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FICHA CATALOGRÁFICA
D585c
74 p.: il.
ISBN: 85-7519-151-9
CDU: 537:331.45
Dezembro 㜵
2006
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UTILIZAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO.
Tal utilização se deve ao fato de que tais obras vêm de encontro as nossas
necessidades, bem como têm a função de enriquecer a qualidade dos recursos didáticos
fornecidos aos nossos alunos como forma de aprimorar seus conhecimentos e
competências.
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Sumário
Apresentação 7
10.13 Responsabilidades 55
Glossário 59
Referências 63
Anexos
Muitos riscos podem ser identificados por meio de uma rápida observação, como o risco
de queda em um trabalho em altura, o risco devido ao vazamento de gases tóxicos ou
combustíveis, percebidos pelo olfato, etc., mas em condutores ou dispositivos que
estejam energizados o risco só pode ser constatado através de instrumentos específicos.
A organização americana NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health)
apresenta uma estatística em que a eletrocussão é a terceira causa de acidentes fatais no
Devido a esses fatos, é necessário que trabalhos em eletricidade sejam executados com
a utilização de procedimentos específicos de segurança, aliados a um intenso programa
de treinamento em conformidade com uma assumida política de segurança do trabalho
nas empresas.
Esta atualização tem como pontos fortes, entre outros, a obrigatoriedade de existência do
memorial técnico de instalações existentes (Prontuário de Instalações Elétricas); a neces-
sidade de antecipação de uma filosofia de segurança ainda na fase de projeto (tornando
obrigatória a existência do manual descritivo dos itens de segurança nas instalações); o
estabelecimento de procedimentos de segurança nas diversas atividades da área elétrica,
como construção, montagem, operação e manutenção (circuitos energizados ou não e alta-
tensão); o detalhamento do perfil do empregado habilitado, qualificado, capacitado
e autorizado (estabelecendo a necessidade de cursos básicos e complementares de
Ao fim deste módulo reunimos um glossário que define os principais termos examinados
nesta norma.
RICARDO BERZOINI
Ministério do Trabalho e Emprego
Comentários
• “Risco” – ver glossário.
• “Riscos adicionais” – ver glossário.
• “Prontuário” – ver glossário.
• “Sistema Elétrico de Potência” – ver glossário.
• “Equipamentos de Proteção Coletiva” (EPC) – ver glossário e
comentários do item 10.2.8.
• “Isolação Elétrica” – ver Isolamento Elétrico – glossário.
• O item 10.2.1, ao se referir a medidas preventivas de controle de risco,
descreve o que em Segurança do Trabalho se entende por atitude proativa,
ou seja: por meio de conscientização, treinamento adequado e técnicas
de análise de riscos (ferramentas gráficas), procura-se:
1) Identificar o risco;
2) Avaliar o risco;
3) Implementar medidas de controle.
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10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme regula-
mentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve atender às
Normas Internacionais vigentes.
Comentários
• “Instalações Elétricas” – ver glossário.
• “Procedimentos” – ver glossário.
• “Obstáculos” – ver glossário.
• “Barreiras” – ver glossário.
• As medidas de Proteção Coletiva visam à proteção não só de
trabalhadores envolvidos com a atividade principal que será executada e
que gerou o risco, como também a proteção de outros funcionários que
possam executar atividades paralelas nos arredores, ou até passantes,
cujo percurso pode levá-los à exposição ao risco existente.
• Inicialmente, para trabalhos em instalações elétricas, o passo mais
impor tante seria a “DESENERGIZAÇÃO” dos circuitos ou
equipamentos energizados.
• Caso não seja possível a desenergização dos circuitos ou
equipamentos, outros procedimentos e medidas de segurança deverão
ser utilizados, como:
Emprego de “TENSÃO DE SEGURANÇA”, em que tensões abaixo de
50 V (extrabaixa) são utilizadas. Muitas ferramentas manuais podem ser
encontradas para a tensão de 24 V, para trabalhos em locais úmidos,
pois, com a umidade, a resistência do corpo humano diminui, e o poder
de isolamento dos equipamentos fica comprometido.
“ISOLAÇÃO DAS PARTES VIVAS”, que, através da utilização de materiais
isolantes, evita o risco de contato acidental com condutores ou
peças metálicas energizadas e conseqüente eletrocussão dos
trabalhadores envolvidos. Como exemplo, podemos citar a capa plástica
de isolamento em condutores.
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10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas
ou em suas proximidades.
Comentários
• As medidas de Proteção Coletiva serão prioritárias em vista de sua
abrangência. Caso não sejam suficientes, utilizaremos então a proteção
individual, item 10.2.9.1.
• A norma de segurança que trata dos equipamentos de proteção individual
(EPI) é a NR-6, e poderíamos resumi-la da seguinte forma:
Todo EPI deve possuir CA (Certificado de Aprovação) (ver item 10.2.4
e Comentários).
18
Obrigações do empregador:
1. Adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
2. Exigir seu uso;
3. Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
4. Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda
e conservação;
5. Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
6. Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e
7. Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
Obrigações do empregado:
1. Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
2. Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
3. Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para uso; e,
4. Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
• Os uniformes de trabalho devem ser fornecidos pela empresa, não
permitindo a utilização de outras vestimentas que possam introduzir
riscos, como condutibilidade do próprio tecido ou através de peças
metálicas (fechos, tachas, rebites, etc.) e também não devem ser de
materiais facilmente inflamáveis, como alguns tipos de materiais sintéticos.
• O item 10.2.9.3 enfatiza a proibição de uso de adornos pessoais em
instalações elétricas, como colares, anéis, pulseiras e relógios que podem
causar acidentes por contatos com partes energizadas.
• Os principais Equipamentos de Proteção Individual utilizados na área
elétrica são assim descritos:
Cintos de segurança para eletricista, com talabarte;
Capacetes classe “B”, aba total (uso geral e trabalhos com energia elétrica,
testados a 30.000 V);
Botas com proteção contra choques elétricos, bidensidade, sem partes
metálicas;
19
0 1.000
1 7.500
2 17.500
3 26.500
4 36.000
20
10.3.3.1 Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como: comunicação, sina-
lização, controle e tração elétrica devem ser identificados e instalados separadamente,
salvo quando o desenvolvimento tecnológico permitir compartilhamento, respeitadas
as definições de projetos.
10.3.5 Sempre que tecnicamente viável e necessário devem ser projetados dispositi-
vos de seccionamento que incorporem recursos fixos de eqüipotencialização e aterra-
mento do circuito seccionado.
10.3.6 Todo projeto deve prever condições para a adoção de “Aterramento Temporário”.
10.3.7 O projeto das instalações elétricas deve ficar à disposição dos trabalhadores
autorizados, das autoridades competentes e de outras pessoas autorizadas pela
empresa e deve ser mantido atualizado.
Comentários
• “Impedimento de reenergização” – ver glossário.
• “Sinalização” – ver glossário.
• “Aterramento Temporário” – ver glossário.
• “Influências Externas” – ver glossário.
• O item 10.3 é uma inovação bastante importante na NR-10, pois introduz
o conceito de antecipação no reconhecimento dos riscos potenciais de
futuras instalações, que orienta o projetista nessa fase preliminar do projeto
a fazer modificações que irão neutralizar esses riscos, tornando mais
eficiente a execução de atividades sob a filosofia da segurança do trabalho.
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23
10.4.2 Nos trabalhos e nas atividades referidas, devem ser adotadas medidas preven-
10.4.5 Para atividades em instalações elétricas deve ser garantida ao trabalhador iluminação
adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo com a NR-17 – Ergonomia, de forma a
permitir que ele disponha dos membros superiores livres para a realização das tarefas.
Comentários
• O principal foco desta norma é o risco elétrico, mas muitos riscos
adicionais devem ser controlados ou neutralizados, pois trabalhos de
manutenção costumam apresentar situações de extrema gravidade.
O Trabalho em Altura, em redes elétricas, torres, com risco de quedas,
deve ser encarado com muita seriedade, com treinamento específico, e
em determinadas situações com a utilização de cinto de segurança tipo
pára-quedista, dois talabartes, adotando-se sempre uma rígida inspeção
do equipamento de proteção contra quedas; Espaços Confinados, com
risco de asfixia, exposição a contaminantes, afogamento, explosão e
incêndio, dificuldade de resgate, necessitando equipamentos para
resgate, operação de ventilação para remover gases ou vapores
explosivos ou contaminantes, máscaras contra produtos químicos, roupas
especiais, instrumentação de teste de explosividade, nível de oxigênio
(atmosfera respirável com nível correto de O2); Campos Elétricos e
Magnéticos, que possam induzir tensões em circuitos desenergizados,
ou simplesmente interferir nos aparelhos de comunicação, instrumentos
de medição e comandos remotos; Umidade, que potencializa os riscos,
propiciando choques elétricos e arcos voltaicos; Poeira, que além de
contaminante também pode ser explosiva; Fauna, como cobras, aranhas,
escorpiões, sempre presentes em cubículos, caixas de passagem, interior
de armários, painéis e bandejas de cabos; Flora, em que há presença
de riscos biológicos, como bactérias e fungos. Todos esses riscos
adicionais listados além da possibilidade de produzir acidentes podem
afetar a saúde do trabalhador. Além dos EPI e EPC (incluída a sinalização
de segurança), para cada atividade devem ser realizadas as Análises de
Risco, Autorizações de Serviço, Permissões de Trabalho e seguidos os
Procedimentos de Segurança adequados (item 10.4.2).
• Todos os dispositivos e ferramentas utilizadas devem estar em
condições próprias de uso, serem compatíveis com as instalações
elétricas e possuir isolamento adequado à tensão do local (itens 10.2.4
com comentários, 10.4.3 e 10.4.3.1).
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27
a) Seccionamento;
b) Impedimento de reenergização;
c) Constatação da ausência de tensão;
d) Instalação de “Aterramento Temporário” com eqüipotencialização dos condutores
10.5.3 As medidas constantes das alíneas apresentadas nos itens 10.5.1 e 10.5.2
podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função das peculiarida-
des de cada situação, por profissional legalmente habilitado, autorizado e mediante
justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja mantido o mesmo nível de
segurança originalmente preconizado.
Comentários
• “Aterramento temporário” – ver Aterramento elétrico temporário –
glossário.
• “Zona Controlada” – ver glossário.
• “Destravamento” – ver Travamento – glossário.
• Dentro dos preceitos que regem a segurança do trabalho existem
procedimentos específicos para cada atividade. Em manutenção elétrica é
bastante utilizado um procedimento de segurança denominado “Travamento
(ou Bloqueio) e Etiquetagem (ou Sinalização)”. Visa controlar os riscos do
trabalho com eletricidade, protegendo o trabalhador de exposição ao risco
de contato com partes energizadas e conseqüente eletrocussão. “Este
procedimento é também aplicado quando se necessita controlar outras formas
de energia de risco, como, por exemplo, energia pneumática, hidráulica,
química, etc.”
• Assim sendo, as instalações elétricas só serão consideradas
desenergizadas e seguras para trabalhos após os procedimentos de
“Travamento e Sinalização”, como listados no item 10.5.1.
1. Seccionamento; onde chaves, seccionadoras, ou outros dispositivos de
isolamento são acionados para a desenergização dos circuitos;
2. Impedimento de reenergização; onde por meio de bloqueios mecânicos,
cadeados, ou outros equipamentos é garantido a impossibilidade de
reenergização dos circuitos, o que fica facultado apenas ao responsável
pelo bloqueio;
3. Constatação da ausência de tensão; onde por meio de dispositivos de
“Detecção de Tensão” é garantida a desenergização dos circuitos;
4. Instalação de aterramento temporário; e eqüipotencialização de
condutores trifásicos, cur to-circuitados na mesma ligação de
aterramento temporário, o que garante a proteção completa do
trabalhador em situações outras de energização dos circuitos já
seccionados, provocados por indução, contatos acidentais com outros
condutores energizados, etc.;
30
31
10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser realizados
mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas no Anexo I.
Comentários
• “Baixa Tensão” – ver glossário.
• “Pessoa não Advertida” – ver Pessoa advertida – glossário.
• “Perigo” – ver glossário.
• Instalações elétricas energizadas são aquelas com tensão superior à tensão
de segurança (Extrabaixa Tensão – EBT), ou seja: 50 VCA ou 120 VCC
(VCA – Volts em Corrente Alternada; VCC – Volts em Corrente Contínua). O
trabalho nessas condições só poderá ser realizado por profissionais
autorizados, como é descrito no item 10.8 e seus comentários (itens 10.6.1
e 10.6.1.1).
• Qualquer pessoa não treinada em eletricidade pode realizar operações
elementares de ligar ou desligar circuitos elétricos em baixa tensão (a
baixa tensão vai de 50 VCA até 1.000 VCA ou 120 VCC até 1.500 VCC),
desde que se encontrem em perfeitas condições de operação
(item 10.6.1.2).
• Sempre que atividades forem executadas no interior da zona controlada,
procedimentos de segurança específicos devem ser observados,
respeitando-se as distâncias de segurança (Anexo II), isolamento de partes
energizadas, proteção por barreiras, indicação aos trabalhadores envolvidos
quanto a pontos energizados, palestra inicial de segurança, preenchimento
de permissões de trabalho, utilização de listas de verificação, etc.
(item 10.6.2).
• Antes de qualquer nova atividade é necessária a identificação dos riscos
inerentes, e depende desses riscos a utilização de um determinado
procedimento, de tipos diferenciados de EPI, de EPC, de diferentes
acessórios de trabalho. A esse procedimento damos o nome de “Análise
de Risco”. No entanto outros riscos não previstos podem surgir, como
inundações, tempestades, raios, ou quaisquer outros cuja neutralização
não seja possível. Nesse caso, o responsável pela atividade deve suspender
as atividades.
• O item 10.6.4 alerta para entrada em operação e testes de novos
equipamentos, com nova tecnologia ou modificação de instalações
existentes. Nessa fase de testes, correções e ajustes é mais provável a
ocorrência de acidentes. Antes dessas atividades é necessária a elaboração
de análises de risco e procedimentos de segurança específicos ao
momento, e desenvolvidos com os circuitos desenergizados.
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10.7.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles execu-
tados no Sistema Elétrico de Potência (SEP), não podem ser realizados individualmente.
10.7.4 Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aquelas
que interajam com o SEP, somente pode ser realizado mediante ordem de serviço espe-
cífica para data e local, assinada por superior responsável pela área.
Comentários
• “Alta-Tensão” – ver glossário.
• “Zonas Controladas e de Risco” – ver glossário.
• “Proximidades” – ver Trabalho em proximidade – glossário.
• Trabalhos em alta-tensão envolvem um grande risco de acidentes,
não apenas pela possibilidade de choque elétrico por contatos diretos
ou indiretos, mas principalmente pela formação de arcos voltaicos,
que são o resultado do rompimento do dielétrico (capacidade de
isolamento) do ar, com grande dissipação de energia, liberando
luminosidade, calor, e partículas metálicas em fusão. Esse tipo de
acidente provoca graves queimaduras em todos que estiverem
situados dentro do seu raio de ação. Daí a definição de “Zona de Risco”
e “Zona Controlada” (ver Anexo II) impor tante para o perfeito
posicionamento do trabalhador em seus limites, e dos procedimentos
e equipamentos, EPI, EPC, necessários à execução de atividades
dentro dos princípios da segurança do trabalho. Alta-tensão é a tensão
definida como tendo valores acima de 1.000 V em Corrente Alternada
(CA) e 1.500 V em Corrente Contínua (CC) entre fases ou entre fases
e terra. Trabalhadores exercendo atividades dentro dos limites das
“Zonas de Risco” ou “Zonas Controladas” (ver Anexo II) têm que
atender ao disposto no item 10.8, sendo Habilitados, Qualificados, e
Autorizados, ou Capacitados e Autorizados. Devem ainda estar em
condições de saúde compatíveis com as atividades a serem
36
37
10.8.3.1 A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou e nas condições
estabelecidas pelo profissional habilitado e autorizado responsável pela capacitação.
Comentários
• As atividades exercidas em instalações elétricas envolvem a exposição
ao risco elétrico, causador de muitos graves acidentes. A perfeita
identificação deste risco, assim como o conhecimento de procedimentos
de segurança no trabalho, equipamentos de proteção individual e coletiva,
e principalmente o simples reconhecimento de que os acidentes não
acontecem apenas com os outros, diminuirá em muito o índice de
acidentes do trabalho em atividades elétricas. Isso nos conduz ao
40
41
Comentários
• “ Atmosferas Potencialmente Explosivas ” – ver Atmosfera
Explosiva – glossário.
• A NR-23 dispondo sobre Proteção Contra Incêndios orienta:
As classes de fogo são:
• Classe “A”: Materiais de fácil combustão que queimam na superfície e
profundidade, e deixam resíduos (madeira, tecidos, papel, fibras, etc.);
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Em geral temos:
• Classe I – Gases e vapores, dividida em quatro grupos, de “A” a “D”, e
algumas das substâncias são: acetileno, hidrogênio, butadieno,
acetaldeído, eteno, monóxido de carbono, acetona, acrinonitrila, amônia,
butano, benzeno, gasolina, etc.
• Classe II – Poeiras, dividida em três grupos, de “E” a “G”, sendo poeiras
metálicas combustíveis, poeiras carbonáceas (carvão mineral, hulha), e
poeira combustível, como farinha de trigo, ovo em pó, goma-arábica,
celulose, vitaminas, etc.
• Classe III – Fibras combustíveis, como rayon, sisal, fibras de
madeira, etc.
Existe ainda uma classificação em que são consideradas as
probabilidades de ocorrência da mistura explosiva, divisão 2 e 1, pelas
normas internacionais, e zonas 0, 1, e 2, pelas normas brasileiras. As
normas mencionadas são a ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas), IEC (International Electrotechnical Commission, européia),
NEC (National Electrical Code, americana), API (American Petroleum
Institute), e NFPA, (National Fire Protection Association, americana).
• Em presença de atmosferas explosivas a fonte de ignição pode ser algum
dispositivo, acessório ou equipamento elétrico, que possa produzir
centelhamento. As normas nacionais e internacionais especificam
equipamentos elétricos para serem utilizados com segurança em áreas
classificadas, e que são à prova de acidentes por centelhamento. São
ditos: “à prova de explosões, pressurizados, imersos em óleo, em areia,
em resina, de segurança aumentada, herméticos, especial, e de
segurança intrínseca”.
• Para que esses equipamentos cumpram sua função dentro dos critérios
de segurança exigidos, eles têm que ser testados dentro de rígidos
padrões de qualidades (teste de conformidade), e somente pelas
empresas certificadoras reconhecidas pelo Sistema Brasileiro de
Certificação, que congrega as certificadoras reconhecidas junto ao
INMETRO (item 10.9.2).
• Dentro da necessidade de um rígido controle da possibilidade de
ocorrência de acidentes devidos a equipamentos elétricos em áreas
classificadas, a norma exige um maior controle das condições elétricas
desses sistemas, com relês de proteção contra sobrecorrente,
sobretensão, aquecimento de motores, falta de fase, correntes de fuga,
45
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Comentários
• O item 10.10.1 refere-se à NR-26, que dispõe sobre sinalização de
segurança e orienta com relação à utilização das cores como meios
identificadores de equipamentos de segurança, delimitando áreas,
identificando riscos, e em associação com frases, desenhos e símbolos
com o objetivo de prevenção dos acidentes do trabalho.
• A correta identificação de circuitos elétricos leva à eficácia no
desligamento dos circuitos corretos seja por necessidades de
manutenção, seja por manobras de emergência. Muitos acidentes não
puderam ser evitados no passado devido à inexistência ou à incorreta
identificação de circuitos elétricos energizados. O mesmo se aplica à
utilização de etiquetas e placas para a identificação de travamentos e
bloqueios de dispositivos e sistemas de manobras e comandos em
instalações elétricas. Restrições e impedimentos de acesso e
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10.11.5 A autorização referida no item 10.8 deve estar em conformidade com o treina-
mento ministrado, previsto no Anexo II desta NR.
Comentários
• “Procedimentos” – ver glossário.
• Análise de risco é uma ferramenta gráfica na qual uma atividade é
analisada passo a passo, com cada passo associado a um responsável,
identificando-se o(s) risco(s) correlatos, e como resultado elabora-se a
lista de controles necessários à neutralização de cada risco identificado.
EXEMPLO
(Passo referente à abertura de uma chave corta-circuito, dentro de uma atividade mais complexa)
50
51
10.12.2 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o resgate e prestar pri-
meiros socorros a acidentados, especialmente por meio de reanimação cardiorrespiratória.
Comentários
• Com relação ao item “10.13 – Responsabilidades”, a norma atualizada
mostrou-se bem mais detalhada com relação ao envolvimento de todos,
empresa contratante, contratadas, e trabalhadores no cumprimento dos
artigos da norma. O termo solidário significa que todos os mencionados
poderão responder juridicamente pelo não cumprimento dos artigos desta
norma (item 10.13.1).
• O trabalhador não só tem o direito de ser informado pela empresa de
todos os riscos a que estão expostos, e dos procedimentos de segurança
e de controle de riscos correlatos, como também passa a estar legalmente
envolvido com a responsabilidade de zelar pela própria integridade física
56
10.14.3 Na ocorrência do não cumprimento das normas constantes nesta NR, o MTE
Comentários
• “Direito de Recusa” – ver glossário.
• “Extrabaixa Tensão” – ver glossário.
• O item 14.1 acrescenta um tópico importantíssimo à norma, pois
exercendo o “direito de recusa” o trabalhador pode interromper sua
atividade sempre que for constatada a condição de “risco grave e
eminente” com relação a si ou a outras pessoas.
• A condição de “ risco grave e eminente” é definida na Norma
Regulamentadora no 3 (Embargo ou Interdição) como toda condição
58
60
61
ABNT. NR 5410:2004. Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004. 209 p.
ROUSSELET, Edison da Silva; CESAR, Falcão. Segurança na Obra. Rio de Janeiro: Editora
Interciência Ltda. 1999. 344 p.
MASON, C. Russel. The Art Science of Protective Relaying Engineering Planning and
Development Section. Nova York: General Electric Company. 410 p.
MANIERI, Oscar Martins. Segurança, meio ambiente e saúde. Rio de Janeiro: SENAI/RJ
/ Petrobras. 2004.164 p.
ANEXO 2
Zona de risco e zona controlada
65
ZL = Zona livre
66
ANEXO 3
Treinamento
Programação mínima:
a) Desenergização;
b) Aterramento funcional (TN – TT – IT); de proteção; temporário;
c) Eqüipotencialização;
d) Seccionamento automático da alimentação;
e) Dispositivos a corrente de fuga;
f) Extrabaixa tensão;
g) Barreiras e invólucros;
h) Bloqueios e impedimentos;
i) Obstáculos e anteparos;
67
6. Regulamentações do MTE.
a) Normas Regulamentadoras;
b) Norma Regulamentadora NR-10 (Segurança em Instalações
e Serviços com Eletricidade);
c) Qualificação; habilitação; capacitação e autorização.
a) Instalações desenergizadas;
b) Liberação para serviços;
c) Sinalização;
d) Inspeções de áreas, serviços, ferramental e equipamento.
a) Altura;
b) Ambientes confinados;
c) Áreas classificadas;
d) Umidade;
e) Condições atmosféricas.
68
ANEXO 3
12. Proteção e combate a incêndios.
a) Noções básicas;
b) Medidas preventivas;
c) Métodos de extinção;
d) Prática.
15. Responsabilidades.
69
Programação Mínima:
2. Organização do trabalho
3. Aspectos comportamentais.
70
ANEXO 3
e) Campos elétricos e magnéticos;
f) Comunicação e identificação; e
g) Trabalhos em altura, máquinas e equipamentos especiais.
a) Em linha viva;
b) Ao potencial;
c) Em áreas internas;
d) Trabalho a distância;
e) Trabalhos noturnos.
f) Ambientes subterrâneos
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ANEXO 4
Prazos para cumprimento dos itens
da Norma Regulamentadora no 10
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Riscos Elétricos
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Medidas Elétricas
Dezembro
2006
SENAI - RO 1
FICHA CATALOGRÁFICA
S491c
122 p. : il.
ISBN: 85-7519-152-7
Tal utilização se deve ao fato de que tais obras vêm de encontro as nossas
necessidades, bem como têm a função de enriquecer a qualidade dos recursos didáticos
fornecidos aos nossos alunos como forma de aprimorar seus conhecimentos e
competências.
SENAI - RO 2
䵯摥汯攠捡灡敮慩⁶弲
煵楮瑡ⵦ敩牡Ⱐ㈸攠摥穥浢牯攠㈰〶‱〺ㄸ㨰
Sumário
Apresentação 7
RISCOS ELÉTRICOS
Técnicas de análise de riscos 49
Conceitos básicos ..................................................................................................................... 49
Principais técnicas para identificação dos riscos/perigos ........................................... 51
Análise preliminar de riscos .................................................................................................. 53
Referências 119
Eletricidade mata. Esta é uma forma bastante brusca, porém verdadeira, de iniciarmos o
estudo sobre segurança em eletricidade. Sempre que trabalhar com equipamentos elé-
tricos, ferramentas manuais ou com instalações elétricas, você estará exposto aos riscos
da eletricidade. E isso ocorre no trabalho, em casa, e em qualquer outro lugar. Você está
cercado por redes elétricas em todos os lugares; aliás, todos nós estamos. É claro que no
trabalho os riscos são bem maiores. É no trabalho que existe uma grande concentração
de máquinas, motores, painéis, quadros de distribuição, subestações transformadoras e,
em alguns casos, redes aéreas e subterrâneas expostas ao tempo. Para completar, mes-
mo os que não trabalham diretamente com os circuitos também se expõem aos efeitos
RISCOS ELÉTRICOS
nocivos da eletricidade ao utilizar ferramentas elétricas manuais, ou ao executar tarefas
simples como desligar ou ligar circuitos e equipamentos, se os dispositivos de aciona-
mento e proteção não estiverem adequadamente projetados e mantidos.
Embora todos nós estejamos sujeitos aos riscos da eletricidade, se você trabalha direta-
mente com equipamentos e instalações elétricas ou próximo delas, tenha cuidado.
O contato com partes energizadas da instalação pode fazer com que a corrente elétrica
passe pelo seu corpo, e o resultado são o choque elétrico e as queimaduras externas e
internas. As conseqüências dos acidentes com eletricidade são muito graves, provocam
lesões físicas e traumas psicológicos, e muitas vezes são fatais. Isso sem falar nos incêndios
originados por falhas ou desgaste das instalações elétricas. Talvez pelo fato de a eletrici-
dade estar tão presente em sua vida, nem sempre você dá a ela o tratamento necessário.
Como resultado, os acidentes com eletricidade ainda são muito comuns mesmo entre
profissionais qualificados. No Brasil, ainda não temos muitas estatísticas específicas
sobre acidentes cuja causa está relacionada com a eletricidade. Entretanto, é bom
conhecer alguns números a esse respeito.
Estatísticas
Nos EUA, por exemplo, o contato com a eletricidade é a causa de 5% dos acidentes fatais
que ocorrem no trabalho. Em números absolutos, isso significa que 290 pessoas morrem
por ano devido a acidentes com eletricidade no trabalho. Esses dados reunidos entre 1997
e 2002 correspondem a informações divulgadas pelo Ministério do Trabalho dos EUA.
No Brasil, se considerarmos apenas o Setor Elétrico, assim chamado aquele que reúne as
empresas que atuam em geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, temos
alguns números que chamam a nossa atenção. Em 2002, ocorreram 86 acidentes fatais
nesse setor, incluídos aqueles com empregados das empreiteiras. A esse número, entre-
tanto, somam-se 330 mortes que ocorreram nesse mesmo ano com membros da popu-
lação que, de diferentes formas, tiveram contato com as instalações pertencentes ao Setor
Elétrico. Como exemplo desses contatos fatais, há os casos que ocorreram em obras de
construção civil, contatos com cabos energizados, ligações clandestinas, instalações de
antenas de TV, entre tantas outras causas. Um relatório completo é divulgado anualmente
pela Fundação COGE.
Para completar, entre 1.736 acidentes do trabalho analisados pelo Sistema Federal
de Inspeção do Trabalho, no ano de 2003, a exposição à corrente elétrica encontra-se
entre os primeiros fatores de morbidade/mortalidade, correspondendo a 7,84% dos
acidentes analisados.
Este módulo vai abranger vários tópicos relacionados à segurança com eletricidade.
Os principais riscos serão apresentados e você irá aprender a reconhecê-los e a adotar
procedimentos e medidas de controle, previstos na legislação e nas normas técnicas,
para evitar acidentes. Da sua preparação, estudo e disciplina vão depender a segurança e
a vida de muitas outras pessoas, incluindo você. Pense nisso!
RISCOS ELÉTRICOS
Choque elétrico
Hoje, com o domínio da ciência da eletricidade, o ser humano usufrui de todos os
seus benefícios. Construídas as primeiras redes de energia elétrica, tivemos vários
benefícios, mas apareceram também vários problemas de ordem operacional, sendo
o mais grave o choque elétrico.
Concluindo
O choque elétrico é a perturbação de natureza e efeitos diversos que se
manifesta no organismo humano quando este é percorrido por uma corrente
elétrica. Os efeitos do choque elétrico variam e dependem de:
• percurso da corrente elétrica pelo corpo humano;
• intensidade da corrente elétrica;
• tempo de duração;
• área de contato;
• freqüência da corrente elétrica;
• tensão elétrica;
• condições da pele do indivíduo;
• constituição física do indivíduo;
• estado de saúde do indivíduo.
Choque estático
10
N
Descarga estática – É o efeito capacitivo presente nos mais
diferentes materiais e equipamentos com os quais o homem convive.
Um exemplo típico é o que acontece em veículos que se movem em climas
secos. Com o movimento, o atrito com o ar gera cargas elétricas que se
acumulam ao longo da estrutura externa do veículo. Portanto, entre o veículo
e o solo passa a existir uma diferença de potencial. Dependendo do acúmulo
das cargas, poderá haver o perigo de faiscamentos ou de choque elétrico no
instante em que uma pessoa desce ou toca no veículo.
Choque dinâmico
Este tipo de choque é o mais perigoso, porque a rede de energia elétrica mantém
a pessoa energizada, ou seja, a corrente de choque persiste continuadamente.
O corpo humano é um organismo resistente, que suporta bem o choque elétrico
nos primeiros instantes, mas com a manutenção da corrente passando pelo
11
Muitos órgãos aparentemente sadios só vão apresentar sintomas devido aos efeitos da
corrente de choque muitos dias ou meses depois, apresentando seqüelas, que muitas
vezes não são relacionadas ao choque em virtude do espaço de tempo decorrido desde
o acidente.
Os choques dinâmicos podem ser causados pela tensão de toque ou pela tensão de passo.
Tensão de toque
12
No solo, a corrente de curto-circuito gerará potenciais distintos desde o "pé" da torre até
uma distância remota. Este potencial é apresentado pela curva da figura acima.
A resistência do corpo humano para corrente alternada de 50 ou 60 Hz, pele suada, para
tensão de toque maior que 250 V fica saturada em 1 000 ohms.
Cada pé em contato com o solo terá uma resistência de contato representada por
R contato.
13
Tensão de passo
No caso da torre de transmissão, a pessoa receberá entre os dois pés a tensão de passo
O aterramento só será bom se a tensão de passo for menor do que o limite de tensão de
passo para não causar fibrilação ventricular no ser humano.
A tensão de passo é menos perigosa do que a tensão de toque. Isso se deve ao fato de
o coração não estar no percurso da corrente de choque. Esta corrente vai de pé em pé,
mas mesmo assim é também perigosa. As veias e artérias vão da planta do pé até o
coração. Sendo o sangue condutor, a corrente de choque, devido à tensão de passo, vai
do pé até o coração e deste ao outro pé. Por esse motivo, a tensão de passo é também
perigosa e pode provocar fibrilação ventricular.
14
Observe que as tensões geradas no solo pelo curto-circuito criam superfícies eqüipoten-
ciais. Se a pessoa estiver com os dois pés na mesma superfície de potencial, a tensão de
passo será nula, não havendo choque elétrico.
A tensão de passo poderá assumir uma gama de valores que vai de zero até a máxima
diferença entre duas superfícies eqüipotenciais separadas de 1 metro.
Nesse caso, o perigo é maior, porque o coração está contido no percurso da corrente
de choque.
15
Neste caso devem-se prover medidas de proteção básicas que visem impedir o contato
com partes vivas perigosas em condições normais, como por exemplo:
No caso 2, o choque ocorre quando regiões neutras ficam com diferença de potencial
devido a um curto-circuito na instalação ou nos equipamentos.
Deve-se notar que nesse tipo de choque a pessoa está tocando ou pisando regiões
ou elementos não energizados da instalação. Porém, no momento do curto-circuito,
ou mais precisamente durante este, estas áreas neutras ficam com diferença de po-
tencial, advindo daí o choque elétrico.
Neste caso devem-se prover medidas de proteção supletivas que visem suprir a
proteção contra choques em caso de falha da proteção básica, como por exemplo:
16
A tabela a seguir apresenta os prováveis locais por onde poderá se dar o contato elétrico,
o trajeto da corrente elétrica e a porcentagem de corrente que passa pelo coração.
A B C D E
17
Ocorrem também diferenças nos valores de intensidade de corrente para uma determi-
nada sensação de choque elétrico, se a vítima for do sexo feminino ou masculino.
18
19
então passar pela camada interna da pele, que apresenta menor resistência elétrica.
Ao estar com cortes, a pele também pode oferecer uma baixa resistência.
A resistência oferecida pela parte interna do corpo, constituída pelo sangue, músculos e
demais tecidos, comparativamente à da pele é bem baixa, medindo normalmente 300
ohms, em média, e apresentando um valor máximo de 500 ohms.
Exemplificando
Num toque acidental de um dedo com um ponto energizado de um
circuito elétrico teremos, quando a pele estiver seca, uma resistência de
400 000 ohms; quando úmida, uma resistência de apenas 15 000 ohms.
Usando a lei de Ohm e considerando que o contato foi feito em um ponto
do circuito elétrico que representa uma diferença de potencial de 120
volts, teremos:
Quando seca:
I = 120 V ÷ 400 000 Ω = 0,3 mA
Quando molhada:
I = 120 V ÷ 15 000 Ω = 8 mA
N
Corrente de largar é o valor máximo de corrente que uma pessoa pode
suportar quando estiver segurando um objeto energizado e ainda ser
capaz de largá-lo pela ação de músculos diretamente estimulados
por esta corrente.
20
A corrente entra pela pele, invade o corpo e sai novamente pela pele. Ou seja, o corpo
humano está em toda a sua resistência no trajeto da resistência elétrica da pele humana.
O valor da corrente elétrica não depende somente do nível da diferença de potencial do
choque. Para uma mesma tensão, a corrente vai depender do estado da pele.
21
Este choque poderá ocorrer entre um condutor interno e a pele, ou entre dois condutores
internos no corpo.
O
Se o choque elétrico for devido ao contato direto com a tensão da rede,
todas as manifestações podem ocorrer.
Para os choques elétricos devido à tensão de toque e à de passo impos-
tas pelo sistema de aterramento durante o defeito na rede elétrica, a mani-
festação mais importante a ser considerada é a fibrilação ventricular do
coração, que ainda iremos abordar mais a seguir.
22
N
Parada cardíaca é a falta total de funcionamento do coração. Quando
ele está efetivamente parado, o sangue não é mais bombeado, a pressão cai
a zero e a pessoa perde os sentidos. Nesse estado as fibras musculares
estão inativas, interrompendo o batimento cardíaco.
Fibrilação ventricular no coração humano é um fenômeno diferente da
parada cardíaca, mas com conseqüências idênticas. Na fibrilação ventricular as
fibras musculares do coração ficam tremulando desordenadamente, havendo,
em conseqüência, uma total ineficiência no bombeamento do sangue.
23
Choques elétricos em baixa tensão têm pouco poder térmico. O problema maior é
o tempo de duração, que, se persistir, pode levar à morte, geralmente por fibrilação
ventricular do coração.
» riscos de queimaduras;
» prejuízos no funcionamento seguro de componentes da instalação;
» combustão ou deterioração de materiais.
24
atender aos limites de temperaturas, ainda que por curtos períodos, determinados pela
NBR 14039 e devem ser protegidas contra qualquer contato acidental.
Arco elétrico
Toda vez que ocorre a passagem de corrente elétrica pelo ar ou outro meio isolante (óleo,
por exemplo) está ocorrendo um arco elétrico.
O arco elétrico (ou arco voltaico) é uma ocorrência de curtíssima duração (menor que ½
segundo), e muitos são tão rápidos que o olho humano não chega a perceber.
Os arcos elétricos são extremamente quentes. Próximo ao "laser", eles são a mais intensa
fonte de calor na Terra. Sua temperatura pode alcançar 20 000°C. Pessoas que estejam no
raio de alguns metros de um arco podem sofrer severas queimaduras. Os arcos elétricos
são eventos de múltipla energia. Forte explosão e energia acústica acompanham a
25
intensa energia térmica. Em determinadas situações, uma onda de pressão também pode
se formar, sendo capaz de atingir quem estiver próximo ao local da ocorrência.
A severidade da lesão para as pessoas na área onde ocorre a falha depende da energia
liberada durante a falha, da distância que separa as pessoas do local e do tipo de roupa
utilizada pelas pessoas expostas ao arco. As mais sérias queimaduras por arco voltaico
envolvem a ignição da roupa da vítima pelo calor do arco elétrico. Tempos relativamente
longos (30 a 60 segundos, por exemplo) de queima contínua de uma roupa comum au-
mentam tanto o grau da queimadura quanto a área total atingida no corpo. Isso afeta
diretamente a gravidade da lesão e a própria sobrevivência da vítima.
A proteção contra o arco elétrico depende do cálculo da energia que pode ser liberada
no caso de um curto-circuito. As vestimentas de proteção adequadas devem cobrir
26
todas as áreas que possam estar expostas à ação das energias oriundas do arco elétrico.
Portanto, muitas vezes, além da cobertura completa do corpo, elas devem incluir
capuzes. O que agora nos parece óbvio, nem sempre foi observado, isto é, se em determi-
nadas situações uma análise de risco nos indica a necessidade de uma vestimenta de
proteção contra o arco elétrico, essa vestimenta deve incluir proteção para o rosto,
pescoço, cabelos, enfim, as partes da cabeça que também possam sofrer danos se
expostas a uma energia térmica muito intensa.
Além dos riscos de exposição aos efeitos térmicos do arco elétrico, também está
presente o risco de ferimentos e quedas, decorrentes das ondas de pressão que
podem se formar pela expansão do ar.
Temos relacionadas algumas medidas para garantir a proteção contra os perigos resul-
tantes de faltas por arco:
27
Campos eletromagnéticos
Um campo elétrico é uma grandeza vetorial (função da posição e do tempo) que é
descrita por sua intensidade. Normalmente campos elétricos são medidos em volts
por metro (V/m).
Experiências demonstram que uma partícula carregada com carga q, abandonada nas
proximidades de um corpo carregado com carga Q, pode ser atraída ou repelida pelo
mesmo sob a ação de uma força F, a qual denominamos força elétrica. A região do
espaço ao redor da carga Q, em que isso acontece, denomina-se campo elétrico.
Denomina-se campo magnético toda região do espaço na qual uma agulha imantada
fica sob ação de uma força magnética.
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O fato de um pedaço de ferro ser atraído por um ímã é conhecido por todos nós.
A agulha da bússola é um ímã. Colocando-se uma bússola nas proximidades de um
corpo imantado ou nas proximidades da Terra, a agulha da bússola sofre desvio.
Especial atenção deve ser dada aos trabalhadores expostos a essas condições que
possuam próteses metálicas (pinos, encaixes, hastes), pois a radiação promove aque-
cimento intenso nos elementos metálicos, podendo provocar lesões. Da mesma forma,
os trabalhadores que portam aparelhos e equipamentos eletrônicos (marca-passo,
amplificador auditivo, dosadores de insulina, etc.) devem se precaver dessa exposição,
pois a radiação interfere nos circuitos elétricos, podendo criar disfunções nos aparelhos.
Uma outra preocupação é com a indução elétrica. Esse fenômeno pode ser particular-
mente importante quando há diferentes circuitos próximos uns dos outros.
Por isso é fundamental que você, além de desligar o circuito no qual vai trabalhar, confira,
com equipamentos apropriados (voltímetros ou detectores de tensão), se o circuito está
efetivamente sem tensão.
29
Riscos adicionais
São considerados como riscos adicionais aqueles que, além dos elétricos, são específicos
de cada ambiente ou processo de trabalho que, direta ou indiretamente, possam afetar a
segurança e a saúde dos que trabalham com eletricidade.
Altura
Em trabalhos com energia elétrica feitos em alturas, devemos seguir as instruções
relativas a segurança descritas abaixo:
30
• Cuidado ao atravessar as vias públicas, observando que ela deverá ser conduzida
paralelamente ao meio-fio.
• Instalar a escada usando o pé direto para o apoio e a mão fechando por cima
do degrau, verificando o travamento da extensão.
Ambientes confinados
Nas atividades que exponham os trabalhadores a riscos de asfixia, explosão, intoxicação
e doenças do trabalho devem ser adotadas medidas especiais de proteção, a saber:
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Áreas classificadas
São considerados ambientes de alto risco aqueles nos quais existe a possibilidade
de vazamento de gases inflamáveis em situação de funcionamento normal devido
32
T1 450°C T4 135°C
T2 300°C T5 100°C
T3 200°C T6 85°C
33
a) Contenção da explosão: na verdade, este é o único método que permite que haja a
explosão, porque esta fica confinada em um ambiente bem definido e não pode
propagar-se para a atmosfera do entorno.
b) Segregação: é o método que permite separar ou isolar fisicamente as partes
elétricas ou as superfícies quentes da mistura explosiva.
c) Prevenção: através deste método limita-se a energia, seja térmica ou elétrica, a níveis
não perigosos. A técnica de segurança intrínseca é a mais empregada deste método
de proteção e também a mais efetiva. O que se faz é limitar a energia armazenada
em circuitos elétricos de modo a torná-los totalmente incapazes, tanto em condições
normais de operação quanto em situações de falha, de produzir faíscas elétricas ou
de gerar arcos voltaicos que possam causar a explosão.
» indústrias alimentícias;
» indústrias metalúrgicas;
» indústrias farmacêuticas;
» indústrias plásticas;
» indústrias do carvão.
34
35
Toda instalação, carcaça, invólucro, blindagem ou peça condutora que possam armazenar
energia estática com possibilidade de gerar fagulhas ou centelhas devem ser aterrados.
Trabalhos em condições de risco acentuado deverão ser executados por duas pessoas
qualificadas, salvo critério do responsável técnico.
36
Trabalhos em redes elétricas entre dois ou mais pontos sem possibilidade de contato
visual entre os operadores somente podem ser realizados com comunicação por meio
de rádio ou outro sistema de comunicação que impeça a energização acidental.
As instalações elétricas com possibilidade de contato com água devem ser projetadas,
executadas e mantidas com especial cuidado quanto à blindagem, estanqueidade,
isolamento, aterramento e proteção contra falhas elétricas.
Os trechos e pontos de tomada de força de rede elétrica em desuso devem ser desener-
gizados, marcados e isolados, ou retirados quando não forem mais utilizados.
Condições atmosféricas
Umidade
Deve-se considerar que todo trabalho em equipamentos energizados só deve ser
iniciado com boas condições meteorológicas, não sendo assim permitidos trabalhos sob
chuva, neblina densa ou ventos.
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Devido a longos períodos de estiagem, as chuvas que começam a cair são normalmen-
te acompanhadas de tempestades, sendo estas originadas a partir do aquecimento do
solo pelos raios solares, que fazem o ar quente subir, carregando com este as partículas
de vapor, ou do encontro de uma massa de ar frio com uma massa de ar quente.
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Sobretensões transitórias
Um raio ao cair na terra pode provocar grande destruição, devido ao alto valor de sua
corrente elétrica, que gera intensos campos eletromagnéticos, calor, etc.
Além dos danos causados diretamente pela corrente elétrica e pelo intenso calor, o raio
pode provocar sobretensões em redes de energia elétrica, em redes de telecomunica-
ções, de TV a cabo, antenas parabólicas, redes de transmissão de dados, etc.
Por sua vez, as sobretensões transitórias podem chegar até as instalações elétricas inter-
nas ou de telefonia, de TV a cabo ou de qualquer unidade consumidora. Os seus efeitos,
além de poderem causar danos a pessoas e animais, podem:
• Descarga Direta: o raio atinge diretamente uma rede elétrica ou telefônica. Nesse
caso, o raio tem um efeito devastador, gerando elevados valores de sobretensões
sobre os diversos circuitos.
• Descarga Indireta: o raio cai a uma distância de até 1 quilômetro de uma rede elétrica.
A sobretensão gerada é de menor intensidade do que a provocada pela descarga
direta, mas pode causar sérios danos. Essa sobretensão induzida acontece quando
uma parte da energia do raio é transferida através de um acoplamento
eletromagnético com uma rede elétrica.
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A grande maioria das sobretensões transitórias de origem atmosférica que causam da-
nos a equipamentos é ocasionada pelas descargas indiretas.
Medidas Preventivas
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Atos inseguros
Os atos inseguros são, geralmente, definidos como causas de acidentes do trabalho que
residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução das
tarefas de forma contrária às normas de segurança. É a maneira como os trabalhadores
se expõem (consciente ou inconscientemente) aos riscos de acidentes.
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É falsa a idéia de que não se pode predizer nem controlar o comportamento humano.
Na verdade, é possível analisar os fatores relacionados com a ocorrência dos atos insegu-
ros e controlá-los. Seguem-se alguns fatores que podem levar os trabalhadores a pratica-
rem atos inseguros:
Condições inseguras
São aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, põem em risco a integridade física
e/ou mental do trabalhador, devido à possibilidade deste acidentar-se. Tais condições
manifestam-se como deficiências técnicas, podendo apresentar-se:
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Descargas atmosféricas
43
Tensão estática
Os condutores possuem elétrons livres e, portanto, podem ser eletrizados por indução.
Os isoladores, conhecidos também por dielétricos, praticamente não possuem elétrons
livres. Será que eles podem ser eletrizados por indução, isto é, aproximando um corpo
eletrizado, sem contudo tocá-los?
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Devido ao atrito com o vento e com a poeira, e em condições secas, as linhas sofrem uma
contínua indução que se soma às demais tensões presentes. As tensões estáticas crescem
continuamente, e após um longo período de tempo podem ser relativamente elevadas.
Essa tensão é induzida por linha ou linhas energizadas que cruzam ou são paralelas
à linha ou equipamento desenergizado no qual se trabalha.
Essa tensão é função da distância entre linhas, da corrente de carga das linhas ener-
gizadas, do comprimento do trecho onde há paralelismo ou cruzamento e da exis-
tência ou não de transposição nas linhas.
No caso de uma linha aterrada em apenas uma das extremidades, a tensão induzida
eletromagneticamente terá seu maior vulto na extremidade não aterrada; e se ambas as
extremidades estiverem aterradas, existirá uma corrente fluindo num circuito fechado
com a terra.
Além disso, nos casos de circuito de alta-extra ou ultra-alta tensão, portanto com
indução elevada, é recomendável a adoção de critérios que levem em conta o nível
de tensão dos circuitos e a distância entre eles, o que poderá determinar se as
outras medidas de segurança ainda deverão ser adotadas ou até mesmo se o
trabalho deverá ser feito como em linha energizada.
45
46
Após pegar uma bola no Horto, Júlio recebeu descarga por 3 minutos
47
Rio, Brasília e Porto Alegre – Subir num poste para consertar ou instalar
uma linha telefônica e morrer eletrocutado: esse foi o destino de funcionários
de empresas terceirizadas de telefonia fixa nos últimos anos vítimas de
acidentes. Desde a privatização do setor, em 1998, pelo menos 49 trabalha-
dores de firmas terceirizadas morreram em decorrência de acidentes de
trabalho, muitos porque a rede elétrica fica ligada durante a execução do
serviço. Os dados são da Federação Interestadual dos Trabalhadores em
Empresas de Telecomunicações (Fittel). Atualmente, todo o serviço de ma-
nutenção de redes externas é terceirizado.
O auge dos acidentes fatais ocorreu nos últimos três anos, quando as
operadoras Brasil Telecom, Telemar e Telefônica tiveram de cumprir o plano
de antecipação de metas de expansão e qualidade, para poder operar em
outros segmentos.
RISCOS ELÉTRICOS
identifica e avalia qualitativa e quantitativamente os riscos que essa atividade representa
para a população exposta, para o meio ambiente e para a empresa, de uma forma geral.
Os principais resultados de uma análise de riscos são a identificação de cenários de
acidentes, suas freqüências esperadas de ocorrência e a magnitude das possíveis conse-
qüências. A análise de riscos deve incluir as medidas de prevenção de acidentes e as
medidas para controle das conseqüências de acidentes para os trabalhadores e para as
pessoas que vivem ou trabalham próximo à instalação ou para o meio ambiente.
Conceitos básicos
Perigo
Uma ou mais condições físicas ou químicas com possibilidade de causar danos às pes-
soas, à propriedade, ao ambiente ou uma combinação de todos.
Risco
Medida da perda econômica e/ou de danos para a vida humana, resultante da combinação
entre a freqüência da ocorrência e a magnitude das perdas ou danos (conseqüências).
Análise de riscos
É a atividade dirigida à elaboração de uma estimativa (qualitativa ou quantitativa)
do riscos, baseada na engenharia de avaliação e técnicas estruturadas para promover
a combinação das freqüências e conseqüências de cenários acidentais.
Avaliação de riscos
É o processo que utiliza os resultados da análise de riscos e os compara com os critérios
de tolerabilidade previamente estabelecidos.
Gerenciamento de riscos
É a formulação e a execução de medidas e procedimentos técnicos e administrativos
que têm o objetivo de prever, controlar ou reduzir os riscos existentes na instalação
industrial, objetivando mantê-la operando dentro dos requerimentos de segurança
considerados toleráveis.
Níveis de risco
» Catastrófico » Moderado » Desprezível
» Crítico » Não Crítico
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Árvore de eventos
Técnica dedutiva de análise de riscos utilizada para avaliar as possíveis conseqüên-
cias de um acidente potencial, resultante de um evento inicial tomado como refe-
rência, o qual pode ser um fenômeno natural ou ocorrência externa ao sistema, um
erro humano ou uma falha do equipamento.
É um método que tem por objetivo antecipar e descrever, de forma seqüenciada, a partir
de um evento inicial, as conseqüências lógicas de um possível acidente.
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Árvore de falhas
Técnica dedutiva de análise de riscos na qual, a partir da focalização de um determinado
acontecimento definido como evento-topo ou principal, se constrói um diagrama lógico
que especifica as várias combinações de falhas de equipamentos, erros humanos ou de
fenômenos ou ocorrências externas ao sistema que possam provocar o acontecimento.
Em uma dada instalação, para cada evento perigoso identificado em conjunto com as
respectivas conseqüências, um conjunto de causas é levantado, possibilitando a classifi-
cação qualitativa do risco associado, de acordo com categorias preestabelecidas de
freqüência de ocorrência do cenário de acidente e de severidade das conseqüências.
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1ª coluna: Etapa
Esta coluna deve descrever, suscintamente, as diversas etapas da atividade/operação.
2ª coluna: Risco/perigo
Esta coluna deve conter os riscos/perigos identificados para o módulo de análise em
estudo. De uma forma geral, os riscos/perigos são eventos acidentais que têm potencial
para causar danos às instalações, aos trabalhadores, ao público ou ao meio ambiente.
54
4ª coluna: Efeitos
Os possíveis efeitos danosos de cada risco/perigo identificado devem ser listados
nesta coluna.
5ª coluna: Recomendações/observações
Esta coluna deve conter as recomendações de medidas mitigadoras de risco propos-
tas pela equipe de realização da APR/APP ou quaisquer observações pertinentes ao
cenário de acidente em estudo.
55
Subida do eletricista no poste 1 - Choque elétrico Visual Fratura 1 - Confrontar os dados da OS com a situação local;
6 - Retirar os cartuchos das chaves e/ou colocar placas de sinalização nas chaves abertas;
Desconexão dos circuitos 1 - Queda do eletricista do poste Visual Fratura 1 - Posicionamento correto do eletricista;
3 - Ferimentos provocados por Visual 1 - Uso de EPIs, EPCs e ferramentas adequados adequados;
do transformador
Subida do novo trafo 1 - Queda do transformador Visual 1 - Isolamento e sinalização da área de trabalho;
Ligação do transformador 1 - Queda do eletricista do poste Visual Fratura 1 - Posicionamento correto do eletricista;
do transformador
poste, com auxílio de escada e queda da escada 2 - A escada deve ser manuseada e transportada, para o caminhão, por dois funcionários.
Obs.: Após a conclusão das operações para a troca do transformador, devem ser tomadas
as seguintes providências:
Desenergização
É o conjunto de procedimentos visando à segurança pessoal dos envolvidos ou não em
sistemas elétricos. É realizada por no mínimo duas pessoas.
Seccionamento
RISCOS ELÉTRICOS
É a ação da interrupção da alimentação elétrica em um equipamento ou circuito. A inter-
rupção é executada com a manobra local ou remota do respectivo dispositivo de mano-
bra, geralmente o disjuntor alimentador do equipamento ou circuito a ser isolado (ver
figura a seguir).
Sempre que for tecnicamente possível, deve-se promover o corte visível dos circuitos,
provendo afastamentos adequados que garantam condições de segurança específica,
impedindo assim a existência de tensão elétrica no equipamento ou circuito.
Impedimento de reenergização
É o processo pelo qual se impede o religamento acidental
do circuito desenergizado. Este impedimento pode ser feito
por meio de bloqueio mecânico, como por exemplo:
58
Aterramento temporário
59
Observação
1. Bloqueio e etiquetagem
2. Equipamento
em manutenção
3. Aterramentos provisórios
4. Detector de tensão
60
61
Aterramento
Os sistemas de aterramento devem satisfazer às prescrições de segurança das pessoas e
funcionais da instalação.
Ligações à terra
Qualquer que seja sua finalidade (proteção ou funcional), o aterramento deve ser único
em cada local da instalação.
Aterramento funcional
É o aterramento de um ponto (do sistema, da instalação ou do equipamento) destinado
a outros fins que não a proteção contra choques elétricos. Em particular, no contexto da
seção, o termo "funcional" está associado ao uso do aterramento e da eqüipotencializa-
ção para fins de transmissão de sinais e de compatibilidade eletromagnética.
Observação
Do ponto de vista da instalação, o aterramento do neutro na origem
proporciona uma melhoria na equalização de potenciais essencial
à segurança.
62
A secção mínima do condutor de proteçao (PE) deve obedecer aos valores estabelecidos
na tabela abaixo.
S ≤ 16 S
16 ≤ S ≤ 35 16
S > 35 S/2
63
Esquema TN-S
Esquema TN-C-S
As funções de neutro e de condu-
tor de proteção são combinadas
em um único condutor em uma
parte da instalação.
64
Esquema TN-C
As funções de neutro e de condu-
tor de proteção são combinadas
em um único condutor ao longo
de toda a instalação.
Esquema TT
Possui um ponto de alimentação
diretamente aterrado, estando
as massas da instalação ligadas
a eletrodutos de aterramento
eletricamente distintos do
eletroduto de aterramento
da alimentação.
65
Esquema IT
Não possui qualquer ponto da alimen-
tação diretamente aterrado, estando
aterradas as massas da instalação.
66
Esquema TNR
67
Nesse esquema, as correntes de falta direta fase-massa devem ser inferiores a uma
corrente de curto-circuito, sendo, porém, suficientes para provocar o surgimento de
tensões de contato perigosas.
São considerados dois tipos de esquemas, TTN e TTS, de acordo com a disposição do
condutor neutro e do condutor de proteção das massas do ponto de alimentação, a saber:
Esquema ITN
68
Nesse esquema, a corrente resultante de uma única falta fase-massa não deve ter inten-
sidade suficiente para provocar o surgimento de tensões de contato perigosas.
São considerados três tipos de esquemas, ITN, ITS e ITR, de acordo com a disposição do
condutor neutro e dos condutores de proteção das massas da instalação e do ponto de
alimentação, a saber:
69
É fácil verificar que nas proximidades dos aterramentos a tensão em relação ao ponto M
cresce, sendo nula a tensão no ponto de referência. Esse crescimento da tensão nas pro-
ximidades dos aterramentos pode ser explicado se lembrarmos que as linhas de corren-
te se concentram nas proximidades dos pontos de aterramento. Ao mesmo tempo,
afastando-se destes, há uma seção bem maior para a passagem da corrente, o que pro-
voca uma queda nula de tensão.
Para se obter uma resistência ôhmica de aterramento favorável, devemos medir a corrente
e a queda de tensão provocada por ela. Para isso basta medir a tensão entre uma tomada
de terra e um ponto distante a 20 metros, de tal forma que no mesmo potencial seja nulo.
Pantanoso 30
Terra de cultura ou argilosa 100
Terra arenosa 200
Terra de cerrado, úmida 500
Terra de cerrado ou arenosa, seca 1 000
Solo rochoso 3 000
70
Eqüipotencialização
Podemos definir eqüipotencialização como o conjunto de medidas que visa minimizar
as diferenças de potenciais entre componentes de instalações elétricas de energia e de
sinal (telecomunicações, rede de dados, etc.), prevenindo acidentes com pessoas e bai-
xando a níveis aceitáveis os danos tanto nessas instalações quanto nos equipamentos a
elas conectados.
Condições de eqüipotencialização:
• Interligação de todos os aterramentos de uma mesma edificação, sejam eles
o do quadro de distribuição principal de energia.
• O quadro geral de baixa tensão (QGBT), o distribuidor geral da rede telefônica, o
da rede de comunicação de dados, etc., deverão ser convenientemente
interligados, formando um só aterramento.
71
72
Para que a interligação ocorra de maneira correta e eficaz, deve-se instalar próximo ao
QDP (quadro de distribuição principal de baixa tensão), para instalações de energia da
edificação, uma barra de cobre distanciada da parede em alguns centímetros e isolada
desta por isoladores de porcelana, resina, ou outro material isolante.
Esta barra deve ter dimensões compatíveis que assegurem um bom contato elétrico,
preservando suas características de resistência mecânica e de baixa impedância elétrica.
Conseqüentemente, um bom parâmetro para suas dimensões são: largura = 50 mm,
espessura = 6 mm e comprimento não inferior a 500 mm. Tanto a NBR 5410/2004 quanto
a NBR 5419/2001 denominam este barramento de BEP (barramento de eqüipotenciali-
zação principal).
Cabe esclarecer que se por qualquer motivo alguma tubulação metálica não puder ser
diretamente interligada ao BEP, por exemplo a corrosão galvânica, esta interligação
deverá ser realizada de forma indireta via centelhador.
73
74
75
TN-C Sobrecorrente
TN-S Sobrecorrente DR
TT DR
IT (massas aterradas individualmente ou em grupos) DR
IT (todas as massas interligadas) DR Sobrecorrente
76
Bipolar Tetrapolar
Princípio de funcionamento
O DR mede permanentemente a soma vetorial das correntes que percorrem os
condutores. Enquanto o circuito se mantiver eletricamente igual, a soma vetorial
das correntes nos seus condutores é praticamente nula. Ocorrendo a falha de iso-
lamento em um equipamento alimentado por esse circuito, interromperá uma cor-
rente de falta à terra, ou seja, haverá uma corrente residual para a terra. Devido a
este "vazamento" de corrente para a terra, a soma vetorial das correntes nos con-
dutores monitorados pelo DR não é mais nula e o dispositivo detecta justamente
essa diferença de corrente.
77
A situação é análoga se alguma pessoa vier a tocar uma parte viva do circuito protegido:
a porção de corrente que irá circular pelo corpo da pessoa provocará igualmente um
desequilíbrio na soma vetorial das correntes – a diferença, então, é detectada pelo dispo-
sitivo diferencial, tal como se fosse uma corrente de falta à terra.
Quando essa diferença atinge um determinado valor, é ativado um relé. Este relé irá pro-
vocar a abertura dos contatos principais do próprio dispositivo ou do dispositivo asso-
ciado (contator ou disjuntor). Poderia, eventualmente, como observado no início, apenas
acionar um alarme visual ou sonoro. Mas neste caso se trata de proteção; e proteção no
caso mais geral significa desligamento do circuito.
Uso do dispositivo DR
Pode-se dizer que não há razões para preocupação, quanto ao atendimento da regra do
seccionamento automático, quando se usam dispositivos DR, a não ser que a proteção
diferencial-residual usada seja de baixíssima sensibilidade.
78
Dispositivo DR com fonte auxiliar – caso não atuem automaticamente por falha de fonte
auxiliar é admitido somente se uma das duas condições for satisfeita:
1. a proteção contra contatos indiretos for assegurada por outros meios no caso
de falha da fonte auxiliar e
2. os dispositivos forem instalados em instalações operadas, testadas e mantidas
por pessoas advertidas ou qualificadas.
Esquema TT se uma instalação for protegida por um único dispositivo DR, este deve
ser colocado na origem da instalação, a menos que a parte da instalação compreendida
entre a origem e o dispositivo não possua qualquer massa e satisfaça a medida de
proteção pelo emprego de equipamentos classe II (50 a 1 500 V) ou pela aplicação
de isolação suplementar.
79
Tipos de DR
Na prática a proteção diferencial-residual pode ser realizada através de:
• interruptores diferenciais-residuais;
• disjuntores com proteção diferencial-residual incorporada;
• tomadas com interruptor DR incorporado;
• blocos diferenciais acopláveis e disjuntores em caixa moldada ou a disjuntores
modulares (minidisjuntores); e
• peças avulsas (relé DR e transformador de corrente toroidal) que são
associadas apenas a um elemento de sinalização e/ou alarme, se
eventualmente for apenas
este, e não um
desligamento, que é o
objetivo da detecção
diferencial-residual.
80
A proteção por extrabaixa tensão consiste em empregar uma fonte da baixa tensão ou
uma isolação elétrica confiável, se a tensão extrabaixa for obtida de circuitos de alta-tensão.
Certos critérios devem ser observados quanto ao uso deste tipo de proteção, como
por exemplo:
Do ponto de vista da segurança este método é excelente, pois aqui o fator de segurança é
multiplicado por três, ou seja, multiplica-se pelos três fatores: a isolação funcional, a isolação
do sistema, no caso de transformadores, e a redução da tensão. Contudo, do ponto de vista
prático, este método de proteção tem suas desvantagens, como: necessidade de uma insta-
lação elétrica de baixa tensão, grandes secções transversais para os condutores de forneci-
mento da baixa tensão e, freqüentemente, construção de equipamentos de dimensões
relativamente grandes quando comparados com equipamentos que se utilizam de tensões
mais altas para o seu funcionamento.
RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO
81
Nestes locais a NBR 5410/2004 admite o uso de medidas de proteção apenas parciais ou
mesmo a sua dispensa. Estes locais técnicos abrigam equipamentos elétricos, sendo proi-
bido o ingresso de pessoas que não sejam advertidas ou qualificadas. Em suma, o acesso
a esses locais é restrito apenas aos técnicos responsáveis.
Isolamento elétrico
É a ação destinada a impedir todo o contato com as partes vivas da instalação elétrica. As
partes vivas devem ser completamente recoberta por uma isolação que só possa ser
removida através de sua destruição.
82
83
A isolação reforçada é um tipo de isolação única aplicada às partes vivas que assegura
um grau de proteção contra choques elétricos equivalente ao da dupla isolação.
A expressão “isolação única” não implica que a isolação deva constituir uma peça homo-
gênea. Ela pode comportar diversas camadas impossíveis de serem ensaiadas isolada-
mente, como isolação básica ou como isolação suplementar.
Na prática podemos considerar como condutor com isolação reforçada o cabo mostrado
na figura a seguir. Ele pode ser instalado em locais inacessíveis sem a utilização de
invólucros/barreiras (eletrodutos, calhas fechadas, etc.), sendo constituído de isolação
(2) e cobertura (4) em composto termoplástico de PVC, não sendo considerada pelo
fabricante a função de isolação da camada de cobertura (4), considerando-se esta
somente como proteção contra influências externas.
1. Condutor
• material: fio de cobre nu,
têmpera mole;
• forma: redonda normal,
compacta ou setorial;
• encordoamento: classe 2.
2. Isolação
Composto termoplástico de PVC
em chumbo antichama.
3. Enchimento
Identificação
Composto termoplástico em
Cabo unipolar: cobertura preta;
PVC sem chumbo.
Cabos multipolares (2, 3 e 4 condutores): veias numerizadas
e cobertura preta. 4. Cobertura
Temperaturas máximas do condutor: 70°C em serviço Composto termoplástico de PVC
confinado, 100°C em sobrecarga e 160°C em curto-circuito. sem chumbo antichama.
Quando há o espaçamento, este deve ser suficiente para que se evite que pessoas circu-
lando nas proximidades das partes vivas possam entrar em contato com essas partes, seja
diretamente ou por intermédio de objetos que elas manipulem ou transportem.
84
Dimensões mínimas – mm
D 300 até 24,2 kV Distância entre a parte viva e um anteparo vertical.
400 para 36,2 kV
A – Valores de distâncias mínimas da tabela.
R 1 200 Locais de manobra.
B 2 700 Altura mínima de uma parte viva com circulação.
K 2 000 Altura mínima de um anteparo horizontal.
F 1 700 Altura mínima de um anteparo vertical.
J E + 300 Altura mínima de uma parte viva sem circulação.
Dimensões máximas – mm
E 300 Distância máxima entre a parte inferior de um anteparo e o piso.
M 1 200 Altura dos punhos de acionamento manual.
Malha 20 Abertura da malha.
85
Partes vivas
W – área de circulação
permitida a pessoas
advertidas
Anteparos
Tela ou grade metálica
X – área de circulação proibida
• – dispositivos de manobra
Dimensões mínimas – mm
A – Valores de distâncias mínimas da tabela.
G 1 500 Distância mínima entre a parte viva e a proteção externa.
B 4 000 Altura mínima de uma parte viva na área de circulação.
R 1 500 Locais de manobra.
D 500 Distância mínima entre a parte viva e um anteparo vertical.
F 2 000 Altura mínima de um anteparo vertical.
H 6 000 Em ruas, avenidas e entradas de prédios e demais locais com trânsito de veículos.
5000 Em local com trânsito de pedestres somente.
9 000 Em ferrovias.
7 000 Em rodovias.
J 800 Altura mínima de uma parte viva na área de circulação proibida.
K 2 200 Altura mínima de um anteparo horizontal.
L 2 000 Altura mínima da proteção externa.
C 2 000 Circulação.
Dimensões máximas – mm
E 600 Distância máxima entre a parte inferior de um anteparo vertical e o piso.
M 1 200 Altura dos punhos de acionamento manual.
Malha 20 Abertura das malhas dos anteparos.
86
Partes vivas
W – área de circulação
permitida a pessoas
advertidas
Anteparos
Tela ou grade metálica
X – área de circulação proibida
• – dispositivos de manobra
ZL = Zona livre.
ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados.
ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados
e com adoção de técnicas, instrumentos e equipa-
mentos apropriados ao trabalho.
PE = Ponto da instalação energizado.
SI = Superfície isolante construída com material resistente
e dotada de todos os dispositivos de segurança.
87
Distanciamento de segurança
Anexo 1 – NR10.
88
A proteção por separação elétrica pode ser realizada pelos seguintes meios:
» Transformador de separação;
» Grupo motor-gerador com enrolamentos que forneçam uma separação
equivalente à de um transformador.
89
RISCOS ELÉTRICOS
funcionários que possam executar atividades paralelas nas redondezas ou até de
passantes, cujo percurso pode levá-los à exposição ao risco existente.
Conjunto de aterramento
Tapete de borracha
obs
A minimização da corrente de falta fluindo pelo corpo (IC), quanto maior
for o valor da resistência de isolação do tapete, menor a resistência do
aterramento de proteção. Podemos concluir que o tapete é um complemento
da proteção por aterramento da carcaça.
92
Fita de sinalização
características: fita plástica colorida em poliestileno, com listras laranja
e preta intercaladas.
Utilizada interna e externamente na sinalização, interdição, balisamento
ou demarcação em geral por indústrias, contrutoras, transportes, órgãos
públicos ou empresas que realizam trabalhos externos.
Leve, resistente, dobrável e de fácil instalação, é fornecida em rolo de
200 metros de comprimento e 70 mm de largura, podendo ser afixada em
cones e tripés.
Cores: laranja/preto
Materiais destinados a fazer a isolação de uma área onde estejam sendo executadas
intervenções.
93
Placas de sinalização
São utilizadas para sinalizar perigo (perigo de vida, etc.) e situação dos equipamentos
(equipamentos energizados, não manobre este equipamento sobre carga, etc.), visando
assim à proteção de pessoas que estiverem trabalhando no circuito e de pessoas que
venham a manobrar os sistemas elétricos.
Anteparos destinados à proteção contra contatos acidentais em redes aéreas, são utiliza-
dos na execução de trabalhos próximos a ou em redes energizadas.
94
É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas
RISCOS ELÉTRICOS
proximidades, principalmente se forem metálicos ou que facilitem a condução de energia.
Todo EPI deve possuir um Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do
Trabalho e Emprego.
Exemplos de EPIs
Óculos de segurança
Equipamento destinado à proteção contra elementos que venham a prejudicar a visão,
como, por exemplo, descargas elétricas.
Capacetes de segurança
Luvas isolantes
obs
As luvas de cobertura devem ser utilizadas por cima das luvas isolantes.
96
Elas podem ser testadas com inflador de luvas para verificação da existência de furos,
e por injeção de tensão de testes.
Elas são classificadas pelo nível de tensão de trabalho e de teste, conforme tabela a seguir:
Devem ser acondicionadas em local apropriado, para a não perder suas características
de isolação.
97
Cinturão de segurança
Trava-quedas
Para o tipo pára-quedista, podem ser utilizados trava-quedas instalados em cabos de aço
ou flexível fixados em estruturas a serem escaladas.
Protetores auriculares
98
Máscaras/respiradores
Equipamento destinado à utilização em áreas confinadas e sujeitas a emissão de gases
e poeiras.
Legislação específica
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) apresenta artigos específicos sobre os EPIs:
“Art. 167 – O EPI só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certi-
ficado de Aprovação do Ministério do Trabalho.”
99
Observação
O artigo 158 da CLT dispõe: “Constitui ato faltoso do empregado a
recusa do uso do EPI.”
Além dessas obrigações legais, todo EPI antes de sua utilização deve ser inspecionado
visualmente. Caso haja dúvidas sobre sua integridade, devem ser consultados suas
especificações técnicas ou o responsável pela área de segurança da empresa.
100
Normas ABNT
No Brasil, as normas técnicas oficiais são aquelas desenvolvidas pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) e registradas no Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade
Industrial (INMETRO). Essas normas são o resultado de uma ampla discussão de profis-
sionais e instituições, organizados em grupos de estudos, comissões e comitês. A sigla
NBR que antecede o número de muitas normas significa Norma Brasileira Registrada.
A ABNT é a representante brasileira no sistema internacional de normalização, composto
de entidades nacionais, regionais e internacionais. Para atividades com eletricidade,
RISCOS ELÉTRICOS
há diversas normas, abrangendo quase todos os tipos de instalações e produtos.
102
Regulamentações do MTE
Os instrumentos jurídicos de proteção ao trabalhador têm sua origem na Constituição
Federal que, ao relacionar os direitos dos trabalhadores, incluiu entre eles a proteção de
sua saúde e segurança por meio de normas específicas. Coube ao Ministério do Trabalho
estabelecer essas regulamentações (Normas Regulamentadoras – NR) por intermédio da
Portaria nº 3.214/78. A partir de então, uma série de outras portarias foram editadas pelo
Ministério do Trabalho com o propósito de modificar ou acrescentar normas regulamen-
tadoras de proteção ao trabalhador, conhecidas pelas suas iniciais: NR. Sobre a segurança
em instalações e serviços em eletricidade, a referência é a NR-10, que estabelece as con-
dições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em
instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, execu-
ção, operação, manutenção, reforma e ampliação, em quaisquer das fases de geração,
transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica. A NR-10 exige também que
sejam observadas as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta destas, as normas técni-
cas internacionais. A fundamentação legal, que dá o embasamento jurídico à existência
desta NR, está nos artigos 179 a 181 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
103
Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer alguma
das situações a seguir:
104
Procedimentos de trabalho
Todos os serviços em instalações elétricas devem ser planejados, programados e reali-
zados em conformidade com procedimentos de trabalho específicos e adequados.
RISCOS ELÉTRICOS
de forma a atender a esta NR.
A autorização para serviços em instalações elétricas deve ser emitida por profissional
habilitado, com anuência formal da administração, devendo ser coordenada pela
área de segurança do trabalho, quando houver, de acordo com a Norma Regulamen-
tadora nº 4 – Serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina
do trabalho.
106
107
108
109
110
111
Obs
A sinalização de impedimento de energização deve ser feita com eti-
quetas ou placas contendo avisos de proibição de religamento, tais como:
“Homens trabalhando no equipamento”, “Não ligue esta chave”, “Perigo de
morte”, “Alta-tensão”, etc.
112
113
Após a conclusão dos serviços e com a autorização para reenergização do sistema, deve-se:
Responsabilidades
Gerência imediata
• Instruir e esclarecer seus funcionários sobre as normas de segurança do trabalho
e sobre as precauções relativas às peculiaridades dos serviços executados em
estações.
• Fazer cumprir as normas de segurança do trabalho a que estão obrigados todos
os empregados, sem exceção.
• Designar somente pessoal devidamente habilitado para a execução de cada tarefa.
• Manter-se a par das alterações introduzidas nas normas de segurança do trabalho,
transmitindo-as a seus funcionários.
• Estudar as causas dos acidentes e incidentes ocorridos e fazer cumprir as medidas
que possam evitar sua repetição.
• Proibir a entrada de menores aprendizes em estações ou em áreas de risco.
Supervisores e encarregados
• Instruir adequadamente os funcionários com relação às normas de segurança
do trabalho.
• Certificar-se da colocação dos equipamentos de sinalização adequados antes
do início de execução dos serviços.
114
Empregados
• Observar as normas e preceitos relativos à segurança do trabalho e ao uso
correto dos equipamentos de segurança.
• Utilizar os equipamentos de proteção individual e coletiva.
115
Visitantes
O empregado encarregado de conduzir visitantes pelas instalações da empresa, deverá:
Devem ser mantidos atualizados os diagramas unifilares das instalações elétricas com as
especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos
de proteção.
RISCOS ELÉTRICOS
no mínimo:
Toda a documentação deve ser em língua portuguesa, sendo permitido o uso de língua
estrangeira adicional.
118
ABNT. NBR 14039: Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 13,2 kV, 2003. 65 p.
ABNT. NBR 6533: Estabelecimento de segurança aos efeitos da corrente elétrica percor-
rendo o corpo humano.
RISCOS ELÉTRICOS
CENELEC. EN 50014: Electrial apparatus for potentially explosive atmospheres. General
requeriments.
CREDER, Hélio. Instalações elétricas. Rio de Janeiro: LTC Editora S.A., 2002.
KINDERMANN, Geraldo. Choque elétrico. Porto Alegre: Ed. Sagra Luzato, 2000.
REIS, Jorge Santos; FREITAS, Roberto. Segurança e eletricidade. São Paulo: Fundacentro,
1980.
SOUZA, José Rubens Alves de. Guia da NBR 5410: Instalações elétricas em baixa tensão.
São Paulo: Eletricidade moderna, 2001.
Endereços eletrônicos
www.ritzbrasil.com.br
www. fesp.com.br
www. carbografite.com.br
www. cemig.com.br
www.mte.gov.br
www.unesp.br
www.miomega.com.br
www.coltec.ufmg.br
www.ge.com.br
www.jakobi.com.br
www.3m.com.br
120
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Medidas Elétricas
Dezembro
2006
SENAI - RO 1
FICHA CATALOGRÁFICA
S491c
62 p. : il.
ISBN: 85-7519-153-5
Tal utilização se deve ao fato de que tais obras vêm de encontro as nossas
necessidades, bem como têm a função de enriquecer a qualidade dos recursos didáticos
fornecidos aos nossos alunos como forma de aprimorar seus conhecimentos e
competências.
SENAI - RO 2
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煵楮瑡ⵦ敩牡Ⱐ㈸攠摥穥浢牯攠㈰〶‱〺ㄸ㨰
Sumário
Apresentação 7
Combustão 9
Tipos de combustão .................................................................................................................. 9
Incêndios 17
Efeito térmico ............................................................................................................................. 17
Proteção ....................................................................................................................................... 17
Relatos de acidentes ................................................................................................................ 19
Agentes extintores 27
Água .............................................................................................................................................. 27
Espuma ......................................................................................................................................... 35
Dióxido de carbono ................................................................................................................. 40
Pó químico .................................................................................................................................. 44
Referências 61
Alguns conceitos são importantes de serem compreendidos, pois facilitarão seu apren-
dizado no momento de atuar na prevenção e combate a incêndios.
Os produtos mais comuns resultantes da combustão são o vapor d’água e o gás carbônico
(CO2), podendo também ser produzido dióxido de enxofre (SO2).
As chamas produzidas pela combustão formam um fluxo de gases ou vapores que quei-
A oxidação lenta que ocorre com alguns materiais, como, por exemplo, a oxidação do
ferro (ferrugem), o amarelamento do papel, etc., não é considerada uma combustão.
Tipos de combustão
Combustão viva
É aquela que produz chama de imediato e sua temperatura se eleva rapidamente, como
o fogo produzido por líquidos inflamáveis (gasolina, removedor, tinta, etc.) ou por combus-
tíveis sólidos (linho, papel, etc.).
Combustão lenta
É aquela que não produz chama de imediato e a sua temperatura não se eleva
com rapidez.
Combustão espontânea
Quando se produz a oxidação lenta de uma substância provocada por temperaturas
baixas, que demoram em produzir o ponto ou a temperatura de ignição. Exemplos:
estopa ou trapos, acumulados, embebidos em óleo; monte de feno úmido em fermen-
tação; fardo de estopa ou de algodão úmido; etc.
Combustão incompleta
Quando a combustão se produz com insuficiência de oxigênio. Ao dar-se este fenômeno,
primeiramente se reduz a velocidade da combustão e, ao ser atingido o ponto crítico do
teor de oxigênio, a chama se extingue.
10
Como a combustão é uma reação química, são necessários, no mínimo, dois elementos
que reajam entre si, envolvidos por circunstâncias que favoreçam tal reação.
O
Até alguns anos só eram considerados três elementos como influen-
tes na química do fogo: comburente, combustível e fonte de ignição, cons-
tituindo o conhecido “triângulo do fogo”. Com a aceitação da reação em
cadeia como elemento essencial à combustão, desenvolveu-se o conceito
do “quadrado do fogo”.
Comburente
É qualquer substância que mantém uma combustão; no caso, é o gás que envolve
o combustível.
Para que haja combustão, é necessário que o oxigênio contido no ar atmosférico esteja na
concentração mínima de 13%. Abaixo dessa concentração, até atingir o limite mínimo de 6%,
não haverá mais chama, e a combustão de um material pode se manifestar de maneira lenta.
Conclusão
Certas substâncias químicas que facilmente liberam oxigênio em condi-
ções favoráveis, como o nitrato de sódio e o cloreto de potássio, são combu-
rentes. Alguns materiais combustíveis, como o plástico piroxilínico, contêm
oxigênio combinado nas suas moléculas, de tal forma que a combustão pode
ocorrer sem suprimento de fonte externa.
A combustão pode também ocorrer numa atmosfera de cloro, gás carbônico, nitrogênio.
Por exemplo: o pó de zircônio pode ser inflamado no gás carbônico.
12
Material combustível
É toda e qualquer substância sólida, líquida ou gasosa que arde com formação de calor e
luminosidade, após atingir a temperatura de ignição.
Inflamabilidade/Explosividade
A inflamabilidade/explosividade é uma propriedade presente em alguns líquidos
combustíveis.
Fonte de ignição
Fonte de ignição ou calor representa a energia térmica necessária para ativar a reação
química entre um material combustível e o oxigênio.
A exemplo do que ocorre com o combustível e com o comburente, o calor também precisa
estar presente em intensidade adequada para elevar a temperatura e iniciar a combustão.
13
Ponto de fulgor
É a temperatura mais baixa em que um combustível, geralmente líquido, começa a
desprender suficientes gases ou vapores para formar uma mistura inflamável com o
ar atmosférico, junto à superfície do combustível, que se incendeia ao entrar em
contato com uma centelha ou uma chama.
Ponto de combustão
É a temperatura mínima na qual os vapores desprendidos dos corpos combustíveis,
ao terem contato com uma fonte externa de calor, entram em combustão e continu-
am a queimar.
Ponto de auto-ignição
É a temperatura mínima na qual os gases desprendidos dos combustíveis entram em
combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer outra
fonte de calor.
Reação em cadeia
As reações químicas que ocorrem quando as moléculas iniciais de um combustível,
ao se combinarem com o oxigênio, oxidam-se numa série de etapas intermediárias
sucessivas até que sejam atingidos os produtos finais da combustão são denominadas
“Reação em Cadeia”.
14
Condução
É o processo pelo qual o calor se transmite diretamente de uma matéria para outra e de uma
A transmissão do calor não pode ser interrompida completamente por nenhum material
de “isolamento térmico”. Nesta conexão, o fluxo do calor não é similar ao fluxo da água,
o qual pode ser interrompido com uma barreira sólida. Os materiais de isolamento de
calor têm baixa condutividade térmica, sendo que o calor os atravessa lentamente,
porém, volume algum de material isolante pode realmente obstaculizar seu fluxo.
Este fato deve ser levado em conta ao se projetar meios de proteção para o calor de
estufas, tubos aquecidos ou outras fontes que possam inflamar materiais combustíveis
que se encontrem nas proximidades. Por este motivo, deve haver sempre um espaço
ocupado pelo ar ou outra maneira de conduzir o calor para fora (por convecção).
Convecção
É o processo de transmissão de calor característico dos fluidos (líquidos e gases). Quando
aquecidos, esses fluidos têm suas densidades diminuídas, ficam mais leves, e movimen-
tando-se no sentido ascendente provocam o que chamamos de corrente de convecção.
Tais correntes, nos incêndios de combustíveis sólidos (madeira, papel, tecidos, etc.),
deslocam as partículas incandescentes a grandes distâncias. Essas partículas poderão
causar ignição em outros combustíveis.
Radiação
Radiação ou irradiação é a forma de transmissão de calor por meio de ondas de energia
térmica que se deslocam através do ar. A energia é transmitida na velocidade da luz, e ao
encontrar um corpo, as ondas são absorvidas; por exemplo: o calor do Sol é transmitido
através do espaço até alcançar a Terra, quando é absorvido.
O calor radiante é transmitido em linha reta e em todos os sentidos até encontrar um obs-
táculo, quando será absorvido e começará a se propagar por condução; se a superfície do
obstáculo for brilhante, será refletido. A intensidade do calor radiante é proporcional à
temperatura do foco e diminui com a distância.
Con
Observe o esquema das características do fogo:
16
Efeito térmico
A corrente de curto-circuito provocará o aquecimento dos condutores percorridos, se não
for rapidamente suprimida por meio de equipamentos de atuação rápida de proteção.
Quando as correntes que fluem pelos condutores são de curta duração (1 a 5 segundos),
admite-se que o aquecimento é adiabático, isto é, todo o calor é utilizado no aquecimento
dos condutores.
Esses aquecimentos podem representar uma redução de resistência mecânica dos con-
Proteção
Os componentes elétricos não devem apresentar perigo de incêndio para os equipa-
mentos vizinhos.
Os componentes fixos cujas superfícies externas possam atingir temperaturas que ve-
nham causar perigo de incêndio a materiais adjacentes devem:
18
Observações
• Para quantidades líquidas a 25 litros, é suficiente uma providência
que evite vazamento do líquido. É conveniente que o fornecimento
de energia seja imediatamente interrompido quando houver ocor-
rência de incêndio.
Relatos de acidentes
19
20
21
Abafamento
Para sólidos, a combustão pode continuar ocorrendo abaixo dos 13%, lentamente, sem
chamas, e assim permanecerá até que a concentração de oxigênio atinja 6%, quando
nenhuma forma de combustão existirá.
24
Para fins didáticos e para facilitar os estudos de prevenção e combate a incêndios, consi-
dera-se a existência de quatro classes gerais de incêndios: A, B, C e D.
Incêndios da Classe A
São os que ocorrem em materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em
sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos. Ex.: tecidos, madeira, papel, fibra, etc.
Incêndios da Classe B
São os que ocorrem em produtos considerados inflamáveis, que queimam somente em
sua superfície, não deixando resíduos. Ex.: óleos, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc.
Exigem para sua extinção o princípio do abafamento, que isola o material combustível
do ar, ou o princípio da interferência na reação em cadeia.
Incêndios da Classe C
São os que ocorrem em equipamentos elétricos energizados. Ex.: motores, transforma-
dores, quadros de distribuição, fios, etc.
Incêndios da Classe D
São os que ocorrem em metais pirofóricos (magnésio, selênio, antimônio, lítio, cádmio,
potássio, zinco, titânio, sódio e zircônio) e que exigem para sua extinção agentes extinto-
res especiais. Estes tais agentes se fundem em contato com o metal combustível, for-
mando uma capa que os isola do ar atmosférico, interrompendo a combustão.
Observação
Verifica-se que os incêndios das Classes A e B se caracterizam pelo
modo como queimam; os incêndios da Classe C, pelo risco de vida que pode
oferecer ao operador.
26
Água
A água é a substância mais difundida na natureza; é o agente extintor mais antigo e mais
utilizado. Estudaremos suas características físicas relativas à ação extintora, bem como
suas limitações e, especialmente, suas diversas maneiras de extinguir o fogo, através das
ações de resfriamento, abafamento, emulsificação e diluição.
Propriedades
No seu estado normal a água é líquida; pode ser congelada, solidificando-se a 0oC,
transformando-se em gelo. Pode ainda vaporizar-se, através da ebulição, quando sua
temperatura atinge 100oC, transformando-se em vapor, isto nas condições normais e
ao nível do mar, pois as temperaturas citadas variam com a altitude (pressão).
Este grande volume de vapor desloca, quando se forma, igual volume de ar que envolve
o fogo em suas proximidades, reduzindo, portanto, o oxigênio necessário à combustão.
Como agente extintor, a água age principalmente por resfriamento e por abafamento.
Quanto ao uso:
Quanto ao tipo:
• Pressurização direta
Comercialmente é denominado Extintor ÁGUA PRESSURIZADA. Nele o gás
expelente já se encontra pressurizado, junto com a água, dentro do recipiente.
Sua descarga é controlada.
• Pressurização indireta
Comercialmente é denominado Extintor ÁGUA-GÁS. A pressurização só é feita
por ocasião do uso, através de um gás contido em ampola instalada dentro ou
fora do recipiente. A descarga pode ser controlada (por meio de gatilho) ou
sem controle.
28
Antes de estudar como operar o extintor, é importante conhecer suas partes e subpartes.
Vejamos o tipo água-gás com cilindro interno e dispositivo para descarga controlada.
PARTE N SUBPARTES N
29
Observe atentamente como operar o extintor do tipo água-gás com cilindro interno e
dispositivo para descarga controlada.
3. Empunhar a
mangueira e
atacar o fogo,
dirigindo o jato
para a base
das chamas.
Controlar a
descarga
dos jatos.
30
Conheça o extintor do tipo água-gás com cilindro externo, sem dispositivo para
descarga controlada e logo depois como operá-lo.
PARTE N SUBPARTES N
31
3. Empunhar a
mangueira com
o esguicho e atacar
o fogo, dirigindo o
jato para a base
das chamas.
32
Nota
Este extintor não é mais fabricado, porém ainda é encontrado em algu-
mas empresas.
PARTE N SUBPARTES N
Recipiente 1
Dispositivo para Alça para
acionamento e descarga 2 transporte 2.1
Manômetro 2.2
Gatilho 2.3
Tubo sifão 2.4
Mangueira com esguicho 2.5
33
3. Atacar o fogo,
dirigindo o jato
para a base das
chamas.
34
ATENÇÃO !
A manutenção do extintor é importante, pois quando precisar usá-lo,
este estará em perfeito funcionamento. Para isso, é necessário:
• revisar e testar hidrostaticamente a cada 5 anos;
• trocar o agente ao final de 1 ano de uso; e
• verificar o peso da ampola do gás expelente a cada
6 meses, no extintor de pressão indireta.
Nota
Leia e consulte sempre que necessário a norma ABNT - NBR 11715 –
“Extintores de incêndio com carga d’água”.
Espuma
A espuma para combate a incêndio é formada pela mistura de água, líquido gerador de
espuma (LGE) e ar.
A espuma deve possuir baixa densidade, para que flutue sobre os líquidos inflamá-
veis. Para que isso seja possível, a solução água/LGE deve incorporar grande quanti-
dade de ar, expandindo a solução em pelo menos 5 vezes. Uma espuma de boa
qualidade expande em torno de 9 vezes o volume original da solução água/LGE (do-
sagem de 6%). Isso possibilita a formação de um “colchão” sobre a superfície do lí-
quido, impedindo a passagem dos vapores aquecidos e isolando-a do contato com
o ar, por algum tempo após a sua aplicação. Assim, concluímos que a principal ação
extintora é o abafamento. Porém, em função da liberação da água, atua também por
resfriamento.
A liberação de água, no entanto, não pode ser muito rápida, senão o “colchão” será
logo destruído. Para evitar que isso ocorra, um outro parâmetro, além da expansão, é
controlado – o tempo de drenagem da água contida na espuma. Uma espuma de
boa qualidade, com uma dosagem de 6% de LGE, apresenta um tempo de cerca de
15 minutos para drenar 25% do volume de água contido no “colchão”.
35
Quanto ao uso:
Quanto ao tipo:
• Pressurização direta;
• Pressurização indireta.
36
PARTE N SUBPARTES N
Recipiente 1
Dispositivo para Alça para
acionamento e descarga 2 transporte 2.1
Manômetro 2.2
Gatilho 2.3
Tubo sifão 2.4
Mangueira com difusor 2.5
37
3. Atacar o fogo,
dirigindo o jato
para a base
das chamas.
38
ATENÇÃO !
Para manter o extintor em perfeito estado de funcionamento, é preciso
que este:
• a cada 5 anos sofra um teste hidrostático em firma idônea;
• a cada 12 meses seja descarregado e carregado novamente;
• semanalmente sofra inspeção visual e que o bico do jato seja
desobstruído ou desentupido, se for o caso.
Nota
Leia e consulte a norma ABNT - NBR 11751/EB 1004 – “Extintores de
incêndio com carga para espuma mecânica”.
Obse
Desde 10 de janeiro de 1990 vigora a determinação da Comissão Brasi-
leira de Proteção contra Incêndio da ABNT que extinguiu as normas EB-17 e
EB-52 relativas, respectivamente, a extintores de incêndio tipo soda-ácido
(espuma química) e carga líquida sobre rodas.
39
O gás carbônico deve ser usado para a extinção de incêndios especiais, em que é exigido
um agente extintor não condutor de eletricidade que não deixe resíduos.
O CO2 é um produto comercial muito utilizado, com inúmeros usos. Por exemplo: é usado
nas indústrias de bebidas, pois produz a efervescência dos refrigerantes comuns.
Densidade
A densidade relativa do gás carbônico, comparada com a do ar a 0oC e 1 atmosfera
de pressão, é cerca de 1,5 vez mais pesada que o ar. Essa é uma característica impor-
tante para suas propriedades de agente extintor capacitado a substituir o ar acima
da superfície em combustão, mantendo uma atmosfera abafadora.
Toxicidade
O CO2 não é tóxico, embora possa causar inconsciência e morte, quando presente em
concentrações necessárias para a extinção de incêndios, se utilizado em ambiente fechado.
Isso ocorrerá pela falta de oxigênio no ar, que é retirado pelo CO2.
Numa concentração de 9%, a maioria das pessoas pode resistir por alguns minutos, sem
perda da consciência. A exposição a concentrações mais altas pode tornar uma pessoa
incapacitada quase que imediatamente. Em recintos de área reduzida, protegidos por CO2,
uma pessoa presente no momento em que se inicie uma descarga de gás provavelmente
não terá dificuldade em abandonar o local, antes que a concentração crítica seja alcançada.
40
Portanto, podemos concluir que o CO2 não é um gás venenoso, mas um gás sufocante.
Fisiologicamente, é necessário em pequenas quantidades para o estímulo da respiração.
Deposita-se em locais baixos, prejudica a visibilidade quando em ação. Pessoas desacor-
dadas em atmosfera de CO2 devem ser imediatamente removidas para onde exista ar puro.
Propriedades extintoras
Esse agente extintor age pela redução da concentração de oxigênio ou pela diminuição
dos produtos gasosos de um combustível na atmosfera, a um ponto tal que torne a
combustão impossível.
Como agente extintor, tem inúmeras qualidades: não é corrosivo, não produz estragos,
não deixa resíduos, fornece sua própria pressão para funcionamento dos extintores. Como
gás, penetra e se espalha por todos os lados. Não conduz eletricidade, por isso pode ser
usado com segurança em equipamento elétrico energizado.
Extintor de CO2
Os extintores deste tipo são empregados para extinguir pequenos focos de incêndios
das Classes B e C (combustíveis líquidos e equipamentos elétricos).
Quando o aparelho é acionado, o CO2 se expande formando uma nuvem que abafa e resfria.
Devido a sua capacidade não condutora, o CO2 é muito indicado para a cobertura de
riscos onde existem equipamentos elétricos.
O alcance do jato de gás varia de 1 a 2,5 metros, dependendo da capacidade dos extintores.
Os aparelhos carregados com CO2 devem ser instalados de modo que seu emprego seja
o mais fácil possível, principalmente em locais onde trabalham mulheres e/ou menores.
41
Os extintores com carga de gás carbônico são classificados, quanto ao uso, como:
PARTE N SUBPARTES N
42
3. Retirar o difusor.
4. Atacar fogo,
dirigindo o jato
para a base das
chamas;
movimentar
o difusor.
43
ATENÇÃO !
Como há possibilidade de vazamentos, este tipo de extintor deverá ser
pesado a cada 3 meses, e toda vez que houver perda de mais de 10% no
peso, ser descarregado e recarregado novamente.
Obs
A Norma Técnica estabelece o prazo de 6 meses para a pesagem.
As vistorias devem ser executadas, no máximo, a cada 5 anos.
Nota
Leia e consulte a ABNT - NBR 11716 – “Extintores de incêndio com
carga de gás carbônico”.
Pó químico
Pó químico para fins de combate a incêndio é o pó composto de finíssimas partículas de
bicarbonato de sódio, com adição de determinados materiais específicos e submetido a
tratamentos adequados para lhe dar resistência à vibração e duração, quando embalado.
44
Toxicidade
Os ingredientes atualmente utilizados no pó químico não são tóxicos. Entretanto, uma
descarga de grandes volumes pode causar dificuldades respiratórias temporárias durante
e imediatamente após tal descarga. Dificulta seriamente a visibilidade.
Tamanho da partícula
O tamanho das partículas de pó varia de 10 a 75 mícrons. O tamanho delas é muito
importante na sua eficiência extintora, o que exige um cuidadoso controle para que elas
não excedam ou fiquem aquém do tamanho ideal.
Propriedades extintoras
Sua ação extintora ocorre através da interferência na reação em cadeia. A descarga de pó
químico interfere nos produtos intermediários formados durante a combustão, e que
são responsáveis pela sua continuidade, quebrando, desta forma, a reação em cadeia.
Ação de abafamento
Por muitos anos foi mantida a crença de que a ação extintora do pó químico residia,
principalmente, na ação abafadora do CO2 liberado pelo aquecimento do bicarbonato
pelas chamas. Não há dúvidas de que o CO 2 contribui para a eficiência da ação
extintora. Contudo, testes práticos revelaram que esse gás não é o principal fator de
extinção; por exemplo: 5 libras de pó químico são tão eficientes quanto 10 libras de
CO2. Ainda que todo pó químico seja decomposto, este produzirá somente 26% de
seu peso em CO2. Podemos concluir que o pó químico não extingue o fogo por seus
efeitos abafadores.
45
Uso e limitações
O pó químico é usado, principalmente, para a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis.
É eletricamente não condutor; por isso pode ser usado no combate a incêndios em líquidos
inflamáveis envolvidos por equipamentos elétricos energizados. O pó químico é recomen-
dado para incêndios das Classes B e C. Em incêndios da Classe C, envolvendo equipamentos
elétricos delicados, como, por exemplo, os computadores, a utilização do pó químico não é
recomendada, pois, além de ser corrosivo, fica impregnado nos componentes, dificultando a
limpeza destes.
Devido à rapidez com que o pó químico extingue as chamas, pode ser usado na extinção
de incêndios da Classe A. Entretanto, sempre que o pó for utilizado para este tipo de
incêndio, deverá ser suplementado com a água na forma de neblina para extinção de
focos remanescentes e para os casos em que o fogo tenha se propagado em profundidade.
O pó químico de boa qualidade, quando usado de forma adequada, apresenta uma vida
útil que pode chegar a 5 anos.
Os fatores que mais influenciam na perda de qualidade do PQS são: umidade, tempera-
tura e perda das partículas menores.
A temperatura determina que parte do pó químico volte à sua condição original, ou seja,
o carbonato de sódio, resultando na diminuição da eficiência da extinção do fogo.
Entre outros fatores, a capacidade extintora do PQS está relacionada à sua qualidade. Por
esta razão o PQS deve ser aprovado nos testes de qualidade. Atualmente as empresas
qualificadas para o fornecimento de PQS são: Bucka Spiero, Resil e Cloy do Brasil.
46
O agente propulsor pode ser o dióxido de carbono ou o nitrogênio. O CO2 é o agente mais
empregado para a operação dos aparelhos portáteis (tipos com cilindro de gás),
enquanto que o nitrogênio é o agente indicado para o funcionamento dos tipos pressuriza-
dos e sobre rodas.
Quanto ao uso:
• Não-portáteis:
» estacionários;
» sobre rodas.
Quanto ao tipo:
• Pressurizados;
• Com cilindro para o gás:
» interno;
» externo.
47
Quanto à temperatura:
PARTE N SUBPARTES N
48
N
Já existe à venda no mercado um extintor de pó químico seco que pode
ser utilizado nas Classes A, B e C, sendo inclusive obrigatória, por legislação
do DENATRAN, a sua instalação nos veículos, a partir de janeiro de 2005.
3. Atacar o fogo,
acionando o
dispositivo de
descarga e
procurando cobrir
toda a área atingida
com movimentação
da mão.
49
ATENÇÃO !
Para o extintor ter bom funcionamento, deve-se observar o manômetro,
para verificar se a pressão está dentro dos parâmetros.
PARTE N SUBPARTES N
Tampa 1
Recipiente 2 Colar 2.1
Alça para transporte 2.2
Borda inferior 2.3
Proteção do cilindro de gás 2.4
Tubo sifão 2.5
Tubo de pressurização 2.6
Cilindro de gás 3
Mangueira 4
Pistola 5
50
3. Empunhar a pistola
difusora e atacar o
fogo; procurar
cobrir toda a área
atingida com
movimentação
rápida da mão.
51
ATENÇÃO !
Observar a validade estabelecida, pelo fabricante, para a substituição
do agente extintor.
Periodicamente, efetuar a leitura do manômetro para verificar o nível de
pressão interna.
N
Leia e consulte a norma ABNT - NBR 10721 – “Extintores de incêndio
com carga de pó químico”.
52
• facilitar a localização;
• identificar o agente extintor, as classes de incêndio para as quais é adequado e a
capacidade do aparelho;
• garantir que a manutenção seja feita por empresa certificada pelo INMETRO;
• delimitar a área próxima ao aparelho.
Devem ser fixados aos aparelhos adesivos indicando o agente extintor e sua classifica-
ção quanto ao tipo.
Deve ser feita por um sistema de letra, figuras geométricas e cores, atendendo às condi-
ções estabelecidas na NBR 7532/82.
Marcação
Todo extintor deve ter marcado no recipiente, de forma indelével, a sigla do fabricante,
o número de série, trimestre/ano de fabricação e número da norma da ABNT.
Nos extintores de pó químico, espuma e de água a marcação deve ser feita na borda
inferior.
Nos extintores de CO2 a marcação deve ser feita na calota (próximo à válvula de disparo).
54
Im
Os extintores deverão ser colocados em locais:
• De fácil acesso.
• De fácil visualização.
• Com menos probabilidade do fogo bloquear o seu acesso.
E não:
• Deverão ser localizados nas paredes das escadas.
• Poderão ser encobertos por pilhas de materiais.
55
A inspeção é feita por meio de exame que se realiza no extintor de incêndio com a
finalidade de determinar se este permanece nas condições originais de operação, onde
será verificado:
• selo de vedação;
• pressão no manômetro (somente os que possuírem);
• peso do extintor;
Obs
Os testes hidrostáticos são exigência da ABNT e devem ser feitos a
intervalos regulares ou quando o extintor sofrer pancadas, exposição a altas
temperaturas, corrosão, etc.
O termo “manutenção” deve ser entendido como sendo um trabalho que envolve
descarga, desmontagem, reparo ou substituição de peças, teste hidrostático, pintura,
marcação e recarga dos aparelhos.
Os extintores devem ser recarregados assim que forem usados, quando apresentam
variação no peso da ordem de 10% ou ainda anualmente, mesmo não sendo usados.
Observações:
58
Água 10 L 1
Espuma 10 L 1
Dióxido de carbono (CO2) 6 kg 1
4 kg 2
2 kg 3
1 kg 4
Pó químico seco 4 kg 1
2 kg 2
1 kg 3
Nota
Todo extintor deverá possuir uma ficha de controle onde será registrada
a vida do equipamento: número de fabricação, marca, data da recarga, data
do próximo teste hidrostático, tipo de manutenção sofrida, etc.
59
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煵楮瑡ⵦ敩牡Ⱐ㈸攠摥穥浢牯攠㈰〶‱〺ㄸ㨰
Primeiros Socorros
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煵楮瑡ⵦ敩牡Ⱐ㈸攠摥穥浢牯攠㈰〶‱〺ㄸ㨰
Medidas Elétricas
Dezembro
2006
SENAI - RO 1
FICHA CATALOGRÁFICA
S491c
62 p. : il.
ISBN: 85-7519-150-0
Tal utilização se deve ao fato de que tais obras vêm de encontro as nossas
necessidades, bem como têm a função de enriquecer a qualidade dos recursos didáticos
fornecidos aos nossos alunos como forma de aprimorar seus conhecimentos e
competências.
SENAI - RO 2
䵯摥汯攠捡灡敮慩⁶弲
煵楮瑡ⵦ敩牡Ⱐ㈸攠摥穥浢牯攠㈰〶‱〺ㄸ㨰
Sumário
Apresentação 7
Referências 61
Com esse pensamento iniciamos esta reflexão sobre primeiros socorros, reconhecendo e
valorizando o sentido da vida e a importância do respeito e solidariedade com as pes-
soas acidentadas. Estudos comprovam que as duas primeiras horas após um acidente
N
Mal súbito – estado ou sintoma característico que surge de forma
aguda e repentina.
A rapidez na adoção das providências pode salvar uma vida: em cerca de três minutos
o cérebro de uma vítima de parada cardíaca começa a apresentar lesões ou uma
hemorragia não controlada pode causar uma parada cardíaca. Uma vez que a maioria
das pessoas desconhece as técnicas de primeiros socorros, conforme vimos nas cenas
apresentadas, como elas podem ajudar? Como prepará-las para enfrentar uma situação
de emergência? Essas são algumas questões sobre as quais vamos refletir neste tema.
Prestar os primeiros socorros é uma atitude humana, que requer coragem e o conhe-
cimento das técnicas adequadas capazes de auxiliar numa emergência. O socorro
imediato evita que um simples ferimento se agrave, ou que uma simples fratura se
complique, ou que um simples desmaio resulte na morte do acidentado.
Im
O conhecimento e a aplicação dos primeiros socorros têm como
objetivo fundamental salvar vidas.
Se você não tiver condições emocionais de prestar socorro direto à víti-
ma, procure por alguém que o auxilie no atendimento e, em seguida, acione
os serviços especializados: médicos, ambulâncias, polícia e bombeiros.
Não deixe uma pessoa acidentada sem uma palavra de apoio nem um
gesto de solidariedade, nem deixe de adotar os procedimentos cabíveis.
N
Acionar – pôr em ação, em movimento, fazer funcionar.
Uma pessoa treinada está habilitada desde que conheça e domine os princípios básicos
de primeiros socorros e técnicas de atendimento à vítima, fundamentais para controlar e
prevenir o agravamento do seu estado. A seguir, observe alguns dos procedimentos a
serem adotados num atendimento emergencial.
12
N
Triagem – seleção, escolha, separação.
• Se a vítima sentir sede, umedeça os lábios com gaze. Não dê bebidas alcoólicas.
• Mantenha-a deitada.
• Mantenha a respiração.
• Evite a perda de sangue.
• Evite virá-la, empurrá-la ou puxá-la, para não agravar as lesões ósseas.
• Não retire do corpo objetos penetrantes, como vidros, etc.
13
Im
Ainda que a vítima apresente estar em bom estado, não confie na
aparência. Encaminhe-a para ser examinada por um profissional de saúde,
pois só um exame detalhado pode definir o seu estado físico e psíquico.
14
15
Na CLT, o artigo 181 prescreve a necessidade dos que trabalham com eletricidade de
conhecerem os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico. Por isso,
a NR-10 ao tratar de situações de emergência, reforça, em seu item 10.12.2, uma
exigência, bem como inclui um conteúdo básico de treinamento para os trabalhadores
que venham a ser autorizados a intervir em instalações elétricas.
Im
Código penal - Art. 135 – Deixar de prestar assistência, quando possí-
vel fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou
pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.
Pena – detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único – A pena é aumentada de metade, se a omissão
resulta lesão corporal ou de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
CLT - Art. 181 – Os que trabalham em serviços de eletricidade ou ins-
talações elétricas devem estar familiarizados com os métodos de socorro a
acidentados por choque elétrico.
N
Iminente – que está a ponto de acontecer.
Obs
É preciso que cada um de nós exerça a cidadania e trabalhe para que
as leis dêem certo, mas para isso é fundamental desenvolver uma mentali-
dade voltada ao respeito ao próximo e a si mesmo e colaborar para reduzir
os acidentes e auxiliar adequadamente às vítimas, seja no ambiente de
trabalho, na comunidade, na rua, na praia etc.
18
Arnaldo Antunes,
Marcelo Fromer e Tony Belotto
Im
Sinais vitais são sinais orgânicos ou sintomas que podem ser altera-
dos quando um ou mais sistemas vitais responsáveis pela manutenção da
homeostase não funcionam perfeitamente. A modificação ou alteração de
um sinal característico permite concluir sobre o estado geral da vítima e
proceder de forma correta no desempenho de prestar os primeiros socorros.
Assim, antes de aplicar qualquer medida, o socorrista deve verificar os sinais vitais e de
apoio, que fornecem informações valiosas para o diagnóstico do estado geral da vítima e
permitem que se implementem as técnicas emergenciais mais apropriadas.
N
Priorizar – colocar em primeiro lugar; atender primeiramente.
Os sinais vitais:
• pulso;
• respiração;
• pressão arterial;
• temperatura.
A seguir, observe de que forma o socorrista pode verificar alguns desses sinais nas
vítimas de acidente.
Pulso
A paralisação de uma função vital como a do coração neutraliza a circulação do sangue e
pode provocar a morte de três a cinco minutos. A contração do coração, necessária ao
bombeamento do sangue, se repete com regularidade e se propaga em ondas pelas
artérias, e há pontos do corpo em que algumas grandes artérias estão próximas à
superfície que, ao serem pressionados de leve, podemos sentir o coração bombear o
sangue – a isso chamamos pulso ou pulsação.
O pulso pode ser achado nos pontos em que as artérias estão próximas à superfície e
podem ser apalpadas: o lado externo do punho (artéria radial), cada lado do pescoço
(artéria carótida) e a região inguinal (artéria femoral).
20
21
Respiração
A respiração é indispensável aos seres, portanto ela é o sinal de vida mais evidente de
uma vítima acidentada.
Im
Uma vez que a respiração é uma das funções vitais dos seres,
a interrupção ocasiona a morte da vítima. É por meio da respiração que
o organismo capta o oxigênio necessário à obtenção de energia celular
e elimina o gás carbônico proveniente do metabolismo respiratório.
N
Proveniente – que tem origem.
Da mesma forma que a pulsação, a freqüência respiratória varia com a idade. Observe a
tabela com os movimentos respiratórios correspondentes a cada faixa etária.
22
Idosos 14 a 18
Adultos 16 a 20
Crianças 20 a 26
Lactentes 40 a 60
N
Etário – relativo à idade.
Sinais de apoio
Há diversos sinais que auxiliam ou apóiam o diagnóstico do estado de uma vítima
de acidente:
• pupila;
• aspecto da pele;
• nível de consciência;
• motilidade e sensibilidade.
N
Motilidade – faculdade de se mover.
23
Pupila
Também através da pupila é possível diagnosticar o estado da vítima pois o seu diâmetro,
normalmente de 3 mm a 4 mm, varia de acordo com a estimulação do sistema nervoso.
Assim, de acordo com as alterações da pupila o socorrista pode identificar alguns sintomas.
Por exemplo:
Aspecto da pele
O socorrista também deve observar o aspecto da pele, que pode apresentar alterações
de origem fisiológica e patológica de acordo com as especificações a seguir:
24
N
Venoso – de origem venosa; com baixa concentração de oxigênio.
Cutânea – da pele.
Nível de consciência
É possível caracterizar o nível de consciência observando-se o estado psicológico e físico
da vítima, que pode estar inconsciente em virtude de desmaio, síncope, choque, coma,
convulsão, intoxicação ou morte.
Uma pessoa pode estar consciente mas desorientada no tempo e no espaço em virtude
de um violento choque emocional ou traumático.
N
Síncope – estado de inconsciência resultante de queda de pressão
arterial.
25
Motilidade e sensibilidade
Motilidade e sensibilidade é a capacidade de as pessoas se moverem. Assim, o socorrista
deve estar atento para o fato de o acidentado demonstrar dificuldade de realizar um
determinado movimento. Esse fato pode estar indicando uma paralisia.
26
Simone Weil
A pessoa que se dispõe a prestar os primeiros socorros deve começar por analisar as
condições em que ocorreu o acidente e o estado físico e mental do(s) envolvido(s); após
O aparelho respiratório é constituído dos pulmões e vias aéreas superiores: nariz, faringe,
laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos, que umedecem, aquecem, purificam e filtram
o ar para que ele chegue em boas condições ao interior dos alvéolos pulmonares, onde o
oxigênio é retirado e transferido para o sangue. Assim, todo acidente que perturba esse
mecanismo coloca em risco a oxigenação dos tecidos porque provoca a morte das
células e, em conseqüência, da própria vítima.
Em seguida o socorrista deve verificar se há alguma obstrução nas vias aéreas da vítima,
que pode ser provocada por:
28
Soc
N
Escápula – omoplata.
29
N
Pneumotórax bilateral – entrada ou saída de ar ou gás nos dois
pulmões.
30
Im
Mesmo em vista de uma parada respiratória é possível ao socorrista
restabelecer a respiração da vítima e salvar a sua vida se ele aplicar de
imediato o método boca-a-boca, forçando a entrada e saída de ar dos pul-
mões alternada e ritmadamente até a respiração natural se restabelecer.
Socorrendo
Método boca-a-boca
• Encoste firme a boca à sua própria boca e sopre o ar para dentro dos
pulmões.
• Toda vez que o ar for soprado para dentro dos pulmões, retire a sua boca
para que o ar saia e, ao mesmo tempo, verifique os movimentos do peito.
31
Método Sylvester
• Coloque um volume sob os ombros para que a cabeça incline para trás.
32
Soc
Se a vítima tiver pulso faça a insuflação, soprando o ar para dentro do
pulmão a cada cinco segundos e mantendo uma freqüência de 16 a 20
sopros por minuto.
Se se tratar de uma criança, envolva a boca e o nariz com a sua própria
boca, introduzindo ar no pulmão com muito cuidado, pois neste caso o ritmo
deve ser de um sopro a cada três segundos.
33
• isquemia cardíaca;
• choque elétrico;
• envenenamento;
• afogamento;
• infarto agudo do miocárdio;
• consumo excessivo de drogas (overdose)
• engasgamento.
N
Isquemia – obstrução e contração muscular.
34
Portanto, uma vez confirmada a parada cardíaca e respiratória, o socorrista deve aplicar
de imediato a massagem cardíaca externa e a respiração artificial pelo método boca-a-
boca ou Sylvester, conforme o caso.
Os casos de parada cardíaca exigem ação imediata e podem ser constatados pela obser-
vação dos seguintes sintomas:
• inconsciência;
• ausência de pulso e respiração;
• palidez intensa;
• extremidades frias;
• cianose;
• dilatação das pupilas (meninas-dos-olhos).
Socorrendo
Método de reanimação cardiorrespiratória
35
36
37
Im
Além do controle das vias aéreas, o desenvolvimento das massagens
cardíacas externas tornou possível que uma pessoa treinada dê início a
uma inversão de morte clínica mesmo fora do hospital. Mas é importante que
o socorrista tenha recebido bom treinamento na aplicação dessa massagem
de modo a evitar as complicações decorrentes de uma compressão mal
realizada, como fratura do esterno e costela ou perfuração de órgãos pelos
ossos das costelas, principalmente os pulmões: nos adultos ele deve
aplicá-la utilizando o peso do corpo e não apenas os músculos do braço;
nas crianças pequenas, apenas com uma das mãos e nos bebês, apenas
com as pontas dos dedos indicador e médio.
Choque elétrico
Nesta seção, vamos identificar os fatores de gravidade de um choque elétrico e os seus
efeitos, para adotar o procedimento de primeiros socorros adequados a cada caso.
Observe a cena:
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Quem já não ouviu falar de alguém que próximo a uma árvore foi atingido por um raio e
morreu instantaneamente? As árvores atraem as descargas elétricas dos raios e o corpo
humano é condutor de eletricidade. Todos estamos sujeitos a acidentes deste tipo.
N
Fibrilação – movimento descoordenado do coração (arritmia) causando
a perda da capacidade de bombear o sangue. É um fenômeno gravís-
simo, pois é irreversível naturalmente, que requer a utilização de um
desfibrilador elétrico para a reanimação da vítima.
39
40
Im
Os choques elétricos são uma das principais causas de parada cardior-
respiratória em ambientes de trabalho. O atendimento à vítima deve ser feito
nos primeiros quatro minutos, para que haja chance de sobrevida e recupe-
ração do acidentado.
Socorrendo
Como prestar os primeiros socorros a uma vítima de choque elétrico
41
Uma corrente de intensidade elevada, que circule de uma perna para outra, pode resul-
tar só em queimaduras locais, sem outras lesões mais sérias. No entanto, se esta mesma
intensidade de corrente circular de um braço para outro da vítima, poderá levar a fibrila-
ção do coração, parada cardíaca ou mesmo uma paralisia da musculatura respiratória,
levando à asfixia.
42
Outro fator muito importante para determinar a gravidade do choque elétrico é a inten-
sidade da corrente que circula pelo corpo.
Quando a corrente elétrica alternada passa pelo coração, as camadas dos tecidos
respondem vibrando de maneira distinta, provocando um batimento cardíaco
distorcido. Este estado caótico de polarização é irreversível, com perda total do
sincronismo das contrações.
• vítima desfalecida;
• palidez;
• não há pulso;
• não há respiração;
• dentro de 30 a 45 segundos a pupila do olho começa a dilatar-se.
43
Muitas técnicas e medicamentos foram utilizados, mas o método que obteve sucesso
foi o desfibrilador elétrico, que, na verdade, é um capacitor a ser descarregado
no acidentado.
44
Conclusão
Os efeitos do choque elétrico são:
45
Im
Os choques elétricos são uma das principais causas de parada cardior-
respiratória nos locais de trabalho. Portanto, os primeiros socorros devem
ser prestados nos primeiros 4 minutos após o acidente, para que exista uma
chance de sobrevida e recuperação do acidentado.
Im
A fibrilação ventricular do coração pode ocorrer de vários modos, mas,
neste caso, a preocupação é a relacionada com o choque elétrico.
Como a fibrilação ventricular é irreversível naturalmente, faz-se neces-
sário o emprego de técnicas práticas de modo a fazer o coração retomar o
seu ritmo normal.
Muitas técnicas e medicamentos foram utilizados, mas o método que
obteve sucesso foi o Desfribilador Elétrico, que, na verdade, é um capacitor
a ser descarregado no acidentado, como vimos.
Queimaduras
São lesões causadas quando a pele entra em contato com temperaturas extremas e substân-
cias químicas corrosivas.
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• Cabeça – 9%;
• Pescoço – 1%;
• Membro superior – 9% cada;
• Tronco (costas ) – 18%;
• Tronco (frente) – 18%;
• Membro inferior – 18% cada.
Im
Assim, a extensão e a gravidade de uma queimadura determinam o
procedimento que o socorrista deve adotar. Observe a seguir a
classificação das queimaduras segundo a sua extensão e gravidade e os
procedimentos de primeiros socorros a serem adotados.
47
N
O risco de vida está mais relacionado com a extensão do que com
a profundidade.
• elétrica
• em períneo
• com mais de 10% da área corpórea
• com lesão das vias aéreas
Conduta
48
N
Septicemia – processo infeccioso generalizado em que microorganis-
mos penetram a corrente sangüínea e nela se multiplicam.
Soc
Em queimaduras de pequena extensão, deve-se:
• Não passar nada no local, não furar bolhas e cuidado com a infecção;
49
E mais:
• Encaminhe-a ao hospital.
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Concluindo
Nos acidentes provocados por choque elétrico há em geral duas feri-
das cutâneas: uma na entrada e outra na saída da corrente. Embora elas
costumem parecer pequenas, uma quantidade considerável de tecido abaixo
delas é destruída. Nestes casos, os procedimentos a serem adotados são
os mesmos para outros tipos de queimadura. Quando o choque ocasiona
a paralisação da respiração, em virtude da contração dos músculos respi-
ratórios, o socorrista deve efetuar as manobras de respiração, já estuda-
das sobre reanimação cardiorrespiratória.
Im
O socorrista deve adotar todos os procedimentos ao seu alcance, mas
os seus cuidados não substituem os do médico. Uma vez que a gravidade
das lesões pode exigir recursos adequados para lidar com os danos na pele
e problemas de insuficiência circulatória e renal e de infecção, ele deve
acionar de imediato os recursos hospitalares.
Lesão traumato-ortopédica
Nesta seção, vamos identificar os diversos tipos de lesão traumato-ortopédica que afetam
o aparelho locomotor e comprometem as articulações, ossos e músculos e os procedi-
mentos de primeiros socorros a serem adotados para aliviar o sofrimento da vítima.
Entorse
Na entorse há distensão dos ligamentos articulares, ocasionando a separação momentâ-
nea das superfícies ósseas da articulação e provocando inflamação, edema e dor local,
que se acentua com a movimentação.
51
Soc
Neste caso, o socorrista deve adotar os seguintes procedimentos:
As fraturas podem ser fechadas, quando a pele não é rompida pelo osso quebrado,
e expostas ou abertas, quando o osso atravessa a pele e fica exposto.
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Suspeita-se de uma fratura ou lesão articular quando houver sido constatado pelo me-
nos dois itens abaixo mencionados:
obs
Nunca se deve tentar colocar o osso no lugar. Isso deverá ser feito em
local e por pessoal qualificado.
O que fazer:
53
obs
Não massagear ou friccionar o local afetado.
54
• inconscientes;
• em estado de choque;
• gravemente queimados;
• com hemorragia;
• envenenados;
• com fratura nos membros inferiores, bacia e coluna vertebral.
Im
Acidentados com fratura no pescoço e suspeita de lesão da medula não
devem ser removidos antes do atendimento médico. Um erro de movimento
pode ocasionar numerosas lesões.
Socorrendo
• Se a vítima tiver que ser erguida para verificação das lesões, cada
parte do corpo deve ser apoiada, não deixe o corpo se dobrar, mante-
nha-o em linha reta.
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O socorrista pode estar sozinho ao prestar auxílio à vítima e precisar removê-la em virtude
de um perigo iminente, como desabamento, incêndio etc., ou ele pode contar com o
auxílio de uma ou mais pessoas. Conheça a seguir outros métodos de transporte a serem
aplicados em situações especiais, desde que o socorrista esteja certo de sua adequação.
Socorrendo
Transporte de apoio
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Transporte em cadeira
No transpor te da vítima
numa cadeira, que tem
a vantagem de manter o
corpo ereto e desse modo
impedir o possível agrava-
mento das lesões, deve-se
incliná-la para trás.
Transporte em braços
58
Im
O transporte de vítimas de acidente em veículos automotores também
merece cuidados especiais: o socorrista deve pedir ao motorista que não
exceda o limite de velocidade, o que, em lugar de salvar uma vida, pode
ocasionar um acidente com novas vítimas; além disso, as freadas e solavan-
cos do carro podem agravar o estado da vítima.
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