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Os documentos de treinamento não estão sujeitos aos presentes serviços de atualização. Quando estiver trabalhando no
veículo, use sempre os auxílios de oficina mais atualizados (ex.. EPC net, WIS net, DAS, ferramentas especiais) fornecidas
pelo fabricante para o veículo em questão.
Este documento, incluindo todas as suas partes, está protegido pelas leis de direitos autorais. Qualquer processamento ou
uso comercial requer o consentimento prévio por escrito da Daimler AG. Isso se aplica especialmente à reprodução,
distribuição, alteração, tradução, microfilmagem, e/ou processamento em sistemas eletrônicos incluindo bancos de dados e
serviços online.
Nota: O termo "funcionário" sempre se refere aos membros do quadro funcional dos sexos feminino e masculino.
Índice
1 Orientação ....................................................................................................................... 5
1.1 Boas-vindas ............................................................................................................................. 5
1.2 Objetivo do treinamento.......................................................................................................... 5
1.3 Conteúdo do treinamento ....................................................................................................... 5
1.4 Organização e regras gerais .................................................................................................... 5
16 Tipos de falhas.............................................................................................................156
16.1 Fundamentos de falhas elétricas ....................................................................................... 156
16.2 Tipos de falhas.................................................................................................................... 157
20 Questionário................................................................................................................ 201
20.1 Questionário ........................................................................................................................ 201
21 Quiz.............................................................................................................................. 206
21.1 Quiz ..................................................................................................................................... 206
1 Orientação
1.1 Boas-vindas
Bem-vindo ao treinamento T1444F - Sistemas Elétricos!
Durante este treinamento, você terá uma visão geral de todos os tópicos básicos relacionados
aos sistemas elétricos. Você aprenderá sobre esses sistemas por meio dos exercícios de sua
apostila de treinamento e de exercícios práticos no veículo.
Desejamos a você sucesso no curso e esperamos que esses dias sejam bastante informativos!
2 Fundamentos da elétrica
2.1 Eletricidade
Tudo em nosso mundo é composto por átomos. O átomo é a menor partícula em que um
elemento pode ser dividido e ainda manter suas propriedades físicas e químicas.
O átomo é composto por um núcleo rodeado pela eletrosfera. O núcleo é constituído de dois
tipos de partículas: os prótons, com cargas positivas, e os nêutrons, que são eletricamente
neutros. A eletrosfera é constituída de partículas com cargas negativas denominadas elétrons.
A eletricidade é uma forma de energia causada pelo fluxo de elétrons em um condutor.
A energia elétrica é facilmente convertida em outras formas de energia como a luz, o calor, o
som e o movimento.
Na estrutura atômica, por exemplo, de um condutor elétrico, isso significa que os prótons e
elétrons possuem forças de ligação variáveis.
Exemplos: silício (tensão de condução = 0,3 V), germânio (0,7 V), arsenieto de gálio (1,8 V),
fosfeto de gálio (2,3 V), etc.
Bobina Bateria
Indutor Alternador
Motor elétrico ou
Capacitor
Motor de partida
Diodo Amperímetro
LED Voltímetro
Solenoide
Para facilitar o entendimento do que é tensão elétrica, pode-se fazer uma analogia com a
pressão hidráulica. Quanto maior a diferença de pressão hidráulica entre dois pontos, maior
será o fluxo do líquido.
Considerando uma caixa d’água e uma torneira, quanto mais alta estiver a caixa d’água, maior
será a pressão e a velocidade com que a água sairá na torneira. O fluxo de água corresponde à
corrente elétrica e a pressão hidráulica corresponde à tensão elétrica em um circuito elétrico.
Assim, pode-se dizer que quanto maior a tensão elétrica em um circuito, maior será a corrente
elétrica.
Corrente elétrica
Dessa forma, podemos definir a corrente elétrica como o fluxo ordenado de elétrons que
circula por um condutor quando houver uma diferença de potencial elétrico entre suas
extremidades. A corrente elétrica é simbolizada pela letra I e sua unidade de medida é o
Ampere (A).
Corrente alternada (AC) é aquela que varia com o tempo. Conforme seu comportamento,
temos vários tipos de tensão: senoidal, serra, quadrada, triangular, etc.
Na corrente alternada, o fluxo de elétrons não segue um único sentido, ora os elétrons vão para
a frente, ora para trás. Essa variação é fundamental, pois os transformadores numa linha de
transmissão funcionam recebendo esse fluxo de elétrons alternado. Dentro do transformador a
tensão da energia transmitida é aumentada, permitindo que ela viaje longe, desde a usina
hidroelétrica até as residências, comércios e indústrias.
Na corrente contínua (DC), o fluxo de elétrons segue sempre o mesmo sentido. Como não há
alternância, essa corrente não é aceita pelos transformadores e não ganha aumento de tensão.
A energia elétrica não pode ir muito longe, por isso não pode ser transportada entre uma usina
hidroelétrica e uma cidade.
A corrente contínua gerada por pilhas ou baterias é usada nos próprios aparelhos que as
comportam
O sentido da corrente elétrica é dado por uma convenção. Essa convenção diz que o sentido da
corrente elétrica é o mesmo que o sentido de movimento das cargas positivas, ou seja, do
positivo para o polo negativo.
Esta convenção causa estranheza, pois sabe-se que a corrente elétrica é gerada pelos elétrons
em movimento, e esses elétrons são de carga negativa. Por isso, o sentido convencional da
corrente é oposto ao movimento real dos elétrons.
Resistência elétrica
Potência elétrica
Potência elétrica é a capacidade de um componente elétrico transformar energia elétrica em
outra forma de energia (térmica, luminosa, mecânica, etc.) em um intervalo de tempo.
A potência elétrica é simbolizada pela letra P e sua unidade de medida é o Watt (W).
Frequência elétrica
Frequência é o número de oscilações (ciclos) que acontecem igualmente em um determinado
intervalo de tempo. A frequência é simbolizada pela letra F e sua unidade de medida é o Hertz
(Hz). O tempo gasto para ocorrer uma onda completa é denominado período (T). Portanto, a
frequência é o inverso do período: f = 1 / T
Frequência elétrica é a quantidade de vezes que a tensão elétrica varia por segundo.
Como exemplo, podemos citar a rede elétrica brasileira, que tem uma frequência de 60 Hz, ou
seja, 60 ondas senoidais em um segundo.
O período de uma onda completa é, portanto: T = 1 / f = 1 / 60 Hz = 0,0167 s = 16,7 ms
Múltiplos e submúltiplos
Os múltiplos de unidade de medida são designações associadas às unidades, que visam
representar valores acima de 1000.
Múltiplo Símbolo Valor Exemplo
Kilo K 1 000 1kV = 1 000 V
Mega M 1 000 000 1M = 1 000 000
Giga G 1 000 000 000 1GW = 1 000 000 000 W
Tera T 1 000 000 000 000 1TV = 1 000 000 000 000 V
Exemplos de leitura:
1kV lê-se “um quilovolt”
15mA lê-se “quinze miliamperes”
32k lê-se “trinta e dois quiloohms”
40MW lê-se “quarenta megawatts”
Exercício 1 Complete a tabela das grandezas elétricas e faça as conversões das unidades de medida.
Corrente Tensão Resistência Potência
Unidade de medida
Símbolo da unidade
Símbolo da grandeza
Conversão
1A= mA 1V= mV 1Ω= kΩ 1W= kW
1 mA = A 1 mV = V 1 MΩ = kΩ 1 kW = W
2,5 A = mA 24 V = mV 20 KΩ = MΩ 12 W = mW
50 mA = A 5,2 kV = V 470 Ω = kΩ 24 mW = W
2.7 Multímetro
Instrumento utilizado para medir as grandezas elétricas: tensão, corrente e resistência.
Alguns modelos também podem medir frequência, capacitância, temperatura, etc.
Medição de tensão elétrica
Para medir a tensão elétrica, o multímetro faz a função de voltímetro (V).
Na chave seletora, selecionar a função voltímetro (V), na escala e tipo de tensão (AC ou
DC) apropriados.
Encaixar a ponta de prova vermelha no terminal de entrada (V) e a ponta de prova preta
no terminal de entrada comum (COM) do multímetro.
Posicionar as pontas de prova em paralelo com o componente elétrico a ser medido.
O circuito elétrico deve estar energizado.
Com o multímetro digital, pode-se inverter a posição das pontas de prova na medição,
pois somente aparecerá o sinal negativo antes do valor medido no display. Isto não é
aconselhável para multímetros analógicos, pois a inversão poderá danifica-lo.
TT_00_00_018207_FA
Um campo magnético se forma ao redor de cada condutor elétrico através do qual passa a
corrente. A força do campo magnético é diretamente proporcional à intensidade da corrente.
Devido ao campo magnético, uma tensão elétrica, que pode ser medida, é gerada no alicate de
corrente. Conclusão: A tensão medida é diretamente proporcional à intensidade da corrente.
Medição de frequência
Para medir a frequência de um sinal de tensão (V), o multímetro faz a função de frequencímetro
(Hz).
Na chave seletora, selecionar a função frequencímetro (Hz). Em alguns multímetros, para
selecionar esta função, deve-se apertar o botão “Hz” (botão amarelo, na figura abaixo).
Encaixar a ponta de prova vermelha no terminal de entrada (V) e a ponta de prova preta
no terminal de entrada comum (COM) do multímetro.
Posicionar as pontas de prova em paralelo com o componente elétrico a ser medido.
O circuito elétrico deve estar energizado.
Para auxiliar nas medições elétricas, executar um diagnóstico de falhas com qualidade e evitar
danos nos componentes elétricos durante as medições, a Mercedes-Benz dispõe do kit de
conexões elétricas e da década ôhmica como ferramentas especiais.
Números de reposição:
W..22058905990000 Kit de conexões elétricas
W..12458909630000 Década ôhmica
3 Lei de Ohm
3.1 Lei de Ohm
Em 1826, o físico alemão Georg Simon Ohm descobriu a relação entre as grandezas elétricas
básicas de tensão U, resistência R e corrente I. O fluxo da corrente em um circuito elétrico
fechado depende da tensão aplicada e o efeito limitador da resistência do consumidor.
A fórmula da Lei de Ohm é a seguinte: U = R x I
O triângulo a seguir pode ser utilizado para as deduções da fórmula da Lei de Ohm.
Uma variável faltante pode ser calculada usando a fórmula acima se as duas outras variáveis
forem conhecidas. A fórmula pode ser deduzida conforme a seguir:
U=RxI
R=U/I
I=U/R
Exercício 3 Calcular a corrente em um circuito com tensão de 100 V e uma resistência de10 .
Exercício 4 Utilizando o triângulo da Lei de Ohm, assinale a fórmula ideal para calcular a tensão elétrica
sobre o resistor do circuito abaixo.
Exercício 5 Calcule e assinale com um X o valor da tensão elétrica sobre o resistor do circuito abaixo.
Em um circuito elétrico, não é somente a carga que possui resistência elétrica, todos os outros
componentes como conectores, interruptores, fusíveis e cabos também exercem resistência à
passagem da corrente elétrica.
A soma das tensões nos componentes de um circuito em série é igual a tensão aplicada nos
seus terminais externos.
UTotal = U1 + U2 + U3 + ... + Un
Exercício 8 Usando o multímetro, meça a corrente, a tensão e a resistência e complete a tabela a seguir.
Corrente (A)
Itotal I1 I2 I3 I4
Tensão (V)
Utotal U1 U2 U3 U4
Resistência ()
Rtotal R1 R2 R3 R4
Exercício 9 Que afirmações sobre circuitos em série você pode deduzir a partir dos resultados de suas
medições?
a) Corrente:
b) Tensão:
c) Resistência:
Vamos tomar como exemplo o circuito de iluminação da placa de um veículo, onde podemos
encontrar de duas a três lâmpadas associadas em paralelo.
1/Rtotal = 1/5
Rtotal = 5
Pode-se concluir que a resistência total de um circuito em paralelo será sempre menor que a
menor resistência do circuito.
Quando o circuito em paralelo possui apenas duas resistências, a resistência total pode
ser calculada utilizando a seguinte fórmula:
Rtotal = ( R1 x R2 ) / ( R1 + R2 )
A soma das correntes que chega em um nó é igual a soma das correntes que saem deste
mesmo nó.
ITotal = I1 + I2 + I3 + ... + In
Exercício 11 Usando o multímetro, meça a corrente, a tensão e a resistência e complete a tabela a seguir.
Corrente (A)
Itotal I1 I2 I3 I4
Tensão (V)
Utotal U1 U2 U3 U4
Resistência ()
Rtotal R1 R2 R3 R4
Exercício 12 Que afirmações sobre circuitos em paralelo você pode deduzir a partir dos resultados de suas
medições?
a) Corrente:
b) Tensão:
c) Resistência:
→ →
→ →
A resistência total do circuito é de 10 .
TT_00_00_045490_SW
Exercício 15 Usando o multímetro, meça os valores de corrente para as situações descritas abaixo:
Exercício 16 Que afirmações sobre utilização de lâmpada de teste para medição de um circuito eletrônico
você pode deduzir a partir dos resultados de suas medições?
O triângulo a seguir pode ser utilizado para as deduções da fórmula da potência elétrica.
Uma variável faltante pode ser calculada usando a fórmula acima se as duas outras variáveis
forem conhecidas. A fórmula pode ser deduzida conforme a seguir:
P=UxI
U=P/I
I=P/U
Exercício 17
Exercício 17 Calcule a potência elétrica da lâmpada do circuito abaixo.
Exercício 18 Desenhe um circuito com o qual um motor de ventilador possa ser operado em 3 estágios
diferentes de velocidade.
Estágio 1 = 69 Ω
Estágio 2 = 22 Ω
Estágio 3 = 0 Ω
Somente os seguintes componentes podem ser usados:
Fonte de alimentação 12 V
Motor do ventilador
Resistência 22 Ω
Resistência 47 Ω
Estágio 2
Estágio 3
U=RxI UT = U1 + U 2 + U3 UT = U1 = U2 = U3 P=UxI
I=U/R IT = I1 = I2 = I3 IT = I1 + I2 + I3 I=P/U
4 Perigos da eletricidade
4.1 Efeitos do fluxo de corrente através do corpo humano
TT_00_00_018187_SW
O manuseio desatento da energia elétrica pode causar sérias lesões físicas e até a morte.
Isso é mostrado claramente no exemplo da ilustração acima, onde uma pessoa toca em uma
fonte de tensão AC de 220 V.
Na melhor das hipóteses (suor), o corpo forma uma resistência de aproximadamente 1 kΩ.
A resistência de transição à massa é de 50 Ω.
Qual será a corrente elétrica que passará por dentro do corpo da pessoa?
Essa corrente elétrica é suficiente para causar morte?
Vamos calcular sabendo que...
U = 220 V
Rtotal = 1 kΩ + 50 Ω = 1000 Ω + 50 Ω = 1050 Ω
Risco de morte
Os faróis de xênon operam em uma faixa de potência perigosa. Em decorrência da alta tensão,
o contato com peças eletricamente condutoras pode ser fatal!
Choques elétricos podem causar fibrilação do coração ou até mesmo parada cardíaca. Os
efeitos de um choque elétrico podem, aparecerem pela primeira vez depois de vários minutos.
Por esta razão, consulte sempre um médico.
Instruções/precauções de segurança
Pessoas com implantes eletrônicos (ex.: marcapassos) nunca devem trabalhar com faróis
de xênon.
Antes de trabalhar com faróis de xênon (ex.: ao substituir peças, testadores de conexão,
etc.) desligar as luzes.
Nunca encoste em peças que conduzem alta tensão quando os faróis de xênon estiverem
ligados.
Use calçados de segurança (com solas de borracha).
As instruções de segurança para trabalhos com faróis de xênon podem ser encontradas
no Sistema de Informação de Oficina (WIS), sob o número de documento AS82.10-Z-
0001-01A.
5 Componentes elétricos
5.1 Interruptor
Interruptores são componentes que tem o objetivo de interromper a passagem de corrente
elétrica em um circuito, ou seja, sua função é ligar/desligar circuitos elétricos. Geralmente são
acionados manualmente, mas também existem outros tipos de acionamento: mecânico, por
pressão e por temperatura.
Nas figuras abaixo, podemos ver um circuito com 3 interruptores e 2 lâmpadas. Vamos
imaginar que todos os interruptores estão fechados e as lâmpadas acesas.
Abrindo o interruptor S3 apagam-se todas as lâmpadas.
Abrindo o interruptor S1 apaga-se a lâmpada E1.
Abrindo o interruptor S2 apaga-se a lâmpada E2.
5.2 Lâmpada
Lâmpada é um componente que transformam energia elétrica em energia luminosa (luz).
Como resultado do seu funcionamento, uma parte da energia elétrica é transformada em
energia térmica (calor) e, por esta razão, esquentam.
Simbologia
Lâmpada halógena
Lâmpada de xênon
A câmara de queima da lâmpada de xênon é preenchida com xênon e uma mistura de sais de
metal-halogêneo. Esta mistura é ativada por alta tensão. A cor da luz é semelhante à luz do dia.
Lâmpadas de xênon têm um aquecimento temporizado, que é tecnicamente determinado.
Depois de ter sido ligado, atinge-se brilho de 50% dentro de 1 a 2 segundos e o brilho total
após 30 segundos.
Quando o farol baixo é ligado, a unidade de controle ativa o módulo de ignição dentro de
poucos milissegundos com a tensão de controle. Uma oscilação de alta tensão de aprox. 20 kV
a partir da unidade de ignição cria um arco de luz entre os eletrodos, acendendo a lâmpada de
xênon. Se um arco de luz com estabilidade suficiente é reconhecido, o sistema eletrônico de
controle alterna para modo de energia limitada. A potência elétrica é regulada a 35 W. Um
conversor de tensão gera a tensão de aprox. 85 V, necessária para a lâmpada de xênon
funcionar com segurança.
Um farol bi-xênon completa duas funções com uma única lâmpada: Farol alto e baixo.
O uso de uma aleta móvel no farol permite a comutação eletromagnética entre as luzes baixa e
alta. Ao mudar para farol alto, a bobina é energizada e atrai um núcleo de ferro. O núcleo de
ferro é mecanicamente conectado com a aleta. A aleta é girada para cima e para baixo através
de um acoplamento.
Lente TT_82_10_005777_FA
Fonte: BOSCH. Manual de Tecnologia Automotiva. 25ª edição. Ed. Edgard Blucher. pág.940/941.
5.3 Relé
Um relé é uma espécie de interruptor que ao invés de ser acionado manualmente, é controlado
por um eletroímã (bobina). Os relés mais simples são constituídos de uma bobina conectada a
contatos elétricos NA (normalmente aberto) ou NF (normalmente fechado). Quando a bobina é
alimentada (do terminal 86 para o 85), os contatos são comutados, ou seja, o contato NA se
fecha (terminais 30 e 87) ou o contato NF se abre (terminais 30 e 87a), permitindo ligar ou
desligar dispositivos.
Um relé é um comutador eletromecânico que consiste de uma bobina, uma armadura, em
alguns casos uma ponte e um ou mais contatos. Ao aplicarmos uma tensão à bobina do relé, a
corrente flui através da bobina e a magnetiza. Isso desloca a armadura, que é feita de material
magnético. A armadura, por sua vez, opera um ou mais contatos. Caso o relé possua mais de
um contato, a chamada "ponte" é anexada à armadura e opera cada contato individualmente. O
benefício dos relés é que nos permitem utilizar uma corrente pequena (corrente de controle)
para controlar uma corrente maior (corrente de carga). A desvantagem é que os relés são
muito lentos para comutações eletrônicas e seu tamanho avantajado o torna cada vez menos
popular em muitas aplicações.
Utilizados, por exemplo, no acionamento das luzes de freio do veículo, no sistema de partida do
motor, etc.
Os relés mais comuns são de 4 ou 5 pinos. Os relés de 4 pinos são representados pelos
terminais 30, 85, 86 e 87 e nos relés de 5 pinos existem os terminais 30, 85, 86, 87 e 87a.
Há relés que possuem um diodo de bloqueio em paralelo com a bobina, denominado diodo de
roda livre, que tem a função de proteger o circuito contra a corrente reversa gerada no
momento de desligamento da bobina.
Exercício 51
a) Complete o circuito do relé abaixo e construa-o utilizando o kit de experimentos elétricos.
TT_00_00_018192_FA
5.4 Resistor
Resistores são componentes eletrônicos cuja finalidade é oferecer oposição à passagem de
corrente elétrica nos circuitos elétricos e consequentemente reduzir ou dividir as tensões
elétricas. Existem vários tipos de resistores, o que difere entre eles é o material empregado na
sua fabricação.
Simbologia
Código de cores
Alguns tipos de resistores indicam seu valor de resistência elétrica através de um código de
cores. Existem resistores com 4, 5 ou até 6 faixas de cores. Resistores comuns possuem 4
faixas de cores e resistores de precisão tem 5 faixas. Os resistores com 6 faixas de cores
também são resistores de precisão e a última faixa representa seu coeficiente de temperatura.
Nos resistores comuns, a cor dourada ou prata da última faixa representam a tolerância do
valor lido, sendo 5 % e 10 % respectivamente.
Na tabela a seguir, temos dois exemplos de leitura do código de cores dos resistores. No
primeiro exemplo, o resistor possui 4 faixas de cores e apresenta a cor prata na última faixa,
logo o valor lido de 560 000 permite uma variação de até 10 %, ou seja, o valor pode ser
entre 504 000 e 616 000 .
Exercício 22 Utilizando a tabela de código de cores, identifique o valor da resistência dos 3 resistores
fornecidos pelo instrutor do treinamento e anote na tabela abaixo.
Meça com um multímetro a resistência elétrica de cada resistor e compare com o valor lido.
Valor lido Valor medido
Resistor Resistência () Tolerância (%) Resistência ()
Resistor 1
Resistor 2
Resistor 3
5.5 Potenciômetro
O potenciômetro é um resistor variável. O nível de resistência pode ser alterado manualmente,
com a utilização de uma ferramenta como uma chave de fenda, ou por meio de dispositivos
automáticos.
TT_00_00_018319_FA
Exercício 23 Use seu kit de experimentos elétricos para construir o circuito abaixo, meça a tensão elétrica e
complete a tabela.
TT_00_00_045496_SW
Ajuste do Tensão A-B (V) Tensão C-D (V) Tensão E-F (V)
potenciômetro
Posição final
totalmente à esquerda
Posição central
Posição final
totalmente à direita
Posição final
totalmente à direita
Simbologia TT_00_00_018321_FA
Exercício 25 Construa o circuito NTC abaixo, aqueça o sensor e avalie seu consumo de corrente elétrica.
TT_00_00_045497_SW
Exercício 27 Construa o circuito PTC abaixo, aqueça o sensor e avalie seu consumo de corrente elétrica.
TT_00_00_045498_SW
Exercício 29 Desenhe a curva teórica de uma resistência NTC e uma resistência PTC.
TT_00_00_018190_FA
TT_00_00_018191_FA
Exercício 30 Indique algumas áreas de aplicação das resistências NTC e PTC em um veículo.
5.7 Diodo
O diodo é um componente semicondutor que serve como um retificador, como proteção ou
como fonte de luz. A função do diodo é simples de explicar. É uma válvula para corrente
elétrica. A maioria dos componentes semicondutores é composta de silício e germânio,
materiais que possuem valência química, composição química e propriedades de condutividade
diferentes. Existe uma ampla gama de formatos com diversas propriedades físicas.
Diodo de bloqueio:
Permite a passagem da corrente elétrica em um sentido e bloqueia no
sentido contrário. Torna-se condutor quando o ânodo é mais positivo que
TT_00_00_018324_FA o cátodo. Queda de tensão: 0,7 V com silício e 0,3 V com germânio
Diodo emissor de luz (LED):
Funciona como um diodo de bloqueio e ilumina se polarizado
corretamente. Vermelho 1,8 V, amarelo 2 V, verde 2,1 V (valores
aproximados)
TT_00_00_018325_FA
Diodo Zener:
Torna-se condutor na direção inversa a uma tensão definida.
TT_00_00_018326_FA
Fotodiodo:
Torna-se condutor na direção inversa ao ser exposto à luz.
TT_00_00_018327_FA
Diodo de bloqueio
TT_00_00_018198_FA
Exercício 32 Construa o circuito abaixo e marque com um X a afirmação correta. Explique sua resposta.
TT_00_00_018328_FA
Exercício 33 Desenhe os diodos dentro dos circuitos de maneira que a função descrita seja obtida.
a) Diodo de roda livre/diodo supressor: Quando é aplicada uma tensão em uma bobina, é
criado um campo magnético. Se a tensão for desligada, o campo magnético desaparece. Como
resultado disso, uma tensão, que atua na direção oposta à da tensão aplicada anteriormente,
se forma na bobina. Através de um diodo que é ligado em paralelo, outro circuito elétrico é
disponibilizado para suprimir a tensão que é gerada ou para permitir seu movimento livre.
TT_00_00_018199_FA
TT_00_00_045504_SW
Exercício 34 Verifique o diodo com o multímetro. Selecione a escala específica para testes de diodo,
conforme demonstrado nas figuras abaixo.
Que tensões elétricas você pode medir? Insira os resultados no multímetro.
TT_00_00_018197_FA
Sem influência.
Influência em circuito aberto:
Teste de diodos
5.8 Capacitor
O capacitor (ou condensador) tem a função de armazenar cargas elétricas.
Simbologia
Em sua forma mais simples, um capacitor é constituído de duas placas condutoras opostas
uma a outra. As placas são separadas por uma camada de isolamento. Aplicar uma tensão
direta no capacitor causa inicialmente o fluxo intenso de uma corrente que quase alcança uma
corrente de curto circuito. O capacitor então é carregado, primeiramente de forma súbita, em
seguida gradualmente, até que esteja completamente carregado e não haja mais fluxo de
corrente. Neste ponto, o capacitor funciona como um isolante relativo à fonte de tensão. O
descarregamento do capacitor é semelhante: A conexão de um resistor a um capacitor
carregado gera um intenso fluxo de corrente que, em seguida, diminui gradualmente até que o
capacitor esteja completamente descarregado.
A capacidade de um capacitor refere-se a seu "volume de armazenamento", em outras
palavras, ao volume de elétrons que ele pode armazenar ou à quantidade de corrente que pode
receber até estar completamente carregado.
O isolamento é chamado de dielétrico, a característica do capacitor é definida pelo seu
dielétrico. O dielétrico pode ser de cerâmica, mica, poliéster, papel, ar, etc.
Os capacitores podem ser carregados e armazenar eletricidade tal qual as baterias, isto pode
ser perigoso quando se trabalha com alta tensão. A corrente contínua (cuja tensão não varia no
tempo) não flui através do capacitor, já que o dielétrico tem a característica de um circuito
aberto.
TT_00_00_018318_FA
Os valores de capacitância são medidos em Farad (F), porém é uma unidade de medida muito
grande e mais comumente os capacitores utilizam os submúltiplos microfarad (F), nanofarad
(nF) e picofarad (pF).
Imagine que a bateria seja arrancada ou se quebre em um acidente. Como resultado, será
impossível deflagrar o airbag. Os capacitores na unidade de controle do airbag garantem que a
espoleta ainda assim seja deflagrada.
5.9 Transistor
O transistor é um componente eletrônico que tem como principal função gerar, chavear ou
amplificar sinais elétricos.
Simbologia
Funcionamento do transistor
TT_00_00_018329_FA
O transistor não está ativado, está "bloqueado". Você pode observar que a alavanca no canto
superior esquerdo da figura está na posição FECHADA e não há fluxo de água na base. Isso
significa que a válvula deslizante à direita também está fechada e que não há fluxo de água do
coletor para o emissor. A válvula é mantida fechada por uma mola.
O diagrama do circuito correspondente é exibido na figura ao lado. O comutador para a base
está aberto e a lâmpada não acende. O transistor está bloqueado, uma vez que não há corrente
do coletor para o emissor.
Se abrirmos a alavanca à esquerda, a água fluirá da alavanca para a base. A pressão da água
empurra a outra alavanca puxando, desta forma, a válvula deslizante no coletor para a
esquerda. A água do funil à direita (o coletor) pode agora fluir para o emissor. O transistor é
condutor. A alteração da posição da alavanca à esquerda (FECHADA/ABERTA) nos permite
regular a quantidade de água que fluirá do coletor para o emissor.
TT_00_00_018330_FA
Transistores possuem diversos modelos diferentes. Por vezes, é difícil localizar precisamente
as conexões no transistor. Uma variedade de manuais de dados técnicos está disponível, que
descrevem as conexões e a corrente coletor-emissor máxima. Existem transistores NPN e PNP,
que possuem polaridades diferentes. O exemplo acima trata de um transistor NPN. Em um
transistor PNP, a conexão do emissor localiza-se na parte superior e a conexão do coletor, na
parte inferior. Este tipo de transistor se torna condutor quando um potencial negativo para o
emissor está disponível na base.
Explicação simplificada
O transistor funciona com uma torneira, onde o registro da torneira representa o terminal base
do transistor. Quanto mais aberto estiver o registro da torneira, maior será o fluxo de água que
passará da conexão de entrada para o bocal de saída da torneira. De forma análoga, no
transistor, quanto maior a corrente na base, maior será o fluxo de corrente elétrica do coletor
para o emissor.
Entende-se por "amplificar" o processo de tornar um sinal elétrico mais fraco, em mais forte.
Um sinal elétrico de baixa intensidade, como os sinais gerados por um microfone, é injetado
em um circuito eletrônico, cuja função principal é transformar este sinal fraco gerado pelo
microfone, em sinais elétricos com as mesmas características, mas com potência suficiente
para excitar os alto-falantes. A este processo todo se dá o nome de ganho de sinal.
Quando trabalhando como chave, o transistor tem como principal finalidade, permitir o controle
de atuadores com potência elevada, a partir de um pequeno sinal de tensão e corrente. Na
Figura 1, vemos que não existe corrente elétrica na base do transistor, logo a chave está aberta
e o ventilador não funciona. Na Figura 2, vemos que existe corrente elétrica na base do
transistor, logo a chave está fechada e o ventilador funciona. Vemos também que a partir de
uma pequena corrente elétrica é possível controlar um atuador de maior potência (ventilador).
Neste caso, o transistor pode ser comparado a um relé, porém comutam mais rápido e
silenciosamente e trabalham sem desgaste.
TT_00_00_018331_FA TT_00_00_018332_FA
Exercício 36 Nos transistores ilustrados abaixo, rotule a base com um "B", o emissor com um "E" e o coletor
com um "C".
TT_00_00_018333_FA
Exercício 37 Use seu kit de experimentos elétricos para construir o circuito abaixo, meça a corrente elétrica
na base e no emissor do transistor.
Exercício 38 Os transistores são cada vez mais utilizados atualmente. A maioria dos circuitos consiste em
mais do que apenas transistores e incluem outros componentes elétricos, como capacitores,
resistores, etc.
Um circuito eletrônico típico, com diversos componentes eletrônicos é um circuito de
iluminação interna com retardo de desligamento.
Função: Após operar um comutador, a iluminação interna apaga-se após um determinado
tempo de atraso.
Exercício 39 Use seu kit de experimentos elétricos para construir o circuito Darlington abaixo.
a) Se você tocar os pontos A-B com seus dedos, a luz acenderá/a luz não acenderá?
Circuito Darlington:
Os circuitos Darlington associam dois ou mais transistores com o objetivo de controlar
correntes elevadas de motores elétricos ou de outros consumidores, a partir de correntes
menores. O ganho de corrente (ou fator de amplificação ) dos circuitos Darlington é o
produto do ganho dos transistores individuais.
5.10 Fusível
O fusível é um componente que tem por função proteger a instalação elétrica e impedir, desta
forma, a ocorrência de acidentes e incêndios. Contém um fio mais fino que o utilizado na
instalação elétrica o qual funde-se quando a corrente elétrica circulante atinge um limite acima
do tolerável, interrompendo a alimentação do circuito.
Simbologia
TT_00_00_045235_FA
TT_00_00_045234_FA
Também existem fusíveis com maior capacidade de corrente para proteção de centrais
elétricas de caminhões e ônibus (40 A, 60 A, 80 A e 100 A), instalações posteriores de alto
consumo (100 A, 150 A e 200 A) e motores de partida (500 A).
Fusível automático
O fusível automático comporta-se de maneira semelhante ao disjuntor de uma residência,
desarma-se quando a corrente elétrica ultrapassa o valor preestabelecido, impedindo a
passagem da corrente excessiva. Não funde-se e pode ser novamente utilizado ao rearma-lo.
As cores e capacidades de corrente dos fusíveis automáticos são as mesmas dos fusíveis
convencionais.
Cálculo de fusíveis
O fusível deve ter capacidade de 25 a 50% maior que a corrente elétrica do circuito.
Exemplo: Calcular o valor do fusível para proteger a instalação elétrica do circuito a seguir.
I = U / R = 24 V / 12 = 2 A
I + 25% = 2 A + 0,5 A = 2,5 A
I + 50% = 2 A + 1 A = 3 A
Os cabos elétricos podem ter isolação do tipo PVC, EPR, HEPR ou XLPE, sendo que os cabos
isolados em PVC podem operar com temperatura máxima do condutor de 70°C em regime,
enquanto que para as outras isolações podem operar a 90°C.
Diferença entre cabo flexível e rígido
Notas:
1) Em casos particulares com cabo do motor de partida muito comprido, o valor Uvl
eventualmente pode ser ultrapassado com temperatura de partida reduzida.
2) Nos casos em que o cabo de retorno do motor de partida for isolado, a queda de
tensão no cabo não deve ser superior a queda de tensão na linha de alimentação -
valores máximos permitidos são 4% da tensão nominal, isto é, um total de 8%.
Fonte: BOSCH. Manual de Tecnologia Automotiva. 25ª edição. Ed. Edgard Blucher. pág.1014-1017.
Para o correto dimensionamento dos cabos elétricos, é necessário observar alguns pontos:
Qual é a tensão elétrica do veículo?
Qual é a potência consumida pelo equipamento?
Qual é a distância entre o equipamento a ser ligado e a fonte de energia?
Onde:
A = Bitola do cabo (seção transversal)
I = Corrente calculada
ρ = Resistividade do cobre (0,0178 Ω mm²/m)
L = Comprimento desejado
Exemplo: Vamos calcular a seção transversal de um cabo elétrico para a ligação da iluminação
das luzes de freio de um ônibus, que sofreu uma avaria durante uma colisão. Sabendo que:
Tensão elétrica do veículo: 24 V
Potência consumida pelo equipamento: 4 lâmpadas de 21 W cada
Distância entre o equipamento a ser ligado e a fonte de energia: 15 metros
O resultado acima é o valor exato para a bitola do cabo nas condições impostas no exemplo em
questão. No entanto, comercialmente não temos este valor de bitola. O menor valor comercial
da bitola do cabo que consegue atender as especificações acima é de 2,5mm².
O multímetro emitirá um sinal acústico (bip) todas as vezes que houver continuidade no
condutor elétrico.
Exercício 40 Um cliente comprou 5 ônibus rodoviários com o objetivo de promover passeios turísticos. Ao
entregarem os ônibus, o cliente constatou que não havia solicitado alguns itens de conforto, os
quais são essências para o propósito dos ônibus. O cliente levou os ônibus na concessionária e
solicitou a instalação posterior dos equipamentos abaixo:
Geladeira: 72 W
Cafeteira: 96 W
A distância entre os equipamentos e a fonte de energia é de 10 m.
Simbologia
O contato elétrico é realizado por pequenas peças metálicas denominadas terminais, que são
crimpados (prensados) nos cabos elétricos e inseridos (fixados) nas cavidades do conector.
Existem diferentes tipos de terminais: machos, fêmeas, olhal, tubular, agulha, etc.
A carga e a descarga eletrostática formam-se em diversas situações da vida cotidiana, por ex.:
Pentear os cabelos;
Caminhar sobre pisos de tapetes ou de material sintético;
Vestir e tirar tecidos;
Descer do veículo;
Contato com diversos materiais de embalagem (por ex., isopor, vinil) nas prateleiras ou no
recipiente de transporte.
Quando se está trabalhando com sistemas elétricos, tais como, unidades de controle, sensores
e seus respectivos fios, há sempre o risco dos componentes serem parcial ou irreparavelmente
danificados por descargas eletrostáticas (ESD), a partir de uma tensão elétrica de 100 V.
Frequentemente, as descargas não são perceptíveis por seres humanos, já que as correntes
estão na faixa de microamperes. Geralmente essas correntes não são perigosas para as
pessoas.
Quando elas atingem 3000 V, as descargas se tornam perceptíveis, à partir de 5000 V,
as descargas são audíveis e à partir de 10.000 V, também são visíveis. As descargas
ESD podem atingir até aprox. 35.000 V!
A descarga eletrostática subsequente pode ser tão forte que o pequeno choque elétrico pode
ser sentido. Mas, mesmo as descargas menores, que não são sentidas pelo homem podem
danificar de modo permanente os componentes eletrônicos e as unidades de controle.
Por exemplo, os componentes eletrônicos relacionados a seguir podem ser danificados pela
descarga eletrostática:
Componentes SRS;
Unidades de controle, principalmente suas conexões de dados (CAN Bus, LIN, etc.);
Sensores;
Componentes mecatrônicos (atuadores, etc.);
Amplificadores de antena;
Receptores (rádio, TV, GPS, telefone, etc.);
Displays.
Os pontos de reparo devem ser inspecionados, de acordo com o diagrama elétrico, com
um multímetro capaz de medir uma resistência menor que de 0,5 .
TT_00_00_022558_FA
Busca no EPC
"Pigtails" podem ser encontrados no EPC no grupo de construção 54/019 como “peças
de contato”.
Crimpagem
Na crimpagem, o fio previamente decapado até a dimensão "a" é pressionado no terminal de
contato (pino), usando conjuntos de moldes em alicates especiais.
As peças a seguir devem ser corretamente unidas umas nas outras para uma boa conexão
crimpada, tanto elétrica quanto mecanicamente:
Alicate crimpador
Molde de crimpagem (crimpset)
Alicate decapador de fios
Fio (seção transversal)
Terminal de contato
Cada terminal de contato (macho e fêmea) pode ser atribuído à uma "família" (ex. SLK, JPT).
São feitas diferenciações entre essas famílias com base na seção transversal do fio e sua
vedação. Os terminais também são diferenciados com base em seu respectivo revestimento.
Revestimento estanho: Terminais usados principalmente no interior do veículo.
Revestimento prata: Contatos usados no exterior e zona de respingos.
Revestimento ouro: Contatos usados em sistemas de segurança (ex.: airbag).
Nota: O mesmo tipo de par de contato (macho/fêmea) está prescrito para o reparo.
Maleta TT_00_19_019784_FA
Alicates TT_00_19_019790_FA
Chicotes elétricos danificados podem agora ser reparados. Reparos sem perda da qualidade
são possíveis usando os métodos de reparo, peças e ferramentas especiais aprovados pela
Mercedes-Benz. Número de reposição do kit de reparo de chicotes elétricos:
W..00058913990000 Kit básico de reparo
W..22058904990000 Kit complementar para automóveis
Procedimento de reparo
1) Encontre o local do dano.
2) Encontre o diagrama elétrico do fio afetado no WIS usando as ilustrações do EPC.
3) Encontre no WIS os documentos sobre métodos corretos para: remover terminais;
crimpagem de terminais, soldagem de cabos e proteger o local do reparo.
Crimpagem:
A crimpagem é permitida para reparos em cabos com seção transversal máxima de 4 mm².
Indicações para crimpagem podem ser encontradas nos documentos WIS: AR00.19-P-0100-
03A, AR00.19-P-0100-04A e AH00.19-P-1000-09A.
Soldagem Raychem
Para manipular os conectores de solda, consulte documento WIS AR00.19-P-0100-09A.
A solda deve ser executada com um soprador de ar quente a 400°C. A solda deve sempre ser
iniciada na extremidade do cone nas mangas do conector de solda.
Conector de solda
Os conectores de solda devem ser separados uns dos outros no cabo para evitar que o
cabo fique rígido demais.
Conectores de solda não devem ser usados em curvas.
7 Diagramas elétricos
7.1 Leitura e interpretação de diagramas elétricos
Diagramas elétricos (ou esquemas elétricos) são representações esquemáticas dos sistemas
elétricos/eletrônicos dos veículos, contendo a central elétrica, unidades de controle, seus
componentes de entrada e saída, bem como os chicotes elétricos que os interligam, com os
respectivos cabos, terminais (pinos), conectores e designações.
Os diagramas elétricos dos veículos Mercedes-Benz podem ser consultados no Sistema de
Informação de Oficina (WIS), sob os documentos tipo PE.
Assim como os desenhos mecânicos, os diagramas elétricos também possuem suas
características próprias, como símbolos e nomenclaturas. A correta leitura e interpretação dos
diagramas elétricos são essenciais para a realização de um diagnóstico de falhas eficaz e sua
precisa reparação.
Exercício 43 Encontre o diagrama elétrico correto para o problema "veículo não acelera".
Anote o número do documento que você encontrou no WIS.
Exercício 44 Anote em poucas palavras como você encontrou o diagrama elétrico no WIS.
Exercício 45 Com a ajuda do diagrama elétrico e de seu instrutor, desenhe a parte do circuito do pedal do
acelerador conectado à unidade de controle FR/CPC.
Exercício 47 Localize no diagrama elétrico os pontos de medição dos componentes e anote na tabela
abaixo:
Componente Sigla do Pontos de medição
componente
Sensor de rotação do volante do motor
Sensor de rotação do comando de válvulas
8 Malha de controle
8.1 Controle e regulagem
TT_00_00_046307_FA
As funções de controle e regulagem operam com base no princípio IPO. IPO significa:
I = Input (Entrada)
P = Processamento
O = Output (Saída)
Input (Entrada) se refere aos produtores de sinais elétricos (sensores). Nos veículos
automotores, os sinais de entrada são gerados, por exemplo, por interruptores, pulsadores,
potenciômetros, sensores, etc.
O Processamento de sinais elétricos geralmente é executado por controladores (unidades de
controle), por exemplo: a central de microcomputador (CPU) quem toma decisões e ativa os
atuadores com base em fórmulas matemáticas programadas e mapas de características
(bancos de dados).
Output (Saída) é executado pelos atuadores que implementam os comandos elétricos da
unidade de controle. Os atuadores convertem os sinais para um sistema de regulação (em
geral) em trabalho mecânico, ou seja, em movimentos, uma válvula que abre ou fecha, por
exemplo. Como exemplos de atuadores em veículos automotores, podemos citar: válvulas
eletromagnéticas, relés, solenoides, lâmpadas, buzinas, motores elétricos, unidades injetoras
de combustível, etc.
Exercício 48 Formem 3 grupos.
Exercício 49 No diagrama elétrico da unidade de controle MR, destaque em cores as seguintes conexões:
Terminal 15 Azul
Terminal 30 Vermelho
Terminal 31 Marrom
Todas as entradas Amarelo
Todas as saídas Verde
O valor especificado é o estado ideal em uma malha de controle. É criado por um controlador
que realiza a leitura do valor real e, então, determina o valor de ajuste.
Normalmente, o valor atual oscila dentro de um intervalo menor ou maior em torno do valor
especificado, pois o valor atual está constantemente modificando-se devido a fatores de
interferência, a razão pela qual precisamos da malha de controle. O valor atual é o valor sendo
de fato vivenciado no momento da observação. É usado, por exemplo, para avaliação da malha
de controle ou para leituras em um visor.
O valor atual raramente coincide com o valor especificado.
Você deve conhecer o valor especificado a fim de avaliar corretamente os valores atuais e
realizar um diagnóstico de forma clara e segura.
TT_00_00_045511_FA
9 Sensores
9.1 Tipos de sensores
Os sensores são transdutores que convertem sinais de qualquer natureza física ou química em
sinais elétricos, para serem interpretados pelas unidades de controle de um veículo, que
consequentemente tomam decisões com base nestas informações. Nos veículos, os sensores
são indispensáveis para as funções de controle e regulagem e são divididos em 4 campos de
aplicação: segurança, conforto, operação e meio ambiente.
Os sensores são utilizados para medir temperatura, pressão, força, posição, curso, ângulo,
velocidade, aceleração, nível, luminosidade, som, massa, concentração, densidade, quantidade
de substância, etc.
Há uma grande variedade de sensores diferentes e eles podem ser classificados de diferentes
formas. Uma forma é classificá-los com base no tipo de sensor. Isso resulta em 5 grupos
principais:
Interruptores como sensores:
Interruptores fornecem apenas informação ON/OFF (ligado/desligado).
Tipo mais simples de sensor.
Sensores passivos:
Este altera uma de suas variáveis elétricas como um resultado da influência de uma
quantidade medida atuando do lado de fora.
Exemplo: sensor de temperatura com resistência NTC. Uma tensão de teste é aplicada á
resistência NTC. A resistência e, por consequência, a corrente mudam em função da ação
da temperatura externa.
Possuem 2 terminais elétricos. Provê sua própria energia ou deriva do próprio fenômeno
que está sendo medido.
Sensores ativos:
Além da linha de sinal para a unidade de controle, também possuem linhas adicionais para
alimentação de tensão. Dessa forma, possuem 3 terminais elétricos.
Exemplo: Sensor hall do acionamento dos vidros elétricos no caminhão ACTROS.
Sensores inteligentes:
Possuem seu próprio sistema eletrônico de avaliação para aquisição e processamento de
sinais.
Exemplo: sensor de NOx no caminhão ACTROS.
Sensores complexos:
São projetados para tarefas especiais.
Consistem em diversos sensores, cada um com seu sistema eletrônico de avaliação.
Somente todos os valores de medição juntos produzem um resultado de medição.
Transmitem informações geralmente em forma digital.
Exemplo: Sensor de radar ART. Este consiste de três unidades emissoras e receptoras para
medições de distância.
9.2 Potenciômetro
É um tipo de sensor com resistência variável giratória, utilizado para converter movimentos
mecânicos em sinal elétrico. A atuação mecânica provoca uma alteração na relação entre as
resistências “R1” e “R2”. É importante verificar que a resistência total, ou seja, a somatória das
resistências “R1” e “R2” não varia com o movimento mecânico.
Nos veículos são utilizados na medição de posição e rotação. Na figura abaixo, vemos que, ao
rodar o volante de inércia do motor, ocorre a variação do campo magnético do imã, que por sua
vez, induz a bobina corrente elétrica.
Bandas extenciométricas: são materiais que variam sua resistência quando tracionadas.
Nos veículos, os sensores de pressão são encontrados para medir pressão do óleo lubrificante
do motor, do ar de sobrealimentação, do combustível, circuitos de freio pneumático, pressão
atmosférica, saturação do filtro de ar, etc.
No gráfico acima, estão representados os valores de tensão elétrica fornecidos por um sensor
de pressão. Para uma variação de pressão de 0,5 a 3,5 bar, existe uma variação de tensão de
0,5 a 4,5 V. Os sensores de pressão são sensores ativos e, portanto, necessitam de
alimentação de tensão de 5 V.
Uma placa condutora percorrida por corrente elétrica IV quando submetida a um campo
magnético perpendicular a essa corrente, gera uma corrente elétrica IH perpendicular à
corrente IV e ao campo magnético. A esse efeito dá-se o nome de efeito Hall.
Em outras palavras...
Um fluxo de elétrons na placa semicondutora é criado pela aplicação de tensão elétrica.
TT_00_00_018218_FA
TT_00_00_018219_FA
TT_00_00_018220_FA
Os sensores Hall utilizam o princípio Hall na sua construção, sendo utilizados para medir
posição e rotação. Nos veículos, podem ser utilizados como sensor de velocidade da caixa de
mudanças, sensor do pedal do acelerador, sensor de posição do comando de válvulas, etc.
Na figura a seguir, podemos observar um sensor Hall como um sensor de posição do comando
de válvulas do motor.
10 Sinais elétricos
As malhas de controle trabalham com o conceito IPO (Input-Processamento-Output).
Os componentes de entrada (Input) emitem sinais elétricos às unidades de controle
(Processamento), que os analisa e toma decisões, por meio de sinais elétricos emitidos aos
atuadores (Output), para que estes realizem um determinado trabalho. Dessa forma, os sinais
elétricos são muito importantes para o correto funcionamento de uma malha de controle.
Sinal ON/OFF
Sinal senoidal
Exemplos: sensor hall de velocidade da caixa de mudanças, sinal das saídas GSV da unidade de
controle do veículo (FR/CPC), etc.
Sinal quadrado
Abaixo, um exemplo de sinal digital que foi obtido com osciloscópio através da monitoração da
linha de comunicação CAN entre duas unidades de controle.
Sinal PWM
Nas figuras abaixo, vemos dois sinais PWM com a representação de seus respectivos ciclos de
trabalho. Apesar do ciclo de trabalho ser diferente, a frequência se mantém constante e, neste
exemplo, é de aproximadamente 201 Hz.
Sinal PPM
10.10 Exercícios
Exercício 51 Um sinal PWM foi medido com um osciloscópio HMS990, conforme exibido na tela abaixo.
Na tela do osciloscópio observa-se que o eixo horizontal indica 2 ms/divisão e o eixo vertical
indica 5 V/divisão. Sabendo disso, calcule:
Frequência (f)
Ciclo de trabalho (x%)
Tensão eficaz (Uef), sabendo que para um sinal PWM: Uef = Us x x%
TT_00_00_018230_FA
Exercício 52 Um sinal senoidal foi medido com um osciloscópio HMS990, conforme exibido na tela abaixo.
Na tela do osciloscópio observa-se que o eixo horizontal indica 1 ms/divisão e o eixo vertical
indica 1 V/divisão. Sabendo disso, calcule:
Frequência (f)
Tensão eficaz (Uef), sabendo que para um sinal senoidal: Uef = Us / 2
TT_00_00_045513_FA
O multímetro não é capaz de medir a tensão de pico (Us) de um sinal elétrico alternado.
Ele mede apenas a tensão eficaz (Uef), ou seja, o multímetro mede o valor médio do sinal.
Para avaliar corretamente todas as características de um sinal elétrico, é necessária a
utilização de um osciloscópio.
TT_00_00_018228_FA
Exercício 53 Em seu grupo, analise quais valores o multímetro mostraria para as curvas de tensão ilustradas
a seguir. Insira esses valores no multímetro.
TT_00_00_018229_FA
TT_00_00_013922_FA
TT_00_00_018213_FA
12 Trabalho prático 1
Exercício 54 Determine a atribuição dos pinos do sensor do pedal do acelerador no veículo do treinamento,
utilizando o diagrama elétrico do WIS.
Atribuição dos pinos do sensor do pedal do acelerador na unidade de controle FR/CPC
Componente Sigla do Pontos de medição
componente
Pedal do acelerador, sinal 1
Pedal do acelerador, sinal 2
Meça o sinal de tensão desse sensor, usando o XENTRY Kit e o osciloscópio HMS 990 e
desenhe na figura abaixo.
TT_00_00_045528_FA
Exercício 55 Determine a atribuição dos pinos do sensor de rotação do comando de válvulas e do sensor de
rotação do volante do motor no veículo do treinamento, utilizando o diagrama elétrico do WIS.
Atribuição dos pinos dos sensores na unidade de comando MR
Componente Sigla do Pontos de medição
componente
Sensor de rotação do volante do motor
Sensor de rotação do comando de válvulas
Meça o sinal de tensão desse sensor, usando o XENTRY Kit e o osciloscópio HMS 990 e
desenhe na figura abaixo.
TT_00_00_045528_FA
TT_00_00_018246_FA TT_00_00_018248_FA
TT_00_00_018247_FA TT_00_00_018249_FA
Como funciona?
Medidas análogas são registradas pelos sensores e convertidas em dados digitais na
unidade de controle para transferência.
Os dados são transferidos entre as unidades de controle via conexões por cabos elétricos
ou óticos, daí vem o termo barramento de dados (data bus).
A unidade de controle receptora transforma diretamente os dados digitais de entrada ou os
converte a um valor analógico para acionamento de um atuador.
Possui um único cabo. É a linha de dados com a menor velocidade de dados (9,6 kBaud) e é
utilizada para conectar o equipamento de diagnóstico ao veículo. Não possui limitação definida
para o comprimento do cabo.
TT_54_18_005697_SW
Por onde os dados são transferidos em 2 cabos entrelaçados (cabo CAN-H e cabo CAN-L) a
uma velocidade muito alta (até 500 kBaud a uma frequência de 62,5 kHz). Seu comprimento é
de, no mínimo, 30 cm e de, no máximo, 2 m.
TT_00_00_018252_FA
Aqui, a velocidade de transferência de dados fica entre o K-line e o CAN de alta velocidade. Os
dados são transmitidos em dois cabos entrelaçados (cabo CAN-H e cabo CAN-L) para o CAN de
baixa velocidade (125 kBaud a uma frequência de 62,5 kHz). Dois cabos massa (GND), que
estão entrelaçados com as linhas de dados, também são utilizados para proteção (blindagem).
Seu comprimento é de, no máximo, 15 m.
TT_00_00_018253_FA
Transmissão do sinal
O CAN suporta dois formatos diferentes de telegramas de dados, diferenciados somente pelo
comprimento do identificador (ID). O comprimento do ID é de 11 bits no formato padrão e de
29 bits no formato expandido. O telegrama transmitido tem no máximo 130 bits (formatos
padrão e expandido). Isso assegura que o tempo de espera até a próxima transmissão (que
pode ser urgente) seja o menor possível.
O telegrama de dados é composto por 7 campos consecutivos:
Start (início do registro) (1 bit): indica o começo da mensagem e sincroniza todas
unidades de controle.
Campo A (arbitragem) (12 bits): é composto pelo identificador da mensagem (ID) e bits
adicionais de controle. Durante a transmissão deste campo, a unidade de controle
emissora verifica a cada bit se ela ainda detém prioridade ou se uma unidade de controle
com maior prioridade está transmitindo. Quanto mais alto o valor numérico, menor é a
prioridade. O bit de controle determina se a mensagem é classificada como “registro de
dados” ou como “registro remoto”.
Campo C (controle) (6 bits): contém a quantidade de bits de dados contidos no campo de
dados.
Campo D (dados) (0 a 64 bits): dispõe de um conteúdo de informação entre 0 e 8 bytes
(64 bits). Uma mensagem de comprimento 0 pode ser usada para sincronização dos
processos distribuídos.
Campo CRC (verificação cíclica de redundância) (16 bits): contém uma palavra para
verificar possíveis interferências na transmissão.
Campo ACK (confirmação) (2 bits): contém o sinal de confirmação de todas as unidades
de controle receptoras, indicando que a mensagem foi recebida sem erros.
Campo E (fim do registro) (7 bits): marca o final da mensagem.
Pause (pausa): pausa mínima de 3 bits entre os telegramas de dados.
Os telegramas de dados são transmitidos ciclicamente, em intervalo de tempos regulares. Isso
assegura que o status de atualização de dados seja sempre avaliado. O tempo do ciclo, ou seja,
o tempo entre as transmissões repetidas dos telegramas individuais depende da importância e
da frequência da alteração do seu conteúdo.
Os valores importantes medidos, que mudam frequentemente, devem ser enviados para o
barramento em intervalos curtos. Por exemplo, a rotação do motor (rpm) deve ser lida e
processada frequentemente pelo controle do veículo (FR/CPC). Portanto, a mensagem em que
a rotação do motor é enviada tem uma alta prioridade.
Formatos do telegrama de dados
Como mencionado anteriormente, no CAN existem dois formatos de telegramas de dados,
diferenciados somente pelo comprimento do identificador (ID), sendo o formato padrão
CAN2.0A (11 bits) e o formato expendido CAN2.0B (29 bits).
Cada mensagem da linha CAN tem seu próprio identificador (ID). Um identificador somente
pode ser usado uma única vez no barramento CAN. Portanto, o número de mensagens
possíveis é limitado. Os limites são predeterminados pelo tamanho do identificador.
Um identificador de 11 bits pode, assim, usar um máximo de 211 endereços de mensagem
diferentes, isto traz um rendimento possível de 2048 mensagens. Com um identificador de 29
bits, 229 mensagens diferentes são possíveis. Este rendimento configura 536 milhões de
mensagens possíveis.
Todas as unidades de controle recentemente desenvolvidas foram projetadas para
barramentos CAN2.0B com um identificador de 29 bits, para obter os pré-requisitos para
futuras aplicações e funções no veículo. A compatibilidade entre os dois formatos é alcançada
pela função de passagem na unidade de controle que faz o papel de central gateway (CGW),
durante o “mapeamento” de identificadores de 11a 29 bits e vice-versa. Isto possibilita
continuar a utilizar o formato padrão de telegramas de dados para os sistemas atuais e o
formato expandido para os novos sistemas, em um mesmo veículo. Isso ocorre, por exemplo,
no caminhão ACTROS (93x).
No processo de mapeamento, as primeiras 18 posições do identificador de 29 bits são
preenchidas com a informação de bits "0", ou seja, apagadas. Ao mapear, os bits de dados são
transmitidos a 1:1, somente o ID é traduzido de 11 bits para 29 bits e vice-versa.
Nível do sinal
O nível do sinal refere-se à tensão elétrica entre o cabo (linha) do barramento de dados e a
massa. Esses dois níveis de sinal correspondem à comutação entre os estados lógicos 0 e 1.
Dois cabos são usados no barramento de dados CAN:
CAN-High (CAN-H) (CAN-Alta) – cabo azul
CAN-Low (CAN-L) (CAN-Baixa) – cabo amarelo
TT_54_00_034938_FA
Devido aos diferentes níveis de sinais 0 e 1, os sinais também são diferentes uns dos outros.
Geralmente, as tensões elétricas variam de 0 V a 5 V, ou de 8 V (1/3 Ubat) a 16 V (2/3 Ubat).
O telegrama de dados é transmitido em ambos os cabos (linhas), ou seja, na CAN-High (alta) e
na CAN-Low (baixa). Se ocorrer interferência, por exemplo, de um telefone celular, ela afetará
ambas as linhas na mesma proporção. A diferença resultante de tensão no sinal da CAN-High e
da CAN-Low é avaliada pela unidade de controle. A tensão total entre a CAN-Highe a CAN-Low
continua a mesma por todo o tempo (vide gráfico a seguir) e não há efeito sobre o sinal.
TT_54_00_034939_FA
O barramento CAN foi projetado com linhas de cobre e opera com diferença de sinais. Estes
sinais se baseiam num valor fixo de tensão (figura 1 aprox. 2,5 volts). O barramento é,
teoricamente, projetado com 3 linhas: CAN-H (alta), CAN-L (baixa), e CAN-GND (massa),
embora CAN-GND também pode ser coberto pelo massa do veículo. CAN-L possui o nível
complementar (imagem de espelho) da CAN-H ao massa. Assim, a interferência do modo
comum e as tensões de ruído (figura 2) podem ser suprimidas, pois a diferença de tensão (Δ)
permanece a mesma. Na figura 2, a tensão de ruído é de +1 V, que se adiciona à tensão do
sinal. O sinal de diferença Δ ainda é de 2 V, no entanto. A tensão de saída dos sinais (figura 1
aprox. 2,5 V) garante o diagnóstico do sistema se uma ou ambas as linhas CAN estiverem em
curto-circuito com o massa. O valor de tensão da linha com o massa cai para zero. Isto é
reconhecido pela unidade de controle e exibido como uma falha. A conexão ao massa é criada
internamente. Para isso, todas as unidades de controle são levadas a um ponto de tensão
comum. A transferência de dados perfeita só é garantida quando ambas as linhas de dados
funcionarem corretamente. Isto requer fiação perfeita.
Existem vários sistemas de barramento CAN utilizados nos caminhões e ônibus da Mercedes-
Benz. Eles variam na velocidade da linha K, bem como da CAN de baixa velocidade e CAN de
alta velocidade. A fim de diferenciá-las claramente, receberam nomes correspondentes com
suas tarefas.
Para medir da tensão das linhas CAN, deve-se ligar o multímetro no cabo amarelo (CAN-Low)
ou azul (CAN-High) e na massa da unidade de controle (31).
Resistências de terminação
Já que o barramento de dados CAN opera à uma velocidade de até 667 kBit/s, sinais refletidos
(reflexos) podem ocorrer no final do cabo do barramento de dados. Um reflexo é como um eco
nas montanhas. Ao chegar no final do cabo do barramento de dados, o sinal volta para o
mesmo cabo do barramento de dados. Isso pode adulterar o sinal. Para evitar isso, no
barramento de dados CAN de alta velocidade (HS-CAN) são usadas resistências de terminação
(entre as linhas CAN-High e CAN-Low). Elas atenuam o sinal e assim impedem a adulteração do
telegrama de dados.
Nos veículos comerciais, as resistências de terminação são encontradas nos pontos neutros
(pontos estrela) ou em unidades de controle. O ponto estrela que NÃO têm resistências de
terminação e nem conexão à massa são chamados de pontos terminais. Os elementos de
ferrite são adicionalmente integrados em ambos os pontos estrela e pontos terminais. Estes
eliminam quaisquer picos de tensão que possam ocorrer. Para fins de diferenciação, o ponto
TT_00_00_018254_FA
TT_00_00_018255_FA
No interior do ponto estrela, todos os terminais da linha CAN-High estão interconectados entre
si e em série com uma resistência de 30 e, todos os terminais da linha CAN-Low também
estão interconectados entre si e em série com outra resistência de 30 . A resistência do
ponto estrela é de 60 entre as linhas CAN-H e CAN-L e, tem como objetivo realizar o
casamento de impedâncias entre as unidades de controle.
As unidades de controle possuem uma alta resistência interna que, em paralelo com a
resistência do ponto estrela (60 ), resulta também num valor aproximado de 60 , realizando
então o casamento de impedâncias. Veja o exemplo a seguir, onde calculamos a resistência
equivalente entre a unidade de controle do sistema de freio ABS (33 k) e o ponto estrela (60
).
Exercício 56 Qual é o valor da resistência elétrica medido no ponto estrela? Meça com o multímetro.
a)
b) aprox. 30
c) aprox. 60
d) aprox. 15
1 Módulo mestre
2 Módulo escravo
3 Módulo escravo
TT_54_00_005752_SW
Há uma unidade de controle mestre (1) que sempre inicia a “atividade”. Existem dispositivos
escravos (2, 3) que respondem as consultas da unidade de controle mestre. Todos os
conectados ao barramento LIN podem ler a mensagem do mestre e decidir se a informação
lhes é relevante, com base na identificação, para então processar a informação de forma
correspondente. O tráfego completo do barramento LIN é iniciado e controlado pelo mestre.
Por exemplo, no caminhão ACTROS (93x), o mestre é o módulo básico (GM) e os escravos são
o sensor de chuva e luz (RLS) e o sensor de bateria (IBS).
Transmissão Recepção
TT_00_19_005753_FA TT_00_19_005754_FA
O barramento ASIC é muito semelhante ao barramento LIN, pois também é composta por um
mestre e seus módulos escravos. Tem baixo custo e substitui o barramento CAN na
transferência de dados das áreas que não são críticas quanto à segurança.
14 Redes de comunicação
14.1 Fundamentos de redes
A interconexão entre as unidades de controle do veículo é denominada rede de comunicação
ou arquitetura eletrônica.
As arquiteturas eletrônicas são divididas em dois tipos. Na arquitetura centralizada, existe
apenas uma unidade de controle que conecta todos os sensores e atuadores do veículo. A
arquitetura distribuída possui várias unidades de controle, cada uma responsável por um
sistema específico do veículo e conectada com seus respectivos sensores e atuadores, e que
se comunicam entre si por meio de barramentos de dados CAN, LIN ou ASIC.
As montadoras de veículos estruturam suas arquiteturas eletrônicas objetivando reduzir custos
de produção, diagnóstico, manutenção e reparo. Em geral os veículos pesados (caminhões e
ônibus) possuem no mínimo uma rede de controle e uma rede de diagnóstico.
Atualmente existem veículos com mais de 50 unidades de controle em sua arquitetura
eletrônica interligados por mais de 10 barramentos CAN, além dos barramentos LIN e ASIC.
OBD
OBD-II / EOBD
15 Trabalho prático 2
Exercício 57 Determine a atribuição dos pinos da CAN do veículo (CAN1) no veículo do treinamento,
utilizando o diagrama elétrico do WIS.
Atribuição dos pinos da CAN do veículo (CAN1) na unidade de controle FR/CPC
CAN Pontos de medição
CAN-High
CAN-Low
Meça simultaneamente os sinais de tensão (High/Low) da CAN, usando o XENTRY Kit e o
osciloscópio HMS 990 e desenhe na figura abaixo.
TT_00_00_045528_FA
CAN-Low
Exercício 58 Determine a atribuição dos pinos da CAN do motor (CAN4) no veículo do treinamento,
utilizando o diagrama elétrico do WIS.
Atribuição dos pinos da CAN do motor (CAN4) na unidade de controle FR/CPC
CAN Pontos de medição
CAN-High
CAN-Low
Meça simultaneamente os sinais de tensão (High/Low) da CAN, usando o XENTRY Kit e o
osciloscópio HMS 990 e desenhe na figura abaixo.
TT_00_00_045528_FA
CAN-Low
16 Tipos de falhas
16.1 Fundamentos de falhas elétricas
Curto-circuito
É a passagem de corrente elétrica acima do normal, devido à redução abrupta da resistência
elétrica de um circuito. Por exemplo, um curto-circuito pode ser causado quando um fio
elétrico é acidentalmente conectado entre os terminais positivo e negativo de um circuito,
excluindo todos os consumidores deste circuito. Normalmente um curto-circuito provoca danos
tanto no circuito elétrico quanto no componente que causou a redução da resistência elétrica.
Na medição de um curto-circuito, a resistência elétrica é muito baixa, próximo de 0 .
F2009x0391.jpg
Circuito interrompido
Quando há uma interrupção da passagem da corrente elétrica em um circuito elétrico.
Normalmente a interrupção acontece no condutor elétrico, em seus terminais ou no interior de
um componente elétrico participante do circuito.
Na medição de um circuito interrompido, a resistência elétrica é muito alta ( ).
Exercício 59 Observe o caminho da corrente elétrica do sensor de rotação abaixo. Neste caso, o sensor está
com defeito!
TT_00_00_018257_FA
Exercício 60 Diga como você mediria cada tipo de falha em um chicote elétrico. O que o multímetro mostra?
TT_00_00_018260_FA
TT_00_00_018261_FA
c) Circuito aberto
TT_00_00_018259_FA
TT_00_00_018262_FA
TT_54.00-006347-SW
TT_54.00-006348-S
TT_54.00-006347-SW
TT_54_00_006349_S
TT_54.00-006347-SW
TT_54_00_006350_S
TT_54.00-006347-SW
TT_54_00_006349_S
TT_54.00-006347-SW
TT_54_00_006349_S
TT_54.00-006347-SW
TT_54_00_006353_S
17 Trabalho prático 3
17.1 Sistema de níveis de diagnóstico
Designação
Nível Por quê? Objetivo
do nível
Informação a partir da entrevista
com o cliente. Descartar operação incorreta (do
Reproduzir a reclamação. cliente) da função defeituosa
Efetuar o controle visual e (sistema).
funcional. Determinação do jogo (do que se
Análise da
Avaliar o protocolo do teste trata?).
reclamação
rápido de entrada. Determinação dos jogadores (de
Utilizar as fontes de quem se trata?).
conhecimento. Utilização das fontes de
Determinar o nível de setor e conhecimento (WIS, TIPS,
função. colegas).
Material de
Estudo
Complementar
Simbologia
Polarizado Diretamente
Polarizado Reversamente
Simbologia
O diodo Zener pode funcionar polarizado diretamente ou reversamente. Quando está polarizado
diretamente, funciona como um diodo retificador. Cada diodo Zener possui o que chamamos de
tensão de Zener, que é a tensão a partir da qual o diodo começa a conduzir quando polarizado
reversamente. Na curva característica abaixo a tensão de Zener é de 10 V.
A vantagem do diodo zener é que a partir do momento que a tensão de zener é alcançada, a
mesma é mantida constante. Isso confere ao diodo zener a função de regulador de tensão. Nas
figuras abaixo podemos ver que a tensão de zener de 5V é mantida independente da variação
de tensão da fonte.
Simbologia
Por ser um diodo, o LED irá trabalhar somente se polarizado diretamente. Operando em direção
de bloqueio, o LED não brilhará, pois ele fecha como um diodo retificador.
O que determina a tensão a partir da qual o LED conduz, é o tipo de material empregado no
processo de fabricação, esse material também é utilizado para determinar a cor da luz emitida
pelo LED, veja na figura abaixo que para cada cor, existe uma tensão de condução diferente.
Exemplos:
Vermelho = aprox. 1,8 V
Amarelo = aprox. 2,0 V
Verde = aprox. 2,1 V
Exemplo de cálculo:
Um LED vermelho (tensão de condução 1,8 V, corrente máxima 350 mA) deve ser conectado a
uma fonte de tensão 12 V.
O pré-resistor deve limitar a corrente máxima apenas com a tensão restante.
R = U / I = ( 12 V – 1,8 V ) / 0,35 A = 10,2 V / 0,35 A = 29,14
Portanto, um resistor de 30 seria a escolha certa.
A potência absorvida pelo LED é:
P = U x I = 1,8 V x 0,35 A = 0,65 W
Os LEDs não esquentam, tem alta durabilidade e eficiência e não necessitam de cobertura
colorida. São muito utilizados nos painéis de instrumentos (indicação de função, escalas e
ponteiros), iluminação de fundo de interruptores, lanternas traseiras dos veículos, etc.
A maioria dos motores elétricos de corrente contínua são bipolares. Ao aplicarmos uma tensão,
o motor gira em um sentido e, se invertermos sua polaridade, gira no outro.
Nos veículos automotores, são empregados os motores elétricos de corrente contínua, que são
utilizados para travar/destravar as portas, abaixar/levantar os vidros das portas, ajustar o
retrovisor, movimentar o limpador do parabrisa, esguichar água no parabrisa (lavador), dar
partida no motor do veículo (motor de partida), etc.
Eletromagnetismo
Numa bobina, a forma das linhas de campo se assemelha a forma do campo de uma barra
magnética (ímã), onde encontram-se distintos, polo norte e polo sul.
Motores de passo são utilizados, por exemplo, para controlar os ponteiros do velocímetro e do
conta-giros (ou tacômetro) no painel de instrumentos dos veículos.
18.6 Solenoide
O solenoide possui o mesmo princípio de funcionamento do relé, a diferença é que o solenoide
não comuta contatos elétricos, mas tem como objetivo converter energia elétrica em
mecânica. O solenoide movimenta hastes, abre ou fecha passagens, de acordo com a
necessidade que o sistema em que ele trabalha requer.
Um exemplo de utilização do solenoide é no bico injetor de combustível, que quando
alimentado eletricamente, abrirá a passagem do combustível para o motor. Outro exemplo é na
válvula eletromagnética do sistema ABS do freio do veículo, que abre ou fecha, para liberar ou
bloquear a passagem de ar (ou óleo), quando o sistema está atuando.
O solenoide tem o mesmo princípio de funcionamento de um indutor.
O indutor é uma bobina de fio de cobre enrolado em forma de espira que tem a função de
gerar um campo eletromagnético quando percorrida uma corrente elétrica.
No solenoide, quando a bobina está energizada, uma força eletromagnética atrai para o interior
da bobina um núcleo de material ferroso (ou haste), produzindo movimento mecânico linear.
Quando a bobina está desenergizada, uma mola mantém a haste fora do interior da bobina.
Válvula solenoide
N° Componente N° Componente
1 Válvula de bloqueio 6 Alimentação da bobina
2 Pórtico de entrada 7 Haste (êmbolo ou pistão)
3 Pórtico de saída 8 Mola
4 Solenoide 9 Orifício de passagem
5 Bobina
Características
Transforma energia elétrica em mecânica.
Produz movimento de rotação.
Produz o torque inicial para quebrar a inércia do motor a combustão.
Funciona com corrente contínua.
Funcionamento no veículo
Princípio de funcionamento
Campo eletromagnético
Se colocarmos dentro dessa bobina um pedaço de metal, teremos como resultado um ímã.
No motor de partida temos no mínimo dois desses conjuntos. O metal é denominado sapata
polar e a bobina, de bobina de campo. Como as duas sapatas estão montadas em lados
opostos e possuem polos contrários, cria-se entre elas um campo magnético.
O rotor (induzido) possui em enrolamento no sentido longitudinal.
Se por este enrolamento fizermos passar uma corrente elétrica, surgirá um campo
eletromagnético. A combinação destes dois campos (induzido e bobinas de campo) origina
forças que colocarão o induzido em movimento.
Funcionamento interno
18.8 Alternador
O alternador é um tipo de gerador que, movimentado pelo motor do veículo por meio de
correia tem a função de transformar energia mecânica em energia elétrica, para carregar a
bateria (que deve estar carregada para ser usada durante a partida do motor) e fornece energia
para os demais componentes do sistema elétrico do veículo, enquanto o motor do veículo
estiver em funcionamento.
Simbologia
O alternador, como o próprio nome já diz, gera corrente alternada (AC) trifásica, que depois é
retificada pelo conjunto de diodos retificadores, passando a ser corrente contínua (DC), que é o
tipo de corrente elétrica utilizada nos veículos.
São empregados normalmente os alternadores trifásicos que apresentam reduzido desgaste e
praticamente dispensam manutenção.
Características
Deve ser capaz de carregar a bateria, mesmo tendo que fornecer corrente
elétrica a todos os consumidores do veículo, ao mesmo tempo.
Manter a mesma tensão elétrica em qualquer valor de rotação do motor e em
qualquer condição de consumo pelos consumidores elétricos do veículo.
Ser robusto para suportar vibrações e todas as condições de intempéries, tais
como, umidade, chuva, poeira, altas e baixas temperaturas, etc.
Ter peso reduzido e dimensões compactas.
Quando se troca a bateria do veículo por uma de capacidade, o tempo de carga total é
proporcional a essa capacidade, ou seja, se para carregar uma bateria original de 40 A
demora 1 hora, para carregar uma de 80 A demorará 2 horas com o mesmo alternador.
O alternador é um componente que “rouba” potência do motor, quanto maior o
alternador maior é a potência roubada.
Antes de realizar trabalhos de solda na estrutura ou em componentes do veículo,
desconectar a bateria, o alternador e todas as unidades de controle. Fixar o
aterramento do equipamento de solda o mais próximo do local a ser soldado.
Funcionamento interno
O alternador é um gerador síncrono, assim, num circuito fechado flui uma corrente alternada
que se torna maior quanto mais alta for a rotação e quanto mais forte for o campo magnético.
O alternador funciona de acordo com o fundamento da indução eletromagnética. Em todo
condutor elétrico que corta, ou é cortado, por um campo magnético, é induzida uma tensão
elétrica. Essa tensão elétrica induzida depende de 3 fatores:
Intensidade do campo magnético
Velocidade do movimento (rotação)
Comprimento do condutor elétrico que corta, ou é cortado, pelo campo magnético
No alternador, o condutor elétrico (representado pela bobina do estator) é estacionário e o
campo magnético produzido pelo rotor executa movimento de rotação. Devido a este
movimento de rotação, os polos do campo magnético modificam constantemente a sua
posição, provocando no condutor a indução de uma tensão com valores e direções que se
alternam, ou seja, tensão alternada.
Em outras palavras, a corrente elétrica flui através do rotor criando um campo magnético que
induz a movimentação dos elétrons nas bobinas do estator, que resultará em corrente
alternada.
É importante saber que a intensidade desta tensão/corrente não é constante. Após cada giro
de 360 graus, o ciclo da tensão se repete. Por isso, num giro uniforme consegue-se uma
alteração periódica da tensão, que pode ser representada como onda senoidal com meia-onda
positiva e meia negativa.
O alternador possui também um retificador e um regulador de tensão, pois os veículos operam
com tensão contínua de 12 V ou 24 V.
O alternador está sujeito permanentemente à tensão da bateria, mesmo com o motor parado,
de modo que os diodos retificadores também evitam a descarga da bateria.
Partes do alternador
Designação do alternador
Exemplo de designação de um alternador: GC 14V R40-90A
G: designação da categoria do diâmetro da carcaça do estator. Quanto mais a letra do
alfabeto estiver afastada da letra "A", maior é o alternador.
C: alternador compacto. Além da letra C, a seguinte indicação também pode aparecer
nessa posição: 1 para alternador de polos tipo garra (tipo de construção antigo, carcaça
do estator fechada, ventilador externo).
14V: tensão nominal do alternador apropriada para o sistema elétrico de bordo de 12 V.
Também é possível aparecer nessa posição: 28 V (sistema elétrico de bordo de 24 V).
R: rotação no sentido horário (L para rotação no sentido anti-horário). O sentido da
rotação é irrelevante em termos dos elétrons. Entretanto, o sentido de rotação pode ser
orientado por meio de duas outras especificações: Forma das lâminas do ventilador para a
direção do fluxo do ar de refrigeração. Forma dos polos da garra para a geração/extinção
de um campo magnético fraco/forte.
40: corrente máxima de saída do alternador (em amperes (A)) a uma rotação de 1800 rpm
(com alternadores compactos). Em outros alternadores, a corrente máxima refere-se a
uma rotação de 1500 rpm.
90: corrente máxima de saída (em amperes (A)) a uma rotação do alternador de 6000
rpm. Trata-se da rotação do alternador e não da rotação da árvore de manivelas
(virarequim). Essa rotação é válida para todos os alternadores. Obviamente, o alternador
fornece essa corrente somente se os consumidores apresentam uma demanda
correspondente.
18.9 Bateria
A bateria automotiva é um conjunto de acumuladores de chumbo destinado a transformar
energia química armazenada em energia elétrica (e vice-versa), para alimentar o motor de
partida, a ignição e outros sistemas do veículo (iluminação, por exemplo), além de manter o
funcionamento de alguns sistemas (alarme e tacógrafo, por exemplo) de um veículo parado por
um determinado período de tempo e ser capaz de dar partida no motor ao término deste
período.
Na bateria é armazenada a energia elétrica gerada pelo alternador. A bateria também fornece
energia ao veículo com o motor em funcionamento sempre que a exigência de consumo de
corrente for maior do que a produzida pelo alternador.
Construção interna
Cada um dos acumuladores é formado por um número de placas positivas, cujo material ativo é
o dióxido de chumbo (PbO2), de coloração marrom, e placas negativas onde o material ativo é o
anodo de chumbo esponjoso (Pb), de coloração acinzentada. O material ativo é prensado em
uma grade de chumbo e antimônio. Ligadas em paralelo entre si, estas placas são separadas
por separadores, os quais funcionam como isolantes elétricos.
As placas ficam mergulhadas em uma solução aquosa chamada eletrólito. O eletrólito é
constituído de uma solução de ácido sulfúrico (H2SO4) em água destilada (H2O) a uma
concentração de aproximadamente 24 % em volume. A densidade do eletrólito é verificada
com o densímetro.
Reação química de descarga:
Conectando-se aos polos de uma bateria os terminais de um consumidor, neste será aplicada
uma diferença de potencial elétrico, fazendo circular no sistema uma corrente elétrica. Neste
momento a bateria está em reação de descarga.
Neste processo há uma reação química entre as placas e o eletrólito da bateria.
O radical sulfato (SO4) passará tanto para as placas positivas quanto para as placas negativas,
transformando-se em sulfato de chumbo (PbSO4), ficando o eletrólito a uma menor
concentração de ácido sulfúrico (H2SO4). Quanto mais intensa e prolongada for a descarga,
menor será esta concentração.
As reações na bateria são reversíveis e é possível fazer a carga, fornecendo energia através de
uma fonte externa. Essa fonte externa é o alternador, que durante o funcionamento do veículo,
carrega a bateria. Durante a carga, as reações se invertem, porém, parte da água destilada da
solução do eletrólito (H2O) se decompõe nos gases (H2) e oxigênio (O2).
No passado, era necessário fazer a manutenção da bateria, acrescentando-se água e
verificando a concentração da solução. Atualmente, as baterias modernas são seladas e seus
eletrodos de chumbo tem uma pequena porção de cálcio (Ca), que impede a decomposição da
água.
Reação química de carga:
O processo de carga de uma bateria consiste em provocar a reação química oposta à ocorrida
na descarga. Para tal, deve-se aplicar à bateria, uma tensão maior que a sua tensão nominal.
Desta maneira, faremos circular uma corrente, desta vez em sentido oposto à descarga.
Esta corrente fará com que o radical sulfato (SO4), que estava ligado às placas de chumbo,
dissocie-se e junte-se ao hidrogênio da água (H), formando novamente ácido sulfúrico (H2SO4)
e, assim, voltando à densidade correta.
As placas se restabelecerão, ficando a negativa com chumbo puro (Pb) e a positiva com dióxido
de chumbo (PbO2), após receber oxigênio (O) da água.
Em resumo, quando se aplica à bateria uma tensão maior que a sua tensão nominal, faz-se
circular uma corrente em sentido contrário à de descarga, até que haja o desequilíbrio elétrico.
As placas liberam os radicais sulfato (SO4) e o eletrólito fica mais denso.
Informações técnicas
Tensão (V): tensão elétrica da bateria.
Reserva de Capacidade (RC): é o tempo (em minutos) que a bateria pode fornecer 25
A até atingir a tensão de descarga de 10,5 V. Se a bateria tem RC de 165 minutos,
indica que pode fornecer 25 A por 165 minutos até atingir a tensão de 10,5 V.
CCA (bateria de partida a frio): é a corrente elétrica que a bateria pode produzir na
partida a frio durante 30 segundos. Existem duas normas para medir o CCA e se
diferenciam pela temperatura de medição: SAE (-18°C) e DIN (+25°C).
Certificar-se de que:
Conexões:
Conectar o cabo auxiliar positivo (vermelho) ao polo positivo da bateria descarregada
(vide figura abaixo, posição 1).
Conectar a outra extremidade do mesmo cabo ao polo positivo da bateria auxiliar
(pos.2).
Conectar o cabo auxiliar negativo (preto) ao polo negativo da bateria auxiliar (pos.3).
Conectar a outra extremidade do mesmo cabo com o polo negativo da bateria
descarregada (pos.4).
Afaste-se.
Acionar o motor do veículo que contém a bateria auxiliar e, posteriormente, o motor do
veículo que contém a bateria descarregada. Após o motor entrar em funcionamento,
remover os cabos na ordem inversa à conexão efetuada.
Em uma partida com bateria auxiliar de um segundo veículo, após a partida do veículo que
contém a bateria descarregada e antes de remover os cabos auxiliares, deve-se ligar
consumidores para evitar picos de tensão durante a remoção dos cabos auxiliares.
Baterias em paralelo: prevalece a bateria com maior tensão elétrica, aumentando apenas a
capacidade de carga, como por exemplo, em uma partida com bateria auxiliar.
Recarga da bateria
TT_00_00_018343_FA
Não esqueça:
Ao soldar fios, sempre torça e isole as extremidades.
No caminhão ACTROS, por exemplo, o sensor de luz possui dois fotodiodos que estão
localizados na unidade de controle RLS. Um dos fotodiodos (2) está apontado para frente na
direção da estrada, e mede a luz da área frontal do veículo formando um cone estreito. O outro
fotodiodo (3) está apontado para cima e mede o brilho absoluto da luz ambiente.
1 Parabrisa
2 Fotodiodo apontando para via
3 Fotodiodo apontando para cima
Se, por exemplo, os fotodiodos que estão voltados para frente e para cima detectarem que a
intensidade da luz está reduzindo, o sistema eletrônico reconhece que o veículo está sendo
conduzido através de um túnel. Se o interruptor giratório de luz externa estiver na posição
“Auto”, as luzes externas serão acionadas.
Se ambos os diodos medirem constantemente uma baixa intensidade da luz, o sistema
eletrônico reconhecerá “escuridão” ou “sombra”. Se o interruptor giratório de luz externa
estiver na posição “Auto”, as luzes externas serão acionadas.
Se houver pouca intensidade de luz medida no fotodiodo apontado para cima e intensidade de
luz ligeiramente mais alta medida no fotodiodo direcionado para frente, o sistema eletrônico
reconhecerá a passagem sob uma ponte e as luzes externas permanecerão desligadas.
No caminhão ACTROS, por exemplo, o sensor de chuva possui três LEDs IR (diodos emissores
de luz infravermelha) como fonte de luz e três fotodiodos para receber a luz infravermelha
emitida na unidade eletrônica RLS.
Imagem A: Quando o parabrisa (4) está seco, a luz proveniente do LED (2) é refletida como
resultado da refração no limite entre o vidro e o ar, e conduzida para o fotodiodo (3) através do
sistema óptico (1). Isso acontece praticamente sem perdas. Isso torna a intensidade da luz
refletida muito elevada. Os fotodiodos medem esse elevado nível de luz.
Imagem B: Quando o parabrisa (4) está molhado, parte da luz é espalhada para fora pelas
gotas de água. Isto significa que apenas uma parte da luz emitida atinge os fotodiodos (3).
Assim, a intensidade da luz medida pelos fotodiodos é menor. Quanto mais baixa a intensidade
de luz medida, “mais molhado” o parabrisa. A unidade eletrônica define o tempo de intervalo do
limpador do parabrisa.
TT_00_00_018224_FA
TT_00_00_018226_FA
O sensor de óleo é composto por dois eletrodos submergidos no óleo do motor. Os eletrodos
servem como placas de um capacitor e o óleo do motor como um dielétrico. O capacitor faz
parte de um circuito oscilante, integrado ao circuito eletrônico do sensor.
O sensor de condensação de água do sistema de freio pneumático dos caminhões utiliza este
mesmo princípio.
Há um fio aquecido (1) no duto de admissão cuja temperatura é medida usando uma
resistência (2). Quando o ar de admissão entra, tal como medido usando resistência (3), o fio
esfria. Uma unidade de controle regula o fio, retornando à temperatura especificada. A energia
usada para isso indica a massa de ar de admissão.
TT_00_00_018225_FA
TT_00_00_018227_FA
Mistura rica (com excesso de combustível na mistura estequiométrica) tem pouco oxigênio no
gás de escapamento e gera alta tensão elétrica na sonda lambda. Mistura pobre (com excesso
de ar na mistura estequiométrica) tem muito oxigênio no gás de escapamento e gera baixa
tensão elétrica na sonda lambda.
Os óxidos de nitrogênio e uma pequena parte do oxigênio residual passam através da barreira
de difusão dentro da segunda câmara, onde um eletrodo adicional "bombeia" o oxigênio
residual total para o fluxo do escapamento. O consumo de energia (Ip1) indica o conteúdo do
oxigênio residual na segunda câmara.
Na bomba de medição, o NOx é reduzido aos seus componentes, nitrogênio e oxigênio. Na
bomba de medição, o oxigênio é "bombeado" através da camada de zircônio para a saída de
um canal aberto ao ar exterior. O consumo de energia (lp2) na bomba de medição é
proporcional à concentração de óxido de nitrogênio no gás de escape.
TT_14_40_001350_FA
5 Câmara 2 8 Câmara 1
6 Elemento de aquecimento/calefação
20 Questionário
20.1 Questionário
Exercício 1 Quais afirmações sobre resistências NTC e PTC estão corretas?
NTCs e PTCs são ambos resistores regulados por temperatura.
Em um resistor NTC a resistência diminui na medida em que a temperatura aumenta.
Em um resistor PTC a resistência diminui na medida em que a temperatura aumenta.
Em um resistor NTC a resistência diminui na medida em que a temperatura diminui.
Em um resistor PTC a resistência diminui na medida em que a temperatura diminui.
A maioria dos sensores de temperatura exibem o comportamento PTC.
A maioria dos sensores de temperatura exibem o comportamento NTC.
Velas incandescentes diesel exibem o comportamento NTC.
Velas incandescentes diesel exibem o comportamento PTC.
Exercício 3 Qual é o componente utilizado para oferecer resistência à passagem da corrente elétrica?
a) Capacitor
b) Diodo
c) Resistor
d) Transistor
e) Diodo Zener
Exercício 7 De que tipo de sensor trata-se um sensor de pressão quando, além do elemento sensor,
dispões adicionalmente de uma eletrônica de avaliação própria?
a) Interruptor.
b) Sensor passivo.
c) Sensor ativo.
d) Sensor inteligente.
e) Sensor complexo.
Exercício 8 Qual(is) dos seguintes sensores pode(m) ser utilizado(s) para captar as rotações em uma
transmissão?
a) Interruptor.
b) Sensor hall.
c) Sensor indutivo.
d) Bobina de imersão.
e) Sensor de inclinação.
Exercício 9 Porque a luz refletida pelo LED do sensor de chuva não pode ser vista de fora?
a) Porque a luz é refletida diretamente para cima.
b) Porque os LEDs apresentam luz infravermelha que não é percebida a olho nú.
c) Porque o sensor está instalado na faixa escurecida do parabrisa.
d) Porque a luz é tão fraca que é visível apenas até o limite de alguns centímetros.
e) Porque a luz é tão fraca que seria necessário utilizar uma lupa.
Exercício 10 Qual(is) grandeza(s) é(são) medida(s) pelo sensor de óleo na captação da qualidade do óleo?
a) Volume do óleo.
b) Concentração de oxigênio.
c) Viscosidade do óleo.
d) Teor de água.
e) Temperatura do óleo.
MENOR SIGNIFICÂNCIA
NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO
Uma sequência bem definida é necessária para se impedir que todas unidades comuniquem-se
ao mesmo tempo. Os sistemas que se comunicam pela linha K fornecem informações que
devem estar amplamente disponíveis _____________________.
Elas possuem uma ________________ porque não são absolutamente essenciais para a
operação do veículo. Esta informação é solicitada pelo INS e mostrada quando necessário.
Como cada unidade reconhece que a informação é para ela? Isso ocorre através de um
__________________ para cada conjunto de informações. Estes números de
identificação são pré-definidos e conhecidos de cada unidade na rede. Neste caso, quanto
menor o número, mais importante é a informação.
Isso também se aplica a mensagens de erro prioritárias. Portanto, a unidade sempre sabe de
onde a informação vem e se é para ela ou não. Para se garantir que os sistemas também estão
disponíveis (com pausas longas na transmissão, um sistema poderia até ter falhado), as
unidades transmitem uma mensagem para o INS a ___________________________.
Caso a informação seja solicitada pelos sistemas que não estão conectados por meio da linha
K, o INS "traduz" a informação e a _________________ao HS-CAN-BUS.
Exercício 16 Como as unidades de controle comunicam-se nos barramentos de dados HS-CAN e LS-CAN?
NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO
TODAS AS UNIDADES
As outras unidades, então, alternam para o modo de recepção e retiram sua solicitação de
transmissão. A prioridade é baseada no número de identificação. Unidades de comando
sempre alternam para modo de recepção, quando não estão transmitindo.
21 Quiz
21.1 Quiz
Regras do jogo:
Forme 2 grupos.
Cada grupo responde a 14 questões.
Cada grupo tem direito a uma opção de ajuda 50-50 (o instrutor).
Cada grupo pode pedir ajuda a alguém de outro grupo para, apenas, uma pergunta.
Cada grupo deve assegurar que todo o grupo concorda com uma determinada pergunta.
O grupo vencedor é o grupo que responde a todas as 14 perguntas e ainda possui um
número considerável de opções de ajuda não utilizadas.
Divirta-se com o quiz!
01) Quais das correntes a seguir (a 120V DC) é a corrente mais baixa que seria fatal caso
entrasse em contato com uma pessoa?
a) 30 mA c) 200mA
b) 1 mA d) 300 mA
04) Qual é a resistência total quando 3 resistores (47Ω, 100Ω, 1kΩ) são conectados em série?
a) 1480 Ω c) 1147 Ω
b) 14 Ω d) 1500 Ω
06) Qual variável um alicate amperímetro utiliza para determinar uma corrente?
a) Corrente c) Campo magnético
b) Resistência d) Frequência
Global Training
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https://etraining.daimler.com/GTBRA/docs/help/pt_BR/index_br.html