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Segurança do Trabalho

Departamento Regional de Rondônia


A Nova Nr10
Aplicação Prática

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FICHA CATALOGRÁFICA
D585c

Tocantins, Vander Diniz.


Curso básico de segurança em instalações e serviços em
eletricidade : nova NR10 : aplicação prática / Vander Diniz Tocantins /
SENAI. DN. Brasília, 2005.

74 p.: il.

ISBN: 85-7519-151-9

1. Instalações elétricas 2. Segurança em instalações


Elétricas I. Título

CDU: 537:331.45

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Federação das Indústrias do Estado de Rondônia
Presidente do Sistema FIERO/SESI/SENAI/IEL
Euzébio André Guareschi

Diretor Superintendente do SESI/RO


Valdemar Camata Junior

Diretor Regional do SENAI/RO


Vivaldo Matos Filho

Superintendente do Instituto Euvaldo Lodi - IEL/RO


Valdemar Camata Junior

Diretora da Escola Centro de Formação Profissional “Marechal Rondon”


Elsa Ronsoni Mendes Pereira

Dezembro 㜵

2006

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UTILIZAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos nivelados em um


contexto nacional, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de
informações e construir links entre os diversos conhecimentos e competências, tão
importantes para sua formação profissional.

Além dos esforços e dedicação de todo o grupo do SENAI DR/RO na confecção de


material didático estamos também utilizando as obras divulgadas no site
www.senai.br/recursosdidaticos desenvolvidas por outros Departamentos Regionais,
reservados os direitos patrimoniais e intelectuais de seus autores nos termos da Lei nº.
9610, de 19/02/1998.

Tal utilização se deve ao fato de que tais obras vêm de encontro as nossas
necessidades, bem como têm a função de enriquecer a qualidade dos recursos didáticos
fornecidos aos nossos alunos como forma de aprimorar seus conhecimentos e
competências.

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Sumário

Apresentação 7

10.1 Objetivo e campo de aplicação 9

10.2 Medidas de controle 11


10.2.8 Medidas de proteção coletiva ............................................................................. 14
10.2.9 Medidas de proteção individual ......................................................................... 18

NOVA NR-10 – aplicação prática


10.3 Segurança em projetos 21

10.4 Segurança na construção,


montagem, operação e manutenção 25

10.5 Segurança em instalações elétricas desenergizadas 29

10.6 Segurança em instalações elétricas energizadas 33

10.7 Trabalhos envolvendo alta-tensão (AT) 35

10.8 Habilitação, qualificação, capacitação


e autorização dos trabalhadores 39

10.9 Proteção contra incêndio e explosão 43

10.10 Sinalização de segurança 47

10.11 Procedimentos de trabalho 49

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10.12 Situação de emergência 53

10.13 Responsabilidades 55

10.14 Disposições finais 57

Glossário 59

Referências 63

Anexos

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Apresentação

A eletricidade é um agente de risco causador de muitos acidentes, não só com danos


pessoais a trabalhadores, usuários e outras pessoas, mas também com prejuízos materiais.

Muitos riscos podem ser identificados por meio de uma rápida observação, como o risco
de queda em um trabalho em altura, o risco devido ao vazamento de gases tóxicos ou
combustíveis, percebidos pelo olfato, etc., mas em condutores ou dispositivos que
estejam energizados o risco só pode ser constatado através de instrumentos específicos.

A organização americana NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health)
apresenta uma estatística em que a eletrocussão é a terceira causa de acidentes fatais no

NOVA NR-10 – aplicação prática


local de trabalho entre jovens trabalhadores, situando-se em 12% do total.

Devido a esses fatos, é necessário que trabalhos em eletricidade sejam executados com
a utilização de procedimentos específicos de segurança, aliados a um intenso programa
de treinamento em conformidade com uma assumida política de segurança do trabalho
nas empresas.

A Norma Regulamentadora no 10,“Instalações e Serviços em Eletricidade”, discorre sobre


atividades na área elétrica, estabelecendo critérios de segurança para todos aqueles que
trabalham em suas diversas fases, como geração, transmissão, distribuição, e consumo de
energia elétrica; na condição de empregados diretos, contratados, ou até mesmo usuários.

O objeto deste trabalho é a análise comentada da NR-10, atualizada e acrescida de im-


portantes inovações e aprovada pelo Ministério do Trabalho e do Emprego, através da
portaria no 598 de 7 de dezembro de 2004, cujo texto finaliza esta introdução.

Esta atualização tem como pontos fortes, entre outros, a obrigatoriedade de existência do
memorial técnico de instalações existentes (Prontuário de Instalações Elétricas); a neces-
sidade de antecipação de uma filosofia de segurança ainda na fase de projeto (tornando
obrigatória a existência do manual descritivo dos itens de segurança nas instalações); o
estabelecimento de procedimentos de segurança nas diversas atividades da área elétrica,
como construção, montagem, operação e manutenção (circuitos energizados ou não e alta-
tensão); o detalhamento do perfil do empregado habilitado, qualificado, capacitado
e autorizado (estabelecendo a necessidade de cursos básicos e complementares de

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

segurança do trabalho para o funcionário autorizado); a definição do conceito de “Zona


de Risco” e “Zona Controlada” (em relação à distância de trabalho de equipamentos
energizados); e por fim, o reconhecimento da responsabilidade solidária da empresa,
contratadas e trabalhadores, quanto ao exercício da política de segurança do trabalho.

Ao fim deste módulo reunimos um glossário que define os principais termos examinados
nesta norma.

Após a transcrição da Portaria no 598, de 7 de dezembro de 2004, os itens da Norma


Regulamentadora no 10 serão apresentados, seguidos de comentários que facilitarão
a sua compreensão.

PORTARIA Nº 598, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso de suas


atribuições legais e tendo em vista o disposto no art. 200 da Consolidação
das Leis do Trabalho, Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 e
considerando a proposta de regulamentação revisada e apresentada pelo
Grupo de Trabalho Tripartite da Norma Regulamentadora nº 10 (GTT/NR-
10), e aprovada pela Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), de
acordo com o disposto na Portaria nº1.127, de 2 de outubro de 2003, que
estabelece procedimentos para elaboração de normas regulamentares
relacionadas à segurança, saúde e condições gerais de trabalho, resolve:
Art. 1º Alterar a Norma Regulamentadora nº 10 que trata de Instalações e
Serviços em Eletricidade, aprovada pela Portaria nº 3.214, de 1978, que
passa a vigorar na forma do disposto no Anexo a esta Portaria.
Art. 2º As obrigações estabelecidas nesta Norma são de cumprimento
imediato, exceto aquelas de que trata o Anexo II, que contém prazos
específicos para atendimento.
Parágrafo único. Até que se exaurem os prazos previstos para cumprimento
das obrigações de que trata o Anexo II, permanecerá em vigor a
regulamentação anterior.
Art. 3º Criar a Comissão Permanente Nacional sobre Segurança em Energia
Elétrica (CPNSEE), com o objetivo de acompanhar a implementação e
propor as adequações necessárias ao aperfeiçoamento da Norma
Regulamentadora nº 10.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RICARDO BERZOINI
Ministério do Trabalho e Emprego

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10.1 Objetivo e campo de aplicação

10.1.1 Esta Norma Regulamentadora (NR) estabelece os requisitos e condições míni-


mas que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de
forma a garantir a segurança e saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente,
interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

10.1.2 Esta NR se aplica a todas as fases de geração, transmissão, distribuição e consu-


mo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das
instalações elétricas, e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observan-
do-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência
ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

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10.2 Medidas de controle

10.2.1 Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas


preventivas de controle do “risco” elétrico e de outros “riscos adicionais”, mediante
técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e saúde no trabalho.

10.2.2 As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais iniciativas da em-


presa, no âmbito da preservação da segurança, saúde e do meio ambiente do trabalho.

10.2.3 As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das


instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de
aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção.

NOVA NR-10 – aplicação prática


10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e
manter o “Prontuário de Instalações Elétricas”, contendo além do disposto no item 10.2.3
no mínimo:

a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança


e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de
controle existentes;
b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra
descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;
c) especificação dos “Equipamentos de Proteção Coletiva” e individual
e o ferramental, aplicáveis, conforme determina esta NR;
d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,
autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;
e) resultados dos testes de “Isolação Elétrica” realizados em equipamentos
de proteção individual e coletiva;
f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos aplicados em
“áreas classificadas”; e
g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas
de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

10.2.5 As empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do


“Sistema Elétrico de Potência” devem constituir prontuário com o conteúdo do item 10.2.4
e acrescentar os documentos listados a seguir:

a) descrição dos procedimentos para emergências;


b) certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual;

10.2.5.1 As empresas que realizam trabalhos em proximidade do Sistema Elétrico de


Potência devem constituir prontuário contemplando as alíneas “a”, “c”, “d” e “e”, do item
10.2.4 e alíneas “a” e “b” do item 10.2.5.

10.2.6 O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e mantido atualizado


pelo empregador ou pessoa formalmente designada pela empresa, devendo permane-
cer à disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e serviços em eletricidade.

10.2.7 Os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações Elétricas devem


ser elaborados por profissional legalmente habilitado.

Comentários
• “Risco” – ver glossário.
• “Riscos adicionais” – ver glossário.
• “Prontuário” – ver glossário.
• “Sistema Elétrico de Potência” – ver glossário.
• “Equipamentos de Proteção Coletiva” (EPC) – ver glossário e
comentários do item 10.2.8.
• “Isolação Elétrica” – ver Isolamento Elétrico – glossário.
• O item 10.2.1, ao se referir a medidas preventivas de controle de risco,
descreve o que em Segurança do Trabalho se entende por atitude proativa,
ou seja: por meio de conscientização, treinamento adequado e técnicas
de análise de riscos (ferramentas gráficas), procura-se:
1) Identificar o risco;
2) Avaliar o risco;
3) Implementar medidas de controle.

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NOVA NR-10 – aplicação prática

Assim define-se o propósito do trabalho de um profissional da área de


segurança: “garantir a saúde e a integridade física do trabalhador”, e
que, por meio de treinamento adequado, deve ser também o propósito
de todos os trabalhadores não só em relação a si mesmos, como também
em relação aos seus companheiros de trabalho.
Note-se que não apenas os riscos referentes à área elétrica são
considerados, mas também os chamados riscos adicionais, como o risco
de queda (trabalho em altura), exposição a produtos químicos, acidentes
com ferramentas, etc.
• O item 10.2.2 refere-se à gestão integrada de saúde, segurança e meio
ambiente mencionada como política obrigatória das empresas.
• A NR-10, no sentido de implementar as medidas de controle de riscos
nos trabalhos com eletricidade, estabelece a obrigação de existência de
documentação técnica, como diagramas unifilares (em que três fios de
um sistema trifásico são representados por apenas um fio em diagramas
elétricos) para todas as empresas (item 10.2.3) e a criação do prontuário
técnico para as empresas com carga instalada acima de 75 kW (item
10.2.4). O Prontuário de Instalações Elétricas é uma das mais importantes
inovações da NR-10, em vista da homogeneização do conjunto de
documentos técnicos obrigatórios nas empresas, como procedimentos
de segurança, relatórios de inspeções e testes de equipamentos, cadastro
de pessoal autorizado (item 10.8, comentários adiante), especificação
de equipamentos de proteção individual e coletivo (EPI e EPC),
certificações de equipamentos e dispositivos aplicados em áreas
classificadas. Alterações nas instalações, substituições de equipamentos,
novos procedimentos de segurança, implementação de novas atividades
nas proximidades de Sistemas Elétricos de Potência, mudanças no
cadastro de trabalhadores obrigarão os responsáveis a atualizar o
Prontuário de Instalações Elétricas (item 10.2.4g).
• “Áreas classificadas” – (ver glossário e comentários do item
10.9 – Proteção contra incêndio e explosão).
• Ferramental – Em atividades elétricas, as ferramentas de mão, como,
por exemplo, alicates e chaves de fenda, têm sua empunhadura isolada
para evitar choques elétricos. Quando nos referimos a ferramentas
elétricas manuais (furadeiras, serras, etc.), a sua especificação deve
contemplar duplo isolamento, dando um maior grau de segurança à
separação de suas partes energizadas das suas partes metálicas, e
prevendo ainda recursos para aterramento. O item 10.2.4c garante a

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

necessidade da correta especificação (principalmente quanto ao nível


de tensão) para estes e outros equipamentos usados para atividades
em instalações elétricas, como “Caminhões MUNCK com cesta
aérea”, para trabalhos em redes de Média Tensão (Linha Viva),
escadas duplas extensíveis, varas de manobra, coberturas isolantes
flexíveis para condutores. Esta necessidade aplica-se também com
relação aos EPC e EPI.
• Uma importante inovação, constante no item 10.2.5, diz respeito a
empresas que exerçam atividades nas proximidades de Sistemas
Elétricos de Potência (SEP) que estarão obrigadas a possuir além do
Prontuário de Instalações Elétricas, um Plano de Emergência e
Certificados de Aprovação dos Equipamentos de Proteção Coletiva
e Individual.
• Plano de Emergência (ver item 10.12 – Situação de emergência,
e comentários).
• A NR-6 (Equipamento de Proteção Individual – EPI), item 6.2, obriga as
empresas a só utilizarem EPIs que foram testados pelo órgão nacional
competente (empresas certificadoras reconhecidas pelo Sistema
Brasileiro de Certificação), e aprovado pelo Ministério do Trabalho e do
Emprego. Atestada a sua qualidade, um “Certificado de Aprovação (CA)”
é fornecido para cada equipamento (ver item 10.2.9 e comentários).
• Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA)
e Aterramento Elétrico, (item 10.2.4), ver item 10.2.8.3 e comentários.

10.2.8 Medidas de proteção coletiva

10.2.8.1 Em todos os serviços executados em “Instalações Elétricas” devem ser previs-


tas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante
“Procedimentos”, às atividades a serem desenvolvidas de forma a garantir a segurança e
a saúde dos trabalhadores.

10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem prioritariamente a desener-


gização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade, o emprego de
tensão de segurança.

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NOVA NR-10 – aplicação prática

10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no subitem 10.2.8.2.,


devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação das partes
vivas, “Obstáculos”, “Barreiras”, sinalização, sistema de seccionamento automático de
alimentação, bloqueio do religamento automático.

10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme regula-
mentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve atender às
Normas Internacionais vigentes.

Comentários
• “Instalações Elétricas” – ver glossário.
• “Procedimentos” – ver glossário.
• “Obstáculos” – ver glossário.
• “Barreiras” – ver glossário.
• As medidas de Proteção Coletiva visam à proteção não só de
trabalhadores envolvidos com a atividade principal que será executada e
que gerou o risco, como também a proteção de outros funcionários que
possam executar atividades paralelas nos arredores, ou até passantes,
cujo percurso pode levá-los à exposição ao risco existente.
• Inicialmente, para trabalhos em instalações elétricas, o passo mais
impor tante seria a “DESENERGIZAÇÃO” dos circuitos ou
equipamentos energizados.
• Caso não seja possível a desenergização dos circuitos ou
equipamentos, outros procedimentos e medidas de segurança deverão
ser utilizados, como:
Emprego de “TENSÃO DE SEGURANÇA”, em que tensões abaixo de
50 V (extrabaixa) são utilizadas. Muitas ferramentas manuais podem ser
encontradas para a tensão de 24 V, para trabalhos em locais úmidos,
pois, com a umidade, a resistência do corpo humano diminui, e o poder
de isolamento dos equipamentos fica comprometido.
“ISOLAÇÃO DAS PARTES VIVAS”, que, através da utilização de materiais
isolantes, evita o risco de contato acidental com condutores ou
peças metálicas energizadas e conseqüente eletrocussão dos
trabalhadores envolvidos. Como exemplo, podemos citar a capa plástica
de isolamento em condutores.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

“OBSTÁCULOS E BARREIRAS”, representados por cercas de madeira,


cercas de redes plásticas, cavaletes, cones, fitas vermelhas ou zebradas,
com sinalização reflexiva, cercas metálicas, etc. Pela definição,
obstáculos impedem o contato acidental, mas não o contato
intencional, e barreiras impedem todo e qualquer contato.
“SINALIZAÇÃO”, em que placas e cartazes alertam sobre: “PERIGO DE
VIDA”, “HOMENS TRABALHANDO NO EQUIPAMENTO”, “NÃO LIGUE
ESTA CHAVE”, “ALTA-TENSÃO”, etc.
Os trabalhos de manutenção em linhas elétricas aéreas ou subterrâneas
exigem a utilização de barreiras e sinalizações devido ao grande
movimento de transeuntes e veículos nas imediações.
“SECCIONAMENTO AUTOMÁTICO DA ALIMENTAÇÃO”, inexistente
em algumas instalações mais antigas, permite a manobra de
dispositivos de seccionamento (disjuntores, chaves seccionadoras
para carga ou não) automática e remotamente, desenergizando os
circuitos ou instalações com mais segurança, para fins de manutenção.
O seccionamento automático, comandado através de relês de
proteção de diversos tipos, também protege as instalações e
funcionários presentes em diversas condições inesperadas de falha.
“BLOQUEIO DO RELIGAMENTO AUTOMÁTICO”, em sistemas que
possuem para evitar reenergização do circuito em manutenção e risco
de eletrocussão nos funcionários envolvidos.
Apesar de não mencionados especificamente, os relês de fuga para
terra ou, “Dispositivos Diferenciais Residuais”, são importantes
ferramentas para a proteção de trabalhadores ou outros em contatos
indiretos ou até contatos diretos. Trata-se de relês do tipo
diferencial que operam segundo o equilíbrio de correntes que entram
e saem do circuito, que estão equilibradas. Em caso de contato
acidental (por exemplo, uma pessoa tocando num ponto energizado,
ou por falta fase-massa num equipamento) há um desequilíbrio nas
correntes do circuito que produz um valor diferencial que fará o relê
atuar, desligando a alimentação. Como são muito rápidos, diminuem
o tempo de exposição a uma corrente, e conseqüentemente os danos
físicos em caso de choque elétrico em uma pessoa.
“ATERRAMENTO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS”, cuja função é
escoar para terra as cargas elétricas indesejáveis, que podem ser
decorrentes de falta fase-massa, indução eletromagnética, eletricidade
estática, e descargas atmosféricas. A falta fase-masssa decorre de contato

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NOVA NR-10 – aplicação prática

acidental de condutores energizados com materiais metálicos condutores


mas que não pertencem à instalação, como a caixa metálica que protege
um eletrodoméstico. O campo eletromagnético produzido por um circuito
elétrico pode, através do fenômeno da indução, produzir uma tensão
elétrica em um outro circuito desenergizado. Um exemplo é o
aparecimento de tensões em redes desligadas devido à existência de
outra rede ou linha de transmissão próximas. A eletricidade estática é
gerada através do atrito, podendo causar centelhamento e incêndio ou
explosão em áreas classificadas (ver item 10.9 – Proteção contra Incêndio
e Explosões e comentários). Descargas atmosféricas são os raios em
dias de tempestade, originadas por diferentes cargas elétricas geradas
nas nuvens, que podem escoar para o solo através de estruturas,
causando grandes acidentes e prejuízos. Essas quatro situações levam
a uma mesma solução de proteção coletiva: aterramento.
Um sistema de aterramento é formado por condutores, eletrodos e malha
de terra, se necessário. O princípio funcional é criar um caminho facilitado
para o escoamento dessas cargas elétricas para terra, através de um
circuito de baixa impedância. Isso protegerá os funcionários ou pessoas
que possam vir a ter contato (indireto) com essas estruturas
indevidamente energizadas. No caso de descargas atmosféricas temos
ainda o captador, uma estrela com pontas, no alto dos prédios (pára-
raios tipo Franklin), e ligado ao condutor de descida.
Os contatos diretos são com pontos normalmente energizados; contatos
indiretos são com partes metálicas das estruturas mas que não pertencem
ao circuito elétrico, e que se encontram acidentalmente energizadas.
A eqüipotencialização evita com que haja uma diferença de potencial
entre partes metálicas de uma estrutura que não pertencem ao circuito
elétrico, mas que se estiverem nessa situação causarão um choque
elétrico em pessoas que as tocarem simultaneamente. A ligação
eqüipotencial principal interliga todas as estruturas que não façam parte
do circuito elétrico com o terminal de aterramento principal. As ligações
eqüipotenciais secundárias interligam as massas e partes condutoras
da estrutura entre si, neutralizando o risco de choque elétrico entre partes
metálicas diferentes.
A eqüipotencialização pode ser observada durante o aterramento
temporário, onde, por exemplo, condutores trifásicos são ligados entre si
e depois ao dispositivo de aterramento temporário do conjunto.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

• Principais equipamentos de Proteção Coletiva:


Coletes reflexivos;
Fitas de demarcação, reflexivas;
Coberturas isolantes;
Cones de sinalização (75 cm, com fitas reflexivas);
Conjuntos para aterramento temporário;
Detectores de tensão para BT e AT, imprescindíveis em procedimentos
de segurança com teste de circuitos ou equipamentos que devam estar
efetivamente desenergizados para início do trabalho com segurança.

10.2.9 Medidas de proteção individual

10.2.9.1 Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coleti-


va forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser ado-
tados equipamentos de proteção individual específicos e adequados às atividades
desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR-6.

10.2.9.2 As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo con-


templar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas.

10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas
ou em suas proximidades.

Comentários
• As medidas de Proteção Coletiva serão prioritárias em vista de sua
abrangência. Caso não sejam suficientes, utilizaremos então a proteção
individual, item 10.2.9.1.
• A norma de segurança que trata dos equipamentos de proteção individual
(EPI) é a NR-6, e poderíamos resumi-la da seguinte forma:
Todo EPI deve possuir CA (Certificado de Aprovação) (ver item 10.2.4
e Comentários).

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NOVA NR-10 – aplicação prática

Obrigações do empregador:
1. Adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
2. Exigir seu uso;
3. Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
4. Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda
e conservação;
5. Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
6. Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e
7. Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

Obrigações do empregado:
1. Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
2. Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
3. Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para uso; e,
4. Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
• Os uniformes de trabalho devem ser fornecidos pela empresa, não
permitindo a utilização de outras vestimentas que possam introduzir
riscos, como condutibilidade do próprio tecido ou através de peças
metálicas (fechos, tachas, rebites, etc.) e também não devem ser de
materiais facilmente inflamáveis, como alguns tipos de materiais sintéticos.
• O item 10.2.9.3 enfatiza a proibição de uso de adornos pessoais em
instalações elétricas, como colares, anéis, pulseiras e relógios que podem
causar acidentes por contatos com partes energizadas.
• Os principais Equipamentos de Proteção Individual utilizados na área
elétrica são assim descritos:
Cintos de segurança para eletricista, com talabarte;
Capacetes classe “B”, aba total (uso geral e trabalhos com energia elétrica,
testados a 30.000 V);
Botas com proteção contra choques elétricos, bidensidade, sem partes
metálicas;

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Óculos de segurança para proteção contra impacto de partículas volantes,


intensos raios luminosos ou poeiras, com proteção lateral;
Protetores faciais contra impacto de partículas volantes, intensos raios
luminosos ou poeiras;
Braçadeiras ou mangas de segurança para proteção do braço e antebraço
contra choques elétricos, e coberturas isolantes;
Luvas de borracha com as classes de isolamento abaixo:

CLASSE TENSÃO DE TRABALHO (V)


CORRENTE ALTERNADA

0 1.000
1 7.500
2 17.500
3 26.500
4 36.000

Luvas de cobertura para proteção das luvas de borracha;


Bolsas para içamento de ferramentas.

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10.3 Segurança em projetos

10.3.1 É obrigatório que os projetos de instalações elétricas especifiquem dispositivos


de desligamento de circuitos que possuam recursos para “Impedimento de Reenergização”,
para “Sinalização” de advertência com indicação da condição operativa.

10.3.2 Todo projeto elétrico, na medida do possível, deve prever a instalação


de dispositivo de seccionamento de ação simultânea que permita a aplicação de
“Impedimento de Reenergização” do circuito.

10.3.3 O projeto de instalações elétricas deve considerar o espaço seguro, quanto ao


dimensionamento e a localização de seus componentes e as influências externas,

NOVA NR-10 – aplicação prática


quando da operação e da realização de serviços de construção e manutenção.

10.3.3.1 Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como: comunicação, sina-
lização, controle e tração elétrica devem ser identificados e instalados separadamente,
salvo quando o desenvolvimento tecnológico permitir compartilhamento, respeitadas
as definições de projetos.

10.3.4 O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento, a obrigato-


riedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção e a conexão à
terra das partes condutoras não destinadas à condução da eletricidade.

10.3.5 Sempre que tecnicamente viável e necessário devem ser projetados dispositi-
vos de seccionamento que incorporem recursos fixos de eqüipotencialização e aterra-
mento do circuito seccionado.

10.3.6 Todo projeto deve prever condições para a adoção de “Aterramento Temporário”.

10.3.7 O projeto das instalações elétricas deve ficar à disposição dos trabalhadores
autorizados, das autoridades competentes e de outras pessoas autorizadas pela
empresa e deve ser mantido atualizado.

10.3.8 O projeto elétrico deve atender ao que dispõem as Normas Regulamentadoras


de Saúde e Segurança no Trabalho, às regulamentações técnicas oficiais estabelecidas, e
ser assinado por profissional legalmente habilitado.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

10.3.9 O memorial descritivo do projeto deve conter, no mínimo, os seguintes


itens de segurança:

a) especificação das características relativas à proteção contra choques elétricos,


queimaduras e outros riscos adicionais;
b) indicação de posição dos dispositivos de manobra dos circuitos elétricos: Verde –
“D”, desligado e Vermelho – “L”, ligado;
c) descrição do sistema de identificação de circuitos elétricos e equipamentos,
incluindo dispositivos de manobra, de controle, de proteção, de intertravamento
dos condutores e os próprios equipamentos e estruturas, definindo como tais
indicações devem ser aplicadas fisicamente nos componentes das instalações;
d) recomendações de restrições e advertências quanto ao acesso de pessoas aos
componentes das instalações;
e) precauções aplicáveis em face das “Influências Externas”;
f) o princípio funcional dos dispositivos de proteção, constantes do projeto,
destinados à segurança das pessoas; e
g) descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção com a instalação
elétrica.

10.3.10 Os projetos devem assegurar que as instalações proporcionem aos traba-


lhadores iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo com a
NR-17 – Ergonomia.

Comentários
• “Impedimento de reenergização” – ver glossário.
• “Sinalização” – ver glossário.
• “Aterramento Temporário” – ver glossário.
• “Influências Externas” – ver glossário.
• O item 10.3 é uma inovação bastante importante na NR-10, pois introduz
o conceito de antecipação no reconhecimento dos riscos potenciais de
futuras instalações, que orienta o projetista nessa fase preliminar do projeto
a fazer modificações que irão neutralizar esses riscos, tornando mais
eficiente a execução de atividades sob a filosofia da segurança do trabalho.

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NOVA NR-10 – aplicação prática

• Todo e qualquer equipamento ou rotina de operação que venha a


incrementar a segurança intrínseca das instalações deverá ser
implementada, desde que dentro de critérios racionais.
• Assim sendo, deve ser previsto:
Dispositivos de desligamento de circuitos (disjuntores) com dispositivos
de impedimento de reenergização (relês de bloqueio que impedem a
reenergização, a menos que sejam operados manualmente) que vão
eliminar o risco de eletrocussão de trabalhadores em trabalhos de
manutenção em circuitos desenergizados, assim como sinalização de
advertência e de condições operacionais (ex.: dispositivo aberto ou
fechado, painéis mímicos, telas do sistema em computadores), evitando
acidentes devido à falta de informações sobre o real estado do sistema.
A previsão do distanciamento e espaços seguros nas instalações impede
contatos acidentais com partes energizadas, em atividades de
manutenção, além da preocupação ergonômica com as posições
de trabalho.
Aterramento de todas as partes condutoras que não façam parte dos
circuitos elétricos, o que neutraliza a possibilidade de choque elétrico
por contato (indireto) com essas partes que podem ser energizadas por
indução elétrica ou contato acidental de outros condutores (ver item 10.2.8
– Medidas de Proteção Coletiva e comentários; aterramento e indução).
Previsão de incorporação de dispositivos de seccionamento com recursos
fixos de eqüipotencialização e aterramento ao circuito seccionado, e
também condições para a execução de aterramento temporário, como
proteção do trabalhador contra reenergização de circuitos já
desenergizados (ver item 10.2.8 – Medidas de Proteção Coletiva, e
comentários; aterramento e eqüipotencialização).
• Como inovação importante da NR-10, nos itens 10.3.7, 10.3.8, 10.3.9,
10.3.10, os projetos elétricos são normatizados e padronizados com
relação ao memorial descritivo, itens necessários ao memorial, obrigação
de serem seguidas as normas de segurança do trabalho em conjunto
com as normas técnicas oficiais, a obrigação de disponibilidade do projeto,
principalmente junto aos trabalhadores autorizados, e ainda a
necessidade de previsão de um nível de iluminação adequado e
posicionamento ergonômico de trabalho conforme a NR-17 – Ergonomia
(item 10.4.5 e comentários).

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10.4 Segurança na construção,
montagem, operação
e manutenção

10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas, reformadas,


ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores e dos usuários e serem supervisionadas por profissional autorizado
conforme dispõe esta NR.

10.4.2 Nos trabalhos e nas atividades referidas, devem ser adotadas medidas preven-

NOVA NR-10 – aplicação prática


tivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente quanto a altura,
confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade, umidade, poeira, fauna e
flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança.

10.4.3 Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos e


ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica existente, preservando-se
as características de proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e as
influências externas.

10.4.3.1 Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam isolamento


elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas, e serem inspecionados e testa-
dos de acordo com as regulamentações existentes ou recomendações dos fabricantes.

10.4.4 As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras de funciona-


mento e seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e controlados periodica-
mente, de acordo com as regulamentações existentes e definições de projetos.

10.4.4.1 Os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de equipamentos


e instalações elétricas são exclusivos para essa finalidade, sendo expressamente proibido
utilizá-los para armazenamento ou guarda de quaisquer objetos.

10.4.5 Para atividades em instalações elétricas deve ser garantida ao trabalhador iluminação
adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo com a NR-17 – Ergonomia, de forma a
permitir que ele disponha dos membros superiores livres para a realização das tarefas.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

10.4.6 Os ensaios e testes elétricos laboratoriais e de campo ou comissionamento de


instalações elétricas devem atender à regulamentação estabelecida nos itens 10.6 e 10.7,
e somente podem ser realizados por trabalhadores que atendam às condições de quali-
ficação, habilitação, capacitação e autorização estabelecidas nesta NR.

Comentários
• O principal foco desta norma é o risco elétrico, mas muitos riscos
adicionais devem ser controlados ou neutralizados, pois trabalhos de
manutenção costumam apresentar situações de extrema gravidade.
O Trabalho em Altura, em redes elétricas, torres, com risco de quedas,
deve ser encarado com muita seriedade, com treinamento específico, e
em determinadas situações com a utilização de cinto de segurança tipo
pára-quedista, dois talabartes, adotando-se sempre uma rígida inspeção
do equipamento de proteção contra quedas; Espaços Confinados, com
risco de asfixia, exposição a contaminantes, afogamento, explosão e
incêndio, dificuldade de resgate, necessitando equipamentos para
resgate, operação de ventilação para remover gases ou vapores
explosivos ou contaminantes, máscaras contra produtos químicos, roupas
especiais, instrumentação de teste de explosividade, nível de oxigênio
(atmosfera respirável com nível correto de O2); Campos Elétricos e
Magnéticos, que possam induzir tensões em circuitos desenergizados,
ou simplesmente interferir nos aparelhos de comunicação, instrumentos
de medição e comandos remotos; Umidade, que potencializa os riscos,
propiciando choques elétricos e arcos voltaicos; Poeira, que além de
contaminante também pode ser explosiva; Fauna, como cobras, aranhas,
escorpiões, sempre presentes em cubículos, caixas de passagem, interior
de armários, painéis e bandejas de cabos; Flora, em que há presença
de riscos biológicos, como bactérias e fungos. Todos esses riscos
adicionais listados além da possibilidade de produzir acidentes podem
afetar a saúde do trabalhador. Além dos EPI e EPC (incluída a sinalização
de segurança), para cada atividade devem ser realizadas as Análises de
Risco, Autorizações de Serviço, Permissões de Trabalho e seguidos os
Procedimentos de Segurança adequados (item 10.4.2).
• Todos os dispositivos e ferramentas utilizadas devem estar em
condições próprias de uso, serem compatíveis com as instalações
elétricas e possuir isolamento adequado à tensão do local (itens 10.2.4
com comentários, 10.4.3 e 10.4.3.1).

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NOVA NR-10 – aplicação prática

• É bastante comum que alguns funcionários guardem pertences pessoais


e ferramentas dentro de compartimentos, invólucros de equipamentos,
painéis elétricos, etc., e também é muito comum que aconteçam acidentes
de trabalho devido a curtos-circuitos e choques elétricos com graves
conseqüências devido a essa prática de risco. A NR-10 trata esse assunto
como atitude de risco, como descrito no item 10.4.4.1.
• ERGONOMIA significa de forma simplificada o estudo da adaptação
do trabalho ao ser humano. “ERGOS” em grego significa “TRABALHO”,
e “NOMOS” significa “REGRAS”. Alguns de seus focos de estudos
são os posicionamentos de trabalho, condições visuais, controles e
ferramentas, entre outros. O emprego da ergonomia tem como objetivo
evitar acidentes e doenças ocupacionais, devido ao mau
posicionamento ou manejo incorreto de máquinas e ferramentas, ou
falta de percepção visual. Essa preocupação é demonstrada nos itens
10.4.5 e 10.3.10 – Segurança em projetos.

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10.5 Segurança em instalações
elétricas desenergizadas

10.5.1 Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas


para trabalho mediante os procedimentos apropriados, obedecida à seqüência abaixo:

a) Seccionamento;
b) Impedimento de reenergização;
c) Constatação da ausência de tensão;
d) Instalação de “Aterramento Temporário” com eqüipotencialização dos condutores

NOVA NR-10 – aplicação prática


dos circuitos;
e) Proteção dos elementos energizados existentes na “Zona Controlada” (Anexo I); e
f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

10.5.2 O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização


para reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a seqüência de procedi-
mentos abaixo:

a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;


b) retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo
de reenergização;
c) remoção do aterramento temporário, da eqüipotencialização e das
proteções adicionais;
d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização; e
e) “Destravamento”, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento.

10.5.3 As medidas constantes das alíneas apresentadas nos itens 10.5.1 e 10.5.2
podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função das peculiarida-
des de cada situação, por profissional legalmente habilitado, autorizado e mediante
justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja mantido o mesmo nível de
segurança originalmente preconizado.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

10.5.4 Os serviços a serem executados em instalações elétricas desligadas, mas com


possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao que
estabelece o disposto no item 10.6.

Comentários
• “Aterramento temporário” – ver Aterramento elétrico temporário –
glossário.
• “Zona Controlada” – ver glossário.
• “Destravamento” – ver Travamento – glossário.
• Dentro dos preceitos que regem a segurança do trabalho existem
procedimentos específicos para cada atividade. Em manutenção elétrica é
bastante utilizado um procedimento de segurança denominado “Travamento
(ou Bloqueio) e Etiquetagem (ou Sinalização)”. Visa controlar os riscos do
trabalho com eletricidade, protegendo o trabalhador de exposição ao risco
de contato com partes energizadas e conseqüente eletrocussão. “Este
procedimento é também aplicado quando se necessita controlar outras formas
de energia de risco, como, por exemplo, energia pneumática, hidráulica,
química, etc.”
• Assim sendo, as instalações elétricas só serão consideradas
desenergizadas e seguras para trabalhos após os procedimentos de
“Travamento e Sinalização”, como listados no item 10.5.1.
1. Seccionamento; onde chaves, seccionadoras, ou outros dispositivos de
isolamento são acionados para a desenergização dos circuitos;
2. Impedimento de reenergização; onde por meio de bloqueios mecânicos,
cadeados, ou outros equipamentos é garantido a impossibilidade de
reenergização dos circuitos, o que fica facultado apenas ao responsável
pelo bloqueio;
3. Constatação da ausência de tensão; onde por meio de dispositivos de
“Detecção de Tensão” é garantida a desenergização dos circuitos;
4. Instalação de aterramento temporário; e eqüipotencialização de
condutores trifásicos, cur to-circuitados na mesma ligação de
aterramento temporário, o que garante a proteção completa do
trabalhador em situações outras de energização dos circuitos já
seccionados, provocados por indução, contatos acidentais com outros
condutores energizados, etc.;

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NOVA NR-10 – aplicação prática

5. Proteção dos elementos energizados existentes na “Zona


Controlada” (ver Glossário); o que significa a colocação de
barreiras, obstáculos, e que visem a proteger o trabalhador contra
contatos acidentais com outros circuitos energizados presentes na
“zona controlada”;
6. Instalação da sinalização de impedimento de energização; com etiquetas
ou placas contendo avisos de proibição de religamento, como: “HOMENS
TRABALHANDO NO EQUIPAMENTO”, “NÃO LIGUE ESTA CHAVE”,
(ver comentários de “Medidas de Proteção Coletiva”, item 10.2.8).
• Após a finalização dos trabalhos, assim que for emitida a autorização
para reenergização, os procedimentos descritos da letra “a” até a letra
“e” do item 10.5.2 devem ser seguidos e respeitados até a religação dos
dispositivos de seccionamento. É importante ressaltar que a retirada de
todos os equipamentos e ferramentas do local de trabalho evita a
possibilidade de acidentes causados por curtos-circuitos após a
reenergização; e da mesma forma, todos os trabalhadores presentes na
zona controlada que não estejam envolvidos no processo de
reenergização devem ser retirados do local para sua própria segurança.
• IMPORTANTÍSSIMO! Instalações elétricas desligadas mas com
possibilidade de serem energizadas passam a ser tratadas como
“Instalações Elétricas Energizadas”, item 10.5.4.

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10.6 Segurança em instalações
elétricas energizadas

10.6.1 As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50V em


corrente alternada ou superior a 120V em corrente contínua somente podem ser
realizadas por trabalhadores que atendam ao que estabelece o item 10.8 desta norma.

10.6.1.1 Os trabalhadores de que trata o item anterior devem receber treinamento de


segurança para trabalhos com instalações elétricas energizadas, com currículo mínimo,
carga horária e demais determinações estabelecidas no Anexo II desta NR.

NOVA NR-10 – aplicação prática


10.6.1.2 As operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos, realizadas em
“Baixa Tensão”,com materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de conservação,
adequados para operação, podem ser realizadas por qualquer “Pessoa não Advertida”.

10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser realizados
mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas no Anexo I.

10.6.3 Os serviços em instalações energizadas, ou em suas proximidades devem ser


suspensos de imediato na iminência de ocorrência que possa colocar os trabalhadores
em “Perigo”.

10.6.4 Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a entrada


em operações de novas instalações ou equipamentos elétricos devem ser previamente
elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos desenergizados, e respectivos
procedimentos de trabalho.

10.6.5 O responsável pela execução do serviço deve suspender as atividades quando


verificar situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização
imediata não seja possível.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Comentários
• “Baixa Tensão” – ver glossário.
• “Pessoa não Advertida” – ver Pessoa advertida – glossário.
• “Perigo” – ver glossário.
• Instalações elétricas energizadas são aquelas com tensão superior à tensão
de segurança (Extrabaixa Tensão – EBT), ou seja: 50 VCA ou 120 VCC
(VCA – Volts em Corrente Alternada; VCC – Volts em Corrente Contínua). O
trabalho nessas condições só poderá ser realizado por profissionais
autorizados, como é descrito no item 10.8 e seus comentários (itens 10.6.1
e 10.6.1.1).
• Qualquer pessoa não treinada em eletricidade pode realizar operações
elementares de ligar ou desligar circuitos elétricos em baixa tensão (a
baixa tensão vai de 50 VCA até 1.000 VCA ou 120 VCC até 1.500 VCC),
desde que se encontrem em perfeitas condições de operação
(item 10.6.1.2).
• Sempre que atividades forem executadas no interior da zona controlada,
procedimentos de segurança específicos devem ser observados,
respeitando-se as distâncias de segurança (Anexo II), isolamento de partes
energizadas, proteção por barreiras, indicação aos trabalhadores envolvidos
quanto a pontos energizados, palestra inicial de segurança, preenchimento
de permissões de trabalho, utilização de listas de verificação, etc.
(item 10.6.2).
• Antes de qualquer nova atividade é necessária a identificação dos riscos
inerentes, e depende desses riscos a utilização de um determinado
procedimento, de tipos diferenciados de EPI, de EPC, de diferentes
acessórios de trabalho. A esse procedimento damos o nome de “Análise
de Risco”. No entanto outros riscos não previstos podem surgir, como
inundações, tempestades, raios, ou quaisquer outros cuja neutralização
não seja possível. Nesse caso, o responsável pela atividade deve suspender
as atividades.
• O item 10.6.4 alerta para entrada em operação e testes de novos
equipamentos, com nova tecnologia ou modificação de instalações
existentes. Nessa fase de testes, correções e ajustes é mais provável a
ocorrência de acidentes. Antes dessas atividades é necessária a elaboração
de análises de risco e procedimentos de segurança específicos ao
momento, e desenvolvidos com os circuitos desenergizados.

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10.7 Trabalhos envolvendo
alta-tensão (AT)

10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com


“Alta-Tensão” que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos como
“Zonas Controladas e de Risco”, conforme Anexo I, devem atender ao disposto no item
10.8 desta NR.

10.7.2 Os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem receber treinamento de


segurança, específico em segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas
“Proximidades”, com currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabeleci-

NOVA NR-10 – aplicação prática


das no Anexo II desta NR.

10.7.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles execu-
tados no Sistema Elétrico de Potência (SEP), não podem ser realizados individualmente.

10.7.4 Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aquelas
que interajam com o SEP, somente pode ser realizado mediante ordem de serviço espe-
cífica para data e local, assinada por superior responsável pela área.

10.7.5 Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o superior imediato e


a equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia,
estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas de forma a atender aos
príncipios técnicos básicos e às melhores técnicas de segurança em eletricidade
aplicáveis ao serviço.

10.7.6 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem ser


realizados quando houver procedimentos específicos, detalhados e assinados por
profissional autorizado.

10.7.7 A intervenção em instalações elétricas energizadas em AT dentro dos limi-


tes estabelecidos como zona de risco, conforme Anexo I desta NR, somente pode ser
realizada mediante a desativação, também conhecida como bloqueio, dos conjuntos
e dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou equipamento.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

10.7.7.1 Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser sinalizados com


identificação da condição de desativação, conforme procedimento de trabalho
específico padronizado.

10.7.8 Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou equipados com mate-


riais isolantes, destinados ao trabalho em alta-tensão, devem ser submetidos a testes
elétricos ou ensaios de laboratório, periódicos, obedecendo-se às especificações do
fabricante, aos procedimentos da empresa e na ausência desses, anualmente.

10.7.9 Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como


aqueles envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento que
permita a comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com o
centro de operação durante a realização do serviço.

Comentários
• “Alta-Tensão” – ver glossário.
• “Zonas Controladas e de Risco” – ver glossário.
• “Proximidades” – ver Trabalho em proximidade – glossário.
• Trabalhos em alta-tensão envolvem um grande risco de acidentes,
não apenas pela possibilidade de choque elétrico por contatos diretos
ou indiretos, mas principalmente pela formação de arcos voltaicos,
que são o resultado do rompimento do dielétrico (capacidade de
isolamento) do ar, com grande dissipação de energia, liberando
luminosidade, calor, e partículas metálicas em fusão. Esse tipo de
acidente provoca graves queimaduras em todos que estiverem
situados dentro do seu raio de ação. Daí a definição de “Zona de Risco”
e “Zona Controlada” (ver Anexo II) impor tante para o perfeito
posicionamento do trabalhador em seus limites, e dos procedimentos
e equipamentos, EPI, EPC, necessários à execução de atividades
dentro dos princípios da segurança do trabalho. Alta-tensão é a tensão
definida como tendo valores acima de 1.000 V em Corrente Alternada
(CA) e 1.500 V em Corrente Contínua (CC) entre fases ou entre fases
e terra. Trabalhadores exercendo atividades dentro dos limites das
“Zonas de Risco” ou “Zonas Controladas” (ver Anexo II) têm que
atender ao disposto no item 10.8, sendo Habilitados, Qualificados, e
Autorizados, ou Capacitados e Autorizados. Devem ainda estar em
condições de saúde compatíveis com as atividades a serem

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NOVA NR-10 – aplicação prática

executadas em conformidade com a NR-7, Programa de Controle


Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), tendo recebido todo o
treinamento previsto no Anexo III, principalmente o treinamento
específico de Segurança em Sistemas Elétricos de Potência (SEP),
itens 10.7.1 e 10.7.2.
• Todo e qualquer trabalho realizado em instalações elétricas em
Alta-Tensão ou em Sistema Elétrico de Potência (SEP) deve ser
totalmente controlado através de ordens de serviço, assinadas
pelo superior responsável (item 10.7.4).
• Nos limites interiores da “Zona de Risco” (ver Anexo II), os trabalhadores
devem ser protegidos contra a possibilidade de reenergização dos
circuitos, por meio da desativação ou bloqueio dos dispositivos de
religamento automático, que devem estar com sinalização adequada
indicando desativação, itens 10.7.7 e 10.7.7.1, item 10.10 (Sinalização
de Segurança), item 10.5 (Segurança em Instalações Elétricas
Desenergizadas) e item 10.2.8 (Medidas de Proteção Coletiva).
• É importante observar a necessidade prevista pela norma de realização
de testes elétricos nos elementos de isolamento de ferramentas e
equipamentos a serem utilizados em trabalhos em AT ou no SEP.

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10.8 Habilitação, qualificação,
capacitação e autorização
dos trabalhadores

10.8.1 É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de


curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino.

10.8.2 É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente


qualificado e com registro no competente conselho de classe.

10.8.3 É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes condi-

NOVA NR-10 – aplicação prática


ções, simultaneamente:

a) receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional habilitado e


autorizado; e

b) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.

10.8.3.1 A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou e nas condições
estabelecidas pelo profissional habilitado e autorizado responsável pela capacitação.

10.8.4 São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou capacitados e


os profissionais habilitados com anuência formal da empresa.

10.8.5 A empresa deve estabelecer sistema de identificação que permita a


qualquer tempo conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador,
conforme o item 10.8.4.

10.8.6 Os trabalhadores autorizados a trabalhar em instalações elétricas devem ter essa


condição consignada no sistema de registro de empregado da empresa.

10.8.7 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem ser


submetidos a exame de saúde compatível com as atividades a serem desenvolvidas,
realizado em conformidade com a NR-7 e registrado em seu prontuário médico.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

10.8.8 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem possuir


treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elétrica e as
principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas, de acordo com o
estabelecido no Anexo II desta NR.

10.8.8.1 A empresa concederá autorização na forma desta NR aos trabalhadores capa-


citados ou qualificados e aos profissionais habilitados que tenham participado com
avaliação e aproveitamento satisfatório dos cursos constantes do Anexo II desta NR.

10.8.8.2 Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que


ocorrer alguma das situações a seguir:

a) troca de função ou mudança de empresa;


b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três
meses; e
c) modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos,
processos e organização do trabalho.

10.8.8.3 A carga horária e o conteúdo programático dos treinamentos de reciclagem


destinados ao atendimento das alíneas “a”, “b” e “c” do item 10.8.8.2 devem atender às
necessidades da situação que o motivou.

10.8.8.4 Os trabalhos em áreas classificadas devem ser precedidos de treinamento


específico de acordo com risco envolvido.

10.8.9 Os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações elétricas,


desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona controlada, conforme define esta
NR, devem ser instruídos formalmente com conhecimentos que permitam identificar e
avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções cabíveis.

Comentários
• As atividades exercidas em instalações elétricas envolvem a exposição
ao risco elétrico, causador de muitos graves acidentes. A perfeita
identificação deste risco, assim como o conhecimento de procedimentos
de segurança no trabalho, equipamentos de proteção individual e coletiva,
e principalmente o simples reconhecimento de que os acidentes não
acontecem apenas com os outros, diminuirá em muito o índice de
acidentes do trabalho em atividades elétricas. Isso nos conduz ao

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NOVA NR-10 – aplicação prática

reconhecimento da necessidade de um programa de intenso treinamento


na área elétrica associado a um treinamento de segurança do trabalho
em instalações elétricas.
• O item 10.8 descreve detalhadamente como deve ser definido o
trabalhador autorizado a trabalhar em instalações elétricas, evitando-se
assim que funcionários sem treinamento específico e de segurança
venham a exercer atividades de risco, expondo-se desnecessariamente
a acidentes do trabalho.
• O profissional QUALIFICADO completou com êxito seu curso de formação
na área elétrica, reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino. Tornou-se
HABILITADO assim que se registrou no seu Conselho de Classe. Já o
trabalhador CAPACITADO, 1) foi treinado por profissional; 2) trabalha sob
a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado. Esta
capacitação só tem valor na empresa em que trabalha. Com a anuência
formal da empresa em que trabalham, e devidamente identificados em
seus registros, eles estão AUTORIZADOS a exercer atividades em
instalações elétricas.
• É necessário ainda passar por exames de saúde que lhes permitam
trabalhar em instalações elétricas, conforme definido pela NR-7 –
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
• A AUTORIZAÇÃO para trabalhadores CAPACITADOS, ou
QUALIFICADOS e HABILITADOS será dada pela empresa aos que
tiverem acompanhado com aproveitamento os cursos previstos no Anexo
III desta Norma (treinamento específico sobre os riscos das atividades
elétricas e medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas:
1) “CURSO BÁSICO – Segurança em Instalações e Serviços de
Eletricidade”; e 2) “CURSO COMPLEMENTAR – Segurança no Sistema
Elétrico de Potência (SEP) e em suas Proximidades”).
• Como novidade esta norma prevê treinamentos de reciclagem,
treinamento de riscos relacionados a áreas classificadas, além do
treinamento de trabalhadores de outras áreas que não a elétrica, visando
à identificação de riscos, assim como formas de prevenção de acidentes
do trabalho que porventura venham a exercer atividades na zona livre ou
proximidade de zona controlada.

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nr10.p65 42 2/8/2005, 01:59
10.9 Proteção contra
incêndio e explosão

10.9.1 As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser


dotadas de proteção contra incêndio e explosão, conforme dispõe a NR-23 – Proteção
Contra Incêndios.

10.9.2 Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à


aplicação em instalações elétricas de ambientes com “Atmosferas Potencialmente
Explosivas” devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema
Brasileiro de Certificação.

NOVA NR-10 – aplicação prática


10.9.3 Os processos ou equipamentos suscetíveis de gerar ou acumular eletricidade
estática devem dispor de proteção específica e dispositivos de descarga elétrica

10.9.4 Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de


incêndio ou explosões devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e
seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de
isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.

10.9.5 Os serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas somente pode-


rão ser realizados mediante permissão para o trabalho com liberação formalizada,
conforme estabelece o item 10.5 ou supressão do agente de risco que determina a
classificação da área.

Comentários
• “ Atmosferas Potencialmente Explosivas ” – ver Atmosfera
Explosiva – glossário.
• A NR-23 dispondo sobre Proteção Contra Incêndios orienta:
As classes de fogo são:
• Classe “A”: Materiais de fácil combustão que queimam na superfície e
profundidade, e deixam resíduos (madeira, tecidos, papel, fibras, etc.);

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

• Classe “B”: Líquidos inflamáveis que queimam somente na superfície, e


não deixam resíduos (óleos, graxas, tintas, solventes, vernizes, gasolina,
éter, etc.);
• Classe “C”: Equipamentos elétricos energizados (motores,
transformadores, painéis de distribuição, fios, etc.);
• Classe “D”: Elementos pirofóricos (magnésio, zircônio, titânio, etc.).
• A Classe “C” de incêndio é a que nos interessa quando nos referimos a
instalações ou equipamentos elétricos. A água pura, em forma de espuma,
ou em recipientes sob pressão (extintores de água pressurizada ou
extintores água-gás), não pode ser utilizada no combate a incêndios
Classe “C” devido à sua condutibilidade elétrica, podendo causar choques
elétricos ou curtos-circuitos, tornando ainda mais grave o acidente. Apenas
água pulverizada poderá ser utilizada, desde que existam os
equipamentos necessários, manejados por combatentes treinados nesta
modalidade de combate a incêndio. Para o combate com água, o sistema
elétrico deverá ser desligado.
• O combate correto a incêndios da “Classe C” será feito com extintores de
Gás Carbônico (CO2), e extintores de Pó Químico. Mas vale a pena
observar que o Pó Químico pode ser prejudicial quando usado em salas
de computadores ou de equipamentos telefônicos, visto que causa danos
aos pequenos componentes eletrônicos desses equipamentos. Nesse
caso, normalmente utilizam-se extintores de Gás Carbônico, que são
eficientes sem causar danos materiais. Alguns sistemas fixos de CO2
são ativados automaticamente, em caso de incêndio, pela detecção
através de sensores específicos (térmicos, infravermelho, fotoelétricos,
ou de ionização). Nesse caso, o risco seria o da presença de pessoas
nesses locais confinados, devido à possibilidade de asfixia pelo fato de o
CO2 eliminar o oxigênio do ambiente ao expulsar a atmosfera respirável
do recinto. Por isso, na presença de sistemas automáticos de CO2, não é
permitida a presença de pessoas no local.
• “Áreas Classificadas” (itens 10.9.2, 10.9.4 e 10.9.5), são áreas passíveis
de possuir atmosferas explosivas. Atmosferas explosivas são formadas por
gases, vapores ou poeiras e oxigênio, na proporção correta que dependerá
das características de cada produto, e que em presença de uma fonte de
ignição causará incêndio ou explosão. O termo refere-se à classificação
dessas áreas em função do seu potencial de risco das substâncias
inflamáveis presentes. Assim, esses ambientes podem ser divididos em
três classes, que são ainda subdivididas em grupos e divisões
(ou zonas, pela norma brasileira).

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NOVA NR-10 – aplicação prática

Em geral temos:
• Classe I – Gases e vapores, dividida em quatro grupos, de “A” a “D”, e
algumas das substâncias são: acetileno, hidrogênio, butadieno,
acetaldeído, eteno, monóxido de carbono, acetona, acrinonitrila, amônia,
butano, benzeno, gasolina, etc.
• Classe II – Poeiras, dividida em três grupos, de “E” a “G”, sendo poeiras
metálicas combustíveis, poeiras carbonáceas (carvão mineral, hulha), e
poeira combustível, como farinha de trigo, ovo em pó, goma-arábica,
celulose, vitaminas, etc.
• Classe III – Fibras combustíveis, como rayon, sisal, fibras de
madeira, etc.
Existe ainda uma classificação em que são consideradas as
probabilidades de ocorrência da mistura explosiva, divisão 2 e 1, pelas
normas internacionais, e zonas 0, 1, e 2, pelas normas brasileiras. As
normas mencionadas são a ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas), IEC (International Electrotechnical Commission, européia),
NEC (National Electrical Code, americana), API (American Petroleum
Institute), e NFPA, (National Fire Protection Association, americana).
• Em presença de atmosferas explosivas a fonte de ignição pode ser algum
dispositivo, acessório ou equipamento elétrico, que possa produzir
centelhamento. As normas nacionais e internacionais especificam
equipamentos elétricos para serem utilizados com segurança em áreas
classificadas, e que são à prova de acidentes por centelhamento. São
ditos: “à prova de explosões, pressurizados, imersos em óleo, em areia,
em resina, de segurança aumentada, herméticos, especial, e de
segurança intrínseca”.
• Para que esses equipamentos cumpram sua função dentro dos critérios
de segurança exigidos, eles têm que ser testados dentro de rígidos
padrões de qualidades (teste de conformidade), e somente pelas
empresas certificadoras reconhecidas pelo Sistema Brasileiro de
Certificação, que congrega as certificadoras reconhecidas junto ao
INMETRO (item 10.9.2).
• Dentro da necessidade de um rígido controle da possibilidade de
ocorrência de acidentes devidos a equipamentos elétricos em áreas
classificadas, a norma exige um maior controle das condições elétricas
desses sistemas, com relês de proteção contra sobrecorrente,
sobretensão, aquecimento de motores, falta de fase, correntes de fuga,

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

motores com segurança aumentada, alarmes e seccionamento


automático através de disjuntores (item 10.9.4). É importante ainda
lembrar que dentro de tão críticas condições de segurança é necessário
uma detalhada supervisão e acompanhamento seguidos de uma rígida
manutenção para correção das não conformidades.
• As permissões de trabalho são autorizações por escrito para trabalhos
diversos de manutenção, montagem ou outros, que envolvam riscos à
integridade do pessoal, às instalações, ao meio ambiente, ou à
continuidade operacional. Descrevem o trabalho, os riscos envolvidos,
pessoal, EPI, EPC e precauções de segurança a serem seguidas.
É utilizada em conjunto com Listas de Verificação de requisitos de
segurança apropriadas a cada atividade, que, depois de satisfeitos,
possibilitam o início das atividades. A supressão do risco em áreas
classificadas significa a retirada dos gases ou vapores inflamáveis, através
de ventilação ou inertização, e em caso de risco elétrico significa a
desenergização do circuito a ser trabalhado (item 10.9.5).
• A eletricidade estática é gerada por atrito de correias de máquinas,
peças em movimentos repetidos, movimentação de fluidos e
p r o d u t o s p u l ve r i z a d o s e m t u bu l a ç õ e s e s i l o s, s ó l i d o s e m
suspensão na atmosfera, etc. A tensão elétrica acumulada pode
produzir descargas elétricas, que em presença de baixa umidade
do ar, presença de gases inflamáveis, fibras e poeiras inflamáveis
podem causar explosões e incêndios de grandes proporções.
O aterramento é a proteção permanente para que as cargas se
dissipem (item 10.9.3).

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10.10 Sinalização de segurança

10.10.1 Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização


adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao
disposto na NR-26 – Sinalização de Segurança, de forma a atender, entre outras, as
situações a seguir:

a) identificação de circuitos elétricos;


b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;
c) restrições e impedimentos de acesso;
d) delimitações de áreas;

NOVA NR-10 – aplicação prática


e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de
movimentação de cargas;
f) sinalização de impedimento de energização; e
g) identificação de equipamento ou circuito impedido.

Comentários
• O item 10.10.1 refere-se à NR-26, que dispõe sobre sinalização de
segurança e orienta com relação à utilização das cores como meios
identificadores de equipamentos de segurança, delimitando áreas,
identificando riscos, e em associação com frases, desenhos e símbolos
com o objetivo de prevenção dos acidentes do trabalho.
• A correta identificação de circuitos elétricos leva à eficácia no
desligamento dos circuitos corretos seja por necessidades de
manutenção, seja por manobras de emergência. Muitos acidentes não
puderam ser evitados no passado devido à inexistência ou à incorreta
identificação de circuitos elétricos energizados. O mesmo se aplica à
utilização de etiquetas e placas para a identificação de travamentos e
bloqueios de dispositivos e sistemas de manobras e comandos em
instalações elétricas. Restrições e impedimentos de acesso e

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

delimitações de áreas impedem a livre circulação de trabalhadores que


não estejam diretamente envolvidos com as atividades presentes num
determinado local, que por conseguinte não estão suficientemente
informados dos riscos ali existentes. São bastante utilizados cartazes,
cones, fitas, luzes, e até a própria viatura de manutenção, principalmente
nos trabalhos na área urbana. A sinalização de áreas de circulação,
de vias públicas, de veículos, e de movimentação de cargas visa à
completa separação de pedestres, veículos e máquinas, evitando
acidentes como atropelamentos, e principalmente em casos de
movimentação de cargas elevadas, evitar a presença de pessoas sob
cargas suspensas, o que é um grande risco, em caso de queda da carga.
Sinalização de impedimento de energização na proteção de
trabalhadores em atividades de manutenção de circuitos elétricos. Ver
comentários dos itens 10.5 (Segurança em Instalações Elétricas
Desenergizadas) e 10.2.8 (Medidas de Proteção Coletiva).
• Nos trabalhos em instalações elétricas é interessante ressaltar e resumir
o emprego de algumas cores:
• Vermelho – Identificação de sistemas de combate a incêndio; como
hidrantes, bombas, caixas de alarme, extintores e sua localização,
tubulações da rede d’água de incêndio, portas de saída de emergência,
etc., e excepcionalmente em situações de advertência de perigo, como
luzes em barricadas e barreiras, e em botões interruptores de circuitos
elétricos, em paradas de emergência.
• Amarelo – (Alta visibilidade) – Cuidado, no sentido de chamar a atenção,
alertar, distinguir, advertir, em corrimãos, parapeitos, bordos desguarnecidos
de abertura no solo, vigas colocadas em baixa altura, empilhadeiras, tratores,
pontes rolantes, guindastes, na delimitação de circulação de máquinas e
pedestres, no piso, e em combinação com listras pretas em fitas de
sinalização ditas zebradas.
• Verde – Associado à segurança, em canalizações d’água, (verde-claro –
água potável; verde – água industrial), caixas de equipamento de socorro
de urgência, chuveiros de segurança, lava olhos, emblemas de segurança,
salas de curativos de urgência, etc.
• Laranja – (Alta visibilidade) – Alerta, em partes móveis de máquinas e
equipamentos, faces internas de caixas protetoras de dispositivos
elétricos, faces externas de polias e engrenagens, botões de arranque
de segurança, dispositivos de corte, bordas de serras, prensas, etc.
• Púrpura – Riscos de exposição à radiação nuclear.

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10.11 Procedimentos de trabalho

10.11.1 Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e realizados em


conformidade com “Procedimentos” de trabalho específicos, padronizados, com descri-
ção detalhada de cada tarefa, passo a passo, assinado por profissional que atenda ao
que estabelece o item 10.8 desta NR.

10.11.2 Todos os serviços em instalações elétricas devem ser precedidos de ordens de


serviço específicas, aprovadas por trabalhador autorizado, contendo, no mínimo, o tipo,
a data, o local e as referências aos procedimentos de trabalho a serem adotados.

10.11.3 Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo, campo de

NOVA NR-10 – aplicação prática


aplicação, base técnica, competências e responsabilidades, disposições gerais, medidas
de controle e orientações finais.

10.11.4 Os procedimentos de trabalho, o treinamento de segurança e saúde e a autori-


zação de que trata o item 10.8 devem ter a participação em todo o processo de desen-
volvimento do Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
(SEESMT), quando houver.

10.11.5 A autorização referida no item 10.8 deve estar em conformidade com o treina-
mento ministrado, previsto no Anexo II desta NR.

10.11.6 Toda equipe deverá ter um de seus trabalhadores indicado e em condições de


exercer a supervisão e condução dos trabalhos.

10.11.7 Antes de iniciar trabalhos em equipe, os seus membros, em conjunto com o


responsável pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia, estudar e
planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas no local, de forma a atender aos
princípios técnicos básicos e às melhores técnicas de segurança aplicáveis ao serviço.

10.11.8 A alternância de atividades deve considerar a análise de riscos das tarefas


e a competência dos trabalhadores envolvidos, de forma a garantir a segurança e a saúde
no trabalho.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Comentários
• “Procedimentos” – ver glossário.
• Análise de risco é uma ferramenta gráfica na qual uma atividade é
analisada passo a passo, com cada passo associado a um responsável,
identificando-se o(s) risco(s) correlatos, e como resultado elabora-se a
lista de controles necessários à neutralização de cada risco identificado.

EXEMPLO

PASSO 11: RESPONSÁVEL RISCOS CONTROLE

Abrir a chave Eletricista 1) Descarga • Usar luvas isolantes


corta-circuito elétrica de borracha para
Descrição: Abrir 2) Entorse alta-tensão, capacete
as chaves utilizando muscular de segurança, óculos
a vara de manobra e botas de segurança;
e observando a • Manusear firme e
seqüência correta, corretamente a vara
ou seja: “Primeiro de manobra;
a chave da • Assumir posição e
extremidade mais postura corretas.
próxima da chave do
meio, depois a chave
da extremidade mais
distante da chave
do meio, e por
último a chave
do meio.”

(Passo referente à abertura de uma chave corta-circuito, dentro de uma atividade mais complexa)

• A análise de risco vai gerar os procedimentos de segurança necessários


à realização de uma atividade.
• Procedimentos são o detalhamento das atividades intermediárias,
operações necessárias e padronizadas para se realizar um trabalho,
levando-se em conta as necessidades materiais e humanas, e a certeza
de que o resultado final será alcançado respeitadas as regras de qualidade
e segurança desejadas.

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NOVA NR-10 – aplicação prática

• Devem ter a participação dos integrantes dos Serviços Especializados


em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SEESMT), NR-4.
• Os trabalhos só podem ter início, ou existência real, se precedidos por
uma ordem de serviço, que garanta as responsabilidades e procedimentos
necessários. A assinatura de liberação só terá validade se pertencer a
um trabalhador autorizado.

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10.12 Situação de emergência

10.12.1 As ações de emergência que envolvam as instalações ou serviços com eletrici-


dade devem constar do plano de emergência da empresa.

10.12.2 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o resgate e prestar pri-
meiros socorros a acidentados, especialmente por meio de reanimação cardiorrespiratória.

10.12.3 A empresa deve possuir métodos de resgate padronizados e adequados às suas


atividades, tornando disponíveis os meios para a sua aplicação.

10.12.4 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e operar equipa-


mentos de prevenção e combate a incêndio existentes nas instalações elétricas.

NOVA NR-10 – aplicação prática


Comentários
• O Plano de Emergência é uma ferramenta preventiva e prática que permite
desencadear ações (de emergência) rápidas e eficazes, visando controlar
e minimizar as conseqüências de eventos que possam colocar em risco
as instalações industriais, meio ambiente, funcionários e a comunidade.
• Podemos listar várias formas de sinistros, como vazamento de gases tóxicos
ou inflamáveis, vazamentos de líquidos voláteis, vazamentos de produtos
tóxicos, incêndios, explosões, alagamentos, choques elétricos, etc.
• Acidentes em instalações elétricas normalmente causam incêndios,
queimaduras, paradas cardiorrespiratórias, e muitas vezes é necessário
o resgate de acidentados em altura (torres, postes) ou no interior de
locais com dificuldade de acesso.
• Então, especificamente, empresas com possibilidades de acidentes em
instalações ou serviços com eletricidade, devem observar:
• Todo trabalhador deverá ser treinado em resgate de acidentados, primeiros
socorros, reanimação cardiorrespiratória, e combate a incêndio, sendo
capazes de uma perfeita utilização dos equipamentos de resgate e de extinção
de incêndios.

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10.13 Responsabilidades

10.13.1 As responsabilidades quanto ao cumprimento desta NR são solidárias aos con-


tratantes e contratados envolvidos.

10.13.2 É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores informados


sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas
de controle contra os riscos elétricos a serem adotados.

10.13.3 Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instala-


ções e serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas.

10.13.4 Cabe aos trabalhadores:

NOVA NR-10 – aplicação prática


a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas
por suas ações ou omissões no trabalho;
b) responsabilizar-se com a empresa pelo cumprimento das disposições legais e
regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e
saúde; e
c) comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço às situações que
considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas.

Comentários
• Com relação ao item “10.13 – Responsabilidades”, a norma atualizada
mostrou-se bem mais detalhada com relação ao envolvimento de todos,
empresa contratante, contratadas, e trabalhadores no cumprimento dos
artigos da norma. O termo solidário significa que todos os mencionados
poderão responder juridicamente pelo não cumprimento dos artigos desta
norma (item 10.13.1).
• O trabalhador não só tem o direito de ser informado pela empresa de
todos os riscos a que estão expostos, e dos procedimentos de segurança
e de controle de riscos correlatos, como também passa a estar legalmente
envolvido com a responsabilidade de zelar pela própria integridade física

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

e saúde, assim como a de seus companheiros de trabalho, obrigando-se


a cumprir os procedimentos de segurança, procedimentos legais e
regulamentos da empresa, e tendo a obrigação de comunicar possíveis
situações de risco (atos ou condições inseguras) que possam afetar a
sua integridade física e saúde e a de seus companheiros.
• “Ato inseguro” é tudo o que o trabalhador faz, voluntariamente ou não, e
que pode provocar um acidente (inclusive com outra pessoa), como por
exemplo: imperícia, excesso de confiança, imprudência, exibicionismo,
negligência, desatenção, brincadeiras no local de trabalho, etc.
• “Condição Insegura” é decorrente de situações existentes no ambiente
de trabalho e que podem vir a causar acidentes, como: piso escorregadio,
iluminação deficiente, excesso de ruído, falta de arrumação, instalações
elétricas sobrecarregadas, máquinas defeituosas, matéria-prima de má
qualidade, calçado ou vestimentas impróprios, falta de planejamento,
jornada de trabalho excessiva, etc.

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10.14 Disposições finais

10.14.1 Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o “Direito de


Recusa”, sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua
segurança e saúde ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu
superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis.

10.14.2 As empresas devem promover ações de controle de riscos originados por


outrem em suas instalações elétricas e oferecer, de imediato quando cabível, denúncia
aos órgãos competentes.

10.14.3 Na ocorrência do não cumprimento das normas constantes nesta NR, o MTE

NOVA NR-10 – aplicação prática


adotará as providências estabelecidas na NR-3.

10.14.4 A documentação prevista nesta NR deve estar permanentemente à disposição


dos trabalhadores que atuam em serviços e instalações elétricas, respeitadas as abran-
gências, limitações e interferências nas tarefas.

10.14.5 A documentação prevista nesta NR deve estar, permanentemente, à disposi-


ção das autoridades competentes.

10.14.6 Esta NR não é aplicável a instalações elétricas alimentadas por


“Extrabaixa Tensão”.

Comentários
• “Direito de Recusa” – ver glossário.
• “Extrabaixa Tensão” – ver glossário.
• O item 14.1 acrescenta um tópico importantíssimo à norma, pois
exercendo o “direito de recusa” o trabalhador pode interromper sua
atividade sempre que for constatada a condição de “risco grave e
eminente” com relação a si ou a outras pessoas.
• A condição de “ risco grave e eminente” é definida na Norma
Regulamentadora no 3 (Embargo ou Interdição) como toda condição

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

ambiental de trabalho que possa causar acidente do trabalho ou doença


profissional com lesão grave à integridade física do trabalhador.
• A Norma Regulamentadora no 3 (Embargo ou Interdição) também é
mencionada no item 10.14.3, no qual o Ministério do Trabalho e do
Emprego (MTE), através do Auditor Fiscal do Trabalho, pode embargar
ou interditar total ou parcialmente qualquer instalação, ou parte de
instalação que não esteja de acordo com a NR-10.

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Glossário

1. Alta-Tensão (AT) – Tensão superior a 1.000 volts em corrente alternada


ou 1.500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.
2. Área Classificada – Local com potencialidade de ocorrência de
atmosfera explosiva.
3. Aterramento Elétrico Temporário – Ligação elétrica efetiva confiável
e adequada intencional à terra, destinada a garantir a eqüipotencialidade
e mantida continuamente durante a intervenção na instalação elétrica.
4. Atmosfera Explosiva – Mistura com o ar, sob condições atmosféricas, de

NOVA NR-10 – aplicação prática


substâncias inflamáveis na forma de gás, vapor, névoa, poeira ou fibras, na
qual, após a ignição, a combustão se propaga.
5. Baixa Tensão (BT) – Tensão superior a 50 volts em corrente alternada ou 120
volts em corrente contínua e igual ou inferior a 1.000 volts em corrente alternada
ou 1.500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.
6. Barreira – Dispositivo que impede qualquer contato com partes energizadas
das instalações elétricas.
7. Direito de Recusa – Instrumento que assegura ao trabalhador a interrupção de
uma atividade de trabalho por considerar que ela envolve um grave e iminente
risco para sua segurança e saúde ou de outras pessoas.
8. Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) – Dispositivo, sistema, ou meio,
fixo ou móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade
física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros.
9. Equipamento Segregado – Equipamento tornado inacessível por meio de
invólucro ou barreira.
10. Extrabaixa Tensão (EBT) – Tensão não superior a 50 volts em corrente
alternada ou 120 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.
11. Influências Externas – Variáveis que devem ser consideradas na definição e
seleção de medidas de proteção para segurança das pessoas e desempenho
dos componentes da instalação.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

12. Instalação Elétrica – Conjunto das partes elétricas e não-elétricas associadas e


com características coordenadas entre si, que são necessárias ao funcionamento
de uma parte determinada de um sistema elétrico.
13. Instalação Liberada para Serviços (BT/AT) – Aquela que garanta as condições
de segurança ao trabalhador por meio de procedimentos e equipamentos
adequados, desde o início até o fim dos trabalhos e liberação para uso.
14. Impedimento de Reenergização – Condição que garante a não energização do
circuito através de recursos e procedimentos apropriados, sob controle dos
trabalhadores envolvidos nos serviços.
15. Invólucro – Envoltório de partes energizadas destinado a impedir qualquer
contato com partes internas.
16. Isolamento Elétrico – Processo destinado a impedir a passagem de corrente
elétrica por interposição de materiais isolantes.
17. Obstáculo – Elemento que impede o contato acidental, mas não impede o
contato direto por ação deliberada.
18. Perigo – Situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física
ou dano à saúde das pessoas por ausência de medidas de controle.
19. Pessoa Advertida – Pessoa informada ou com conhecimento suficiente para
evitar os perigos da eletricidade.
20. Procedimento – Seqüência de operações a serem desenvolvidas para realização
de um determinado trabalho, com a inclusão dos meios materiais e humanos,
medidas de segurança e circunstâncias que impossibilitem sua realização.
21. Prontuário – Sistema organizado de forma a conter uma memória dinâmica
de informações pertinentes às instalações e aos trabalhadores.
22. Risco – Capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões
ou danos à saúde das pessoas.
23. Riscos Adicionais – Todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos
elétricos, específicos de cada ambiente ou processos de trabalho que, direta
ou indiretamente, possam afetar a segurança e a saúde no trabalho.
24. Sinalização – Procedimento padronizado destinado a orientar, alertar,
avisar e advertir.
25. Sistema Elétrico – Circuito ou circuitos elétricos inter-relacionados destinados
a atingir um determinado objetivo.

60

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NOVA NR-10 – aplicação prática

26. Sistema Elétrico de Potência (SEP) – Conjunto das instalações e equipamentos


destinados a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica até a
medição, inclusive.
27. Tensão de Segurança – extrabaixa tensão originada em uma fonte de segurança.
28. Trabalho em Proximidade – Trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar
na zona controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou extensões
condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou equipamentos que
manipule.
29. Travamento – Ação destinada a manter, por meios mecânicos, um dispositivo
de manobra fixo numa determinada posição, de forma a impedir uma operação
não autorizada.
30. Zona de Risco – Entorno de parte condutora energizada, não segregada,
acessível inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com
o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e
com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho.
31. Zona Controlada – Entorno de parte condutora energizada, não segregada,
acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja
aproximação só é permitida a profissionais autorizados.

61

nr10.p65 61 2/8/2005, 01:59


nr10.p65 62 2/8/2005, 01:59
Referências

ABNT. NR 5410:2004. Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004. 209 p.

ARAUJO, Giovanni Moraes de. Normas Regulamentadoras Comentadas: Legislação


de Segurança e Saúde no Trabalho. Rio de Janeiro: Editora Gerenciamento Verde
Consultoria. 4a ed., 2003/2004. 1.540 p.

_____. Regulamentação do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos


Comentada. Rio de Janeiro: Ed. do autor, 2001. 810 p.

CREDER, Hélio. Instalações Elétricas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos

NOVA NR-10 – aplicação prática


Editora S.A. 13 ed., 1997/1998. 515 p.

ROUSSELET, Edison da Silva; CESAR, Falcão. Segurança na Obra. Rio de Janeiro: Editora
Interciência Ltda. 1999. 344 p.

MASON, C. Russel. The Art Science of Protective Relaying Engineering Planning and
Development Section. Nova York: General Electric Company. 410 p.

FOWLER, W. Thadeu; KAREN, Miles K. Eletrical Safety: student manual. 2002. 77 p.

MANIERI, Oscar Martins. Segurança, meio ambiente e saúde. Rio de Janeiro: SENAI/RJ
/ Petrobras. 2004.164 p.

CERJ. Manual e Procedimentos de Segurança. Rio de Janeiro. 2003.

nr10.p65 63 2/8/2005, 01:59


nr10.p65 64 2/8/2005, 01:59
NOVA NR-10 – aplicação prática

ANEXO 2
Zona de risco e zona controlada

TABELA DE RAIOS DE DELIMITAÇÃO DE ZONAS DE RISCO, CONTROLADA E LIVRE

Faixa de tensão nominal Rr – Raio de delimitação Rc – Raio de


da instalação elétrica entre zona de risco delimitação entre
em kV e controlada em metros zona controlada e
livre em metros

<1 0,20 0,70


³ 1 e <3 0,22 1,22
³ 3 e <6 0,25 1,25
³ 6 e <10 0,35 1,35
³ 10 e <15 0,38 1,38
³ 15 e <20 0,40 1,40
³ 20 e <30 0,56 1,56
³ 30 e <36 0,58 1,58
³ 36 e <45 0,63 1,63
³ 45 e <60 0,83 1,83
³ 60 e <70 0,90 1,90
³ 70 e <110 1,00 2,00
³ 110 e <132 1,10 3,10
³ 132 e <150 1,20 3,20
³ 150 e <220 1,60 3,60
³ 220 e <275 1,80 3,80
³ 275 e <380 2,50 4,50
³ 380 e <480 3,20 5,20
³ 480 e <700 5,20 7,20

65

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Figura 1 – Distâncias no ar que delimitam


radialmente as zonas de risco, controlada
e livre.

Figura 2 – Distâncias no ar que delimitam


radialmente as zonas de risco, controlada e
livre, com interposição de superfície de
separação física adequada.

ZL = Zona livre

ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados.

ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de técnicas,


instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho.
PE = Ponto da instalação energizado.

SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos os


dispositivos de segurança.

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NOVA NR-10 – aplicação prática

ANEXO 3
Treinamento

I. Curso básico – segurança em instalações


e serviços com eletricidade

Para os trabalhadores autorizados.


[carga horária mínima: 40 horas]

Programação mínima:

1. Introdução à segurança com eletricidade.

2. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.

a) O choque elétrico, mecanismos e efeitos;


b) Arcos elétricos; queimaduras e quedas;
c) Campos eletromagnéticos.

3. Técnicas de Análise de Risco.

4. Medidas de Controle do Risco Elétrico.

a) Desenergização;
b) Aterramento funcional (TN – TT – IT); de proteção; temporário;
c) Eqüipotencialização;
d) Seccionamento automático da alimentação;
e) Dispositivos a corrente de fuga;
f) Extrabaixa tensão;
g) Barreiras e invólucros;
h) Bloqueios e impedimentos;
i) Obstáculos e anteparos;

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

j) Isolamento das partes vivas;


k) Isolamento duplo ou reforçado;
l) Colocação fora de alcance;
m) Separação elétrica.

5. Normas Técnicas Brasileiras – NBR da ABNT.

a) NBR-5410, NBR-14039 e outras;

6. Regulamentações do MTE.

a) Normas Regulamentadoras;
b) Norma Regulamentadora NR-10 (Segurança em Instalações
e Serviços com Eletricidade);
c) Qualificação; habilitação; capacitação e autorização.

7. Equipamentos de proteção coletiva.

8. Equipamentos de proteção individual.

9. Rotinas de trabalho – Procedimentos.

a) Instalações desenergizadas;
b) Liberação para serviços;
c) Sinalização;
d) Inspeções de áreas, serviços, ferramental e equipamento.

10. Documentação de instalações elétricas.

11. Riscos adicionais.

a) Altura;
b) Ambientes confinados;
c) Áreas classificadas;
d) Umidade;
e) Condições atmosféricas.

68

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NOVA NR-10 – aplicação prática

ANEXO 3
12. Proteção e combate a incêndios.

a) Noções básicas;
b) Medidas preventivas;
c) Métodos de extinção;
d) Prática.

13. Acidentes de origem elétrica.

a) Causas diretas e indiretas;


b) Discussão de casos.

14. Primeiros socorros.

a) Noções sobre lesões;


b) Priorização do atendimento;
c) Aplicação de respiração artificial
d) Massagem cardíaca;
e) Técnicas para remoção e transporte de acidentados;
f) Práticas.

15. Responsabilidades.

69

nr10.p65 69 2/8/2005, 01:59


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

II. Curso complementar – Segurança no Sistema Elétrico


de Potência (SEP) e em suas proximidades

É pré-requisito para freqüentar este curso complementar ter participado


com aproveitamento satisfatório do curso básico definido anteriormente.
[carga horária mínima: 40 horas]

(*) Estes tópicos deverão ser desenvolvidos e dirigidos especificamente para


as condições de trabalho características de cada ramo, padrão de
operação, de nível de tensão e de outras peculiaridades específicas ao
tipo ou condição especial de atividade, sendo obedecida à hierarquia no
aperfeiçoamento técnico do trabalhador.

Programação Mínima:

1. Organização do Sistema Elétrico de Potência (SEP).

2. Organização do trabalho

a) Programação e planejamento dos serviços;


b) Trabalho em equipe;
c) Prontuário e Cadastro das instalações;
d) Métodos de trabalho; e
e) Comunicação.

3. Aspectos comportamentais.

4. Condições impeditivas para serviços.

5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção. (*)

a) Proximidade e contatos com partes energizadas;


b) Indução;
c) Descargas atmosféricas;
d) Estática;

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NOVA NR-10 – aplicação prática

ANEXO 3
e) Campos elétricos e magnéticos;
f) Comunicação e identificação; e
g) Trabalhos em altura, máquinas e equipamentos especiais.

6. Técnicas de análise de Risco no SEP. (*)

7. Procedimentos de trabalho – análise e discussão. (*)

8. Técnicas de trabalho sob tensão. (*)

a) Em linha viva;
b) Ao potencial;
c) Em áreas internas;
d) Trabalho a distância;
e) Trabalhos noturnos.
f) Ambientes subterrâneos

9. Equipamentos e ferramentas de trabalho


(escolha, uso, conservação, verificação, ensaios). (*)

10. Sistemas de proteção coletiva. (*)

11. Equipamentos de proteção individual. (*)

12. Posturas e vestuários de trabalho. (*)

13. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e equipamentos. (*)

14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho. (*)

15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso. (*)

16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte de acidentados. (*)

17. Acidentes típicos – Análise, discussão, medidas de proteção. (*)

18. Responsabilidades. (*)

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NOVA NR-10 – aplicação prática

ANEXO 4
Prazos para cumprimento dos itens
da Norma Regulamentadora no 10

1. Prazo de seis meses: 10.3.1; 10.3.6 e 10.9.2;

2. Prazo de nove meses: 10.2.3; 10.7.3; 10.7.8 e 10.12.3;

3. Prazo de doze meses: 10.2.9.2 e 10.3.9;

4. Prazo de dezoito meses: subitens 10.2.4; 10.2.5; 10.2.5.1 e 10.2.6;

5. Prazo de vinte e quatro meses; subitens 10.6.1.1; 10.7.2; 10.8.8 e 10.11.1

73

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Riscos Elétricos

Departamento Regional de Rondônia


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煵楮瑡ⵦ敩牡Ⱐ㈸⁤攠摥穥浢牯⁤攠㈰〶‰㤺㌰㨲

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Medidas Elétricas

Federação das Indústrias do Estado de Rondônia


Presidente do Sistema FIERO/SESI/SENAI/IEL
Euzébio André Guareschi

Diretor Superintendente do SESI/RO


Valdemar Camata Junior

Diretor Regional do SENAI/RO


Vivaldo Matos Filho

Superintendente do Instituto Euvaldo Lodi - IEL/RO


Valdemar Camata Junior

Diretora da Escola Centro de Formação Profissional “Marechal Rondon”


Elsa Ronsoni Mendes Pereira

Dezembro
2006

SENAI - RO 1
FICHA CATALOGRÁFICA
S491c

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento


Nacional
Curso básico de segurança em instalações e serviços em
eletricidade : riscos elétricos / SENAI. DN. Brasília, 2005.

122 p. : il.

ISBN: 85-7519-152-7

1. Eletricidade 2. Choque elétrico I. Título


CDU: 331.483.1

riscos_eletricos.p65 4 8/8/2005, 10:41


UTILIZAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos nivelados em um


contexto nacional, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de
informações e construir links entre os diversos conhecimentos e competências, tão
importantes para sua formação profissional.

Além dos esforços e dedicação de todo o grupo do SENAI DR/RO na confecção


de material didático estamos também utilizando as obras divulgadas no site
www.senai.br/recursosdidaticos desenvolvidas por outros Departamentos Regionais,
reservados os direitos patrimoniais e intelectuais de seus autores nos termos da Lei nº.
9610, de 19/02/1998.

Tal utilização se deve ao fato de que tais obras vêm de encontro as nossas
necessidades, bem como têm a função de enriquecer a qualidade dos recursos didáticos
fornecidos aos nossos alunos como forma de aprimorar seus conhecimentos e
competências.

SENAI - RO 2

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煵楮瑡ⵦ敩牡Ⱐ㈸⁤攠摥穥浢牯⁤攠㈰〶‱〺ㄸ㨰
Sumário

Apresentação 7

Riscos em instalações e serviços com eletricidade 9


Choque elétrico ........................................................................................................................... 9
Arco elétrico ............................................................................................................................... 25
Campos eletromagnéticos .................................................................................................... 28
Riscos adicionais ....................................................................................................................... 30
Acidentes de origem elétrica ................................................................................................ 41

RISCOS ELÉTRICOS
Técnicas de análise de riscos 49
Conceitos básicos ..................................................................................................................... 49
Principais técnicas para identificação dos riscos/perigos ........................................... 51
Análise preliminar de riscos .................................................................................................. 53

Medidas de controle do risco elétrico 57


Desenergização ......................................................................................................................... 57
Aterramento ............................................................................................................................... 62
Eqüipotencialização ................................................................................................................. 71
Seccionamento automático da alimentação .................................................................. 74
Dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual – DR ................................... 77
Proteção por extrabaixa tensão ........................................................................................... 80
Proteção por barreiras e invólucros .................................................................................... 81
Proteção por obstáculos e anteparos ................................................................................ 82
Proteção por isolamento das partes vivas ....................................................................... 82
Proteção parcial por colocação fora de alcance ............................................................. 84
Proteção por separação elétrica .......................................................................................... 89

riscos_eletricos.p65 5 8/8/2005, 10:41


Equipamentos de Proteção Coletiva 91

Equipamentos de Proteção Individual 95


Exemplos de EPIs ...................................................................................................................... 95
Legislação específica ............................................................................................................... 99

Normas Técnicas Brasileiras 101


Normas ABNT .......................................................................................................................... 101
Regulamentações do MTE .................................................................................................. 103

Rotinas de trabalho 105


Procedimentos de trabalho ................................................................................................ 105
Liberação para serviços ....................................................................................................... 108
Responsabilidades ................................................................................................................ 114

Documentação de instalações elétricas 117

Referências 119

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Apresentação

Eletricidade mata. Esta é uma forma bastante brusca, porém verdadeira, de iniciarmos o
estudo sobre segurança em eletricidade. Sempre que trabalhar com equipamentos elé-
tricos, ferramentas manuais ou com instalações elétricas, você estará exposto aos riscos
da eletricidade. E isso ocorre no trabalho, em casa, e em qualquer outro lugar. Você está
cercado por redes elétricas em todos os lugares; aliás, todos nós estamos. É claro que no
trabalho os riscos são bem maiores. É no trabalho que existe uma grande concentração
de máquinas, motores, painéis, quadros de distribuição, subestações transformadoras e,
em alguns casos, redes aéreas e subterrâneas expostas ao tempo. Para completar, mes-
mo os que não trabalham diretamente com os circuitos também se expõem aos efeitos

RISCOS ELÉTRICOS
nocivos da eletricidade ao utilizar ferramentas elétricas manuais, ou ao executar tarefas
simples como desligar ou ligar circuitos e equipamentos, se os dispositivos de aciona-
mento e proteção não estiverem adequadamente projetados e mantidos.

Embora todos nós estejamos sujeitos aos riscos da eletricidade, se você trabalha direta-
mente com equipamentos e instalações elétricas ou próximo delas, tenha cuidado.
O contato com partes energizadas da instalação pode fazer com que a corrente elétrica
passe pelo seu corpo, e o resultado são o choque elétrico e as queimaduras externas e
internas. As conseqüências dos acidentes com eletricidade são muito graves, provocam
lesões físicas e traumas psicológicos, e muitas vezes são fatais. Isso sem falar nos incêndios
originados por falhas ou desgaste das instalações elétricas. Talvez pelo fato de a eletrici-
dade estar tão presente em sua vida, nem sempre você dá a ela o tratamento necessário.
Como resultado, os acidentes com eletricidade ainda são muito comuns mesmo entre
profissionais qualificados. No Brasil, ainda não temos muitas estatísticas específicas
sobre acidentes cuja causa está relacionada com a eletricidade. Entretanto, é bom
conhecer alguns números a esse respeito.

Estatísticas

Nos EUA, por exemplo, o contato com a eletricidade é a causa de 5% dos acidentes fatais
que ocorrem no trabalho. Em números absolutos, isso significa que 290 pessoas morrem
por ano devido a acidentes com eletricidade no trabalho. Esses dados reunidos entre 1997
e 2002 correspondem a informações divulgadas pelo Ministério do Trabalho dos EUA.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

No Brasil, se considerarmos apenas o Setor Elétrico, assim chamado aquele que reúne as
empresas que atuam em geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, temos
alguns números que chamam a nossa atenção. Em 2002, ocorreram 86 acidentes fatais
nesse setor, incluídos aqueles com empregados das empreiteiras. A esse número, entre-
tanto, somam-se 330 mortes que ocorreram nesse mesmo ano com membros da popu-
lação que, de diferentes formas, tiveram contato com as instalações pertencentes ao Setor
Elétrico. Como exemplo desses contatos fatais, há os casos que ocorreram em obras de
construção civil, contatos com cabos energizados, ligações clandestinas, instalações de
antenas de TV, entre tantas outras causas. Um relatório completo é divulgado anualmente
pela Fundação COGE.

Para completar, entre 1.736 acidentes do trabalho analisados pelo Sistema Federal
de Inspeção do Trabalho, no ano de 2003, a exposição à corrente elétrica encontra-se
entre os primeiros fatores de morbidade/mortalidade, correspondendo a 7,84% dos
acidentes analisados.

Este módulo vai abranger vários tópicos relacionados à segurança com eletricidade.
Os principais riscos serão apresentados e você irá aprender a reconhecê-los e a adotar
procedimentos e medidas de controle, previstos na legislação e nas normas técnicas,
para evitar acidentes. Da sua preparação, estudo e disciplina vão depender a segurança e
a vida de muitas outras pessoas, incluindo você. Pense nisso!

riscos_eletricos.p65 8 8/8/2005, 10:41


Riscos em instalações
e serviços com eletricidade

Há diferentes tipos de riscos devido aos efeitos da eletricidade no ser humano e no


meio ambiente. Os principais são o choque elétrico, o arco elétrico, a exposição aos
campos eletromagnéticos e o incêndio. Neste módulo você vai descobrir como a
eletricidade pode causar tantos males.

RISCOS ELÉTRICOS
Choque elétrico
Hoje, com o domínio da ciência da eletricidade, o ser humano usufrui de todos os
seus benefícios. Construídas as primeiras redes de energia elétrica, tivemos vários
benefícios, mas apareceram também vários problemas de ordem operacional, sendo
o mais grave o choque elétrico.

Atualmente os condutores energizados perfazem milhões de quilômetros, portanto, alea-


toriamente o defeito (ruptura ou fissura da isolação) aparecerá em algum lugar, produ-
zindo um potencial de risco ao choque elétrico. Como a população atual da Terra é enorme,
sempre haverá alguém perto do defeito, e o acidente será inevitável.

Portanto, a compreensão do mecanismo do efeito da corrente elétrica no corpo hu-


mano é fundamental para a efetiva prevenção e combate aos riscos provenientes do
choque elétrico. Em termos de riscos fatais, o choque elétrico, de um modo geral, pode
ser analisado sob dois aspectos:

• Correntes de choques de baixa intensidade, provenientes de acidentes com baixa


tensão, sendo o efeito mais grave a considerar as paradas cardíacas e respiratórias;
• Correntes de choques de alta intensidade, provenientes de acidentes com
alta-tensão, sendo o efeito térmico o mais grave, isto é, queimaduras externas
e internas no corpo humano.

riscos_eletricos.p65 9 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Concluindo
O choque elétrico é a perturbação de natureza e efeitos diversos que se
manifesta no organismo humano quando este é percorrido por uma corrente
elétrica. Os efeitos do choque elétrico variam e dependem de:
• percurso da corrente elétrica pelo corpo humano;
• intensidade da corrente elétrica;
• tempo de duração;
• área de contato;
• freqüência da corrente elétrica;
• tensão elétrica;
• condições da pele do indivíduo;
• constituição física do indivíduo;
• estado de saúde do indivíduo.

Tipos de choques elétricos


O corpo humano, mais precisamente sua resistência orgânica à passagem da corrente,
é uma impedância elétrica composta por uma resistência elétrica, associada a um
componente com comportamento levemente capacitivo. Assim, o choque elétrico pode
ser dividido em duas categorias:

Choque estático

É o obtido pela descarga de um capacitor ou devido à descarga eletrostática.

10

riscos_eletricos.p65 10 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

N
Descarga estática – É o efeito capacitivo presente nos mais
diferentes materiais e equipamentos com os quais o homem convive.
Um exemplo típico é o que acontece em veículos que se movem em climas
secos. Com o movimento, o atrito com o ar gera cargas elétricas que se
acumulam ao longo da estrutura externa do veículo. Portanto, entre o veículo
e o solo passa a existir uma diferença de potencial. Dependendo do acúmulo
das cargas, poderá haver o perigo de faiscamentos ou de choque elétrico no
instante em que uma pessoa desce ou toca no veículo.

Choque dinâmico

É o que ocorre quando se faz contato com um elemento energizado.

Este choque se dá devido ao:

• toque acidental na parte viva do condutor;


• toque em partes condutoras próximas aos equipamentos e instalações, que
ficaram energizadas acidentalmente por defeito, fissura ou rachadura na isolação.

Este tipo de choque é o mais perigoso, porque a rede de energia elétrica mantém
a pessoa energizada, ou seja, a corrente de choque persiste continuadamente.
O corpo humano é um organismo resistente, que suporta bem o choque elétrico
nos primeiros instantes, mas com a manutenção da corrente passando pelo

11

riscos_eletricos.p65 11 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

corpo, os órgãos internos vão sofrendo conseqüências. Isto se dá pelo fato de o


choque elétrico produzir diversos efeitos no corpo humano, tais como:

• elevação da temperatura dos órgãos devido ao aquecimento produzido pela


corrente de choque;
• tetanização (rigidez) dos músculos;
• superposição da corrente do choque com as correntes neurotransmissoras
que comandam o organismo humano, criando uma pane geral;
• comprometimento do coração, quanto ao ritmo de batimento cardíaco e à
possibilidade de fibrilação ventricular;
• efeito de eletrólise, mudando a qualidade do sangue;
• comprometimento da respiração;
• prolapso, isto é, deslocamento dos músculos e órgãos internos da sua
devida posição;
• comprometimento de outros órgãos, como rins, cérebro, vasos, órgãos
genitais e reprodutores.

Muitos órgãos aparentemente sadios só vão apresentar sintomas devido aos efeitos da
corrente de choque muitos dias ou meses depois, apresentando seqüelas, que muitas
vezes não são relacionadas ao choque em virtude do espaço de tempo decorrido desde
o acidente.

Os choques dinâmicos podem ser causados pela tensão de toque ou pela tensão de passo.

Tensão de toque

Tensão de toque é a tensão elétrica existente entre os membros superiores e inferiores


do indivíduo, devido a um choque dinâmico.

Exemplo de um defeito de ruptura na cadeia de isoladores de uma torre de trans-


missão (tensão de toque):

O cabo condutor ao tocar na parte metálica da torre produz um curto-circuito do tipo


monofásico à terra. A corrente de curto-circuito passará pela torre, entrará na terra e
percorrerá o solo até atingir a malha da subestação, retornando pelo cabo da linha de
transmissão até o local do curto.

12

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RISCOS ELÉTRICOS

No solo, a corrente de curto-circuito gerará potenciais distintos desde o "pé" da torre até
uma distância remota. Este potencial é apresentado pela curva da figura acima.

Uma pessoa tocando na torre no momento do curto-circuito ficará submetida a um


choque proveniente da tensão de toque. Entre a palma da mão e o pé haverá uma
diferença de potencial chamada de tensão de toque.

Por norma, e nos projetos de sistema de aterramento, considera-se a pessoa afastada a


1 metro do equipamento em que está tocando com a mão. Neste caso, a resistência
R1 representa a resistência da terra do "pé" da torre até a distância de 1 metro.
O restante do trecho da terra é representado pela resistência R2.

A resistência do corpo humano para corrente alternada de 50 ou 60 Hz, pele suada, para
tensão de toque maior que 250 V fica saturada em 1 000 ohms.

Cada pé em contato com o solo terá uma resistência de contato representada por
R contato.

Assim, a tensão de toque é expressa pela fórmula:

V toque = (R corpo humano + R contato ÷ 2) I choque


O aterramento no "pé" da torre só estará adequado se, no instante do curto-circuito mo-
nofásico à terra, a tensão de toque ficar abaixo do limite de tensão para não causar fibri-
lação ventricular. A tensão de toque é perigosa, porque o coração está no trajeto da
corrente de choque, aumentando o risco de fibrilação ventricular.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Tensão de passo

A tensão de passo é a tensão elétrica entre os dois pés no instante da operação ou


defeito tipo curto-circuito monofásico à terra no equipamento.

No caso da torre de transmissão, a pessoa receberá entre os dois pés a tensão de passo

Nos projetos de aterramento considera-se a distância entre os dois pés de 1 metro.

Pela figura apresentada, obtém-se a expressão:

V passo = (R corpo humano + 2R contato) I choque

O aterramento só será bom se a tensão de passo for menor do que o limite de tensão de
passo para não causar fibrilação ventricular no ser humano.

A tensão de passo é menos perigosa do que a tensão de toque. Isso se deve ao fato de
o coração não estar no percurso da corrente de choque. Esta corrente vai de pé em pé,
mas mesmo assim é também perigosa. As veias e artérias vão da planta do pé até o
coração. Sendo o sangue condutor, a corrente de choque, devido à tensão de passo, vai
do pé até o coração e deste ao outro pé. Por esse motivo, a tensão de passo é também
perigosa e pode provocar fibrilação ventricular.

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RISCOS ELÉTRICOS

Observe que as tensões geradas no solo pelo curto-circuito criam superfícies eqüipoten-
ciais. Se a pessoa estiver com os dois pés na mesma superfície de potencial, a tensão de
passo será nula, não havendo choque elétrico.

A tensão de passo poderá assumir uma gama de valores que vai de zero até a máxima
diferença entre duas superfícies eqüipotenciais separadas de 1 metro.

Um agravante é que a corrente de choque devido à tensão de passo contrai os músculos


da perna e coxa, fazendo a pessoa cair e, ao tocar no solo com as mãos, a tensão se trans-
forma em tensão de toque no solo.

Nesse caso, o perigo é maior, porque o coração está contido no percurso da corrente
de choque.

No gado, a tensão de passo se transforma em tensão entre patas. Essa tensão é


maior que a tensão de passo do homem, com o agravamento de que no gado a corrente
de choque passa pelo coração.

Proteção contra choques elétricos


O princípio que fundamenta as medidas de proteção contra choques elétricos, conforme
a NBR 5410/2004, pode ser resumido por:

1. partes vivas de instalações elétricas não devem ser acessíveis;


2. massas ou partes condutivas acessíveis não devem oferecer perigo, seja em
condições normais, seja, em particular, em caso de alguma falha que as torne
acidentalmente vivas.

No caso 1, o choque elétrico acontece quando se toca inadvertidamente a parte


viva do circuito de instalação de energia elétrica. Acontece somente quando duas
ou mais partes do corpo tocam simultaneamente duas fases ou uma fase e a massa
aterrada do equipamento elétrico. Nesse caso, a corrente elétrica do choque é
atenuada pela:

• resistência elétrica do corpo humano;


• resistência do calçado;
• resistência do contato do calçado com o solo;
• resistência da terra no local dos pés no solo;

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

• resistência do aterramento da instalação elétrica no ponto de alimentação


de energia.

Neste caso devem-se prover medidas de proteção básicas que visem impedir o contato
com partes vivas perigosas em condições normais, como por exemplo:

• Isolação básica ou separação básica;


• Uso de barreira ou invólucro;
• Limitação de tensão.

No caso 2, o choque ocorre quando regiões neutras ficam com diferença de potencial
devido a um curto-circuito na instalação ou nos equipamentos.

Deve-se notar que nesse tipo de choque a pessoa está tocando ou pisando regiões
ou elementos não energizados da instalação. Porém, no momento do curto-circuito,
ou mais precisamente durante este, estas áreas neutras ficam com diferença de po-
tencial, advindo daí o choque elétrico.

Neste caso devem-se prover medidas de proteção supletivas que visem suprir a
proteção contra choques em caso de falha da proteção básica, como por exemplo:

• Eqüipotencialização e seccionamento automático da alimentação;


• Isolação suplementar;
• Separação elétrica.

Fatores determinantes da gravidade do choque


Os principais fatores que determinam a gravidade do choque elétrico são:

• Percurso da corrente elétrica;


• Características da corrente elétrica;
• Resistência elétrica do corpo humano.

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RISCOS ELÉTRICOS

Efeitos dos choques elétricos em função do trajeto


Outro fator que influencia nas conseqüências do acidente por choque elétrico é o trajeto
que a corrente faz pelo corpo do acidentado. Isso é um dado importante, se considerarmos
que é mais fácil prestar socorro a uma pessoa que apresente asfixia do que a uma pessoa
com fibrilação ventricular, já que neste caso é exigido um processo de reanimação por
massagem cardíaca que nem toda pessoa que está prestando socorro sabe realizar.

A tabela a seguir apresenta os prováveis locais por onde poderá se dar o contato elétrico,
o trajeto da corrente elétrica e a porcentagem de corrente que passa pelo coração.

A B C D E

LOCAL DE ENTRADA TRAJETO PORCENTAGEM DA CORRENTE

figura A Da cabeça para o pé direito 9,7%


figura B Da mão direita para o pé esquerdo 7,9%
figura C Da mão direita para a mão esquerda 1,8%
figura D Da cabeça para a mão esquerda 1,8%

Características da corrente elétrica


Outros fatores a determinar a gravidade do choque elétrico são as características
da corrente:

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Corrente contínua (CC)


A fibrilação ventricular só ocorrerá se a corrente contínua for aplicada durante um ins-
tante curto específico e vulnerável do ciclo cardíaco.

Corrente alternada (CA)


Entre 20 e 100 Hz, são as que oferecem maior risco. Especificamente as de 60 Hz,
normalmente usadas nos sistemas de fornecimento de energia elétrica, são as mais
perigosas, uma vez que se situam próximo à freqüência na qual a possibilidade de
ocorrência da fibrilação ventricular é maior. Para correntes alternadas de freqüências
elevadas, acima de 2 000 Hz, as possibilidades de ocorrência de choque elétrico são
pequenas, contudo, ocorrerão queimaduras, devido a corrente tender a circular pela
parte externa do corpo, ao invés da interna.

Ocorrem também diferenças nos valores de intensidade de corrente para uma determi-
nada sensação de choque elétrico, se a vítima for do sexo feminino ou masculino.

EFEITOS DOS CHOQUES ELÉTRICOS DEPENDENTES DA INTENSIDADE DE CORRENTE

FAIXA DE CORRENTE REAÇÕES FISIOLÓGICAS HABITUAIS

0,1 a 0,5 mA Leve percepção superficial; habitualmente nenhum efeito.


0,5 a 10 mA Ligeira paralisia nos músculos do braço, com início de
tetanização; habitualmente nenhum efeito perigoso.
10 a 30 mA Nenhum efeito perigoso se houver interrupção em,
no máximo, 200 ms.
30 a 500 mA Paralisia estendida aos músculos do tórax, com sensação de
falta de ar e tontura; possibilidade de fibrilação ventricular se
a descarga elétrica se manifestar na fase crítica do ciclo
cardíaco e por tempo superior a 200 ms.
Acima de 500 mA Traumas cardíacos persistentes; nesse caso o efeito é letal,
salvo intervenção imediata de pessoal especializado com
equipamento adequado.

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RISCOS ELÉTRICOS

Efeitos de choques elétricos em função


do tempo de contato e intensidade de corrente
A relação entre tempo de contato e intensidade de corrente é um agravante nos aciden-
tes por choque elétrico. Como podemos observar no gráfico, a norma NBR 6533, da ABNT,
define cinco zonas de efeitos para correntes alternadas de 15 a 100 Hz, admitindo a circu-
lação entre as extremidades do corpo em pessoas com 50 kg de peso.

Zona 1 – habitualmente nenhuma reação.


Zona 2 – habitualmente nenhum efeito patofisiológico perigoso.
Zona 3 – habitualmente nenhum risco de fibrilação.
Zona 4 – fibrilação possível (probabilidade de até 50%).
Zona 5 – risco de fibrilação (probabilidade superior a 50%).

Resistência elétrica do corpo humano


A intensidade da corrente que circulará pelo corpo da vítima dependerá, em muito,
da resistência elétrica que esta oferece à passagem da corrente, e também de qualquer
outra resistência adicional entre a vítima e a terra. A resistência que o corpo humano
oferece à passagem da corrente é quase que exclusivamente devida à camada externa
da pele, a qual é constituída de células mortas. Esta resistência está situada entre 100 000
ohms e 600 000 ohms, quando a pele encontra-se seca e não apresenta cortes e a varia-
ção apresentada é em função da espessura. Quando esta, no entanto, encontra-se úmida,
condição mais facilmente encontrada na prática, a resistência elétrica do corpo pode ser
muito baixa, atingindo 500 ohms. Esta baixa é originada pelo fato de que a corrente pode

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

então passar pela camada interna da pele, que apresenta menor resistência elétrica.
Ao estar com cortes, a pele também pode oferecer uma baixa resistência.

A resistência oferecida pela parte interna do corpo, constituída pelo sangue, músculos e
demais tecidos, comparativamente à da pele é bem baixa, medindo normalmente 300
ohms, em média, e apresentando um valor máximo de 500 ohms.

As diferenças da resistência elétrica apresentada pela pele à passagem da corrente, ao


estar seca ou molhada, podem ser grandes, como vimos. Com isso, podem influir muito
na possibilidade de uma pessoa vir a sofrer um choque elétrico.

Exemplificando
Num toque acidental de um dedo com um ponto energizado de um
circuito elétrico teremos, quando a pele estiver seca, uma resistência de
400 000 ohms; quando úmida, uma resistência de apenas 15 000 ohms.
Usando a lei de Ohm e considerando que o contato foi feito em um ponto
do circuito elétrico que representa uma diferença de potencial de 120
volts, teremos:

Quando seca:
I = 120 V ÷ 400 000 Ω = 0,3 mA
Quando molhada:
I = 120 V ÷ 15 000 Ω = 8 mA

N
Corrente de largar é o valor máximo de corrente que uma pessoa pode
suportar quando estiver segurando um objeto energizado e ainda ser
capaz de largá-lo pela ação de músculos diretamente estimulados
por esta corrente.

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RISCOS ELÉTRICOS

Espraiamento de corrente do choque elétrico


Devido à diferença da resistência elétrica e de seções transversais das várias regiões do
corpo humano, a corrente que provoca o choque elétrico sofre, dentro de um indivíduo,
uma distribuição diferenciada, um espraiamento como mostra a figura.

Portanto, o efeito da corrente do choque


se dá de maneira diferenciada no corpo
humano. Desse modo os efeitos térmi-
cos são mais intensos nas regiões de alta
intensidade de corrente, podendo pro-
duzir queimaduras de alto risco. Já na
área de baixa densidade de corrente o
calor produzido é pequeno. Em virtude
da área da região do tórax ser maior, a
densidade de corrente é pequena, dimi-
nuindo os efeitos térmicos de contração
e fibrilação no coração. Isso é positivo do
ponto de vista da segurança humana.

O espraiamento pode ser na forma de


macrochoque ou microchoque.

O macrochoque é definido quando a corrente do choque entra no corpo humano pelo


lado externo.

A corrente entra pela pele, invade o corpo e sai novamente pela pele. Ou seja, o corpo
humano está em toda a sua resistência no trajeto da resistência elétrica da pele humana.
O valor da corrente elétrica não depende somente do nível da diferença de potencial do
choque. Para uma mesma tensão, a corrente vai depender do estado da pele.

O macrochoque é o choque comum, sentido pelas pessoas. Qualquer pessoa ao encostar


num local energizado, ou num equipamento elétrico com defeito na sua isolação, ficará à
mercê do macrochoque.

Microchoque é o choque elétrico que ocorre no interior do corpo humano.

É o tipo de choque que ocorre por defeito em equipamento médico-hospitalar.


Qualquer equipamento invasivo, usado para analisar, diagnosticar ou monitorar
qualquer órgão humano, poderá produzir microchoque.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Este choque poderá ocorrer entre um condutor interno e a pele, ou entre dois condutores
internos no corpo.

A resistência elétrica nestas condições é muito baixa, aumentando muito o perigo


do choque.

O microchoque ocorre principalmente por defeitos em equipamentos médico-


hospitalares.

Sintomas do choque no indivíduo


Manifestam-se por:

• Parada respiratória – inibição dos centros nervosos, inclusive dos que


comandam a respiração.
• Parada cardíaca – alteração no ritmo cardíaco, podendo produzir fibrilação
e uma conseqüente parada.
• Necrose – resultado de queimaduras profundas produzidas no tecido.
• Alteração no sangue – provocada por efeitos térmicos e eletrolíticos da
corrente elétrica.
• Perturbação do sistema nervoso.
• Seqüelas em vários órgãos do corpo humano.

O
Se o choque elétrico for devido ao contato direto com a tensão da rede,
todas as manifestações podem ocorrer.
Para os choques elétricos devido à tensão de toque e à de passo impos-
tas pelo sistema de aterramento durante o defeito na rede elétrica, a mani-
festação mais importante a ser considerada é a fibrilação ventricular do
coração, que ainda iremos abordar mais a seguir.

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riscos_eletricos.p65 22 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

N
Parada cardíaca é a falta total de funcionamento do coração. Quando
ele está efetivamente parado, o sangue não é mais bombeado, a pressão cai
a zero e a pessoa perde os sentidos. Nesse estado as fibras musculares
estão inativas, interrompendo o batimento cardíaco.
Fibrilação ventricular no coração humano é um fenômeno diferente da
parada cardíaca, mas com conseqüências idênticas. Na fibrilação ventricular as
fibras musculares do coração ficam tremulando desordenadamente, havendo,
em conseqüência, uma total ineficiência no bombeamento do sangue.

Sintomas da queimadura devido ao choque elétrico


Quando uma corrente elétrica passa através de uma resistência elétrica é liberada uma
energia térmica. Este fenômeno é denominado Efeito Joule.

E térmica = R corpo humano . I2 choque . t choque


Onde:

R corpo humano ⇒ Resistência elétrica (S) do corpo humano.


Ou se for o caso, só a resistência de parte
do corpo, do músculo ou órgão afetado.
I choque ⇒ Corrente elétrica do choque (A).
t choque ⇒ Tempo do choque (s).
E térmica ⇒ Energia em joules (J) liberada no corpo humano.

O calor liberado aumenta a temperatura da parte atingida do corpo humano, podendo


produzir vários efeitos e sintomas, que podem ser:

» queimaduras de 1º, 2º ou 3º graus nos músculos do corpo;


» aquecimento do sangue, com a sua conseqüente dilatação;
» aquecimento, podendo provocar o derretimento dos ossos e cartilagens;
» queima das terminações nervosas e sensoriais da região atingida;
» queima das camadas adiposas ao longo da derme, tornando-se gelatinosas.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

As condições citadas não acontecem isoladamente, mas sim associadas, advindo, em


conseqüência, outras causas e efeitos nos demais órgãos.

O choque de alta-tensão queima, danifica, fazendo buracos na pele nos pontos de


entrada e saída da corrente pelo corpo humano. As vítimas do choque de alta-tensão
morrem devido, principalmente, a queimaduras. E as que sobrevivem ficam com
seqüelas, geralmente com:

» perda de massa muscular;


» perda parcial de ossos;
» diminuição e atrofia muscular;
» perda da coordenação motora;
» cicatrizes; etc.

Choques elétricos em baixa tensão têm pouco poder térmico. O problema maior é
o tempo de duração, que, se persistir, pode levar à morte, geralmente por fibrilação
ventricular do coração.

A queimadura também é provocada de modo indireto, isto é, devido ao mau contato ou


a falhas internas no aparelho elétrico. Neste caso, a corrente provoca aquecimentos
internos, elevando a temperatura a níveis perigosos.

Proteção contra efeitos térmicos


As pessoas, os componentes fixos de uma instalação elétrica, bem como os materiais
fixos próximos devem ser protegidos contra os efeitos prejudiciais do calor ou irradiação
térmica produzidos pelos equipamentos elétricos, particularmente quanto a:

» riscos de queimaduras;
» prejuízos no funcionamento seguro de componentes da instalação;
» combustão ou deterioração de materiais.

Proteção contra queimaduras


As partes acessíveis de equipamentos elétricos situados na zona de alcance normal não
devem atingir temperaturas que possam causar queimaduras em pessoas e devem

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RISCOS ELÉTRICOS

atender aos limites de temperaturas, ainda que por curtos períodos, determinados pela
NBR 14039 e devem ser protegidas contra qualquer contato acidental.

NBR 14039 – TEMPERATURAS MÁXIMAS DAS SUPERFÍCIES EXTERNAS


DOS EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS DISPOSTOS NO INTERIOR DA ZONA DE ALCANCE NORMAL

TIPO DE SUPERFÍCIE TEMPERATURAS


MÁXIMAS (0O°C)

Superfícies de alavancas, volantes ou punhos de dispositivos


de controle manuais:
• metálicas 55
• não-metálicas 65

Superfícies previstas para serem tocadas em serviço normal,


mas não destinadas a serem mantidas à mão de forma contínua:
• metálicas 70
• não-metálicas 80

Superfícies acessíveis, mas não destinadas a serem tocadas


em serviço normal:
• metálicas 80
• não-metálicas 90

Arco elétrico
Toda vez que ocorre a passagem de corrente elétrica pelo ar ou outro meio isolante (óleo,
por exemplo) está ocorrendo um arco elétrico.

O arco elétrico (ou arco voltaico) é uma ocorrência de curtíssima duração (menor que ½
segundo), e muitos são tão rápidos que o olho humano não chega a perceber.

Os arcos elétricos são extremamente quentes. Próximo ao "laser", eles são a mais intensa
fonte de calor na Terra. Sua temperatura pode alcançar 20 000°C. Pessoas que estejam no
raio de alguns metros de um arco podem sofrer severas queimaduras. Os arcos elétricos
são eventos de múltipla energia. Forte explosão e energia acústica acompanham a

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

intensa energia térmica. Em determinadas situações, uma onda de pressão também pode
se formar, sendo capaz de atingir quem estiver próximo ao local da ocorrência.

Conseqüências de arcos elétricos (queimaduras e quedas)


Se houver centelha ou arco, a temperatura deste é tão alta que destrói os tecidos do corpo.
Todo cuidado é pouco para evitar a abertura de arco através do operador. Também podem
desprender-se partículas incandescentes que queimam ao atingir os olhos.

O arco pode ser causado por fatores relacionados a equipamentos, ao ambiente ou


a pessoas.

Uma falha pode ocorrer em equipamentos elétricos quando há um fluxo de corrente


não intencional entre fase e terra, ou entre múltiplas fases. Isso pode ser causado por
trabalhadores que façam movimentos bruscos ou por descuido no manejo de ferramen-
tas ou outros materiais condutivos quando estão trabalhando em partes energizadas da
instalação ou próximo a elas.

Outras causas podem estar relacionadas a equipamentos, e incluem falhas em partes


condutoras que integram ou não os circuitos elétricos.

Causas relacionadas ao ambiente incluem a contaminação por sujeira ou água ou pela


presença de insetos ou outros animais (gatos ou ratos que provocam curtos-circuitos em
barramentos de painéis ou subestações).

A quantidade de energia liberada durante um arco depende da corrente de curto-circuito


e do tempo de atuação dos dispositivos de proteção contra sobrecorrentes. Altas correntes
de curto-circuito e tempos longos de atuação dos dispositivos de proteção aumentam o
risco do arco elétrico.

A severidade da lesão para as pessoas na área onde ocorre a falha depende da energia
liberada durante a falha, da distância que separa as pessoas do local e do tipo de roupa
utilizada pelas pessoas expostas ao arco. As mais sérias queimaduras por arco voltaico
envolvem a ignição da roupa da vítima pelo calor do arco elétrico. Tempos relativamente
longos (30 a 60 segundos, por exemplo) de queima contínua de uma roupa comum au-
mentam tanto o grau da queimadura quanto a área total atingida no corpo. Isso afeta
diretamente a gravidade da lesão e a própria sobrevivência da vítima.

A proteção contra o arco elétrico depende do cálculo da energia que pode ser liberada
no caso de um curto-circuito. As vestimentas de proteção adequadas devem cobrir

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RISCOS ELÉTRICOS

todas as áreas que possam estar expostas à ação das energias oriundas do arco elétrico.
Portanto, muitas vezes, além da cobertura completa do corpo, elas devem incluir
capuzes. O que agora nos parece óbvio, nem sempre foi observado, isto é, se em determi-
nadas situações uma análise de risco nos indica a necessidade de uma vestimenta de
proteção contra o arco elétrico, essa vestimenta deve incluir proteção para o rosto,
pescoço, cabelos, enfim, as partes da cabeça que também possam sofrer danos se
expostas a uma energia térmica muito intensa.

Além dos riscos de exposição aos efeitos térmicos do arco elétrico, também está
presente o risco de ferimentos e quedas, decorrentes das ondas de pressão que
podem se formar pela expansão do ar.

Na ocorrência de um arco elétrico, uma onda de pressão pode empurrar e derrubar o


trabalhador que está próximo da origem do acidente. Essa queda pode resultar em
lesões mais graves se o trabalho estiver sendo realizado em uma altura superior a dois
metros, o que pode ser muito comum em diversos tipos de instalações.

Proteção contra perigos resultantes de faltas por arco


Os dispositivos e equipamentos que podem gerar arcos durante a sua operação
devem ser selecionados e instalados de forma a garantir a segurança das pessoas
que trabalham nas instalações.

Temos relacionadas algumas medidas para garantir a proteção contra os perigos resul-
tantes de faltas por arco:

• Utilização de um ou mais dos seguintes meios:


» dispositivos de abertura sob carga;
» chave de aterramento resistente ao curto-circuito presumido;
» sistemas de intertravamento;
» fechaduras com chave não intercambiáveis.
• Corredores operacionais tão curtos, altos e largos quanto possível;
• Coberturas sólidas ou barreiras ao invés de coberturas ou telas;
• Equipamentos ensaiados para resistir aos arcos internos;
• Emprego de dispositivos limitadores de corrente;

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

• Seleção de tempos de interrupção muito curtos, o que pode ser obtido


através de relés instantâneos ou através de dispositivos sensíveis a
pressão, luz ou calor, atuando em dispositivos de interrupção rápidos;
• Operação da instalação.

Campos eletromagnéticos
Um campo elétrico é uma grandeza vetorial (função da posição e do tempo) que é
descrita por sua intensidade. Normalmente campos elétricos são medidos em volts
por metro (V/m).

Experiências demonstram que uma partícula carregada com carga q, abandonada nas
proximidades de um corpo carregado com carga Q, pode ser atraída ou repelida pelo
mesmo sob a ação de uma força F, a qual denominamos força elétrica. A região do
espaço ao redor da carga Q, em que isso acontece, denomina-se campo elétrico.

Denomina-se campo magnético toda região do espaço na qual uma agulha imantada
fica sob ação de uma força magnética.

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RISCOS ELÉTRICOS

O fato de um pedaço de ferro ser atraído por um ímã é conhecido por todos nós.
A agulha da bússola é um ímã. Colocando-se uma bússola nas proximidades de um
corpo imantado ou nas proximidades da Terra, a agulha da bússola sofre desvio.

A exposição aos campos eletromagnéticos pode causar danos, especialmente quando


da execução de serviços na transmissão e distribuição de energia elétrica, nos quais se
empregam elevados níveis de tensão.

Embora não haja comprovação científica, há suspeitas de que a radiação eletro-


magnética possa provocar o desenvolvimento de tumores. Entretanto, é certo afirmar
que essa exposição promove efeitos térmicos e endócrinos no organismo humano.

Especial atenção deve ser dada aos trabalhadores expostos a essas condições que
possuam próteses metálicas (pinos, encaixes, hastes), pois a radiação promove aque-
cimento intenso nos elementos metálicos, podendo provocar lesões. Da mesma forma,
os trabalhadores que portam aparelhos e equipamentos eletrônicos (marca-passo,
amplificador auditivo, dosadores de insulina, etc.) devem se precaver dessa exposição,
pois a radiação interfere nos circuitos elétricos, podendo criar disfunções nos aparelhos.

Uma outra preocupação é com a indução elétrica. Esse fenômeno pode ser particular-
mente importante quando há diferentes circuitos próximos uns dos outros.

A passagem da corrente elétrica em condutores gera um campo eletromagnético


que, por sua vez, induz uma corrente elétrica em condutores próximos. Assim, pode
ocorrer a passagem de corrente elétrica em um circuito desenergizado se ele estiver
próximo a outro circuito energizado.

Por isso é fundamental que você, além de desligar o circuito no qual vai trabalhar, confira,
com equipamentos apropriados (voltímetros ou detectores de tensão), se o circuito está
efetivamente sem tensão.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Riscos adicionais
São considerados como riscos adicionais aqueles que, além dos elétricos, são específicos
de cada ambiente ou processo de trabalho que, direta ou indiretamente, possam afetar a
segurança e a saúde dos que trabalham com eletricidade.

Classificação dos riscos adicionais

Altura
Em trabalhos com energia elétrica feitos em alturas, devemos seguir as instruções
relativas a segurança descritas abaixo:

• É obrigatório o uso do cinto de segurança e do capacete com jugular.


• Os equipamentos acima devem ser inspecionados pelo trabalhador antes do seu
uso, no que concerne a defeito nas costuras, rebites, argolas, mosquetões, molas e
travas, bem como quanto à integridade da carneira e da jugular.
• Ferramentas, peças e equipamentos devem ser levados para o alto apenas em
bolsas especiais, evitando o seu arremesso.

Quando for imprescindível o uso de andaimes tubulares em locais próximos à rede


elétrica, eles deverão:

• Respeitar as distâncias de segurança, principalmente durante as operações


de montagem e desmontagem;
• Estar aterrados;
• Ter as tábuas da(s) plataforma(s) com, no mínimo, uma polegada de espessura,
travadas e que nunca ultrapassem o andaime;
• Ter base com sapatas;
• Ter guarda-corpo de noventa centímetros de altura em todo o perímetro
com vãos máximos de trinta centímetros;
• Ter cinturão de segurança tipo pára-quedista para alturas iguais ou superiores
a 2 metros;
• Ter estais a partir de 3 metros e a cada 5 metros de altura.

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RISCOS ELÉTRICOS

Manuseio de escada simples e de extensão:

• Inspecione visualmente antes de usá-las, a fim de verificar se apresentam


rachaduras, degraus com jogo ou soltos, corda desajustada, montantes
descolados, etc.

• Se houver qualquer irregularidade, devem ser entregues ao superior


imediato para reparo ou troca.

• Devem ser manuseadas sempre com luvas.

• Limpe sempre a sola do calçado antes de subi-la.

• No transportar em veículos, coloque-as com cuidado nas gavetas ou nos


ganchos-suportes, devidamente amarradas.

• Ao subir ou descer, conserve-se de frente para ela, segurando firmemente


os montantes.

• Trabalhe somente depois dela estar firmemente amarrada, utilizando o cinto


de segurança e com os pés apoiados sobre os seus degraus.

• Devem ser conservadas com verniz ou óleo de linhaça.

• Cuidado ao atravessar as vias públicas, observando que ela deverá ser conduzida
paralelamente ao meio-fio.

• Ao instalar a escada, observe que a distância entre o suporte e o pé da escada


seja de aproximadamente ¼ do seu comprimento.

• Antes de subir ou descer, exija um companheiro ao pé da escada para segurá-la.


Somente o dispense depois de amarrar a escada.

• Instalar a escada usando o pé direto para o apoio e a mão fechando por cima
do degrau, verificando o travamento da extensão.

• Não podendo amarrar a escada (fachada de prédio), mantenha o


companheiro no pé dela, segurando-a.

Ambientes confinados
Nas atividades que exponham os trabalhadores a riscos de asfixia, explosão, intoxicação
e doenças do trabalho devem ser adotadas medidas especiais de proteção, a saber:

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

a) treinamento e orientação para os trabalhadores quanto aos riscos a que


estão submetidos, a forma de preveni-los e o procedimento a ser adotado
em situação de risco;

b) nos serviços em que se utilizem produtos químicos, os trabalhadores não


poderão realizar suas atividades sem um programa de proteção respiratória;

c) a realização de trabalho em recintos confinados deve ser precedida de


inspeção prévia e elaboração de ordem de serviço com os procedimentos
a serem adotados;

d) monitoramento permanente de substância que cause asfixia, explosão


e intoxicação no interior de locais confinados realizado por trabalhador
qualificado sob supervisão de responsável técnico;

e) proibição de uso de oxigênio para ventilação de local confinado;

f) ventilação local exaustora eficaz que faça a extração dos contaminantes


e ventilação geral que execute a insuflação de ar para o interior do ambiente,
garantindo de forma permanente a renovação contínua do ar;

g) sinalização com informação clara e permanente durante a realização de


trabalhos no interior de espaços confinados;

h) uso de cordas ou cabos de segurança e pontos fixos para amarração que


possibilitem meios seguros de resgates;

i) acondicionamento adequado de substâncias tóxicas ou inflamáveis


utilizadas na aplicação de laminados, pisos, papéis de parede ou similares;

j) a cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores, pelo menos 2 (dois) devem ser


treinados para resgate;

k) manter ao alcance dos trabalhadores ar mandado e/ou equipamento


autônomo para resgate;

l) no caso de manutenção de tanque, providenciar desgaseificação prévia


antes da execução do trabalho.

Áreas classificadas
São considerados ambientes de alto risco aqueles nos quais existe a possibilidade
de vazamento de gases inflamáveis em situação de funcionamento normal devido

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RISCOS ELÉTRICOS

a razões diversas, como, por exemplo, desgaste ou deterioração de equipamentos.


Tais áreas, também chamadas de ambientes explosivos, são classificadas conforme
normas internacionais, e de acordo com a classificação exigem a instalação de equi-
pamentos e/ou interfaces que atendam às exigências prescritas nas mesmas.
As áreas classificadas normalmente cobrem uma zona cujo limite é onde o gás ou
gases inflamáveis estarão tão diluídos ou dispersos que não poderão apresentar
perigo de explosão ou combustão.

Segundo as recomendações da IEC 79-10, as áreas são classificadas em:

Zona 0 área na qual uma mistura de gás/ar, potencialmente explosiva,


está presente continuamente ou por grandes períodos de tempo;

Zona 1 área na qual a mistura gás/ar, potencialmente explosiva, pode


estar presente durante o funcionamento normal do processo;

Zona 2 área na qual uma mistura de gás/ar, potencialmente explosiva, não


está normalmente presente. Caso esteja, será por curtos períodos.

É evidente que um equipamento instalado dentro de uma área classificada também


deve ser classificado, e esta é baseada na temperatura superficial máxima que o mesmo
possa alcançar em funcionamento normal ou em caso de falha. A EN 50.014 especifica
a temperatura superficial máxima em 6 níveis, assumindo como temperatura ambiente
de referência 40ºC. Assim temos:

TEMPERATURA SUPERFICIAL MÁXIMA

T1 450°C T4 135°C
T2 300°C T5 100°C
T3 200°C T6 85°C

Para exemplificar: um equipamento classificado como T3 pode ser utilizado em ambientes


cujos gases possuem temperatura de combustão superior a 200ºC. Para diminuirmos o
risco de uma explosão, podemos adotar diversos métodos. Um deles é eliminarmos um

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

dos elementos do triângulo do fogo: temperatura, oxigênio e combustível. E um outro


é através de uma das três alternativas a seguir:

a) Contenção da explosão: na verdade, este é o único método que permite que haja a
explosão, porque esta fica confinada em um ambiente bem definido e não pode
propagar-se para a atmosfera do entorno.
b) Segregação: é o método que permite separar ou isolar fisicamente as partes
elétricas ou as superfícies quentes da mistura explosiva.
c) Prevenção: através deste método limita-se a energia, seja térmica ou elétrica, a níveis
não perigosos. A técnica de segurança intrínseca é a mais empregada deste método
de proteção e também a mais efetiva. O que se faz é limitar a energia armazenada
em circuitos elétricos de modo a torná-los totalmente incapazes, tanto em condições
normais de operação quanto em situações de falha, de produzir faíscas elétricas ou
de gerar arcos voltaicos que possam causar a explosão.

As indústrias que processam produtos que em alguma de suas fases se apresentem na


forma de pó, são indústrias de alto potencial de risco quanto a incêndios e explosões, e
devem, antes de sua implantação, efetuar uma análise acurada dos riscos e tomar as
precauções cabíveis, pois na fase de projeto as soluções são mais simples e econômicas.
Porém, as indústrias já implantadas poderão equacionar razoavelmente bem os
problemas, minorando os riscos inerentes com o auxílio de um profissional competente.
A seguir, citamos alguns tipos de indústrias reconhecidamente perigosas quanto aos
riscos de incêndios e explosões:

» indústrias de beneficiamento de produtos agrícolas;

» indústrias fabricantes de rações animais;

» indústrias alimentícias;

» indústrias metalúrgicas;

» indústrias farmacêuticas;

» indústrias plásticas;

» indústrias de beneficiamento de madeira;

» indústrias do carvão.

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RISCOS ELÉTRICOS

Instalações elétricas em ambientes explosivos

As instalações e serviços de eletricidade devem ser projetados, executados, operados,


mantidos, reformados e ampliados de forma que permitam a adequada distribuição de
energia e isolamento, correta proteção contra fugas de corrente, curtos-circuitos, cho-
ques elétricos, entre outros riscos.

Os cabos e condutores de alimentação elétrica utilizados devem ser certificados por um


organismo de certificação, credenciado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normali-
zação e Qualidade Industrial – INMETRO.

Os locais de instalação de transformadores e capacitores, seus painéis e respectivos


dispositivos de operação devem atender aos seguintes requisitos:

a) ser ventilados e iluminados ou projetados e construídos com tecnologia


adequada para operação em ambientes confinados;
b) ser construídos e ancorados de forma segura;
c) ser devidamente protegidos e sinalizados, indicando zona de perigo,
de forma a alertar que o acesso é proibido a pessoas não autorizadas;
d) não ser usados para outras finalidades diferentes daquelas do
projeto elétrico; e
e) possuir extintores portáteis de incêndio, adequados à classe de risco,
localizados na entrada ou nas proximidades e, em subsolo, a montante
do fluxo de ventilação.

Os cabos, instalação e equipamentos elétricos devem ser protegidos contra impactos,


água e influência de agentes químicos, observando-se suas aplicações, de acordo
com as especificações técnicas.

Os serviços de manutenção ou reparo de sistemas elétricos só podem ser executados


com o equipamento desligado, etiquetado, bloqueado e aterrado, exceto se forem:

a) utilizadas técnicas adequadas para circuitos energizados;


b) utilizados ferramentas e equipamentos adequados à classe de tensão; e
c) tomadas precauções necessárias para a segurança dos trabalhadores.

O bloqueio durante as operações de manutenção e reparo de instalações elétricas deve


ser realizado utilizando-se cadeado e etiquetas sinalizadoras fixadas em local visível
contendo, no mínimo, as seguintes indicações:

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

a) horário e data do bloqueio;


b) motivo da manutenção; e
c) nome do responsável pela operação.

Os equipamentos e máquinas de emergência são destinados a manter a continuidade


do fornecimento de energia elétrica e as condições de funcionamento.

Redes elétricas, transformadores, motores, máquinas e circuitos elétricos devem estar


equipados com dispositivos de proteção automáticos, para os casos de curto-circuito,
sobrecarga, queda de fase e fugas de corrente.

Os fios condutores de energia elétrica instalados no teto de galerias para alimentação de


equipamentos devem ser protegidos contra contatos acidentais.

Os sistemas de recolhimento automático de cabos alimentadores de equipamentos


elétricos móveis devem ser eletricamente solidários à carcaça do equipamento principal.

Os equipamentos elétricos móveis devem ter aterramento adequadamente dimensionado.

Em locais com ocorrência de gases inflamáveis e explosivos, as tarefas de manutenção


elétrica devem ser realizadas sob o controle de um supervisor, com a rede de energia des-
ligada e a chave de acionamento bloqueada, monitorando-se a concentração dos gases.

Os terminais energizados dos transformadores devem ser isolados fisicamente por


barreiras ou outros meios físicos, a fim de evitar contatos acidentais.

Toda instalação, carcaça, invólucro, blindagem ou peça condutora que possam armazenar
energia estática com possibilidade de gerar fagulhas ou centelhas devem ser aterrados.

As malhas, os pontos de aterramento e os pára-raios devem ser revisados periodicamente


e os resultados registrados.

A implantação, operação e manutenção de instalações elétricas devem ser executadas


somente por pessoa qualificada, que deve receber treinamento continuado em manu-
seio e operação de equipamentos de combate a incêndios e explosões, bem como na
prestação de primeiros socorros a acidentados.

Trabalhos em condições de risco acentuado deverão ser executados por duas pessoas
qualificadas, salvo critério do responsável técnico.

Durante a manutenção de máquinas ou instalações elétricas, os ajustes e as característi-


cas dos dispositivos de segurança não devem ser alterados, prejudicando sua eficácia.

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RISCOS ELÉTRICOS

Trabalhos em redes elétricas entre dois ou mais pontos sem possibilidade de contato
visual entre os operadores somente podem ser realizados com comunicação por meio
de rádio ou outro sistema de comunicação que impeça a energização acidental.

As instalações elétricas com possibilidade de contato com água devem ser projetadas,
executadas e mantidas com especial cuidado quanto à blindagem, estanqueidade,
isolamento, aterramento e proteção contra falhas elétricas.

Os trechos e pontos de tomada de força de rede elétrica em desuso devem ser desener-
gizados, marcados e isolados, ou retirados quando não forem mais utilizados.

Em locais sujeitos a emanações de gases explosivos e inflamáveis, as instalações elétricas


serão à prova de explosão.

Condições atmosféricas

Umidade
Deve-se considerar que todo trabalho em equipamentos energizados só deve ser
iniciado com boas condições meteorológicas, não sendo assim permitidos trabalhos sob
chuva, neblina densa ou ventos.

Podemos determinar a condição de umidade favorável ou não com a utilização do


termo-higrômetro ou umedecendo levemente com um pano úmido a superfície de um
bastão de manobra e aguardar durante aproximadamente 5 minutos. Desaparecendo
a película de umidade, há condições seguras para execução dos serviços.

Como visto em estudos anteriormente, sabemos que a existência de umidade no ar


propicia a diminuição da capacidade disruptiva do ar, aumentando assim o risco de
acidentes elétricos.

Devemos levar em consideração, também, que os equipamentos isolados a óleo não


devem ser abertos em condições de umidade elevada, pois o óleo isolante pode
absorver a umidade do ar, comprometendo, assim, suas características isolantes.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Descargas atmosféricas (raios)


Mecanismo

Devido a longos períodos de estiagem, as chuvas que começam a cair são normalmen-
te acompanhadas de tempestades, sendo estas originadas a partir do aquecimento do
solo pelos raios solares, que fazem o ar quente subir, carregando com este as partículas
de vapor, ou do encontro de uma massa de ar frio com uma massa de ar quente.

O raio é um fenômeno de natureza elétrica, sendo produzido por nuvens do tipo


cumulus nimbus, que tem formato parecido com uma bigorna e chega a ter 12 quilô-
metros de altura e vários quilômetros de diâmetro. As tempestades com trovoadas se
verificam quando certas condições particulares (temperatura, pressão, umidade do ar,
velocidade do vento, etc.) fazem com que determinado tipo de nuvem se torne eletri-
camente carregada internamente. O mecanismo de autoprodução de cargas elétricas
vai aumentando de tal modo que dá origem a uma onda elétrica (raio), que partirá da
base da nuvem em direção ao solo, buscando locais de menor potencial, definindo
assim uma trajetória ramificada e aleatória. Esta primeira onda caracteriza o choque
líder que define sua posição de queda entre 20 a 100 metros do solo. A partir deste
estágio, o primeiro choque do raio deixou um canal ionizado entre a nuvem e o solo,
que dessa forma permitirá a passagem de uma avalanche de cargas com corrente de
pico em torno de 20 000 ampères. Após esse segundo choque violento das cargas elé-
tricas passando pelo ar, há o aquecimento deste meio, até 30 000° C, provocando assim
a expansão do ar (trovão). Neste processo os elétrons retirados das moléculas de ar
retornam, fazendo com que a energia seja devolvida sob a forma de relâmpago.
As descargas atmosféricas podem ser ascendentes (da terra para a nuvem) ou descen-
dentes (da nuvem para a terra), ou ainda entre nuvens.

Com o intuito de evitar falsas expectativas ao sistema de proteção contra descargas


atmosféricas, devemos fazer os seguintes esclarecimentos:

• O raio é um fenômeno da natureza absolutamente imprevisível tanto em


relação às suas características elétricas como em relação aos efeitos destruidores
decorrentes de sua incidência sobre as edificações, as pessoas ou animais.
• Nada em termos práticos pode ser feito para impedir a "queda" de uma
descarga em uma determinada região. Assim sendo, as soluções aplicadas
buscam tão-somente minimizar os efeitos destruidores a partir de instalações
adequadas de captação e de condução segura da descarga para a terra.

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RISCOS ELÉTRICOS

• A incidência de raios é maior em solos maus condutores do que em solos


condutores de eletricidade, pois nos solos maus condutores, na existência de
nuvens carregadas sobre o mesmo, criam-se por indução no terreno cargas
positivas, em que temos a nuvem funcionando como placa negativa e o solo com
placa positiva e o ar, naturalmente úmido e às vezes ionizado, servindo como um
isolante de baixo poder dielétrico, propiciando assim a existência de raios.

Sobretensões transitórias

Um raio ao cair na terra pode provocar grande destruição, devido ao alto valor de sua
corrente elétrica, que gera intensos campos eletromagnéticos, calor, etc.

Além dos danos causados diretamente pela corrente elétrica e pelo intenso calor, o raio
pode provocar sobretensões em redes de energia elétrica, em redes de telecomunica-
ções, de TV a cabo, antenas parabólicas, redes de transmissão de dados, etc.

Essa sobretensão é denominada Sobretensão Transitória.

Por sua vez, as sobretensões transitórias podem chegar até as instalações elétricas inter-
nas ou de telefonia, de TV a cabo ou de qualquer unidade consumidora. Os seus efeitos,
além de poderem causar danos a pessoas e animais, podem:

• Provocar a queima total ou parcial de equipamentos elétricos ou danos


à própria instalação elétrica interna e telefônica, entre outras;
• Reduzir a vida útil dos equipamentos;
• Provocar enormes perdas, com a parada de equipamentos, etc.

As sobrecorrentes transitórias originadas de descargas atmosféricas podem ocorrer de


dois modos:

• Descarga Direta: o raio atinge diretamente uma rede elétrica ou telefônica. Nesse
caso, o raio tem um efeito devastador, gerando elevados valores de sobretensões
sobre os diversos circuitos.
• Descarga Indireta: o raio cai a uma distância de até 1 quilômetro de uma rede elétrica.
A sobretensão gerada é de menor intensidade do que a provocada pela descarga
direta, mas pode causar sérios danos. Essa sobretensão induzida acontece quando
uma parte da energia do raio é transferida através de um acoplamento
eletromagnético com uma rede elétrica.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

A grande maioria das sobretensões transitórias de origem atmosférica que causam da-
nos a equipamentos é ocasionada pelas descargas indiretas.

Medidas Preventivas

• Evitar a execução de serviços em equipamentos e instalações elétricas


internas e externas.
• Nunca procurar abrigo sob árvores ou construções isoladas sem sistemas
de proteção atmosférica adequados.
• Não entrar em rios, lagos, piscinas, guardando uma distância segura destes.
• Procurar abrigo em instalações seguras, jamais ficando ao relento.
• Caso não encontre abrigo, procurar não se movimentar, e se possível ficar
agachado, evitando assim o efeito das pontas.
• Evitar o uso de telefones, a não ser que seja sem fio.
• Evitar ficar próximo de tomadas e canos, janelas e portas metálicas.
• Evitar tocar em qualquer equipamento elétrico ligado à rede elétrica.
• Evitar locais extremamente perigosos, como topos de morros, topos
de prédios, proximidade de cercas de arame, torres, linhas telefônicas,
linhas aéreas.

Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas

As medidas utilizadas para minimizar as conseqüências das descargas atmosféricas têm


como princípio a criação de caminhos de baixa resistência a terra escoando à mesma as
correntes elétricas dos raios.

Temos como principais componentes de um sistema de proteção contra descargas


atmosféricas:

• Terminais Aéreos – Conhecidos como pára-raios, eles são hastes montadas em


bases instaladas acima do ponto mais alto das edificações com o objetivo de
propiciar um caminho mais fácil para os relâmpagos que venham a incidir na
edificação, sendo geralmente interligados através de condutores horizontais.
• Condutores de Descida – Cabos que conectam os terminais aéreos aos terminais
de aterramento.

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RISCOS ELÉTRICOS

• Terminais de Aterramento – Condutores que servem para conectar os cabos


de descida ao solo. Sendo os mesmos constituídos usualmente de cabos e
hastes enterradas no solo, propiciando uma baixa resistência a terra, sendo
a mesma dependente das características do solo.
• Condutores de Ligação Eqüipotencial – Visam à interligação do sistema de
aterramento com os outros sistemas de aterramento da edificação, impedindo
assim a existência de diferenças de potenciais entre os elementos interligados.
Como visto no capítulo sobre eqüipotencialização, todas as partes metálicas da
edificação, os aterramentos de equipamentos, as estruturas, o sistema de proteção
atmosférica, etc. devem ser interligados a um mesmo referencial de terra.
• Supressores de Surto, Varistores, Pára-Raios de Linha, Centelhados – São instalados
em pontos de entrada de energia, cabos telefônicos e de dados, instrumentação
industrial, etc., com o intuito de proteger as instalações e equipamentos contra
sobrecorrentes transitórias (sobretensões) provocadas por descargas direta,
indireta e manobras de equipamentos do sistema de alimentação elétrica.

Acidentes de origem elétrica


A segurança no trabalho é essencial para garantir a saúde e evitar acidentes nos locais de
trabalho, sendo um item obrigatório em todos os tipos de trabalho.

Podemos classificar os acidentes de trabalho relacionando-os com fatores humano


(atos inseguros) e com o ambiente (condições inseguras). Essas causas são apontadas
como responsáveis pela maioria dos acidentes. No entanto, deve-se levar em conta que,
às vezes, os acidentes são provocados pela presença de condições inseguras e atos
inseguros ao mesmo tempo.

Atos inseguros
Os atos inseguros são, geralmente, definidos como causas de acidentes do trabalho que
residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução das
tarefas de forma contrária às normas de segurança. É a maneira como os trabalhadores
se expõem (consciente ou inconscientemente) aos riscos de acidentes.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

É falsa a idéia de que não se pode predizer nem controlar o comportamento humano.
Na verdade, é possível analisar os fatores relacionados com a ocorrência dos atos insegu-
ros e controlá-los. Seguem-se alguns fatores que podem levar os trabalhadores a pratica-
rem atos inseguros:

• Inadaptação entre homem e função por fatores constitucionais.


Ex.: sexo, idade, tempo de reação aos estímulos, coordenação motora,
agressividade, impulsividade, nível de inteligência, grau de atenção.
• Fatores circunstanciais: fatores que influenciam o desempenho do indivíduo
no momento.
Ex.: problemas familiares, abalos emocionais, discussão com colegas, alcoolismo,
estado de fadiga, doença, etc.
• Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los. Estes fatores
são na maioria das vezes causados por: seleção ineficaz, falhas de treinamento,
falta de treinamento.
• Desajustamento: este fator é relacionado com certas condições específicas
do trabalho.
Ex.: problema com a chefia, problemas com os colegas, políticas salariais
impróprias, política promocional imprópria, clima de insegurança.
• Personalidade: fatores que fazem parte das características da personalidade
do trabalhador e que se manifestam por comportamentos impróprios.
Ex.: o desleixado, o machão, o exibicionista, o desatento, o brincalhão.

Condições inseguras
São aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, põem em risco a integridade física
e/ou mental do trabalhador, devido à possibilidade deste acidentar-se. Tais condições
manifestam-se como deficiências técnicas, podendo apresentar-se:

• Na construção e instalações em que se localiza a empresa: áreas insuficientes,


pisos fracos e irregulares, excesso de ruído e trepidações, falta de ordem e
limpeza, instalações elétricas impróprias ou com defeitos, falta de sinalização.
• Na maquinaria: localização imprópria das máquinas, falta de proteção em
partes móveis, pontos de agarramento e elementos energizados, máquinas
apresentando defeitos.

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RISCOS ELÉTRICOS

• Na proteção do trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente ausente, roupa e


calçados impróprios, equipamentos de proteção com defeito (EPIs, EPCs),
ferramental defeituoso ou inadequado.

Causas diretas de acidentes com eletricidade


Podemos classificar como causas diretas de acidentes elétricos as propiciadas pelo contato
direto por falha de isolamento, podendo estas ainda serem classificadas quanto ao tipo de
contato físico:

• Contatos diretos – consistem no contato com partes metálicas normalmente


sob tensão (partes vivas).
• Contatos indiretos – consistem no contato com partes metálicas normalmente
não energizadas (massas), mas que podem ficar energizadas devido a uma falha
de isolamento. O acidente mais comum a que estão submetidas as pessoas,
principalmente aquelas que trabalham em processos industriais ou
desempenham tarefas de manutenção e operação de sistemas industriais,
é o toque acidental em partes metálicas energizadas, ficando o corpo ligado
eletricamente sob tensão entre fase e terra.

Causas indiretas de acidentes elétricos


Podemos classificar como causas indiretas de acidentes elétricos as originadas por des-
cargas atmosféricas, tensões induzidas eletromagnéticas e tensões estáticas.

Descargas atmosféricas

As descargas atmosféricas causam sérias perturbações nas redes aéreas de transmissão e


distribuição de energia elétrica, além de provocarem danos materiais nas construções atin-
gidas por elas, sem contar os riscos de vida a que as pessoas e animais ficam submetidos.
As descargas atmosféricas induzem surtos de tensão que chegam a centenas de
quilovolts. A fricção entre as partículas de água que formam as nuvens, provocada
pelos ventos ascendentes de forte intensidade, dá origem a uma grande quantidade
de cargas elétricas. Verifica-se experimentalmente que as cargas elétricas positivas
ocupam a parte superior da nuvem, enquanto as cargas elétricas negativas se posicio-
nam na parte inferior, acarretando conseqüentemente uma intensa migração de

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

cargas positivas na superfície da terra para a área correspondente à localização da


nuvem, dando dessa forma uma característica bipolar às nuvens. A concentração de
cargas elétricas positivas e negativas numa determinada região faz surgir uma diferença
de potencial entre a terra e a nuvem. No entanto, o ar apresenta uma determinada
rigidez dielétrica, normalmente elevada, que depende de certas condições ambientais.
O aumento dessa diferença de potencial, que se denomina gradiente de tensão,
poderá atingir um valor que supere a rigidez dielétrica do ar interposto entre a nuvem
e a terra, fazendo com que as cargas elétricas migrem na direção da terra, num trajeto
tortuoso e normalmente cheio de ramificações, cujo fenômeno é conhecido como
descarga piloto. É de aproximadamente 1kV/mm o valor do gradiente de tensão para
o qual a rigidez dielétrica do ar é rompida.

Tensão estática

Os condutores possuem elétrons livres e, portanto, podem ser eletrizados por indução.
Os isoladores, conhecidos também por dielétricos, praticamente não possuem elétrons
livres. Será que eles podem ser eletrizados por indução, isto é, aproximando um corpo
eletrizado, sem contudo tocá-los?

Normalmente, os centros de gravidade das massas dos elétrons e prótons de um átomo


coincidem-se e localizam-se no seu centro. Quando um corpo carregado se aproxima
desses átomos, há um deslocamento muito pequeno dos seus elétrons e prótons, de
modo que os centros de gravidade destes não mais se coincidem, formando assim um
dipolo elétrico.

Um dielétrico que possui átomos assim deformados (achatados) está eletricamente


polarizado.

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RISCOS ELÉTRICOS

Tensões induzidas em linhas de transmissões de alta-tensão

Devido ao atrito com o vento e com a poeira, e em condições secas, as linhas sofrem uma
contínua indução que se soma às demais tensões presentes. As tensões estáticas crescem
continuamente, e após um longo período de tempo podem ser relativamente elevadas.

Podemos ter tensões induzidas na linha por causa do acoplamento capacitivo


e eletromagnético.

Se dois condutores, ou um condutor e o potencial de terra, estiverem separados por um


dielétrico e em potenciais diferentes, surgirá entre ambos o efeito capacitivo.

Ao aterrarmos uma linha, as correntes, devido às tensões induzidas capacitivas e às tensões


estáticas ao referencial de terra, são drenadas imediatamente. Todavia, existirão tensões
de acoplamento capacitivo e eletromagnético induzidas pelos condutores energizados
próximos à linha.

Essa tensão é induzida por linha ou linhas energizadas que cruzam ou são paralelas
à linha ou equipamento desenergizado no qual se trabalha.

Essa tensão é função da distância entre linhas, da corrente de carga das linhas ener-
gizadas, do comprimento do trecho onde há paralelismo ou cruzamento e da exis-
tência ou não de transposição nas linhas.

No caso de uma linha aterrada em apenas uma das extremidades, a tensão induzida
eletromagneticamente terá seu maior vulto na extremidade não aterrada; e se ambas as
extremidades estiverem aterradas, existirá uma corrente fluindo num circuito fechado
com a terra.

Ao se instalar o aterramento provisório, uma corrente fluirá por seu intermédio,


diminuindo a diferença de potencial existente e ao mesmo tempo jampeando a
área de trabalho, o que possibilita neste ponto uma maior segurança para o
homem de manutenção.

Além disso, nos casos de circuito de alta-extra ou ultra-alta tensão, portanto com
indução elevada, é recomendável a adoção de critérios que levem em conta o nível
de tensão dos circuitos e a distância entre eles, o que poderá determinar se as
outras medidas de segurança ainda deverão ser adotadas ou até mesmo se o
trabalho deverá ser feito como em linha energizada.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Acidentes com eletricidade (exemplos)

Vigilante morre eletrocutado ao hastear bandeira no Recife


JC On Line – 7/9/2004

Pernambuco – No Dia da Independência do Brasil, um homem morreu


eletrocutado ao hastear uma bandeira no centro de Recife, nesta terça-feira
pela manhã.
O acidente ocorreu quando o vigilante Laércio Honorato da Silva, 43
anos, funcionário da Nordeste Vigilância de Valores, foi hastear a bandeira
de Pernambuco na agência Bradesco da Rua do Imperador, no bairro de
Santo Antônio, por volta das 7 horas. O hasteamento é um procedimento de
rotina no banco e cabe diariamente ao vigilante de plantão.
Laércio, que estava na varanda do primeiro andar, chegou a subir a
bandeira do Brasil, e na hora de hastear a do Estado, o mastro tocou no fio
de energia do poste, eletrocutando o vigilante. A descarga de energia arre-
messou o corpo do vigilante para a varanda, a 1,6 metro de distância do fio.
Segundo o Instituto de Criminalística, o acidente foi uma fatalidade.

Engenheiros condenados por acidente


Folha de São Paulo – 28/4/1999

São Paulo – Dois engenheiros responsáveis pela instalação de enfeites


de natal no Clube Paulistano, na zona oeste de São Paulo, em 1997, foram
condenados a pagar 20 cestas básicas ao estudante Guilherme Orlando
Günther, de 14 anos. O garoto recebeu um choque elétrico quando brincava
próximo à piscina do clube. O acidente provocou danos cerebrais gravíssimos
no estudante, que hoje nem sequer consegue tomar banho sem ajuda.
"Essa punição é ridícula", reagiu o pai de Guilherme, Newton Günther.
A decisão, da 3ª Vara Criminal de São Paulo, absolve a diretoria do Clube
Paulistano. Com base na Lei dos Juizados Especiais, a juíza Nidea Rita
Coltro Sorci condenou os engenheiros elétricos ao pagamento das cestas
básicas, porque ambos têm bons antecedentes.
Os dois colocaram os enfeites em uma palmeira perto de uma das pisci-
nas do clube. Encostado na palmeira havia um andaime de ferro. A fiação da
iluminação natalina, em contato com o andaime, eletrificou o garoto, que
brincava com uma bola de tênis. Guilherme teve parada cardiorrespiratória,
entrou em coma e permaneceu internado por quase dois meses.

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RISCOS ELÉTRICOS

Acidente de trabalho - Eletrocutados em SP


Globo On – 9/6/2004

Homens são eletrocutados ao limpar fachada de posto de gasolina

São Paulo – Dois homens foram eletrocutados nesta terça-feira quando


trabalhavam na limpeza da fachada de um posto de gasolina na avenida
Bandeirantes, na zona sul da cidade. Com o choque, eles despencaram de
uma altura de quase 10 metros. Eles foram levados para hospitais da região
pelos bombeiros e policiais do helicóptero Águia. Um deles está internado
em estado grave.

Rapaz morre eletrocutado em poste na Quinta


O Globo – 1998

Após pegar uma bola no Horto, Júlio recebeu descarga por 3 minutos

Júlio César Dias Carneiro, de 18 anos, estudante de um curso técnico


no SENAI de eletricidade, morreu eletrocutado ontem à tarde. Ele passou
por um buraco na grade entre a quadra e o Horto Botânico do Museu
Nacional da Quinta da Boa Vista para pegar uma bola. Quando tentou voltar,
segurou-se em um poste de ferro que estava eletrificado. Júlio ficou por
cerca de três minutos recebendo a descarga elétrica. Seu amigo Everaldo
de Jesus tentou tirá-lo mas também levou um choque. Ele mesmo voltou e
conseguiu puxá-lo com uma camisa, mas Júlio já estava morto.
Funcionários da Light e da Rio Luz estiveram no local e comprovaram
que o poste se eletrificava quando um disjuntor do prédio do Horto era ligado.
Eles não souberam dizer a intensidade do choque. Segundo os técnicos,
o poste é de responsabilidade do Horto. O chefe da segurança, Paulo Sérgio,
disse que o poste pertence ao órgão, mas eles não sabiam que ele estava
eletrificado. Segundo ele, os meninos são alertados para não pular a grade.

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Entre cabos telefônicos, a morte
O Globo – 27/7/2003

De 1998 a 2003, acidentes vitimaram 49 trabalhadores terceirizados em


redes de telefonia fixa no país

Rio, Brasília e Porto Alegre – Subir num poste para consertar ou instalar
uma linha telefônica e morrer eletrocutado: esse foi o destino de funcionários
de empresas terceirizadas de telefonia fixa nos últimos anos vítimas de
acidentes. Desde a privatização do setor, em 1998, pelo menos 49 trabalha-
dores de firmas terceirizadas morreram em decorrência de acidentes de
trabalho, muitos porque a rede elétrica fica ligada durante a execução do
serviço. Os dados são da Federação Interestadual dos Trabalhadores em
Empresas de Telecomunicações (Fittel). Atualmente, todo o serviço de ma-
nutenção de redes externas é terceirizado.
O auge dos acidentes fatais ocorreu nos últimos três anos, quando as
operadoras Brasil Telecom, Telemar e Telefônica tiveram de cumprir o plano
de antecipação de metas de expansão e qualidade, para poder operar em
outros segmentos.

riscos_eletricos.p65 48 8/8/2005, 10:41


Técnicas de análise de riscos

Os acidentes são materializações dos riscos associados a atividades, procedimentos,


projetos e instalações, máquinas e equipamentos. Para reduzir a freqüência de acidentes,
é preciso avaliar e controlar os riscos.

» Que pode acontecer errado?


» Quais são as causas básicas dos eventos não desejados?
» Quais são as conseqüências?

A análise de riscos é um conjunto de métodos e técnicas que aplicado a uma atividade

RISCOS ELÉTRICOS
identifica e avalia qualitativa e quantitativamente os riscos que essa atividade representa
para a população exposta, para o meio ambiente e para a empresa, de uma forma geral.
Os principais resultados de uma análise de riscos são a identificação de cenários de
acidentes, suas freqüências esperadas de ocorrência e a magnitude das possíveis conse-
qüências. A análise de riscos deve incluir as medidas de prevenção de acidentes e as
medidas para controle das conseqüências de acidentes para os trabalhadores e para as
pessoas que vivem ou trabalham próximo à instalação ou para o meio ambiente.

As metodologias representam os tipos de processos ou de técnicas de execução dessas


análises de riscos da instalação ou da tarefa. Alguns exemplos dessas técnicas são apre-
sentados a seguir com uma pequena descrição do método.

Conceitos básicos

Perigo
Uma ou mais condições físicas ou químicas com possibilidade de causar danos às pes-
soas, à propriedade, ao ambiente ou uma combinação de todos.

riscos_eletricos.p65 49 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Risco
Medida da perda econômica e/ou de danos para a vida humana, resultante da combinação
entre a freqüência da ocorrência e a magnitude das perdas ou danos (conseqüências).

O risco também pode ser definido através das seguintes expressões:

» combinação de incerteza e de dano;


» razão entre o perigo e as medidas de segurança;
» combinação entre o evento, a probabilidade e suas conseqüências.

A experiência demonstra que geralmente os grandes acidentes são causados por


eventos pouco freqüentes, mas que causam danos importantes.

Análise de riscos
É a atividade dirigida à elaboração de uma estimativa (qualitativa ou quantitativa)
do riscos, baseada na engenharia de avaliação e técnicas estruturadas para promover
a combinação das freqüências e conseqüências de cenários acidentais.

Avaliação de riscos
É o processo que utiliza os resultados da análise de riscos e os compara com os critérios
de tolerabilidade previamente estabelecidos.

Gerenciamento de riscos
É a formulação e a execução de medidas e procedimentos técnicos e administrativos
que têm o objetivo de prever, controlar ou reduzir os riscos existentes na instalação
industrial, objetivando mantê-la operando dentro dos requerimentos de segurança
considerados toleráveis.

Níveis de risco
» Catastrófico » Moderado » Desprezível
» Crítico » Não Crítico

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riscos_eletricos.p65 50 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

Classificação dos riscos


Quanto à severidade das conseqüências:

Categoria I Desprezível – Quando as conseqüências / danos estão restritas à


área industrial da ocorrência do evento com controle imediato.
Categoria II Marginal – Quando as conseqüências / danos atingem outras
subunidades e/ou áreas não industriais com controle e sem contaminação
do solo, ar ou recursos hídricos.
Categoria III Crítica – Quando as conseqüências / danos provocam
contaminação temporária do solo, ar ou recursos hídricos, com possibilidade
de ações de recuperação imediatas.
Categoria IV Catastrófica – Quando as conseqüências / danos
atingem áreas externas, comunidade circunvizinha e/ou meio ambiente.

Principais técnicas para a identificação dos riscos/perigos

Análise preliminar de riscos


Método de estudo preliminar e sumário de riscos, normalmente conduzido em conjunto
com o grupo de trabalhadores expostos, com o objetivo de identificar os acidentes po-
tenciais de maior prevalência na tarefa e as características intrínsecas destes.

É um método de estudo de riscos realizado durante a fase de planejamento e desenvol-


vimento de um determinado processo, tarefa ou planta industrial, com a finalidade de
prever e prevenir riscos de acidentes que possam acontecer durante a fase operacional e
de execução da tarefa.

Análise de falha humana


Método que identifica as causas e os efeitos dos erros humanos observados em potencial.
O método também identifica as condições dos equipamentos e dos processos que pos-
sam contribuir para provocar esses erros.

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riscos_eletricos.p65 51 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Método de análise de falhas e de efeitos


Método específico de análise de riscos, concebido para ser utilizado em equipamentos
mecânicos, com o objetivo de identificar as falhas potenciais que possam provocar acon-
tecimentos ou eventos adversos e também efeitos desfavoráveis desses eventos.

É um método de análise de riscos tecnológicos que consiste:

» na tabulação de todos os sistemas e equipamentos existentes numa


instituição ou planta industrial;
» na identificação das modalidades de falhas possíveis em cada um deles;
» na especificação dos efeitos desfavoráveis destas falhas sobre o sistema
e sobre o conjunto das instalações.

Análise de segurança de sistemas


É a técnica que tem por finalidade avaliar e aumentar o grau de confiabilidade e o nível
de segurança intrínseca de um sistema determinado, para os riscos previsíveis.

Como a segurança intrínseca é o inverso da insegurança ou nível de vulnerabilidade,


todos os projetos de redução de riscos e de preparação para desastres concorrem para
incrementar o nível de segurança.

Árvore de eventos
Técnica dedutiva de análise de riscos utilizada para avaliar as possíveis conseqüên-
cias de um acidente potencial, resultante de um evento inicial tomado como refe-
rência, o qual pode ser um fenômeno natural ou ocorrência externa ao sistema, um
erro humano ou uma falha do equipamento.

É um método que tem por objetivo antecipar e descrever, de forma seqüenciada, a partir
de um evento inicial, as conseqüências lógicas de um possível acidente.

Os resultados da análise da árvore de eventos caracterizam seqüências de eventos


intermediários, ou melhor, um conjunto cronológico de falhas e de erros que, a partir do
evento inicial, culminam no acidente ou evento-topo ou principal.

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riscos_eletricos.p65 52 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

Árvore de falhas
Técnica dedutiva de análise de riscos na qual, a partir da focalização de um determinado
acontecimento definido como evento-topo ou principal, se constrói um diagrama lógico
que especifica as várias combinações de falhas de equipamentos, erros humanos ou de
fenômenos ou ocorrências externas ao sistema que possam provocar o acontecimento.

Neste trabalho, vamos tratar apenas da metodologia denominada


Análise Preliminar de Riscos (APR), também chamada de Análise Prelimi-
nar de Perigos (APP), pois consideramos ser a de mais simples aplicação
por parte dos profissionais que atuam nas instalações elétricas.

Análise preliminar de riscos


É uma técnica qualitativa cujo objetivo consiste na identificação dos riscos/perigos po-
tenciais decorrentes de novas instalações ou da operação das já existentes.

Em uma dada instalação, para cada evento perigoso identificado em conjunto com as
respectivas conseqüências, um conjunto de causas é levantado, possibilitando a classifi-
cação qualitativa do risco associado, de acordo com categorias preestabelecidas de
freqüência de ocorrência do cenário de acidente e de severidade das conseqüências.

A APR/APP permite uma ordenação qualitativa dos cenários de acidentes encontrados,


facilitando a proposição e a priorização de medidas para redução dos riscos da instala-
ção, quando julgadas necessárias, além da avaliação da necessidade de aplicação de
técnicas complementares de análise.

A metodologia adotada nas Análises Preliminares de Riscos ou Perigos compreende


a execução das seguintes tarefas:

a) definição dos objetivos e do escopo da análise;


b) definição das fronteiras das instalações analisadas;

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riscos_eletricos.p65 53 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

c) coleta de informações sobre a região, as instalações, as substâncias perigosas


envolvidas e os processos;
d) subdivisão da instalação em módulos de análise;
e) realização da APR/APP propriamente dita (preenchimento da planilha);
f) elaboração das estatísticas dos cenários identificados por categorias de
freqüência e de severidade;
g) análise dos resultados, elaboração de recomendações e preparação do relatório.

As principais informações requeridas para a realização de uma APR/APP são as seguintes:

» sobre as instalações: especificações técnicas de projeto, especificações de


equipamentos, lay-out das instalações e descrição dos principais sistemas
de proteção e segurança;
» sobre os processos: descrição dos processos envolvidos; e
» sobre as substâncias: características e propriedades físicas e químicas.

Para simplificar a realização da análise, as instalações estudadas são divididas em


"módulos de análise", os quais podem ser: unidades completas, locais de serviço elétrico,
partes de locais de serviço elétrico ou partes específicas das instalações, tais como
subestações, painéis, etc. A divisão das instalações é feita com base em critérios de
funcionalidade, complexidade e proximidade física.

A realização da análise propriamente dita é feita através do preenchimento de uma


planilha de APR/APP para cada módulo de análise da instalação A planilha utilizada nesta
APP, mostrada a seguir, contém 8 colunas, as quais devem ser preenchidas conforme a
descrição apresentada a seguir.

1ª coluna: Etapa
Esta coluna deve descrever, suscintamente, as diversas etapas da atividade/operação.

2ª coluna: Risco/perigo
Esta coluna deve conter os riscos/perigos identificados para o módulo de análise em
estudo. De uma forma geral, os riscos/perigos são eventos acidentais que têm potencial
para causar danos às instalações, aos trabalhadores, ao público ou ao meio ambiente.

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riscos_eletricos.p65 54 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

3ª coluna: Modos de detecção


Os modos disponíveis na instalação para a detecção do risco/perigo identificado na
segunda coluna devem ser relacionados nesta coluna. A detecção da ocorrência do
risco/perigo tanto pode ser realizada através da instrumentação (alarmes de pressão,
de temperatura, etc.) como através da percepção humana (visual, odor, etc.).

4ª coluna: Efeitos
Os possíveis efeitos danosos de cada risco/perigo identificado devem ser listados
nesta coluna.

5ª coluna: Recomendações/observações
Esta coluna deve conter as recomendações de medidas mitigadoras de risco propos-
tas pela equipe de realização da APR/APP ou quaisquer observações pertinentes ao
cenário de acidente em estudo.

Exemplo: Análise de riscos para a troca de transformador sem auxílio de guindaste


(página seguinte).

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ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS OU PERIGOS (APR/APP)
Atividade / operação – troca de transformador sem auxílio de guindaste

Referência: Data: Revisão:

ETAPA RISCO / PERIGO MODO DE DETECÇÃO EFEITO RECOMENDAÇÕES / CONTROLE

Subida do eletricista no poste 1 - Choque elétrico Visual Fratura 1 - Confrontar os dados da OS com a situação local;

2 - Solicitar o desligamento do alimentador;

3 - Aguardar a confirmação do desligamento;

4 - Proceder ao teste de ausência de tensão no circuito;

5 - Abertura das chaves do circuito;

6 - Retirar os cartuchos das chaves e/ou colocar placas de sinalização nas chaves abertas;

7 - Autorizar o religamento do alimentador;

8 - Proceder a novo teste de tensão (ausência) próximo ao local de trabalho;

9 - Efetuar o aterramento provisório adequado do circuito primário e secundário.

2 - Queda do eletricista do poste Visual Fratura 1- Posicionamento correto da escada e do eletricista;

2 - Uso de EPIs e EPCs adequados.

Desconexão dos circuitos 1 - Queda do eletricista do poste Visual Fratura 1 - Posicionamento correto do eletricista;

primário e secundário do 2 - Uso de EPIs e EPCs adequados.

transformador 2 - Quedas de materiais Visual 1 - Isolamento e sinalização da área;

e ferramentas 2 - Içamento dos materiais e ferramentas através de sacolas com cordas.

3 - Ferimentos provocados por Visual 1 - Uso de EPIs, EPCs e ferramentas adequados adequados;

fios e cavos de interligação 2 - Eletricista experiente.

do transformador

Retirada do transformador 1 - Queda do transformador Visual 1 - Isolamento e sinalização da área de trabalho;

2 - Utilização e fixação correta dos equipamentos de içamento;

3 - Inspeção minuciosa nos estropos e sua perfeita fixação no transformador;

4 - Utilização de corda guia amarrada ao transformador a ser retirado;

5 - Operação cuidadosa do equipamento durante a descida do transformador;

7 - Retirada dos estropos e recolhimento do equipamento utilizado para descer o trafo.

Obs.: Durante a descida do transformador, o operador do equipamento de içamento

deve posicionar-se fora da área de eventual queda do transformador.

Subida do novo trafo 1 - Queda do transformador Visual 1 - Isolamento e sinalização da área de trabalho;

2 - Utilização e fixação correta dos equipamentos de içamento;

3 - Inspeção minuciosa nos estropos e sua perfeita fixação no transformador;

4 - Utilização de corda guia amarrada ao transformador a ser retirado;

5 - Operação cuidadosa do equipamento de içamento do transformador;

6 - Perfeita fixação do transformador na estrutura suporte;

7 - Retirada dos estropos e recolhimento do equipamento utilizado para descer o trafo.

Obs.: Durante a descida do transformador, o operador do equipamento de içamento

deve posicionar-se fora da área de eventual queda do transformador.

Ligação do transformador 1 - Queda do eletricista do poste Visual Fratura 1 - Posicionamento correto do eletricista;

2 - Uso de EPIs e EPCs adequados.

2 - Quedas de materiais Visual 1 - Isolamento e sinalização da área;

e ferramentas 2 - Içamento dos materiais e ferramentas através de sacolas com cordas.

3 - Ferimentos provocados por Visual 1 - Uso de EPIs, EPCs e ferramentas adequados;

fios e cavos de interligação 2 - Eletricista experiente.

do transformador

Descida do eletricista do 1 - Queda do eletricista Visual 1 - Soltar as amarações da escada;

poste, com auxílio de escada e queda da escada 2 - A escada deve ser manuseada e transportada, para o caminhão, por dois funcionários.

Obs.: Após a conclusão das operações para a troca do transformador, devem ser tomadas

as seguintes providências:

1ª) Retirar os conjuntos de aterramento rovisório das redes primária e secundária;

2ª) Recolocar os conjuntos das chaves e/ou retirar as placas de sinalização;

3ª) Solicitar o desligamento do alimentador;

4ª) Aguardar a confirmação do desligamento;

5ª) Fechar as chaves do circuito;

6ª) Fechar a chave curto-circuito do trafo;

7ª) Solicitar o religamento do alimentador;

8ª) Verificar a tensão do secundário do trafo;

9ª) Comunicar a conclusão do trabalho e “liberar o circuito”.

riscos_eletricos.p65 56 8/8/2005, 10:41


Medidas de controle do risco elétrico

Desenergização
É o conjunto de procedimentos visando à segurança pessoal dos envolvidos ou não em
sistemas elétricos. É realizada por no mínimo duas pessoas.

Somente serão considerados desenergizadas as instalações elétricas liberados para


trabalho, mediante os procedimentos descritos a seguir:

Seccionamento

RISCOS ELÉTRICOS
É a ação da interrupção da alimentação elétrica em um equipamento ou circuito. A inter-
rupção é executada com a manobra local ou remota do respectivo dispositivo de mano-
bra, geralmente o disjuntor alimentador do equipamento ou circuito a ser isolado (ver
figura a seguir).

Sempre que for tecnicamente possível, deve-se promover o corte visível dos circuitos,
provendo afastamentos adequados que garantam condições de segurança específica,
impedindo assim a existência de tensão elétrica no equipamento ou circuito.

riscos_eletricos.p65 57 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

O seccionamento tem maior eficácia quando há a constatação visual da separação dos


contatos (abertura de seccionadora, retirada de fusíveis, etc.).

A abertura da seccionadora deverá ser efetuada após o desligamento do circuito ou


equipamento a ser seccionado, evitando-se, assim, a formação de arco elétrico.

Impedimento de reenergização
É o processo pelo qual se impede o religamento acidental
do circuito desenergizado. Este impedimento pode ser feito
por meio de bloqueio mecânico, como por exemplo:

• Em seccionadora de alta tensão, utilizando cadeados


que impeçam a manobra de religamento pelo
travamento da haste de manobra.
• Retirada dos fusíveis de alimentação do local.
• Travamento da manopla dos disjuntores por cadeado
ou lacre.
• Extração do disjuntor quando possível.

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riscos_eletricos.p65 58 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

Constatação de ausência da tensão


Usualmente, por meio de sinalização luminosa ou de voltímetro instalado no próprio
painel, deve-se verificar a existência de tensão em todas as fases do circuito.

Na inexistência ou na inoperabilidade de voltímetros no painel, devemos constatar a


ausência da tensão com equipamento apropriado ao nível de tensão à segurança do
usuário, como, por exemplo, voltímetro, detectores de tensão de proximidade ou contato.

Aterramento temporário

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riscos_eletricos.p65 59 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

A instalação de aterramento temporário tem como finalidade a eqüipotencialização


dos circuitos desenergizados (condutores ou equipamento), ou seja, ligar eletrica-
mente ao mesmo potencial, no caso ao potencial de terra, interligando-se os condu-
tores ou equipamentos à malha de aterramento através de dispositivos apropriados
ao nível de tensão nominal do circuito.

Para a execução do aterramento, devemos seguir às seguintes etapas:

• Solicitar e obter autorização formal;


• Afastar as pessoas não envolvidas na execução do aterramento e verificar
a desenergização.
• Delimitar a área de trabalho, sinalizando-a;
• Confirmar a desenergização do circuito a ser aterrado temporariamente.
• Inspecionar todos os dispositivos utilizados no aterramento temporário
antes de sua utilização.
• Ligar o grampo de terra do conjunto de aterramento temporário com
firmeza à malha de terra e em seguida a outra extremidade aos condutores
ou equipamentos que serão ligados à terra, utilizando equipamentos de
isolação e proteção apropriados à execução da tarefa.
• Obedecer os procedimentos específicos de cada empresa;
• Na rede de distribuição deve-se trabalhar, no mínimo, entre dois aterramentos.

Observação

1. Bloqueio e etiquetagem

2. Equipamento
em manutenção

3. Aterramentos provisórios

4. Detector de tensão

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riscos_eletricos.p65 60 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

Se num equipamento que já estiver aterrado for necessária a remoção


do aterramento por um breve período para execução de testes de isolação,
este deve ser reconectado imediatamente após o término do teste.
Com os equipamentos apropriados (bastão, luvas e óculos de seguran-
ça), desconecta-se em primeiro lugar a extremidade ligada ao condutor ou
equipamento, e, em seguida, a extremidade ligada à malha de terra.
Nos serviços que exijam equipamentos não aterrados, estes devem ser
descarregados eletricamente em relação à terra, seguindo-se para isso os
procedimentos de aterramento estabelecidos.

Instalação da sinalização de impedimento de energização


Este tipo de sinalização é utilizado para diferenciar os equipamentos energizados dos
não energizados, afixando-se no dispositivo de comando do equipamento principal um
aviso de que ele está impedido de ser energizado.

Somente depois de efetuadas todas as etapas descriminadas anteriormente, o equi-


pamento ou circuito estará no estado desenergizado, podendo assim ser liberado
pelo profissional responsável para intervenção. Porém, o mesmo pode ser modifi-
cado com a alteração da ordem das etapas ou mesmo com o acréscimo ou supres-
são de etapas, dependentemente das particularidades do circuito ou equipamento
a ser executada a desenergização, e a aprovação por profissional responsável.

Os procedimentos acima deverão ser executados em todos os pontos possíveis de


alimentação do equipamento/circuito a ser desenergizado.

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riscos_eletricos.p65 61 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Aterramento
Os sistemas de aterramento devem satisfazer às prescrições de segurança das pessoas e
funcionais da instalação.

O valor da resistência de aterramento deve satisfazer às condições de proteção e de fun-


cionamento da instalação elétrica.

Ligações à terra
Qualquer que seja sua finalidade (proteção ou funcional), o aterramento deve ser único
em cada local da instalação.

Para casos específicos, de acordo com as prescrições da instalação, o aterramento pode


ser usado separadamente, desde que sejam tomadas as devidas precauções.

Aterramento funcional
É o aterramento de um ponto (do sistema, da instalação ou do equipamento) destinado
a outros fins que não a proteção contra choques elétricos. Em particular, no contexto da
seção, o termo "funcional" está associado ao uso do aterramento e da eqüipotencializa-
ção para fins de transmissão de sinais e de compatibilidade eletromagnética.

Aterramento do condutor neutro


Quando a instalação for alimentada diretamente pela concessionária, o condutor neutro
deve ser aterrado na origem da instalação.

Observação
Do ponto de vista da instalação, o aterramento do neutro na origem
proporciona uma melhoria na equalização de potenciais essencial
à segurança.

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riscos_eletricos.p65 62 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

Aterramento de proteção (PE)

Com o aterramento a corrente Sem o aterramento o único caminho


praticante não circula pelo corpo é o corpo

A proteção contra contatos indiretos proporcionada em parte pelo equipamento e em


parte pela instalação é aquela tipicamente associada aos equipamentos classe I. Um equi-
pamento classe I tem algo além da isolação básica: sua massa é provida de meios de
aterramento, isto é, o equipamento vem com condutor de proteção (condutor PE, ou "fio
terra") incorporado ou não ao cordão de ligação, ou então sua caixa de terminais inclui um
terminal PE para aterramento. Essa é a parte que toca ao próprio equipamento. A parte
que toca à instalação é ligar esse equipamento adequadamente, conectando-se o PE do
equipamento ao PE da instalação, na tomada ou caixa de derivação – o que pressupõe
uma instalação dotada de condutor PE, evidentemente (e isso deve ser regra, e não
exceção); e garantir que, em caso de falha na isolação desse equipamento, um dispositivo
de proteção atue automaticamente, promovendo o desligamento do circuito.

A secção mínima do condutor de proteçao (PE) deve obedecer aos valores estabelecidos
na tabela abaixo.

SEÇÃO MÍNIMA DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO

SEÇÃO DOS CONDUTORES SEÇÃO MÍNIMA DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO


FASE DA INSTALAÇÃO (mm²) CORRESPONDENTE PE (mm²)

S ≤ 16 S
16 ≤ S ≤ 35 16
S > 35 S/2

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riscos_eletricos.p65 63 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Aterramento por razões combinadas


de proteção e funcionais
Quando for exigido um aterramento por razões combinadas de proteção e funcionais,
as prescrições relativas às medidas de proteção devem prevalecer.

Esquemas de ligação de aterramento em baixa tensão:

Esquema TN-S

O condutor neutro e o condutor


de proteção são separados ao
longo de toda a instalação.

Esquema TN-C-S
As funções de neutro e de condu-
tor de proteção são combinadas
em um único condutor em uma
parte da instalação.

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riscos_eletricos.p65 64 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

Esquema TN-C
As funções de neutro e de condu-
tor de proteção são combinadas
em um único condutor ao longo
de toda a instalação.

Esquema TT
Possui um ponto de alimentação
diretamente aterrado, estando
as massas da instalação ligadas
a eletrodutos de aterramento
eletricamente distintos do
eletroduto de aterramento
da alimentação.

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riscos_eletricos.p65 65 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Esquema IT
Não possui qualquer ponto da alimen-
tação diretamente aterrado, estando
aterradas as massas da instalação.

Nas figuras acima são utiliza-


dos os seguintes símbolos:

Nas figuras acima são utilizados os seguintes símbolos:

Condutor neutro (N)

Condutor de proteção (PE)


• Condutor PEN

Esquemas de Ligação de Aterramento em Média Tensão

Segundo a norma NBR 14039/2003, são considerados os esquemas de aterramento


para sistemas trifásicos comumente utilizados, descritos a seguir, sendo estes classi-
ficados conforme a seguinte simbologia:

• primeira letra – situação da alimentação em relação à terra:

» T = um ponto de alimentação (geralmente o neutro) diretamente aterrado;

» I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou aterramento


de um ponto através de uma impedância.

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riscos_eletricos.p65 66 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

• segunda letra – situação das massas da instalação elétrica em relação à terra:

» T = massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento


eventual de ponto de alimentação;

» N = massas ligadas diretamente ao ponto de alimentação aterrado (em


corrente alternada, o ponto aterrado é normalmente o neutro).

• terceira letra – situação de ligações eventuais com as massas do ponto


de alimentação:

» R = as massas do ponto de alimentação estão ligadas simultaneamente


ao aterramento do neutro da instalação e às massas da instalação;

» N = as massas do ponto de alimentação estão ligadas diretamente ao


aterramento do neutro da instalação, mas não estão ligadas às massas
da instalação;

» S = as massas do ponto de alimentação estão ligadas a um aterramento


eletricamente separado daquele do neutro e daquele das massas da
instalação.

Esquema TNR

O esquema TNR possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, sendo as massas


da instalação e do ponto de alimentação ligadas a esse ponto através de condutores de
proteção. Nesse esquema, toda corrente de falta direta fase-massa é uma corrente de
curto-circuito.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Esquemas TTN e TTS

Esquema TTN Esquema TTS

Os esquemas TTx possuem um ponto da alimentação diretamente aterrado, estando as


massas da instalação ligadas a eletrodos de aterramento eletricamente distintos do
eletrodo de aterramento do ponto de alimentação.

Nesse esquema, as correntes de falta direta fase-massa devem ser inferiores a uma
corrente de curto-circuito, sendo, porém, suficientes para provocar o surgimento de
tensões de contato perigosas.

São considerados dois tipos de esquemas, TTN e TTS, de acordo com a disposição do
condutor neutro e do condutor de proteção das massas do ponto de alimentação, a saber:

a) esquema TTN, no qual o condutor neutro e o condutor de proteção das massas


do ponto de alimentação são ligados a um único eletrodo de aterramento;
b) esquema TTS, no qual o condutor neutro e o condutor de proteção das massas
do ponto de alimentação são ligados a eletrodos de aterramento distintos.

Esquemas ITN, ITS e ITR

Esquema ITN

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RISCOS ELÉTRICOS

Esquema ITS Esquema ITR

Os esquemas ITx não possuem qualquer ponto da alimentação diretamente aterrado


ou possuem um ponto da alimentação aterrado através de uma impedância, estando
as massas da instalação ligadas a seus próprios eletrodos de aterramento.

Nesse esquema, a corrente resultante de uma única falta fase-massa não deve ter inten-
sidade suficiente para provocar o surgimento de tensões de contato perigosas.

São considerados três tipos de esquemas, ITN, ITS e ITR, de acordo com a disposição do
condutor neutro e dos condutores de proteção das massas da instalação e do ponto de
alimentação, a saber:

a) Esquema ITN, no qual o condutor neutro e o condutor de proteção das


massas do ponto de alimentação são ligados a um único eletrodo de
aterramento e as massas da instalação ligadas a um eletrodo distinto;

b) Esquema ITS, no qual o condutor neutro, os condutores de proteção das


massas do ponto de alimentação e da instalação são ligados a eletrodos
de aterramento distintos;

c) Esquema ITR, no qual o condutor neutro, os condutores de proteção das


massas do ponto de alimentação e da instalação são ligados a um único
eletrodo de aterramento.

Medida da resistência de aterramento


Na escolha dos eletrodos de aterramento e sua posterior distribuição é importante
considerar as condições locais, a natureza do terreno e a resistência de contato
do aterramento. O trabalho de aterramento depende desses fatores e das condi-
ções ambientais.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

É comum encontrar baixa resistência ôhmica no aterramento. Influem a resistência de


contato (ou de difusão) do aterramento e a resistência do condutor de terra.

Sejam A e B tubos condutores, convenientes para um bom aterramento. Se entre os


pontos A e B existir uma distância suficiente e por ambos circular uma corrente, pode-se
medir uma tensão "U" em relação à terra, tendo-se M como ponto de referência,
encontrando-se a curva indicada em "B".

É fácil verificar que nas proximidades dos aterramentos a tensão em relação ao ponto M
cresce, sendo nula a tensão no ponto de referência. Esse crescimento da tensão nas pro-
ximidades dos aterramentos pode ser explicado se lembrarmos que as linhas de corren-
te se concentram nas proximidades dos pontos de aterramento. Ao mesmo tempo,
afastando-se destes, há uma seção bem maior para a passagem da corrente, o que pro-
voca uma queda nula de tensão.

Para se obter uma resistência ôhmica de aterramento favorável, devemos medir a corrente
e a queda de tensão provocada por ela. Para isso basta medir a tensão entre uma tomada
de terra e um ponto distante a 20 metros, de tal forma que no mesmo potencial seja nulo.

A resistência de contato tem a resistência do solo como fator muitíssimo importante.


Podemos lembrar alguns dados referenciais da tabela a seguir.

RESISTÊNCIA DO TIPO DE SOLO

TIPO DE SOLO R (OHM-M)

Pantanoso 30
Terra de cultura ou argilosa 100
Terra arenosa 200
Terra de cerrado, úmida 500
Terra de cerrado ou arenosa, seca 1 000
Solo rochoso 3 000

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RISCOS ELÉTRICOS

Os eletrodos de aterramento podem ser profundos ou superficiais. No primeiro caso,


geralmente, usam-se tubos de ferro galvanizado, em geral de 3/4", ou hastes de aço
revestidas com uma película de cobre depositada eletroliticamente (copperweld),
de comprimento grande, cravados no solo.

No caso de aterramento superficial, usam-se cabos condutores ou chapas, enterrados


a uma profundidade média de 0,50 metro, preferindo-se uma disposição radial e com
centro comum.

RESISTÊNCIAS DE CONTATO PARA RESISTÊNCIA ESPECÍFICA DO SOLO DE 100 OHMS X M

Eletrodo de Cabos Haste ouTubo Chapa com canto


Aterramento superior a
1 m do solo
Comprimento Comprimento Dimensões
10m 25m 50m 100m 1m 2m 3m 5m 0,5 x 1m 1 x 1m
Resistência
de Contato 20 10 5 3 70 40 30 20 35 25

Eqüipotencialização
Podemos definir eqüipotencialização como o conjunto de medidas que visa minimizar
as diferenças de potenciais entre componentes de instalações elétricas de energia e de
sinal (telecomunicações, rede de dados, etc.), prevenindo acidentes com pessoas e bai-
xando a níveis aceitáveis os danos tanto nessas instalações quanto nos equipamentos a
elas conectados.

Condições de eqüipotencialização:
• Interligação de todos os aterramentos de uma mesma edificação, sejam eles
o do quadro de distribuição principal de energia.
• O quadro geral de baixa tensão (QGBT), o distribuidor geral da rede telefônica, o
da rede de comunicação de dados, etc., deverão ser convenientemente
interligados, formando um só aterramento.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

• Todas as massas metálicas de uma edificação, como ferragens estruturais, grades,


guarda-corpos, corrimãos, portões, bases de antenas, bem como
carcaças metálicas dos equipamentos elétricos, devem ser convenientemente
interligadas ao aterramento.
• Todas as tubulações metálicas da edificação, como rede de hidrantes, eletrodutos
e outros, devem ser interligadas ao aterramento de forma conveniente.
• Os aterramentos devem ser realizados em anel fechado, malha, ou
preferencialmente pelas ferragens estruturais das fundações da edificação,
quando esta for eletricamente contínua (e na maioria das vezes é).
• Todos os terminais "terra" existentes nos equipamentos deverão estar
interligados ao aterramento via condutores de proteção PE que, obviamente,
deverão estar distribuídos por toda a instalação da edificação.
• Todos os ETIs (equipamentos de tecnologia de informações) devem ser protegidos
por DPSs (dispositivos de proteção contra surtos), constituídos por varistores
centelhadores, diodos especiais, Taz ou Tranzooby, ou uma associação deles.
• Todos os terminais "terra" dos DPSs devem ser ligados ao BEP (barramento de
eqüipotencialização principal) através da ligação da massa dos ETIs pelo
condutor de proteção PE.
• No QDP, ou no quadro do secundário do transformador, dependendo da
configuração da instalação elétrica de baixa tensão, deve ser instalado um DPS
(dispositivo de proteção contra surtos) de características nominais mais elevadas
que possibilite uma coordenação eficaz nos quadros de alimentação dos
circuitos terminais que alimentam os ETIs.
• Nestes casos podem ser utilizados vários recursos que otimizem o custo da
instalação, como, por exemplo, o aproveitamento de bandejamento dos cabos,
hidrantes, caso seja garantida sua continuidade elétrica em parâmetros aceitáveis.

O uso freqüente da palavra "conveniente" nos itens anteriores enfatiza


que a interligação entre aterramentos deve obedecer a certos critérios, pois
interligar aterramentos não é simplesmente interligar um eletrodo ao outro.

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RISCOS ELÉTRICOS

Para que a interligação ocorra de maneira correta e eficaz, deve-se instalar próximo ao
QDP (quadro de distribuição principal de baixa tensão), para instalações de energia da
edificação, uma barra de cobre distanciada da parede em alguns centímetros e isolada
desta por isoladores de porcelana, resina, ou outro material isolante.

Esta barra deve ter dimensões compatíveis que assegurem um bom contato elétrico,
preservando suas características de resistência mecânica e de baixa impedância elétrica.
Conseqüentemente, um bom parâmetro para suas dimensões são: largura = 50 mm,
espessura = 6 mm e comprimento não inferior a 500 mm. Tanto a NBR 5410/2004 quanto
a NBR 5419/2001 denominam este barramento de BEP (barramento de eqüipotenciali-
zação principal).

Portanto, fazer uma interligação convenientemente consiste em se conectar todos


os aterramentos neste BEP, inclusive as ferragens da edificação, pelo caminho mais
curto possível e dela se retirar tantos condutores de proteção PE quantos forem
necessários para "servir" a instalação.

Cabe esclarecer que se por qualquer motivo alguma tubulação metálica não puder ser
diretamente interligada ao BEP, por exemplo a corrosão galvânica, esta interligação
deverá ser realizada de forma indireta via centelhador.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Principais problemas causados pela falta de


eqüipotencialização (diferença de potenciais)
em aterramentos de uma mesma instalação:
• Riscos de choques que podem provocar danos fisiológicos às pessoas e animais.
No caso de a isolação de um dos equipamentos vir a ser rompida, gerando assim
uma diferença de potencial entre a carcaça do equipamento em relação ao
aterramento ou à carcaça de outro equipamento, pode ocorrer um circuito
fechado no toque simultâneo entre o equipamento com isolação danificado e
outro equipamento ou aterramento. Dessa forma, uma corrente de falta flui pelo
corpo da pessoa ou animal que venha a executar este tipo de ação.
• Riscos de rompimento de isolação em equipamentos de tecnologia da
informação e similares que necessitem de interligações para intercâmbio de
dados e em equipamentos eletrônicos suscetíveis a interferência. Isto causa
danos aos equipamentos, prejudicando seu funcionamento individual ou,
em casos extremos, paralisando grandes linhas de produção.

Seccionamento automático da alimentação


No sistema de proteção contra choques elétricos (contatos indiretos) por seccionamen-
to automático da alimentação, as massas devem ser ligadas a condutores de proteção,
compondo uma "rede de aterramento", e "um dispositivo de proteção deve seccionar
automaticamente a alimentação do circuito por ele protegido sempre que uma falta entre
parte viva e massa der origem a uma tensão de contato perigosa".

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RISCOS ELÉTRICOS

O tempo máximo admissível de seccionamento é dado em função da tensão fase-terra-


Uo em esquemas de ligação de aterramento TN, e em função da tensão fase-fase em
esquemas de aterramento IT, sendo também classificado em função da seletividade (Si-
tuação 1 e Situação 2), conforme discriminado nas tabelas a seguir.

TEMPOS DE SECCIONAMENTO MÁXIMOS NO ESQUEMA TN

UO(V) Tempo de seccionamento ( s )


Situação 1 (áreas internas) Situação 2 (áreas externas)
115, 120, 127 0,8 0,35
220 0,4 0,20
277 0,4 0,20
254 0,4 1,20
400 0,2 0,05

1. UO é a tensão nominal entre fase e neutro, valor eficaz em corrente alternada;


2. As situações 1 e 2 estão definidas no anexo C da NBR 5410/2004.

TEMPOS DE SECCIONAMENTO MÁXIMOS NO ESQUEMA IT (SEGUNDA FALTA)

Tensão nominal do circuito Tempo de seccionamento ( s )


U(V) UO(V) Neutro não distribuído Neutro distribuído
Situação 1 Situação 2 Situação 1 Situação 2
208, 220, 230 115, 120, 127 0,8 0,4 5 1
380, 400, 220, 230 0,4 0,2 0,8 0,5
440, 480 254, 277 0,4 0,2 0,8 0,5
690 400 0,2 0,06 0,4 0,2

1. U é a tensão nominal entre fases, valor eficaz em corrente alternada;


2. UO é a tensão nominal entre fase e neutro, valor eficaz em corrente alternada;
3. Para valores intermediários de tensão deve ser adotado o valor (da tebela) imediatamente superior.

São utilizados na proteção por seccionamento automático dispositivos de sobrecorrente


(disjuntores, fusíveis) ou dispositivos de corrente diferencial, sendo sua utilização condi-
cionada aos esquemas de aterramento, conforme mostrado a seguir:

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riscos_eletricos.p65 75 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

ESQUEMA DE ATERRAMENTO DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO

TN-C Sobrecorrente
TN-S Sobrecorrente DR
TT DR
IT (massas aterradas individualmente ou em grupos) DR
IT (todas as massas interligadas) DR Sobrecorrente

Observamos a incompatibilidade entre os dispositivos tipo DR e os sistemas PEN e PE,


pois na utilização deste dispositivo nestas instalações não há diferença de corrente resi-
dual no sensor do DR na ocorrência de falhas, visto que o condutor de proteção PEN ou
PE está passando no sensor, havendo assim o equilíbrio entre as correntes, porque toda
diferenciação entre as fases acarretará uma corrente de mesma intensidade no condutor
PEN ou PE. Devemos, então, executar a separação entre condutor PE e N para utilização
de DR.

A seguir serão apresentadas informações importantes para as ligações eqüipotenciais.

Um dispositivo de proteção deve seccionar automaticamente a alimentação do circuito


ou equipamento protegido contra contatos indiretos sempre que uma falta entre a par-
te viva e a massa no circuito ou equipamento considerado der origem a uma tensão de
contato superior ao valor apropriado de [UL (V)].

VALORES MÁXIMOS DE TENSÃO DE CONTATO LIMITE U1 (V)

Natureza da corrente Situação 1 Situação 2


Alternada, 15 Hz - 1 000 Hz 50 25
Contínua sem ondulação 120 60

Obs.: Situação 1 – áreas internas; Situação 2 – áreas externas.

Uma tensão contínua sem ondulação é convencionalmente definida como apresentan-


do uma taxa de ondulação inferior a 10% em valor eficaz; o valor da crista máxima não
deve ultrapassar 140 V, para um sistema em corrente contínua sem ondulação com 120 V
nominais ou 70 V para um sistema em CC sem ondulação com 60 V nominais.

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RISCOS ELÉTRICOS

Dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual – DR


Independentemente do esquema de aterramento TN, TT ou IT, o uso de proteção DR,
mais particularmente de alta sensibilidade (isto é, com corrente diferencial-residual
nominal igual ou inferior a 30 mA), tornou-se expressamente obrigatório nos
seguintes casos:

» circuitos que sirvam a pontos situados em locais contendo banheiro ou chuveiro;


» circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas
à edificação;
» circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir
a alimentar equipamentos no exterior; e
» circuitos de tomadas de corrente de cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias,
áreas de serviço, garagens e, no geral, de todo local interno molhado em uso
normal ou sujeito a lavagens.

Bipolar Tetrapolar

Dispositivos a corrente diferencial residual – DR

Princípio de funcionamento
O DR mede permanentemente a soma vetorial das correntes que percorrem os
condutores. Enquanto o circuito se mantiver eletricamente igual, a soma vetorial
das correntes nos seus condutores é praticamente nula. Ocorrendo a falha de iso-
lamento em um equipamento alimentado por esse circuito, interromperá uma cor-
rente de falta à terra, ou seja, haverá uma corrente residual para a terra. Devido a
este "vazamento" de corrente para a terra, a soma vetorial das correntes nos con-
dutores monitorados pelo DR não é mais nula e o dispositivo detecta justamente
essa diferença de corrente.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

A situação é análoga se alguma pessoa vier a tocar uma parte viva do circuito protegido:
a porção de corrente que irá circular pelo corpo da pessoa provocará igualmente um
desequilíbrio na soma vetorial das correntes – a diferença, então, é detectada pelo dispo-
sitivo diferencial, tal como se fosse uma corrente de falta à terra.

Quando essa diferença atinge um determinado valor, é ativado um relé. Este relé irá pro-
vocar a abertura dos contatos principais do próprio dispositivo ou do dispositivo asso-
ciado (contator ou disjuntor). Poderia, eventualmente, como observado no início, apenas
acionar um alarme visual ou sonoro. Mas neste caso se trata de proteção; e proteção no
caso mais geral significa desligamento do circuito.

O dispositivo DR é composto, basicamente, dos seguintes elementos:


» um TC de detecção, toroidal, sobre o qual são enrolados, de forma idêntica,
cada um dos condutores do circuito e que acomoda também o enrolamento
de detecção, responsável pela medição das diferenças entre correntes dos
condutores; e
» um elemento de "processamento" do sinal e que comanda o disparo do DR,
geralmente designado relé diferencial ou relé reversível.

Uso do dispositivo DR
Pode-se dizer que não há razões para preocupação, quanto ao atendimento da regra do
seccionamento automático, quando se usam dispositivos DR, a não ser que a proteção
diferencial-residual usada seja de baixíssima sensibilidade.

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riscos_eletricos.p65 78 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

Os dispositivos DR (diferencial-residual) podem ser do tipo com ou sem fonte auxiliar,


que pode ser a própria rede de alimentação.

Dispositivo DR com fonte auxiliar – caso não atuem automaticamente por falha de fonte
auxiliar é admitido somente se uma das duas condições for satisfeita:

1. a proteção contra contatos indiretos for assegurada por outros meios no caso
de falha da fonte auxiliar e
2. os dispositivos forem instalados em instalações operadas, testadas e mantidas
por pessoas advertidas ou qualificadas.

Esquema TN pode ser protegido por um dispositivo DR, o mesmo ocorrendo em


circuitos terminais. Nesse caso as massas não precisam ser ligadas ao condutor de
proteção do esquema TN, desde que sejam ligadas a um eletrodo de aterramento com
resistência compatível com a corrente de atuação do dispositivo DR.

Esquema TT se uma instalação for protegida por um único dispositivo DR, este deve
ser colocado na origem da instalação, a menos que a parte da instalação compreendida
entre a origem e o dispositivo não possua qualquer massa e satisfaça a medida de
proteção pelo emprego de equipamentos classe II (50 a 1 500 V) ou pela aplicação
de isolação suplementar.

Esquema IT quando a proteção for assegurada por um dispositivo DR e o secciona-


mento à primeira falta não for cogitado, a corrente diferencial-residual de não atuação
do dispositivo deve ser no mínimo igual à corrente que circula quando uma primeira
falta franca à terra afete um condutor-fase.

A sensibilidade determina se um DR pode ser aplicado à proteção contra contatos indi-


retos e à proteção contra contatos diretos. A aplicação do DR pode ser dividida em:

• Uso obrigatório de DR de alta sensibilidade (<< 30 mA): Na proteção complementar


contra choques elétricos em circuitos de banheiros, tomadas externas, tomadas de
cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e assemelhados.
• < 30 mA) como alternativa: Na proteção de
Uso de DR de alta sensibilidade (<
equipamentos situados próximos à piscinas.
• Uso previsto de DR de baixa sensibilidade (< 500 mA): Um dos meios prescritos
para limitar as correntes de falta/fuga à terra em locais que processem ou
armazenem materiais inflamáveis.

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riscos_eletricos.p65 79 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Tipos de DR
Na prática a proteção diferencial-residual pode ser realizada através de:

• interruptores diferenciais-residuais;
• disjuntores com proteção diferencial-residual incorporada;
• tomadas com interruptor DR incorporado;
• blocos diferenciais acopláveis e disjuntores em caixa moldada ou a disjuntores
modulares (minidisjuntores); e
• peças avulsas (relé DR e transformador de corrente toroidal) que são
associadas apenas a um elemento de sinalização e/ou alarme, se
eventualmente for apenas
este, e não um
desligamento, que é o
objetivo da detecção
diferencial-residual.

Proteção por extrabaixa tensão


É comum o emprego da tensão de 24V para condições de trabalho desfavoráveis, como
trabalho em ambientes úmidos. Tais condições são favoráveis a choque elétrico nestes
tipos de ambiente, pois a resistência do corpo humano é diminuída e a isolação elétrica
dos equipamentos fica comprometida. Equipamentos de solda empregados em espaços
confinados, como solda em tanques, requerem que as tensões empregadas sejam baixas.

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riscos_eletricos.p65 80 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

A proteção por extrabaixa tensão consiste em empregar uma fonte da baixa tensão ou
uma isolação elétrica confiável, se a tensão extrabaixa for obtida de circuitos de alta-tensão.

A tensão extrabaixa é obtida tanto através de transformadores isoladores como de


baterias e geradores.

A tensão extrabaixa é aquela situada abaixo de 50 V.

Certos critérios devem ser observados quanto ao uso deste tipo de proteção, como
por exemplo:

» não aterrar o circuito de extrabaixa tensão;


» não fazer ligações condutoras com circuitos de maior tensão;
» não dispor os condutores de um circuito de extrabaixa tensão em locais
que contenham condutores de tensões mais elevadas.

Do ponto de vista da segurança este método é excelente, pois aqui o fator de segurança é
multiplicado por três, ou seja, multiplica-se pelos três fatores: a isolação funcional, a isolação
do sistema, no caso de transformadores, e a redução da tensão. Contudo, do ponto de vista
prático, este método de proteção tem suas desvantagens, como: necessidade de uma insta-
lação elétrica de baixa tensão, grandes secções transversais para os condutores de forneci-
mento da baixa tensão e, freqüentemente, construção de equipamentos de dimensões
relativamente grandes quando comparados com equipamentos que se utilizam de tensões
mais altas para o seu funcionamento.

RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO

Tensão nominal do circuito Tensão de ensaio em Resistência de isolamento


corrente contínua (V) mínimo em megohms
Extrabaixa tensão Maior ou igual a 250 0,25

Proteção por barreiras e invólucros


São destinados a impedir todo contato com as partes vivas da instalação elétrica,
ou melhor, as partes vivas devem estar no interior de invólucros ou atrás de barreiras. As
barreiras e invólucros devem ser fixados de forma segura e também possuir robustez e

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

durabilidade suficiente para manter os graus de proteção e ainda apresentar apropriada


separação das partes vivas. As barreiras e invólucros podem:

» impedir que pessoas ou animais toquem acidentalmente as partes vivas; e


» garantir que as pessoas sejam advertidas de que as partes acessíveis através
da abertura são vivas e não devem ser tocadas intencionalmente.

Proteção por obstáculos e anteparos


São destinados a impedir contatos acidentais com partes vivas, mas não os contatos volun-
tários por uma tentativa deliberada de contorno do obstáculo.

Os obstáculos e anteparos devem impedir:


» uma aproximação física não intencional das partes vivas (por exemplo,
por meio de corrimãos ou de telas de arame);
» contatos não intencionais com partes vivas por ocasião de operação de
equipamentos sob tensão (por exemplo, por meio de telas ou painéis
sobre os seccionadores).

Locais de serviço elétrico

Nestes locais a NBR 5410/2004 admite o uso de medidas de proteção apenas parciais ou
mesmo a sua dispensa. Estes locais técnicos abrigam equipamentos elétricos, sendo proi-
bido o ingresso de pessoas que não sejam advertidas ou qualificadas. Em suma, o acesso
a esses locais é restrito apenas aos técnicos responsáveis.

Proteção por isolamento das partes vivas

Isolamento elétrico
É a ação destinada a impedir todo o contato com as partes vivas da instalação elétrica. As
partes vivas devem ser completamente recoberta por uma isolação que só possa ser
removida através de sua destruição.

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riscos_eletricos.p65 82 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

Isolação dupla ou reforçada


A utilização de isolação dupla ou reforçada tem como finalidade propiciar uma dupla
linha de defesa contra contatos indiretos. A isolação dupla é constituída de:

• Isolação básica – Isolação aplicada às partes vivas, destinada a assegurar


proteção básica contra choques.
• Isolação suplementar – Isolação independente e adicional à isolação básica,
destinada a assegurar proteção contra choques elétricos em caso de falha da
isolação básica (ou seja, assegurar proteção supletiva).

Comumente, são utilizados sistemas de isolação dupla em alguns eletrodomésticos


e ferramentas elétricas portáteis (furadeiras, lixadeiras, etc.). Neste caso, em sua pla-
queta de identificação haverá um símbolo indicativo gravado, ou seja, dois quadra-
dos de lados diferentes, paralelos, um dentro do outro.

Dupla isolação – simbologia normalizada internacionalmente.

Podemos observar este tipo de isolação na instalação de um padrão de medição em


baixa tensão, pois neste tipo de instalação os condutores não tendo dupla isolação
devem ser instalados em eletroduto flexível isolante, conforme mostrado a seguir.

Caixa de entrada de energia em baixa tensão.

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riscos_eletricos.p65 83 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

A isolação reforçada é um tipo de isolação única aplicada às partes vivas que assegura
um grau de proteção contra choques elétricos equivalente ao da dupla isolação.

A expressão “isolação única” não implica que a isolação deva constituir uma peça homo-
gênea. Ela pode comportar diversas camadas impossíveis de serem ensaiadas isolada-
mente, como isolação básica ou como isolação suplementar.

Na prática podemos considerar como condutor com isolação reforçada o cabo mostrado
na figura a seguir. Ele pode ser instalado em locais inacessíveis sem a utilização de
invólucros/barreiras (eletrodutos, calhas fechadas, etc.), sendo constituído de isolação
(2) e cobertura (4) em composto termoplástico de PVC, não sendo considerada pelo
fabricante a função de isolação da camada de cobertura (4), considerando-se esta
somente como proteção contra influências externas.

1. Condutor
• material: fio de cobre nu,
têmpera mole;
• forma: redonda normal,
compacta ou setorial;
• encordoamento: classe 2.

2. Isolação
Composto termoplástico de PVC
em chumbo antichama.

3. Enchimento
Identificação
Composto termoplástico em
Cabo unipolar: cobertura preta;
PVC sem chumbo.
Cabos multipolares (2, 3 e 4 condutores): veias numerizadas
e cobertura preta. 4. Cobertura
Temperaturas máximas do condutor: 70°C em serviço Composto termoplástico de PVC
confinado, 100°C em sobrecarga e 160°C em curto-circuito. sem chumbo antichama.

Proteção parcial por colocação fora de alcance


A colocação fora de alcance destina-se somente a impedir os contatos involuntários com
as partes vivas.

Quando há o espaçamento, este deve ser suficiente para que se evite que pessoas circu-
lando nas proximidades das partes vivas possam entrar em contato com essas partes, seja
diretamente ou por intermédio de objetos que elas manipulem ou transportem.

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riscos_eletricos.p65 84 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

Distâncias mínimas em locais sem proteção


As distâncias mínimas aplicáveis a locais desprovidos de qualquer meio de proteção contra
contatos diretos estão indicados nas figuras.

ESPAÇAMENTO PARA INSTALAÇÕES INTERNAS (NBR 14039)

Dimensões mínimas – mm
D 300 até 24,2 kV Distância entre a parte viva e um anteparo vertical.
400 para 36,2 kV
A – Valores de distâncias mínimas da tabela.
R 1 200 Locais de manobra.
B 2 700 Altura mínima de uma parte viva com circulação.
K 2 000 Altura mínima de um anteparo horizontal.
F 1 700 Altura mínima de um anteparo vertical.
J E + 300 Altura mínima de uma parte viva sem circulação.
Dimensões máximas – mm
E 300 Distância máxima entre a parte inferior de um anteparo e o piso.
M 1 200 Altura dos punhos de acionamento manual.
Malha 20 Abertura da malha.

85

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Partes vivas
W – área de circulação
permitida a pessoas
advertidas

Anteparos
Tela ou grade metálica
X – área de circulação proibida

• – dispositivos de manobra

Circulação por mais de um lado.

ESPAÇAMENTO PARA INSTALAÇÕES EXTERNAS (NBR 14039)

Dimensões mínimas – mm
A – Valores de distâncias mínimas da tabela.
G 1 500 Distância mínima entre a parte viva e a proteção externa.
B 4 000 Altura mínima de uma parte viva na área de circulação.
R 1 500 Locais de manobra.
D 500 Distância mínima entre a parte viva e um anteparo vertical.
F 2 000 Altura mínima de um anteparo vertical.
H 6 000 Em ruas, avenidas e entradas de prédios e demais locais com trânsito de veículos.
5000 Em local com trânsito de pedestres somente.
9 000 Em ferrovias.
7 000 Em rodovias.
J 800 Altura mínima de uma parte viva na área de circulação proibida.
K 2 200 Altura mínima de um anteparo horizontal.
L 2 000 Altura mínima da proteção externa.
C 2 000 Circulação.
Dimensões máximas – mm
E 600 Distância máxima entre a parte inferior de um anteparo vertical e o piso.
M 1 200 Altura dos punhos de acionamento manual.
Malha 20 Abertura das malhas dos anteparos.

86

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RISCOS ELÉTRICOS

Partes vivas
W – área de circulação
permitida a pessoas
advertidas

Anteparos
Tela ou grade metálica
X – área de circulação proibida

• – dispositivos de manobra

Fig. 1 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de


risco, controlada e livre – NR10.

ZL = Zona livre.
ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados.
ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados
e com adoção de técnicas, instrumentos e equipa-
mentos apropriados ao trabalho.
PE = Ponto da instalação energizado.
SI = Superfície isolante construída com material resistente
e dotada de todos os dispositivos de segurança.

Fig. 2 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de


risco, controlada e livre, com interposição de superfície de separa-
ção física adequada – NR10

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Distanciamento de segurança

TABELA DE RAIOS DE DELIMITAÇÃO DE ZONAS DE RISCO, CONTROLADA E LIVRE

Faixa de tensão nominal RR – Raio de delimitação RC – Raio de


da instalação elétrica entre zona de risco delimitação entre
em kV e controlada em metros zona controlada e
livre em metros

<1 0,20 0,70


≥1 e <3 0,22 1,22
≥3 e <6 0,25 1,25
≥6 e < 10 0,35 1,35
≥ 10 e < 15 0,38 1,38
≥ 15 e < 20 0,40 1,40
≥ 20 e < 30 0,56 1,56
≥ 30 e < 36 0,58 1,58
≥ 36 e < 45 0,63 1,63
≥ 45 e < 60 0,83 1,83
≥ 60 e < 70 0,90 1,90
≥ 70 e < 110 1,00 2,00
≥ 110 e < 132 1,10 3,10
≥ 132 e < 150 1,20 3,20
≥ 150 e < 220 1,60 3,60
≥ 220 e < 275 1,80 3,80
≥ 275 e < 380 2,50 4,50
≥ 380 e < 480 3,20 5,20
≥ 480 e < 700 5,20 7,20

Anexo 1 – NR10.

88

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RISCOS ELÉTRICOS

Proteção por separação elétrica


Proteção por separação elétrica – Tratada na NBR-5410/2004, consiste em abaixar a
tensão para níveis seguros (extrabaixa tensão: menor que 50 V para ambientes secos e
menor que 25 V para ambientes úmidos e molhados) através do uso de transformador
de separação.

A proteção por separação elétrica pode ser realizada pelos seguintes meios:

» Transformador de separação;
» Grupo motor-gerador com enrolamentos que forneçam uma separação
equivalente à de um transformador.

Circuitos eletricamente separados podem alimentar um único ou vários equipa-


mentos. A situação ideal é aquela em que temos um único equipamento conectado
ao circuito. Sua massa deve ser aterrada. Com vários equipamentos alimentados
pelo mesmo circuito, estes devem ser ligados entre si por condutores de eqüipo-
tencialidade, não aterrados.

89

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riscos_eletricos.p65 90 8/8/2005, 10:41
Equipamentos de Proteção Coletiva

Como estudado anteriormente, em todos os serviços executados em instalações


elétricas devem ser previstas e adotadas prioritariamente medidas de proteção
coletiva para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.

As medidas de proteção coletiva compreendem prioritariamente a desenergização


elétrica, e na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança, conforme
estabelece a NR-10.

Essas medidas visam à proteção não só de trabalhadores envolvidos com a atividade


principal que será executada e que gerou o risco, como também à proteção de outros

RISCOS ELÉTRICOS
funcionários que possam executar atividades paralelas nas redondezas ou até de
passantes, cujo percurso pode levá-los à exposição ao risco existente.

A seguir serão descritos alguns equipamentos e sistemas de proteção coletiva


usados nas instalações elétricas:

Conjunto de aterramento

Equipamento destinado à execução de


aterramento temporário, visando
à eqüipotencialização e proteção
pessoal contra energização indevida do
circuito em intervenção.

Conjunto para aterramento temporário.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Tapetes de borracha isolantes

Tapete de borracha

Acessório utilizado principalmente em subestações, sendo aplicado na execução da iso-


lação contra contatos indiretos, minimizando assim as conseqüências por uma falha de
isolação nos equipamentos.

obs
A minimização da corrente de falta fluindo pelo corpo (IC), quanto maior
for o valor da resistência de isolação do tapete, menor a resistência do
aterramento de proteção. Podemos concluir que o tapete é um complemento
da proteção por aterramento da carcaça.

92

riscos_eletricos.p65 92 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

Cones e bandeiras de sinalização

Fita de sinalização
características: fita plástica colorida em poliestileno, com listras laranja
e preta intercaladas.
Utilizada interna e externamente na sinalização, interdição, balisamento
ou demarcação em geral por indústrias, contrutoras, transportes, órgãos
públicos ou empresas que realizam trabalhos externos.
Leve, resistente, dobrável e de fácil instalação, é fornecida em rolo de
200 metros de comprimento e 70 mm de largura, podendo ser afixada em
cones e tripés.
Cores: laranja/preto

Cone em PVC para sinalização


características: utilizado para sinalizar, isolar, balizar ou interditar áreas
de tráfego ou serviços com extrema radidez e eficiência.
Fornecido em polietileno/PVC ou borracha, é altamente durável e
resistente a intempéries e maus-tratos.
Cores: laranja/branco.

Correntes para sinalização em ABS


Correntes de sinalização e isolamento em plástico ABS de alta durabi-
lidade, resistência mecânica e contra altas temperaturas. Excelente
para uso externo, não perdendo a cor ou descascando com a ação de
intempeéries. Fabricadas nos tamanhos pequeno e grande, nas cores
laranja, branco, ou as duas cores mescladas. Garantia contra defeitos
de fabricação de 15 anos. Indicadas para uso na construção, decora-
ção, isolamento e sinalização de áreas, nas mais diversas aplicações,
como em docas, ancoradouros, estacionamentos, rodovias, pedágios,
bancos, parques, shopping centers, supermercados, etc.

Materiais destinados a fazer a isolação de uma área onde estejam sendo executadas
intervenções.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Placas de sinalização

Bandeira com bastão Placas de sinalização

São utilizadas para sinalizar perigo (perigo de vida, etc.) e situação dos equipamentos
(equipamentos energizados, não manobre este equipamento sobre carga, etc.), visando
assim à proteção de pessoas que estiverem trabalhando no circuito e de pessoas que
venham a manobrar os sistemas elétricos.

Protetores isolantes de borracha ou PVC para redes elétricas

Anteparos destinados à proteção contra contatos acidentais em redes aéreas, são utiliza-
dos na execução de trabalhos próximos a ou em redes energizadas.

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Equipamentos de Proteção Individual

Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem


tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser adotados equi-
pamentos de proteção individual (EPIs) específicos e adequados às atividades desenvol-
vidas, em atendimento ao disposto na NR-6, a norma regulamentadora do Ministério do
Trabalho e Emprego relativa a esses equipamentos.

As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, considerando-se,


também, a condutibilidade, a inflamabilidade e as influências eletromagnéticas.

É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas

RISCOS ELÉTRICOS
proximidades, principalmente se forem metálicos ou que facilitem a condução de energia.

Todo EPI deve possuir um Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do
Trabalho e Emprego.

O EPI deve ser usado quando:

» não for possível eliminar o risco por outros meios;


» for necessário complementar a proteção coletiva;

Exemplos de EPIs

Óculos de segurança
Equipamento destinado à proteção contra elementos que venham a prejudicar a visão,
como, por exemplo, descargas elétricas.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Capacetes de segurança

Capacete Carneira Capacete de aba total

Equipamento destinado à proteção contra quedas de objetos e contatos acidentais com


as partes energizadas da instalação. O capacete para uso em serviços com eletricidade
deve ser da classe B (submetido a testes de rigidez dielétrica a 20 kV).

Luvas isolantes

Luvas de cobertura Luvas isolantes Bolsa em lona para Inflador de luvas


para AT e BT guardar luvas isolantes

obs
As luvas de cobertura devem ser utilizadas por cima das luvas isolantes.

96

riscos_eletricos.p65 96 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

Elas podem ser testadas com inflador de luvas para verificação da existência de furos,
e por injeção de tensão de testes.

As luvas isolantes apresentam identificação no punho, próximo da borda, marcada


de forma indelével, que contém informações importantes, como a tensão de uso, por
exemplo, nas cores correspondentes a cada uma das seis classes existentes.

Elas são classificadas pelo nível de tensão de trabalho e de teste, conforme tabela a seguir:

TABELA – CLASSES DE LUVAS ISOLANTES (NBR 10622/89)

CLASSE COR TENSÃO TENSÃO DE TENSÃO DE


DE USO (V) ENSAIO (V) PERFURAÇÃO (V)

00 bege 500 2 500 5 000


0 vermelha 1 000 5 000 6 000
1 branca 7 500 10 000 20 000
2 amarela 17 000 20 000 30 000
3 verde 26 500 30 000 40 000
4 laranja 36 000 40 000 50 000

Calçados (botinas, sem biqueira de aço)

Equipamento utilizado para minimizar as conseqüências de contatos com partes


energizadas, as botinas são selecionadas conforme o nível de tensão de isolação e
aplicabilidade (trabalhos em linhas energizadas ou não).

Devem ser acondicionadas em local apropriado, para a não perder suas características
de isolação.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Cinturão de segurança

Cinto de segurança abdominal

Trava-quedas

Cinto de segurança tipo pára-quedista

Equipamento destinado à proteção contra queda de pessoas, sendo obrigatória sua


utilização em trabalhos acima de 2 metros de altura. Pode ser basicamente de dois tipos:
abdominal e de três pontos (pára-quedista).

Para o tipo pára-quedista, podem ser utilizados trava-quedas instalados em cabos de aço
ou flexível fixados em estruturas a serem escaladas.

Protetores auriculares

Protetor auricular tipo concha Protetor auricular descartável

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RISCOS ELÉTRICOS

Equipamento destinado a minimizar as conseqüências de ruídos prejudiciais à audição.

Para trabalhos com eletricidade, devem ser utilizados protetores apropriados,


sem elementos metálicos.

Máscaras/respiradores
Equipamento destinado à utilização em áreas confinadas e sujeitas a emissão de gases
e poeiras.

Legislação específica
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) apresenta artigos específicos sobre os EPIs:

“Art. 166 – A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, Equipa-


mento de Proteção Individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação
e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.

“Art. 167 – O EPI só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certi-
ficado de Aprovação do Ministério do Trabalho.”

A Norma Regulamentadora nº 6, ao tratar dos equipamentos de proteção individual,


estabelece as obrigações do empregador:

a) adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;


b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
g) comunicar ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) qualquer
irregularidade observada.

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riscos_eletricos.p65 99 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Quanto ao EPI, o empregado deverá:

a) usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;


b) responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso.

Observação
O artigo 158 da CLT dispõe: “Constitui ato faltoso do empregado a
recusa do uso do EPI.”

Além dessas obrigações legais, todo EPI antes de sua utilização deve ser inspecionado
visualmente. Caso haja dúvidas sobre sua integridade, devem ser consultados suas
especificações técnicas ou o responsável pela área de segurança da empresa.

100

riscos_eletricos.p65 100 8/8/2005, 10:41


Normas Técnicas Brasileiras

Normas ABNT
No Brasil, as normas técnicas oficiais são aquelas desenvolvidas pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) e registradas no Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade
Industrial (INMETRO). Essas normas são o resultado de uma ampla discussão de profis-
sionais e instituições, organizados em grupos de estudos, comissões e comitês. A sigla
NBR que antecede o número de muitas normas significa Norma Brasileira Registrada.
A ABNT é a representante brasileira no sistema internacional de normalização, composto
de entidades nacionais, regionais e internacionais. Para atividades com eletricidade,

RISCOS ELÉTRICOS
há diversas normas, abrangendo quase todos os tipos de instalações e produtos.

a) NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão


A NBR 5410 é uma referência obrigatória quando se fala em segurança com
eletricidade. Ela apresenta todos os cálculos de dimensionamento de condutores
e dispositivos de proteção. Nela estão as diferentes formas de instalação e as
influências externas a serem consideradas em um projeto. Os aspectos de
segurança são apresentados de forma detalhada, incluindo o aterramento, a
proteção por dispositivos de corrente de fuga, de sobretensões e sobrecorrentes.
Os procedimentos para aceitação da instalação nova e para sua manutenção
também são apresentados na norma, incluindo etapas de inspeção visual e de
ensaios específicos.

b) NBR 14039 – Instalações Elétricas de Média Tensão, de 1,0 kV a 36,2 kV


A NBR 14039 abrange as instalações de consumidores, incluindo suas subestações,
dentro da faixa de tensão especificada. Ela não inclui as redes de distribuição das
empresas concessionárias de energia elétrica. Além de todas as prescrições técnicas
para dimensionamento dos componentes dessas instalações, a norma estabelece
critérios específicos de segurança para as subestações consumidoras, incluindo
acesso, parâmetros físicos e de infra-estrutura. Procedimentos de trabalho também
são objeto de atenção da referida norma que, a exemplo da NBR 5410, também
especifica as características de aceitação e manutenção dessas instalações.

riscos_eletricos.p65 101 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Existem muitas outras normas técnicas direcionadas às instalações elétricas, cabendo


aos profissionais conhecerem as prescrições que elas estabelecem, de acordo com o
tipo de instalação em que estão trabalhando. As normas a seguir relacionadas são boas
referências para consultas e seus títulos são auto-explicativos a respeito do seu escopo.
Muitas delas são complementos das prescrições gerais estabelecidas nas normas
técnicas de baixa e média tensão anteriormente citadas.

NBR 5418 – Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas


Fixa condições exigíveis para seleção e aplicação de equipamentos, projeto e montagem
de instalações elétricas em atmosferas explosivas por gás ou vapores inflamáveis.

NBR 5419 – Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas


Fixa as condições exigíveis ao projeto, instalação e manutenção de sistemas de proteção
contra descargas atmosféricas (SPDA) de estruturas, bem como de pessoas e instalações
no seu aspecto físico dentro do volume protegido.

NBR 6151 – Classificação dos Equipamentos Elétricos e Eletrônicos quanto à


proteção contra os choques elétricos
Classifica equipamentos elétricos e eletrônicos quanto à proteção contra os choques
elétricos em caso de falha da isolação.

NBR 6533 – Estabelecimento de Segurança aos efeitos da corrente elétrica percor-


rendo o corpo humano
Fixa condições exigíveis para o estabelecimento de prescrições de segurança, do ponto de
vista da engenharia quanto aos efeitos da corrente elétrica percorrendo o corpo humano.

NBR 13534 – Instalações Elétricas em Ambientes Assistenciais de Saúde – requi-


sitos para a segurança
Especifica condições exigíveis às instalações elétricas de estabelecimentos assistenciais
de saúde, a fim de garantir a segurança de pessoas (em particular de pacientes) e, onde
for o caso, de animais.

NBR 13570 – Instalações Elétricas em locais de afluência de público – requisitos


específicos
Fixa requisitos específicos exigíveis às instalações elétricas em locais de afluência de
público, a fim de garantir o seu funcionamento adequado, a segurança de pessoas e de
animais domésticos e a conservação dos bens.

Quando a utilização de um produto pode comprometer a segurança ou a saúde do con-


sumidor, o INMETRO ou outro órgão regulamentador pode tornar obrigatória a

102

riscos_eletricos.p65 102 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

Avaliação de Conformidade desse produto. Isso aumenta a confiança de que o produto


está de acordo com as Normas e com os Regulamentos Técnicos aplicáveis. Já existem
vários produtos cuja certificação é obrigatória, alguns deles apenas aguardando o prazo
limite para proibição de comercialização. Entre os produtos de certificação compulsória,
por exemplo, estão os plugues, tomadas, interruptores, disjuntores, equipamentos para
atmosferas explosivas, estabilizadores de tensão, entre outros.

Regulamentações do MTE
Os instrumentos jurídicos de proteção ao trabalhador têm sua origem na Constituição
Federal que, ao relacionar os direitos dos trabalhadores, incluiu entre eles a proteção de
sua saúde e segurança por meio de normas específicas. Coube ao Ministério do Trabalho
estabelecer essas regulamentações (Normas Regulamentadoras – NR) por intermédio da
Portaria nº 3.214/78. A partir de então, uma série de outras portarias foram editadas pelo
Ministério do Trabalho com o propósito de modificar ou acrescentar normas regulamen-
tadoras de proteção ao trabalhador, conhecidas pelas suas iniciais: NR. Sobre a segurança
em instalações e serviços em eletricidade, a referência é a NR-10, que estabelece as con-
dições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em
instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, execu-
ção, operação, manutenção, reforma e ampliação, em quaisquer das fases de geração,
transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica. A NR-10 exige também que
sejam observadas as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta destas, as normas técni-
cas internacionais. A fundamentação legal, que dá o embasamento jurídico à existência
desta NR, está nos artigos 179 a 181 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

Habilitação, qualificação, capacitação


e autorização dos profissionais
Entre as prescrições da NR-10 estão os critérios que devem atender os profissionais que
atuem em instalações elétricas, que considera:

Profissional qualificado aquele que comprovar conclusão de curso específico na área


elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino profissional legalmente habilitado
aquele previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe.

103

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes condições


simultaneamente:
a) seja treinado por profissional habilitado e autorizado;
b) trabalhe sob a responsabilidade de um profissional habilitado e autorizado.

São considerados autorizados os trabalhadores habilitados ou capacitados com anuên-


cia formal da empresa.

Todo profissional autorizado deve portar identificação visível e permanente contendo as


limitações e a abrangência de sua autorização.

Os profissionais autorizados a trabalhar em instalações elétricas devem ter essa condi-


ção consignada no sistema de registro de empregado da empresa.

Os profissionais e pessoas autorizadas a trabalhar em instalações elétricas devem apre-


sentar estado de saúde compatível com as atividades a serem desenvolvidas.

Os profissionais e pessoas autorizadas a trabalhar em instalações elétricas devem pos-


suir treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elétrica e
as principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas.

Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer alguma
das situações a seguir:

a) Troca de função ou mudança de empresa;


b) Retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior
a 3 meses;
c) Modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos
e/ou processos de trabalhos.

O trabalho em áreas classificadas deve ser precedido de treinamento específico de


acordo com o risco envolvido.

Os trabalhadores com atividades em proximidades de instalações elétricas devem ser


informados e possuir conhecimentos que permitam identificá-las, avaliar seus possíveis
riscos e adotar as precauções cabíveis.

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riscos_eletricos.p65 104 8/8/2005, 10:41


Rotinas de trabalho

Procedimentos de trabalho
Todos os serviços em instalações elétricas devem ser planejados, programados e reali-
zados em conformidade com procedimentos de trabalho específicos e adequados.

Os trabalhos em instalações elétricas devem ser precedidos de ordens de serviço


com especificação mínima do tipo de serviço, do local e dos procedimentos a
serem adotados.

Os procedimentos de trabalho devem conter instruções de segurança do trabalho,

RISCOS ELÉTRICOS
de forma a atender a esta NR.

As instruções de segurança do trabalho necessárias à realização dos serviços em eletrici-


dade devem conter, no mínimo, objetivo, campo de aplicação, base técnica, competência
e responsabilidades, disposições gerais, medidas de controle e orientações finais.

A autorização para serviços em instalações elétricas deve ser emitida por profissional
habilitado, com anuência formal da administração, devendo ser coordenada pela
área de segurança do trabalho, quando houver, de acordo com a Norma Regulamen-
tadora nº 4 – Serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina
do trabalho.

Na liberação de serviços em instalação desenergizada para equipamentos, circuitos


e intervenção, deve-se confirmar a desenergização do circuito/equipamento a ser
executada a intervenção (manutenção), seguindo os procedimentos:

a) Seccionamento – Confirmar se o circuito desligado é o alimentador do circuito


a ser executada a intervenção, mediante a verificação dos diagramas elétricos
e folha de procedimentos e a identificação do mesmo em campo.
b) Impedimento de reenergização – Verificar as medidas de impedimento de
reenergização aplicadas, que sejam compatíveis ao circuito em intervenção, como:
abertura de seccionadoras, retirada de fusíveis, afastamento de disjuntores de
barras, relés de bloqueio, travamento por chaves, utilização de cadeados.

riscos_eletricos.p65 105 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

c) Constatação da ausência de tensão – É feita no próprio ambiente de trabalho


através de: instrumentos de medições dos painéis (fixo) ou instrumentos
detectores de tensão (observar sempre a classe de tensão desses instrumentos),
verificar se os EPIs e EPCs necessários para o serviço estão dentro das normas
vigentes e se as pessoas envolvidas estão devidamente protegidas.
d) Instalação de aterramento temporário – Verificar a instalação do aterramento
temporário quanto à perfeita eqüipotencialização dos condutores do circuito ao
referencial de terra, com a ligação dos mesmos a esse referencial com
equipamentos apropriados.
e) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada –
Verificar a existência de equipamentos energizados nas proximidades do circuito
ou equipamento a sofrer intervenção, checando assim os procedimentos, materiais
e EPIs necessários para a execução dos trabalhos, obedecendo à tabela de zona de
risco e zona controlada. A proteção poderá ser feita por meio de obstáculos ou
barreiras, de acordo com a análise de risco.
f) Instalação da sinalização de impedimento de energização – Confirmar se foi
feita a instalação da sinalização em todos os equipamentos que podem vir a
energizar o circuito ou equipamento em intervenção. Na falta de sinalização de
todos os equipamentos, esta deve ser providenciada.

Exemplo de quadro com procedimentos a serem seguidos para a execução do trabalho:

106

riscos_eletricos.p65 106 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

O que fazer? Como fazer? Por que fazer? Observações

01 Atividades Elaborar roteiro de Para liberar de forma


preliminares manobras de liberação. segura os serviços.
Verificar os EPIs e
EPCs necessários.
Inspecionar
ferramental e
instrumental
necessários.
Identificar os Para garantir a
procedimentos eficiência dos mesmos.
técnicos para cada
tipo de serviço.
A supervisão irá Para que os serviços
definir os sejam executados de
trabalhadores forma padronizada.
habilitados para
execução da tarefa.
Debater com a Para manter todos
equipe as informados sobre
peculiaridades e o serviço.
todos os aspectos
de segurança
relativos ao serviço.
Analisar a Para melhor
documentação conhecimento do
técnica, tais como: sistema elétrico.
diagramas unifilar
e funcional,
interligações, etc.
Realizar uma análise Para minimizar e manter
de risco da tarefa, sob controle o potencial
observando toda de risco do serviço.
documentação
técnica e as
particularidades de
cada sistema elétrico.

107

riscos_eletricos.p65 107 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Liberação para serviços


Tendo como base os procedimentos já vistos anteriormente, o circuito ou equipamento
estará liberado para intervenção, sendo a liberação executada pelo técnico responsável
pela execução dos trabalhos.

Somente estarão liberados para a execução dos serviços os profissionais autorizados,


devidamente orientados e com equipamentos de proteção e ferramental apropriado.

O quadro a seguir exemplifica os procedimentos preliminares a serem seguidos para a


liberação do trabalho.

108

riscos_eletricos.p65 108 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

O que fazer? Como fazer? Por que fazer? Observações

02 Obter Analisar em conjunto com o Para eliminar ou Responsável pela


permissão de operador os riscos do serviço; minimizar a possibilidade PT deve ser
trabalho (PT) Verificar a análise de risco de acidente autorizado.
da tarefa; Certificar-se e/ou incidente.
da abrangência da PT.
Acompanhar ou executar Para ter conhecimento Seguir procedimentos
as manobras de da real condição do e observar riscos.
desenergização e liberação sistema elétrico.
dos serviços em
conformidade com o roteiro
previamente elaborado.
Identificar com o operador
os equipamentos e
sistema a ser trabalhado.
Sinalizar com fita de cor Para evitar enganos.
amarela a área onde
estão equipamentos
energizados vizinhos à
área do serviço.
Verificar com detector Para garantir a
de tensão a ausência ou integridade dos
não de potencial nos profissionais.
equipamentos e sistema
liberados.
Usar luvas e testar Para evitar manobras
o detector em indevidas.
circuito sabidamente
energizado.
Travar com cadeado
os equipamentos de
manobras pertencentes ao
sistema em serviço.
Aterrar o sistema/ Para proteger os Atenção para
equipamento liberado. executantes contra as alimentações
manobras indevidas de retorno.
e/ou induções.

109

riscos_eletricos.p65 109 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

O travamento é o próximo serviço. Veja os procedimentos para sua realização:

• seccionamento – onde chaves seccionadoras ou outros dispositivos de


isolamento são acionados para a desenergização dos circuitos;
• impedimento de reenergização – onde os bloqueios mecânicos, cadeados ou
outros equipamentos garantem a impossibilidade de reenergização dos circuitos,
o que fica facultado apenas ao responsável pelo bloqueio;
• constatação da ausência de tensão – onde os dispositivos de detecção de
tensão garantem a desenergização dos circuitos.
Exemplo de Instalação de aterramento temporário e eqüipotencialização (curto-circuito
das três fases ligadas ao aterramento).

Após o travamento deve-se sinalizar a área conforme os procedimentos apresenta-


dos no quadro:

110

riscos_eletricos.p65 110 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

O que fazer? Como fazer? Por que fazer? Observações

03 Durante a Avaliar os riscos e a Para evitar descargas Usar luvas de alta


execução sinalização. Quando da elétricas em outros tensão e descarregar
dos serviços. execução de testes com executantes. os equipamentos
potencial elevado, após os testes.
observar os procedimentos
operacionais para
cada teste.
Verificar as condições Para garantir sua Usar o detector
de segurança sempre própria integridade. de tensão.
que se ausentar do local
do trabalho e quando
for reiniciar o serviço.
Executar os serviços Para garantir qualidade
observando os e padronização.
procedimentos técnicos
operacionais.
O serviço somente Para se autopreservar.
deve ser iniciado após a
liberação da PT; Usar
ferramental adequado,
nunca improvisar;
Portar e usar os EPIs
recomendados.
Manter em local Para não executar
visível e de fácil acesso serviços com dúvida.
os diagramas unifilar e
funcional; Alterações na
seqüência ou nas
condições de segurança
do serviço devem ser
comunicadas ao
supervisor e, se
necessário, revisar a PT.
Conservar a distância Para garantir a barreira
de segurança das partes isolante do ar.
energizadas.

111

riscos_eletricos.p65 111 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Obs
A sinalização de impedimento de energização deve ser feita com eti-
quetas ou placas contendo avisos de proibição de religamento, tais como:
“Homens trabalhando no equipamento”, “Não ligue esta chave”, “Perigo de
morte”, “Alta-tensão”, etc.

Para concluir os serviços devem ser inspecionados as áreas, o ferramental e os equipa-


mentos, conforme o quadro:

112

riscos_eletricos.p65 112 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

O que fazer? Como fazer? Por que fazer? Observações

04 Conclusão Inspecionar os Para garantir


dos serviços. equipamentos e a condição
sistemas observando: operacional
condições de dos mesmos.
energização; cabos
bem conectados;
curtos-circuitos para
testes retirados;
sistemas de proteção
ativos; caixas de
conexões vedadas;
buchas e isoladores
limpos e sem avarias;
sistemas de refrigeração
desobstruídos;
ausência de
materiais/ferramentas
no interior dos
equipamentos.
Retirar todos os Para evitar
aterramentos curtos-circuitos.
provisórios
(na seqüência inversa
do aterramento);
Retirar sinalização e
fitas de isolamento
da área; Retirar
equipamentos e
materiais da área.
Acompanhar ou Para manter a área
executar as manobras limpa e em ordem.
de normalização do
sistema elétrico,
conforme roteiro
previamente
elaborado; Dar baixa
na PT.

113

riscos_eletricos.p65 113 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Após a conclusão dos serviços e com a autorização para reenergização do sistema, deve-se:

• Retirar todas as ferramentas, utensílios e equipamentos;


• Retirar todos os trabalhadores não envolvidos no processo
de reenergização da zona controlada;
• Remover o aterramento temporário da eqüipotencialização
e as proteções adicionais;
• Remover a sinalização de impedimento de energização;
• Destravar, se houver, e realizar os dispositivos de seccionamento.

Responsabilidades

Gerência imediata
• Instruir e esclarecer seus funcionários sobre as normas de segurança do trabalho
e sobre as precauções relativas às peculiaridades dos serviços executados em
estações.
• Fazer cumprir as normas de segurança do trabalho a que estão obrigados todos
os empregados, sem exceção.
• Designar somente pessoal devidamente habilitado para a execução de cada tarefa.
• Manter-se a par das alterações introduzidas nas normas de segurança do trabalho,
transmitindo-as a seus funcionários.
• Estudar as causas dos acidentes e incidentes ocorridos e fazer cumprir as medidas
que possam evitar sua repetição.
• Proibir a entrada de menores aprendizes em estações ou em áreas de risco.

Supervisores e encarregados
• Instruir adequadamente os funcionários com relação às normas de segurança
do trabalho.
• Certificar-se da colocação dos equipamentos de sinalização adequados antes
do início de execução dos serviços.

114

riscos_eletricos.p65 114 8/8/2005, 10:41


RISCOS ELÉTRICOS

• Orientar os integrantes de sua equipe quanto às características dos serviços a serem


executados e quanto às precauções a serem abservadas no seu desenvolvimento.
• Comunicar à gerência imediata irregularidades observadas no cumprimento das
normas de segurança do trabalho, inclusive quando ocorrerem fora de sua área
de serviço.
• Advertir pronta e adequadamente os funcionários sob sua responsabilidade,
quando deixarem de cumprir as normas de segurança do trabalho.
• Zelar pela conservação das ferramentas e dos equipamentos de segurança, assim
como pela sua correta utilização.
• Proibir que os integrantes de sua equipe utilizem ferramentas e equipamentos
inadequados ou defeituosos.
• Usar e exigir o uso de roupa adequada ao serviço.
• Manter-se a par das inovações introduzidas nas normas de segurança do trabalho,
transmitindo-as aos integrantes de sua equipe.
• Providenciar prontamente os primeiros socorros para os funcionários acidentados
e comunicar o acidente à gerência imediata, logo após sua ocorrência.
• Estudar as causas dos acidentes e incidentes ocorridos e fazer cumprir as medidas
que possam evitar sua repetição.
• Conservar o local de trabalho organizado e limpo.
• Cooperar com as CIPAs na sugestão de medidas de segurança do trabalho.
• Atribuir serviços somente a funcionários que estejam física e emocionalmente
capacitados a executá-los e distribuir as tarefas de acordo com a capacidade
técnica de cada um.
• Quando houver a interrupção dos serviços em execução, antes de seu reinício
devem ser tomadas precauções para verificação da segurança geral, como foi
feita antes do início do trabalho.

Empregados
• Observar as normas e preceitos relativos à segurança do trabalho e ao uso
correto dos equipamentos de segurança.
• Utilizar os equipamentos de proteção individual e coletiva.

115

riscos_eletricos.p65 115 8/8/2005, 10:41


• Alertar os companheiros de trabalho quando estes executarem os serviços de
maneira incorreta ou atos que possam gerar acidentes.
• Comunicar imediatamente ao seu superior e aos companheiros de trabalho
qualquer acidente, por mais insignificante que seja, ocorrido consigo, com
colegas ou terceiros, para que sejam tomadas as providências cabíveis.
• Avisar seu superior imediato quando, por motivo de saúde, não estiver em
condições de executar o serviço para o qual tenha sido designado.
• Observar a proibição da ocorrência de procedimentos que possam gerar riscos
de segurança.
• Não ingerir bebidas alcoólicas ou usar drogas antes do início, nos intervalos ou
durante a jornada de trabalho.
• Evitar brincadeiras em serviço.
• Não portar arma, excluindo-se os casos de empregados autorizados pela
Administração da Empresa, em razão das funções que desempenham.
• Não utilizar objetos metálicos de uso pessoal, tais como: anéis, correntes, relógios,
bota com biqueira de aço, isqueiros a gás, a fim de se evitar o agravamento das
lesões em caso de acidente elétrico.
• Não usar aparelhos sonoros.

Visitantes
O empregado encarregado de conduzir visitantes pelas instalações da empresa, deverá:

• Dar-lhes conhecimento das normas de segurança.


• Fazer com que se mantenham juntos.
• Alertar-lhes para que mantenham a distância adequada dos equipamentos,
não os tocando.
• Fornecer-lhes EPIs aplicáveis (capacetes, protetores auriculares, etc.).

riscos_eletricos.p65 116 8/8/2005, 10:41


Documentação de instalações elétricas

Todas as empresas estão obrigadas a manter diagramas unifilares das instalações


elétricas com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e
dispositivos de proteção.

Devem ser mantidos atualizados os diagramas unifilares das instalações elétricas com as
especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos
de proteção.

Os estabelecimentos com potência instalada igual ou superior a 75 kW devem cons-


tituir Prontuário de Instalações Elétricas, de forma a organizar o memorial contendo,

RISCOS ELÉTRICOS
no mínimo:

a) os diagramas unifilares, os sistemas de aterramento e as especificações dos


dispositivos de proteção das instalações elétricas;
b) o relatório de auditoria de conformidade à NR-10, com recomendações e
cronogramas de adequação, visando ao controle de riscos elétricos;
c) o conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de
segurança e saúde, implantadas e relacionadas à NR-10 e descrição das
medidas de controle existentes;
d) a documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra
descargas atmosféricas;
e) os equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental aplicáveis,
conforme determina a NR-10;
f) a documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,
autorização dos profissionais e dos treinamentos realizados;
g) as certificações de materiais e equipamentos utilizados em área classificada.

riscos_eletricos.p65 117 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

As empresas que operam em instalações ou com equipamentos integrantes do sistema


elétrico de potência ou nas suas proximidades devem acrescentar ao prontuário os
documentos relacionados anteriormente e os a seguir listados:

a) descrição dos procedimentos de ordem geral para contingências não previstas;


b) certificados dos equipamentos de proteção coletiva e individual.

O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e mantido pelo empre-


gador ou por pessoa formalmente designada pela empresa e permanecer à dispo-
sição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e serviço em eletricidade.

O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser revisado e atualizado sempre que


ocorrerem alterações nos sistemas elétricos.

Os documentos previstos no Prontuário de Instalações Elétricas devem ser elaborados


por profissionais legalmente habilitados.

No interior das subestações deverá estar disponível, em local acessível, um esquema


geral da instalação.

Toda a documentação deve ser em língua portuguesa, sendo permitido o uso de língua
estrangeira adicional.

118

riscos_eletricos.p65 118 8/8/2005, 10:41


Referências bibliográficas

ABNT. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão, 2004. 209 p.

ABNT. NBR 14039: Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 13,2 kV, 2003. 65 p.

ABNT. NBR 6533: Estabelecimento de segurança aos efeitos da corrente elétrica percor-
rendo o corpo humano.

ABNT. NBR 6146: Graus de proteção.

BLUMENSCHEIN, Quintiliano Avelar. Perigos da eletricidade. 1989.

RISCOS ELÉTRICOS
CENELEC. EN 50014: Electrial apparatus for potentially explosive atmospheres. General
requeriments.

CREDER, Hélio. Instalações elétricas. Rio de Janeiro: LTC Editora S.A., 2002.

ELETROPAULO. INO 056/85. São Paulo, 1985.

FERREIRA, Vitor Lúcio. Eletricidade industrial. Impress Gráfica, 2004.

FILHO, Silvério Visacro – Aterramentos elétricos.

HUBSCHER, J. Klave H. Curso elementar eletrotécnica. 1999.

IEC. Norma 60479: Efeitos de corrente elétrica no corpo humano.

KINDERMANN, Geraldo. Choque elétrico. Porto Alegre: Ed. Sagra Luzato, 2000.

LUNA, Aelfo Marques. Os perigos da eletricidade. Recife. CHESF/DC, 1987.

REIS, Jorge Santos; FREITAS, Roberto. Segurança e eletricidade. São Paulo: Fundacentro,
1980.

SENAI/DN. Manuais de segurança. Brasília, 1999.

SENAI/BA. Segurança em eletricidade. Salvador, 1999.

SOUZA, José Rubens Alves de. Guia da NBR 5410: Instalações elétricas em baixa tensão.
São Paulo: Eletricidade moderna, 2001.

riscos_eletricos.p65 119 8/8/2005, 10:41


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Endereços eletrônicos

www.ritzbrasil.com.br
www. fesp.com.br
www. carbografite.com.br
www. cemig.com.br
www.mte.gov.br
www.unesp.br
www.miomega.com.br
www.coltec.ufmg.br
www.ge.com.br
www.jakobi.com.br
www.3m.com.br

120

riscos_eletricos.p65 120 8/8/2005, 10:41


Prevenção de Incêndios

Departamento Regional de Rondônia


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煵楮瑡ⵦ敩牡Ⱐ㈸⁤攠摥穥浢牯⁤攠㈰〶‰㤺㌷㨰

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Medidas Elétricas

Federação das Indústrias do Estado de Rondônia


Presidente do Sistema FIERO/SESI/SENAI/IEL
Euzébio André Guareschi

Diretor Superintendente do SESI/RO


Valdemar Camata Junior

Diretor Regional do SENAI/RO


Vivaldo Matos Filho

Superintendente do Instituto Euvaldo Lodi - IEL/RO


Valdemar Camata Junior

Diretora da Escola Centro de Formação Profissional “Marechal Rondon”


Elsa Ronsoni Mendes Pereira

Dezembro
2006

SENAI - RO 1
FICHA CATALOGRÁFICA
S491c

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento


Nacional
Curso básico de segurança em instalações e serviços em
eletricidade : princípios básicos de prevenção de incêndios / SENAI.
DN. Brasília, 2005.

62 p. : il.

ISBN: 85-7519-153-5

1. Combustão 2. Incêndio I. Título


CDU: 343.76

prevencao_incendios.p65 4 2/8/2005, 02:27


UTILIZAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos nivelados em um


contexto nacional, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de
informações e construir links entre os diversos conhecimentos e competências, tão
importantes para sua formação profissional.

Além dos esforços e dedicação de todo o grupo do SENAI DR/RO na confecção


de material didático estamos também utilizando as obras divulgadas no site
www.senai.br/recursosdidaticos desenvolvidas por outros Departamentos Regionais,
reservados os direitos patrimoniais e intelectuais de seus autores nos termos da Lei nº.
9610, de 19/02/1998.

Tal utilização se deve ao fato de que tais obras vêm de encontro as nossas
necessidades, bem como têm a função de enriquecer a qualidade dos recursos didáticos
fornecidos aos nossos alunos como forma de aprimorar seus conhecimentos e
competências.

SENAI - RO 2

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煵楮瑡ⵦ敩牡Ⱐ㈸⁤攠摥穥浢牯⁤攠㈰〶‱〺ㄸ㨰
Sumário

Apresentação 7

Combustão 9
Tipos de combustão .................................................................................................................. 9

Química e física do fogo 11


Comburente ............................................................................................................................... 12
Material combustível ............................................................................................................... 13

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS


Fonte de ignição ....................................................................................................................... 13
Reação em cadeia ..................................................................................................................... 14

Formas de transmissão de calor 15


Condução .................................................................................................................................... 15
Convecção ................................................................................................................................... 15
Radiação ...................................................................................................................................... 16

Incêndios 17
Efeito térmico ............................................................................................................................. 17
Proteção ....................................................................................................................................... 17
Relatos de acidentes ................................................................................................................ 19

Métodos de extinção de incêndios 23


Resfriamento .............................................................................................................................. 23
Abafamento ................................................................................................................................ 23
Interferência na reação em cadeia ..................................................................................... 24
Isolamento .................................................................................................................................. 24

prevencao_incendios.p65 5 2/8/2005, 02:27


Classes de incêndio 25
Incêndios da Classe A .............................................................................................................. 25
Incêndios da Classe B .............................................................................................................. 25
Incêndios da Classe C .............................................................................................................. 25
Incêndios da Classe D .............................................................................................................. 26

Agentes extintores 27
Água .............................................................................................................................................. 27
Espuma ......................................................................................................................................... 35
Dióxido de carbono ................................................................................................................. 40
Pó químico .................................................................................................................................. 44

Sinalização, simbologia e localização dos extintores 53

Inspeção, manutenção e recarga dos extintores 57

Referências 61

prevencao_incendios.p65 6 2/8/2005, 02:27


Apresentação

O fogo quando controlado é gerador de energias e riquezas. Quando fora de controle é


causador de incêndios e destruições.

Na história do homem, o fogo aparece como elemento indispensável à sua sobrevivência


e ao seu progresso. É utilizado no preparo de alimentos, aquecimento de ambientes,
proteção, processos industriais, etc. Entretanto, o fogo tem sido responsável, também,
por sinistros, que vão de pequenos incêndios até devastações de cidades inteiras.

A expansão da indústria e o desenvolvimento de novos materiais incrementaram o risco


de ocorrência de incêndios e explosões. Isto foi decisivo para o desenvolvimento da

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS


ciência de proteção e combate ao fogo.

Hoje, é indispensável um acompanhamento constante do uso de novos materiais ou


novos processos industriais, no que se refere às suas características em relação ao risco
de incêndio, para que se possa eliminar as possibilidades de ocorrência de sinistros ou,
caso ocorram, estar pronto para combatê-los de maneira eficaz.

prevencao_incendios.p65 7 2/8/2005, 02:27


prevencao_incendios.p65 8 2/8/2005, 02:27
Combustão

Alguns conceitos são importantes de serem compreendidos, pois facilitarão seu apren-
dizado no momento de atuar na prevenção e combate a incêndios.

A combustão, ou simplesmente o fogo, é uma reação química de oxidação rápida e exo-


térmica, em que há geração de luz e calor. Para tanto, é necessária a combinação de
alguns elementos essenciais em condições apropriadas.

Os produtos mais comuns resultantes da combustão são o vapor d’água e o gás carbônico
(CO2), podendo também ser produzido dióxido de enxofre (SO2).

As chamas produzidas pela combustão formam um fluxo de gases ou vapores que quei-

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS


mam e emitem luz em decorrência da ação do calor sobre a substância combustível.

A oxidação lenta que ocorre com alguns materiais, como, por exemplo, a oxidação do
ferro (ferrugem), o amarelamento do papel, etc., não é considerada uma combustão.

Tipos de combustão

Combustão viva
É aquela que produz chama de imediato e sua temperatura se eleva rapidamente, como
o fogo produzido por líquidos inflamáveis (gasolina, removedor, tinta, etc.) ou por combus-
tíveis sólidos (linho, papel, etc.).

Combustão lenta
É aquela que não produz chama de imediato e a sua temperatura não se eleva
com rapidez.

prevencao_incendios.p65 9 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Combustão espontânea
Quando se produz a oxidação lenta de uma substância provocada por temperaturas
baixas, que demoram em produzir o ponto ou a temperatura de ignição. Exemplos:
estopa ou trapos, acumulados, embebidos em óleo; monte de feno úmido em fermen-
tação; fardo de estopa ou de algodão úmido; etc.

Combustão incompleta
Quando a combustão se produz com insuficiência de oxigênio. Ao dar-se este fenômeno,
primeiramente se reduz a velocidade da combustão e, ao ser atingido o ponto crítico do
teor de oxigênio, a chama se extingue.

A combustão incompleta é geralmente acompanhada de forte formação de fumaça.

10

prevencao_incendios.p65 10 2/8/2005, 02:27


Química e física do fogo

O conhecimento das condições que determinam a ocorrência ou não da oxidação de um


material é essencial para a compreensão dos princípios em que se baseia a ciência de
prevenção e combate a incêndios.

Como a combustão é uma reação química, são necessários, no mínimo, dois elementos
que reajam entre si, envolvidos por circunstâncias que favoreçam tal reação.

Para fins didáticos, utiliza-se a figura de um quadrado para representar os elementos


essenciais à ocorrência da combustão. Esta figura é denominada “Quadrado do Fogo”.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

O
Até alguns anos só eram considerados três elementos como influen-
tes na química do fogo: comburente, combustível e fonte de ignição, cons-
tituindo o conhecido “triângulo do fogo”. Com a aceitação da reação em
cadeia como elemento essencial à combustão, desenvolveu-se o conceito
do “quadrado do fogo”.

prevencao_incendios.p65 11 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Comburente
É qualquer substância que mantém uma combustão; no caso, é o gás que envolve
o combustível.

O comburente mais comum é o oxigênio, pois é o mais abundante. O ar é composto de


aproximadamente 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outros gases.

Para que haja combustão, é necessário que o oxigênio contido no ar atmosférico esteja na
concentração mínima de 13%. Abaixo dessa concentração, até atingir o limite mínimo de 6%,
não haverá mais chama, e a combustão de um material pode se manifestar de maneira lenta.

Observe na figura a concentração de oxigênio para que ocorra a combustão.

Conclusão
Certas substâncias químicas que facilmente liberam oxigênio em condi-
ções favoráveis, como o nitrato de sódio e o cloreto de potássio, são combu-
rentes. Alguns materiais combustíveis, como o plástico piroxilínico, contêm
oxigênio combinado nas suas moléculas, de tal forma que a combustão pode
ocorrer sem suprimento de fonte externa.

A combustão pode também ocorrer numa atmosfera de cloro, gás carbônico, nitrogênio.
Por exemplo: o pó de zircônio pode ser inflamado no gás carbônico.

12

prevencao_incendios.p65 12 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Material combustível
É toda e qualquer substância sólida, líquida ou gasosa que arde com formação de calor e
luminosidade, após atingir a temperatura de ignição.

A determinação se um material pode ou não ser oxidado depende da constituição quí-


mica dele. Entretanto, podemos dizer que qualquer material constituído primariamente
de carbono e hidrogênio pode ser oxidado.

Inflamabilidade/Explosividade
A inflamabilidade/explosividade é uma propriedade presente em alguns líquidos
combustíveis.

A distinção entre um líquido inflamável e um líquido apenas combustível reside na


facilidade do mesmo em liberar vapor. Porém, qualquer líquido combustível, suficien-
temente aquecido, torna-se inflamável. Tais líquidos combustíveis também se tornam
inflamáveis quando espalhados no ar, em finíssimas partículas (névoas), pois nessas
condições assemelham-se aos seus vapores, devido à grande área em contato com o ar.

Para que ocorra a combustão, é necessário que o combustível (vapores ou gases) e o


ar (oxigênio) se misturem em um percentual volumétrico adequado, na presença de
uma fonte de ignição.

Fonte de ignição
Fonte de ignição ou calor representa a energia térmica necessária para ativar a reação
química entre um material combustível e o oxigênio.

A exemplo do que ocorre com o combustível e com o comburente, o calor também precisa
estar presente em intensidade adequada para elevar a temperatura e iniciar a combustão.

Na transformação do combustível em fogo, devem-se considerar as seguintes temperaturas:

13

prevencao_incendios.p65 13 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Ponto de fulgor
É a temperatura mais baixa em que um combustível, geralmente líquido, começa a
desprender suficientes gases ou vapores para formar uma mistura inflamável com o
ar atmosférico, junto à superfície do combustível, que se incendeia ao entrar em
contato com uma centelha ou uma chama.

Ponto de combustão
É a temperatura mínima na qual os vapores desprendidos dos corpos combustíveis,
ao terem contato com uma fonte externa de calor, entram em combustão e continu-
am a queimar.

Ponto de auto-ignição
É a temperatura mínima na qual os gases desprendidos dos combustíveis entram em
combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer outra
fonte de calor.

Reação em cadeia
As reações químicas que ocorrem quando as moléculas iniciais de um combustível,
ao se combinarem com o oxigênio, oxidam-se numa série de etapas intermediárias
sucessivas até que sejam atingidos os produtos finais da combustão são denominadas
“Reação em Cadeia”.

Em cada etapa formam-se moléculas instáveis, denominadas “Radicais Livres”, cuja


duração é muito curta. A formação e a extinção quase que simultânea de tais radicais
representam a duração da chama. A reação destes radicais com as moléculas do com-
bustível produz o calor que sustenta a reação de combustão, ativando a reação entre o
combustível e o oxigênio que estão disponíveis.

14

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Formas de transmissão de calor

O conhecimento das formas de transmissão do calor é importante tanto na prevenção


como no combate ao incêndio.

O calor é transmitido de um corpo para outro por condução, convecção e radiação.

Condução
É o processo pelo qual o calor se transmite diretamente de uma matéria para outra e de uma

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS


molécula para outra, isto é, sem intervalos entre os corpos; por exemplo, a transmissão do calor
em barras ou objetos metálicos com uma de suas partes em contato com uma fonte de calor.

A transmissão do calor não pode ser interrompida completamente por nenhum material
de “isolamento térmico”. Nesta conexão, o fluxo do calor não é similar ao fluxo da água,
o qual pode ser interrompido com uma barreira sólida. Os materiais de isolamento de
calor têm baixa condutividade térmica, sendo que o calor os atravessa lentamente,
porém, volume algum de material isolante pode realmente obstaculizar seu fluxo.
Este fato deve ser levado em conta ao se projetar meios de proteção para o calor de
estufas, tubos aquecidos ou outras fontes que possam inflamar materiais combustíveis
que se encontrem nas proximidades. Por este motivo, deve haver sempre um espaço
ocupado pelo ar ou outra maneira de conduzir o calor para fora (por convecção).

O ar é um dos piores condutores de calor. A condução de calor no ar é inversamente


proporcional ao quadrado da distância entre o corpo quente e o frio.

Convecção
É o processo de transmissão de calor característico dos fluidos (líquidos e gases). Quando
aquecidos, esses fluidos têm suas densidades diminuídas, ficam mais leves, e movimen-
tando-se no sentido ascendente provocam o que chamamos de corrente de convecção.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Tais correntes, nos incêndios de combustíveis sólidos (madeira, papel, tecidos, etc.),
deslocam as partículas incandescentes a grandes distâncias. Essas partículas poderão
causar ignição em outros combustíveis.

Em edifícios, comumente, este fenômeno se dá através do poço dos elevadores ou vão


de escadas, atingindo andares acima do local onde está lavrando o incêndio.

Radiação
Radiação ou irradiação é a forma de transmissão de calor por meio de ondas de energia
térmica que se deslocam através do ar. A energia é transmitida na velocidade da luz, e ao
encontrar um corpo, as ondas são absorvidas; por exemplo: o calor do Sol é transmitido
através do espaço até alcançar a Terra, quando é absorvido.

O calor radiante é transmitido em linha reta e em todos os sentidos até encontrar um obs-
táculo, quando será absorvido e começará a se propagar por condução; se a superfície do
obstáculo for brilhante, será refletido. A intensidade do calor radiante é proporcional à
temperatura do foco e diminui com a distância.

Con
Observe o esquema das características do fogo:

16

prevencao_incendios.p65 16 2/8/2005, 02:27


Incêndios

Efeito térmico
A corrente de curto-circuito provocará o aquecimento dos condutores percorridos, se não
for rapidamente suprimida por meio de equipamentos de atuação rápida de proteção.

Quando as correntes que fluem pelos condutores são de curta duração (1 a 5 segundos),
admite-se que o aquecimento é adiabático, isto é, todo o calor é utilizado no aquecimento
dos condutores.

Esses aquecimentos podem representar uma redução de resistência mecânica dos con-

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS


dutores e se eles forem isolados, a destruição do material isolante com risco de incêndio.

Os disjuntores ao interromperem a corrente de curto-circuito limitam a energia que provo-


caria aquecimento exagerado de condutores e de seus isolamentos.

Quando o disjuntor é limitador, essa redução é muito grande, permitindo um dimensiona-


mento bem menos generoso dos condutores, barramentos e equipamentos.

Em geral, se o barramento suporta os outros dois esforços, será naturalmente satisfeita


esta solicitação.

A corrente de curto-circuito resumida, a considerar para efeito de proteção da Central


Elétrica de Proteção, é a que é disponível na alimentação.

Proteção
Os componentes elétricos não devem apresentar perigo de incêndio para os equipa-
mentos vizinhos.

Os componentes fixos cujas superfícies externas possam atingir temperaturas que ve-
nham causar perigo de incêndio a materiais adjacentes devem:

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

• ser montados sobre materiais ou contidos no interior de materiais que


suportem tais temperatura; ou
• ser separados dos elementos da construção do prédio por materiais que
suportem tais temperaturas e sejam de baixa condutância térmica; ou
• ser montados de forma a permitir a dissipação segura do calor, a uma
distância segura de qualquer material em que tais temperaturas possam
ter efeitos térmicos prejudiciais, sendo que qualquer meio de suporte
deverá ser de baixa condutância térmica.

Quando em serviço normal um componente instalado de modo permanente puder emitir


arcos ou fagulhas, este deve:

• ser totalmente envolvido por material resistente a arcos; ou


• ser separado por materiais resistentes a arcos, de elementos de construção do
prédio nos quais os arcos possam ter efeitos térmicos prejudiciais; ou
• ser montado de modo a permitir a segura extinção do arco a uma distância
suficiente dos elementos do prédio nos quais os arcos possam ter efeitos
térmicos prejudiciais.

Os componentes fixos que apresentem efeitos de focalização ou concentração de calor


devem estar a uma distância suficiente de qualquer objetivo fixo ou elemento do prédio,
de modo a não submetê-lo, em condições normais, à elevação perigosa da temperatura.

Quando em um local forem usados equipamentos elétricos contendo líquidos inflamá-


veis em quantidade elevada (por exemplo: transformadores e disjuntores a óleo mineral),
devem ser tomadas precauções para evitar que o líquido inflamável e os produtos da com-
bustão do líquido (chamas, fumos, gases tóxicos) se espalhem para outras partes do
prédio. São exemplos de tais precauções:

• construção de fosso de drenagem, para coletar vazamento de líquidos


e assegurar a extinção de chamas, na eventualidade de incêndio;
• instalação do equipamento de uma câmara com resistência ao fogo adequada
e previsão de peitoris ou outros meios para evitar que o líquido inflamável
se espalhe para outras partes do prédio, sendo esta câmara ventilada apenas
por atmosfera externa.

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prevencao_incendios.p65 18 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Observações
• Para quantidades líquidas a 25 litros, é suficiente uma providência
que evite vazamento do líquido. É conveniente que o fornecimento
de energia seja imediatamente interrompido quando houver ocor-
rência de incêndio.

• As instalações que contenham 100 litros ou mais de líquido isolante


devem ser providas de tanque de contenção.

Os materiais dos invólucros colocados em torno dos componentes elétricos durante


a instalação devem suportar a maior temperatura suscetível de ser produzida pelo
componente. Materiais combustíveis não são adequados para construção destes
invólucros, a menos que sejam tomadas medidas preventivas contra a ignição, tais
como revestimento com material não combustível ou de combustão difícil e de bai-
xa condutância térmica.

Relatos de acidentes

Bombeiros controlam princípio de incêndio na Câmara


Estado de São Paulo – 9/10/2003

Brasília – O Corpo de Bombeiros controlou há pouco um princípio de


incêndio no anexo 2 da Câmara dos Deputados, na ala da biblioteca, em
Brasília. Segundo a Globo News, funcionários ouviram um estrondo e depois
as luzes se apagaram. Há bastante fumaça no local. A causa do acidente
ainda não é conhecida, mas a suspeita é de que tenha havido um curto-circuito.
O princípio de incêndio levou a presidência da Casa a determinar a
suspensão de todos os trabalhos das comissões previstos para esta manhã.
Entre as atividades suspensas está a exposição do presidente da Eletro-
brás, Luiz Pinguelli Rosa, à comissão de Minas e Energia. O evento estava
agendado para as 10 horas e teria por objetivo a venda da Cemar, distribui-
dora de eletricidade do Maranhão, que está sob intervenção da Aneel.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Segundo a segurança da Câmara, por volta das 8 horas foi detectado o


superaquecimento na caixa de disjuntores localizada no subsolo da bibliote-
ca da Câmara. A energia da área foi desligada e os bombeiros da Casa
controlaram o problema. Apesar da fumaça causada pelo superaquecimen-
to dos cabos, a segurança afirma que não houve propagação de chamas e
nem feridos. A ala das comissões fica no mesmo bloco da biblioteca.

Incêndio assusta foliões no centro


O Globo – 22/2/2004

Curto-circuito em sistema de ar condicionado foi a causa das chamas

Um curto-circuito num ventilador da torre de ar condicionado provocou


um incêndio ontem no prédio 147 da Avenida Rio Branco, no Centro, que
estava interditada ao trânsito por causa do carnaval. O fogo, que começou
por volta de 13 horas, espalhou uma nuvem de fumaça densa e escura, que
podia ser vista da Cinelândia, assustando foliões que se divertiam em
blocos carnavalescos. As chamas atingiram apenas a torre de ar condicio-
nado, que fica no telhado do edifício de 22 andares.
Segundo o administrador do prédio, Sebastião de Souza Gonçalves, de
62 anos, o fogo não se propagou graças à ação rápida dos bombeiros.
No momento do incêndio, três operários faziam a manutenção do sistema de
ar condicionado, em outro ponto do edifício, mas não se feriram. Sebastião
disse que o incêndio não teve ligação com o serviço.
O porteiro do prédio, Wilson Júnior, de 29 anos, sofreu escoriações
leves quando algumas pessoas, na pressa de alertá-lo para o problema,
acabaram quebrando o vidro da portaria no exato momento em que ele se
preparava para sair. Ele cortou a mão com os estilhaços e foi atendido
numa ambulância do Corpo de Bombeiros.
Ao chegarem ao local, bombeiros do Quartel Central fizeram um cordão
de isolamento em torno do edifício para garantir a segurança das pessoas.
Em pouco tempo, a situação já estava controlada.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Segurança hospitalar – princípio de incêndio paralisa hospital no Rio


Globo On – 9/6/2004

Princípio de incêndio no Hospital de Ipanema faz direção suspender cirurgias

Rio – A Secretaria Municipal de Saúde divulgou uma nota oficial confir-


mando um princípio de incêndio provocado por curto-circuito em um trans-
formador que atingiu uma das alas do centro cirúrgico do Hospital Municipal
de Ipanema.
A ala estava interditada para reformas e, segundo a secretaria, o aci-
dente não gerou transtornos para pacientes e funcionários. Ainda segundo a
nota, os bombeiros controlaram rapidamente o princípio de incêndio e já
liberaram o local após inspeção nas instalações.
Por precaução, de acordo com a secretaria, a direção adiou a realiza-
ção de cirurgias até que técnicos da Rio-Urbe façam outra verificação nas
instalações elétricas do centro cirúrgico. A previsão é de que as cirurgias
sejam normalizadas até quarta-feira, dia 16.

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prevencao_incendios.p65 22 2/8/2005, 02:27
Métodos de extinção de incêndios

A combustão só existirá quando estiverem presentes os seus elementos essenciais,


ou seja, quando estiver formado o “quadrado do fogo”. Portanto, é com base nesse
conhecimento que foram desenvolvidos os métodos de combate às chamas, pois
para extingui-las basta desfazer esse quadrado, isto é, remover um dos seus lados.

Assim sendo, existem quatro métodos básicos para a extinção de um incêndio.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS


Resfriamento
É o método de extinção mais conhecido e consiste em diminuir a temperatura do
material em chamas até que esta se situe abaixo do ponto de combustão, quando
não mais haverá o desprendimento de vapores na quantidade necessária para
sustentar a combustão.

Abafamento

É o método de extinção que consiste em


reduzir a concentração do oxigênio presente no
ar, situado acima da superfície do combustível.

Segundo experiências realizadas em laborató-


rio, verificou-se que em relação a líquidos e
gases as chamas existem somente em ambien-
tes com mais de 13% de oxigênio. Qualquer
meio de abafamento que consiga reduzir a
porcentagem de oxigênio abaixo desse valor terá sucesso na extinção.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Para sólidos, a combustão pode continuar ocorrendo abaixo dos 13%, lentamente, sem
chamas, e assim permanecerá até que a concentração de oxigênio atinja 6%, quando
nenhuma forma de combustão existirá.

Interferência na reação em cadeia

É o método também conhecido como extinção


química, em que o agente extintor evita a reação
das substâncias geradas durante a combustão.
Essas substâncias, conhecidas como produtos
intermediários, são responsáveis pela continuidade
da combustão.

Isolamento (remoção do combustível)

A retirada do material ou controle do combustível


é o método de extinção mais simples na sua reali-
zação, pois não exige aparelhos especializados.
Consiste na retirada, diminuição ou interrupção,
com suficiente margem de segurança, dos materiais
combustíveis que alimentam o fogo e daqueles
ainda não atingidos por este. Como exemplo do
emprego deste tipo de extinção citamos o “aceiro”,
praticado nos casos de incêndios em matas, flores-
tas e campos, que interrompe a continuidade do
fogo, facilitando o seu domínio.

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prevencao_incendios.p65 24 2/8/2005, 02:27


Classes de incêndio

Para fins didáticos e para facilitar os estudos de prevenção e combate a incêndios, consi-
dera-se a existência de quatro classes gerais de incêndios: A, B, C e D.

Incêndios da Classe A
São os que ocorrem em materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em
sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos. Ex.: tecidos, madeira, papel, fibra, etc.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS


Necessitam, para sua extinção, do efeito do resfriamento, isto é, a água ou as soluções
que a contenham em grande proporção, a fim de reduzir a temperatura do material em
combustão abaixo do seu ponto de ignição.

Incêndios da Classe B
São os que ocorrem em produtos considerados inflamáveis, que queimam somente em
sua superfície, não deixando resíduos. Ex.: óleos, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc.

Exigem para sua extinção o princípio do abafamento, que isola o material combustível
do ar, ou o princípio da interferência na reação em cadeia.

Incêndios da Classe C
São os que ocorrem em equipamentos elétricos energizados. Ex.: motores, transforma-
dores, quadros de distribuição, fios, etc.

Exigem para sua extinção um agente extintor não condutor de eletricidade.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Incêndios da Classe D
São os que ocorrem em metais pirofóricos (magnésio, selênio, antimônio, lítio, cádmio,
potássio, zinco, titânio, sódio e zircônio) e que exigem para sua extinção agentes extinto-
res especiais. Estes tais agentes se fundem em contato com o metal combustível, for-
mando uma capa que os isola do ar atmosférico, interrompendo a combustão.

Observação
Verifica-se que os incêndios das Classes A e B se caracterizam pelo
modo como queimam; os incêndios da Classe C, pelo risco de vida que pode
oferecer ao operador.

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prevencao_incendios.p65 26 2/8/2005, 02:27


Agentes extintores

São denominados Agentes Extintores os produtos utilizados na extinção e prevenção de


incêndios. São utilizados através de equipamentos especializados ou instalações
adequadas, cuja finalidade é proporcionar a projeção dos agentes contra o fogo.
A projeção dos agentes é feita por meio de um jato proveniente do equipamento ou
instalação que os empregam, com a finalidade de:

• Proteger o operador, mantendo-o à distância do foco.


• Alcançar o fogo nas mais desfavoráveis condições.
• Facilitar a distribuição gradativa e propícia do agente.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS


• Propiciar a penetração do agente no foco propriamente dito.
Os agentes extintores são utilizados por equipamentos e instalações de combate
a incêndio – extintores portáteis, ou carretas e instalações fixas automáticas ou
sob comando.

Água
A água é a substância mais difundida na natureza; é o agente extintor mais antigo e mais
utilizado. Estudaremos suas características físicas relativas à ação extintora, bem como
suas limitações e, especialmente, suas diversas maneiras de extinguir o fogo, através das
ações de resfriamento, abafamento, emulsificação e diluição.

Propriedades
No seu estado normal a água é líquida; pode ser congelada, solidificando-se a 0oC,
transformando-se em gelo. Pode ainda vaporizar-se, através da ebulição, quando sua
temperatura atinge 100oC, transformando-se em vapor, isto nas condições normais e
ao nível do mar, pois as temperaturas citadas variam com a altitude (pressão).

prevencao_incendios.p65 27 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Este grande volume de vapor desloca, quando se forma, igual volume de ar que envolve
o fogo em suas proximidades, reduzindo, portanto, o oxigênio necessário à combustão.
Como agente extintor, a água age principalmente por resfriamento e por abafamento.

Condutividade elétrica da água


A água no estado natural contém impurezas que a tornam condutora.

Existem técnicas especiais, utilizadas por bombeiros experientes, que possibilitam o


uso deste agente em equipamentos elétricos energizados, reduzindo o perigo de
choque elétrico.

Extintor com carga d’água


Os extintores com carga d’água são classificados quanto ao uso e ao tipo.

Quanto ao uso:

• Portáteis (massa de até 20 kg);


• Não-portáteis (massa acima de 20 kg).

Quanto ao tipo:

• Pressurização direta
Comercialmente é denominado Extintor ÁGUA PRESSURIZADA. Nele o gás
expelente já se encontra pressurizado, junto com a água, dentro do recipiente.
Sua descarga é controlada.
• Pressurização indireta
Comercialmente é denominado Extintor ÁGUA-GÁS. A pressurização só é feita
por ocasião do uso, através de um gás contido em ampola instalada dentro ou
fora do recipiente. A descarga pode ser controlada (por meio de gatilho) ou
sem controle.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Antes de estudar como operar o extintor, é importante conhecer suas partes e subpartes.
Vejamos o tipo água-gás com cilindro interno e dispositivo para descarga controlada.

PARTE N SUBPARTES N

Recipiente 1 Colar 1.1


Decalco c/ legenda 1.2
Numeração 1.3
Suporte do esguicho 1.4
Etiqueta indicativa da operação 1.5
Dispositivo para 2 Alça para transporte com gatilho 2.1
acionamento Pino de segurança 2.2
e descarga Tubo sifão 2.3
Tubo pressurizador 2.4
Mangueira com esguicho 2.5
Tampa 2.6
Gatilho 2.7
Cilindro de gás 3

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Observe atentamente como operar o extintor do tipo água-gás com cilindro interno e
dispositivo para descarga controlada.

1. Levar o extintor ao local 2. Retirar o pino de segurança.


do fogo e colocar-se a uma
distância segura.

3. Empunhar a
mangueira e
atacar o fogo,
dirigindo o jato
para a base
das chamas.
Controlar a
descarga
dos jatos.

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prevencao_incendios.p65 30 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Conheça o extintor do tipo água-gás com cilindro externo, sem dispositivo para
descarga controlada e logo depois como operá-lo.

PARTE N SUBPARTES N

Recipiente 1 Tubo sifão 1.1


Mangueira 2 Esguicho 2.1
Cilindro de gás 3

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prevencao_incendios.p65 31 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

1. Levar o extintor ao local 2. Abrir a válvula do cilindro de gás.


do fogo e colocar-se a uma
distância segura.

3. Empunhar a
mangueira com
o esguicho e atacar
o fogo, dirigindo o
jato para a base
das chamas.

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prevencao_incendios.p65 32 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Nota
Este extintor não é mais fabricado, porém ainda é encontrado em algu-
mas empresas.

Agora observe as partes, subpartes e a operação do extintor tipo água pressurizada.

PARTE N SUBPARTES N

Recipiente 1
Dispositivo para Alça para
acionamento e descarga 2 transporte 2.1
Manômetro 2.2
Gatilho 2.3
Tubo sifão 2.4
Mangueira com esguicho 2.5

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prevencao_incendios.p65 33 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

1. Levar o extintor ao local 2. Empunhar a mangueira.


do fogo e colocar-se a uma
distância segura.

3. Atacar o fogo,
dirigindo o jato
para a base das
chamas.

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prevencao_incendios.p65 34 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

ATENÇÃO !
A manutenção do extintor é importante, pois quando precisar usá-lo,
este estará em perfeito funcionamento. Para isso, é necessário:
• revisar e testar hidrostaticamente a cada 5 anos;
• trocar o agente ao final de 1 ano de uso; e
• verificar o peso da ampola do gás expelente a cada
6 meses, no extintor de pressão indireta.

Nota
Leia e consulte sempre que necessário a norma ABNT - NBR 11715 –
“Extintores de incêndio com carga d’água”.

Espuma
A espuma para combate a incêndio é formada pela mistura de água, líquido gerador de
espuma (LGE) e ar.

A espuma deve possuir baixa densidade, para que flutue sobre os líquidos inflamá-
veis. Para que isso seja possível, a solução água/LGE deve incorporar grande quanti-
dade de ar, expandindo a solução em pelo menos 5 vezes. Uma espuma de boa
qualidade expande em torno de 9 vezes o volume original da solução água/LGE (do-
sagem de 6%). Isso possibilita a formação de um “colchão” sobre a superfície do lí-
quido, impedindo a passagem dos vapores aquecidos e isolando-a do contato com
o ar, por algum tempo após a sua aplicação. Assim, concluímos que a principal ação
extintora é o abafamento. Porém, em função da liberação da água, atua também por
resfriamento.

A liberação de água, no entanto, não pode ser muito rápida, senão o “colchão” será
logo destruído. Para evitar que isso ocorra, um outro parâmetro, além da expansão, é
controlado – o tempo de drenagem da água contida na espuma. Uma espuma de
boa qualidade, com uma dosagem de 6% de LGE, apresenta um tempo de cerca de
15 minutos para drenar 25% do volume de água contido no “colchão”.

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prevencao_incendios.p65 35 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Outro parâmetro importante é quanto à capacidade da espuma de se reconstituir, caso


parte da área do “colchão” seja destruída.

A dosagem de LGE na espuma varia conforme os produtos. Para os derivados do


petróleo, uma dosagem de 3% (97 partes de água + 3 partes de LGE) é suficiente para
a extinção do incêndio. Para o álcool e outros solventes polares, é necessária uma
dosagem de 6% de LGE.

No caso da gasolina C, que contém álcool, a dosagem deve ser 6%.

A espuma não é apropriada para incêndios em gases. Nos incêndios da Classe A,


apresenta relativa eficiência, sendo superior ao PQS e ao CO2, porém inferior à água.

Por conduzir a eletricidade, não deve ser utilizada em incêndios da Classe C.

Extintor com carga para espuma mecânica


Os extintores com carga de espuma mecânica são classificados quanto ao uso e ao tipo.

Quanto ao uso:

• Portáteis (massa de até 20 kg);


• Não-portáteis (massa acima de 20 kg):
» Estacionários;
» Sobre rodas.

Quanto ao tipo:

• Pressurização direta;
• Pressurização indireta.

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prevencao_incendios.p65 36 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Veja as partes, subpartes e como operar o extintor tipo pressurização direta.

PARTE N SUBPARTES N

Recipiente 1
Dispositivo para Alça para
acionamento e descarga 2 transporte 2.1
Manômetro 2.2
Gatilho 2.3
Tubo sifão 2.4
Mangueira com difusor 2.5

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prevencao_incendios.p65 37 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

1. Levar o extintor ao local 2. Empunhar a mangueira.


do fogo e colocar-se a uma
distância segura.

3. Atacar o fogo,
dirigindo o jato
para a base
das chamas.

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prevencao_incendios.p65 38 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

ATENÇÃO !
Para manter o extintor em perfeito estado de funcionamento, é preciso
que este:
• a cada 5 anos sofra um teste hidrostático em firma idônea;
• a cada 12 meses seja descarregado e carregado novamente;
• semanalmente sofra inspeção visual e que o bico do jato seja
desobstruído ou desentupido, se for o caso.

Nota
Leia e consulte a norma ABNT - NBR 11751/EB 1004 – “Extintores de
incêndio com carga para espuma mecânica”.

Obse
Desde 10 de janeiro de 1990 vigora a determinação da Comissão Brasi-
leira de Proteção contra Incêndio da ABNT que extinguiu as normas EB-17 e
EB-52 relativas, respectivamente, a extintores de incêndio tipo soda-ácido
(espuma química) e carga líquida sobre rodas.

Os aparelhos antigos e em funcionamento, entretanto, continuam sendo recarregados


e vistoriados até que sejam reprovados em ensaios ou impossibilitados de funcionar
por falta de peças.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Dióxido de carbono (CO2)


O dióxido de carbono ou gás carbônico vem sendo utilizado há muitos anos para a extin-
ção de incêndios em líquidos inflamáveis, gases e em equipamento elétrico energizado.
Com menos freqüência, no combate a incêndios em materiais combustíveis ordinários como
papéis, tecidos e outros materiais. Tem por fórmula química CO2. É um gás mais pesado que
o ar; à temperatura e pressão normais é um gás inerte, sem cheiro, sem cor, não condutor de
eletricidade. É armazenado, na forma líquida, a uma pressão de 126 dgf/cm2 (1850 PSI), em
cilindros especiais de aço. Quando aliviado da compressão, o líquido se vaporiza e sua rápida
expansão baixa violentamente a temperatura, que alcança -78oC, e parte do gás se solidi-
fica em pequenas partículas, formando uma neve carbônica conhecida como “gelo-seco”.

O gás carbônico deve ser usado para a extinção de incêndios especiais, em que é exigido
um agente extintor não condutor de eletricidade que não deixe resíduos.

A aplicação do CO2 é feita através de extintores portáteis, carretas e instalações fixas.

O CO2 é um produto comercial muito utilizado, com inúmeros usos. Por exemplo: é usado
nas indústrias de bebidas, pois produz a efervescência dos refrigerantes comuns.

Densidade
A densidade relativa do gás carbônico, comparada com a do ar a 0oC e 1 atmosfera
de pressão, é cerca de 1,5 vez mais pesada que o ar. Essa é uma característica impor-
tante para suas propriedades de agente extintor capacitado a substituir o ar acima
da superfície em combustão, mantendo uma atmosfera abafadora.

Toxicidade
O CO2 não é tóxico, embora possa causar inconsciência e morte, quando presente em
concentrações necessárias para a extinção de incêndios, se utilizado em ambiente fechado.
Isso ocorrerá pela falta de oxigênio no ar, que é retirado pelo CO2.

Numa concentração de 9%, a maioria das pessoas pode resistir por alguns minutos, sem
perda da consciência. A exposição a concentrações mais altas pode tornar uma pessoa
incapacitada quase que imediatamente. Em recintos de área reduzida, protegidos por CO2,
uma pessoa presente no momento em que se inicie uma descarga de gás provavelmente
não terá dificuldade em abandonar o local, antes que a concentração crítica seja alcançada.

40

prevencao_incendios.p65 40 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Portanto, podemos concluir que o CO2 não é um gás venenoso, mas um gás sufocante.
Fisiologicamente, é necessário em pequenas quantidades para o estímulo da respiração.
Deposita-se em locais baixos, prejudica a visibilidade quando em ação. Pessoas desacor-
dadas em atmosfera de CO2 devem ser imediatamente removidas para onde exista ar puro.

Propriedades extintoras
Esse agente extintor age pela redução da concentração de oxigênio ou pela diminuição
dos produtos gasosos de um combustível na atmosfera, a um ponto tal que torne a
combustão impossível.

Como agente extintor, tem inúmeras qualidades: não é corrosivo, não produz estragos,
não deixa resíduos, fornece sua própria pressão para funcionamento dos extintores. Como
gás, penetra e se espalha por todos os lados. Não conduz eletricidade, por isso pode ser
usado com segurança em equipamento elétrico energizado.

Extinção por abafamento


Um quilograma de CO2 líquido, a 0oC e à pressão atmosférica, libera em torno de 500 L de
gás. Quando liberado sobre um material que queima, envolve-o e dispersa o oxigênio a
uma concentração que não mantém a combustão.

Extintor de CO2
Os extintores deste tipo são empregados para extinguir pequenos focos de incêndios
das Classes B e C (combustíveis líquidos e equipamentos elétricos).

Quando o aparelho é acionado, o CO2 se expande formando uma nuvem que abafa e resfria.

Devido a sua capacidade não condutora, o CO2 é muito indicado para a cobertura de
riscos onde existem equipamentos elétricos.

O alcance do jato de gás varia de 1 a 2,5 metros, dependendo da capacidade dos extintores.

Os aparelhos carregados com CO2 devem ser instalados de modo que seu emprego seja
o mais fácil possível, principalmente em locais onde trabalham mulheres e/ou menores.

41

prevencao_incendios.p65 41 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Os extintores com carga de gás carbônico são classificados, quanto ao uso, como:

• Portáteis (massa de até 25 kg);


• Não-portáteis (massa acima de 25 kg).

Observe as partes, subpartes e a operação do extintor com carga de gás carbônico


portátil.

PARTE N SUBPARTES N

Recipiente 1 Suporte para difusor 1.1


Válvula de descarga 2 Alça para transporte 2.1
Mangueira 3
Difusor 4 Cabo 4.1

42

prevencao_incendios.p65 42 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

1. Levar o extintor ao local do fogo. 2. Retirar o pino de segurança.

3. Retirar o difusor.

4. Atacar fogo,
dirigindo o jato
para a base das
chamas;
movimentar
o difusor.

43

prevencao_incendios.p65 43 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

ATENÇÃO !
Como há possibilidade de vazamentos, este tipo de extintor deverá ser
pesado a cada 3 meses, e toda vez que houver perda de mais de 10% no
peso, ser descarregado e recarregado novamente.

Obs
A Norma Técnica estabelece o prazo de 6 meses para a pesagem.
As vistorias devem ser executadas, no máximo, a cada 5 anos.

Nota
Leia e consulte a ABNT - NBR 11716 – “Extintores de incêndio com
carga de gás carbônico”.

Pó químico
Pó químico para fins de combate a incêndio é o pó composto de finíssimas partículas de
bicarbonato de sódio, com adição de determinados materiais específicos e submetido a
tratamentos adequados para lhe dar resistência à vibração e duração, quando embalado.

O pó químico é um agente extintor conhecido por sua alta eficiência na extinção


de incêndios em líquidos inflamáveis; pode ser usado na maioria dos incêndios em
equipamentos elétricos. O pó químico tem limitadas aplicações no combate a
incêndios da Classe A.

44

prevencao_incendios.p65 44 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Toxicidade
Os ingredientes atualmente utilizados no pó químico não são tóxicos. Entretanto, uma
descarga de grandes volumes pode causar dificuldades respiratórias temporárias durante
e imediatamente após tal descarga. Dificulta seriamente a visibilidade.

Tamanho da partícula
O tamanho das partículas de pó varia de 10 a 75 mícrons. O tamanho delas é muito
importante na sua eficiência extintora, o que exige um cuidadoso controle para que elas
não excedam ou fiquem aquém do tamanho ideal.

As partículas menores são as responsáveis pela extinção do incêndio, pois reagem


quimicamente na combustão, interferindo na reação em cadeia. As maiores servem
de veículo para as menores.

Propriedades extintoras
Sua ação extintora ocorre através da interferência na reação em cadeia. A descarga de pó
químico interfere nos produtos intermediários formados durante a combustão, e que
são responsáveis pela sua continuidade, quebrando, desta forma, a reação em cadeia.

Ação de abafamento
Por muitos anos foi mantida a crença de que a ação extintora do pó químico residia,
principalmente, na ação abafadora do CO2 liberado pelo aquecimento do bicarbonato
pelas chamas. Não há dúvidas de que o CO 2 contribui para a eficiência da ação
extintora. Contudo, testes práticos revelaram que esse gás não é o principal fator de
extinção; por exemplo: 5 libras de pó químico são tão eficientes quanto 10 libras de
CO2. Ainda que todo pó químico seja decomposto, este produzirá somente 26% de
seu peso em CO2. Podemos concluir que o pó químico não extingue o fogo por seus
efeitos abafadores.

45

prevencao_incendios.p65 45 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Proteção contra a radiação


A descarga do pó químico produz uma nuvem entre as chamas e o operador. Essa nuvem
o protege, por algum tempo, do calor irradiado pelas chamas.

Uso e limitações
O pó químico é usado, principalmente, para a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis.
É eletricamente não condutor; por isso pode ser usado no combate a incêndios em líquidos
inflamáveis envolvidos por equipamentos elétricos energizados. O pó químico é recomen-
dado para incêndios das Classes B e C. Em incêndios da Classe C, envolvendo equipamentos
elétricos delicados, como, por exemplo, os computadores, a utilização do pó químico não é
recomendada, pois, além de ser corrosivo, fica impregnado nos componentes, dificultando a
limpeza destes.

Devido à rapidez com que o pó químico extingue as chamas, pode ser usado na extinção
de incêndios da Classe A. Entretanto, sempre que o pó for utilizado para este tipo de
incêndio, deverá ser suplementado com a água na forma de neblina para extinção de
focos remanescentes e para os casos em que o fogo tenha se propagado em profundidade.

O pó químico de boa qualidade, quando usado de forma adequada, apresenta uma vida
útil que pode chegar a 5 anos.

Os fatores que mais influenciam na perda de qualidade do PQS são: umidade, tempera-
tura e perda das partículas menores.

A umidade determina o empedramento e a compactação do PQS, causando perda na


fluidez e entupimento do extintor.

A exposição do pó químico ao ambiente deve ser restringida ao mínimo, principalmente


em locais onde a umidade relativa do ar seja superior a 65%.

A temperatura determina que parte do pó químico volte à sua condição original, ou seja,
o carbonato de sódio, resultando na diminuição da eficiência da extinção do fogo.

A perda das partículas menores resulta na diminuição do poder de extinção, devido à


menor reatividade do pó químico.

Entre outros fatores, a capacidade extintora do PQS está relacionada à sua qualidade. Por
esta razão o PQS deve ser aprovado nos testes de qualidade. Atualmente as empresas
qualificadas para o fornecimento de PQS são: Bucka Spiero, Resil e Cloy do Brasil.

46

prevencao_incendios.p65 46 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Extintor de pó químico seco


Os extintores carregados com compostos químicos em pó utilizam os agentes extinto-
res bicarbonato de sódio (o mais comum), bicarbonato de potássio e cloreto de po-
tássio, tratados com um estearato a fim de torná-los anti-higroscópicos e de fácil descarga.

O agente propulsor pode ser o dióxido de carbono ou o nitrogênio. O CO2 é o agente mais
empregado para a operação dos aparelhos portáteis (tipos com cilindro de gás),
enquanto que o nitrogênio é o agente indicado para o funcionamento dos tipos pressuriza-
dos e sobre rodas.

Os compostos químicos em pó são indicados para extinção de fogo em líquidos inflamá-


veis ou combustíveis e equipamentos elétricos de grande porte (o bicarbonato de sódio,
de potássio e o cloreto de potássio têm condutividade elétrica igual à do ar atmosférico).

Para os casos de princípios de incêndio de Classe D, os compostos são à base de fosfato


de monoamônia, trifosfato de cálcio, grafite e estearatos metálicos.

Os extintores de incêndio com carga de pó químico são classificados quanto ao uso, ao


tipo e à temperatura.

Quanto ao uso:

• Portáteis (massa de até 20 kg):


» para veículos (carga mínima de 1 kg);
» de parede (carga mínima de 1 kg).

• Não-portáteis:
» estacionários;
» sobre rodas.

Quanto ao tipo:

• Pressurizados;
• Com cilindro para o gás:
» interno;
» externo.

47

prevencao_incendios.p65 47 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Quanto à temperatura:

• Faixa I, de -10oC a +60oC;


• Faixa II, de -10 oC a +85 oC;
• Faixa III, de -10 oC a valor superior a +85 oC.

Observe o extintor do tipo pressurizado, suas partes, subpartes e operação.

PARTE N SUBPARTES N

Recipiente 1 Colar 1.1


Dispositivo para acionamento e transporte 2 Alça para transporte 2.1
Mangueira 3 Gatilho 2.2
Pistola ou esguicho 4

48

prevencao_incendios.p65 48 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

N
Já existe à venda no mercado um extintor de pó químico seco que pode
ser utilizado nas Classes A, B e C, sendo inclusive obrigatória, por legislação
do DENATRAN, a sua instalação nos veículos, a partir de janeiro de 2005.

1. Levar o extintor ao local do fogo. 2. Empunhar difusor/pistola e


Observar a direção do vento. retirar o pino de segurança.

3. Atacar o fogo,
acionando o
dispositivo de
descarga e
procurando cobrir
toda a área atingida
com movimentação
da mão.

49

prevencao_incendios.p65 49 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

ATENÇÃO !
Para o extintor ter bom funcionamento, deve-se observar o manômetro,
para verificar se a pressão está dentro dos parâmetros.

Extintor do tipo com cilindro de gás, suas partes, subpartes e operação.

PARTE N SUBPARTES N

Tampa 1
Recipiente 2 Colar 2.1
Alça para transporte 2.2
Borda inferior 2.3
Proteção do cilindro de gás 2.4
Tubo sifão 2.5
Tubo de pressurização 2.6
Cilindro de gás 3
Mangueira 4
Pistola 5

50

prevencao_incendios.p65 50 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

1. Levar o extintor ao local do fogo. 2. Acionar a válvula do cilindro


Observar a direção do vento. de gás.

3. Empunhar a pistola
difusora e atacar o
fogo; procurar
cobrir toda a área
atingida com
movimentação
rápida da mão.

51

prevencao_incendios.p65 51 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

ATENÇÃO !
Observar a validade estabelecida, pelo fabricante, para a substituição
do agente extintor.
Periodicamente, efetuar a leitura do manômetro para verificar o nível de
pressão interna.

N
Leia e consulte a norma ABNT - NBR 10721 – “Extintores de incêndio
com carga de pó químico”.

52

prevencao_incendios.p65 52 2/8/2005, 02:27


Sinalização, simbologia e
localização dos extintores

A sinalização dos extintores é importante para:

• facilitar a localização;
• identificar o agente extintor, as classes de incêndio para as quais é adequado e a
capacidade do aparelho;
• garantir que a manutenção seja feita por empresa certificada pelo INMETRO;
• delimitar a área próxima ao aparelho.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS


ATENÇÃO !
O local dos extintores
deve ser sinalizado por
um círculo, ou uma seta,
pintado internamente de
vermelho e a borda, de
amarelo. As letras (que
identificam o agente extin-
tor) devem ser brancas.
A área livre para
os extintores deve ser
pintada de vermelho,
X = 1m e h = 1,60m
(máxima).

prevencao_incendios.p65 53 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Nos extintores deve constar o selo com:

• o código de identificação da empresa junto ao INMETRO;


• o logotipo do INMETRO;
• o logotipo da empresa;
• o logotipo do organismo de certificação credenciado;
• a capacidade do extintor expressa em “kg” ou “L” e capacidade extintora;
• o número da norma aplicável; e
• a validade do teste hidrostático, que é contada cinco anos após a data de
fabricação, expressa em “semestre/ano”.

Os adesivos devem ser padronizados com as seguintes identificações:

Identificação do agente extintor

Devem ser fixados aos aparelhos adesivos indicando o agente extintor e sua classifica-
ção quanto ao tipo.

Identificação das classes de incêndio

Deve ser feita por um sistema de letra, figuras geométricas e cores, atendendo às condi-
ções estabelecidas na NBR 7532/82.

Marcação

Todo extintor deve ter marcado no recipiente, de forma indelével, a sigla do fabricante,
o número de série, trimestre/ano de fabricação e número da norma da ABNT.

Nos extintores de pó químico, espuma e de água a marcação deve ser feita na borda
inferior.

Nos extintores de CO2 a marcação deve ser feita na calota (próximo à válvula de disparo).

54

prevencao_incendios.p65 54 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Im
Os extintores deverão ser colocados em locais:
• De fácil acesso.
• De fácil visualização.
• Com menos probabilidade do fogo bloquear o seu acesso.

E não:
• Deverão ser localizados nas paredes das escadas.
• Poderão ser encobertos por pilhas de materiais.

Os extintores sobre rodas deverão ter garantido sempre acesso livre


a qualquer ponto das instalações.

55

prevencao_incendios.p65 55 2/8/2005, 02:27


prevencao_incendios.p65 56 2/8/2005, 02:27
Inspeção, manutenção e recarga
dos extintores (NBR 12962)

A inspeção é feita por meio de exame que se realiza no extintor de incêndio com a
finalidade de determinar se este permanece nas condições originais de operação, onde
será verificado:

• selo de vedação;
• pressão no manômetro (somente os que possuírem);
• peso do extintor;

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS


• suportes, mangueiras (cortadas, entupidas);
• gatilho;
• etiqueta onde são informados data da recarga e reteste.

Obs
Os testes hidrostáticos são exigência da ABNT e devem ser feitos a
intervalos regulares ou quando o extintor sofrer pancadas, exposição a altas
temperaturas, corrosão, etc.

Os intervalos regulares de que fala a norma são de 5 em 5 anos da data indicada na


etiqueta do extintor.

A manutenção do extintor de incêndio tem a finalidade de manter suas condições


originais de operação após sua utilização ou quando requerido por uma inspeção.

prevencao_incendios.p65 57 2/8/2005, 02:27


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

O termo “manutenção” deve ser entendido como sendo um trabalho que envolve
descarga, desmontagem, reparo ou substituição de peças, teste hidrostático, pintura,
marcação e recarga dos aparelhos.

As normas também prescrevem intervalos máximos para recarga dos extintores.

Os extintores devem ser recarregados assim que forem usados, quando apresentam
variação no peso da ordem de 10% ou ainda anualmente, mesmo não sendo usados.

Distribuição dos extintores


A distribuição dos extintores de incêndio, em geral, obedece às exigências do Instituto
de Resseguros do Brasil (IRB) informadas em sua publicação “Tarifa de Seguro-Incêndio
do Brasil”.

Observações:

• Será exigido o mínimo de duas unidades extintoras para cada pavimento,


mezanino, galeria, jirau ou risco isolado.
• Permite-se a existência de apenas uma unidade extintora nos casos de área
inferior a 50 m2.
• Aos riscos constituídos por armazéns ou depósitos em que não haja processos de
trabalho, a não ser operações de carga ou descarga, será permitida a colocação de
extintores em grupos, em locais de fácil acesso, de preferência em mais de um
grupo e próximo às portas de entrada e/ou saída.

58

prevencao_incendios.p65 58 2/8/2005, 02:27


PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

A Unidade Extintora é calculada pela tabela:

AGENTE EXTINTOR CAPACIDADE DOS NÚMERO DE EXTINTORES


EXTINTORES QUE CONSTITUEM A
UNIDADE EXTINTORA

Água 10 L 1
Espuma 10 L 1
Dióxido de carbono (CO2) 6 kg 1
4 kg 2
2 kg 3
1 kg 4
Pó químico seco 4 kg 1
2 kg 2
1 kg 3

Nota
Todo extintor deverá possuir uma ficha de controle onde será registrada
a vida do equipamento: número de fabricação, marca, data da recarga, data
do próximo teste hidrostático, tipo de manutenção sofrida, etc.

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prevencao_incendios.p65 59 2/8/2005, 02:27


prevencao_incendios.p65 60 2/8/2005, 02:27
Referências

LATEC – Laboratório de tecnologia / UFF. Princípio básico de prevenção de incêndio.


Niterói, 1978.
MTE. NR-23. Proteção contra incêndios. Brasília, 1978.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

prevencao_incendios.p65 61 2/8/2005, 02:27


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煵楮瑡ⵦ敩牡Ⱐ㈸⁤攠摥穥浢牯⁤攠㈰〶‱〺ㄸ㨰
Primeiros Socorros

Departamento Regional de Rondônia


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煵楮瑡ⵦ敩牡Ⱐ㈸⁤攠摥穥浢牯⁤攠㈰〶‰㤺㔸㨳

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煵楮瑡ⵦ敩牡Ⱐ㈸⁤攠摥穥浢牯⁤攠㈰〶‱〺ㄸ㨰
Medidas Elétricas

Federação das Indústrias do Estado de Rondônia


Presidente do Sistema FIERO/SESI/SENAI/IEL
Euzébio André Guareschi

Diretor Superintendente do SESI/RO


Valdemar Camata Junior

Diretor Regional do SENAI/RO


Vivaldo Matos Filho

Superintendente do Instituto Euvaldo Lodi - IEL/RO


Valdemar Camata Junior

Diretora da Escola Centro de Formação Profissional “Marechal Rondon”


Elsa Ronsoni Mendes Pereira

Dezembro
2006

SENAI - RO 1
FICHA CATALOGRÁFICA
S491c

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento


Nacional
Curso básico de segurança em instalações e serviços em
eletricidade : noções de primeiros socorros em serviços com
eletricidade / SENAI. DN. Brasília, 2005.

62 p. : il.

ISBN: 85-7519-150-0

1. Eletricidade 2. Primeiros Socorros 3. Segurança no Trabalho


I. Título
CDU: 331.483.1

primeiros_socorros.p65 4 2/8/2005, 11:26


UTILIZAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos nivelados em um


contexto nacional, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de
informações e construir links entre os diversos conhecimentos e competências, tão
importantes para sua formação profissional.

Além dos esforços e dedicação de todo o grupo do SENAI DR/RO na confecção


de material didático estamos também utilizando as obras divulgadas no site
www.senai.br/recursosdidaticos desenvolvidas por outros Departamentos Regionais,
reservados os direitos patrimoniais e intelectuais de seus autores nos termos da Lei nº.
9610, de 19/02/1998.

Tal utilização se deve ao fato de que tais obras vêm de encontro as nossas
necessidades, bem como têm a função de enriquecer a qualidade dos recursos didáticos
fornecidos aos nossos alunos como forma de aprimorar seus conhecimentos e
competências.

SENAI - RO 2

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煵楮瑡ⵦ敩牡Ⱐ㈸⁤攠摥穥浢牯⁤攠㈰〶‱〺ㄸ㨰
Sumário

Apresentação 7

Procedimentos para prestar os primeiros socorros 11

Legislação sobre o ato de prestar os primeiros socorros 17

Salvando vidas: como identificar o problema 19


Pulso .............................................................................................................................................. 20

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE


Respiração ................................................................................................................................... 22

Praticando os primeiros socorros:


como agir em casos de emergência 27
Choque elétrico ......................................................................................................................... 38
Queimaduras .............................................................................................................................. 46
Lesão traumato-ortopédica .................................................................................................. 52

Transportando as vítimas do local do acidente 55

Referências 61

primeiros_socorros.p65 5 2/8/2005, 11:26


primeiros_socorros.p65 6 2/8/2005, 11:26
Apresentação

Quando se ajuda o outro sinceramente ajuda-se a si.


Essa é uma das mais belas recompensas da vida.

Waldo Ralph Emerson

Com esse pensamento iniciamos esta reflexão sobre primeiros socorros, reconhecendo e
valorizando o sentido da vida e a importância do respeito e solidariedade com as pes-
soas acidentadas. Estudos comprovam que as duas primeiras horas após um acidente

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE


são fundamentais para garantir a sobrevida ou recuperação das vítimas. É nesse período
que um atendimento adequado pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

Primeiros socorros são portanto os atendimentos preliminares prestados a uma vítima


de acidente ou portador de mal súbito, para mantê-los com vida e evitar complicações
imediatas ou tardias, até a chegada da assistência médica.

N
Mal súbito – estado ou sintoma característico que surge de forma
aguda e repentina.

Apesar das medidas de segurança comumente adotadas no ambiente de trabalho e dos


cuidados que as pessoas têm com suas próprias vidas, nem todos os acidentes podem
ser evitados porque nem todas as causas podem ser controladas. Assim, os riscos de aci-
dente fazem parte do nosso cotidiano, o que requer a presença de pessoas treinadas
para atuar de forma rápida.

primeiros_socorros.p65 7 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Observe as cenas que podem ocorrer no dia-a-dia.

A rapidez na adoção das providências pode salvar uma vida: em cerca de três minutos
o cérebro de uma vítima de parada cardíaca começa a apresentar lesões ou uma
hemorragia não controlada pode causar uma parada cardíaca. Uma vez que a maioria
das pessoas desconhece as técnicas de primeiros socorros, conforme vimos nas cenas
apresentadas, como elas podem ajudar? Como prepará-las para enfrentar uma situação
de emergência? Essas são algumas questões sobre as quais vamos refletir neste tema.

primeiros_socorros.p65 8 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Prestar os primeiros socorros é uma atitude humana, que requer coragem e o conhe-
cimento das técnicas adequadas capazes de auxiliar numa emergência. O socorro
imediato evita que um simples ferimento se agrave, ou que uma simples fratura se
complique, ou que um simples desmaio resulte na morte do acidentado.

Im
O conhecimento e a aplicação dos primeiros socorros têm como
objetivo fundamental salvar vidas.
Se você não tiver condições emocionais de prestar socorro direto à víti-
ma, procure por alguém que o auxilie no atendimento e, em seguida, acione
os serviços especializados: médicos, ambulâncias, polícia e bombeiros.
Não deixe uma pessoa acidentada sem uma palavra de apoio nem um
gesto de solidariedade, nem deixe de adotar os procedimentos cabíveis.

N
Acionar – pôr em ação, em movimento, fazer funcionar.

Cabível – que é aceito, que tem cabimento.

primeiros_socorros.p65 9 2/8/2005, 11:26


primeiros_socorros.p65 10 2/8/2005, 11:26
Procedimentos para prestar
os primeiros socorros

Uma pessoa treinada está habilitada desde que conheça e domine os princípios básicos
de primeiros socorros e técnicas de atendimento à vítima, fundamentais para controlar e
prevenir o agravamento do seu estado. A seguir, observe alguns dos procedimentos a
serem adotados num atendimento emergencial.

Mantenha-se calmo e inspire confiança ao acidentado

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

O socorrista deve manter-se calmo e conduzir o socorro com serenidade, compreensão


e segurança. Portanto, a primeira providência é controlar a si mesmo.

Nesse momento, o socorrista enfrenta um problema bastante delicado, ou seja, informar


à vítima a respeito do está ocorrendo: manter-se em silêncio pode aumentar o seu medo
e ansiedade, mas se falar em demasia pode alarmá-la e causar desespero. Lembre-se de
que as ações falam mais do que as palavras e que um tom de voz tranqüilo e seguro dá à
vítima o conforto de estar em boas mãos.

primeiros_socorros.p65 11 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

A eficiência e a qualidade do primeiro atendimento dependem muito de quem realiza.


Embora toda pessoa treinada seja capaz de prestar os primeiros socorros, o socorrista
deve apresentar as seguintes características:

• autocontrole (calma, tolerância, paciência);


• iniciativa e liderança;
• conhecimento e avaliação técnica;
• capacidade de improvisação.

Sinalize o local para evitar outros acidentes e disperse os curiosos


É preciso proteger e controlar o local do acidente: isolando-o e sinalizando-o; ilumi-
nando-o, se for noite ou se a região for pouco iluminada; arejando-o, para que a vítima
receba ventilação.

Avalie o estado geral da vítima e verifique os sinais vitais:


pulso, respiração, temperatura, pupila, nível de consciência,
sensibilidade do corpo, etc.
Se houver mais de uma vítima envolvida, o socorrista deve fazer uma avaliação geral do
estado delas e proceder a uma triagem, atendendo em primeiro lugar os casos mais gra-
ves, que, do ponto de vista dos primeiros socorros, são:

• obstrução das vias aéreas • feridas abertas no abdome


e/ou parada respiratória; e/ou tórax;
• parada cardíaca; • traumatismo craniano;
• hemorragias graves; • queimaduras;
• estado de choque; • fraturas;
• envenenamento; • hematomas.

O socorrista deve priorizar a desobstrução das vias aéreas, o restabelecimento e manu-


tenção da respiração e o restabelecimento e manutenção da circulação.

12

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

N
Triagem – seleção, escolha, separação.

Desobstrução – desimpedimento, liberação.

Efetue as técnicas de primeiros socorros


de acordo com cada caso
Antes de adotar qualquer procedimento o socorrista deve avaliar o estado geral da víti-
ma e efetuar a técnica específica para o caso, que será analisado no capítulo “Praticando
os primeiros socorros: como agir em casos de emergência”, mas algumas técnicas são
válidas e podem ser aplicadas em todos os casos:

• Se a vítima sentir sede, umedeça os lábios com gaze. Não dê bebidas alcoólicas.
• Mantenha-a deitada.
• Mantenha a respiração.
• Evite a perda de sangue.
• Evite virá-la, empurrá-la ou puxá-la, para não agravar as lesões ósseas.
• Não retire do corpo objetos penetrantes, como vidros, etc.

Chame de imediato o atendimento especializado:


médico, policial, bombeiro, etc.
Logo após a ocorrência do acidente peça ajuda a polícia civil, corpo de bombeiros
ou pronto-socorro: esses serviços são especializados no atendimento a emergências
e podem adotar os procedimentos necessários; a demora no pedido de socorro
pode depender que uma vida seja salva: por exemplo, se o acidente tiver ocorrido
numa estrada, em local de difícil comunicação, peça aos motoristas que avisem à
polícia e entrem em contato imediatamente com o serviço especializado (hospital
ou pronto-socorro) mais próximo; prestar socorro à vítima de um acidente é um
dever de todo cidadão.

13

primeiros_socorros.p65 13 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Im
Ainda que a vítima apresente estar em bom estado, não confie na
aparência. Encaminhe-a para ser examinada por um profissional de saúde,
pois só um exame detalhado pode definir o seu estado físico e psíquico.

Ao prestar os primeiros socorros é preciso que se utilizem materiais e instrumentos


que facilitem a realização dos procedimentos necessários e impeçam o agravamento
do estado da vítima – a caixa de primeiros socorros deve conter os itens essenciais ao
atendimento. É preciso que se tenha em casa ou no automóvel pelo menos o essencial,
pois acidentes podem ocorrer quando menos se espera.

14

primeiros_socorros.p65 14 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Uma caixa de primeiros socorros para o atendimento de ferimentos leves e moderados


deve conter, pelo menos, os seguintes materiais:

• compressa de gaze esterilizada (5 envelopes);


• ataduras de gaze em três tamanhos (2 rolos de cada);
• gaze tipo chumaço, para os olhos (5 unidades);
• algodão hidrofílico (1 pacote de 50 g);
• esparadrapo (1 rolo de 25 mm x 4,5 cm);
• cotonetes (1 caixa);
• curativo adesivo (1 caixa);
• sabão anti-séptico e sabão de coco (1 tablete de cada);
• soro fisiológico (2 frascos de 250 ml);
• tesoura limpa, média, sem ferrugem;
• sacos plásticos;
• lanterna;
• luvas de borracha;
• toalhas de papel;
• talas de papelão ou infláveis;
• máscara de respiração descartável.

15

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primeiros_socorros.p65 16 2/8/2005, 11:26
Legislação sobre o ato
de prestar os primeiros socorros

Devido à importância do ato de prestar os primeiros socorros, há artigos específicos na


legislação brasileira acerca do assunto. Para o Código Penal Brasileiro, por exemplo, todo
indivíduo tem o dever de ajudar um acidentado ou chamar o serviço especializado para
atendê-lo; a omissão de socorro constitui crime previsto no Artigo 135.

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE


N
Omissão – ausência de ação; ato ou efeito de não fazer aquilo que
moral ou juridicamente se deveria fazer.

Na CLT, o artigo 181 prescreve a necessidade dos que trabalham com eletricidade de
conhecerem os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico. Por isso,
a NR-10 ao tratar de situações de emergência, reforça, em seu item 10.12.2, uma
exigência, bem como inclui um conteúdo básico de treinamento para os trabalhadores
que venham a ser autorizados a intervir em instalações elétricas.

primeiros_socorros.p65 17 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Im
Código penal - Art. 135 – Deixar de prestar assistência, quando possí-
vel fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou
pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.
Pena – detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único – A pena é aumentada de metade, se a omissão
resulta lesão corporal ou de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
CLT - Art. 181 – Os que trabalham em serviços de eletricidade ou ins-
talações elétricas devem estar familiarizados com os métodos de socorro a
acidentados por choque elétrico.

N
Iminente – que está a ponto de acontecer.

Obs
É preciso que cada um de nós exerça a cidadania e trabalhe para que
as leis dêem certo, mas para isso é fundamental desenvolver uma mentali-
dade voltada ao respeito ao próximo e a si mesmo e colaborar para reduzir
os acidentes e auxiliar adequadamente às vítimas, seja no ambiente de
trabalho, na comunidade, na rua, na praia etc.

18

primeiros_socorros.p65 18 2/8/2005, 11:26


Salvando vidas:
como identificar o problema

O pulso ainda pulsa


O pulso ainda pulsa
O corpo ainda é pouco
O corpo ainda é pouco

Arnaldo Antunes,
Marcelo Fromer e Tony Belotto

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE


Sabemos que o socorrista, no atendimento às vítimas de um acidente, deve ser capaz de
identificar e priorizar os casos de maior gravidade: procedendo ao seu exame físico e
verificando os sinais vitais e os sinais de apoio. Agora vamos aprender a reconhecer esses
sinais e saber o modo mais adequado de agir até a chegada do serviço especializado.

Im
Sinais vitais são sinais orgânicos ou sintomas que podem ser altera-
dos quando um ou mais sistemas vitais responsáveis pela manutenção da
homeostase não funcionam perfeitamente. A modificação ou alteração de
um sinal característico permite concluir sobre o estado geral da vítima e
proceder de forma correta no desempenho de prestar os primeiros socorros.

Assim, antes de aplicar qualquer medida, o socorrista deve verificar os sinais vitais e de
apoio, que fornecem informações valiosas para o diagnóstico do estado geral da vítima e
permitem que se implementem as técnicas emergenciais mais apropriadas.

primeiros_socorros.p65 19 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

N
Priorizar – colocar em primeiro lugar; atender primeiramente.

Homeostase – que regula a manutenção e equilíbrio das funções


fisiológicas entre os sistemas vivos.

Proceder – agir; fazer; efetuar; realizar.

Diagnóstico – o conjunto de dados em que se baseia uma avaliação.

Implementar – executar; praticar.

Os sinais vitais:

• pulso;
• respiração;
• pressão arterial;
• temperatura.

A seguir, observe de que forma o socorrista pode verificar alguns desses sinais nas
vítimas de acidente.

Pulso
A paralisação de uma função vital como a do coração neutraliza a circulação do sangue e
pode provocar a morte de três a cinco minutos. A contração do coração, necessária ao
bombeamento do sangue, se repete com regularidade e se propaga em ondas pelas
artérias, e há pontos do corpo em que algumas grandes artérias estão próximas à
superfície que, ao serem pressionados de leve, podemos sentir o coração bombear o
sangue – a isso chamamos pulso ou pulsação.

O pulso pode ser achado nos pontos em que as artérias estão próximas à superfície e
podem ser apalpadas: o lado externo do punho (artéria radial), cada lado do pescoço
(artéria carótida) e a região inguinal (artéria femoral).

20

primeiros_socorros.p65 20 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

O socorrista verifica o pulso da vítima colo-


cando os dedos indicador, médio e anular na
artéria, mas jamais ele utiliza o polegar, pois
este apresenta pulsação própria.

Quando a pulsação radial está muito fraca,


a verificação do pulso pode ser feita com
mais facilidade na região do pescoço
(artérias carótidas).

Observe na tabela a freqüência normal do pulso de acordo com a faixa etária.

FAIXA ETÁRIA FREQÜÊNCIA MÉDIA (BPM)

Adulto (masculino/feminino) 60 a 100


Criança 100 a 120
Lactente 120 a 140

21

primeiros_socorros.p65 21 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Respiração
A respiração é indispensável aos seres, portanto ela é o sinal de vida mais evidente de
uma vítima acidentada.

Im
Uma vez que a respiração é uma das funções vitais dos seres,
a interrupção ocasiona a morte da vítima. É por meio da respiração que
o organismo capta o oxigênio necessário à obtenção de energia celular
e elimina o gás carbônico proveniente do metabolismo respiratório.

N
Proveniente – que tem origem.

Como a respiração pode ser verificada?


Para verificar a freqüência respiratória, são observados os movimentos de inspiração
(quando o ar se introduz nas vias aéreas superiores e chega aos pulmões) e expiração
(quando a musculatura respiratória relaxa e o ar é expulso dos pulmões) que ocorrem no
intervalo de um minuto. Em seguida, costuma-se fazer a verificação da pulsação a partir
da elevação do tórax, se a vítima for mulher, ou do abdome, se for homem ou criança.

Da mesma forma que a pulsação, a freqüência respiratória varia com a idade. Observe a
tabela com os movimentos respiratórios correspondentes a cada faixa etária.

22

primeiros_socorros.p65 22 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

FAIXA ETÁRIA FREQÜÊNCIA MÉDIA (BPM)

Idosos 14 a 18
Adultos 16 a 20
Crianças 20 a 26
Lactentes 40 a 60

N
Etário – relativo à idade.

Sinais de apoio
Há diversos sinais que auxiliam ou apóiam o diagnóstico do estado de uma vítima
de acidente:

• pupila;
• aspecto da pele;
• nível de consciência;
• motilidade e sensibilidade.

N
Motilidade – faculdade de se mover.

23

primeiros_socorros.p65 23 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Conheça mais algumas informações sobre os sinais de apoio.

Pupila

Também através da pupila é possível diagnosticar o estado da vítima pois o seu diâmetro,
normalmente de 3 mm a 4 mm, varia de acordo com a estimulação do sistema nervoso.

Assim, de acordo com as alterações da pupila o socorrista pode identificar alguns sintomas.
Por exemplo:

• Se o caso for de traumatismo craniano e hemorragia cerebral as pupilas da vítima


vão apresentar uma diferença de diâmetro entre uma e outra.
• Se o caso for de coma urêmico ou envenenamento elas vão apresentar uma miose.
• Se o caso for de diminuição do CO2 circulante, parada cardíaca ou morte elas vão
apresentar uma dilatação.

Aspecto da pele
O socorrista também deve observar o aspecto da pele, que pode apresentar alterações
de origem fisiológica e patológica de acordo com as especificações a seguir:

• Cianose – ocorre em virtude da insuficiência de oxigênio no organismo, que faz


aumentar o nível de sangue venoso, e se caracteriza por uma coloração arroxeada
principalmente nos lábios, dedos e pavilhão auricular (orelha).

24

primeiros_socorros.p65 24 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

• Palidez cutânea – ocorre devido à vasoconstrição periférica nos estados de


necessidade de aporte sangüíneo às porções mais nobres do organismo ou para a
manutenção da temperatura corporal. Hemorragias, parada cardiorrespiratória e
exposição ao frio são causas de palidez cutânea.
• Pele fria e viscosa – ocorre nos casos de estado de choque.

N
Venoso – de origem venosa; com baixa concentração de oxigênio.

Cutânea – da pele.

Nível de consciência
É possível caracterizar o nível de consciência observando-se o estado psicológico e físico
da vítima, que pode estar inconsciente em virtude de desmaio, síncope, choque, coma,
convulsão, intoxicação ou morte.

Uma pessoa pode estar consciente mas desorientada no tempo e no espaço em virtude
de um violento choque emocional ou traumático.

N
Síncope – estado de inconsciência resultante de queda de pressão
arterial.

Traumático – resultante de um choque violento.

25

primeiros_socorros.p65 25 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Motilidade e sensibilidade
Motilidade e sensibilidade é a capacidade de as pessoas se moverem. Assim, o socorrista
deve estar atento para o fato de o acidentado demonstrar dificuldade de realizar um
determinado movimento. Esse fato pode estar indicando uma paralisia.

Também devem ser observados os casos em que a vítima apresenta paralisação de um


dos lados do corpo, quando isto ocorre, é forte indicação de um Acidente Vascular
Cerebral (AVC).

26

primeiros_socorros.p65 26 2/8/2005, 11:26


Praticando os primeiros socorros:
como agir em casos de emergência

Sempre há esperança quando há vida humana.

Simone Weil

A pessoa que se dispõe a prestar os primeiros socorros deve começar por analisar as
condições em que ocorreu o acidente e o estado físico e mental do(s) envolvido(s); após

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE


identificar o(s) caso(s) de gravidade ela deve adotar as técnicas de primeiros socorros,
algumas das quais são bastante simples e podem diminuir o sofrimento das vítimas, evitar
complicações futuras e até salvar as suas vidas. Numa emergência é fundamental que a
pessoa mantenha a calma e transmita confiança até a chegada do socorro especializado;
mas deve agir com extremo rigor pois, do contrário, o atendimento pode comprometer
a saúde da vítima.

A seguir apresentamos alguns casos graves que requerem pronto atendimento do


socorrista e chamamos a atenção para as técnicas adequadas de atendimento e os erros
a serem evitados.

Nesta seção vamos identificar os sinais indicativos de parada cardíaca e respiratória,


e adotar o procedimento de primeiros socorros adequado a cada caso.

Você sabe o que caracteriza a parada cardíaca e/ou respiratória?


A parada cardíaca e/ou respiratória se caracteriza pela interrupção da respiração, ou seja,
da entrada e saída de ar nos pulmões. Contudo, a respiração não ocorre propriamente
nos pulmões, mas nos milhares de células do corpo humano, que recebem oxigênio do
sistema circulatório sangüíneo.

O aparelho respiratório é constituído dos pulmões e vias aéreas superiores: nariz, faringe,
laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos, que umedecem, aquecem, purificam e filtram

primeiros_socorros.p65 27 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

o ar para que ele chegue em boas condições ao interior dos alvéolos pulmonares, onde o
oxigênio é retirado e transferido para o sangue. Assim, todo acidente que perturba esse
mecanismo coloca em risco a oxigenação dos tecidos porque provoca a morte das
células e, em conseqüência, da própria vítima.

Como verificar se a vítima está respirando?


O socorrista deve aproximar-se do rosto da
vítima, observar se há movimento do tórax, se
há saída de ar do nariz ou boca e se há sons de
respiração: se não houver nenhum movimento
respiratório e os lábios, língua e unhas estive-
rem azulados, o socorrista pode concluir que
ela sofreu uma parada respiratória.

Em seguida o socorrista deve verificar se há alguma obstrução nas vias aéreas da vítima,
que pode ser provocada por:

• Corpo estranho – prótese dentária, moeda, pedaço graúdo de alimento, espinha


de peixe, osso de ave etc.;
• Base da língua – caída para trás ou enrolada – em vítimas inconscientes;
• Substância aspirada para os pulmões.

Conheça a seguir os métodos para desobstruir as vias aéreas


O método para desobstruir as vias aéreas varia de acordo com a gravidade e causa da
obstrução, mas em geral os procedimentos devem ser adotados numa seqüência, até
que elas tenham sido devidamente desobstruídas.

28

primeiros_socorros.p65 28 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Soc

Limpeza manual – em vista da suspeita


de aspiração de corpos estranhos o
socorrista introduz um ou dois dedos na
boca e faringe da vítima; essa remoção
pode ser facilitada se os dedos passarem
pela bochecha e voltarem pelo céu da
boca, num procedimento conhecido como
“varredura digital”.

Tapotagem – com a mão


em concha o socorr ista
aplica uma série de panca-
das for tes e rápidas no
dorso da vítima, entre
as escápulas.

N
Escápula – omoplata.

Compressão abdominal – o socorrista se posiciona atrás da vítima e


passa os braços ao redor, segurando o punho com uma das mãos e pres-
sionando o abdome com a outra; também pode ser feito com a vítima em
decúbito dorsal.

29

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Compressão torácica – se a vítima tiver abdome grande, for gestante


ou tiver traumatismo abdominal o socorrista passa as mãos abaixo dos
braços, circulando a parte inferior do tórax e pressionando com o punho
num rápido empurrão para trás; também pode ser feito com a vítima deitada.

Uma parada respiratória pode ter como causas:

• queda da língua por inconsciência;


• espasmo da laringe;
• obstrução das vias aéreas;
• choque elétrico;
• traumatismo craniano com lesões dos centros respiratórios;
• pneumatórax bilateral.

N
Pneumotórax bilateral – entrada ou saída de ar ou gás nos dois
pulmões.

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primeiros_socorros.p65 30 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Im
Mesmo em vista de uma parada respiratória é possível ao socorrista
restabelecer a respiração da vítima e salvar a sua vida se ele aplicar de
imediato o método boca-a-boca, forçando a entrada e saída de ar dos pul-
mões alternada e ritmadamente até a respiração natural se restabelecer.

Socorrendo
Método boca-a-boca

• Afrouxe as roupas da vítima, principalmente em volta do pescoço, peito


e cintura, para facilitar a circulação.

• Remova com cuidado qualquer corpo estranho que encontrar na boca


ou garganta.

• Deite-a de costas, levantando o pescoço com uma das mãos e incli-


nando a cabeça para trás. Procure mantê-la nessa posição.

• Feche bem as narinas com o polegar e o indicador.

• Encoste firme a boca à sua própria boca e sopre o ar para dentro dos
pulmões.

• Toda vez que o ar for soprado para dentro dos pulmões, retire a sua boca
para que o ar saia e, ao mesmo tempo, verifique os movimentos do peito.

• Se possível, pressione levemente o estômago, para evitar que se


encha de ar.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Este método deve ser aplicado enquanto a vítima não respirar.


Somente deve ser interrompido quando chegar um médico ou ela for
transportada para um hospital. Há casos em que não é possível aplicar
este método: por exemplo, quando a vítima apresentar traumatismo
na boca. Neste caso, o socorrista pode fechar a boca e soprar pelo
nariz ou aplicar o método Sylvester.

Método Sylvester

• Deite a vítima de costas.

• Coloque um volume sob os ombros para que a cabeça incline para trás.

• Ajoelhe-se de frente para ela e coloque a cabeça entre os seus


próprios joelhos.

• Segure os braços pelos pulsos, cruzando-os e comprimindo-os contra


a parte inferior do peito e, em seguida, puxe-os para cima, para fora
e para trás o mais que puder.

• Repita o movimento 15 vezes por minuto.

Se conseguir um auxiliar, peça que segure a cabeça da vítima,


inclinando para trás e projetando o queixo para a frente.

32

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Leia a notícia e reflita sobre a importância do socorrista conhecer e aplicar os métodos


de respiração para salvar vidas, anotando a seguir as suas idéias.

“Os salva-vidas tiveram muito trabalho neste fim de semana, o mar


estava agitado e muitos banhistas não respeitaram as placas na areia, que
indicavam perigo. Na praia o salva-vidas resgatou do mar um rapaz de 16
anos com parada respiratória e, graças à respiração boca-a-boca, ele pôde
ser salvo.”

Como verificar se o coração está batendo?


Como vimos, verifique o pulso carotídeo colocando os
dedos indicador e médio bem no meio do pescoço da
vítima e deslizando-os para o lado até encontrar o vão
entre a traquéia e o músculo do pescoço.

Soc
Se a vítima tiver pulso faça a insuflação, soprando o ar para dentro do
pulmão a cada cinco segundos e mantendo uma freqüência de 16 a 20
sopros por minuto.
Se se tratar de uma criança, envolva a boca e o nariz com a sua própria
boca, introduzindo ar no pulmão com muito cuidado, pois neste caso o ritmo
deve ser de um sopro a cada três segundos.

33

primeiros_socorros.p65 33 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

E se a vítima não apresentar pulso algum?


Se mesmo com a aplicação da respiração artificial o coração da vítima parar de bater, o
socorrista deve aplicar simultaneamente a respiração e a massagem cardíaca externa.
Quando há uma parada cardíaca, a respiração também se interrompe; ao passo quando
a respiração se interrompe é possível o coração continuar a bater. Neste caso, se a vítima
não for socorrida a tempo, a falta de oxigênio pode levá-la à morte.

A parada cardíaca pode ser ocasionada pelos seguinte fatores:

• isquemia cardíaca;
• choque elétrico;
• envenenamento;
• afogamento;
• infarto agudo do miocárdio;
• consumo excessivo de drogas (overdose)
• engasgamento.

N
Isquemia – obstrução e contração muscular.

34

primeiros_socorros.p65 34 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Portanto, uma vez confirmada a parada cardíaca e respiratória, o socorrista deve aplicar
de imediato a massagem cardíaca externa e a respiração artificial pelo método boca-a-
boca ou Sylvester, conforme o caso.

Os casos de parada cardíaca exigem ação imediata e podem ser constatados pela obser-
vação dos seguintes sintomas:

• inconsciência;
• ausência de pulso e respiração;
• palidez intensa;
• extremidades frias;
• cianose;
• dilatação das pupilas (meninas-dos-olhos).

Socorrendo
Método de reanimação cardiorrespiratória

• Posicione-se de um dos lados da vítima.

• Sobreponha as mãos na metade inferior do esterno (região dos mami-


los), com os dedos abertos, sem tocar a parede do tórax.

• Faça pressão com bastante vigor, empurrando o esterno para baixo


a fim de comprimir o coração de encontro à coluna vertebral e,
depois, descomprima.

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primeiros_socorros.p65 35 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

• Repita a manobra quantas vezes forem necessárias (cerca de sessenta


por minuto), jamais interrompa as compressões.

1. localizar a metade inferior do esterno (região dos mamilos);

2. posicionar a palma da mão, colocando a outra por cima;

3. aplicar pressão que abaixe o esterno de 3 a 4 cm, em pessoas adultas.

36

primeiros_socorros.p65 36 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

O socorrista deve estar atento para as seguintes observações:

• Nos adultos, aplique a compressão utilizando o peso do corpo e não apenas


a força dos braços, para evitar a fadiga.
• Nas crianças pequenas, comprima o esterno apenas com uma das mãos,
e nos bebês, apenas com as pontas dos dedos indicador e médio, para que
não ocorram fraturas ósseas.
• É importante que tenha recebido bom treinamento de modo a evitar
as complicações decorrentes de uma compressão mal realizada, como
fratura do esterno e costela ou perfuração de órgãos pelos ossos das
costelas, principalmente os pulmões.
• Uma vez que a compressão cardíaca externa não produz boa ventilação,
se for verificada também a parada respiratória, o procedimento deve ser
acompanhado de ventilação artificial.
• Se o socorrista estiver sozinho, deve fazer duas insuflações pulmonares
(sopro) para cada 15 compressões cardíacas, numa média de 60
compressões por minuto.

60 COMPRESSÕES POR MINUTO

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primeiros_socorros.p65 37 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Im
Além do controle das vias aéreas, o desenvolvimento das massagens
cardíacas externas tornou possível que uma pessoa treinada dê início a
uma inversão de morte clínica mesmo fora do hospital. Mas é importante que
o socorrista tenha recebido bom treinamento na aplicação dessa massagem
de modo a evitar as complicações decorrentes de uma compressão mal
realizada, como fratura do esterno e costela ou perfuração de órgãos pelos
ossos das costelas, principalmente os pulmões: nos adultos ele deve
aplicá-la utilizando o peso do corpo e não apenas os músculos do braço;
nas crianças pequenas, apenas com uma das mãos e nos bebês, apenas
com as pontas dos dedos indicador e médio.

Choque elétrico
Nesta seção, vamos identificar os fatores de gravidade de um choque elétrico e os seus
efeitos, para adotar o procedimento de primeiros socorros adequados a cada caso.

Qualquer pessoa desavisada pode ser vítima de um acidente com eletricidade.

Observe a cena:

38

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Quem já não ouviu falar de alguém que próximo a uma árvore foi atingido por um raio e
morreu instantaneamente? As árvores atraem as descargas elétricas dos raios e o corpo
humano é condutor de eletricidade. Todos estamos sujeitos a acidentes deste tipo.

Há diversos fatores que determinam a gravidade do choque elétrico:

Trajeto da corrente elétrica


Se uma corrente de intensidade elevada circula de uma perna a outra, pode resultar só
em queimaduras locais, sem lesões mais sérias; mas se ela circula de um braço a outro
pode levar a fibrilação do coração, parada cardíaca ou paralisia da musculatura respirató-
ria, ocasionando a asfixia da vítima.

N
Fibrilação – movimento descoordenado do coração (arritmia) causando
a perda da capacidade de bombear o sangue. É um fenômeno gravís-
simo, pois é irreversível naturalmente, que requer a utilização de um
desfibrilador elétrico para a reanimação da vítima.

Intensidade da corrente elétrica

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Outro fator importante na determinação da gravidade do choque elétrico é a intensi-


dade da corrente. Por exemplo:

• 10 mA – intensidade de corrente elétrica a partir da qual a vítima não consegue


se livrar do ponto energizado que está em contato.
• 30 mA – intensidade de corrente elétrica a partir da qual a vítima estará sujeita a
efeitos graves como a parada cardiorrespiratória e a fibrilação ventricular.

Tempo de contato com a corrente elétrica


O tempo de contato é outro fator determinante na gravidade dos acidentes com
corrente elétrica, uma vez que determinadas intensidades de corrente produzem
contrações musculares que levam à asfixia, num prazo de dois minutos, e à fibrilação
ventricular, de 0,25 segundo. Assim, conclui-se que a passagem da corrente elétrica
pelo corpo desencadeia efeitos diretos e indiretos, como mostrado no quadro.

EFEITOS DIRETOS EFEITOS INDIRETOS

Paralisia da musculatura respiratória, com Queimaduras térmicas ocasionadas pelo


asfixia e morte antes de quatro minutos. desprendimento de calor na passagem
da corrente.

Fibrilação cardíaca e ausência de Irritação das conjuntivas oculares em


circulação nos tecidos, aos quais virtude da liberação de radiação
falta oxigenação, com morte antes ultravioleta na passagem da corrente.
de quatro minutos (cérebro, coração
e rins são os órgãos mais afetados).

Queimaduras eletrotérmicas Quedas, pancadas, fraturas, ferimentos etc.


ocasionadas pelo desprendimento
de calor na passagem da corrente
que, ao contrário das demais
queimaduras, causam destruição da
pele e tecidos profundos. Em geral
são indolores em virtude da destruição
das terminações nervosas, com
regeneração muito lenta.

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primeiros_socorros.p65 40 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Im
Os choques elétricos são uma das principais causas de parada cardior-
respiratória em ambientes de trabalho. O atendimento à vítima deve ser feito
nos primeiros quatro minutos, para que haja chance de sobrevida e recupe-
ração do acidentado.

Socorrendo
Como prestar os primeiros socorros a uma vítima de choque elétrico

• Antes de tocar na vítima, certifique-se de que ela não esteja em con-


tato com a corrente elétrica. Em caso positivo, desligue imediatamente
a eletricidade. Se não for possível, interrompa o contato utilizando
material isolante (bastão isolante, luva de borracha e botina). Jamais
utilize objeto metálico ou úmido.

• Se as roupas estiverem em chamas, deite-a no chão e cubra com


tecido bem grosso, para apagar o fogo, ou faça-a rolar no chão.

• Localize as partes do corpo comprometidas e resfrie somente com


água corrente na temperatura ambiente ou panos umedecidos; não
aplique manteiga, gelo, pomada nem creme dental nos ferimentos.

• Verifique se há parada cardiorrespiratória por meio da avaliação dos


sinais vitais; em caso positivo, deite-a de costas, abra a boca da
vítima, puxe a língua, remova o que quer que esteja obstruindo as
vias aéreas e, em seguida, aplique as técnicas de respiração artificial
e ressuscitação cardiopulmonar.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Leia atentamente o artigo da revista IstoÉ.

IstoÉ – Estado de choque: Menino sobrevive a 68 mil volts


Dizer que alguém nasceu de novo, ao sobreviver a uma situação limite
entre a vida e a morte, é uma expressão batida. Mas não há outra, absoluta-
mente não há outra, para definir o que aconteceu no sábado, 17, com o
menino paulista Thiago Santos, de 13 anos. Thiago entrou numa Estação
Transformadora de Distribuição da Eletropaulo Metropolitana para apanhar
sua pipa que ali havia caído. Ao subir numa das antenas, o garoto recebeu
uma descarga elétrica de 68 mil volts (um condenado à morte na cadeira
elétrica recebe um choque de 2.300 volts). Thiago sofreu parada cardíaca
e teve 80% do corpo queimado. Está consciente e nenhum órgão foi
afetado. O pai do menino, Francisco de Almeida Cunha Júnior, disse que
foi um milagre.
IstoÉ – O senhor viu seu filho e o local do acidente. O que sentiu?
Francisco – Entrei em desespero, pensei que ele estava morto.
O Thiago tinha o corpo em chamas, estava preto e soltava fumaça pela boca
e pelo nariz. Foi milagre ele ter sobrevivido.
Por conta da variedade no uso da energia elétrica em nosso dia-a-dia e
pelo fato de sua propriedade física ser invisível, qualquer pessoa, menos
avisada, poderá vir a ser vítima de um acidente envolvendo energia elétrica.

Diversos fatores influenciam a gravidade do choque elétrico:

• trajeto da corrente elétrica;


• intensidade da corrente elétrica;
• tempo de contato com a corrente elétrica.

O trajeto da corrente elétrica no corpo humano, que funciona como um condutor de


eletricidade, tem grande influência na gravidade do choque elétrico.

Uma corrente de intensidade elevada, que circule de uma perna para outra, pode resul-
tar só em queimaduras locais, sem outras lesões mais sérias. No entanto, se esta mesma
intensidade de corrente circular de um braço para outro da vítima, poderá levar a fibrila-
ção do coração, parada cardíaca ou mesmo uma paralisia da musculatura respiratória,
levando à asfixia.

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Outro fator muito importante para determinar a gravidade do choque elétrico é a inten-
sidade da corrente que circula pelo corpo.

O tempo de contato com a corrente é outro fator determinante na gravidade dos


acidentes causados pela corrente elétrica. Determinadas intensidades de corrente
que circulam pelo corpo produzem contrações musculares que levam a asfixia e
fibrilação ventricular. Estima-se em 2 minutos de contato para que as contrações
musculares levem à asfixia e 0,25 segundo para produzir fibrilação do coração.

O conhecimento do fenômeno da fibrilação ventricular do coração por meio do choque


elétrico é importante para conscientizar a população e os técnicos das empresas dos
riscos provenientes dos trabalhos envolvendo eletricidade.

Quando a corrente elétrica alternada passa pelo coração, as camadas dos tecidos
respondem vibrando de maneira distinta, provocando um batimento cardíaco
distorcido. Este estado caótico de polarização é irreversível, com perda total do
sincronismo das contrações.

Devido à heterogeneidade dos tecidos da parede do coração, todos os mamíferos e


animais superiores sofrem o efeito da fibrilação ventricular em conseqüência do choque
elétrico. Portanto, para correntes de choques grandes, os efeitos mais drásticos são as
queimaduras, e para correntes pequenas o maior perigo é a fibrilação ventricular.

Sintomas da fibrilação ventricular


Quando uma pessoa recebe uma descarga elétrica, se o coração entrar em fibrilação ventri-
cular a pressão cai a zero.

Devido a estas ocorrências, os sintomas externos básicos são:

• vítima desfalecida;
• palidez;
• não há pulso;
• não há respiração;
• dentro de 30 a 45 segundos a pupila do olho começa a dilatar-se.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Causas da fibrilação ventricular


• choque elétrico;
• choque mecânico;
• choque térmico;
• estrangulamento;
• afogamento;
• cirurgia;
• trauma torácico;
• cateterismo cardíaco;
• hipotermia artificial (< 28°C);
• choque químico (K+ , Ca++ , H+ , etc.);
• drogas;
• origem clínica.

Como a fibrilação ventricular é irreversível naturalmente, faz-se necessário o emprego de


técnicas práticas de modo a fazer o coração retomar o seu ritmo normal.

Muitas técnicas e medicamentos foram utilizados, mas o método que obteve sucesso
foi o desfibrilador elétrico, que, na verdade, é um capacitor a ser descarregado
no acidentado.

Hoje está à venda no mercado o Desfibrilador Automático Externo, um equipamento


portátil com tecnologia de onda bifásica para uso em qualquer ambiente. O aparelho é
utilizado em unidades de resgate aéreo e terrestre e fornece suporte avançado à vida.

O Desfribilador Automático Externo oferece a possibilidade de ser utilizado por leigos


(acesso público à desfibrilação) após treinamento mínimo e sob supervisão médica. Dis-
põe de operacionalidade simples, com alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico
de arritmias malignas. A segurança é enfatizada, e o risco de acidentes com paciente e o
operador é mínimo. A utilização do aparelho aumenta a taxa de sobrevida humana em
uma parada cardiorrespiratória.

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primeiros_socorros.p65 44 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Observe outro caso de choque elétrico publicado no jornal O Globo.

O Globo (1997) – Temporal derruba árvore e causa mais uma morte


O vendedor de medicamentos Agostinho de Araújo Ramos, de 53 anos,
morreu após sofrer uma descarga elétrica e ficar desacordado na Rua do
Catete, durante um temporal. Os fios da rede elétrica estavam soltos na
calçada. A comerciante Fátima R. Rocha contou que, na noite anterior,
várias pessoas tomaram choque no mesmo lugar onde Ramos morreu.
A causa da morte de Ramos, segundo o IML, consta que ele morreu de
“broncoaspiração”, sufocação direta por obstrução das vias aéreas superiores.

A passagem da corrente elétrica percorrendo o corpo pode desencadear efeitos


diretos e indiretos.

Conclusão
Os efeitos do choque elétrico são:

• Paralisia da musculatura respiratória, levando a asfixia e morte da ví-


tima em cerca de 4 minutos.

• Fibrilação cardíaca com ausência de circulação do sangue nos tecidos,


o que ocasiona falta de oxigenação, provocando a morte em cerca de 4
minutos. O cérebro, o coração e os rins são os órgãos mais afetados.

• Queimaduras eletrotérmicas ocasionadas pelo calor desprendido pela


passagem de corrente elétrica. As queimaduras elétricas diferem de
outros tipos de queimadura por serem profundas, causando destruição
da pele e de tecidos profundos. Em geral são indolores devido à destrui-
ção das terminações nervosas e sua regeneração é muito lenta.

• Queimaduras térmicas pelo desprendimento de calor durante a pas-


sagem da corrente.

• Conjuntivite, irritação das conjuntivas oculares pela liberação da


radiação ultravioleta durante o fluxo da corrente.

• Quedas, batidas, fraturas, ferimentos, entre outros.

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primeiros_socorros.p65 45 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Im
Os choques elétricos são uma das principais causas de parada cardior-
respiratória nos locais de trabalho. Portanto, os primeiros socorros devem
ser prestados nos primeiros 4 minutos após o acidente, para que exista uma
chance de sobrevida e recuperação do acidentado.

Im
A fibrilação ventricular do coração pode ocorrer de vários modos, mas,
neste caso, a preocupação é a relacionada com o choque elétrico.
Como a fibrilação ventricular é irreversível naturalmente, faz-se neces-
sário o emprego de técnicas práticas de modo a fazer o coração retomar o
seu ritmo normal.
Muitas técnicas e medicamentos foram utilizados, mas o método que
obteve sucesso foi o Desfribilador Elétrico, que, na verdade, é um capacitor
a ser descarregado no acidentado, como vimos.

Queimaduras
São lesões causadas quando a pele entra em contato com temperaturas extremas e substân-
cias químicas corrosivas.

O grau de lesão varia de acordo com o agente causador da queimadura e a intensidade e


extensão de pele atingida: quanto maior a área, mais grave é o caso. De acordo com a
profundidade da lesão dos tecidos, as queimaduras são classificadas em:

• 1º grau – somente a epiderme. Dor e vermelhidão local, sem bolha.


• 2º grau – caracterizada por vermelhidão e formação de bolhas d’água
(flictenas) dolorosas.
• 3º grau – atinge camadas profundas da pele, ocasionando a destruição
das terminações nervosas e sensitivas do tecido.

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primeiros_socorros.p65 46 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

O socorrista pode avaliar a relação gravidade-extensão utilizando a regra dos nove,


bastante útil e de fácil memorização, cujos valores são definidos em porcentagem (%)
da superfície corporal de acordo com a seguinte especificação:

• Cabeça – 9%;
• Pescoço – 1%;
• Membro superior – 9% cada;
• Tronco (costas ) – 18%;
• Tronco (frente) – 18%;
• Membro inferior – 18% cada.

Im
Assim, a extensão e a gravidade de uma queimadura determinam o
procedimento que o socorrista deve adotar. Observe a seguir a
classificação das queimaduras segundo a sua extensão e gravidade e os
procedimentos de primeiros socorros a serem adotados.

Gravidade quanto a extensão

• pequena queimadura – menos de 10% da área corpórea.


• grande queimadura – mais de 10% da área corpórea.

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primeiros_socorros.p65 47 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

N
O risco de vida está mais relacionado com a extensão do que com
a profundidade.

São consideradas graves as seguintes queimaduras:

• elétrica
• em períneo
• com mais de 10% da área corpórea
• com lesão das vias aéreas

Conduta

• prevenir o estado de choque


• evitar infecções na área queimada
• controlar a dor

As conseqüências dos acidentes com queimaduras de 1º e 2º graus de grande extensão


ou de 3º grau são:

• Estado de choque – a necrose de uma vasta área de tecido impede


a circulação sangüínea.
• Insuficiência renal – as células destruídas pela queimadura entram
na corrente sangüínea e impedem a formação da urina.
• Septicemia – a área queimada é atingida por microorganismos e tem início um
violento processo infeccioso.

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primeiros_socorros.p65 48 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

N
Septicemia – processo infeccioso generalizado em que microorganis-
mos penetram a corrente sangüínea e nela se multiplicam.

Soc
Em queimaduras de pequena extensão, deve-se:

• Lave o local com água corrente, de preferência na temperatura ambi-


ente, por 2 a 5 minutos;

• Não aplique iodo, mercúrio ou pomada no local do ferimento, para não


encobrir a lesão.

Em queimaduras térmicas, deve-se:

• Apagar o fogo da vítima com água, rolando-a no chão ou cobrindo-a


com um cobertor (em direção aos pés);

• Verificar vias aéreas, respiração, circulação e nível de consciência (es-


pecial atenção para VAS em queimados de face);

• Retirar partes de roupas não queimadas; e as queimadas aderidas ao


local, recortar em volta.;

• Retirar pulseiras, anéis, relógios etc.;

• Extabelecer extensão e profundidade das queimaduras;

• Quando de 1º grau, banhar o local com água fria;

• Não passar nada no local, não furar bolhas e cuidado com a infecção;

• Cobrir regiões queimadas com plástico estéril ou papel alumínio;

• Quando em olhos, cobrir com gaze embebida em soro.

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primeiros_socorros.p65 49 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Em queimaduras químicas, deve-se:

• Verificar VAS, respiração, circulação e nível de consciência


e evitar choque;

• Retirar as roupas da vítima;

• Lavar com água ou soro, sem pressão ou fricção;

• Identificar o agente químico: ácido – lavar por 5 minutos;


álcali – lavar por 15 minutos;
na dúvida, lavar por 15 minutos.

• Se álcali seco, não lavar: retirar manualmente (exemplo: soda cáustica).

Em queimaduras de grande extensão, deve-se:

• Prevenir o estado de choque – o estado de choque é uma das conse-


qüências comuns nos casos de grandes queimaduras, quando então
o socorrista deve acomodar a vítima.

• Controlar a dor – de acordo com a área atingida, a dor associada a


queimaduras de 2º e 3º graus é insuportável.

• Evitar a contaminação – se houver formação de bolhas o socorrista


não deve irritá-las nem furá-las, pois elas podem romper e deixar uma
ferida aberta, sujeita aos ataques de microorganismos.

E mais:

• Lave a área queimada com água corrente de preferência na


temperatura ambiente;

• Se as roupas da vítima tiverem aderido à queimadura, não as remova.

• Não aplique iodo, mercúrio ou pomada no local do ferimento.

• Não lhe dê água se estiver inconsciente.

• Mantenha-a aquecida e com as pernas elevadas.

• Mantenha os sinais vitais e, no caso de parada cardiorrespiratória,


aplique o método de reanimação mais adequado.

• Encaminhe-a ao hospital.

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primeiros_socorros.p65 50 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Concluindo
Nos acidentes provocados por choque elétrico há em geral duas feri-
das cutâneas: uma na entrada e outra na saída da corrente. Embora elas
costumem parecer pequenas, uma quantidade considerável de tecido abaixo
delas é destruída. Nestes casos, os procedimentos a serem adotados são
os mesmos para outros tipos de queimadura. Quando o choque ocasiona
a paralisação da respiração, em virtude da contração dos músculos respi-
ratórios, o socorrista deve efetuar as manobras de respiração, já estuda-
das sobre reanimação cardiorrespiratória.

Im
O socorrista deve adotar todos os procedimentos ao seu alcance, mas
os seus cuidados não substituem os do médico. Uma vez que a gravidade
das lesões pode exigir recursos adequados para lidar com os danos na pele
e problemas de insuficiência circulatória e renal e de infecção, ele deve
acionar de imediato os recursos hospitalares.

Lesão traumato-ortopédica
Nesta seção, vamos identificar os diversos tipos de lesão traumato-ortopédica que afetam
o aparelho locomotor e comprometem as articulações, ossos e músculos e os procedi-
mentos de primeiros socorros a serem adotados para aliviar o sofrimento da vítima.

Entorse
Na entorse há distensão dos ligamentos articulares, ocasionando a separação momentâ-
nea das superfícies ósseas da articulação e provocando inflamação, edema e dor local,
que se acentua com a movimentação.

51

primeiros_socorros.p65 51 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Soc
Neste caso, o socorrista deve adotar os seguintes procedimentos:

• Evite movimentar a articulação afetada.

• Aplique bolsa de gelo sobre o local a fim de reduzir a inflamação


e a dor.

Fraturas e lesões de articulação


É o rompimento total ou parcial de um osso ou cartilagem.

As fraturas podem ser fechadas, quando a pele não é rompida pelo osso quebrado,
e expostas ou abertas, quando o osso atravessa a pele e fica exposto.

Todas as supostas fraturas e lesões de articulação devem ser imobilizadas.

52

primeiros_socorros.p65 52 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Nas indústrias, a fratura pode ocorrer em razão de quedas e movimentos bruscos do


empregado, batidas contra objetos, ferramentas, maquinário, assim como quedas destes
sobre o empregado.

Suspeita-se de uma fratura ou lesão articular quando houver sido constatado pelo me-
nos dois itens abaixo mencionados:

• dor intensa no local, que aumente ao menor movimento ou toque na região;


• edema local (inchaço);
• crepitação ao movimento (som parecido com o amassar de papel);
• hematoma (rompimento de vaso com acúmulo de sangue no local)
ou equimose (mancha de coloração azulada na pele), que aparece
horas após a fratura;
• paralisia (lesão dos nervos).

obs
Nunca se deve tentar colocar o osso no lugar. Isso deverá ser feito em
local e por pessoal qualificado.

O que fazer:

• estancar eventual hemorragia em casos de fraturas expostas ou abertas;


• imobilizar as articulações mais próximas do local com suspeita de fratura,
a fim de impedir a movimentação, utilizando jornais, revistas, tábuas, papelão
etc.; convém acolchoar com algodão, lã ou trapos os pontos em que os ossos
ficarão em contato com a tala;
• não deslocar ou arrastar a vítima antes de imobilizar os segmentos fraturados;
• encaminhar a vítima ao serviço médico para diagnóstico e tratamento
precisos.

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primeiros_socorros.p65 53 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Em caso de lesão articular (entorses, luxações e contusões):


• colocar a vítima deitada ou sentada em posição confortável;
• nas primeiras 24 horas, aplicar frio intenso no local com bolsa de
gelo ou compressas frias úmidas; posteriormente, aplicar calor local.;
• imobilizar a região afetada com faixas ou panos para impedir
os movimentos, diminuindo assim a dor;
• após decorridas as primeiras 24 horas, pode-se aplicar calor no local
e imobilizá-lo, mantendo a regição aquecida;
• encaminhar a vítima ao serviço médico para diagnóstico
e tratamento preciosos.

obs
Não massagear ou friccionar o local afetado.

54

primeiros_socorros.p65 54 2/8/2005, 11:26


Transportando as vítimas
do local do acidente

Hoje auxiliamos, amanhã seremos


os necessitados de auxílio.

Francisco Cândido Xavier

O transporte da vítima de acidente merece um tema especial. Nesse momento, as lesões

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE


já existentes podem ser agravadas, por isso o socorrista somente deve fazer o transporte
se for absolutamente necessário; caso contrário, deve aguardar atendimento médico.

Procedimentos adequados para transportar vítimas que merecem cuidados especiais.

• Controlar as hemorragias, para que evite sangramento abundante e exponha risco


de a vítima entrar em choque.
• Se houver suspeita de fratura, principalmente no caso de atropelamento, imobilize
o local faturado.
• Se houver parada cardiorrespiratória, inicie imediatamente a respiração artificial e
a massagem cardíaca.

Devem ser transportados os que estiverem:

• inconscientes;
• em estado de choque;
• gravemente queimados;
• com hemorragia;
• envenenados;
• com fratura nos membros inferiores, bacia e coluna vertebral.

primeiros_socorros.p65 55 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Im
Acidentados com fratura no pescoço e suspeita de lesão da medula não
devem ser removidos antes do atendimento médico. Um erro de movimento
pode ocasionar numerosas lesões.

Socorrendo
• Se a vítima tiver que ser erguida para verificação das lesões, cada
parte do corpo deve ser apoiada, não deixe o corpo se dobrar, mante-
nha-o em linha reta.

• Ao transportá-la puxe pela direção da cabeça ou pés, nunca pelos


lados, e proteja o corpo com toalha ou outro material, principalmente
a cabeça.

• Se não houver maca para


removê-la, adote o método
do auxílio de três pessoas,
de acordo com a ilustração.

O socorrista também pode impro-


visar uma maca amarrando um
cobertor ou colcha em duas va-
ras resistentes ou cabos de vas-
soura, de acordo com a ilustração.

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primeiros_socorros.p65 56 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

O socorrista pode estar sozinho ao prestar auxílio à vítima e precisar removê-la em virtude
de um perigo iminente, como desabamento, incêndio etc., ou ele pode contar com o
auxílio de uma ou mais pessoas. Conheça a seguir outros métodos de transporte a serem
aplicados em situações especiais, desde que o socorrista esteja certo de sua adequação.

Socorrendo

Transporte de apoio

Se a vítima estiver consciente e com


leves ferimentos, o socorrista deve se
posicionar ao lado, passar o braço dela
pela sua própria nuca e segurá-la com
o outro braço.

Transporte em cadeira improvisada

Dois socorristas podem improvisar


uma cadeira segurando os braços
e punhos um do outro; a vítima senta
e passa os braços ao redor dos
seus pescoços.

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primeiros_socorros.p65 57 2/8/2005, 11:26


CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

Transporte em cadeira

No transpor te da vítima
numa cadeira, que tem
a vantagem de manter o
corpo ereto e desse modo
impedir o possível agrava-
mento das lesões, deve-se
incliná-la para trás.

Transporte em braços

O socorrista pode levantar e transpor-


tar a vítima no colo desde que agüente
o peso.

Transporte nas costas

A vítima passa os braços por cima dos


ombros do socorrista e se apóia nele.

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primeiros_socorros.p65 58 2/8/2005, 11:26


NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Transporte pela extremidade

Dois socorristas carregam uma


vítima: um agarra com os braços
o tronco da vítima e os passa por
baixo das axilas enquanto o
outro, de costas para o primeiro,
segura as pernas.

Im
O transporte de vítimas de acidente em veículos automotores também
merece cuidados especiais: o socorrista deve pedir ao motorista que não
exceda o limite de velocidade, o que, em lugar de salvar uma vida, pode
ocasionar um acidente com novas vítimas; além disso, as freadas e solavan-
cos do carro podem agravar o estado da vítima.

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primeiros_socorros.p65 60 2/8/2005, 11:26
Referências

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Belo Horizonte, 2004.
PEREIRA, Dimas Sales. Orientação aos candidatos a motoristas e motociclistas. 3ª ed.
Rio de Janeiro: Sintra, 1998.
SENAI/DN. Primeiros socorros. Brasília: CNI / SENAI / PETROBRAS, 2002.
SENAI. RJ. Primeiros socorros. caderno do docente. Rio de Janeiro, 2001.
_____. Educação a distância. Primeiros socorros. Rio de Janeiro, 2001.

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE


Endereços eletrônicos
http://psicotran.virtualave.net/educação/eduformot.htm
http:/sampa3.prodam.sp.gov.br/comdec/primeiro.htm
http://www.abramet.org/revista26/pg47primeiros-socorros.htm
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http://www.dner.gov.br/emergencia.htm
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http://www.ufrgs.br/farmácia/socorro/queim2.htm

primeiros_socorros.p65 61 2/8/2005, 11:26

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