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PROGRAMAS NACIONAIS DE SUPLEMENTAÇÃO

Os programas nacionais de suplementação de micronutrientes são


fundamentais para prevenir e reverter o cenário das deficiências de micronutrientes
em crianças no Brasil (BRASIL, 2022).

Programa Nacional de Suplementação de Ferro


O Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF) consiste na
suplementação profilática de ferro para as crianças de seis a 24 meses de idade. A
conduta para administração da suplementação profilática é de 10 a 12,5mg de ferro
elementar, sendo 3 meses de suplementação diária seguidos de 3 meses de
intervalo e reinício do ciclo. Os ciclos devem ser preferencialmente aos 6 e 12
meses de idade da criança (BRASIL, 2022).
As necessidades de ferro durante os primeiros anos de vida são muito
elevadas, por isso recomenda-se a adoção de medidas complementares, com o
intuito de oferecer ferro adicional de forma preventiva, ao estímulo à alimentação
saudável (BRASIL, 2013).
Há dois tipos de ferro nos alimentos, ferro heme (origem animal: carnes
vermelhas, de aves, suínos, peixes e mariscos), sendo mais bem absorvido, e ferro
não heme (nos vegetais: folhosos verde escuros e leguminosas), possuindo baixa
biodisponibilidade (BRASIL, 2013).
A carência de ferro causa anemia ferropriva, os grupos mais vulneráveis para
o desenvolvimento da anemia ferropriva são lactentes, crianças menores de 5 anos
de idade e mulheres em idade fértil. Ademais, o excesso desse mineral pode causar
hepatomegalia, desenvolvimento de diabetes, hipogonadismo, inflamação nas
articulações e doença cardíaca (BENETTI, 2013).
Os valores diários de UL, EAR, e AI ou RDA para ferro (PADOVANI et al.,
2006):

Estágio da vida UL (mg) EAR (mg) AI ou RDA (mg)

0 - 6 meses 40 ND 0,27

7 - 12 meses 40 6,9 11

1 - 3 anos 40 3 7
4 a 8 anos 40 4,1 10

BENETTI, Gisele Bizon. Curso didático de nutrição. São Caetano do Sul-SP.


Yendis, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde.


Departamento de Promoção da Saúde. Caderno dos programas nacionais de
suplementação de micronutrientes. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Programa Nacional de Suplementação de Ferro: manual de
condutas gerais. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

PADOVANI, Renata Maria et al. Dietary reference intakes: aplicabilidade das tabelas
em estudos nutricionais. Revista de Nutrição, v. 19, p. 741-760, 2006.

Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A


O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A (PNSA) consiste na
suplementação profilática medicamentosa para crianças de 6 a 59 meses de idade.
A vitamina A é essencial para o crescimento e desenvolvimento saudáveis das
crianças (BRASIL, 2013; BRASIL, 2022).
A composição da megadose de vitamina A distribuída pelo Ministério da
Saúde é vitamina A na forma líquida, diluída em óleo de soja e acrescida de
vitamina E. O PNSA distribui cápsulas em 1000.000UI e de 200.000UI,
acondicionadas em frascos, contendo 50 cápsulas gelatinosas moles em cada
frasco. O esquema para suplementação de vitamina A de crianças de 6 a 11 meses
é uma dose de 100.000UI e de crianças de 12 a 59 meses é uma vez a cada seis
meses de 200.000UI (BRASIL, 2022).
A vitamina A pode ser encontrada em fontes de origem animal (retinol):
fígado, leite humano, gema de ovo e leite; e vegetal (provitamina A): folhosos
verdes, vegetais amarelos e frutas amarelo-alaranjadas, óleos e frutas oleaginosas
(BRASIL, 2013).
A deficiência de vitamina A pode desencadear xeroftalmia, baixo
crescimento, pode queratinizar as células epiteliais e mucosas, o que dificulta a
função de barreira protetora desempenhada por essas estruturas, além de tornar a
pele seca e escamosa. A hipervitaminose A pode desencadear reações tóxicas,
como dores articulares, sonolência, vômitos, anorexia, irritabilidade, fadiga, queda
de cabelo, pele seca, gengivite e erosões no canto da boca (BENETTI, 2013).
Os valores diários de UL, EAR, e AI ou RDA para vitamina A (RAE)
(PADOVANI et al., 2006):

Estágio da vida UL (mcg) EAR (mcg) AI ou RDA (mcg)

0 - 6 meses 600 ND 400

7 - 12 meses 600 ND 500

1 - 3 anos 600 210 300

4 a 8 anos 900 275 400

BENETTI, Gisele Bizon. Curso didático de nutrição. São Caetano do Sul-SP.


Yendis, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde.


Departamento de Promoção da Saúde. Caderno dos programas nacionais de
suplementação de micronutrientes. Brasília : Ministério da Saúde, 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Manual de condutas gerais do Programa Nacional de
Suplementação de Vitamina A. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

PADOVANI, Renata Maria et al. Dietary reference intakes: aplicabilidade das tabelas
em estudos nutricionais. Revista de Nutrição, v. 19, p. 741-760, 2006.

Estratégia NutriSUS
A estratégia consiste na adição direta da mistura de vitaminas e minerais em
pó (Vitaminas: A RE - 400 µg, D - 5 µg, E - 5 mg, C - 30 mg, B1 - 0,5 mg, B2 - 0,5
mg, B6 - 0,5 mg, B12 - 0,9 µg e minerais: niacina - 6 mg, ácido fólico - 150 µg, ferro
- 10 mg, zinco - 4,1 mg, cobre - 0,56 mg, selênio - 17 µg e iodo - 90 µg) em uma das
refeições oferecidas para as crianças diariamente (não misturar em líquidos). A
criança que recebe suplementação pelo NutriSUS não deve receber outro
suplemento de ferro e não necessita receber a megadose de vitamina A (BRASIL,
2022).
O esquema de administração é a criança de 6 meses consumir 1 sachê
diariamente até consumir 60 sachês, em seguida, pausa na administração por 3 a 4
meses; com 12 meses, consumir 60 sachês, sendo 1 por dia, novamente, pausa na
administração por 3 a 4 meses; e com 18 meses, receber 60 sachês, sendo
consumido 1 por dia (BRASIL, 2022).
Os valores diários de UL, EAR, e AI ou RDA (PADOVANI et al., 2006):

Vitamina D

Estágio da vida UL (mcg) EAR (mcg) AI ou RDA (mcg)

0 - 6 meses 25 ND 5

7 - 12 meses 25 ND 5

1 - 3 anos 50 ND 5

4 a 8 anos 50 ND 5

Vitamina E α-tocoferol equivalentes

Estágio da vida UL (mg) EAR (mg) AI ou RDA (mg)

0 - 6 meses ND ND 4

7 - 12 meses ND ND 5

1 - 3 anos 200 5 6

4 a 8 anos 300 6 7

Vitamina C

Estágio da vida UL (mg) EAR (mg) AI ou RDA (mg)

0 - 6 meses ND ND 40

7 - 12 meses ND ND 50

1 - 3 anos 400 13 15

4 a 8 anos 650 22 25

Tiamina

Estágio da vida UL (mg) EAR (mg) AI ou RDA (mg)

0 - 6 meses ND ND 0,2

7 - 12 meses ND ND 0,3

1 - 3 anos ND 0,4 0,5

4 a 8 anos ND 0,5 0,6

Riboflavina
Estágio da vida UL (mg) EAR (mg) AI ou RDA (mg)

0 - 6 meses ND ND 0,3

7 - 12 meses ND ND 0,4

1 - 3 anos ND 0,4 0,5

4 a 8 anos ND 0,5 0,6

B6

Estágio da vida UL (mg) EAR (mg) AI ou RDA (mg)

0 - 6 meses ND ND 0,1

7 - 12 meses ND ND 0,3

1 - 3 anos 30 0,4 0,5

4 a 8 anos 40 0,5 0,6

B12

Estágio da vida UL (mcg) EAR (mcg) AI ou RDA (mcg)

0 - 6 meses ND ND 0,4

7 - 12 meses ND ND 0,5

1 - 3 anos ND 0,7 0,9

4 a 8 anos ND 1,0 1,2

Niacina

Estágio da vida UL (mg) EAR (mg) AI ou RDA (mg)

0 - 6 meses ND ND 2

7 - 12 meses ND ND 4

1 - 3 anos 10 5 6

4 a 8 anos 15 6 8

Folato Eq. de folato alimentar (DFE)

Estágio da vida UL (mcg) EAR (mcg) AI ou RDA (mcg)

0 - 6 meses ND ND 65

7 - 12 meses ND ND 80
1 - 3 anos 300 120 150

4 a 8 anos 400 160 200

Zinco

Estágio da vida UL (mg) EAR (mg) AI ou RDA (mg)

0 - 6 meses 4 ND 2

7 - 12 meses 5 2,5 3

1 - 3 anos 7 2,5 3

4 a 8 anos 12 4 5

Cobre

Estágio da vida UL (mcg) EAR (mcg) AI ou RDA (mcg)

0 - 6 meses ND ND 200µg ou 30µg/kg

7 - 12 meses ND ND 220µg ou 24µg/kg

1 - 3 anos 1000 260 340

4 a 8 anos 3000 340 440

Selênio

Estágio da vida UL (mcg) EAR (mcg) AI ou RDA (mcg)

0 - 6 meses 45 ND 15

7 - 12 meses 60 ND 20

1 - 3 anos 90 17 20

4 a 8 anos 150 23 30

Iodo

Estágio da vida UL (mcg) EAR (mcg) AI ou RDA (mcg)

0 - 6 meses ND ND 110

7 - 12 meses ND ND 130

1 - 3 anos 200 65 20

4 a 8 anos 300 65 30
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde.
Departamento de Promoção da Saúde. Caderno dos programas nacionais de
suplementação de micronutrientes. Brasília : Ministério da Saúde, 2022.

PADOVANI, Renata Maria et al. Dietary reference intakes: aplicabilidade das tabelas
em estudos nutricionais. Revista de Nutrição, v. 19, p. 741-760, 2006.

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