A seguir verificamos a função/tarefa dos botões/campos de seleção do osciloscópio universal:

Valor de tensão que Ponta de prova


cada divisão vertical selecionada
da tela irá indicar

Filtro: redução de ruído DC=Tensão contínua


Invertido: inversão do sinal GND=Massa
Stop: congela o sinal AC=Tensão altenada
Ligado: canal ativo TT_00_00_018211_FA

Valor de tempo que Seleção do canal ou


cada divisão horizontal Seleção do trigger
da tela irá indicar

Porcentagem de Seleção do início da


frequência medição (flanco
positivo ou negativo)
TT_00_00_018212_FA

T1444F <> Documento do instrutor 131


11 Osciloscópio HMS 990 (XENTRY Kit MT)
11.2 Conjunto de informações do osciloscópio

11.2 Conjunto de informações do osciloscópio


Você utilizará o osciloscópio algumas vezes nos próximos exercícios práticos.

Eis um checklist para guiá-lo.


Checklist
 O canal utilizado está ativo?
 A linha de medição utilizada foi configurada corretamente?
 Selecionou-se uma escala de tensão considerada real?
 O tipo de tensão correto está ativo?
 A base de tempo está correta?
 O canal correto foi acionado?
 A função parar está ativa?

TT_00_00_018213_FA

132 T1444F <> Documento do instrutor


12 Trabalho prático 1
11.2 Conjunto de informações do osciloscópio

12 Trabalho prático 1
Exercício 54 Determine a atribuição dos pinos do sensor do pedal do acelerador no veículo do treinamento,
utilizando o diagrama elétrico do WIS.
Atribuição dos pinos do sensor do pedal do acelerador na unidade de controle FR/CPC
Componente Sigla do Pontos de medição
componente
Pedal do acelerador, sinal 1
Pedal do acelerador, sinal 2
Meça o sinal de tensão desse sensor, usando o XENTRY Kit e o osciloscópio HMS 990 e
desenhe na figura abaixo.

TT_00_00_045528_FA

Qual o tipo de sinal visualizado na tela do osciloscópio?

Meça com o multímetro a tensão elétrica e anote na tabela abaixo:


Componente Sigla do Tensão (V)
componente
Pedal do acelerador, sinal 1

Pedal do acelerador, sinal 2

T1444F <> Documento do instrutor 133


12 Trabalho prático 1
11.2 Conjunto de informações do osciloscópio

Exercício 55 Determine a atribuição dos pinos do sensor de rotação do comando de válvulas e do sensor de
rotação do volante do motor no veículo do treinamento, utilizando o diagrama elétrico do WIS.
Atribuição dos pinos dos sensores na unidade de comando MR
Componente Sigla do Pontos de medição
componente
Sensor de rotação do volante do motor
Sensor de rotação do comando de válvulas
Meça o sinal de tensão desse sensor, usando o XENTRY Kit e o osciloscópio HMS 990 e
desenhe na figura abaixo.

TT_00_00_045528_FA

Qual o tipo de sinal visualizado na tela do osciloscópio?

Meça com o multímetro a tensão elétrica e anote na tabela abaixo:


Componente Sigla do Tensão (V)
componente
Sensor de rotação do volante do motor

Sensor de rotação do comando de válvulas

134 T1444F <> Documento do instrutor


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.1 Fundamentos dos sistemas de barramento de dados

13 Sistemas de barramento de dados (data bus)


13.1 Fundamentos dos sistemas de barramento de dados
Um sistema de barramento é usado para a transferência rápida de dados entre as unidades de
controle. Diferentemente do passado, quando unidades de controle ainda eram
interconectadas umas com as outras por muitos fios, as unidades de controle atualmente são
interconectadas por meio de barramento de dados (data bus). Vantagens:
 São necessários muito menos conectores e cabos
 Monitoramento abrangente das funções
 Interface padronizada de barramento (ISO), que também é útil para diagnóstico
 Design modular significa alto nível de flexibilidade
 Alta confiabilidade de transmissão
 Múltiplos usos dos sensores
O ponto central de um barramento de dados (data bus) é um gateway (porta de entrada). Nos
caminhões Mercedes-Benz, é chamado de “central gateway” (CGW).
Antigamente: Cada unidade de controle requeria um sensor separado, por exemplo, para o
fornecimento da temperatura do líquido de arrefecimento. Esta rede não faz sentido de forma
lógica.

TT_00_00_018246_FA TT_00_00_018248_FA

Hoje: As informações, tais como temperaturas do líquido de arrefecimento, são distribuídas


por um sistema de barramento para múltiplas unidades de controle, o que significa que
somente é necessário um sensor conectado ao barramento de dados. Esta solução é mais
rentável e faz mais sentido tecnicamente.

TT_00_00_018247_FA TT_00_00_018249_FA

T1444F <> Documento do instrutor 135


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.2 CAN bus (Controller Area Network)

Como funciona?
 Medidas análogas são registradas pelos sensores e convertidas em dados digitais na
unidade de controle para transferência.
 Os dados são transferidos entre as unidades de controle via conexões por cabos elétricos
ou óticos, daí vem o termo barramento de dados (data bus).
 A unidade de controle receptora transforma diretamente os dados digitais de entrada ou os
converte a um valor analógico para acionamento de um atuador.

Dependendo da carga de comunicação, há barramentos de dados no veículo que operam


em velocidades diferentes: alta velocidade e baixa velocidade.

13.2 CAN bus (Controller Area Network)


A abreviação CAN significa Controller Area Network. O sistema de barramento de dados CAN é
um protocolo de comunicação padronizado usado para a transferência rápida de dados entre
unidades de controle e consiste de 2 cabos entrelaçados. Os 2 cabos entrelaçados impedem
interferência eletromagnética e emissões radiadas, por exemplo, como as produzidas por
telefones celulares e estações de transmissão.

136 T1444F <> Documento do instrutor


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.2 CAN bus (Controller Area Network)

Observe no exemplo acima, o diagrama da rede do caminhão AXOR:


 O painel de instrumentos (INS) é o ponto central (central gateway) entre os barramentos
de dados.
 As linhas de dados (linha K) destes sistemas simples (FFB, EDW, HZR, KSA, ZHE e SRS)
estão todas paralelas a um conector comum e também à tomada de diagnóstico.
 Os sistemas necessários para operação comunicam-se uns com os outros através do
barramento de dados HS-CAN (CAN de alta velocidade).
 O ponto estrela, na verdade, é para onde convergem todos os barramentos de dados
HS-CAN (CAN de alta velocidade) das unidades de controle FR, BS, KS, GS, AG, NR, WS,
PSM, KOM e painel de instrumentos (INS).
 Há 4 sistemas (FLA, MR, AM e KB) que estão conectados a um sistema correspondente
através do barramento de dados LS-CAN (CAN de baixa velocidade).
Linha K (K-line)

Possui um único cabo. É a linha de dados com a menor velocidade de dados (9,6 kBaud) e é
utilizada para conectar o equipamento de diagnóstico ao veículo. Não possui limitação definida
para o comprimento do cabo.

TT_54_18_005697_SW

Barramento de dados CAN de alta velocidade (HS-CAN Bus)

Por onde os dados são transferidos em 2 cabos entrelaçados (cabo CAN-H e cabo CAN-L) a
uma velocidade muito alta (até 500 kBaud a uma frequência de 62,5 kHz). Seu comprimento é
de, no mínimo, 30 cm e de, no máximo, 2 m.

TT_00_00_018252_FA

Barramento de dados CAN de baixa velocidade (LS-CAN Bus)

Aqui, a velocidade de transferência de dados fica entre o K-line e o CAN de alta velocidade. Os
dados são transmitidos em dois cabos entrelaçados (cabo CAN-H e cabo CAN-L) para o CAN de
baixa velocidade (125 kBaud a uma frequência de 62,5 kHz). Dois cabos massa (GND), que

T1444F <> Documento do instrutor 137


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.2 CAN bus (Controller Area Network)

estão entrelaçados com as linhas de dados, também são utilizados para proteção (blindagem).
Seu comprimento é de, no máximo, 15 m.

TT_00_00_018253_FA

Simbologia de cabos entrelaçados (trançados/retorcidos):

Transmissão do sinal

A transmissão do sinal é executada através de "pacotes de dados", denominado “telegrama de


dados”. Um telegrama de dados sempre inclui um identificador. O identificador fornece
informações sobre o conteúdo dos dados e a prioridade (importância) do pacote de dados.
Com base no identificador, a unidade de controle decide se a informação recebida é importante
ou não.
Todas as unidades de controle possuem igual status (nível de importância) e, portanto, é
possível que múltiplas unidades de controle possam transmitir seus dados simultaneamente.
Para evitar que ocorram conflitos no sistema de barramento, o sistema de barramento garante
que a mensagem mais importante tenha prioridade. Esse processo é conhecido como
arbitragem.

Formato da mensagem CAN

O CAN suporta dois formatos diferentes de telegramas de dados, diferenciados somente pelo
comprimento do identificador (ID). O comprimento do ID é de 11 bits no formato padrão e de
29 bits no formato expandido. O telegrama transmitido tem no máximo 130 bits (formatos
padrão e expandido). Isso assegura que o tempo de espera até a próxima transmissão (que
pode ser urgente) seja o menor possível.
O telegrama de dados é composto por 7 campos consecutivos:
 Start (início do registro) (1 bit): indica o começo da mensagem e sincroniza todas
unidades de controle.

138 T1444F <> Documento do instrutor


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.2 CAN bus (Controller Area Network)

 Campo A (arbitragem) (12 bits): é composto pelo identificador da mensagem (ID) e bits
adicionais de controle. Durante a transmissão deste campo, a unidade de controle
emissora verifica a cada bit se ela ainda detém prioridade ou se uma unidade de controle
com maior prioridade está transmitindo. Quanto mais alto o valor numérico, menor é a
prioridade. O bit de controle determina se a mensagem é classificada como “registro de
dados” ou como “registro remoto”.
 Campo C (controle) (6 bits): contém a quantidade de bits de dados contidos no campo de
dados.
 Campo D (dados) (0 a 64 bits): dispõe de um conteúdo de informação entre 0 e 8 bytes
(64 bits). Uma mensagem de comprimento 0 pode ser usada para sincronização dos
processos distribuídos.
 Campo CRC (verificação cíclica de redundância) (16 bits): contém uma palavra para
verificar possíveis interferências na transmissão.
 Campo ACK (confirmação) (2 bits): contém o sinal de confirmação de todas as unidades
de controle receptoras, indicando que a mensagem foi recebida sem erros.
 Campo E (fim do registro) (7 bits): marca o final da mensagem.
 Pause (pausa): pausa mínima de 3 bits entre os telegramas de dados.
Os telegramas de dados são transmitidos ciclicamente, em intervalo de tempos regulares. Isso
assegura que o status de atualização de dados seja sempre avaliado. O tempo do ciclo, ou seja,
o tempo entre as transmissões repetidas dos telegramas individuais depende da importância e
da frequência da alteração do seu conteúdo.
Os valores importantes medidos, que mudam frequentemente, devem ser enviados para o
barramento em intervalos curtos. Por exemplo, a rotação do motor (rpm) deve ser lida e
processada frequentemente pelo controle do veículo (FR/CPC). Portanto, a mensagem em que
a rotação do motor é enviada tem uma alta prioridade.
Formatos do telegrama de dados
Como mencionado anteriormente, no CAN existem dois formatos de telegramas de dados,
diferenciados somente pelo comprimento do identificador (ID), sendo o formato padrão
CAN2.0A (11 bits) e o formato expendido CAN2.0B (29 bits).
Cada mensagem da linha CAN tem seu próprio identificador (ID). Um identificador somente
pode ser usado uma única vez no barramento CAN. Portanto, o número de mensagens
possíveis é limitado. Os limites são predeterminados pelo tamanho do identificador.
Um identificador de 11 bits pode, assim, usar um máximo de 211 endereços de mensagem
diferentes, isto traz um rendimento possível de 2048 mensagens. Com um identificador de 29
bits, 229 mensagens diferentes são possíveis. Este rendimento configura 536 milhões de
mensagens possíveis.
Todas as unidades de controle recentemente desenvolvidas foram projetadas para
barramentos CAN2.0B com um identificador de 29 bits, para obter os pré-requisitos para
futuras aplicações e funções no veículo. A compatibilidade entre os dois formatos é alcançada
pela função de passagem na unidade de controle que faz o papel de central gateway (CGW),
durante o “mapeamento” de identificadores de 11a 29 bits e vice-versa. Isto possibilita
continuar a utilizar o formato padrão de telegramas de dados para os sistemas atuais e o

T1444F <> Documento do instrutor 139


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.2 CAN bus (Controller Area Network)

formato expandido para os novos sistemas, em um mesmo veículo. Isso ocorre, por exemplo,
no caminhão ACTROS (93x).
No processo de mapeamento, as primeiras 18 posições do identificador de 29 bits são
preenchidas com a informação de bits "0", ou seja, apagadas. Ao mapear, os bits de dados são
transmitidos a 1:1, somente o ID é traduzido de 11 bits para 29 bits e vice-versa.

 As velocidades de transferência no barramento de dados CAN são especificadas em


kiloBaud (kBaud). 1 kBaud é igual à transferência de 1000 bits por segundo.
 Com uma velocidade de transferência de 500 kBaud, o envio de uma mensagem leva
aproximadamente 0,3 ms.
 Baud é a unidade de velocidade de sinalização. A velocidade em Bauds é o número de
mudanças na linha de transmissão (seja em frequência, amplitude, fase etc...) ou
eventos por segundo. Em baixas velocidades, cada evento representa apenas uma
condição de bit, e a taxa em Bauds é igual ao valor em bps (bits por segundo). Para
velocidades mais elevadas, cada evento representa mais do que um bit, e a taxa em
Bauds não segue o valor em bps.

Nível do sinal

O nível do sinal refere-se à tensão elétrica entre o cabo (linha) do barramento de dados e a
massa. Esses dois níveis de sinal correspondem à comutação entre os estados lógicos 0 e 1.
Dois cabos são usados no barramento de dados CAN:
 CAN-High (CAN-H) (CAN-Alta) – cabo azul
 CAN-Low (CAN-L) (CAN-Baixa) – cabo amarelo

TT_54_00_034938_FA

140 T1444F <> Documento do instrutor


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.2 CAN bus (Controller Area Network)

Devido aos diferentes níveis de sinais 0 e 1, os sinais também são diferentes uns dos outros.
Geralmente, as tensões elétricas variam de 0 V a 5 V, ou de 8 V (1/3 Ubat) a 16 V (2/3 Ubat).
O telegrama de dados é transmitido em ambos os cabos (linhas), ou seja, na CAN-High (alta) e
na CAN-Low (baixa). Se ocorrer interferência, por exemplo, de um telefone celular, ela afetará
ambas as linhas na mesma proporção. A diferença resultante de tensão no sinal da CAN-High e
da CAN-Low é avaliada pela unidade de controle. A tensão total entre a CAN-Highe a CAN-Low
continua a mesma por todo o tempo (vide gráfico a seguir) e não há efeito sobre o sinal.

TT_54_00_034939_FA

O barramento CAN foi projetado com linhas de cobre e opera com diferença de sinais. Estes
sinais se baseiam num valor fixo de tensão (figura 1 aprox. 2,5 volts). O barramento é,
teoricamente, projetado com 3 linhas: CAN-H (alta), CAN-L (baixa), e CAN-GND (massa),
embora CAN-GND também pode ser coberto pelo massa do veículo. CAN-L possui o nível
complementar (imagem de espelho) da CAN-H ao massa. Assim, a interferência do modo
comum e as tensões de ruído (figura 2) podem ser suprimidas, pois a diferença de tensão (Δ)
permanece a mesma. Na figura 2, a tensão de ruído é de +1 V, que se adiciona à tensão do
sinal. O sinal de diferença Δ ainda é de 2 V, no entanto. A tensão de saída dos sinais (figura 1
aprox. 2,5 V) garante o diagnóstico do sistema se uma ou ambas as linhas CAN estiverem em
curto-circuito com o massa. O valor de tensão da linha com o massa cai para zero. Isto é
reconhecido pela unidade de controle e exibido como uma falha. A conexão ao massa é criada
internamente. Para isso, todas as unidades de controle são levadas a um ponto de tensão
comum. A transferência de dados perfeita só é garantida quando ambas as linhas de dados
funcionarem corretamente. Isto requer fiação perfeita.

Valor de tensão (figura 1) Interferências do modo comum e tensões de


ruído (figura 2)

A CAN-High (alta) A CAN-High (alta)

B CAN-Low (baixa) B CAN-Low (baixa)

T1444F <> Documento do instrutor 141


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.2 CAN bus (Controller Area Network)

Capacidade de fio único


A CAN de baixa velocidade (LS-CAN) ainda é capaz de funcionar se houver um problema ou
defeito com uma linha. O tão chamado modo de fio único permite operações através de uma
linha no caso dos seguintes problemas:
 Descontinuidade (interrupção) em uma das duas linhas CAN
 Curto-circuito de uma linha com o massa (negativo)
 Curto-circuito de uma linha com o positivo
 Curto-circuito entre as linhas CAN-H e CAN-L
A pré-condição para a capacidade de fio único para a CAN de baixa velocidade é uma ligação
massa separada entre as unidades de controle.
Se ambas as linhas tiverem um curto-circuito contra tensão de bateria ou massa, nenhuma
função será possível!

Diagnóstico dos sistemas de barramento CAN

Existem vários sistemas de barramento CAN utilizados nos caminhões e ônibus da Mercedes-
Benz. Eles variam na velocidade da linha K, bem como da CAN de baixa velocidade e CAN de
alta velocidade. A fim de diferenciá-las claramente, receberam nomes correspondentes com
suas tarefas.

Sistemas de barramento CAN


Linha K U alimentação 24 V interno Esta é a linha de dados com a menor velocidade
U high ≈ 22,0 V de dados, 9,6 kBaud, e serve como uma conexão
entre o veículo e a tomada de diagnóstico, assim
U low ≈2V
como a linha de dados para o diagnóstico off-
U amplitude 20,0 V board.
CAN do chassi, U alimentação 5 V interno Existem duas versões:
CAN do veículo, U high ≈ 3,5 V • CAN do chassi, CAN da telemática e CAN
CAN da temática, do SCR com 250 kBaud cada.
CAN do freio e U low ≈ 1,5 V
CAN do SCR U amplitude 2,0 V • CAN do veículo e CAN do freio com 500
kBaud cada.
CAN do tacógrafo, U alimentação 5 V interno • CAN do tacógrafo com 125 kBaud.
CAN da carroceria (PSM) U high ≈ 3,5 V • CAN da carroceria (PSM) com 250 kBaud.
U low ≈ 1,5 V
U amplitude 2,0 V
CAN do interior U alimentação 5 V interno 125 kBaud
U high ≈ 4,8 V
U low ≈ 0,3 V
U amplitude 4,5 V
CAN do motor, U alimentação 24 V (U bat.) • CAN do motor com 125 kBaud.
CAN da transmissão, U high ≈ 2/3 U bat. • CAN da transmissão com 250 kBaud.
CAN do freio do reboque,
CAN do reboque (PSM), U low ≈ 1/3 U bat.
CAN da carroceria (PSM) U amplitude 8,0 V

142 T1444F <> Documento do instrutor


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.2 CAN bus (Controller Area Network)

Sub-bus ASIC U alimentação 24 V interno 28,8 kBaud


U high ≈ 11 V
U low ≈ 0,1 V
U amplitude 11,0 V
Sub-bus LIN U alimentação 12 V 19,2 kBaud
U high ≥ 9,6 V
U low ≤ 2,4 V
U amplitude 7,2 V

Para medir da tensão das linhas CAN, deve-se ligar o multímetro no cabo amarelo (CAN-Low)
ou azul (CAN-High) e na massa da unidade de controle (31).

 Corrosão (ferrugem), soldas e emendas de má qualidade nos cabos do barramento de


dados CAN podem causar ruídos e mau funcionamento na transmissão de dados,
devido ao aumento da resistência elétrica nos cabos.
 As instruções de reparação dos cabos do barramento de dados CAN podem ser
encontradas no WIS, sob o número de documento AH54.18-N-0001-01A.
 Se for necessária a substituição dos cabos do barramento de dados CAN, o
entrelaçamento deve possuir de 30 a 40 voltas a cada 1 metro.

Resistências de terminação

Já que o barramento de dados CAN opera à uma velocidade de até 667 kBit/s, sinais refletidos
(reflexos) podem ocorrer no final do cabo do barramento de dados. Um reflexo é como um eco
nas montanhas. Ao chegar no final do cabo do barramento de dados, o sinal volta para o
mesmo cabo do barramento de dados. Isso pode adulterar o sinal. Para evitar isso, no
barramento de dados CAN de alta velocidade (HS-CAN) são usadas resistências de terminação
(entre as linhas CAN-High e CAN-Low). Elas atenuam o sinal e assim impedem a adulteração do
telegrama de dados.
Nos veículos comerciais, as resistências de terminação são encontradas nos pontos neutros
(pontos estrela) ou em unidades de controle. O ponto estrela que NÃO têm resistências de
terminação e nem conexão à massa são chamados de pontos terminais. Os elementos de
ferrite são adicionalmente integrados em ambos os pontos estrela e pontos terminais. Estes
eliminam quaisquer picos de tensão que possam ocorrer. Para fins de diferenciação, o ponto

T1444F <> Documento do instrutor 143


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.2 CAN bus (Controller Area Network)

estrela possuem um invólucro preto ou azul e os pontos terminais possuem um invólucro


branco ou amarelo.

Ponto neutro (ponto estrela) TT_54.10-006586-FA Ponto terminal TT_54.10-006587-FA

conector preto conector amarelo

Ponto neutro (ponto estrela)

TT_00_00_018254_FA

Há 3 tipos de pontos estrela, dependendo do número de participantes no barramento HS-CAN.


 18 nós (3 conectores), 12 nós (2 conectores) e 6 nós (1 conector)
No ponto estrela, existe um circuito eletrônico integrado do tipo RLC composto de resistores,
indutores e capacitores. O capacitor tem a função de filtrar ruídos. Os resistores de 30 Ω são
os resistores de terminação das linhas de dados. Elementos de ferrita nos terminais de contato
impedem os picos de tensão.

TT_00_00_018255_FA

No interior do ponto estrela, todos os terminais da linha CAN-High estão interconectados entre
si e em série com uma resistência de 30  e, todos os terminais da linha CAN-Low também
estão interconectados entre si e em série com outra resistência de 30 . A resistência do

144 T1444F <> Documento do instrutor


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.2 CAN bus (Controller Area Network)

ponto estrela é de 60  entre as linhas CAN-H e CAN-L e, tem como objetivo realizar o
casamento de impedâncias entre as unidades de controle.

As unidades de controle possuem uma alta resistência interna que, em paralelo com a
resistência do ponto estrela (60 ), resulta também num valor aproximado de 60 , realizando
então o casamento de impedâncias. Veja o exemplo a seguir, onde calculamos a resistência
equivalente entre a unidade de controle do sistema de freio ABS (33 k) e o ponto estrela (60
).

Exercício 56 Qual é o valor da resistência elétrica medido no ponto estrela? Meça com o multímetro.

a)  
b) aprox. 30 

c) aprox. 60 
d) aprox. 15 

T1444F <> Documento do instrutor 145


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.3 Sub-bus LIN (Local Interconnect Network)

13.3 Sub-bus LIN (Local Interconnect Network)


O barramento de dados LIN (Local Interconnect Network) difere significativamente do
barramento de dados CAN em termos de características de design e transferência de dados. É
um barramento serial de baixo custo e substitui o barramento CAN na transferência de dados
das áreas que não são críticas quanto à segurança.
As propriedades de um barramento LIN incluem:
 Tensão nominal de 12 V
 A transferência de sinais ocorre por meio de um cabo de fio único
 A taxa máxima de transferência de dados é de 19,2 kBaud
 Comunicação baseada em ID
 Extensão do sistema de barramento de dados CAN
 Verificação de segurança para telegrama de dados com detecção de falhas (serve para
garantir os dados úteis)
 Baixo custo
 Opera pelo princípio mestre/escravo
O barramento LIN é um sistema de sub-bus que é conectado ao barramento CAN. O sinal é
transmitido por um barramento de fio único e opera com 19,2 kBaud, tornando-o duas vezes
mais rápido do que a linha K. O processo de comunicação é baseado em ID. O barramento LIN
requer um mestre e pelo menos um escravo. Até 15 escravos (sensores) podem ser
conectados ao mesmo. Isso significa que todos os participantes (mestre/escravos) do
barramento de dados LIN podem receber uma mensagem, mas somente o participante afetado
responde. Os participantes nunca transmitem informações por sua própria iniciativa, e são
avisados para fazer isso pela unidade de controle mestre.
Somente a unidade de controle mestre se comunica com o barramento CAN.
A fonte de alimentação interna é de 12 V. Todos os participantes (mestre/escravos) são
alimentados com corrente independente da linha de dados.

1 Módulo mestre
2 Módulo escravo
3 Módulo escravo
TT_54_00_005752_SW

146 T1444F <> Documento do instrutor


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.3 Sub-bus LIN (Local Interconnect Network)

Há uma unidade de controle mestre (1) que sempre inicia a “atividade”. Existem dispositivos
escravos (2, 3) que respondem as consultas da unidade de controle mestre. Todos os
conectados ao barramento LIN podem ler a mensagem do mestre e decidir se a informação
lhes é relevante, com base na identificação, para então processar a informação de forma
correspondente. O tráfego completo do barramento LIN é iniciado e controlado pelo mestre.
Por exemplo, no caminhão ACTROS (93x), o mestre é o módulo básico (GM) e os escravos são
o sensor de chuva e luz (RLS) e o sensor de bateria (IBS).

LIN bus – o barramento tolerante

O barramento LIN também é conhecido como “barramento tolerante”.


Isto pode ser visto em ambos os gráficos:
Na transmissão, "lógico 1" é aceito, se pelo menos 80 % da tensão (12 V) for aplicada ao LIN e
"lógico 0", se < 20 % da tensão (12 V) for aplicada.
Na recepção, "lógico 1" é aceito, se pelo menos 60 % da tensão (12 V) for aplicada e "lógico 0",
se <40 da tensão (12 V) for aplicada.

Transmissão Recepção

TT_00_19_005753_FA TT_00_19_005754_FA

T1444F <> Documento do instrutor 147


13 Sistemas de barramento de dados (data bus)
13.4 Sub-bus ASIC (Application System Integrated Circuit)

13.4 Sub-bus ASIC (Application System Integrated Circuit)


A abreviação ASIC significa Application System Integrated Circuit e refere-se a um sistema de
barramento de dados composto por 3 cabos. É constituído por um cabo de dados, um cabo
positivo e um cabo negativo. Os dois cabos de alimentação fornecem tensão aos participantes,
enquanto os telegramas de dados são transmitidos por meio do cabo de dados.

O barramento ASIC é muito semelhante ao barramento LIN, pois também é composta por um
mestre e seus módulos escravos. Tem baixo custo e substitui o barramento CAN na
transferência de dados das áreas que não são críticas quanto à segurança.

O barramento ASIC é um sistema de sub-bus que é conectado ao barramento CAN. O processo


de comunicação é baseado em ID a uma velocidade de 28,8 kBaud, limitado ao comprimento
máximo dos cabos de até 15 m. Somente a unidade de controle mestre se comunica com o
barramento CAN. A tensão de alimentação é de 24 V.
Por exemplo, no caminhão ACTROS (93x), o mestre é o painel modular de interruptores (MSF) e
os escravos são os módulos de interruptores. O cabo positivo é azul, o negativo é amarelo e o
cabo de dados é marrom/vermelho.

148 T1444F <> Documento do instrutor


14 Redes de comunicação
14.1 Fundamentos de redes

14 Redes de comunicação
14.1 Fundamentos de redes
A interconexão entre as unidades de controle do veículo é denominada rede de comunicação
ou arquitetura eletrônica.
As arquiteturas eletrônicas são divididas em dois tipos. Na arquitetura centralizada, existe
apenas uma unidade de controle que conecta todos os sensores e atuadores do veículo. A
arquitetura distribuída possui várias unidades de controle, cada uma responsável por um
sistema específico do veículo e conectada com seus respectivos sensores e atuadores, e que
se comunicam entre si por meio de barramentos de dados CAN, LIN ou ASIC.
As montadoras de veículos estruturam suas arquiteturas eletrônicas objetivando reduzir custos
de produção, diagnóstico, manutenção e reparo. Em geral os veículos pesados (caminhões e
ônibus) possuem no mínimo uma rede de controle e uma rede de diagnóstico.
Atualmente existem veículos com mais de 50 unidades de controle em sua arquitetura
eletrônica interligados por mais de 10 barramentos CAN, além dos barramentos LIN e ASIC.

14.2 Arquitetura FR/MR


Esta arquitetura é utilizada atualmente nos veículos pesados Mercedes-Benz, sendo caminhões
ACCELO, ATEGO e AXOR (exceto ACTROS 93x) e todos os ônibus. Também chamada de
Sistema Eletrônico Integrado (IES - Integrated Electronics System).

Rede IES-CAN TT_54_00_006711_SH

T1444F <> Documento do participante 149


14 Redes de comunicação
14.2 Arquitetura FR/MR

ABS Sistema antitravamento do freio RS Controle do retardador

AG Seleção de marchas automática SCR Redução catalítica seletiva, BlueTec

AGS2 Controle de transmissão automática 2 SPA Sistema de controle de faixa de


rolagem
AGN Transmissão automática Allison SRS Sistema de retenção suplementar

AM Modulador do eixo TCO Tacógrafo

ART2 Sistema de controle de proximidade WS Sistema de manutenção flexível

BS2 Sistema de freio 2 ZHE Aquecedor auxiliar

EAB CAN do freio eletrônico do reboque ZV (CL) Trava elétrica central

EHZ Direção eletrohidráulica auxiliar X13 Tomada de diagnóstico

FDR Controle dinâmico de condução Z1 Ponto neutro (ponto estrela)

FFB Receptor do controle remoto por rádio Z2 Ponto terminal

FLA Sistema de partida por chama Z3 Ponto neutro (ponto estrela)

FR/CPC Controle do veículo Z5 Ponto terminal

GS Controle da transmissão 1 CAN do veículo, 500 kBaud

HPS Mudança de marcha hidráulico- 2 CAN do interior, 125 kBaud


pneumática
KB Operação da embreagem 3 CAN do chassi, 250 kBaud

KS Controle da embreagem 4 CAN do motor, 125 kBaud

KSA Sistema de travamento de conforto 5 CAN da transmissão, 250 kBaud

LWS Sensor de ângulo do volante 6 CAN do freio 500 kBaud,

MR 7 CAN do reboque para PSM, 125


Controle do motor
kBaud
NOX 8 CAN da carroceria para PSM,
Sensor de óxido de nitrogênio
125 kBaud
NR Controle de nível 9 CAN da telemática, 250 kBaud

PSM Módulo especial parametrizável 10 CAN do tacógrafo, 125 kBaud

RAD Rádio 11 CAN do freio do reboque, 125 kBaud

RD Monitoramento da pressão dos pneus 12 Diagnóstico on-board SCR-CAN, 250


kBaud

150 T1444F <> Documento do participante


14 Redes de comunicação
14.3 Rede KontAct

14.3 Rede KontAct


A rede KontAct (Konzeption der Elektrik/Elektronikvernetzung im ACTROS) é o conceito de
ampliação da rede do Sistema Eletrônico Integrado (IES - Integrated Electronics System).
Esta rede é utilizada atualmente nos caminhões ACTROS2 e ACTROS3 (BM 93x).

Rede KontAct TT_54.00-001704-SW.jp

AM Modulador do eixo RLS Sensor de chuva e luz

AG Seleção de marchas automática RS Controle do retardador

ANH Interface eletrônica da CAN do SCR Redução catalítica seletiva, BlueTec


reboque para PSM
ART2 Sistema de controle de proximidade SPA Sistema de controle de faixa de
rolagem
AUF Interface eletrônica da CAN da SR Controle de estabilidade
carroceria para PSM
BS Sistema de freio SRS Sistema de retenção suplementar

BTS Chave seccionadora da bateria GGVS TCO Tacógrafo

EAB Interface eletrônica da CAN do freio do TMF Módulo da porta do motorista


reboque
EAPU Unidade de processamento eletrônico TMB Módulo da porta do passageiro
de ar
EDW (ATA) Sistema de alarme antifurto TP Plataforma telemática

FFB Receptor do controle remoto por rádio WR Controle de rolagem

T1444F <> Documento do participante 151


14 Redes de comunicação
14.3 Rede KontAct

FLA Sistema de partida por chama WS Sistema de manutenção flexível

FM Módulo dianteiro (módulo frontal) WSK Embreagem do conversor de torque

FR/CPC Controle do veículo X13 Tomada de diagnóstico EOBD

GM (BM) Módulo básico ZDS (CDM) Memória central de dados

GS Controle de transmissão ZHE Aquecedor auxiliar

HM Módulo traseiro ZL Eixo traseiro dirigível

HZR Controle do aquecedor Z2 Ponto terminal 2

IBS Sensor de bateria integrado Z3 Ponto terminal 3

INS Painel de instrumentos Z6 Ponto terminal 6

KB Operação da embreagem 1 CAN do veículo, 500 kBaud

KDiag Linha K de diagnóstico 2 CAN do interior, 125 kBaud

KNot Linha K da mudança de marcha de 3 CAN do chassi, 250 kBaud


emergência
KOM Interface de comunicação 4 CAN do motor, 125 kBaud

KR Controle da embreagem 5 CAN da transmissão, 250 kBaud

LWS Sensor de ângulo do volante 6 CAN do freio, 500 kBaud


MSF Painel modular de interruptores 7 CAN do reboque para PSM, 125
kBaud
MR Controle do motor 8 CAN da carroceria para PSM, 125
kBaud
NR Controle de nível da suspensão 9 CAN da telemática, 250 kBaud

PSM Módulo especial parametrizável 10 CAN do tacógrafo, 125 kBaud

RAD Rádio 11 CAN do freio do reboque, 125 kBaud


RD Monitoramento da pressão dos pneus 12 Diagnóstico on-board SCR-CAN, 250
kBaud

152 T1444F <> Documento do participante


14 Redes de comunicação
14.4 Tomada de diagnóstico X13

14.4 Tomada de diagnóstico X13


A tomada de diagnóstico é a interface de comunicação padronizada entre as unidades de
controle e o equipamento de diagnóstico para o diagnóstico de falhas em veículos.
OBD: a tomada OBD (On-Board Diagnostics) de 14 pinos é utilizada no diagnóstico de veículos
antigos. A atribuição dos pinos é padronizada.

OBD

Pino 01 Terminal 31 massa Pino 08 Linha K


Pino 02 Terminal 15 Pino 09 NÃO ATRIBUIDO
Pino 03 Terminal 30 Pino 10 NÃO ATRIBUIDO
Pino 04 NÃO ATRIBUIDO Pino 11 NÃO ATRIBUIDO
Pino 05 MR/PLD Pino 12 NÃO ATRIBUIDO
Pino 06 NÃO ATRIBUIDO Pino 13 FR/CPC
Pino 07 NÃO ATRIBUIDO Pino 14 NÃO ATRIBUIDO

OBD-II/EOBD: utilizada atualmente nos veículos, a tomada OBD-II de 16 pinos é equivalente à


tomada EOBD (European On-Board Diagnostics). A seguir a atribuição padrão dos pinos:

OBD-II / EOBD

Pino 01 NÃO ATRIBUIDO Pino 09 MR


Pino 02 NÃO ATRIBUIDO Pino 10 AGS2 (somente ATEGO2)
Pino 03 NÃO ATRIBUIDO Pino 11 NÃO ATRIBUIDO
Pino 04 Terminal 31 massa Pino 12 Ativação do rádio (produção)
Pino 05 Terminal 31 massa Pino 13 Ativação da navegação (produção)
Pino 06 EOBD CAN-High para Z3 Pino 14 EOBD CAN-Low para Z3
Pino 07 Linha K Pino 15 Transmissão Allison (somente ATEGO2)
Pino 08 Terminal 15 Pino 16 Terminal 30

T1444F <> Documento do participante 153


15 Trabalho prático 2
14.4 Tomada de diagnóstico X13

15 Trabalho prático 2
Exercício 57 Determine a atribuição dos pinos da CAN do veículo (CAN1) no veículo do treinamento,
utilizando o diagrama elétrico do WIS.
Atribuição dos pinos da CAN do veículo (CAN1) na unidade de controle FR/CPC
CAN Pontos de medição
CAN-High
CAN-Low
Meça simultaneamente os sinais de tensão (High/Low) da CAN, usando o XENTRY Kit e o
osciloscópio HMS 990 e desenhe na figura abaixo.

TT_00_00_045528_FA

Meça com o multímetro a tensão elétrica e anote na tabela abaixo:


CAN Tensão (V)
CAN-High

CAN-Low

154 T1444F <> Documento do participante


15 Trabalho prático 2
14.4 Tomada de diagnóstico X13

Exercício 58 Determine a atribuição dos pinos da CAN do motor (CAN4) no veículo do treinamento,
utilizando o diagrama elétrico do WIS.
Atribuição dos pinos da CAN do motor (CAN4) na unidade de controle FR/CPC
CAN Pontos de medição
CAN-High
CAN-Low
Meça simultaneamente os sinais de tensão (High/Low) da CAN, usando o XENTRY Kit e o
osciloscópio HMS 990 e desenhe na figura abaixo.

TT_00_00_045528_FA

Meça com o multímetro a tensão elétrica e anote na tabela abaixo:


CAN Tensão (V)
CAN-High

CAN-Low

T1444F <> Documento do participante 155


16 Tipos de falhas
16.1 Fundamentos de falhas elétricas

16 Tipos de falhas
16.1 Fundamentos de falhas elétricas
Curto-circuito
É a passagem de corrente elétrica acima do normal, devido à redução abrupta da resistência
elétrica de um circuito. Por exemplo, um curto-circuito pode ser causado quando um fio
elétrico é acidentalmente conectado entre os terminais positivo e negativo de um circuito,
excluindo todos os consumidores deste circuito. Normalmente um curto-circuito provoca danos
tanto no circuito elétrico quanto no componente que causou a redução da resistência elétrica.
Na medição de um curto-circuito, a resistência elétrica é muito baixa, próximo de 0 .

F2009x0391.jpg

Circuito interrompido
Quando há uma interrupção da passagem da corrente elétrica em um circuito elétrico.
Normalmente a interrupção acontece no condutor elétrico, em seus terminais ou no interior de
um componente elétrico participante do circuito.
Na medição de um circuito interrompido, a resistência elétrica é muito alta ( ).

156 T1444F <> Documento do participante


16 Tipos de falhas
16.2 Tipos de falhas

16.2 Tipos de falhas


Há quatro tipos de falhas que podem ser detectadas pela unidade de controle:
 Circuito aberto (interrupção)
 Curto-circuito para massa
 Curto-circuito para positivo
 Curto-circuito entre linhas
O equipamento de diagnóstico XENTRY Kit/Star Diagnosis da Mercedes-Benz identifica cada
tipo de falha por meio de uma simbologia:

Exercício 59 Observe o caminho da corrente elétrica do sensor de rotação abaixo. Neste caso, o sensor está
com defeito!

TT_00_00_018257_FA

a) Qual tipo de falha será reconhecido pela unidade de controle?

b) Como esta falha também poderia ser encontrada utilizando-se medições?

T1444F <> Documento do participante 157


16 Tipos de falhas
16.2 Tipos de falhas

Exercício 60 Diga como você mediria cada tipo de falha em um chicote elétrico. O que o multímetro mostra?

a) Curto-circuito entre linhas

TT_00_00_018260_FA

b) Curto-circuito para massa

TT_00_00_018261_FA

c) Circuito aberto

TT_00_00_018259_FA

d) Curto-circuito para positivo

TT_00_00_018262_FA

158 T1444F <> Documento do participante


16 Tipos de falhas
16.2 Tipos de falhas

Exercício 61 Assinale com um X o tipo de falha que o XENTRY Kit detecta:

TT_54.00-006347-SW

TT_54.00-006348-S

Exercício 62 Assinale com um X o tipo de falha que o XENTRY Kit detecta:

TT_54.00-006347-SW

TT_54_00_006349_S

Exercício 63 Assinale com um X o tipo de falha que o XENTRY Kit detecta:

TT_54.00-006347-SW

TT_54_00_006350_S

T1444F <> Documento do participante 159


16 Tipos de falhas
16.2 Tipos de falhas

Exercício 64 Assinale com um X o tipo de falha que o XENTRY Kit detecta:

TT_54.00-006347-SW

TT_54_00_006349_S

Exercício 65 Assinale com um X o tipo de falha que o XENTRY Kit detecta:

TT_54.00-006347-SW

TT_54_00_006349_S

Exercício 66 Assinale com um X o tipo de falha que o XENTRY Kit detecta:

TT_54.00-006347-SW

TT_54_00_006353_S

160 T1444F <> Documento do participante


17 Trabalho prático 3
17.1 Sistema de níveis de diagnóstico

17 Trabalho prático 3
17.1 Sistema de níveis de diagnóstico

Designação
Nível Por quê? Objetivo
do nível
 Informação a partir da entrevista
com o cliente.  Descartar operação incorreta (do
 Reproduzir a reclamação. cliente) da função defeituosa
 Efetuar o controle visual e (sistema).
funcional.  Determinação do jogo (do que se
Análise da
 Avaliar o protocolo do teste trata?).
reclamação
rápido de entrada.  Determinação dos jogadores (de
 Utilizar as fontes de quem se trata?).
conhecimento.  Utilização das fontes de
 Determinar o nível de setor e conhecimento (WIS, TIPS,
função. colegas).

 Determinar a sequência dos


passos de comprovação.
O objetivo do nível de
 Selecionar os equipamentos de
comprovação é determinar, de
teste e os instrumentos de
maneira estruturada, os
medição.
Nível de resultados mensuráveis com
 Determinar os testes e os pontos
comprovação pouco esforço. Isto pode ser
de medição.
alcançado lendo os valores
 Determinar os resultados de atuais, ativando componentes ou
medição.
verificando condutores.
 Avaliar os resultados de medição.

 Determinar a causa da falha.


A eliminação da causa da falha,
Nível de  Identificar a cadeia de efeitos da
evita a recorrência da falha.
causa causa.
 Eliminar a causa da falha.

 Executar um reparo profissional


conforme especificações do
fabricante.
 Verificar a eliminação da falha e Colocar o veículo em condição
Nível de
da causa. normal de trabalho para o cliente.
reparo e
controle  Avaliar o protocolo do teste Evitar repetição de reparos
rápido de saída. (retrabalhos).
 Se necessário, efetuar um
percurso de teste seguido pela
entrega do veículo.

T1444F <> Documento do participante 161


17 Trabalho prático 3
17.2 Trabalho prático de diagnóstico 1

17.2 Trabalho prático de diagnóstico 1


Exercício 67 Utilizando o sistema de níveis de diagnóstico, realize o diagnóstico de falhas no veículo.

Anote todo o seu procedimento.

162 T1444F <> Documento do participante


17 Trabalho prático 3
17.3 Trabalho prático de diagnóstico 2

17.3 Trabalho prático de diagnóstico 2

Exercício 68 Utilizando o sistema de níveis de diagnóstico, realize o diagnóstico de falhas no veículo.

Anote todo o seu procedimento.

T1444F <> Documento do participante 163


17 Trabalho prático 3
17.4 Trabalho prático de diagnóstico 3

17.4 Trabalho prático de diagnóstico 3

Exercício 69 Utilizando o sistema de níveis de diagnóstico, realize o diagnóstico de falhas no veículo.

Anote todo o seu procedimento.

164 T1444F <> Documento do participante


17 Trabalho prático 3
17.4 Trabalho prático de diagnóstico 3

Material de
Estudo
Complementar

T1444F <> Documento do participante 165


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.1 Diodo retificador

18 Componentes elétricos (outros tipos)


18.1 Diodo retificador
Diodo retificador é um componente eletrônico que permite a passagem da corrente elétrica
somente em um sentido desde que polarizado diretamente, ou seja, desde que o positivo seja
aplicado no terminal Anodo e o negativo aplicado no terminal Catodo.

Simbologia

Ao observar a curva característica do diodo retificador, vemos que o mesmo somente


conduzirá a corrente elétrica quando a tensão do anodo for pelo menos 0,7 V maior que o
catodo. Isso ocorre devido às características do semicondutor utilizado na construção do
diodo. De modo análogo, se o diodo for polarizado reversamente (o positivo no terminal Catodo
e o negativo no terminal Anodo), não haverá a passagem da corrente elétrica até que a tensão
reversa alcance aproximadamente (–100 V), quando isso ocorre o diodo estará na região de
avalanche o que resultará na destruição do componente.

Polarizado Diretamente

imbologia Região de Avalanche

Polarizado Reversamente

O diodo retificador é o componente responsável pela conversão da tensão alternada gerada


pelo alternador, em tensão contínua para ser utilizada pelo veículo. Os diodos estão localizados
no alternador, e podem ser testados para verificar se estão em condições de uso.
Ao testar um diodo, se deve posicionar o seletor do multímetro na posição referente ao
símbolo do diodo, ao polarizá-lo diretamente deve-se ler uma tensão de aproximadamente 0,5
V e, ao polarizá-lo reversamente deve-se ler o símbolo de infinito (OL – open line).

166 T1444F <> Documento do participante


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.2 Diodo Zener

18.2 Diodo Zener


Diodo Zener é um tipo de diodo especialmente projetado para trabalhar na região de
avalanche, ou seja, polarizado reversamente.

Simbologia

O diodo Zener pode funcionar polarizado diretamente ou reversamente. Quando está polarizado
diretamente, funciona como um diodo retificador. Cada diodo Zener possui o que chamamos de
tensão de Zener, que é a tensão a partir da qual o diodo começa a conduzir quando polarizado
reversamente. Na curva característica abaixo a tensão de Zener é de 10 V.

Diodo Zener como regulador de tensão

A vantagem do diodo zener é que a partir do momento que a tensão de zener é alcançada, a
mesma é mantida constante. Isso confere ao diodo zener a função de regulador de tensão. Nas
figuras abaixo podemos ver que a tensão de zener de 5V é mantida independente da variação
de tensão da fonte.

T1444F <> Documento do participante 167


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.3 Diodo emissor de luz (LED)

18.3 Diodo emissor de luz (LED)


O LED (Light Emitting Diode) é um diodo que quando energizado, emite luz. A luz é
monocromática e é produzida pelas interações energéticas do elétron. O processo de emissão
de luz pela aplicação de uma fonte elétrica de energia é chamado eletroluminescência.

Simbologia

Por ser um diodo, o LED irá trabalhar somente se polarizado diretamente. Operando em direção
de bloqueio, o LED não brilhará, pois ele fecha como um diodo retificador.
O que determina a tensão a partir da qual o LED conduz, é o tipo de material empregado no
processo de fabricação, esse material também é utilizado para determinar a cor da luz emitida
pelo LED, veja na figura abaixo que para cada cor, existe uma tensão de condução diferente.

168 T1444F <> Documento do participante


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.4 Motor elétrico

Exemplos:
 Vermelho = aprox. 1,8 V
 Amarelo = aprox. 2,0 V
 Verde = aprox. 2,1 V

A temperatura máxima do cristal semicondutor é de aproximadamente 150 °C. À partir dessa


temperatura o LED é destruído.
O brilho de um LED aumenta com a potência absorvida. Dessa forma, um LED não pode ser
conectado diretamente a uma fonte de tensão. Deve ser ligado um resistor em série, para que
não haja absorção maior do que a máxima corrente admissível.

Exemplo de cálculo:
Um LED vermelho (tensão de condução 1,8 V, corrente máxima 350 mA) deve ser conectado a
uma fonte de tensão 12 V.
O pré-resistor deve limitar a corrente máxima apenas com a tensão restante.
R = U / I = ( 12 V – 1,8 V ) / 0,35 A = 10,2 V / 0,35 A = 29,14 
Portanto, um resistor de 30  seria a escolha certa.
A potência absorvida pelo LED é:
P = U x I = 1,8 V x 0,35 A = 0,65 W
Os LEDs não esquentam, tem alta durabilidade e eficiência e não necessitam de cobertura
colorida. São muito utilizados nos painéis de instrumentos (indicação de função, escalas e
ponteiros), iluminação de fundo de interruptores, lanternas traseiras dos veículos, etc.

18.4 Motor elétrico


Motor elétrico é uma máquina destinada a transformar energia elétrica em energia mecânica,
por meio de campo eletromagnético. Na figura abaixo vemos que, quando o interruptor é
fechado, a bobina recebe corrente elétrica, que por sua vez gera um campo eletromagnético. O
campo eletromagnético gerado pela bobina interage com o campo magnético do imã. As forças
de atração e repulsão, geradas entre os campos magnéticos da bobina e do imã, geram
movimento no eixo em que a bobina está enrolada.

T1444F <> Documento do participante 169


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.4 Motor elétrico

A maioria dos motores elétricos de corrente contínua são bipolares. Ao aplicarmos uma tensão,
o motor gira em um sentido e, se invertermos sua polaridade, gira no outro.
Nos veículos automotores, são empregados os motores elétricos de corrente contínua, que são
utilizados para travar/destravar as portas, abaixar/levantar os vidros das portas, ajustar o
retrovisor, movimentar o limpador do parabrisa, esguichar água no parabrisa (lavador), dar
partida no motor do veículo (motor de partida), etc.

Eletromagnetismo

Quando a corrente elétrica atravessa um condutor, um campo eletromagnético constituído por


linhas de força é formado ao redor do condutor. Se o condutor é enrolado em espiras formando
uma bobina, as linhas de força se ligam entre si, fazendo assim uma amplificação do campo
eletromagnético.

Numa bobina, a forma das linhas de campo se assemelha a forma do campo de uma barra
magnética (ímã), onde encontram-se distintos, polo norte e polo sul.

170 T1444F <> Documento do participante


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.5 Motor de passo

A força de um campo eletromagnético é determinada pelo número de espiras da bobina e da


corrente que atravessa o condutor.
O eletromagnetismo é aplicado em motores elétricos, alto-falantes, buzinas, solenoides, relés,
sensores, transformadores, antenas, etc.

18.5 Motor de passo


Motor de passo é um tipo de motor elétrico que é usado quando algo tem que ser posicionado
muito precisamente ou rotacionado em um ângulo exato. Em um motor de passo, o rotor é
composto por um imã permanente muito forte, que é controlado por uma série de campos
eletromagnéticos que são ativados e desativados eletronicamente. Também possui um número
fixo de polos magnéticos que determinam o número de passos por revolução.

 O solenoide do topo (1) está ativado, atraindo o dente superior do eixo.


 O solenoide do topo (1) é desativado, e o solenoide da direita (2) é ativado, movendo o
quarto dente mais próximo à direita. Isto resulta em uma rotação de 3.6°.
 O solenoide inferior (3) é ativado; outra rotação de 3.6° ocorre.
 O solenoide à esquerda (4) é ativado, rodando novamente o eixo em 3.6°. Quando o
solenoide do topo (1) for ativado novamente, o eixo terá rodado em um dente de posição,
como existem 25 dentes, serão necessários 100 passos para uma rotação completa.

T1444F <> Documento do participante 171


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.6 Solenoide

Motores de passo são utilizados, por exemplo, para controlar os ponteiros do velocímetro e do
conta-giros (ou tacômetro) no painel de instrumentos dos veículos.

18.6 Solenoide
O solenoide possui o mesmo princípio de funcionamento do relé, a diferença é que o solenoide
não comuta contatos elétricos, mas tem como objetivo converter energia elétrica em
mecânica. O solenoide movimenta hastes, abre ou fecha passagens, de acordo com a
necessidade que o sistema em que ele trabalha requer.
Um exemplo de utilização do solenoide é no bico injetor de combustível, que quando
alimentado eletricamente, abrirá a passagem do combustível para o motor. Outro exemplo é na
válvula eletromagnética do sistema ABS do freio do veículo, que abre ou fecha, para liberar ou
bloquear a passagem de ar (ou óleo), quando o sistema está atuando.
O solenoide tem o mesmo princípio de funcionamento de um indutor.
O indutor é uma bobina de fio de cobre enrolado em forma de espira que tem a função de
gerar um campo eletromagnético quando percorrida uma corrente elétrica.
No solenoide, quando a bobina está energizada, uma força eletromagnética atrai para o interior
da bobina um núcleo de material ferroso (ou haste), produzindo movimento mecânico linear.
Quando a bobina está desenergizada, uma mola mantém a haste fora do interior da bobina.
Válvula solenoide

A válvula solenoide é um dispositivo eletromecânico utilizado para o controle de fluxo de


líquidos e gases. Dependendo do modelo, ao alimentar a bobina do solenoide com corrente
elétrica, sua haste (êmbolo ou pistão) irá abrir ou fechar a passagem do fluido. Quando a
corrente é removida da bobina do solenoide, a válvula retorna à sua posição normal.
As válvulas solenoide mais comuns tem 2 pórticos, sendo um pórtico de entrada e um pórtico
de saída, e podem ser NA (normalmente aberta) ou NF (normalmente fechada). Também
existem válvulas com 3 ou mais pórticos.
Uma válvula NA está aberta quando desenergizada e se fecha quando energizada. A válvula NF
trabalha com contrário da válvula NA, ou seja, quando desenergizada encontra-se fechada e se
abre quando energizada.

172 T1444F <> Documento do participante


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.7 Motor de partida

Nas figuras a seguir, podemos verificar o funcionamento do solenoide em uma válvula


eletropneumática de bloqueio. A válvula demonstrada é NF. Na figura da esquerda, a bobina do
solenoide (5) está desenergizada, a mola (8) mantém a haste (7) em sua posição de repouso e
a válvula de bloqueio (1) está fechada, impedindo a passagem de ar comprimido pelo orifício
(9) do pórtico de entrada (2) para o pórtico de saída (3). Na figura da direita, a bobina do
solenoide (5) é energizada, puxando a haste (7) para seu interior e comprimindo a mola (8). A
válvula de bloqueio (1) se abre, liberando a passagem de ar comprimido pelo orifício (9) do
pórtico de entrada (2) em direção ao pórtico de saída (3).

N° Componente N° Componente
1 Válvula de bloqueio 6 Alimentação da bobina
2 Pórtico de entrada 7 Haste (êmbolo ou pistão)
3 Pórtico de saída 8 Mola
4 Solenoide 9 Orifício de passagem
5 Bobina

18.7 Motor de partida


O motor de partida (ou motor de arranque) é um pequeno motor elétrico de corrente contínua
com escovas, que é energizado pela bateria. Fornece alta potência por um período curto de
tempo e tem a função de acionar o motor do veículo, vencendo suas resistências internas
(inércia), até ele tenha condições de funcionar por conta própria, ou seja, dá a partida no
veículo. Sendo assim, ele fica inoperante após esse período, ou seja, permanece parado
mesmo enquanto o motor do veículo estiver em funcionamento.

T1444F <> Documento do participante 173


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.7 Motor de partida

Características
 Transforma energia elétrica em mecânica.
 Produz movimento de rotação.
 Produz o torque inicial para quebrar a inércia do motor a combustão.
 Funciona com corrente contínua.
Funcionamento no veículo

O motor de partida é alimentado com um cabo positivo diretamente da bateria e é acionado


quando o condutor do veículo gira totalmente a chave de ignição.
Após acionar a chave de ignição, a bateria envia energia para o solenoide do motor de partida.
O motor de partida é acionado e desliza o pinhão no eixo. O pinhão, por sua vez, se acopla à
cremalheira do volante do motor, fazendo-o girar. Como o virabrequim está preso ao volante do
motor, ele também gira, para que os pistões subam e desçam e o motor comece a funcionar.

O motor de partida é mantido em funcionamento até que se solte a chave de ignição.


O pinhão do motor de partida possui um mecanismo chamado roda livre, cuja finalidade é
evitar o excesso de rotação no motor de partida quando o motor de veículo funcionar.

Cuidados com o motor de partida


 Ele consome muita energia e foi desenvolvido para funcionar por um curto período de
tempo, portanto, acione-o apenas 10 segundos durante cada tentativa de partida e
espere mais de 30 segundos entre uma tentativa e outra.
 Se após 3 tentativas o motor não entrar em funcionamento procure uma oficina.
 Estas medidas permitem aumentar a vida útil do motor de partida. Não fazer isso pode
resultar no superaquecimento do motor de partida, o que poderá danifica-lo.
 Se a chave de ignição for mantida na posição de partida, mesmo depois de o motor ter
começado a funcionar, escutaremos um “barulho estranho” originado pela roda livre.
Embora a roda livre tenha sido projetada para evitar danos no motor de partida depois
que o motor começou a funcionar, não se recomenda segurar a chave de ignição
acionada por mais de 10 segundos, depois que o motor estiver funcionando sozinho.
 Não deve-se girar a chave de ignição para a posição de partida enquanto o motor
estiver funcionando. Isso pode danificar o pinhão do motor de partida e a cremalheira
do volante do motor.

Princípio de funcionamento

O princípio de funcionamento do motor de partida é o mesmo de motor elétrico de corrente


contínua, ou seja, transforma energia elétrica em energia mecânica, por meio de campo
eletromagnético.
Enrolando-se um condutor elétrico em forma de bobina e fazendo passar por ele uma corrente
elétrica, surgirá em torno do condutor um campo eletromagnético com orientação em
determinado sentido e com dois polos: norte e sul.

174 T1444F <> Documento do participante


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.7 Motor de partida

Campo eletromagnético

Se colocarmos dentro dessa bobina um pedaço de metal, teremos como resultado um ímã.
No motor de partida temos no mínimo dois desses conjuntos. O metal é denominado sapata
polar e a bobina, de bobina de campo. Como as duas sapatas estão montadas em lados
opostos e possuem polos contrários, cria-se entre elas um campo magnético.
O rotor (induzido) possui em enrolamento no sentido longitudinal.
Se por este enrolamento fizermos passar uma corrente elétrica, surgirá um campo
eletromagnético. A combinação destes dois campos (induzido e bobinas de campo) origina
forças que colocarão o induzido em movimento.

Funcionamento de um motor elétrico

Funcionamento interno

Há 3 tipos principais de motores de partida:


 Motor de partida com fuso de avanço
 Motor de partida com fuso de avanço e alavanca de comando
 Motor de partida com avanço de pinhão por haste deslizante
A figura a seguir representa as partes internas de um motor de partida com fuso de avanço:

T1444F <> Documento do participante 175


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.7 Motor de partida

Motor de partida com fuso de avanço

Durante o funcionamento, o solenoide (6) é alimentado com positivo proveniente da chave de


ignição, puxando o conjunto pistão e garfo, que por sua vez desliza a roda livre (2) até acoplar
com a cremalheira (roda dentada no volante do motor de combustão).
Ao mesmo tempo o solenoide fecha o circuito principal energizando a bobina de campo (4) e o
induzido (3) através das escovas (5), criando um campo eletromagnético e assim o movimento
de rotação.
Os mancais (1) são peças importantes e de precisão. Eles conservam o induzido centralizado e
muito próximo da bobina sem que encostem para garantir o torque necessário para impulsionar
o motor do veículo.

Partes do motor de partida

176 T1444F <> Documento do participante


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.8 Alternador

Veja a seguir o esquema do motor de partida com fuso de avanço:

Esquema do motor de partida com fuso de avanço

18.8 Alternador
O alternador é um tipo de gerador que, movimentado pelo motor do veículo por meio de
correia tem a função de transformar energia mecânica em energia elétrica, para carregar a
bateria (que deve estar carregada para ser usada durante a partida do motor) e fornece energia
para os demais componentes do sistema elétrico do veículo, enquanto o motor do veículo
estiver em funcionamento.

Simbologia

O alternador, como o próprio nome já diz, gera corrente alternada (AC) trifásica, que depois é
retificada pelo conjunto de diodos retificadores, passando a ser corrente contínua (DC), que é o
tipo de corrente elétrica utilizada nos veículos.
São empregados normalmente os alternadores trifásicos que apresentam reduzido desgaste e
praticamente dispensam manutenção.
Características

 Deve ser capaz de carregar a bateria, mesmo tendo que fornecer corrente
elétrica a todos os consumidores do veículo, ao mesmo tempo.
 Manter a mesma tensão elétrica em qualquer valor de rotação do motor e em
qualquer condição de consumo pelos consumidores elétricos do veículo.
 Ser robusto para suportar vibrações e todas as condições de intempéries, tais
como, umidade, chuva, poeira, altas e baixas temperaturas, etc.
 Ter peso reduzido e dimensões compactas.

T1444F <> Documento do participante 177


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.8 Alternador

 Emitir baixo ruído e ter alto grau de eficiência.

 Quando se troca a bateria do veículo por uma de capacidade, o tempo de carga total é
proporcional a essa capacidade, ou seja, se para carregar uma bateria original de 40 A
demora 1 hora, para carregar uma de 80 A demorará 2 horas com o mesmo alternador.
 O alternador é um componente que “rouba” potência do motor, quanto maior o
alternador maior é a potência roubada.
 Antes de realizar trabalhos de solda na estrutura ou em componentes do veículo,
desconectar a bateria, o alternador e todas as unidades de controle. Fixar o
aterramento do equipamento de solda o mais próximo do local a ser soldado.

Funcionamento interno

O alternador é um gerador síncrono, assim, num circuito fechado flui uma corrente alternada
que se torna maior quanto mais alta for a rotação e quanto mais forte for o campo magnético.
O alternador funciona de acordo com o fundamento da indução eletromagnética. Em todo
condutor elétrico que corta, ou é cortado, por um campo magnético, é induzida uma tensão
elétrica. Essa tensão elétrica induzida depende de 3 fatores:
 Intensidade do campo magnético
 Velocidade do movimento (rotação)
 Comprimento do condutor elétrico que corta, ou é cortado, pelo campo magnético
No alternador, o condutor elétrico (representado pela bobina do estator) é estacionário e o
campo magnético produzido pelo rotor executa movimento de rotação. Devido a este
movimento de rotação, os polos do campo magnético modificam constantemente a sua
posição, provocando no condutor a indução de uma tensão com valores e direções que se
alternam, ou seja, tensão alternada.
Em outras palavras, a corrente elétrica flui através do rotor criando um campo magnético que
induz a movimentação dos elétrons nas bobinas do estator, que resultará em corrente
alternada.
É importante saber que a intensidade desta tensão/corrente não é constante. Após cada giro
de 360 graus, o ciclo da tensão se repete. Por isso, num giro uniforme consegue-se uma
alteração periódica da tensão, que pode ser representada como onda senoidal com meia-onda
positiva e meia negativa.
O alternador possui também um retificador e um regulador de tensão, pois os veículos operam
com tensão contínua de 12 V ou 24 V.
O alternador está sujeito permanentemente à tensão da bateria, mesmo com o motor parado,
de modo que os diodos retificadores também evitam a descarga da bateria.

178 T1444F <> Documento do participante


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.8 Alternador

Partes do alternador

Os tipos mais comuns de alternadores são:


 Alternador de polos tipo garra
 Alternador compacto (resfriado a ar)
 Alternador de polos individuais
 Alternador com rotor guia
A figura a seguir representa as partes internas de um alternador de polos tipo garra:

Alternado de polos tipo garra

T1444F <> Documento do participante 179


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.8 Alternador

Veja a seguir o diagrama elétrico do alternador com regulador de tensão “standard”:

Diagrama elétrico do alternador com regulador de tensão “standarrd”

 Gerador é uma máquina destinada a transformar energia mecânica, química ou outra


forma de energia em energia elétrica. O gerador elétrico é exatamente igual ao motor
elétrico, porém trabalha de maneira contrária, ou seja, ao invés de aplicar tensão
elétrica para que o eixo gire, gira-se o eixo para gerar tensão. A tensão é gerada porque
segundo a Lei de Faraday a corrente elétrica é gerada em um condutor que, em
movimento, atravessa um campo magnético.
 Dínamo é um aparelho que gera corrente contínua através de indução eletromagnética,
convertendo energia mecânica em elétrica. Foi utilizado nos veículos até os anos 1970,
porém era uma peça frágil e não permitia altas rotações, sendo substituído pelo
alternador devido ao seu maior rendimento.

Esquema Bateria-Motor de partida-Alternador TT_00_00_045492_SW

180 T1444F <> Documento do participante


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.9 Bateria

Designação do alternador
Exemplo de designação de um alternador: GC 14V R40-90A
 G: designação da categoria do diâmetro da carcaça do estator. Quanto mais a letra do
alfabeto estiver afastada da letra "A", maior é o alternador.
 C: alternador compacto. Além da letra C, a seguinte indicação também pode aparecer
nessa posição: 1 para alternador de polos tipo garra (tipo de construção antigo, carcaça
do estator fechada, ventilador externo).
 14V: tensão nominal do alternador apropriada para o sistema elétrico de bordo de 12 V.
Também é possível aparecer nessa posição: 28 V (sistema elétrico de bordo de 24 V).
 R: rotação no sentido horário (L para rotação no sentido anti-horário). O sentido da
rotação é irrelevante em termos dos elétrons. Entretanto, o sentido de rotação pode ser
orientado por meio de duas outras especificações: Forma das lâminas do ventilador para a
direção do fluxo do ar de refrigeração. Forma dos polos da garra para a geração/extinção
de um campo magnético fraco/forte.
 40: corrente máxima de saída do alternador (em amperes (A)) a uma rotação de 1800 rpm
(com alternadores compactos). Em outros alternadores, a corrente máxima refere-se a
uma rotação de 1500 rpm.
 90: corrente máxima de saída (em amperes (A)) a uma rotação do alternador de 6000
rpm. Trata-se da rotação do alternador e não da rotação da árvore de manivelas
(virarequim). Essa rotação é válida para todos os alternadores. Obviamente, o alternador
fornece essa corrente somente se os consumidores apresentam uma demanda
correspondente.

18.9 Bateria
A bateria automotiva é um conjunto de acumuladores de chumbo destinado a transformar
energia química armazenada em energia elétrica (e vice-versa), para alimentar o motor de
partida, a ignição e outros sistemas do veículo (iluminação, por exemplo), além de manter o
funcionamento de alguns sistemas (alarme e tacógrafo, por exemplo) de um veículo parado por
um determinado período de tempo e ser capaz de dar partida no motor ao término deste
período.
Na bateria é armazenada a energia elétrica gerada pelo alternador. A bateria também fornece
energia ao veículo com o motor em funcionamento sempre que a exigência de consumo de
corrente for maior do que a produzida pelo alternador.

Construção interna

Internamente, a bateria é constituída de acumuladores, cuja quantidade varia entre 3 e 6,


conforme a tensão da bateria. A tensão nominal em cada acumulador é de 2 V e os mesmos
são ligados em série. Isto é, 6 acumuladores de 2 V em série resultam em uma bateria de 12 V,
utilizada em automóveis e vans. Motocicletas usam baterias com 3 acumuladores (6 V).
Veículos pesados (caminhões e ônibus) utilizam 2 baterias de 12 V de grande capacidade,
conectadas em série, totalizando 24 V.

T1444F <> Documento do participante 181


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.9 Bateria

Cada um dos acumuladores é formado por um número de placas positivas, cujo material ativo é
o dióxido de chumbo (PbO2), de coloração marrom, e placas negativas onde o material ativo é o
anodo de chumbo esponjoso (Pb), de coloração acinzentada. O material ativo é prensado em
uma grade de chumbo e antimônio. Ligadas em paralelo entre si, estas placas são separadas
por separadores, os quais funcionam como isolantes elétricos.
As placas ficam mergulhadas em uma solução aquosa chamada eletrólito. O eletrólito é
constituído de uma solução de ácido sulfúrico (H2SO4) em água destilada (H2O) a uma
concentração de aproximadamente 24 % em volume. A densidade do eletrólito é verificada
com o densímetro.
Reação química de descarga:

Conectando-se aos polos de uma bateria os terminais de um consumidor, neste será aplicada
uma diferença de potencial elétrico, fazendo circular no sistema uma corrente elétrica. Neste
momento a bateria está em reação de descarga.
Neste processo há uma reação química entre as placas e o eletrólito da bateria.
O radical sulfato (SO4) passará tanto para as placas positivas quanto para as placas negativas,
transformando-se em sulfato de chumbo (PbSO4), ficando o eletrólito a uma menor
concentração de ácido sulfúrico (H2SO4). Quanto mais intensa e prolongada for a descarga,
menor será esta concentração.

Em resumo, quando um circuito externo é conectado entre os polos da bateria, inicia-se um


fluxo de corrente que desloca os elétrons das placas negativas para as positivas, até que haja o
equilíbrio elétrico. Ao mesmo tempo, as placas "absorvem" os radicais sulfato (SO4) e o
eletrólito ficará menos denso.

182 T1444F <> Documento do participante


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.9 Bateria

As reações na bateria são reversíveis e é possível fazer a carga, fornecendo energia através de
uma fonte externa. Essa fonte externa é o alternador, que durante o funcionamento do veículo,
carrega a bateria. Durante a carga, as reações se invertem, porém, parte da água destilada da
solução do eletrólito (H2O) se decompõe nos gases (H2) e oxigênio (O2).
No passado, era necessário fazer a manutenção da bateria, acrescentando-se água e
verificando a concentração da solução. Atualmente, as baterias modernas são seladas e seus
eletrodos de chumbo tem uma pequena porção de cálcio (Ca), que impede a decomposição da
água.
Reação química de carga:

O processo de carga de uma bateria consiste em provocar a reação química oposta à ocorrida
na descarga. Para tal, deve-se aplicar à bateria, uma tensão maior que a sua tensão nominal.
Desta maneira, faremos circular uma corrente, desta vez em sentido oposto à descarga.

Esta corrente fará com que o radical sulfato (SO4), que estava ligado às placas de chumbo,
dissocie-se e junte-se ao hidrogênio da água (H), formando novamente ácido sulfúrico (H2SO4)
e, assim, voltando à densidade correta.
As placas se restabelecerão, ficando a negativa com chumbo puro (Pb) e a positiva com dióxido
de chumbo (PbO2), após receber oxigênio (O) da água.
Em resumo, quando se aplica à bateria uma tensão maior que a sua tensão nominal, faz-se
circular uma corrente em sentido contrário à de descarga, até que haja o desequilíbrio elétrico.
As placas liberam os radicais sulfato (SO4) e o eletrólito fica mais denso.

Informações técnicas
 Tensão (V): tensão elétrica da bateria.

 Capacidade (Ah): é a quantidade de corrente elétrica que pode ser fornecida. A


capacidade de uma bateria é medida em ampere-hora (Ah) e é determinada pela
quantidade de carga, que pode ser fornecida pela bateria dentro de 20 horas até uma
tensão de descarga de 10,5 V. A temperatura do eletrólito deverá manter-se em torno
de 25°C.

T1444F <> Documento do participante 183


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.9 Bateria

 Reserva de Capacidade (RC): é o tempo (em minutos) que a bateria pode fornecer 25
A até atingir a tensão de descarga de 10,5 V. Se a bateria tem RC de 165 minutos,
indica que pode fornecer 25 A por 165 minutos até atingir a tensão de 10,5 V.
 CCA (bateria de partida a frio): é a corrente elétrica que a bateria pode produzir na
partida a frio durante 30 segundos. Existem duas normas para medir o CCA e se
diferenciam pela temperatura de medição: SAE (-18°C) e DIN (+25°C).

 As instruções sobre indicações, carga e teste de baterias podem ser encontradas no


Sistema de Informação de Oficina (WIS), sob o número de documento SI54.10-B-
0017-A.
 Antes de substituir a bateria, consulte sempre o manual de operação do veículo.
Verifique as condições de segurança e meio ambiente ao manusear baterias.
 Antes de realizar trabalhos de solda na estrutura ou em componentes do veículo,
desconectar a bateria, o alternador e todas as unidades de controle. Fixar o
aterramento do equipamento de solda o mais próximo do local a ser soldado.
 Um código de falha será gerado se houver sobretensão (> 32 V) ou subtensão (< 18 V)
da bateria.

Partida com bateria auxiliar

Certificar-se de que:

 A bateria auxiliar esteja carregada.


 Os veículos não entrem em contato (no caso de partida com bateria auxiliar entre dois
veículos) e a(s) chave(s) de contato esteja(m) desligada(s).

Conexões:
 Conectar o cabo auxiliar positivo (vermelho) ao polo positivo da bateria descarregada
(vide figura abaixo, posição 1).
 Conectar a outra extremidade do mesmo cabo ao polo positivo da bateria auxiliar
(pos.2).

184 T1444F <> Documento do participante


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.9 Bateria

 Conectar o cabo auxiliar negativo (preto) ao polo negativo da bateria auxiliar (pos.3).
 Conectar a outra extremidade do mesmo cabo com o polo negativo da bateria
descarregada (pos.4).

 Afaste-se.
 Acionar o motor do veículo que contém a bateria auxiliar e, posteriormente, o motor do
veículo que contém a bateria descarregada. Após o motor entrar em funcionamento,
remover os cabos na ordem inversa à conexão efetuada.

Em uma partida com bateria auxiliar de um segundo veículo, após a partida do veículo que
contém a bateria descarregada e antes de remover os cabos auxiliares, deve-se ligar
consumidores para evitar picos de tensão durante a remoção dos cabos auxiliares.

Baterias em série: somam-se as tensões elétricas (12 V + 12 V = 24 V).

Baterias em paralelo: prevalece a bateria com maior tensão elétrica, aumentando apenas a
capacidade de carga, como por exemplo, em uma partida com bateria auxiliar.

T1444F <> Documento do participante 185


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.10 Soldagem de componentes eletrônicos

Recarga da bateria

Existem dois tipos de recarga da bateria: carga lenta e carga rápida.


A carga lenta é ideal, pois não prejudica a vida útil da bateria. Geralmente, a carga lenta é
realizada com uma corrente equivalente a 10% da capacidade da bateria. Por exemplo, uma
bateria com capacidade de 100 Ah deve ser carregada com, no máximo, 10 A.
A carga rápida deve ser evitada, pois utiliza valores de corrente acima do recomendado,
diminuindo significativamente a vida útil da bateria.

18.10 Soldagem de componentes eletrônicos


A soldagem é um método de junção de duas peças de metal utilizando outro metal a uma baixa
temperatura de fusão. Na área eletrônica, normalmente utilizamos solda composta de 60% de
estanho e 40% de chumbo. Esta liga funde a aproximadamente 180C. Soldas eletrônicas
sempre possuem um núcleo fino de resina (colofônio) fundente. Soldas quentes formam uma
ligação íntima com metais como o cobre, latão, prata, etc., desde que as seguintes condições
sejam cumpridas:
 O componente a ser soldado deve estar livre de manchas (sem oxidação superficial, etc).
 A temperatura do ponto de solda do componente deve ser maior que o ponto de fusão da
solda. Superfícies de metal muito amplas e com boa condução térmica causam problemas
porque o ferro de solda não pode aquecê-las até a temperatura necessária.
Durante a soldagem, o ponto de solda deve ser protegido contra o oxigênio da atmosfera. Essa
é a função do fundente (resina), que forma uma camada protetora. O fundente é encontrado no
núcleo da solda. Quando a solda é realizada, o fundente flui sobre o metal fundido.
Ferros comuns de solda, no estado inerte, possuem uma temperatura de 400 a 500°C nas
extremidades, o que é muito maior do que o necessário. Isto significa que, em alguns materiais,
o contato prolongado com a extremidade do ferro de solda pode causar a separação da solda
na base da placa de circuito.
Por isso, é aconselhável utilizar uma estação de solda na qual você pode ajustar a temperatura.
Ela deve estar em aproximadamente 320°C.

186 T1444F <> Documento do participante


18 Componentes elétricos (outros tipos)
18.10 Soldagem de componentes eletrônicos

Utilizando uma pressão suave, pressione o ferro de solda contra o fio de


conexão e a superfície de cobre e segure firmemente. Traga
imediatamente o fio de solda para o ponto de soldagem. A solda deve
começar a fluir imediatamente. A resina faz com que a solda liquefeita flua
rapidamente sobre a superfície de cobre da placa do circuito e contorne o
fio do componente. A ação da solda não deve durar mais do que 4 ou 5
segundos (quanto menor o tempo, melhor). Soldagens mais longas podem
causar danos irreparáveis ao componente.
Talão espesso, superfície possivelmente fosca. Errado: Muita solda
aplicada, temperatura errada, conexões do componente sujas.
Superfície fosca, suja. Uma junção de soldagem seca. Errado: O
componente ou o ferro de solda foram movidos, extremidade de solda ou
temperatura errada. Extremidade do ferro de solda ou fio de conexão
sujos.

TT_00_00_018343_FA

Possíveis ferramentas de soldagem


Estação de soldagem A Solda: A coisa mais
temperatura deve ser importante a ser observada
ajustável. ao comprar uma solda é a
presença do núcleo
fundente. Este núcleo serve
para atingir um fluxo de
solda uniforme. Um
fundente separado não é,
portanto, necessário.
Ferramentas de 3ª mão: facilita o trabalho
dessoldagem: Para em placas de circuito. A
consertar erros de placa de circuito é fixada,
soldagem ou dessoldar liberando ambas as mãos
componentes, a bomba a para a soldagem.
vácuo (sugador) e o fio
dessoldante podem ser
TT_00_00_018345_FA muito úteis.

Não esqueça:
Ao soldar fios, sempre torça e isole as extremidades.

T1444F <> Documento do participante 187


19 Sensores (outros tipos)
19.1 Sensor capacitivo

19 Sensores (outros tipos)


19.1 Sensor capacitivo
Um exemplo de sensor capacitivo nos veículos, é o sensor de inclinação do alarme anti-
furto. O sensor é composto por dois eletrodos inseridos em um recipiente cheio de um líquido
sem condutividade elétrica. Esse conjunto forma um capacitor, pois o líquido age como um
isolante entre os eletrodos.
Quando o veículo para, o sensor de inclinação determina a posição do veículo nos sentidos
longitudinal e transversal e transmite tal informação à unidade de controle (EDW), a qual
memoriza a posição do veículo. Ao inclinar o veículo, ocorre uma variação no nível do liquido
que altera a capacidade do capacitor. Essa variação é medida pelo sensor de inclinação nos
terminais dos eletrodos e novamente transmitida à unidade de controle (EDW), a qual dispara o
alarme anti-furto.

188 T1444F <> Documento do participante


19 Sensores (outros tipos)
19.2 Sensor reed

19.2 Sensor reed


Sensor reed é um interruptor que fecha seus contatos sob a ação do campo magnético.

Utilizado para medir o nível do tanque de combustível e do líquido de arrefecimento do motor,


além de indicar se a tampa do compartimento do motor dos ônibus está aberta/fechada.

T1444F <> Documento do participante 189


19 Sensores (outros tipos)
19.3 Sensor de aceleração frontal

19.3 Sensor de aceleração frontal


Sensores de aceleração frontal podem utilizar sensores hall ou sensores piezoelétricos como
elemento sensível. Sensores piezoelétricos utilizam como princípio de funcionamento a
piezoeletricidade, que é a capacidade que determinados materiais possuem de gerar tensão
elétrica quando flexionados.

No exemplo abaixo, vemos um sensor de aceleração frontal do sistema de retenção


suplementar (airbag e tensor do cinto de segurança), atuando como um sensor de impacto
(ou sensor de colisão). Ao sofrer um impacto, devido à desaceleração brusca do veículo
(aceleração negativa), as barras compostas de material piezoelétrico flexionam e geram tensão
elétrica, que é lida pela unidade de controle (SRS), acionando o tensor do cinto de segurança e,
se necessário, o airbag.

19.4 Sensor de aceleração transversal


O sensor de aceleração transversal mede a alteração da velocidade do veículo no sentido
transversal. É composto de um sensor hall e de uma haste com um ímã permanente, quando o
veículo faz uma curva, por exemplo, a haste com ímã permanente se movimenta alterando o
campo eletromagnético do sensor hall, assim a unidade de controle sabe com qual intensidade
o veículo entrou na curva e, se necessário, se comunica com outras unidades de controle, para
manter/corrigir a estabilidade do veículo.

190 T1444F <> Documento do participante


19 Sensores (outros tipos)
19.5 Sensor de ângulo de giro

19.5 Sensor de ângulo de giro


O sensor de ângulo de giro (ou sensor de viragem) mede movimento do giro (rotação) do
veículo sobre seu eixo vertical. Cristais piezoelétricos são submetidos a vibrações e transmitem
sinais elétricos para a unidade de controle, a qual calcula o movimento de rotação do veículo e,
se necessário, se comunica com outras unidades de controle, para manter/corrigir a
estabilidade do veículo. O sensor de ângulo de giro normalmente trabalha em conjunto com o
sensor de aceleração transversal, para preservar a estabilidade do chassi do veículo e, assim
proporcionar maior segurança para os ocupantes e a carga.

19.6 Sensor de luz


O sensor de luz consiste de diodos fotoelétricos (fotodiodos). O fotodiodo converte luz em
corrente elétrica. A tensão de bloqueio no fotodiodo provoca baixo fluxo de corrente, porém a
corrente aumenta com o aumento da intensidade da luz que está exposto.

No caminhão ACTROS, por exemplo, o sensor de luz possui dois fotodiodos que estão
localizados na unidade de controle RLS. Um dos fotodiodos (2) está apontado para frente na

T1444F <> Documento do participante 191


19 Sensores (outros tipos)
19.7 Sensor de chuva

direção da estrada, e mede a luz da área frontal do veículo formando um cone estreito. O outro
fotodiodo (3) está apontado para cima e mede o brilho absoluto da luz ambiente.

1 Parabrisa
2 Fotodiodo apontando para via
3 Fotodiodo apontando para cima

Se, por exemplo, os fotodiodos que estão voltados para frente e para cima detectarem que a
intensidade da luz está reduzindo, o sistema eletrônico reconhece que o veículo está sendo
conduzido através de um túnel. Se o interruptor giratório de luz externa estiver na posição
“Auto”, as luzes externas serão acionadas.
Se ambos os diodos medirem constantemente uma baixa intensidade da luz, o sistema
eletrônico reconhecerá “escuridão” ou “sombra”. Se o interruptor giratório de luz externa
estiver na posição “Auto”, as luzes externas serão acionadas.
Se houver pouca intensidade de luz medida no fotodiodo apontado para cima e intensidade de
luz ligeiramente mais alta medida no fotodiodo direcionado para frente, o sistema eletrônico
reconhecerá a passagem sob uma ponte e as luzes externas permanecerão desligadas.

19.7 Sensor de chuva


O sensor de chuva é um tipo de sensor óptico que funciona de acordo com o princípio
óptico-eletrônico. As gotas de chuva mudam a maneira como a luz é refletida pelo parabrisa
(4). Um LED (2) transmite luz. Um diodo receptor (3) mede a luz refletida. Parte da luz se perde
quando há umidade no parabrisa. A diferença na quantidade de luz transmitida e recebida
indica a quantidade de umidade no parabrisa.

192 T1444F <> Documento do participante


19 Sensores (outros tipos)
19.8 Sensor de força (FSR)

No caminhão ACTROS, por exemplo, o sensor de chuva possui três LEDs IR (diodos emissores
de luz infravermelha) como fonte de luz e três fotodiodos para receber a luz infravermelha
emitida na unidade eletrônica RLS.
Imagem A: Quando o parabrisa (4) está seco, a luz proveniente do LED (2) é refletida como
resultado da refração no limite entre o vidro e o ar, e conduzida para o fotodiodo (3) através do
sistema óptico (1). Isso acontece praticamente sem perdas. Isso torna a intensidade da luz
refletida muito elevada. Os fotodiodos medem esse elevado nível de luz.
Imagem B: Quando o parabrisa (4) está molhado, parte da luz é espalhada para fora pelas
gotas de água. Isto significa que apenas uma parte da luz emitida atinge os fotodiodos (3).
Assim, a intensidade da luz medida pelos fotodiodos é menor. Quanto mais baixa a intensidade
de luz medida, “mais molhado” o parabrisa. A unidade eletrônica define o tempo de intervalo do
limpador do parabrisa.

TT_00_00_018224_FA

1 Unidade eletrônica RLS 3 Fotodiodo


2 LED IR 4 Parabrisa

19.8 Sensor de força (FSR)


O sensor de força FSR (Force-Sensitive Resistor) é um sensor que mede alterações da força e
pressão por meio de resistores que mudam seu valor de resistência elétrica em função de
quanto são pressionados. O valor da resistência elétrica diminui com o aumento da atuação da
força.

T1444F <> Documento do participante 193


19 Sensores (outros tipos)
19.9 Sensor de detonação

O sensor de força FSR é utilizado, por exemplo, para o reconhecimento de ocupação no


assento do veículo.

19.9 Sensor de detonação


O sensor de detonação é um tipo de sensor acústico que, por meio de elementos
piezoelétricos, transforma as vibrações mecânicas do motor em sinal de tensão e permite
detectar a presença de detonação (batida de pino).
As vibrações de som do motor são transmitidas para o elemento massa e a cerâmica
piezoelétrica. A tensão alternada é captada do elemento piezoelétrico e processada para
unidade de controle, que diminui (atrasa) o ângulo de avanço de ignição, até que cesse a
detonção.

194 T1444F <> Documento do participante


19 Sensores (outros tipos)
19.10 Sensor de ultrassom

19.10 Sensor de ultrassom


O sensor de ultrassom (ou ultrassônico) é utilizado nos veículos, por exemplo, como sensor
de distância para o auxílio no estacionamento.

O tempo entre a transmissão e a recepção de um sinal de ultrassom refletido indica a distância


até o objeto.

TT_00_00_018226_FA

T1444F <> Documento do participante 195


19 Sensores (outros tipos)
19.11 Sensor de óleo

19.11 Sensor de óleo


O sensor de óleo é um sensor inteligente que capta o teor de água presente no óleo do motor.

O sensor de óleo é composto por dois eletrodos submergidos no óleo do motor. Os eletrodos
servem como placas de um capacitor e o óleo do motor como um dielétrico. O capacitor faz
parte de um circuito oscilante, integrado ao circuito eletrônico do sensor.

Quando o motor está em funcionamento, se misturam pequenas quantidades de vapor de água


junto com o óleo do motor, reduzindo a eficácia da lubrificação. A concentração de água no
óleo do motor também modifica sua constante dielétrica. A eletrônica de avaliação capta a
alteração de capacidade e emite um sinal PWM à unidade de controle. A unidade de controle
utiliza essa informação para calcular os intervalos de troca de óleo do motor.

O sensor de condensação de água do sistema de freio pneumático dos caminhões utiliza este
mesmo princípio.

196 T1444F <> Documento do participante


19 Sensores (outros tipos)
19.12 Sensor de filme quente

19.12 Sensor de filme quente


O sensor de filme quente utiliza resistências de aquecimento. As resistências de
aquecimento são fios metálicos de aquecimento ou camadas de fios metálicos submetidos a
uma tensão. Quanto maior a corrente que flui através de uma resistência de aquecimento,
maior será o seu aquecimento.

Um exemplo da utilização de resistências de aquecimento no automóvel é o medidor de massa


de ar a filme quente que registra o fluxo de massa de ar aspirado pelo motor.

Há um fio aquecido (1) no duto de admissão cuja temperatura é medida usando uma
resistência (2). Quando o ar de admissão entra, tal como medido usando resistência (3), o fio
esfria. Uma unidade de controle regula o fio, retornando à temperatura especificada. A energia
usada para isso indica a massa de ar de admissão.

TT_00_00_018225_FA

T1444F <> Documento do participante 197


19 Sensores (outros tipos)
19.13 Sensor de oxigênio

19.13 Sensor de oxigênio


O sensor de oxigênio (sensor lambda ou sonda lambda) mede a quantidade de oxigênio no
gás de escapamento do motor. O sistema de escapamento é equipado com um sensor feito de
um composto químico especial (zircônio). Em altas temperaturas, esse material gera uma
tensão em conjunto com o oxigênio. Quanto maior a diferença do oxigênio para o ar externo,
maior é a tensão lambda.

TT_00_00_018227_FA

Mistura rica (com excesso de combustível na mistura estequiométrica) tem pouco oxigênio no
gás de escapamento e gera alta tensão elétrica na sonda lambda. Mistura pobre (com excesso
de ar na mistura estequiométrica) tem muito oxigênio no gás de escapamento e gera baixa
tensão elétrica na sonda lambda.

198 T1444F <> Documento do participante


19 Sensores (outros tipos)
19.14 Sensor de NOx

19.14 Sensor de NOx


O sensor de NOx mede a concentração de óxido de nitrogênio no escapamento do motor.

Durante o funcionamento os eletrodos possuem tensão constante. O gás de escape passa


através da barreira de difusão dentro da primeira câmera. De lá, o oxigênio (O2) no gás de
escape entre os eletrodos da bomba principal é "bombeado" através da camada de zircônio de
volta para o fluxo do escapamento. Para manter constante a tensão do eletrodo, a corrente é
aumentada pela unidade de controle. O consumo de energia (Ip0) indica o conteúdo de
oxigênio no gás de escape.

Os óxidos de nitrogênio e uma pequena parte do oxigênio residual passam através da barreira
de difusão dentro da segunda câmara, onde um eletrodo adicional "bombeia" o oxigênio
residual total para o fluxo do escapamento. O consumo de energia (Ip1) indica o conteúdo do
oxigênio residual na segunda câmara.
Na bomba de medição, o NOx é reduzido aos seus componentes, nitrogênio e oxigênio. Na
bomba de medição, o oxigênio é "bombeado" através da camada de zircônio para a saída de
um canal aberto ao ar exterior. O consumo de energia (lp2) na bomba de medição é
proporcional à concentração de óxido de nitrogênio no gás de escape.

TT_14_40_001350_FA

3 Corpo cerâmico de óxido de zircônio 7 Ar exterior/canal de ar de referência

5 Câmara 2 8 Câmara 1

6 Elemento de aquecimento/calefação

T1444F <> Documento do participante 199


19 Sensores (outros tipos)
19.15 Bobina de imersão

19.15 Bobina de imersão


A bobina de imersão consiste de uma bobina e um pino de ferro. A bobina é acionada pela
unidade de controle utilizando um sinal de onda quadrada positivo. Um campo magnético se
acumula na bobina e, em seguida, se rompe novamente. O acúmulo ou ruptura de um campo
magnético na bobina gera uma auto-indução na bobina. Esta auto-indução neutraliza o acúmulo
ou ruptura do campo magnético. Quanto maior a indutância de uma bobina, mais devagar um
campo elétrico se acumulará ou romperá. Caso haja um núcleo de ferro na bobina, a indutância
da bobina aumenta.

O pino de ferro na bobina se movimenta como resultado de uma marcha engatada na


transmissão, por exemplo.

200 T1444F <> Documento do participante


20 Questionário
20.1 Questionário

20 Questionário
20.1 Questionário
Exercício 1 Quais afirmações sobre resistências NTC e PTC estão corretas?
NTCs e PTCs são ambos resistores regulados por temperatura.
Em um resistor NTC a resistência diminui na medida em que a temperatura aumenta.
Em um resistor PTC a resistência diminui na medida em que a temperatura aumenta.
Em um resistor NTC a resistência diminui na medida em que a temperatura diminui.
Em um resistor PTC a resistência diminui na medida em que a temperatura diminui.
A maioria dos sensores de temperatura exibem o comportamento PTC.
A maioria dos sensores de temperatura exibem o comportamento NTC.
Velas incandescentes diesel exibem o comportamento NTC.
Velas incandescentes diesel exibem o comportamento PTC.

Exercício 2 Quais afirmações sobre transistores estão corretas?


A queda de tensão entre a base e o emissor em um transistor fechado é de aprox. 0,7 V.
A quantidade de corrente que pode fluir através do emissor e do coletor não é limitada.
A queda de tensão entre a base e o emissor em um transistor fechado é sempre igual à
tensão de alimentação.
Um resistor em série deve ser sempre inserido na base.
Um resistor em série pode ser inserido na base.
No componente real (fisicamente), a base está sempre do lado esquerdo.
Em um transistor PNP, a base deve ser sempre mais negativa do que o emissor, para torná-lo
condutor.
Em um transistor NPN, a base deve ser sempre mais negativa do que o emissor, para torná-lo
condutor.
Em um transistor PNP, a base deve ser sempre mais positiva do que o emissor, para torná-lo
condutor.
Em um transistor NPN, a base deve ser sempre mais positiva do que o emissor, para torná-lo
condutor.
Um manual de dados técnicos especial deve ser utilizado para identificar as conexões do
componente.

Exercício 3 Qual é o componente utilizado para oferecer resistência à passagem da corrente elétrica?
a) Capacitor
b) Diodo
c) Resistor
d) Transistor
e) Diodo Zener

T1444F <> Documento do participante 201


20 Questionário
20.1 Questionário

Exercício 4 Qual(is) afirmação(ões) sobre capacitor é(são) correta(s)?


a) O capacitor sempre tem polaridade para ser instalado.
b) Só existe um tipo de capacitor.
c) A característica do capacitor é definida pelo seu dielétrico.
d) Dependendo do tipo de capacitor existirá ou não polaridade para ser instalado.
e) Capacitores trabalham como chave eletrônica.

Exercício 5 Qual(is) afirmação(ões) sobre diodo é(são) correta(s)?


a) Diodo retificador só conduz a corrente elétrica quando polarizado diretamente.
b) Diodo retificador só conduz a corrente elétrica quando polarizado reversamente.
c) O diodo retificador é o componente responsável pela conversão da tensão alternada gerada
pelo alternador em tensão contínua.
d) O diodo sempre permite a passagem da corrente elétrica nos dois sentidos.
e) O diodo Zener tem a funcão de regulador de tensão.

Exercício 6 Qual(is) afirmação(ões) sobre transistor é(são) correta(s)?


a) O transistor tem como principal função chavear ou amplificar sinais elétricos.
b) O transistor, quando conduzindo corrente elétrica, emite luz visível.
c) Os terminais do transistor são Base, Coletor e Emissor.
d) Os terminais do transistor são Anodo e Catodo.
e) Quando trabalhando como chave, o transistor tem como principal finalidade, permitir o
controle de atuadores com potência elevada, à partir de um pequeno sinal de tensão e
corrente.

Exercício 7 De que tipo de sensor trata-se um sensor de pressão quando, além do elemento sensor,
dispões adicionalmente de uma eletrônica de avaliação própria?
a) Interruptor.
b) Sensor passivo.
c) Sensor ativo.
d) Sensor inteligente.
e) Sensor complexo.

Exercício 8 Qual(is) dos seguintes sensores pode(m) ser utilizado(s) para captar as rotações em uma
transmissão?
a) Interruptor.
b) Sensor hall.
c) Sensor indutivo.
d) Bobina de imersão.
e) Sensor de inclinação.

202 T1444F <> Documento do participante


20 Questionário
20.1 Questionário

Exercício 9 Porque a luz refletida pelo LED do sensor de chuva não pode ser vista de fora?
a) Porque a luz é refletida diretamente para cima.
b) Porque os LEDs apresentam luz infravermelha que não é percebida a olho nú.
c) Porque o sensor está instalado na faixa escurecida do parabrisa.
d) Porque a luz é tão fraca que é visível apenas até o limite de alguns centímetros.
e) Porque a luz é tão fraca que seria necessário utilizar uma lupa.

Exercício 10 Qual(is) grandeza(s) é(são) medida(s) pelo sensor de óleo na captação da qualidade do óleo?
a) Volume do óleo.
b) Concentração de oxigênio.
c) Viscosidade do óleo.
d) Teor de água.
e) Temperatura do óleo.

Exercício 11 No que consiste a tarefa básica de um sensor?


a) Os sensores transformam as grandezas de medição físicas em químicas.
b) Os sensores transformam os sinais elétricos em grandezas de medição físicas ou químicas.
c) Os sensores amplificam as grandezas de medição físicas em químicas.
d) Os sensores transformam as grandezas de medição físicas ou químicas em sinais elétricos.
e) Os sensores transformam as grandezas de medição químicas em físicas.

Exercício 12 O que caracteriza os sensores inteligentes?


a) Eles são compostos de vários sensores individuais.
b) Eles possuem uma eletrônica de avaliação própria.
c) Eles transmitem os valores de medição captados como sinal PWM.
d) Eles não possuem cabos de alimentação.
e) Fornecem apenas informações de ligado e desligado.

Exercício 13 Quais componentes fazem parte da barreira óptica no sensor de chuva?


a) LED, paleta do limpador do parabrisa e fotodiodo.
b) LED, parabrisa e fotodiodo.
c) Lâmpada incandescente, pingos de água e célula solar.
d) Fotodiodo, carcaça do sensor e chip de vídeo.
e) LED, cristal piezoelétrico e fotodiodo.

Exercício 14 O sensor de detonação se baseia em qual método de medição?


a) Elemento piezoelétrico.
b) Bobina de imersão.
c) Líquido sem condutividade elétrica.
d) Banda extenciométrica.
e) Elemento hall.

T1444F <> Documento do participante 203


20 Questionário
20.1 Questionário

Exercício 15 Como as unidades de controle comunicam-se na linha K?

Complete o texto utilizando as palavras abaixo:


TRANSMITE

MENOR SIGNIFICÂNCIA

SOMENTE MEDIANTE SOLICITAÇÃO

INTERVALOS REGULARES DE TEMPO

NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO

Uma sequência bem definida é necessária para se impedir que todas unidades comuniquem-se
ao mesmo tempo. Os sistemas que se comunicam pela linha K fornecem informações que
devem estar amplamente disponíveis _____________________.

Elas possuem uma ________________ porque não são absolutamente essenciais para a
operação do veículo. Esta informação é solicitada pelo INS e mostrada quando necessário.

Como cada unidade reconhece que a informação é para ela? Isso ocorre através de um
__________________ para cada conjunto de informações. Estes números de
identificação são pré-definidos e conhecidos de cada unidade na rede. Neste caso, quanto
menor o número, mais importante é a informação.

Isso também se aplica a mensagens de erro prioritárias. Portanto, a unidade sempre sabe de
onde a informação vem e se é para ela ou não. Para se garantir que os sistemas também estão
disponíveis (com pausas longas na transmissão, um sistema poderia até ter falhado), as
unidades transmitem uma mensagem para o INS a ___________________________.

Caso a informação seja solicitada pelos sistemas que não estão conectados por meio da linha
K, o INS "traduz" a informação e a _________________ao HS-CAN-BUS.

204 T1444F <> Documento do participante


20 Questionário
20.1 Questionário

Exercício 16 Como as unidades de controle comunicam-se nos barramentos de dados HS-CAN e LS-CAN?

Complete o texto utilizando as palavras abaixo:


PRIORIDADE MAIS ALTA

PARA O MODO DE RECEPÇÃO

NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO

SOMENTE UMA MENSAGEM

TODAS AS UNIDADES

No barramento CAN ______________________ pode ser enviada por vez. Entretanto,


todas as unidades, geralmente, possuem o mesmo direito de transmissão de mensagem.
Durante a operação, cada unidade alterna ______________________ (verifica se os
dados já estão sendo enviados). Caso o barramento esteja livre, cada unidade pode iniciar o
envio de uma mensagem. A unidade também verifica se sua mensagem foi enviada com êxito.
Caso várias unidades tentem enviar mensagens no barramento ao mesmo tempo, a mensagem
com a ______________________ é enviada primeiro.

As outras unidades, então, alternam para o modo de recepção e retiram sua solicitação de
transmissão. A prioridade é baseada no número de identificação. Unidades de comando
sempre alternam para modo de recepção, quando não estão transmitindo.

Mensagens enviadas são recebidas e confirmadas por _____________________.


Confirmação não significa, necessariamente, que haja um feedback, mas pode ser que
signifique, apenas, que a unidade de comando receptora reconhece a mensagem internamente.

Somente então a unidade individual decide se aceita e processa a mensagem baseada no


_________________________. Caso uma unidade de comando não precise da
mensagem, ela volta ao modo de recepção.

T1444F <> Documento do participante 205


21 Quiz
21.1 Quiz

21 Quiz
21.1 Quiz
Regras do jogo:
 Forme 2 grupos.
 Cada grupo responde a 14 questões.
 Cada grupo tem direito a uma opção de ajuda 50-50 (o instrutor).
 Cada grupo pode pedir ajuda a alguém de outro grupo para, apenas, uma pergunta.
 Cada grupo deve assegurar que todo o grupo concorda com uma determinada pergunta.
 O grupo vencedor é o grupo que responde a todas as 14 perguntas e ainda possui um
número considerável de opções de ajuda não utilizadas.
 Divirta-se com o quiz!

01) Quais das correntes a seguir (a 120V DC) é a corrente mais baixa que seria fatal caso
entrasse em contato com uma pessoa?
a) 30 mA c) 200mA
b) 1 mA d) 300 mA

02) O que é lei de Ohm?


a) P = U x I c) U = R x I
b) Utot = U1 + U2 d) 200 mA

03) Qual símbolo de circuito é usado para um fusível?


a) Quadrado com linhas à direita e à esquerda c) Quadrado preto com linhas à direta e à
esquerda
b) Quadrado com uma linha passando pelo meio d) Quadrado com linhas à direita e à esquerda e
uma seta apontando para cima

04) Qual é a resistência total quando 3 resistores (47Ω, 100Ω, 1kΩ) são conectados em série?
a) 1480 Ω c) 1147 Ω
b) 14 Ω d) 1500 Ω

05) Como o cátodo de um diodo pode ser reconhecido?


a) Por sua cor c) Somente por meio de medição
b) Anel colorido d) Pelo símbolo de circuito no diodo

06) Qual variável um alicate amperímetro utiliza para determinar uma corrente?
a) Corrente c) Campo magnético
b) Resistência d) Frequência

07) Qual função desempenha um diodo em um relé de circuito normalmente fechado?


a) Diodo retificador c) Diodo Zener
b) Fusível d) Diodo de roda livre/supressor

206 T1444F <> Documento do participante


21 Quiz
21.1 Quiz

08) O que se refere a designação 0,75 rd/wt em um diagrama de circuito?


a) A um cabo com de 75cm de comprimento c) A uma seção transversal e marcação colorida
de um cabo
b) A um cabo com de 0,75 cm de comprimento, d) CAN da unidade de comando rd para wt
branco ou vermelho

09) O que é um circuito 85 em um relé?


a) Circuito de controle final da bobina (negativo c) Circuito de controle inicial da bobina (positivo
da bobina) da bobina)
b) Circuito de corrente operacional (entrada) d) Circuito de corrente operacional (saída)

10) Qual designação se refere ao circuito positivo em veículos motorizados?


a) Circuito 30 c) Circuito 15
b) Circuito 31 d) Circuito W

11) Qual componente NÃO demonstra o comportamento PTC?


a) Vela incadescente diesel c) Pré-aquecedor do coletor de admissão
b) Aquecedor do espelho d) Sensor de temperatura do ar externo

12) Através de qual circuito há maior fluxo de corrente em um relé?


a) Circuito de corrente operacional c) Há somente fluxo de tensão elétrica
b) Circuito de controle d) O mesmo em ambos circuitos

13) O que significam os parênteses em um diagrama de circuito?


a) Unidade de comando c) Ponto de medição
b) Variantes diversas d) Conector

14) O que significa a designação R em um alternador (modelo placa)?


a) Design c) Diodos conectados em série
b) Sentido da rotação d) Categorias de energia

T1444F <> Documento do participante 207


DAC – Dúvida Zero na Oficina
Dúvidas Técnicas e Esclarecimentos
Serviço disponível das 08h03min às 17h10min, de segunda a sexta-feira
Telefone (19) 3725-2121 - opção 0
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T1444F-BR Ed.1C 02/2022

208 T1444F <> Documento do instrutor

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