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DESCRIÇÃO

Abordagem da prática profissional de aplicação de conhecimentos práticos e teóricos, com a vivência


prática na área de Nutrição Clínica Ambulatorial.

PROPÓSITO
Compreender as estratégias de promoção, prevenção, manutenção e recuperação da saúde, juntamente
com equipe multiprofissional, para a adoção de condutas nutricionais apropriadas às condições
fisiológicas e patológicas do paciente na área de Nutrição Clínica Ambulatorial.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo, tenha à mão um livro na área de Nutrição Clínica, bem como manuais,
diretrizes e guias específicos para compreensão dos tópicos específicos dessa área.
OBJETIVOS

MÓDULO 1

Identificar os cálculos e as recomendações nutricionais de energia, os macro e micronutrientes dos


diversos grupos populacionais e sua avaliação nutricional, bem como o cuidado nutricional das
patologias de base comuns na prática ambulatorial

MÓDULO 2

Identificar o acompanhamento nutricional em uma visão prática pautada na educação alimentar e


nutricional e na abordagem multidisciplinar

INTRODUÇÃO
Neste conteúdo, iremos propiciar ao aluno um intercâmbio teórico-prático com as enfermidades
estudadas. Com isso, buscamos favorecer a proatividade, a autoaprendizagem e o interesse contínuo
na sua formação e relação com a equipe multiprofissional, além da fundamental vivência profissional,
focando a prática de nutrição clínica ambulatorial.

O aluno também será orientado a realizar uma pesquisa científica – de campo, com os dados coletados
na prática clínica –, a fim de elaborar o Trabalho de Conclusão de Estágio (TCE), conforme descrito no
Regulamento para Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Graduação em Nutrição.

MÓDULO 1

 Identificar os cálculos e as recomendações nutricionais de energia, os macro e


micronutrientes dos diversos grupos populacionais e sua avaliação nutricional, bem como o
cuidado nutricional das patologias de base comuns na prática ambulatorial
NECESSIDADES NUTRICIONAIS E
COMPOSIÇÃO DA DIETA NA PRÁTICA
AMBULATORIAL
A avaliação do estado nutricional é fundamental para a tomada de decisão quanto ao diagnóstico
nutricional e à conduta dietética.

 ATENÇÃO

As ingestões dietéticas utilizadas como valores de referência para a estimativa das necessidades fisiológicas
dos nutrientes para o planejamento dietético de indivíduos em seus diversos estágios de vida.

ADULTOS

As recomendações de energia, macronutrientes, fibras, água e de micronutrientes – vitaminas e


minerais – para adultos estão expostas no quadro a seguir.

Energia NEE (necessidade energética estimada) Homens > 19 anos


(IMC (índice de massa corporal) entre 18,5 e 25 kg/m2):
NEE (necessidade energética estimada) = 662–9,53 x Idade (anos) +
AF (atividade física) x (15,91 x Peso (kg) + 539,6 x Estatura (m)
AF (atividade física) = Coeficiente de atividade física:
AF (atividade física) = 1 (sedentário)
AF (atividade física) = 1,11 (baixa atividade)
AF (atividade física) = 1,25 (ativo)
AF (atividade física) = 1,48 (muito ativo)

Homens obesos e com sobrepeso com 19 anos ou mais (IMC ≥


25kg/m2):
GET = 1.086–10,1 x Idade (anos) + AF (atividade física) x (13,7 x Peso
(kg) + 416 x Estatura (m))
AF (atividade física) = Coeficiente de atividade física
AF (atividade física) = 1 se o GAF for estimado em ≥ 1,0 < 1,4
(sedentário)
AF (atividade física) = 1,12 se GAF for estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (baixa
atividade)
AF (atividade física) = 1,29 se GAF for estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativo)
AF (atividade física) = 1,59 se GAF for estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito
ativo)

NEE (necessidade energética estimada) para mulheres > 19 Anos


(IMC entre 18,5 e 25kg/m2)
NEE (necessidade energética estimada) = 354 – 6,91 x Idade (anos) +
AF x (9,36 x Peso (kg) + 726 x Estatura (m)
AF (atividade física) = Coeficiente de atividade física:
AF (atividade física) = 1 (sedentário);
AF (atividade física) = 1,12 (baixa atividade)
AF (atividade física) = 1,27 (ativo)
AF (atividade física) = 1,45 (muito ativo)

Mulheres obesas e com sobrepeso > 19 anos (IMC ≥ 25kg/m2)


GET = 448–7,95 x Idade (anos) + AF x (11,4 x Peso (kg) + 619 x Estatura
(m))
AF (atividade física) = Coeficiente de atividade física:
AF (atividade física) = 1 (sedentário)
AF (atividade física) = 1,16 (baixa atividade)
AF (atividade física) = 1,27 (ativo)
AF (atividade física) = 1,44 (muito ativo)

Proteína 10 – 35%

Carboidratos 45 – 65%

20 – 35%
Lipídeos Ômega-6: 5-10%
Ômega-3: 0,6-1,2%

Fibras 14 g/1.000kcal ou 25g para mulheres e 38g para homens


Homens (>19 anos): 3,7l (bebidas + alimentos)
Água
Mulheres (>19 anos): 2,7l (bebidas + alimentos)

Vitamina A Homens: 900


(µg/dia) Mulheres: 700

Vitamina C Homens: 90 (fumantes: 130)


(mg/dia) Mulheres: 75 (fumantes: 115)

Ácido Fólico
400
(µg/dia)

Vitamina D (µg e
600 UI (15 µg)
UI/dia)

Vitamina E
15
(mg/dia)

Vitamina K Homens de 19 a > 70 anos: 120


(µg/dia) Mulheres de 19 a > 70 anos: 90

Homens: 1,2
B1 (mg/dia)
Mulheres: 1,1

Homens: 1,3
B2 (mg/dia)
Mulheres: 1,1

Mulheres: 14
B3 (mg/dia)
Homens: 16

19-30 anos: 1,3


B6 (mg/dia) 31-50 anos: 1,3
51-70 anos: 1,7
B12 (µg/dia) 2,4

9-13 anos: 1.250


Fósforo (mg/dia) 14-18 anos: 1.250
> 19 anos: 700

19-50 anos: 1 .000


Cálcio (mg/dia)
> 50 anos: 1 .200

Sexo masculino > 19 anos: 11


Sexo feminino:
Ferro (mg/dia)
19-50 anos: 18
51+ anos: 8

Sexo masculino > 19 anos: 11


Zinco (mg/dia)
Sexo feminino > 19 anos: 8

Iodo (µg/dia) 150

Sexo masculino
19-30 anos: 400
31-50 anos: 420
Magnésio > 51 anos: 420
(mg/dia) Sexo feminino
19-30 anos: 310
31-50 anos: 320
> 51 anos: 320

Cobre (µg/dia) 900

Selênio (µg/dia) 55

 Tabela: Recomendações de energia, macronutrientes, fibras, água e de micronutrientes para adultos.


Elaborada por Patrícia Passos Simões
Vejamos, a seguir, a recomendação de sódio, potássio, cloreto e sal (cloreto de sódio) para adultos e
idosos.

Sal (cloreto
Idade (anos) Sódio Potássio Cloreto
de sódio)

1,5g 4,7g 2,3g


Adulto 19-49 3,8g (65mmol)
(65mmol) (120mmol) (65mmol)

1,3g 4,7g 2,0g


Adulto 50-70 3,2g (55mmol)
(55mmol) (120mmol) (55mmol)

1,2g 4,7g 1,2g


Adulto 71 2,9g (50mmol)
(50mmol) (120mmol) (50mmol)

NS (nível superior de 2,3g


n/a n/a n/a
ingestão tolerada) (100mmol)

 Tabela: Recomendação de sódio, potássio, cloreto e cloreto de sódio para adultos e idosos.
Extraída de MAHAN et al., 2012; pág. 184.

IDOSOS

As recomendações nutricionais para idosos referentes à macronutrientes e micronutrientes se


encontram a seguir.

30 a 35kcal/kg de peso/dia, ajustada de acordo com o estado nutricional,


Energia
a atividade física e a demanda metabólica relacionada à doença.

Proteína 1,0 a 1,5g/kg de peso/dia, ajustada para o estado nutricional, a atividade


física, a presença e o tipo de patologia, e o grau de catabolismo da
doença*.
Após 65 anos, a necessidade mínima é de 1 a 1,2g/kg de peso. Naqueles
com função renal prejudicada ou diabetes de longa data, 0,8g/kg a
1,0g/kg**

Carboidratos 45-65% de calorias totais

Lipídeos 20-35%

Fibras 25g/dia

Água 1500mL/dia ou 1mL/energia consumida

Vitamina A Homens: 900


(µg/dia) Mulheres: 700

Homens: 90
Mulheres: 75
Vitamina C
Fumantes
(mg/dia)
Homens: 130
Mulheres: 115

Ácido Fólico
400
(µg/dia)

Vitamina D (µg e 51-70 anos: 600 UI (15µg)


UI/dia) > 71 anos: 800 UI (20µg)

Vitamina E
15
(mg/dia)

Vitamina K Homens de 19 a >70 anos: 120


(µg/dia) Mulheres de 19 a >70 anos: 90

Homens: 1,2
B1 (mg/dia)
Mulheres: 1,1
Homens: 1,3
B2 (mg/dia)
Mulheres: 1,1

Mulheres: 14
B3 (mg/dia)
Homens: 16

51-70: 1,7
B6 (mg/dia)
> 70: 1,7

B12 (µg/dia) 2,4

Fósforo (mg/dia) 700

Cálcio (mg/dia) > 50 anos: 1 .200

Ferro (mg/dia) 8

Sexo masculino > 19 anos: 11


Zinco (mg/dia)
Sexo feminino > 19 anos: 8

Iodo (µg/dia) 150

Magnésio Sexo masculino: 420


(mg/dia) Sexo feminino: 320

Potássio 4.700mg

Sódio 1.500mg

Cobre (µg/dia) 900

Selênio (µg/dia) 55
 Tabela: Recomendações nutricionais para idosos.
Elaborada por Patrícia Passos Simões

GESTANTES

A recomendação nutricional na gestação de feto único ou gemelar está descrita nas tabelas a seguir.

14-18 anos: NEE (necessidade energética estimada) =


NEE (necessidade energética estimada) adolescente +
deposição energética em gestantes:
1º trimestre = NEE (necessidade energética estimada)
adolescente + 0 (deposição energética em gestantes)
2º trimestre = NEE (necessidade energética estimada)
adolescente + 160kcal (8kcal/semana x 20 semanas) + 180
kcal
3º trimestre = NEE (necessidade energética estimada)
adolescente + 272kcal (8kcal/semana x 34 semanas) + 180
kcal
Energia (NEE (necessidade
energética estimada) )
19-50 anos: NEE (necessidade energética estimada) =
NEE (necessidade energética estimada) adulto +
deposição energética em gestantes
1º trimestre = NEE (necessidade energética estimada)
adulta + 0 (deposição energética em gestantes)
2º trimestre = NEE (necessidade energética estimada)
adulta + (8kcal/semana x idade gestacional em semanas) +
180kcal
3º trimestre = NEE (necessidade energética estimada)
adulta + (8kcal/semana x idade gestacional em semanas) +
180kcal

Gestantes adultas:
1g/kg de PPG/dia e adicionar: 1º trimestre: + 1 g/dia; 2º
Proteína
trimestre: + 9g/dia e 3º trimestre: + 31g/dia.
50% de PTN de alto valor biológico.
55 a 75%, dando preferência a CHO complexos.
Carboidratos
O açúcar de adição deve ser inferior a 10% do VET.

15 a 30%
AI de 13g/dia para AGP ômega 6 (linoléico) e 1,4g/dia de
Lipídeos
ômega 3 (alfa-linolênico).
Ácido docosahexaenóico (DHA): 200mg/dia.

Água 3 litros/dia (2,3l devem ser de água e bebidas)

28g/dia
Fibras
14g/dia/1000kcal

 Tabela: Recomendação nutricional na gestação de feto único.


Elaborada por Patrícia Passos Simões

Nutrientes Gêmeos Considerações

Magreza: 4.000kcal 40-45 kcal/kg. Monitorar o ganho de


Energia Eutrofia: 3.000-3.500kcal massa corporal e modificar a energia
(kcal/dia) Sobrepeso: 3.250kcal para atingir as metas de ganho de
Obesa: 2.700-3.000kcal massa corporal.

Magreza: 200g
Proteínas Eutrofia: 175g Meta de 20% de energia a partir das
(g/dia) Sobrepeso: 163g proteínas.
Obesa: 150g

Magreza: 400g
Carboidratos Eutrofia: 350g Encorajar as escolhas com índice
(g/dia) Sobrepeso: 325g glicêmico baixo.
Obesa: 300g

Gordura Magreza: 178g Encorajar as gorduras saudáveis.


(g/dia) Eutrofia: 156g
Sobrepeso: 14g
Obesa: 133g

Corresponde à metade da LS de
Vitamina D 500-1.000mg/dia
1.800-2.000 mg/dia.

Corresponde à metade da LS de 800-


Vitamina E 400mg/dia
1.000 mg/dia.

Somente a dieta pode não ser


15 mg/dia (1º trimestre); 30mg/dia
Zinco suficiente. A suplementação pode ser
(2º e 3º trimestre)
necessária.

30mg/dia como parte de 1


Necessidades da gestação de
multivitamina/dia (1º trimestre), 2
Ferro gêmeos provavelmente são o dobro
multivitaminas/dia (2º e 3º
daquelas de uma gestação única.
trimestre)

Ácido fólico 1.000μg/dia

2500mg/dia, considerada limitante se


1.500mg/dia (1º trimestre);
Cálcio houver histórico de cálculos renais
2.500mg/dia (2º e 3º trimestre)
(limite superior tolerável).

400mg/dia (1º trimestre);


Magnésio -
800mg/dia (2º e 3º trimestre)

DHA+EPA 300-500mg/dia -

 Tabela: Recomendações nutricional na gestação de feto gemelar


Elaborada por Patrícia Passos Simões

Quanto a distribuição de macronutrientes, a recomendação percentual do VET – valor energético total –


para adultas que pode ser adotada para a gestante é:

Carboidratos 55 a 75%
Proteínas 10 a 15%

Lipídeos 15 a 30%

 Tabela: Percentual de distribuição do VET para adultas.


Elaborada por Patrícia Passos Simões

14 a 18 anos: 750
Vitamina A (µg/dia)
19 a 50 anos: 770

< 18 anos: 80
Vitamina C (mg/dia)
19 a 50 anos: 85

Ácido Fólico (µg/dia) 14 a 50 anos: 600

< 18 anos: 15µg ou 600UI/dia


Vitamina D (µg e UI/dia)
19 a 50 anos: 15µg ou 600UI/dia

Vitamina E (mg/dia) < 18 a 50 anos: 15

14 a 18 anos: 75
Vitamina K (µg/dia)
19 a 50 anos: 90

B1 (mg/dia) 14 a 50 anos: 1,4

B2 (mg/dia) 14 a 50 anos: 1,4

B3 (mg/dia) 14 a 50 anos: 18

B6 (mg/dia) 14 a 50 anos: 1,9

B12 (µg/dia) 14 a 50 anos: 2,6


< 18 anos: 1250
Fósforo (mg/dia)
19 a 50 anos: 700

< 18 anos: 1300


Cálcio (mg/dia)
19 a 50 anos: 1000

Ferro (mg/dia) 27

Zinco (mg/dia) 14 a 50 anos: 11

Iodo (µg/dia) 14 a 50 anos: 220

< 18 anos: 400


Magnésio (mg/dia) 19 a 30 anos: 350
31 a 50 anos: 360

Cobre (µg/dia) 14 a 50 anos: 1000

Selênio (µg/dia) 60

 Tabela: Recomendação de micronutrientes.


Elaborada por Patrícia Passos Simões

NUTRIZES

Para lactantes, as recomendações nutricionais são:

Energia (NEE (necessidade 14-18 anos: NEE (necessidade energética estimada) =


energética estimada) ) NEE (necessidade energética estimada) adolescente +
energia para a produção do leite – perda de massa corporal
Primeiros 6 meses = NEE (necessidade energética
estimada) adolescente + 500 – 170 (energia para a produção
do leite – perda de massa corporal)
6 meses subsequentes = NEE (necessidade energética
estimada) adolescente + 400 – 0 (energia para a produção
do leite – perda de massa corporal)
19-50 anos: NEE (necessidade energética estimada) =
NEE (necessidade energética estimada) adulto + energia
para a produção do leite – perda de massa corporal
Primeiros 6 meses = NEE (necessidade energética
estimada) adulto + 500 – 70 (energia para a produção do
leite – perda de massa corporal)
6 meses subsequentes = NEE (necessidade energética
estimada) adulto + 400 – 0 (energia para a produção do leite
– perda de massa corporal)

1,1g/kg/dia e adicional proteico:


19g/dia no 1º semestre
Proteína
12,5g/dia no 2º semestre
Ou acréscimo de 25g/dia

15 a 30% do VET
Lipídios Ômega – 6: 13g/dia
Ômega – 3: 1,3g/dia

Carboidratos 45 a 65%

Fibras 29g/dia

Água 3,8 litros/dia (3,1 litros de água e bebidas)

14 a 18 anos: 1.200
Vitamina A (μg RAE/dia)
19+ anos: 1.300

14 a 18 anos: 115
Vitamina C (mg/dia)
19+ anos: 120

Ácido Fólico (μg/dia) 500


14 a 18 anos: 600 UI (15μg)
Vitamina D (UI e μg)
19 a 50 anos: 600 UI (15μg)

Vitamina E (mg/dia) 14 a 50 anos: 19

Vitamina K (µg/dia) 90

B1 (mg/dia) 14 a 50 anos: 1,4

B2 (mg/dia) 1,6

B3 (mg/dia) 17

B6 (mg/dia) 14 a 50 anos: 2

B12 (µg/dia) 2,8

14-18 anos: 1250


Fósforo (mg dia)
19-30 anos: 700

14 a 18 anos: 1.300
Cálcio (mg/dia)
19 a 50 anos: 1.000

14 a 18 anos: 10
Ferro (mg/dia)
19 a 50 anos: 9

14 a 18 anos: 13
Zinco (mg/dia)
19+ anos: 12

14 a 18 anos: 290
Iodo (μg/dia)
19+ anos: 290
14 a 18 anos: 400
Magnésio (mg/dia) 19 a 30 anos: 350
31 a 50 anos: 320

14 a 18 anos: 5.100
Potássio (g/dia)
19+ anos: 5.100

14 a 18 anos: 44
Cromo (μg/dia)
19 a 50 anos: 45

14-18 anos: 1300


Cobre (μg/dia)
19-50 anos: 1300

14 a 18 anos: 70
Selênio (μg/dia)
19+: 70

 Tabela: Recomendações nutricionais para lactantes.


Elaborada por Patrícia Passos Simões

CRIANÇAS

As necessidades energéticas para lactentes, crianças e adolescentes podem ser calculadas de acordo
com as recomendações a seguir.

Sexo

Idade (meses)
Meninos Meninas
(kcal/kg/dia) (kcal/kg/dia)

0-1 113 107

1-2 104 101


2-3 95 94

3-4 82 84

4-5 81 83

5-6 81 82

6-7 79 78

7-8 79 78

8-9 79 78

9-10 80 79

10-11 80 79

11-12 81 79

 Tabela: Necessidades energéticas para crianças.


Extraída de FAO/OMS, 2001.

Idade Recomendação

GET (gasto energético total) = 89 x peso (kg) – 100 + 175 (energia para
0-3 meses
deposição)

GET (gasto energético total) = 89 x peso (kg) – 100 + 56 (energia para


4-6 meses
deposição)

7-12 GET (gasto energético total) = 89 x peso (kg) – 100 + 22 (energia para
meses deposição)
13-35 GET (gasto energético total) = 89 x peso (kg) – 100 + 20 (energia para
meses deposição)

Crianças e Adolescentes

NEE (necessidade energética estimada) = 88,5 – 61,9 x Idade (anos) +


Meninos 3
AF (atividade física) x (26,7 x Peso (kg) + 903 x Estatura (m) + 20 (energia
a 8 anos
para deposição)

NEE (necessidade energética estimada) = 88,5 – 61,9 x Idade (anos) +


AF (atividade física) x (26,7 x Peso (kg)) + 903 x Estatura (m) + 25 (energia
Meninos 9
para deposição) AF (atividade física) = 1 (Sedentário) AF (atividade física) =
a 18 anos
1,13 (Baixa atividade) AF (atividade física) = 1,26 (Ativo) AF (atividade física)
= 1,42 (Muito ativo)

NEE (necessidade energética estimada) = 135,3 – 30,8 x Idade (anos) +


Meninas 3
AF (atividade física) x (10 x peso (kg)) + 934 x Estatura (m) + 20 (energia para
a 8 anos
deposição)

NEE (necessidade energética estimada) = 135,3 – 30,8 x Idade (anos) +


AF (atividade física) x (10 x Peso (kg)) + 934 x Estatura (m) + 25 (energia para
Meninas 9
deposição) AF (atividade física) = 1 (Sedentário) AF (atividade física) = 1,16
a 18 anos
(Baixa atividade) AF (atividade física) = 1,31 (Ativo) AF (atividade física) =
1,56 (Muito ativo)

 Tabela: Recomendação energética para crianças e adolescentes.


Extraída de MAHAN et al., 2012, pág. 27

Para casos de sobrepeso e com risco de sobrepeso em crianças acima de três anos de idade, existe a
recomendação para o cálculo do GET – gasto energético total – exposta a seguir.

Idade e sexo GET

GET de Manutenção do Peso para meninos GET = 114 – 50,9 x Idade (anos) +
– 3 a 18 anos com sobrepeso e risco de AF (Coeficiente de atividade física) x (19,5 x
sobrepeso (IMC > Percentil 85). Peso [kg] + 1.161,4 x Estatura [m])
AF (Coeficiente de atividade física) = 1
(GAF (grau de atividade física) estimado em ≥
1,0 < 1,4 (sedentário))
AF (Coeficiente de atividade física) = 1,12
(GAF (grau de atividade física) estimado em ≥
1,4 < 1,6 (baixa atividade))
AF (Coeficiente de atividade física) = 1,24
(GAF (grau de atividade física) estimado em ≥
1,6 < 1,9 (ativo))
AF (Coeficiente de atividade física) = 1,45
(GAF (grau de atividade física) estimado em ≥
1,9 < 2,5 (muito ativo))

GET = 389 – 41,2 x Idade (anos) +


AF (Coeficiente de atividade física) x (15 x
Massa corporal [kg] + 701,6 x Estatura [m])

AF (Coeficiente de atividade física) = 1


(GAF (grau de atividade física) estimado em ≥
1,0 < 1,4 (Sedentário))
GET de Manutenção do Peso para meninas
AF (Coeficiente de atividade física) = 1,18
– 3 a 18 anos com sobrepeso e risco de
(GAF (grau de atividade física) estimado em ≥
sobrepeso (IMC > Percentil 85).
1,4 < 1,6 (Baixa atividade))
AF (Coeficiente de atividade física) = 1,35
(GAF (grau de atividade física) estimado em ≥
1,6 < 1,9 (Ativo))
AF (Coeficiente de atividade física) = 1,60
(GAF (grau de atividade física) estimado em ≥
1,9 < 2,5 (Muito ativo))

 Tabela: Recomendação para o cálculo do GET


Extraída de MAHAN et al., 2012. pág 28.

Idade (anos) Meninos (kcal/kg/dia) Meninas (kcal/kg/dia)

Atividade física Atividade física


Leve Moderada Intensa Leve Moderada Intensa

1-2 - 82 - - 80 -

2-3 - 84 - - 81 -

3-4 - 80 - - 77 -

4-5 - 77 - - 74 -

5-6 - 74 - - 72 -

6-7 62 73 84 59 69 80

7-8 60 71 81 57 67 77

8-9 59 69 79 54 64 73

9-10 56 67 76 52 61 70

10-11 55 65 74 49 58 66

11-12 53 62 72 47 55 63

12-13 51 60 69 44 52 60

13-14 49 58 66 42 49 57

14-15 48 56 65 40 47 54

15-16 45 53 62 39 45 52
16-17 44 52 59 38 44 51

17-18 43 50 57 37 44 51

 Tabela: Requerimentos energéticos para crianças e adolescentes de acordo com o nível de atividade
física.
Extraída de FAO/OMS, 2001.

Quanto à distribuição de macronutrientes, a recomendação percentual do VET para crianças e


adolescentes é de:

Idade Carboidratos Proteínas Lipídeos Ômega-6 Ômega-3

1 a 3 anos 45 a 65% 5 a 20% 30 a 40% 5 a 10% 0,6 a 1,2%

4 a 18 anos 45 a 65% 10 a 30% 25 a 35% 5 a 10% 0,6 a 1,2%

 Tabela: Recomendação percentual de distribuição dos macronutrientes.


Extraída de MAXIMINO, 2013, pág. 158.

São recomendações de fibras e água para crianças e adolescentes:

1-3 anos: 19
4-8 anos: 25
9-13 anos: 31 para meninos; 26 para meninas
14-18 anos: 38 para meninos; 26 para meninas
Fibra
(g/dia)
ou

Acima de 2 anos: idade (anos) + 5 g (ingestão máxima: idade (anos) + 10 g, até


o máximo de 35 g

 Tabela: Recomendações de fibras para crianças e adolescentes.


Elaborada por Patrícia Passos Simões

Idade Recomendação de água (bebidas) em litros


1-3 1,3

4-8 1,4

9-13 H: 2,4 M: 2,1

14-18 H: 3,3 M: 2,3

 Tabela: Recomendações de água para crianças e adolescentes.


Elaborada por Patrícia Passos Simões

Para crianças e adolescentes, a recomendação de ômega 3 e 6, e de micronutrientes – vitaminas e


minerais – é de:

Idade Ômega 3 (g/dia) Ômega 6 (g/dia)

0-6 meses 0,5 4,4

7-12 meses 0,5 4,6

1-3 0,7 7

4-8 0,9 10

1,2 meninos 12 meninos


9-13
1 meninas 10 meninas

1,6 para meninos 16 meninos


14-18
1,1 meninas 11 meninas

1,6 homens 17 homens


19+
1,1mulheres 12 mulheres

 Tabela: Recomendação de ômega 3 e 6 para crianças e adolescentes.


Elaborada por Patrícia Passos Simões
0 a 6 meses: 400
7 a 12 meses: 500
1 a 3 anos: 300
Vitamina A (μg RAE/dia) 4 a 8 anos: 400
9 a 13 anos: 600
14 a 18 anos: 900 para meninos; 700 para meninas
> 18 anos: 900 para homens; 700 para mulheres

0 a 6 meses: 40
7 a 12 meses: 50
1 a 3 anos: 15
Vitamina C (mg/dia)
4 a 8 anos: 25
9 a 13 anos: 45
14 a 18 anos: 75 para meninos; 65 para meninas

0-5 anos: 65
6-11 anos: 80
1-3 anos: 150
Ácido Fólico (μg/dia)
4-8 anos: 200
9-13 anos: 300
14-18 anos: 400

0 a 12 meses: 400 UI (10μg)


1 a 13 anos: 600 UI (15μg)
Vitamina D (UI e μg/dia)
14 a 18 anos: 600 UI (15μg)
19 a 50 anos: 600 UI (15μg)

0 a 6 meses: 4
7 a 12 meses: 5
1 a 3 anos :6
Vitamina E (mg/dia)
4 a 8 anos: 7
9 a 13 anos: 11
14 a 18 anos: 15

Vitamina K (μg/dia) 0 a 6 meses: 2


7 a 12 meses: 2,5
1 a 3 anos: 30
4 a 8 anos: 55
9 a 13 anos: 60
14 a 18 anos: 75

0-6 meses: 0,2


7-12 meses: 0,3
1-3 anos: 0,5
B1 (mg/dia)
4-8 anos: 0,6
9-13 anos: 0,9
14-18 anos: 1,2 (homens) 1,0 (mulheres)

0-6 meses: 0,3


7-12 meses: 0,4
1-3 anos: 0,5
B2 (mg/dia)
4-8 anos: 0,6
9-13 anos: 0,9
14-18 anos: 1,3 (masculino), 1,0 (feminino)

0-0,5 anos: 2
0,5-1 anos: 4
1-3 anos: 6
B3 (mg/dia)
4-8 anos: 8
9-13 anos: 12
≥ 14 anos: sexo feminino: 14, sexo masculino: 16

0 a 6 meses: 0,1
7 a 12 meses: 0,3
1 a 3 anos: 0,5
B6 (mg/dia)
4 a 8 anos: 0,6
9 a 13 anos: 1,0
14 a 18 anos: 1,3 (meninos) 1,2 (meninas)

B12 (µg/dia) < 1 anos: 0,4-0,5


1-3 anos: 0,9
4-8 anos: 1,2
9-13 anos: 1,8
14-18 anos: 2,4

0-6 meses: 100


7-12 meses: 275
1-3 anos: 460
Fósforo (mg dia)
4-8 anos: 500
9-13 anos: 1250
14-18 anos: 1250

0 a 6 meses: 200
7 a 12 meses: 260
1 a 3 anos: 700
Cálcio (mg/dia) 4 a 8 anos: 1.000
9 a 13 anos: 1.300
14 a 18 anos: 1.300
19 a 50 anos: 1.000

0 a 6 meses: 0,27
7 a 12 meses: 11
1 a 3 anos: 7
Ferro (mg/dia)
4 a 8 anos: 10
9 a 13 anos: 8
14 a 18 anos; 11 (meninos) 15 (meninas)

0,5-1 anos: 3
1-3 anos: 3
Zinco (mg/dia) 4-8 anos: 4
9-13 anos: 8
14-18 anos: 11 (sexo masculino), 9 (sexo feminino)

Iodo (μg/dia) 0 a 6 meses 110


7 a 12 meses: 130
1 a 3 anos: 90
4 a 8 anos: 90
9 a 13 anos: 120
14 a 18 anos: 150

0 a 6 meses: 30
7 a 12 meses: 75
1 a 3 anos: 80
Magnésio (mg/dia) 4 a 8 anos: 130
9 a 13 anos: 240
14 a 18 anos: 410 (meninos) 360 (meninas)
19 a 30 anos: 400 (meninos) 310 (meninas)

0 a 6 meses: 0,4
7 a 12 meses: 0,7
1 a 3 anos: 3
Potássio (g/dia) 4 a 8 anos: 3,8
9 a 13 anos: 4,5
14 a 18 anos: 4,7
19+ anos: 4,7

0 a 6 meses: 0,2
7 a 12 meses: 5,5
1 a 3 anos: 11
Cromo (μg/dia) 4 a 8 anos: 15
9 a 13 anos: 25 para meninos, 21 para meninas
14 a 18 anos: 35 para homens, 24 para mulheres
19 a 50 anos: 35 para homens, 25 para mulheres

0-6 meses: 200


7-12 meses: 220
1-3 anos: 340
Cobre (μg/dia)
4-8 anos: 440
9-13 anos: 700
14-18 anos: 890

Selênio (μg/dia) 0-0,5 anos: 15


0,5-1 anos: 20
1 a 3 anos: 20
4 a 8 anos: 30
9 a 13 anos: 40
> 14 anos: 55

 Tabela: Recomendação de micronutrientes para crianças e adolescentes.


Elaborada por Patrícia Passos Simões

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA PRÁTICA


AMBULATORIAL

ADULTOS

Para adultos (≥ 20 e < 60 anos), preconiza-se a avaliação nutricional pelo índice de massa corporal
(IMC) e circunferência da cintura (CC) (BRASIL, 2011; WHO, 1995). Entretanto, O IMC possui limitações
de aplicação e interpretação, não diferenciando massa adiposa e magra. Seu cálculo, os valores de
referência e a classificação do estado nutricional são descritos a seguir (BRASIL, 2011):

IMC = PESO ( KG )

ALTURA ² ( M )

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

IMC kg/m² Diagnóstico nutricional

< 18,5kg/m² Baixo peso

≥ 18,5 a < 25kg/m² Adequado ou eutrofia

≥ 25 e < 30kg/m² Sobrepeso


≥ 30kg/m² Obesidade

 Tabela: Diagnóstico nutricional de acordo com o IMC.


Extraída de BRASIL, 2011, pág. 22

IMC kg/m² Diagnóstico nutricional

<16kg/m² Desnutrição grau III

16-16,9kg/m² Desnutrição grau II

17-18,4kg/m² Desnutrição grau I

18,5-24,9kg/m² Eutrofia

25-29,9kg/m² Sobrepeso

30-34,9kg/m² Obesidade grau I

35-39,9kg/m² Obesidade grau II

≥40kg/m² Obesidade grau III

 Tabela: Diagnóstico nutricional de acordo com o IMC.


Elaborada por Patrícia Passos Simões

O indicador referente a circunferência da cintura afere a localização da gordura corporal. Em adultos, o


padrão de distribuição do tecido adiposo tem relação direta com o risco de morbimortalidade por
doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e doenças cardiovasculares (BRASIL, 2011).

Gênero Sem risco Risco moderado Alto risco

Homem < 94cm 94 a 102cm > 102cm


Mulher < 80cm 80 a 88cm > 88cm

 Tabela: Níveis de risco cardiometabólico de acordo com o sexo.


Elaborada por Patrícia Passos Simões

IDOSOS

A antropometria é um método simples e com boa predição para doenças futuras, mortalidade e
incapacidade funcional. O Sisvan (BRASIL, 2011) recomenda pontos de corte específicos para idosos,
devido às alterações fisiológicas nos idosos (> 60 anos), como:

Declínio da altura com o avançar da idade, em decorrência da compressão vertebral, mudanças nos
discos intervertebrais, perda do tônus muscular e alterações posturais.

Diminuição do peso com a idade, que está relacionada à redução do conteúdo da água corporal e da
massa muscular, sendo mais evidente no sexo masculino.

Redução da massa muscular devido à sua transformação em gordura intramuscular, o que leva à
alteração na elasticidade e na capacidade de compressão dos tecidos, etc.

IMC kg/m² Classificação do estado nutricional

≤ 22 Baixo peso

> 22 e <27 Adequado ou eutrófico

≥ 27 Sobrepeso

 Tabela: Classificação do estado nutricional de idosos de acordo com o IMC.


Extraída de BRASIL, 2011, pág. 23.

A circunferência da panturrilha é um parâmetro sensível para avaliação da massa muscular em idosos.

 RECOMENDAÇÃO DE PROTOCOLOS E PRÁTICAS


A medida é tomada em posição supina, joelho dobrado formando um ângulo de 90o, medindo a maior
circunferência.

Circunferência da panturrilha Classificação do estado nutricional

> 31cm Eutrofia

< 31cm Marcador para desnutrição

 Tabela: Classificação do estado nutricional conforme a circunferência da panturrilha.


Elaborada por Patrícia Passos Simões

O ponto de corte é ≤ 34cm para homens e ≤ 33cm para mulheres, indicando redução da massa magra
para a população de idosos brasileiros (BARBOSA-SILVA, 2016).

GESTANTES

A avaliação do estado nutricional da gestante pretende caracterizar as condições nutricionais da mulher


e o crescimento do feto. O ponto de corte para classificação de baixo peso materno difere do adotado
para adultos, devido aos cuidados necessários para minimizar riscos de retardo de crescimento
intrauterino, baixo peso ao nascer, prematuridade e outras possíveis complicações maternas e
neonatais.

O peso deve ser aferido em todas as consultas de pré-natal. A estatura pode ser aferida apenas na
primeira consulta e a da adolescente, pelo menos, trimestralmente. (BRASIL, 2011).

A avaliação do estado nutricional deve ser feita conforme descrito a seguir:

CALCULE O IMC DA GESTANTE


CALCULE A SG (SEMANA DE GESTAÇÃO)

e, se necessário, arredonde a SG da seguinte forma: 1, 2, 3 dias – considerar como semanas


completas e 4, 5, 6 dias – considerar a semana seguinte.

ARREDONDE

Por exemplo, gestante com 12 semanas e 2 dias = 12 semanas; gestante com 12 semanas e 5
dias = 13 semanas.

REALIZE O DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL

localize, na primeira coluna do quadro a seguir, a SG, e identifique, nas colunas, a classificação do
estado nutricional, a partir de IMC.

 RECOMENDAÇÃO DE PROTOCOLOS E PRÁTICAS

O ideal é que o IMC considerado no diagnóstico inicial da gestante seja o calculado a partir de medição
realizada até a 13ª SG ou o IMC pré-gestacional referido (limite máximo são 2 meses antes). Não sendo
possível, inicie a avaliação da gestante com os dados da primeira consulta de pré-natal, mesmo que seja
após a 13ª SG.
Deve-se classificar o estado nutricional da gestante segundo IMC por SG de acordo com o quadro
seguinte em (BRASIL, 2011):

BAIXO PESO (BP)

ADEQUADO (A)

SOBREPESO (S)

OBESIDADE (O)

Semana gestacional BP IMC ≤ A IMC entre S IMC entre O IMC ≥

6 19,9 20,0 24,9 25,0 30,0 30,1

7 20,0 20,1 25,0 25,1 30,1 30,2

8 20,1 20,2 25,0 25,1 30,1 30,2

9 20,2 20,3 25,1 25,2 30,2 30,3

10 20,2 20,3 25,2 25,3 30,2 30,3

11 20,3 20,4 25,3 25,4 30,3 30,4

12 20,4 20,5 25,4 25,5 30,3 30,4


13 20,6 20,7 25,6 25,7 30,4 30,5

14 20,7 20,8 25,7 25,8 30,5 30,6

15 20,8 20,9 25,8 25,9 30,6 30,7

16 21,0 21,1 25,9 26,0 30,7 30,8

17 21,1 21,2 26,0 26,1 30,8 30,9

18 21,2 21,3 26,1 26,2 30,9 31,0

19 21,4 21,5 26,2 26,3 30,9 31,0

20 21,5 21,6 26,3 26,4 31,0 31,1

21 21,7 21,8 26,4 26,5 31,1 31,2

22 21,8 21,9 26,6 26,7 31,2 31,3

23 22,0 22,1 26,8 26,9 31,3 31,4

24 22,2 22,3 26,9 27,0 31,5 31,6

25 22,4 22,5 27,0 27,1 31,6 31,7

26 22,6 22,7 27,2 27,3 31,7 31,8

27 22,7 22,8 27,3 27,4 31,8 31,9

28 22,9 23,0 27,5 27,6 31,9 32,0


29 23,1 23,2 27,6 27,7 32,0 32,1

30 23,3 23,4 27,8 27,9 32,1 32,2

31 23,4 23,5 27,9 28,0 32,2 32,3

32 23,6 23,7 28,0 28,1 32,3 32,4

33 23,8 23,9 28,1 28,2 32,4 32,5

34 23,9 24,0 28,3 28,4 32,5 32,6

35 24,1 24,2 28,4 28,5 32,6 32,7

36 24,2 24,3 28,5 28,6 32,7 32,8

37 24,3 24,5 28,7 28,8 32,8 32,9

38 24,5 24,6 28,8 28,9 32,9 33,0

39 24,7 24,8 28,9 29,0 33,0 33,1

40 24,9 25,0 29,1 29,2 33,1 33,2

41 25,0 25,1 29,2 29,3 33,2 33,3

42 25,0 25,1 29,2 29,3 33,2 33,3

 Tabela: Avaliação do estado nutricional da gestante segundo IMC por SG.


Extraída de BRASIL, 2011, pág. 25

Deve-se estimar o ganho de peso total recomendado até o final da gestação de acordo com o estado
nutricional pré-gestacional, conforme quadro apresentado a seguir. Para a previsão do ganho de peso
total, é necessário calcular quanto peso a gestante já ganhou e quanto ainda falta até o final da
gestação (BRASIL, 2011).

Estado nutricional pré- Ganho de peso (kg) semanal Ganho de peso (kg)
gestacional (IMC) no 2º e 3º trimestres total na gestação

Baixo peso (< 18,5kg/m2) 0,51 (0,44 – 0,58) 12,5 – 18

Adequado (18,5 –
0,42 (0,35 – 0,50) 11,5 – 16
24,9kg/m2)

Sobrepeso (25 –
0,28 (0,23 – 0,33) 7 – 11,5
29,9kg/m2)

Obesidade (≥ 30kg/m2) 0,22 (0,17 – 0,27) 5–9

 Tabela: Estado nutricional pré-gestacional.


Elaborada por Patrícia Passos Simões

Nas consultas subsequentes a avaliação nutricional deve repetir os procedimentos descritos


anteriormente. Essa análise pode ser feita com base em dois instrumentos:

TABELA ESTADO NUTRICIONAL PRÉ-GESTACIONAL


Indica qual é a faixa de ganho de peso recomendado segundo o estado nutricional da gestante no início
do pré-natal.

GRÁFICO DE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL SEGUNDO


SEMANA GESTACIONAL
Pelo qual se acompanha a curva de IMC, segundo SG, identificando se a inclinação do traçado é
ascendente, horizontal ou descendente (BRASIL, 2011).
Imagem: shutterstock.com
 Gráfico do índice de massa corporal segundo a semana gestacional Extraido de Orientações para a
coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: norma técnica do Sistema de
Vigilância Alimentar e Nutricional, Ministério da Saúde (BRASIL), 2011, pág. 28

Quando da gestante adolescente, a classificação do estado nutricional proposta não é específica para
gestantes adolescentes, devido ao crescimento e à imaturidade biológica presentes nessa fase da vida.
No entanto, essa classificação pode ser usada desde que a interpretação dos resultados seja flexível e
se considere a especificidade desse grupo.

Para adolescentes que engravidaram dois ou mais anos após a menarca (geralmente > 15 anos), a
interpretação dos dados é equivalente ao das adultas.


Para as que engravidaram com menos de dois anos após a menarca, é provável que muitas sejam
classificadas como de baixo peso.

 ATENÇÃO
A altura deve ser mensurada em todas as consultas, pois se encontram em fase de crescimento. É
importante acompanhar o traçado da curva de IMC por SG, devendo ser ascendente durante as consultas
(BRASIL, 2011).

Quanto ao ganho de peso, a recomendação da IOM para gestações múltiplas está descrita a seguir.

Estado nutricional segundo IMC


Ganho de peso gestacional total (kg)
(kg/m2)

Sem recomendações devido evidências


Baixo peso (< 18,5)
insuficientes

Eutrofia (18,5 – 24,9) 16,8 a 24,5

Sobrepeso (25 – 29,9) 14,1 a 22

Obesidade (≥ 30) 11,4 a 19,1

 Tabela: Ganho de peso recomendado para gestação múltipla a termo.


Elaborada por Patrícia Passos Simões

 SAIBA MAIS

Para gestantes de trigêmeos ou outros múltiplos de ordem superior, temos pouca informação disponível. A
média de ganho de peso gestacional para trigêmeos é de 20,4 a 23,1kg no período de 32 a 34 semanas;
para quadrigêmeos, é de 20,8 a 30,8kg em 31 a 32 semanas (MAHAN & RAYMOND, 2018).

No próximo quadro, são demonstrados os componentes da avaliação laboratorial da gestante durante o


primeiro, segundo e terceiro trimestres e para mulheres adultas não grávidas.

Adulta não Primeiro Segundo Terceiro


Componente
grávida trimestre trimestre trimestre

Albumina, g/dL 4,1-5,3 3,1-5,1 2,6-4,5 2,3-4,2


Proteínas, totais,
6,6-8,6 6,2-7,6 5,7-6,9 5,6-6,7
g/dL

Colesterol, mg/dL < 200 141-210 176-299 219-349

Triglicerídeos,
< 150 40-159 75-382 131-453
mg/dL

Vitamina A (retinol),
20-100 32-47 35-44 29-42
mcg/dL

Vitamina B12,
279-966 118-438 130-656 99-526
pg/mL

Vitamina C, mg/dL 0,4-1,0 Não relatado Não relatado 0,9-1,3

Vitamina D, 25
14-80 18-27 10-22 10-18
hidroxi, ng/mL

Vitamina E, mcg/mL 5-18 7-13 10-16 13-23

Folato em
150-450 137-589 94-828 109-663
eritrócitos, ng/mL

Cálcio, total, mg/dL 8,7-10,2 8,8-10,6 8,2-9,0 8,2-9,7

Cobre, mcg/dL 70-140 112-199 165-221 130-240

Ferritina, ng/mL 10-150 6-130 2,230 0,116

Hemoglobina, g/dL 12-15,8 11,6-13,9 9,7-14,8 9,5-15,0


Hematócrito, g/dL 35,4-44,4 31,0-41,0 30,0-39,0 28,0-40,0

Magnésio, mg/dL 1,5-2,3 1,6-2,2 1,5-2,2 1,1-2,2

Selênio, mcg/L 63-160 116-146 75-145 71-133

Zinco, mcg/dL 75-120 57-88 51-80 50-77

 Tabela: Parâmetros bioquímicos de gestantes.


Elaborada por Patrícia Passos Simões a partir de MAHAN & RAYMOND, 2018.

NUTRIZES

A perda de peso acima de 2kg ao mês nas nutrizes eutróficas pode resultar em comprometimento de
seu estado nutricional e da prática do aleitamento.

 ATENÇÃO

A taxa de perda de peso é, em média, de 0,6kg a 0,8kg/mês durante os quatro a seis primeiros meses de
lactação após o parto, podendo sofrer alterações em função do consumo e/ou gasto energético. A
recomendação de perda de peso deve considerar o seu estado nutricional.

A recomendação para:

NUTRIZES EUTRÓFICAS

é a redução de 0,8kg/mês


AS COM SOBREPESO

é a perda de 0,5 a 1kg/mês


AS OBESAS

é de 0,5 a 2kg/mês

CRIANÇAS

O acompanhamento sistemático do crescimento e do desenvolvimento infantil corresponde ao


monitoramento das condições de saúde e nutrição da criança.

OS ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS SÃO UTILIZADOS


COMO O PRINCIPAL CRITÉRIO DESSE
ACOMPANHAMENTO (BRASIL, 2011).

Os índices antropométricos mais amplamente usados, recomendados pela OMS e adotados pelo
Ministério da Saúde para a avaliação do estado nutricional de crianças, são:

PESO-PARA-IDADE (P/I)

PESO-PARA-ESTATURA (P/E)
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)-PARA-IDADE

ESTATURA-PARA-IDADE (E/I)

A seguir, são apresentados os pontos de corte para a avaliação do estado antropométrico de crianças.

VALORES CRÍTICOS

DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL

Percentil Escore-Z

< 0,1 < -3 Muito baixo peso para a idade

≥ 0,1 e < 3 ≥ 3 e < -2 Baixo peso para a idade

≥ 3 e ≤ 97 ≥ -2 e ≤ + 2 Peso adequado para a idade

> 97 > +2 Peso elevado para a idade

 Tabela: Pontos de corte de peso-para-idade para crianças (0 a 10 anos).


Extraída de Brasil, 2011, pág. 15

VALORES CRÍTICOS

DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL

Percentil Escore-Z

< 0,1 < -3 Magreza acentuada

≥ 0,1 e < 3 ≥ -3 e < -2 Magreza

> 3 e ≤ 85 ≥ -2 e ≤ +1 Eutrofia
> 85 e ≤97 > +1 e ≤ +2 Risco de sobrepeso

> 97 e < 99,9 > +2 e < +3 Sobrepeso

> 99,9 > +3 Obesidade

 Tabela: Pontos de corte de peso-para-estatura para crianças (0 a 5 anos).


Extraída de Brasil, 2011, pág. 15

VALORES CRÍTICOS

DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL

Percentil Escore-Z

< 0,1 < -3 Magreza acentuada

> 0,1 e < 3 > -3 e ≤ z -2 Magreza

> 3 e ≤ 85 > -2 e ≤ z +1 Eutrofia

> 85 e ≤ 97 > +1 e ≤ +2 Risco de sobrepeso

> 97 e ≤ 99,9 > +2 e ≤ +3 Sobrepeso

> 99,9 > +3 Obesidade

 Tabela: Pontos de corte de IMC (0 a 5 anos).


Extraída de Brasil, 2011, pág. 16

VALORES CRÍTICOS

DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL

Percentil Escore-Z

< 0,1 < -3 Magreza acentuada


> 0,1 e < 3 > -3 e ≤ z -2 Magreza

> 3 e ≤ 85 > -2 e ≤ z +1 Eutrofia

> 85 e ≤ 97 > +1 e ≤ +2 Risco de sobrepeso

> 97 e ≤ 99,9 > +2 e ≤ +3 Sobrepeso

> 99,9 > +3 Obesidade grave

 Tabela: Pontos de corte de IMC (5 a 10 anos).


Extraída de Brasil, 2011, pág. 18

VALORES CRÍTICOS

DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL

Percentil Escore-Z

< 0,1 < -3 Muito baixa estatura para idade

≥ 0,1 e < 3 ≥ -3 e ≤ -2 Baixa estatura para idade

≥3 ≥ -2 Estatura adequada para idade

 Tabela: Pontos de corte de estatura-para-idade para crianças (0 a 10 anos).


Extraída de Brasil, 2011, pág. 17

A regra de aproximação que deve ser seguida para as idades não exatas é:

FRAÇÃO DE IDADE ATÉ 15 DIAS


Aproxima-se à idade para baixo, o último mês completado.

FRAÇÃO DE IDADE IGUAL OU SUPERIOR A 16 DIAS


Aproxima-se à idade para cima, para o próximo mês a ser completado.
A avaliação do peso ao nascer é o primeiro diagnóstico nutricional, feito imediatamente após o
nascimento, e reflete os problemas nutricionais ocorridos na gestação. A classificação do peso ao nascer
é:

PESO DA CRIANÇA CLASSIFICAÇÃO

≥ 2.500g Peso adequado

< 2.500g Baixo peso ao nascer (BPN)

< 1.500g Muito baixo peso ao nascer

 Tabela: Classificação quanto ao peso ao nascer.


Extraída de Brasil, 2011, pág. 19

ADOLESCENTES

Para a avaliação nutricional de adolescentes, o Sisvan recomenda a adoção da referência proposta


recentemente pela OMS (WHO, 2007) dos índices antropométricos: IMC por idade e altura por idade. Os
valores de cada índice para a avaliação do estado nutricional de adolescentes são:

VALORES CRÍTICOS ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS

Percentil Escore-z IMC-para-idade Estatura-para-idade

< 0,1 < -3 Magreza acentuada Muito baixa estatura para a idade

≥ 0,1 e < 3 ≥ -3 e < -2 Magreza Baixa estatura para a idade

≥ 3 e < 15 ≥ -2 e < -1 Estatura adequada para a idade

Eutrofia

≥ 15 e ≤ 85 ≥ -1 e ≤ +1
> 85 e ≤ 97 > +1 e ≤ +2 Sobrepeso

> 97 e ≤ 99,9 > +2 e ≤ +3 Obesidade

> 99,9 > +3 Obesidade grave

 Tabela: Classificação do estado nutricional de adolescentes.


Extraída de Brasil, 2011, pág. 20

PATOLOGIAS DE BASE COMUNS NA PRÁTICA


AMBULATORIAL

TERAPIA NUTRICIONAL NA OBESIDADE

Objetivos:

Promover a perda de peso corporal de forma saudável, com mudança de hábitos alimentares e estilo de
vida.

Reduzir o estado inflamatório e o catabolismo proteico.


Promover a recuperação da saúde.

Reduzir o risco cardiovascular e demais doenças degenerativas;

Garantir qualidade de vida por meio da melhora da capacidade funcional e redução das limitações
ocasionadas pela obesidade.

Restaurar as funções orgânicas e metabólicas.

A obesidade é uma doença complexa e multifatorial que está relacionada a causas genéticas,
ambientais (estilo de vida) e emocionais. Resulta da interação dos genes com o meio ambiente, e
fatores como os hábitos alimentares errôneos, com alta ingestão calórica e baixo gasto energético
(WAITZBERG et al., 2017). O tratamento é complexo e multidisciplinar.

 VOCÊ SABIA

A perda de 5 a 10% do peso corpóreo inicial está relacionada a substanciais benefícios à saúde.

A dieta descrita no quadro a seguir é que representa maiores benefícios em termos de prevenção
cardiovascular e menores índices de reganho de peso entre as várias dietas testadas para a prevenção
de doença cardiovascular e metabólicas no portador de síndrome metabólica.

Energia Dieta hipocalórica 20 a 30kcal/kg/dia

Proteína 25% do VET


Carboidratos 48% do VET

Gorduras 27% do VET (13% monoinsaturadas; 8% poli-insaturadas; 6% saturadas

 Tabela: Recomendações nutricionais para prevenção cardiovascular e menores índices de reganho


de peso.
Elaborada por Patrícia Passos Simões

Segundo a ABESO (2016), dietas balanceadas no tratamento da obesidade se caracterizam por: 20% a
30% de gorduras, 55% a 60% de carboidratos e 15% a 20% de proteínas. Essas dietas são calculadas
para promover um déficit de 500 a 1.000kcal/dia, com um mínimo de 1.000 a 1.200 kcal/dia para as
mulheres e 1.200 a 1.400kcal/dia para os homens.

Quanto à avaliação nutricional, temos:

Índice de massa corporal – IMC

Circunferência de cintura

Dobras cutâneas

Bioimpedância elétrica

Exames bioquímicos:

• Marcadores inflamatórios (por exemplo, Proteína C-reativa – PCR)

• Perfil lipídico – colesterol total, HDL-c, LDL-c, triglicerídeos

Metabolismo de carboidratos – glicemia de jejum, hemoglobina glicada, teste de tolerância à glicose e


HOMA-IR

Hormônios – tireoidianos (T3 e T4) e tireoestimulante (TSH)

Enzimas hepáticas – TGO e TGP

Micronutrientes – níveis séricos de ferro, ferritina, magnésio, zinco, cálcio, fósforo, vitamina D, vita¬mina
B12 e folato – informações complementares sobre a adequação nutricional (WAITZBERG et al., 2017)

A Síndrome metabólica, que é definida pela presença de três ou mais fatores de risco à saúde, conforme
aponta o quadro a seguir, segundo o NCEP – National Cholesterol Education Program .

FATORES DE RISCO VALORES DE CORTE

Obesidade abdominal Circunferência da cintura (cm)


Homens ≥ 102 cm

Mulheres ≥ 88 cm

Triglicérides (mg/dL) ≥150 mg/dl ou em uso de medicação para TG altos

HDL colesterol (mg/dL)

Homens < 40

Mulheres < 50

Pressão arterial (PA) controlada com medicamentos e/ou PA ≥


Hipertensão (mmHg)
130/85mmHg

Glicemia de jejum
≥ 110mg/dl
(mg/dL)

 Tabela: Critérios para classificação da síndrome metabólica.


Extraída de SBC, 2005, pág. 8

A seguir, vejamos a composição do plano alimentar recomendado para a síndrome metabólica:

Calorias e macronutrientes Ingestão recomendada

Calorias totais para reduzir o peso em 5% a 10% e prevenir recuperação

Carboidratos 50%-60%

Fibras 20 g – 30g/dia

Gordura total 25% – 35%


Ácidos graxos saturados (AGS) < 10%

Ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) Até 10%

Ácidos graxos monoinsaturados (AGMI) Até 20%

Colesterol < 300mg/dia

Proteína 0,8g a 1,0g/kg peso atual/dia ou 15%

 Tabela: Recomendações nutricionais para a síndrome metabólica.


Extraída de SBC, 2005, pág. 10

TERAPIA NUTRICIONAL NA HIPERCOLESTEROLEMIA

Objetivos:

Adequar a ingestão de lipídios.

Reduzir o risco cardiovascular.

Reduzir as concentrações de LDL-c, triglicerídeos.

Aumentar a concentração de HDL-c.


Na prática clínica, deve-se adotar prescrição de dieta hipolipídica e, na alta hospitalar, deve-se utilizar
orientações específicas para dislipidemias.

ENERGIA

• Calorias devem ser ajustadas para atingir e manter o peso desejável.

CARBOIDRATOS

• 50-60% do VET, com preferência pelos complexos

• Fibras 20-30g/dia

LIPÍDIOS

• 25-35% do VET

• Ácidos graxos saturados < 7% das calorias totais

• Ácidos graxos poli-insaturados até 10% das calorias totais

• Ácidos graxos monoinsaturados até 20% das calorias totais

• Colesterol até 200mg/dia

PROTEÍNAS

• 15% do VET

TERAPIA NUTRICIONAL NA HIPERTENSÃO


ARTERIAL

Quanto à modificação do estilo de vida:

Manter o peso na faixa de normalidade (18,5 a 24,9 kg/m²).

Adoção do plano alimentar DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension): dieta rica em frutas,
vegetais, baixo conteúdo de gordura total e saturada).

Redução dietética de sódio: para não mais de 6g de NaCl.

Atividade física: praticar regularmente atividade aeróbica por 30 min na maioria dos dias da semana.

Moderação no consumo de bebidas alcoólicas: limitar o consumo a 30 ml diário de etanol para homens e
15 ml diário para mulheres.

A recomendação nutricional é a Dieta Dash (Abordagens dietéticas para diminuir a hipertensão):

É composta por produtos com baixa quantidade de gordura, como peixes, frango, carnes
vermelhas magras e laticínios magros, visando à redução do consumo de gordura saturada e
colesterol e ao aumento do aporte de cálcio e proteína.

Melhor relação poli-insaturado/saturado.

Relacionada com quantidades abundantes de frutas, vegetais, grãos, oleaginosas – fontes ricas
em potássio, magnésio e fibras.

Demonstra efeitos na redução do peso, da pressão arterial e da ingestão de sódio.


Imagem: shutterstock.com

ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS

• A relato de redução discreta da pressão arterial com uso da suplementação de ômega-3 predominante
em idosos.

FIBRAS
• Seguir recomendação de indivíduo saudável.

LATICÍNIOS

• O consumo diário de laticínios magros foi associado à menor incidência de HAS, provavelmente, pelo
maior aporte de cálcio.

SÓDIO

• 2.400mg/dia ou 4g de sal de adição.

• Não ingestão de alimentos processados (enlatados, embutidos, conservas, molhos prontos,


defumados, etc.).

ÁLCOOL

• Inferior a 2 doses/dia para homens e 1 dose/dia para mulheres.

POTÁSSIO

• O potássio da dieta está inversamente relacionado aos níveis de PA, isto é, a ingestão aumentada está
relacionada a menores níveis pressóricos.
NA PRÁTICA CLÍNICA: UM EXEMPLO DE UM
MODELO DE ATENDIMENTO NO AMBULATÓRIO
DE NUTRIÇÃO
A especialista Aline Cardozo Monteiro aborda um caso clínico com enfoque no atendimento ambulatorial

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. O IMC É UM INDICADOR DE AVALIAÇÃO DA MASSA CORPORAL TOTAL DO


INDIVÍDUO EM RELAÇÃO À ALTURA. É UM INDICADOR SIMPLES, RÁPIDO E DE
FÁCIL APLICAÇÃO, SENDO MUITO UTILIZADO NA PRÁTICA CLÍNICA. O IMC É
CALCULADO PELA RAZÃO DO PESO E O QUADRADO DA ALTURA.
CONSIDERE QUE UM PACIENTE POSSUI 49 ANOS, COM ALTURA DE 1,68M E
72KG. SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO NUTRICIONAL DE IMC, ASSINALE O
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL:

A) Sobrepeso

B) Obesidade grau III

C) Obesidade grau II

D) Obesidade grau I

E) Eutrofia
2. NO TRATAMENTO NUTRICIONAL DA HIPERCOLESTEROLEMIA, A INGESTÃO
RECOMENDADA DE GORDURAS TOTAIS E ÁCIDOS GRAXOS
MONOINSATURADOS SÃO, RESPECTIVAMENTE:

A) 20-30% e até 10%

B) 25-35% e até 20%

C) 15-20% e inferior a 20%

D) 20-35% e até 20%

E) 20-30% e inferior a 10%

GABARITO

1. O IMC é um indicador de avaliação da massa corporal total do indivíduo em relação à altura. É


um indicador simples, rápido e de fácil aplicação, sendo muito utilizado na prática clínica. O IMC
é calculado pela razão do peso e o quadrado da altura.
Considere que um paciente possui 49 anos, com altura de 1,68m e 72kg. Segundo a classificação
nutricional de IMC, assinale o diagnóstico nutricional:

A alternativa "A " está correta.

Ao realizar o cálculo da razão do peso pelo quadrado da altura, encontramos um valor de 25,5kg/m²,
sendo classificado como sobrepeso.

2. No tratamento nutricional da hipercolesterolemia, a ingestão recomendada de gorduras totais e


ácidos graxos monoinsaturados são, respectivamente:

A alternativa "B " está correta.

A recomendação nutricional para o tratamento da hipercolesterolemia é de 25 a 35% das calorias totais


e até 20% de ácidos graxos monoinsaturados.

MÓDULO 2

 Identificar o acompanhamento nutricional em uma visão prática pautada na educação


alimentar e nutricional e na abordagem multidisciplinar
EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL
As recomendações do Ministério da Saúde (BRASIL, 2014) para a população brasileira seguiu 5
princípios, propondo práticas alimentares adequadas e saudáveis que possibilitem a promoção da saúde
e a prevenção de doenças no âmbito individual e coletivo.

RECOMENDAÇÕES PARA A POPULAÇÃO


BRASILEIRA

Fazer dos alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação

Alimentos in natura ou minimamente processados, em grande variedade e predominantemente de


origem vegetal devem ser a base da alimentação nutricionalmente balanceada.

Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos
e criar preparações culinárias

Desde que utilizados com moderação em preparações culinárias com base em alimentos in natura ou
minimamente processados, óleos, gorduras, sal e açúcar contribuem para diversificar e tornar mais
saborosa a alimentação sem torná-la nutricionalmente desbalanceada.
Limitar o uso de alimentos processados, consumindo-os, em pequenas quantidades, como
ingredientes de preparações culinárias ou como parte de refeições baseadas em alimentos in
natura ou minimamente processados

Os ingredientes e métodos usados na fabricação de alimentos processados – como conservas de


legumes, compotas de frutas, queijos e pães – alteram de modo desfavorável a composição nutricional
dos alimentos dos quais derivam.

Evite alimentos ultraprocessados

Alimentos ultraprocessados – como biscoitos recheados, salgadinhos “de pacote”, refrigerantes e


macarrão instantâneo – são nutricionalmente desbalanceados. Por conta de sua formulação e
apresentação, tendem a ser consumidos em excesso e a substituir alimentos in natura ou minimamente
processados.

Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a


alimentos ultraprocessados

Optar por água, leite e frutas no lugar de refrigerantes, bebidas lácteas e biscoitos recheados; não
substituir comida feita na hora por produtos que dispensam preparação culinária e preferir sobremesas
caseiras.

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA IDOSOS

Algumas características do envelhecimento devem ser observadas na escolha da conduta dietoterápica,


como a situação social e econômica, e os fatores fisiológicos. Entre tais fatores, podemos citar:

A alteração na sensibilidade gustativa e olfativa, que podem influenciar no apetite.

A redução das secreções digestivas, que podem dificultar a digestão e a absorção dos nutrientes.

A composição corporal se modifica com a perda de peso e redução da massa magra. Também podemos
encontrar uma dentição deficiente e o uso de próteses mal adaptadas, dificultando a mastigação. Desse
modo, diversas são as recomendações que envolvem essa faixa etária, entre as quais podemos
mencionar:

Fazer refeições menores e mais vezes ao dia, estabelecendo horários, conforme a tolerância do idoso.

Respeitar as preferências, bem como os hábitos alimentares e de vida do idoso.

Incluir alimentos que sejam fontes de fibras em cada refeição.

Incentivar o consumo de líquidos, não apenas durante as refeições, mas, principalmente, nos intervalos,
utilizando chás, sucos e refrescos, caso a água não seja bem tolerada.

Incentivar a atividade física regular, observando sempre sua capacidade motora – os exercícios também
estimulam movimentos intestinais.

Estabelecer um horário para ir ao banheiro, procurando reeducar o funcionamento do intestino.

Não deixar açucareiro ou saleiro à vista, principalmente, quando a refeição já estiver à mesa.

Fazer as refeições em ambiente calmo e com boa luminosidade;

Utilizar utensílios coloridos que contrastem com o fundo da mesa, caso haja acuidade visual.

Observar se o idoso está confortável com a altura da cadeira e da mesa durante a refeição.

Caso o idoso vomite durante a refeição, colocá-lo com a cabeça fletida para frente, para evitar a
broncoaspiração.

Evitar alimentos duros e secos, que podem provocar engasgos, preferindo alimentos mais úmidos e
macios, uma vez que facilitam a mastigação e a deglutição.

Observar alterações na aceitação alimentar durante as refeições.

Incentivar o uso de temperos naturais, como alho, cebola, cheiro-verde e à base de ervas aromáticas –
coentro, hortelã, manjericão, orégano, etc. – para preparar a refeição no lugar do sal (MAXIMINO, 2013).
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA
GESTANTES

A seguir, veremos algumas orientações nutricionais baseadas para alimentação saudável para gestantes
(STERN et al., 2021; WAITZBERG et al., 2017; BRASIL, 2014; MAXIMINO, 2013; MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2012).

O período gestacional é uma fase importante para a adoção de práticas alimentares e estilo de vida
saudáveis devido aos benefícios para a saúde e bem-estar da mãe, e para a formação e crescimento
adequados do bebê.

A alimentação deve ser diversificada, baseada principalmente em alimentos de origem vegetal – frutas,
verduras e legumes – e comida caseira, evitando o consumo de alimentos ultraprocessados.

Orientar, pelo menos, três refeições por dia – café da manhã, almoço e jantar – e a ingestão de frutas
nos intervalos dessas refeições.

Ressaltar a importância do consumo de água ao longo do dia – pelo menos, 2 litros.


Estimular companhia de familiares ou amigos às refeições, sempre que possível.

Incentivar hábitos como comer devagar e desfrutar os sabores dos alimentos.

Ressaltar a cautela ao utilizar óleo, gordura e sal no preparo das refeições.

Incentivar o consumo diário de legumes, verduras, frutas, feijões, cereais (de preferência, integrais), que
são importantes fontes de vitaminas, minerais e fibras, e contribuem para a prevenção da obesidade e
de doenças crônicas não transmissíveis. Alimentos de origem vegetal devem compor a maior parte da
alimentação.

Orientar a retirada da pele e da gordura aparente das carnes, e evitar o consumo excessivo de carnes
vermelhas.

Uma alternativa é intercalar, sempre que possível, o consumo das carnes vermelhas com pescados,
aves, ovos, feijões ou legumes. Recomendar, sobretudo, o consumo de peixes duas vezes na semana –
os mais indicados são sardinha, arenque e pescada. Atenção ao consumo do peixe cru, que deve ser
evitado pelos riscos de contaminação.


Recomendar o consumo de peixes de água fria (sardinha), sementes (chia e linhaça, por exemplo) e o
azeite de oliva. São ricos em ômega-3, que é um nutriente importante para o desenvolvimento adequado
do bebê.

Incentivar a inclusão de leite e derivados na alimentação, importantes fontes de cálcio. As fontes


vegetais de cálcio são semente de gergelim, couve, feijão, brócolis e taioba.

Incentivar o consumo diário de alimentos ricos em ferro, principalmente, carnes, miúdos, hortaliças verde
escuras, feijão, lentilha, grão-de-bico, soja, grãos integrais, castanhas e outros. Junto com esses
alimentos, incentivar o consumo de frutas que sejam fontes de vitamina C, como acerola, goiaba,
laranja, caju, limão e outras. Essa estratégia auxilia na prevenção da ocorrência de anemia ferropriva.

Incentivar o consumo de vegetais verde-escuro (couve, rúcula, espinafre, almeirão, brócolis,


orapronóbis), leguminosas (feijão, grão de bico, lentilha, soja), frutos (laranja e tomate), ovos e cereais
(milho, trigo, arroz), pois são ricos em folato. O folato tem efeito protetor na ocorrência de defeitos no
tubo neural do bebê e anemia materna.

Orientar o consumo moderado de alimentos processados, como vegetais e peixes enlatados, extrato de
tomate, frutas em calda e pães feitos com farinha e fermento, etc.
Ressaltar que seja evitado o consumo de refrigerantes e sucos artificiais – de caixinha ou em pó –,
macarrão instantâneo, chocolates, bolachas – com ou sem recheio – e biscoitos, salgadinhos do tipo
chips e outras guloseimas.

Fracionar a alimentação em 6 refeições diárias.

Em caso de náusea e vômitos, preferir alimentos com baixo teor de gordura e consistência branda, além
do consumo de alimentos secos (torradas ou biscoitos salgados).

Evitar o consumo de café, chá mate e refrigerante tipo cola, pois são fontes de cafeína.

O consumo de adoçante também deve ser evitado, pois os estudos ainda são controversos. Quando
houver necessidade, orientar a preferência para sucralose ou estévia. Também são aprovados pela ADA
acessulfame-k, aspartame e sacarina, que deve ser evitada, pois atravessa a placenta e é eliminada
lentamente pelo feto.


Bebidas alcoólicas e o fumo devem ser evitados.

Na gestação, pode haver alguns desejos específicos para o consumo de alguns alimentos, como doces
e produtos lácteos. É importante orientar sobre a quantidade e frequência para cada gestante, uma vez
que o consumo em excesso pode favorecer o ganho de peso indesejado. Também pode ocorrer o
desejo por substâncias que não são alimentos, como barro, terra, etc. Essa é uma situação menos
frequente, mas pode refletir alguma carência nutricional materna.

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA NUTRIZES

As orientações alimentares para nutrizes devem contemplar uma alimentação saudável e variada, que
contenha todos os grupos alimentares (MAXIMINO, 2013). Vejamos:

Manter a ingestão regular de água é fundamental para a produção de leite materno e a hidratação
normal da nutriz. Também deve ser considerada a ingestão de água de forma isolada, pois chás, sucos
e refrescos não têm a mesma eficiência de hidratação.

Alimentos ricos em cálcio e proteínas são importantes para a composição do leite materno, de modo que
os grupos-fonte desses nutrientes (carnes, ovos, leguminosas e lácteos) devem ser contemplados.

Nutrizes e gestantes vegetarianas restritas e veganas devem receber atenção especial, podendo
necessitar de suplementação específica, como no caso da vitamina B12.

Limitar o consumo de café a 3 xícaras diárias, evitando que o leite materno apresente teores elevados
de cafeína, o que pode afetar o sono e o ganho de peso do bebê.

Estimular a ingestão de peixe, se possível, 3 vezes por semana, a fim de garantir os níveis de ômega-3
no leite materno.

Evitar bebidas alcoólicas porque alteram o odor e o sabor do leite materno, podendo alterar o reflexo de
sucção, com consumo frequente.

Evitar fumar, já que o tabaco poderá reduzir a produção láctea e alterar o sabor do leite.

Deve-se evitar o consumo de adoçantes artificiais. O seu uso deve ficar restrito às gestantes diabéticas
ou com obesidade grave. Aspartame, sucralose, acessulfame-K e a estévia são considerados seguros
para a nutriz.
A nutriz deve evitar dietas que promovam rápida perda de peso (mais de 500g por semana), pois pode
interferir na produção do leite materno.

Alguns micronutrientes possuem destaque durante a lactação, como as vitaminas lipossolúveis A, D e K,


vitaminas hidrossolúveis C, B2, folato, B6 e B12, e os minerais cálcio e ferro.

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS A CRIANÇAS DE 0


A 2 ANOS

São fundamentos, valores e preceitos importantes para elaboração das recomendações sobre
alimentação infantil:

A SAÚDE DA CRIANÇA É PRIORIDADE ABSOLUTA E


RESPONSABILIDADE DE TODOS

O período que vai da gestação até o 2º ano de vida é importante para a saúde e o pleno crescimento e
desenvolvimento da criança. As oportunidades e as decisões tomadas a respeito do cuidado com a
saúde e a alimentação nesse momento impactarão por toda vida.

O AMBIENTE FAMILIAR É ESPAÇO PARA A PROMOÇÃO DA


SAÚDE

O ambiente familiar deve proporcionar interações e fortalecer vínculos entre a criança e os demais
membros da família, bem como ser seguro, acolhedor e propiciar alimentação adequada e saudável.

OS PRIMEIROS ANOS DE VIDA SÃO IMPORTANTES PARA A


FORMAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES

Nos primeiros anos de vida, a variedade e a forma com que os alimentos são oferecidos influenciam a
formação do paladar e a relação da criança com a alimentação. A criança que come alimentos saudáveis
e adequados tem mais chances de se tornar uma pessoa adulta consciente e autônoma para fazer boas
escolhas alimentares.
O ACESSO A ALIMENTOS ADEQUADOS E SAUDÁVEIS E À
INFORMAÇÃO DE QUALIDADE FORTALECE A AUTONOMIA
DAS FAMÍLIAS

O acesso a informações confiáveis fortalece a autonomia das famílias nas escolhas de alimentos de
forma crítica e possibilita mudanças nas práticas alimentares.

A ALIMENTAÇÃO É UMA PRÁTICA SOCIAL E CULTURAL E


TEM MUITOS SIGNIFICADOS

Faz parte da alimentação adequada e saudável o consumo de alimentos e preparações ligados à


história da família, comunidade e/ou etnia, e da região em que se vive.

ADOTAR UMA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL


PARA A CRIANÇA É UMA FORMA DE FORTALECER
SISTEMAS ALIMENTARES SUSTENTÁVEIS

A escolha por amamentar até a opção pela alimentação baseada em alimentos in natura ou
minimamente processados contribui para a proteção do meio ambiente.

INCENTIVAR A AUTONOMIA DA CRIANÇA E SEU


PROTAGONISMO ALIMENTAR

É fundamental, para construir uma boa relação com a comida, deixar que ela escolha os alimentos entre
opções saudáveis oferecidas, experimente novos sabores, cheiros e texturas, tente comer sozinha,
coma junto com a família, etc. (BRASIL, 2019).

Os quadros, a seguir, trazem informação de como a alimentação da criança deve ser após os 6 meses
de idade.
 ATENÇÃO

Até essa idade, a recomendação é o aleitamento materno exclusivo, sendo mantido até o 2º ano de vida ou
mais, de acordo com a recomendação do Ministério da Saúde (BRASIL, 2019).

Após 6 meses

Café da manhã – leite materno

Lanche da manhã – fruta e leite materno

Almoço
1 alimento do grupo dos cereais ou raízes e tubérculos.
1 alimento do grupo dos feijões.
1 ou mais alimentos do grupo dos legumes e verduras.
1 alimento do grupo das carnes e ovos.
Junto à refeição, pode ser dado um pedaço pequeno de fruta.
Quantidade aproximada – 2 a 3 colheres de sopa.
Essa quantidade serve apenas para a família ter alguma referência e não deve ser seguida de
forma rígida, pois as características individuais da criança devem ser respeitadas.

Lanche da tarde – fruta e leite materno

Jantar – leite materno

Antes de dormir – leite materno

7 e 8 meses

Café da manhã – leite materno

Lanche da manhã e da tarde – fruta e leite materno


Almoço e jantar
1 alimento do grupo dos cereais ou raízes e tubérculo.
1 alimento do grupo dos feijões.
1 ou mais alimentos do grupo dos legumes e verduras.
1 alimento do grupo das carnes e ovos.
Junto à refeição, pode ser dado um pedaço pequeno de fruta.
Quantidade aproximada – 3 a 4 colheres de sopa.
Essa quantidade serve apenas para a família ter alguma referência e não deve ser seguida de
forma rígida, pois as características individuais da criança devem ser respeitadas.

Antes de dormir: LM

9 e 11 meses de idade

Café da manhã – leite materno

Lanche da manhã e da tarde – fruta e leite materno

Almoço e jantar
1 alimento do grupo dos cereais ou raízes e tubérculos.
1 alimento do grupo dos feijões; – 1 ou mais alimentos do grupo dos legumes e verduras.
1 alimento do grupo das carnes e ovos.
Junto à refeição, pode ser dado um pedaço pequeno de fruta.
Quantidade aproximada – 4 a 5 colheres de sopa no total.
Essa quantidade serve apenas para a família ter alguma referência e não deve ser seguida de
forma rígida, pois as características individuais da criança devem ser respeitadas.

Antes de dormir: LM

 Quadro: Alimentação da criança até o primeiro ano de vida.


Elaborado por Patrícia Passos Simões

1 e 2 anos de idade
Café da manhã
Fruta e leite materno ou – cereal (pães caseiros ou processados, aveia, cuscuz de milho) e leite
materno ou – raízes e tubérculos (aipim/macaxeira, batata-doce, inhame) e leite materno.

Lanche da manhã – fruta e leite materno.

Almoço e jantar
1 alimento do grupo dos cereais ou raízes e tubérculos.
1 alimento do grupo dos feijões.
1 ou mais alimentos do grupo dos legumes e verduras.
1 alimento do grupo das carnes e ovos Junto à refeição, pode ser dado um pedaço pequeno de
fruta.
Quantidade aproximada – 5 a 6 colheres de sopa no total.
Essa quantidade serve apenas para a família ter alguma referência e não deve ser seguida de
forma rígida, pois as características individuais da criança devem ser respeitadas.

Lanche da tarde
Leite materno e fruta ou
Leite materno e cereal (pães caseiros pães processados, aveia, cuscuz de milho), ou raízes e
tubérculos (aipim/macaxeira, batata doce, inhame).

Antes de dormir: LM

 Quadro: Alimentação da criança entre 1 e 2 anos de idade.


Elaborado por Patrícia Passos Simões

NA PRÁTICA CLÍNICA: ESTRATÉGIAS DE


EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO
AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO
O especialista Aline Cardozo Monteiro aborda as diversas estratégias de Educação Alimentar e
Nutricional que podem ser abordadas no ambulatório de nutrição:
VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. O MINISTÉRIO DA SAÚDE FAZ RECOMENDAÇÕES PARA UMA ALIMENTAÇÃO


SAUDÁVEL NA FAIXA ETÁRIA DE 0 A 2 ANOS. CONSIDERANDO TAIS
RECOMENDAÇÕES, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.

A) Introduzir alimentos complementares a partir dos seis meses, de forma lenta e gradual, mantendo o
leite materno até 1 ano de idade ou mais.

B) Para crianças após os 6 meses de vida, a quantidade aproximada do almoço são de 3 a 5 colheres
de sopa no total, devendo ser seguida de forma rígida.

C) O café da manhã, para crianças de 1 a 2 anos, pode conter fruta e leite materno, ou cereal e leite
materno, ou raízes e tubérculos e leite materno.

D) Apenas entre 9 e 11 meses, o lanche da manhã e da tarde podem ser a base de fruta e leite materno.

E) Apenas até o 7º e 8º mês, antes de dormir, recomenda-se o leite materno.

2. O LEITE MATERNO É UM ALIMENTO COMPLETO, POIS POSSUI TODOS OS


NUTRIENTES NECESSÁRIOS NOS PRIMEIROS SEIS MESES DE VIDA PARA QUE
A CRIANÇA CRESÇA E SE DESENVOLVA. DADA SUA IMPORTÂNCIA, DEVE SER
ACOMPANHADO DE UMA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA DA NUTRIZ, VISANDO À
MANUTENÇÃO DA SAÚDE E À PRODUÇÃO DE LEITE HUMANO EM
QUANTIDADES SUFICIENTES E ADEQUADA CONCENTRAÇÃO DE NUTRIENTES.
ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA EM RELAÇÃO À ALIMENTAÇÃO DA
NUTRIZ.
A) Alimentos ricos em cálcio e proteínas são importantes para a composição do leite materno e são
grupos-fonte desses nutrientes: carnes, ovos, leguminosas e lácteos.

B) Nutrizes vegetarianas restritas e veganas devem receber atenção especial, podendo necessitar de
suplementação específica.

C) Limitar o consumo de café a 3 xícaras diárias, evitando que o leite materno apresente teores
elevados de cafeína, que pode afetar o sono e o ganho de peso do bebê.

D) Estimular e ingestão de peixe 3 vezes por semana para garantir os níveis de ômega-3 no leite
materno.

E) Bebidas alcoólicas e tabaco não precisam ser evitados, uma vez que não alteram o odor ou o sabor
do leite materno, não causando prejuízos ao bebê.

GABARITO

1. O Ministério da Saúde faz recomendações para uma alimentação saudável na faixa etária de 0 a
2 anos. Considerando tais recomendações, assinale a alternativa correta.

A alternativa "C " está correta.

Entre 1 a 2 anos de idade, o café da manhã pode conter fruta e leite materno, ou cereal (pães caseiros
ou processados, aveia, cuscuz de milho) e leite materno, ou raízes e tubérculos (aipim/macaxeira,
batata-doce, inhame) e leite materno.

2. O leite materno é um alimento completo, pois possui todos os nutrientes necessários nos
primeiros seis meses de vida para que a criança cresça e se desenvolva. Dada sua importância,
deve ser acompanhado de uma alimentação adequada da nutriz, visando à manutenção da saúde
e à produção de leite humano em quantidades suficientes e adequada concentração de
nutrientes.
Assinale a alternativa incorreta em relação à alimentação da nutriz.

A alternativa "E " está correta.

A nutriz deve evitar bebidas alcoólicas e tabaco, especialmente porque alteram o odor e sabor do leite
materno. O álcool pode alterar o reflexo de sucção, com consumo frequente.

CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, relembramos os principais assuntos relacionados à Nutrição Clínica no âmbito
ambulatorial, como as recomendações nutricionais, a avaliação nutricional, as principais patologias
encontradas nesse nível de complexidade, bem como o papel da educação alimentar e nutricional.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
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ABESO. Diretrizes brasileiras de obesidade. 4. ed. São Paulo: ABESO, 2016.

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embarazadas. Rev. Med. Chile. [S. l.], v. 125, n. 12, p. 1429-1436, 1997.

BARBOSA-SILVA, T. G.; BIELEMANN, R. M, GONZALEZ, M. C, MENEZES, A. M. Prevalence


ofsarcopenia among community-dwelling elderly of a medium-sized South American city: results
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alimentar para a população brasileira. 2. ed. , 1. reimpr. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: norma
técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – Sisvan. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primaria à Saúde. Departamento de Promoção da


Saúde. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. Brasília: Ministério da Saúde,
2019.

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2011.

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Academies Press (US), 2009.

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energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein and amino acids. Washington (DC):
National Academy Press, 2002.

MAHAN, L. K.;, ESCOTT-STUMP, S.;, RAYMOND, J. L. Krause. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia.


13. ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2012.

MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J. L. Krause. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 14.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

MAXIMINO, P. Manual de consulta para estágio em nutrição. 1. ed. [S.l.]: Yendis, 2013.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. – FAO. Human energy requirements: report of a joint


FAO/WHO/UNU expert consultation. Itália: [S.n.], 2001.

SHILS et al. Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença. 11. ed. [S.l.]: Manole, 2016.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. SBC. I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento


da Síndrome Metabólica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v Vol. 84, sSupl. I.,. Abril, 2005.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO PARENTERAL E ENTERAL. BRASPEN. Diretriz Braspen


de Terapia Nutricional no Envelhecimento. v. 34, 2019.

STERN, M. B. et al. Promoção de alimentação saudável e ganho de peso adequado na gestação:


um guia para profissionais da atenção básica. Ribeirão Petro, SP. Faculdade de Medicina de São Paulo,
2021.

WAITZBERG, D. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 5. ed. [S.l.]: Atheneu, 2017.

WEFFORT, V. R. S; LAMOUNIER, J. A. Nutrição em Pediatria: da neonatologia à adolescência. 2. ed.


Barueri: Manole, 2017.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO. Obesity: preventing and managing the global epidemic.
Genebra: WHO, 1997.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO. Obesity: preventing and managing the global epidemic.
Genebra: WHO, 1998.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO. Physical status: the use and interpretation of anthropometry.
Geneva, Switzerland: WHO, 1995.

EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados:

Pesquise o portal do Governo Federal e busque, nas publicações do Consea (Conselho


Nacional de Segurança Alimentar), o instrumento imagético para orientação nutricional
disponibilizado pela Universidade de São Paulo (USP), para auxílio nos atendimentos nutricionais,
na educação alimentar e nutricional.

Em avaliação antropométrica, dispomos de vídeos que auxiliam a identificar a localização da


medida e sua técnica. Pesquise, no YouTube, os vídeos disponibilizados pelo canal do Instituto
de Nutrição Anne Dias, ligado à Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, sobre os seguintes temas:

Antropometria para crianças menores de 2 anos – peso e estatura

Antropometria para crianças maiores de 2 anos e adolescentes: – peso e estatura

Em avaliação antropométrica, pesquise vídeos que auxiliam a identificar a localização da medida


e sua técnica.

Pesquise o portal da Organização Mundial da Saúde (OMS) e busque informações sobre as


curvas de crescimento de crianças e adolescentes:

Curvas da OMS (2006) – 0 a 5 anos

Curvas da OMS (2006) – 0 a 5 anos

Pesquise o portal da (OMS) e busque as ferramentas de avaliação nutricional para crianças de


zero a cinco anos e para maiores de 5 anos pelos seguintes softwares, respectivamente:
Anthro

Anthro plus

CONTEUDISTA
Patrícia Passos Simões

 CURRÍCULO LATTES

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