Matéria CVE 2.
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PODER NAVAL
Os CVE
e sua contribuição na
Batalha do Atlântico
(2ª parte)
Na 1ª parte deste artigo, foram abordadas as origens
e o desenvolvimento do conceito de navio-aeródromo
de escolta (CVE), bem como as diferentes classes de
navios convertidas ou construídas para esse fim, no
Reino Unido e nos Estados Unidos, durante a
Segunda Guerra Mundial. Também foi analisado o
emprego de tais navios, na Batalha do Atlântico e em
operações em outros teatros, e incluídos comentários
sobre os tipos de aeronaves que operaram a bordo.
Nesta 2ª parte, serão cobertas as perdas sofridas e as
vitórias obtidas pelos NAe de escolta aliados durante
o conflito, seu emprego continuado no pós-guerra e
seu legado para a época atual.
30 SEGURANÇA & DEFESA
n EDUARDO ITALO PESCE
A
ntes de entrar nos temas mencionados ao lado, seria oportuno
dedicar um parágrafo para relembrar alguns pontos importantes
já descritos na 1ª parte. Durante a Segunda Guerra Mundial, a
necessidade de dar proteção aérea aos comboios no Atlântico,
em áreas além do alcance da cobertura por aviões baseados em terra,
levou os aliados a recorrerem à conversão ou adaptação de cascos de
navios mercantes, para servirem como NAe de escolta. Além de de-
sempenhar seu papel original na guerra antissubmarino, tais navios
atuaram na defesa aérea dos comboios contra aeronaves de esclareci-
mento marítimo e de ataque, além de dar apoio aéreo a operações an-
fíbias, atuando ainda como “ferry”, para o transporte de aeronaves. Os
resultados obtidos durante o conflito, em todos os teatros (no Atlân-
tico, Ártico, Mediterrâneo, Índico e Pacífico), justificaram plenamente o
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Acima FM-1 Wildcat

decolando do USS Kasaan Bay
CVE-69, classe “Casablanca”,
destacando-se a simplicidade
espartana da “ilha” (Foto: USN).

desenvolvimento dos CVE, produzidos não mais retornou ao serviço. Cinco CVE americanos da classe “Bogue”
Ao fundo USS Sicily (CVE-118, em grande número por diversos esta- operaram com Hunter-Killer Groups no Atlântico. Além do próprio USS
classe “Commencement Bay”, leiros americanos e, em número limi- Bogue (CVE-9), desempenharam papéis de destaque outros três navios:
visto em abril de 1954 (Foto: tado, pelos estaleiros britânicos. Um Card (CVE-11), Core (CVE-13) e Croatan (CVE-25). Por sua vez, o USS
USN).
programa com tais características Block Island (CVE-21), torpedeado em 24 de maio de 1944, foi o único
(que resultou em enorme economia NAe de escolta da U. S. Navy perdido no Atlântico, durante a guerra.
de escala) seria algo quase impensá- Também atuaram no Atlântico, para a proteção dos comboios e na
vel, em tempo de paz. ofensiva contra os U-boats, o USS Santee (CVE-29), único da classe “San-
gamon” a operar no Atlântico, e cinco da classe “Casablanca”: Mission
Perdas e vitórias Bay (CVE-59), Guadalcanal (CVE-60), Tripoli (CVE-64), Solomons (CVE-67)
Durante a guerra, como já dito, foram perdidos três NAe de escolta e Wake Island (CVE-65). Quatro NAe de escolta (ver acima neste artigo)
britânicos e seis americanos, e vários navios deste tipo sofreram ava- operaram com a IV Esquadra dos EUA, sediada no Nordeste brasileiro.
rias. Os britânicos perderam dois por torpedeamento (Audacity em Por seu sucesso em operações no Atlântico, o Bogue e o Card rece-
1941 e Avenger em 1942) e um por incêndio (Dasher em 1943). Torpe- beram a Presidential Unit Citation (Citação Presidencial de Unidade).
deado em 22 de agosto de 1944, o Nabob ficou seriamente avariado e Logo em sua primeira operação, o USS Card, embarcando o Esquadrão

SEGURANÇA & DEFESA 31

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VC-1, foi credi- Acima Excelente vista do

tado com o afun- HMS Campania, (D48), da
damento de classe “Nairana”, com
quatro U-boats. aeronaves Swordfish e
Em operações no Martlet no convés (Foto:
Atlântico, o USS NHHC-Naval History and
Bogue afundou Geritage Command).
um total de 13
submarinos ale-
mães. Um terceiro CVE a receber aquela co-
menda foi o USS Guadalcanal, que conquistou a
distinção de se tornar o único NAe de escolta a
capturar um U-boat intacto, além de afundar ou-
tros três. No dia 4 de junho de 1944, o Guadal-
canal (embarcando o esquadrão VC-58) e os
contratorpedeiros de escolta do Grupo-Tarefa
22.3 localizaram e atacaram o U-505, forçando-o
a se render. Este foi então abordado e conduzido
a reboque para os EUA, como presa de guerra. A
bordo, foi encontrada uma das máquinas deci-
fradoras Enigma que foram capturadas pelos
aliados na guerra.
Em abril/maio de 1943, os bombardeiros B-
24 Liberator do Esquadrão 120 da Royal Air
Force (RAF), assim como os NAe de escolta HMS
Biter e USS Bogue, reforçados pelo HMS Archer,
começaram a operar na proteção de comboios
no Atlântico Norte, o que resultou no afunda-
mento de 13 U-boats. O HMS Biter uniu-se de-
pois aos NAe de escolta britânicos Fencer, Battler
e Pursuer na área próxima a Gibraltar, obtendo
novos sucessos contra
os submarinos e aviões
Ao lado USS Mindoro alemães. De maio de
(CVE-120), em abril de 1943 até o fim da guerra
1952 (Foto: USN). na Europa, em 8 de maio
de 1945, um total de 13

32 SEGURANÇA & DEFESA

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Acima USS Savo Island (CVE- navios britânicos

78), com vários tipos de do tipo Trade Pro-
aeronaves a bordo (Foto: USN, tection CVE opera-
National Archives). ram no Atlântico, e
suas aeronaves
afundaram (diretamente ou em cooperação com ou-
tros meios) 19 U-boats.
Durante a guerra, um total de 249 submarinos
alemães foram postos a pique por aeronaves (inclu-
sive embarcadas em NAe de escolta); 37 foram afun-
dadas por aeronaves e navios em cooperação; 43
foram destruídos por bombardeio aéreo nos portos
ou estaleiros; e 12 destruídos por colisão com minas.
O Comando Costeiro (Coastal Command) da RAF
afundou 155 U-boats, e o Comando de Bombardei-
ros (Bomber Command) destruiu outros 15 em esta-
leiros ou portos; aeronaves da Fleet Air Arm (FAA)
foram responsáveis por 31 afundamentos. Dos 159
U-boats afundados pela U. S. Navy, 83 foram destruí-
dos por aeronaves.
Praticamente todos os NAe de escolta fizeram ao
menos uma viagem como “ferry”, transportando
aeronaves para os diversos teatros da guerra, e
grande número deles fez apenas isso, durante o con-
flito. No Pacífico, onde praticamente não havia
ameaça submarina ja-
ponesa aos comboios
mercantes aliados, o Ao lado Uma rápida olhada
na foto desse navio da classe
emprego de tais na-
“Casablanca” é suficiente para
vios foi algo diferente que se perceba a utilidade
— com ênfase no que os CVE tinham na tarefa
apoio aéreo a opera- de transportar aeronaves para
ções anfíbias (envol- o Teatro de Operações — e
vendo grupos-tarefa possivelmente ainda há mais
compostos por vários aviões dentro do hangar, sob
CVE), mas incluindo a o convoo (Foto: USN).
proteção do “trem da

SEGURANÇA & DEFESA 33

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Acima Melhor armado, mais
fácil de pilotar e com
desempenho muito superior
ao do Wildcat, o Grumman
Hellcat operou a bordo dos
CVE com muito sucesso.
Grande parte dos pilotos
navais americanos o
consideravam o segundo
melhor caça embarcado da
USN no período da Segunda
Guerra, sendo superado
apenas pelo Corsair (Foto:
USN).
Abaixo Visto em março de
1943, o USS Suwanee (CVE-
27) e um dos quatro CVE da
classe “Sangamon”, obtidos a
partir da conversão de navios-
tanque de esquadra da classe
“Cimarron” (Foto: USN).
34 SEGURANÇA & DEFESA
esquadra” durante as operações de
reabastecimento no mar, assim como
a de comboios de tropas em trânsito.
Uma modalidade de emprego típica
daquele teatro foi a constituição de
grupos-tarefa de CVE, para atuar na
reposição das perdas de aeronaves e
pilotos, sofridas pelos grupos aéreos
embarcados nos NAe de esquadra,
lançando aeronaves substitutas que
voariam diretamente para pousar a
bordo de tais NAe.
No dia 25 de outubro de 1944, na
batalha ao largo da Ilha de Samar, no
Golfo de Leyte (Mar das Filipinas), a U.
S. Navy teve cinco NAe de escolta da
classe “Casablanca”, integrantes da
Unidade-Tarefa 77.4.3 (Taffy 3) atingi-
dos (dois afundados e três avariados)
por ataques dos encouraçados e cru-
zadores do Almirante Kurita e por
aeronaves baseadas em terra. O USS
Gambier Bay (CVE-73) foi afundado Acima Um fato relativamente
pelo fogo dos canhões do encoura- pouco conhecido, mas já
çado japonês Yamato (único NAe mencionado na primeira parte
americano, de qualquer tipo, afun- deste trabalho, é que o Corsair
dado por artilharia), enquanto que foi posto em operação pelos
britânicos a bordo de navios-
o USS St. Lo (CVE-63) foi atingido e
aeródromo de escolta antes que
posto a pique por um ataque kami- a USN o fizesse (Foto: USN).
kaze.
Nesse dia, sofreram avarias o
White Plains (CVE-66), o Kalinin Bay (CVE-68) e o Fanshaws Bay (CVE-
70). O USS Kitkun Bay (CVE-71), porém, conseguiu escapar ileso aos
ataques japoneses. Seis outros navios da Taffy 3 foram perdidos ou
avariados, além de um total de 23 aeronaves, resultando em 1.583
mortos ou desparecidos e 913 feridos. Outros navios americanos tam-
bém foram danificados ou perdidos. Contudo, por seu desempenho
nessa batalha, a Taffy 3 foi agraciada com a Presidential Unit Citation.
A U. S. Navy perdeu três outros NAe de escolta durante a guerra: o Lis-
come Bay (CVE-56), torpedeado por um submarino japonês em 24 de
novembro de 1943; o Ommaney Bay (CVE-79), atingido por um kami-
kaze em 4 de janeiro de 1945; e o Bismarck Sea (CVE-95), atingido por
um kamikaze em 21 de fevereiro de 1945. A lista de concessões da PUC
à U. S. Navy na guerra inclui um total de dez CVE. Além desses navios
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individuais, foram também agraciadas a Taffy 3 (ver acima), o Grupo- ceram na USN foram igualmente des- Ao alto Apesar de
Tarefa 22.3 (capitaneado pelo Guadalcanal) e seis grupos-tarefa capi- mobilizados, reconvertidos e repassa- pequenos, os CVE eram
taneados pelo Bogue. Outros sete CVE receberam a Presidential Unit dos ao serviço mercante. Acredita-se capazes de enfrentar mar
Commendation (Comenda Presidencial de Unidade), de valor ligeira- que esta decisão foi, em boa parte, grosso, como mostra o USS
mente inferior ao da Presidential Unit Citation. motivada pela carência extrema de Anzio (CVE-57, classe
navios mercantes após a guerra, de- “Casablanca”) ao ser
No pós-guerra vido às enormes perdas sofridas pela castigado por um tufão a
Após a rendição japonesa, em 1945, diversos navios deste tipo navegação aliada. A conversão ou leste das Filipinas, em 17 de
dezembro de 1944. Na
participaram da Operação “Magic Carpet” (Tapete Mágico), para re- adaptação menos elaborada dos cas-
ocasião, foi impossível evitar
patriação de prisioneiros de guerra liberados dos campos japoneses cos C3 (em comparação com os CVE que pelo menos algumas
e de veteranos desmobilizados. Após a guerra, boa parte dos CVE foi posteriores) os tornava convenientes aeronaves sobressem danos,
rapidamente descartada. Dois navios convertidos pelos britânicos para reversão à sua função original, como o Avenger da foto
foram mantidos: o Nairana (transferido à Holanda em 1945 e rebati- Quanto às demais classes de CVE, acima (Fotos: USN).
zado como Karel Doorman) e o Campania (que serviu à Royal Navy apenas os navios da “Sangamon” foram
como navio de testes, até sua baixa em 1953). Os CVE do tipo C3 reconvertidos em navios-tanque. As
transferidos pelos EUA ao Reino Unido foram devolvidos ao final da unidades das classes “Casablanca” e
Abaixo Interessante visão
guerra e todos, com exceção de um, foram reconvertidos para em- “Commencement Bay” (por terem sido do Combat Information
prego como navios mercantes. construídas desde a quilha como CVE) Center do USS Guadalcanal
Abaixo O Avenger não era um avião A exceção foi o ex-HMS Biter, foram mantidas pela Marinha dos EUA, (CVE-60), que capturou o
pequeno, mas mesmo assim prestou transferido à França em 1946 e em serviço ativo ou na reserva. Vários submarino alemão U-505
excelente serviço a bordo dos CVE rebatizado como Dixmude. Os participaram da Guerra da Coreia em 4 de junho de 1944
americanos (Foto: USN). navios do tipo C3 que permane- (1950-1953), como unidades antissub- (Foto: USN).

SEGURANÇA & DEFESA 35

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marino (embarcando esquadrões da U. S. Navy, equipados com versões
especializadas do Avenger) ou de apoio a operações anfíbias (embar-
cando esquadrões do U.S. Marine Corps, equipados com caças-bom-
bardeiros Corsair). Posteriormente, foram reclassificados como
porta-helicópteros (CVHE) e postos na reserva, ou como transportes
de aeronaves (AKV) — sendo estes últimos operados por tripulações
civis do Military Maritime Transportation Service (MMTS), antecessor
do atual Military Sealift Command (MSC).
Um navio da classe “Casablanca”, o USS Thetis Bay (CVE-90), foi re-
classificado como CVHA-1 em 1956, servindo como o protótipo dos
navios de assalto anfíbio da USN. Reclassificado em 1959 como LPH-
6, deu baixa em 1964. Um segundo navio, o USS Block Island (CVE-
106), da classe “Commencement Bay”, foi designado para conversão
em navio de assalto anfíbio, sendo reclassificado como LPH-1, mas

EM SERVIÇO NA MARINHA REAL BRITÂNICA ENTRE 1941 E 1945 (INCLUSIVE TRANSFERIDOS PELOS EUA)
Classe
“Audacity” (1 unidade)
“Activity” (1 unidade)
“Nairana” (3 unidades)
“Pretoria Castle”(1 unidade)
“Archer” (1 unidade)
“Avenger” (3 unidades
efetivamente
transferidas)
“Attacker”(11 unidades)
‘Ruler” (23 unidades,
também designadas
como classe“Ameer”)
QUADRO Nº 1:
NAVIOS-AERÓDROMO DE ESCOLTA DA II GUERRA MUNDIAL
Nome / Indicativo Início da conversão / Construção Mostra de armamento Observações / Perdas
e incorporação à RN
Audacity (D10) 29/03/1939 (Alemanha) 26/06/1941 Afundado pelo U-751 em 21/12/1941.
Activity (D94/R301) 01/02/1940 (Reino Unido) 1944 Indicativo R301 atribuído para serviço no Pacífico.
Nairana (D05) 20/05/1943 (Reino Unido) 12/12/1943 Nairana transferido à Holanda após a guerra
Vindex (D15/R319) 01/07/1942 (Reino Unido) 03/12/1943 e rebatizado Karel Doorman.
Campania (D48) 01/07/1943 (Reino Unido) 03/12/1943 Indicativo R319 atribuído ao Vindex
para serviço no Pacífico.
Pretoria Castle (F61) 12/10/1938 (Reino Unido) 09/04/1943 Empregado apenas no adestramento de pilotos,
com o indicativo“F”.
Archer (D78), ex-BAVG-1 1941 (EUA) 18/11/1941 Sem nome americano.
Avenger (D14), ex-BAVG-2 27/11/1940 (EUA) 02/02/1942 Biter transferido à França após a guerra e rebatizado Dixmude.
Biter (D97), ex-BAVG-3 08/12/1940 (EUA) 01/05/1942 Charger retransferido para USN como USS Charger (CVE-30)
Charger (D27), ex-BAVG-4 01/03/1941 (EUA) – em 03/03/1942, para uso no adestramento de pilotos.
(transferência cancelada) Avenger perdido em 15/11/1942 e Dasher em 27/03/1943.
Dasher (D37), ex-BAVG-5 12/04/1941 (EUA) 01/07/1942
Tracker (D24/R317), ex-BAVG-6 03/11/1941 (EUA) 31/01/1943 Tracker, Searcher e Ravager não receberam nomes americanos.
Attacker (D02), ex-Barnes (CVE-7) 17/04/1941 (EUA) 10/10/1942 Tracker considerado protótipo das classes“Attacker/Bogue” e
Battler (D18), ex-Altamaha (CVE-6) 15/04/1941 (EUA) 15/11/1942 “Ruler/Prince William”. Indicativos“R”
Stalker (D91), ex-Hamlin CVE-15) 06/10/1941 (EUA) 30/12/1943 atribuídos para serviço no Pacífico.
Hunter (D80), ex-Block Island (CVE-8) 22/05/1942 (EUA) 11/01/1943
Fencer (D64/R308), ex-Croatan (CVE-14) 05/09/1941 (EUA) 20/03/1943
Searcher (D40), ex-CVE-22 (sem nome) – 07/04/1943
Chaser (D32/R306), ex-Breton (CVE-10) 28/06/1941 (EUA) 09/04/1943
Ravager (D70), sem nome
nem indicativo na USN 11/04/1942 (EUA) 26/04/1943
Striker (D12/R315),
ex-Prince William (CVE-19) 15/12/1941 (EUA) 29/04/1943
Pursuer (D73 R309),
ex-St.George (CVE-17) 31/07/1941 (EUA) 14/06/1943
Slinger (D26/R313),ex-Chatham (CVE-32) 25/05/1942 (EUA) 11/08/1943 Segundo Prince William (CVE-31) mantido em
Atheling (D51/R304), ex-Glacier (CVE-33) 09/06/1942 (EUA) 31/07/1943 serviço pela Marinha dos EUA. Nabob e Puncher
Emperor (D98/R307), ex-Pybus (CVE-34) 23/06/1942 (EUA) 06/08/1943 operados por tripulações canadenses.
Ameer (D01/R302), ex-Baffins (CVE-35) 18/07/1942 (EUA) 20/07/1943 Indicativos“R” (excepcionalmente“A”)
Begum (D38 R305), ex-Bolinas (CVE-36) 03/08/1942 (EUA) 02/08/1943 atribuídos para serviço no Pacífico).
Trumpeter (D09/R318),ex-Bastian (CVE-37) 25/08/1942 (EUA) 04/08/1943
Empress (D42), ex-Carnegie (CVE-38) 09/09/1942 (EUA) 09/08/1943
Khedive (D62), ex-Cordova (CVE-39) 30/12/1942 (EUA) 25/08/1943
Speaker (D90/R314),ex-Delgada (CVE-40) 09/10/1942 (EUA) 20/11/1943
Nabob (D77), ex-Edisto (CVE-41) 20/10/1942 (EUA) 07/09/1943
Premier (D23), ex-Estero (CVE-42) 31/10/1942 (EUA) 03/11/1943
Shah (D21/R312),ex-Jamaica (CVE-43) 13/11/1942 (EUA) 27/09/1943
Patroller (D07),ex-Keeweenaw (CVE-44) 27/11/1942 (EUA) 25/10/1943
Rajah (D10/R310), ex-Prince (CVE-45) 17/12/1942 (EUA) 17/01/1944
Ranee (D03/R323), ex-Niantic (CVE-46) 05/01/1943 (EUA) 08/11/1943
Trouncer (D85), ex-Perdido (CVE-47) 01/01/1943 (EUA) 31/01/1944
Thane (D48/R316), ex-Sunset (CVE-48) 22/02/1943 (EUA) 19/11/1943
Queen (D19/R320),ex-St.Andrews (CVE-49) 12/03/1943 (EUA) 07/12/1943
Ruler (D7/R311/A731),ex-St.Joseph (CVE-50) 21/03/1943 (EUA) 22/12/1943
Arbiter (D31/R303),ex-St.Simon (CVE-51) 26/04/1943 (EUA) 31/12/1943
Smiter (D55/R321),ex-Vermillion (CVE-52) 10/05/1943 (EUA) 20/01/1944
Puncher (D79), ex-Willapa (CVE-53) 21/05/1943 (EUA) 05/02/1944
Reaper (D82/R324), ex-Winjah (CVE-54) 05/06/1943 (EUA) 21/02/1944

36 SEGURANÇA & DEFESA

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sua modificação foi cance-

lada em favor da construção Ao lado O USS Thetis Bay
de unidades novas (que vi- (ex-CVE-90) em dois
riam a constituir a classe “Iwo momentos de sua carreira: na
Jima”). Vários AKV atuaram no foto superior, em 1956, como
transporte de aeronaves CVHA-1; na inferior, em 1963,
americanas para o Sudeste como LPH-6 (observe-se o
convoo com as marcações
Asiático, durante a Guerra do
para pouso de helicópteros)
Vietnã. Em 1964, o USNS Card
— comentários adicionais
( T-AKV-40) foi afundado por
podem ser encontrados na 1ª
ação de mergulhadores viet-
parte deste artigo, na edição
congs, no porto de Saigon
nº135 (Fotos: USN).
(Vietnã), sendo posterior-
mente reflutuado, reparado e
recolocado em serviço. Alguns destes navios sobreviveram
até o início dos anos 80. Infelizmente, apesar de sua bri-
lhante folha de serviços (que incluiu a participação em
três guerras), nenhum NAe de escolta de qualquer classe
foi preservado como navio-museu.

Conclusão
O legado do CVE é hoje representado pelos NAe de pe-
queno e médio porte, que operam com helicópteros e
aeronaves do tipo STOVL (Short Take-Off/Vertical Landing),
de decolagem curta (geralmente com o auxílio de uma
rampa “Ski-Jump”) e pouso vertical. Este legado também
inclui os navios de assalto anfíbio dotados de convoo cor-
rido para helicópteros e (opcionalmente) aeronaves STOVL.
Tais navios já foram exaustivamente abordados, em traba-
lhos anteriores do autor. A di-
ferença fundamental entre
estes e os NAe de escolta da Ao lado Um bombardeiro de
Segunda Guerra Mundial é mergulho e torpedeiro Fairey
Barracuda iniciando a corrida
que os CVE, embora menores
de decolagem no HMS
e mais lentos, operavam basi- Trumpeter, com o auxílio de
camente com os mesmos RATO (Foto Royal Navy).
tipos de aeronave embarca-
dos nos NAe de esquadra, en-
quanto que seus sucessores necessitam de tipos
específicos de aeronave. Apenas os helicópteros podem
operar sem restrições e sem necessitar de sistemas para
lançamento e recuperação, em qualquer navio que dispo-
nha de um convoo de dimensões adequadas.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os aliados utili-
zaram cascos de tipo mercante, para produzir navios de
guerra econômicos e efica-
zes. Isso é perfeitamente
possível hoje, mesmo sem Ao lado Bombardeiros de
mergulho Douglas SBD
adotar soluções extremas —
Dauntless preparando-se
como a instalação de um para decolar de um CVE
convoo corrido em navios (Foto: USN).
mercantes Roll-On-Roll-Off
(RO-RO) ou porta-contêine-
res. O atual porta-helicópteros multipropósito (PHM)
Atlântico, da Marinha do Brasil (ex-HMS Ocean britânico),
assim como os navios de assalto da classe “Mistral” fran-
cesa, tiveram seus cascos projetados segundo especifi-
cações comerciais, a fim de facilitar sua construção. Tal
solução, que pode proporcionar substancial economia
de recursos, é viável em tempo de paz. Considerando

SEGURANÇA & DEFESA 37

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MANTIDOS EM SERVIÇO PELA MARINHA DOS EUA ENTRE 1941 E 1945 E NO PÓS-GUERRA
Classe
“Long Island” (1 unidade)
“Bogue” (10 unidades)
“Sangamon” (4 unidades)
“Charger” (1 unidade)
“Prince William”(1 unidade)
“Casablanca” (50 unidades)
Anzio (CVE-57), ex-Coral Sea, ex-Alikula Bay
St.Lo (CVE-63), ex-Midway, ex-Chapin Bay
38 SEGURANÇA & DEFESA
QUADRO Nº 2A:
NAVIOS-AERÓDROMO DE ESCOLTA DA II GUERRA MUNDIAL
Nome / Indicativo
Long Island (CVE-1)
Bogue (CVE-9)
Card (CVE-11)
Copahee (CVE-12)
Core (CVE-13)
Nassau (CVE-16)
Altamaha (CVE-18)
Barnes (CVE-20)
Block Island (CVE-21)
Breton (CVE-23)
Croatan (CVE-25)
Sangamon (CVE-26)
Suwanee (CVE-27)
Chenango (CVE-28)
Santee (CVE-29)
Charger (CVE-30), ex-BAVG-4
Prince William (CVE-31)
Casablanca (CVE-55)
Liscome Bay (CVE-56)
Corregidor (CVE-58)
Mission Bay (CVE-59)
Guadalcanal (CVE-60)
Manila Bay (CVE-61)
Natoma Bay (CVE-62)
Tripoli (CVE-64)
Wake Island (CVE-65)
White Plains (CVE-66)
Solomons (CVE-67)
Kalinin Bay (CVE-68)
Kasaan Bay (CVE-69)
Fanshaw Bay (CVE-70)
Kitkun Bay (CVE-71)
Tulagi (CVE-72)
Gambier Bay (CVE-73)
Nehenta Bay (CVE-74)
Hoggatt Bay (CVE-75)
Kadashan Bay (CVE-76)
Marcus Island (CVE-77)
Savo Island (CVE-78)
Ommaney Bay (CVE-79)
Petrof Bay (CVE-80)
Rudyerd Bay (CVE-81)
Saginaw Bay (CVE-82)
Sargent Bay (CVE-83)
Shamrock Bay (CVE-84)
Shipley Bay (CVE-85)
Sitkoh Bay (CVE-86)
Steamer Bay (CVE-87)
Cape Esperance (CVE-88)
Takanis Bay (CVE-89)
Thetis Bay (CVE-90)
Makassar Strait (CVE-91)
Windham Bay (CVE-92)
Makin Island (CVE-93)
Lunga Point (CVE-94)
Bismarck Sea (CVE-95)
Salamaua (CVE-96)
Hollandia (CVE-97)
Kwajalein (CVE-98)
Admiralty Islands (CVE-99)
Bougainville (CVE-100)
Matanikau (CVE-101)
Attu (CVE-102)
Roi (CVE-103)
Munda (CVE-104)
Início da conversão / Construção Mostra de armamento Observações / Perdas
e incorporação à USN
07/07/1939 a 11/01/1940 02/06/1941 Casco MARCOM tipo C3.
01/10/1941 a 15/01/1942 26/09/1942 Cascos MARCOM tipo C3.
27/10/1941 a 27/02/1942 08/11/1942 Block Island (CVE-21) perdido em 24/05/1944.
18/06/1941 a 21/10/1941 15/06/1942
02/01/1942 a 15/05/1942 08/11/1942
27/11/1941 a 04/04/1042 20/08/1942
19/12/1941 a 22/05/1942 15/09/1942
19/01/1942 a 02/05/1942 20/02/1943
19/01/1942 a 01/05/1942 08/03/1943
25/02/1942 a 27/06/1942 12/04/1943
15/04/1942 a 01/08/1942 28/04/1943
13/03/1939 a 04/11/1939 25/08/1942 Navios-tanque de esquadra da classe “Cimarron”
03/06/1938 a 04/03/1939 24/09/1942 convertidos. Cascos MARCOM tipo T3.
10/07/1938 a 01/04/1939 19/09/1942
31/05/1938 a 04/03/1939 24/08/1942
19/01/1940 a 01/03/1941 03/03/1942 Casco MARCOM tipo C3. Única unidade da classe
“Avenger” que não foi transferida aos britânicos.
18/05/1942 a 23/08/1942 09/04/1943 Casco MARCOM tipo C3. Segundo navio a receber
este nome.Transferência aos britânicos cancelada.
03/11/1942 a 05/04/1943 08/07/1943 Produzidos em série. Cascos MARCOM tipo S4-S2-BB3.
09/12/1942 a 19/04/1943 07/08/1943 Guadalcanal (CVE-60) capturou U-505 intacto em
12/12/1942 a 01/05/1943 27/08/1943 04/06/1944. Alikula Bay incorporado originalmente
17/12/1942 a 12/05/1943 31/08/1943 como Coral Sea em 1943 e rebatizado como Anzio
28/12/1942 a 26/05/1943 13/09/1943 (CVE-57) em 1944. Chapin Bay incorporado como
05/01/1943 a 05/06/1943 25/09/1943 Midway em 1943 e rebatizado como St.Lo (CVE-63)
15/01/1943 a 10/07/1943 05/10/1943 em 1944. Construção do Kasaan Bay (CVE-69)
15/01/1943 a 10/07/1943 14/10/1943 originalmente iniciada como navio-tanque tipo
23/01/1943 a 17/08/1943 23/10/1943 S4-S2-BB3. Liscome Bay (CVE-56) perdido em 24/11/1943,
01/02/1943 a 13/07/1943 31/10/1943 St.Lo (CVE-63) e Gambier Bay (CVE-73) em 25/10/1944,
06/02/1943 a 15/09/1943 07/11/1943 Ommaney Bay (CVE-79) em 04/01/1945 e Bismarck Sea
11/02/1943 a 27/09/1943 15/11/1943 (CVE-95) em 21/02/1945.
19/03/1943 a 06/10/1943 21/11/1943
26/04/1943 a 15/10/1943 27/11/1943
05/1943 a 24/10/1943 04/12/1943
18/05/1943 a 01/11/1943 09/12/1943
03/05/1943 a 08/11/1943 15/12/1943
07/06/1943 a 15/11/1943 21/12/1943
10/07/1943 a 22/11/1943 28/12/1943
20/05/1943 a 28/11/1943 03/01/1944
17/08/1943 a 04/12/1943 11/01/1944
02/09/1943 a 11/12/1943 18/01/1944
15/09/1943 a 16/12/1943 28/01/1944
27/09/1943 a 22/12/1943 03/02/1944
06/10/1943 a 29/12/1943 11/02/1944
15/10/1943 a 15/01/1944 18/02/1944
24/10/1943 a 12/01/1944 25/02/1944
01/11/1943 a 19/01/1944 02/03/1944
08/11/1943 a 31/01/1944 09/03/1944
15/11/1943 a 04/02/1944 15/03/1944
22/11/1943 a 19/02/1944 21/03/1944
23/11/1943 a 26/02/1944 28/03/1944
04/12/1943 a 26/02/1944 04/04/1944
11/12/1943 a 03/03/1944 09/04/1944
16/12/1943 a 10/03/1944 15/04/1944
22/12/1943 a 16/03/1944 21/04/1944
29/12/1943 a 22/03/1944 27/04/1944
05/01/1944 a 29/03/1944 03/05/1944
12/01/1944 a 05/04/1944 09/05/1944
19/01/1944 a 11/04/1944 14/05/1944
31/01/1944 a 17/04/1944 20/05/1944
04/02/1944 a 22/04/1944 26/05/1944
12/02/1944 a 28/04/1944 01/06/1944
19/02/1944 a 04/05/1944 07/06/1944
26/02/1944 a 10/04/1944 13/06/1944
03/03/1944 a 16/05/1944 18/06/1944
10/03/1944 a 22/05/1944 24/06/1944
16/03/1944 a 27/05/1944 30/06/1944
22/03/1944 a 02/06/1944 06/07/1944
29/03/1944 a 27/05/1944 08/07/1944
Matéria CVE 2.qxp 16/11/19 11:27 Page 39

que Marinhas de tamanho médio normalmente empre-

gam seus navios de porte modesto, dotados de convoo
corrido, como plataformas
de controle de área marí-
tima (com reduzida capa- Ao lado Os navios-aeródromo
cidade ofensiva) e como de escolta eram armados com
navios de assalto anfíbio, a um número considerável de
opção por unidades sim- canhões antiaéreos automáticos.
ples e austeras (possivel- As peças de 40mm do USS
Makin Island (CVE-93) são vistas
mente operando com
durante um exercício, em 21 de
aeronaves STOVL) merece março de 1945 (Foto: USN).
ser considerada. n

Ao fundo O HMS Audacity foi o primeiro

CVE da Royal Navy, sendo torpedeado e
afundado em 21 dezembro de 1941 pelo
submarino alemão U-751. A ausência da
“ilha” é evidenciada na foto (Foto: IWM).

QUADRO Nº 2B:
NAVIOS-AERÓDROMO DE ESCOLTA DA II GUERRA MUNDIAL
MANTIDOS EM SERVIÇO PELA MARINHA DOS EUA ENTRE 1941 E 1945 E NO PÓS-GUERRA
Classe Nome / Indicativo Início da conversão / Construção Mostra de armamento Observações / Perdas
e incorporação à USN
“Commencement Bay” Commencement Bay (CVE-105) 23/09/1943 a 09/05/1944 27/11/1944 Produzidos em série. Cascos MARCOM tipo T3.
(19 unidades concluídas) Block Island (CVE-106) 25/10/1943 a 10/06/1944 30/12/1944 Block Island (CVE-106) foi o terceiro a receber este nome,
Gilbert Islands (CVE-107) 29/11/1943 a 20/07/1944 05/02/1945 anteriormente atribuído ao CVE-8 (transferido aos
Kula Gulf (CVE-108) 16/12/1943 a 15/08/1944 12/05/1945 britânicos) e ao CVE-21 (perdido no Atlântico em 1944).
Cape Gloucester (CVE-109) 10/01/1944 a 12/09/1944 05/03/1945 Sete unidades foram incorporadas após a rendição do
Salerno Bay (CVE-110) 07/02/1944 a 26/09/1944 19/05/1945 Japão, ocorrida em 02/09/1945. Duas unidades nunca
Vella Gulf (CVE-111) 07/03/1944 a 19/10/1944 09/04/1945 foram incorporadas, seguindo diretamente para a reserva.
Siboney (CVE-112) 01/04/1944 a 09/11/1944 14/05/1944
Puget Sound (CVE-113) 12/05/1944 a 20/09/1944 18/05/1945
Rendova (CVE-114) 15/06/1944 a 29/12/1944 22/10/1945
Bairoko (CVE-115) 25/07/1944 a 25/01/1945 16/07/1945
Badoeng Strait (CVE-116) 18/08/1944 a 15/02/1945 14/11/1945
Saidor (CVE-117) 29/09/1944 a 17/03/1945 04/09/1945
Sicily (CVE-118) 23/10/1944 a 14/04/1945 27/02/1946
Point Cruz (CVE-119) 04/12/1944 a 18/05/1945 16/10/1945
Mindoro (CVE-120) 02/01/1945 a 27/06/1945 04/12/1945
Rabaul (CVE-121) 29/01/1945 a 14/06/1945 –
Palau (CVE-122) 19/02/1945 a 06/08/1945 15/01/1946
Tinian (CVE-123) 20/03/1945 a 05/09/1945 –
“Commencement Bay” Bastogne (CVE-124) 02/04/1945 Construção interrompida antes do lançamento.
(4 unidades Eniwetok (CVE-125) 20/04/1945
não concluídas) Lingayen (CVE-126) 01/05/1945
Okinawa (CVE-127) 22/05/1945
“Commencement Bay” CVE-128 a CVE-139 – – Canceladas antes do início da construção.
(12 unidades canceladas)

SEGURANÇA & DEFESA 39