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Proteção do Trabalho do Menor e

Proibição do Trabalho Escravo ou a


Condição Análoga de Escravo
Integrantes: Joice, Leticia, Nathalia e Thaene
Tópicos
PARTE 01
*Trabalho artístico de crianças e
adolescentes
*Afastamento do menor por determinação
da autoridade competente
*Rescisão pleiteada pelo responsável legal
*Limites à duração do trabalho do menor
*Admissão e desligamento
*Prescrição
Trabalho Artístico de crianças e
adolescente
A exploração do trabalho infantil é amplamente combatida pela sociedade
brasileira. Todavia, quando se trata do
trabalho artístico o cenário é outro, há
norma autorizativa, aceitação das pessoas em geral, bem como dos pais dos
pequenos artistas, motivo pelo qual a questão se torna ainda mais delicada e
seu enfrentamento tormentoso.
A Constituição Federal de 1988 proíbe o trabalho infantil aos menores de 16 anos
(art. 7º, XXXIII), permitindo, no entanto, o trabalho como aprendiz a partir dos 14
anos, assim:
“XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição
de aprendiz, a partir de quatorze anos;”
De acordo com o ECA:
“Art. 149. Compete à autoridade § 1º Para os fins do disposto neste
judiciária disciplinar, através de artigo, a autoridade judiciária levará
portaria, ou autorizar, mediante em conta, dentre outros fatores:
alvará:
a) os princípios desta Lei;
I - a entrada e permanência de
criança ou adolescente, b) as peculiaridades locais;
desacompanhado dos pais ou c) a existência de instalações
responsável, em: adequadas;
a) estádio, ginásio e campo d) o tipo de freqüência habitual ao
desportivo; local;
b) bailes ou promoções dançantes;
e) a adequação do ambiente a
c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente eventual participação ou freqüência
diversões eletrônicas; de crianças e adolescentes;
e) estúdios cinematográficos, de f) a natureza do espetáculo.
teatro, rádio e televisão. § 2º As medidas adotadas na
II - a participação de criança e conformidade deste artigo deverão
adolescente em:
ser fundamentadas, caso a caso,
a) espetáculos públicos e seus
ensaios; vedadas as determinações de caráter
b) certames de beleza. geral.”
Conforme a norma transcrita, resta claro que há permissão legal para que o Juiz
competente autorize a participação de crianças e adolescentes em espetáculos
públicos e em certames de beleza.
Contudo, a autorização deve ser dada individualmente, todas as vezes que a criança ou
adolescente for se submeter a trabalho artístico diverso e levar em consideração seu
bem-estar, e, igualmente, determinar a reserva de percentual a ser depositada em
caderneta de poupança em nome do menor, permitido o saque apenas após atingir a
maioridade.
A Convenção nº. 138 da OIT, nos itens 1 e 2 do art. 8º, ratificada pelo Brasil, confirma tal
posição:
“A autoridade competente, após consulta com as organizações de empregadores e de
trabalhadores interessadas, se as houver, podem, mediante licenças concedidas em
casos individuais, permitir exceções à proibição de emprego ou trabalho disposto no
artigo 2º desta Convenção, para fins tais como participação em representações
artísticas.
Permissões dessa natureza limitarão o número de horas de duração do emprego ou
trabalho e estabelecerão as condições em que é permitido.”
A CLT se refere ao trabalho do menor nos seguintes termos:
“Art. 405 - Ao menor não será permitido o trabalho:
I - nos locais e serviços perigosos ou insalubres, constantes de quadro para êsse fim aprovado pelo
Diretor Geral do Departamento de Segurança e Higiene do Trabalho;
II - em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade.
(...)
§ 2º O trabalho exercido nas ruas, praças e outros logradouros dependerá de prévia autorização do
Juiz de Menores, ao qual cabe verificar se a ocupação é indispensável à sua própria subsistência ou
à de seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo à sua formação
moral.
§ 3º Considera-se prejudicial à moralidade do menor o trabalho:
a) prestado de qualquer modo, em teatros de revista, cinemas, buates, cassinos, cabarés, dancings e
estabelecimentos análogos;
b) em emprêsas circenses, em funções de acróbata, saltimbanco, ginasta e outras semelhantes;
c) de produção, composição, entrega ou venda de escritos, impressos, cartazes, desenhos, gravuras,
pinturas, emblemas, imagens e quaisquer outros objetos que possam, a juízo da autoridade
competente, prejudicar sua formação moral;
d) consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas.”
Referido rol é exemplificativo, sendo o trabalho infantil artístico enquadrado na alínea a do § 3º,
dependendo do local onde for prestado.
Afastamento do menor por determinação
da autoridade competente
Art. 407. Verificado pela autoridade competente que o trabalho executado pelo menor é

prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento físico ou a sua moralidade, poderá ela
obrigá-lo a abandonar o serviço, devendo a respectiva empresa, quando for o caso,
proporcionar ao menor todas as facilidades para mudar de funções.
Parágrafo único - Quando a empresa não tomar as medidas possíveis e recomendadas
pela autoridade competente para que o menor mude de função, configurar-se-á a rescisão
do contrato de trabalho, na forma do art. 483. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Autoridade competente, no caso, é, normalmente, o Auditor Fiscal do Trabalho, que
encontra o menor em atividade prejudicial durante inspeção fiscal in loco. Poderá ser,
também, o Juiz da Infância e Juventude ou o Juiz do Trabalho, o que é mais raro na
prática. Neste caso, a autoridade determina o imediato afastamento do menor da função
prejudicial, se possível mediante transferência para outra função, hipótese em que o
empregador deverá facilitar a mudança de função (art. 407, caput, parte final, c/c o art.
426 da CLT)
Rescisão pleiteada pelo
responsavel legal menorces
Rescisão pleiteada pelo
responsavel legal menorces
Limites à duração do trabalho do menor

01. 02.
compreender também as Não pode ultrapassar seis
aulas teóricas para
formação técnico-
horas diárias aquele que
comprove que esteja
matriculado em alguma
05.
os contratos de
profissional do aprendiz. aprendizagem
instituição
terão a alíquota
de depósito
03. 04.
reduzida para 2%
sobre o valor da
vedado o regime de Ao aprendiz é devido o remuneração do
compensação de horas e salário mínimo, caso não aprendiz. (Fundo
a prorrogação de exista condição mais de Garantia)
jornada. Caso ultrapasse favorável à sua
tais horas, vira como remuneração
extras, acrescidas de
50%.
ADMISSÃO DE TRABALHO AO MENOR
A CLT em seus artigos 402 a 441 trata, especificamente, do trabalho do
menor de idade. Pela Constituição Federal, é considerado menor o
trabalhador que tem entre 16 anos e 18 anos de idade. Indivíduos entre 14 e 16
anos podem começar a trabalhar como aprendiz. O Contrato de
Aprendizagem a partir dos 14 anos deve ser redigido por escrito e com prazo
determinado, de acordo com o artigo 428 da CLT.
A partir de 14 anos a CTPS já pode ser emitida para o Jovem Aprendiz,
garantindo a ele o registro dos trabalhos em carteira

Art. 425 - Os empregadores de menores de 18 (dezoito) anos são


obrigados a velar pela observância, nos seus estabelecimentos ou
empresas, dos bons costumes e da decência pública, bem como das regras
da segurança e da medicina do trabalho.
Art. 427 - O empregador, cuja empresa ou estabelecimento ocupar
menores, será obrigado a conceder-lhes o tempo que for necessário para a
freqüência às aulas
DESLIGAMENTO DE TRABALHO AO MENOR
Na hipótese, prevista no art. 408 da CLT, “ao responsável legal do menor é
facultado pleitear a extinção do contrato de trabalho, desde que o serviço possa
acarretar para ele prejuízos de ordem física ou moral”. Neste caso o menor não
precisa cumprir aviso prévio, pois a extinção é por justo motivo, e deve ocorrer de
imediato para que surta os efeitos esperados
O menor fará jus, em qualquer modalidade de rescisão de contrato de trabalho,
aos mesmos direitos devidos aos trabalhadores maiores de 18 anos. No entanto,
para quitação das verbas rescisórias será obrigatória a assistência dos seus pais
ou responsáveis legais, sob pena de nulidade do ato.
PRESCRIÇÃO
A prescrição trabalhista ocorre quando o trabalhador
tem um direito violado, como o não pagamento das
verbas devidas, por exemplo, e com tal fato nasce a
pretensão de pleitear esse direito por intermédio de uma
reclamação trabalhista.
O prazo prescricional para o menor não é aplicado e o
início do biênio para ingressar com a reclamação
trabalhista somente tem o seu termo inicial a partir do
momento em que o trabalhador completa 18 anos de
idade. Essa regra está definida no artigo 440 da CLT
que assim estabelece:
Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre
nenhum prazo de prescrição.
Tópicos
PARTE 02
Dignidade humana, autonomia e redução à condição
análoga à de escravo;
Trabalhos escravo, forçado, indecente e degradante;
Relação com o direito penal (art. 149 do CP).
O princípio da dignidade humana reconhece o valor intrínseco de
cada indivíduo e estabelece que todas as pessoas devem ser
tratadas com respeito, igualdade e liberdade. Ele orienta a
proteção dos direitos humanos e busca uma sociedade justa e
inclusiva, independentemente de características pessoais.
No Brasil, o entendimento do trabalho análogo ao escravo
acontece a partir de quatro modalidades.

Todas as quatro categorias, de forma isolada ou mútua, geram


danos relacionados com as regularidades trabalhistas e
também a dignidade do trabalhador.
1. Condições degradantes de trabalho

2. Trabalho forçada

3. Jornadas exaustivas

4. Trabalho no regime de servidão por divida


Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel sancionou a Lei Áurea


que aboliu oficialmente o trabalho escravo no Brasil.

... em teoria;
Porque na pratica...
Art. 1o O art. 149 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, passa a vigorar com
a seguinte redação:
"Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos
forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho,
quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o
empregador ou preposto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo
no local de trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos
pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:
I – contra criança ou adolescente;
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem." (NR)
Fabiola Perez. Uol, 2023. País resgatou 980 crianças e adolescentes em trabalho análogo à escravidão
Disponivel em: >https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2023/05/07/criancas-
escravizadas-resgatadas-trabalho-analogo-escravidao

Por G1 RS e RBS TV. G1, 2021. Disponivel em: >https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-

Referencias sul/noticia/2021/02/25/criancas-e-adolescentes-sao-resgatados-em-condicoes-analogas-ao-
trabalho-escravo-no-rs.ghtml

ALVES, Iara. Trabalho análogo à escravidão: entenda o que é, como reconhecer e como denunciar. G1,
04 fev. 2022. Disponível em: <https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2022/02/04/trabalho-
analogo-a-escravidao-entenda-o-que-e-como-reconhecer-e-como-denunciar.ghtml>

PEREIRA, Aline Ribeiro. O princípio da dignidade da pessoa humana no ordenamento jurídico. Portal da
Aurum, 21 jun. 2023. Disponível em: <https://www.aurum.com.br/blog/principio-da-dignidade-da-
pessoa-humana/>

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:
Presidência da República, [2020]. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.803.htm. Acesso em: 28 ago. 2023

GEAROLA, Josiane.Da possibilidade de autorização do trabalho artístico infantilJusbrasil. Disponível em:


https://www.jusbrasil.com.br/artigos/da-possibilidade-de-autorizacao-do-trabalho-artistico-
infantil/253057709/amp

NILTON, Prescrição trabalhista: regras gerais e prescrição intercorrente


Consolidação das Leis Trabalhistas. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/prescricao-
trabalhista-regras-gerais-e-prescricao-intercorrente/1308139920. Acesso em 27/08/2023

NILTON, Menor no Trabalho CLT


Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho, Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/menor-no-trabalho-clt/1255572547. Acesso em 27/08/2023

RESENDE, Ricardo; Direito do Trabalho, 8° edição, editora Método, 2019. p.548


muito obrigado!

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