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Hipotermoterapia ou Crioterapia

 A crioterapia é um dos recursos mais baratos e amplamente

recomendado no tratamento imediato de lesões musculares

esqueléticas. O principal objetivo da utilização da

crioterapia é o de minimizar seqüelas adversas que estão

relacionadas ao processo de lesão (dor, edema, hemorragia,

espasmo muscular) e principalmente, reduzir a área de

lesão secundária.
Crioterapia X Inflamação

 Processo inflamatório é uma reação do organismo a


uma lesão dos tecidos. Em um processo inflamatório a
região atingida fica avermelhada e quente, isto ocorre
devido a um aumento do fluxo do sangue (mediado pela
histamina) para o local, na área inflamada. Também ocorre
o acúmulo de células provenientes do sistema imunológico
(leucócitos, macrófagos e linfócitos),com dor localizada
mediada por certas substâncias químicas (Bradicinina)
produzidas pelo organismo.
Crioterapia X Inflamação

 O aumento do fluxo do sangue produz edema que ocorre a

partir do aumento da permeabilidade vascular aos

componentes do sangue, o que leva ao extravasamento do

líquido intravascular para o espaço intersticial extra-celular


Crioterapia X Inflamação
Crioterapia X Inflamação
Crioterapia X Inflamação
Crioterapia X Inflamação

 As respostas fisiológicas à lesão primária podem levar a

uma lesão secundária. A área inflamada passa a ser mal

oxigenada em virtude do aumento da pressão

extravascular devido ao edema desenvolvido. A

diminuição da oxigenação pode levar á morte dos

tecidos envolvidos na inflamação, promovendo a lesão

por hipóxia secundária.


Crioterapia X Inflamação

 As células sem oxigênio utilizam seu próprio metabolismo

anaeróbico que é de curta duração. Em pouco tempo

entram em processo de acidose e morrem. Daí forma-se

maior quantidade de tecidos mortos, que se somam ao

hematoma. A quantidade de tecido lesado aumenta.


Crioterapia X Inflamação

 A hipóxia secundária pode, desta forma, perpetuar o

quadro inflamatório e produzir edema de instalação

lenta.

 Evitar a hipóxia secundária significa reduzir a extensão

da área lesada, propiciando uma menor quantidade das

células da inflamação e menor área para ser reparada .


Crioterapia X Inflamação
Crioterapia X Inflamação

 A crioterapia reduz os riscos de lesão por hipoxia


secundária se aplicado logo após as lesões traumáticas,
pois diminui as necessidades de oxigênio das células
localizadas na região traumática em virtude de
diminuição da oferta de sangue.

 Guirro e col. (1999), relatam que em 37°C uma célula

apresenta um consumo máximo de oxigênio (100%),


sendo que a 15°C a sua necessidade reduz a 10%.
Hipotermoterapia ou Crioterapia

 O calor sempre se desloca do corpo que tem maior energia

térmica para ao corpo com menor quantidade, ou seja, os

corpos com maior energia térmica cedem calor e os que tem

menor energia térmica absorvem calor.


Hipotermoterapia ou Crioterapia

 A retirada de calor do corpo induz os tecidos a um estado

de hipotermia, com uma redução da taxa metabólica local,

promovendo assim, uma redução das necessidades de

oxigênio pela célula, preservando-a e permitindo que ela

possa ser recuperada, sem lhe adicionar mais danos do que

aqueles já instalados pela lesão primária.


Efeitos fisiológicos

 No metabolismo no tecido: A redução do


metabolismo é um dos principais efeitos fisiológicos das
aplicações do frio. À redução da temperatura e do
metabolismo dá-se o nome de hipotermia.

 O objetivo principal da hipotermia é reduzir a atividade

metabólica dos tecidos envolvidos, para que aqueles que


estejam lesados, ou recebendo pouco oxigênio, tenha uma
melhor condição de sobrevivência.
Efeitos fisiológicos

 Vasoconstricção nos vasos sanguíneos cutâneos: há

uma vasoconstricção imediata dos vasos sanguíneos


cutâneos, mostrada pela ocorrência de uma palidez. A
velocidade em que essa vasoconstricção ocorre indica que é
um reflexo do sistema nervoso autônomo disparado pela
estimulação dos receptores térmicos na pele. A viscosidade
sanguínea aumenta devido ao resfriamento e isto também
contribui para a redução da perfusão sanguínea
Efeitos fisiológicos

 Vasoconstricção nos vasos sanguíneos de tecidos

profundos: Tecidos mais profundos tendem a resfriar e

reaquecer mais lentamente que a pele e tecidos superficiais

a 1 cm ou menos. Um tempo maior de resfriamento para

tecidos mais profundos sugere que 20 minutos é um tempo

mais apropriado para resfriamento profundo.


Efeitos fisiológicos

 Vasoconstricção nos vasos sanguíneos de tecidos

profundos: Para que seja atingido o resfriamento

muscular em indivíduos magros, são necessários no

mínimo 10 minutos, sendo que em indivíduos obesos este

tempo sobe para 30 minutos, pois somente com esse tempo

o resfriamento consegue ultrapassar a camada de gordura.


Efeitos fisiológicos

 Sobre os nervos: Através da diminuição da


neurocondução. O uso da crioterapia faz com que haja uma
aumento da duração do potencial de ação nos nervos
sensoriais e, consequentemente, um aumento do
período refratário, levando a uma diminuição do
número de fibras nervosas que despolarizarão no
mesmo período de tempo, e consequentemente, ocorrerá
uma diminuição na frequência de transmissão de impulsos
nervosos.
Efeitos Terapêuticos

 Sobre a dor: Ocorre diminuição da dor por 2


mecanismos: pela elevação do limiar de dor e pela
eliminação da causa (edema ou espasmo muscular).

 A diminuição da nerurocondução, aumenta o limiar de

excitabilidade nervosa de acordo com o tempo de aplicação,


ou seja, quanto maior o tempo, menor será a transmissão
dos impulsos relacionados a temperatura, o que poderá
gerar a diminuição da sensibilidade dolorosa.
Efeitos Terapêuticos

 Sobre a dor - Quando o gelo é aplicado, ocorre

estimulação dos receptores térmicos que utilizam a via

espino-talâmico lateral, uma das quais transmite os

estímulos dolorosos.

 A ordem de sensação, quando da aplicação do gelo é:

formigamento, cócegas, frio, dor e perda do tato


Efeitos Terapêuticos

 Sobre o mecanismo neuromuscular /


Espasticidade - o frio reduz os impulsos excitatórios
do fuso muscular, junção neuromuscular e nervos
periféricos, promovendo o relaxamento muscular e
reduzindo, assim, a espasticidade.

 Deve ser aplicado previamente a cinesioterapia e seu de

relaxamento da espasticidade perdura de 30 minutos a 2


horas
Efeitos Terapêuticos

 Sobre o mecanismo neuromuscular / Espasmo

muscular - O resfriamento limita a velocidade de


condução nervosa das fibras Ia e II e também inibe o
neurônio motor gama, diminuindo assim o arco reflexo
miotático. O efeito direto do gelo sobre o fuso muscular leva
a uma diminuição da sensibilidade fusal e do reflexo
tendinoso e explicam o uso do gelo para diminuição do
tônus muscular
Efeitos Terapêuticos

 Sobre a inflamação - a inflamação é constituída pelos

seguintes sinais e sintomas: dor, hipertermia, rubor, edema

e perda da função.

 A ação antiinflamatória da crioterapia ocorre devido à

diminuição do metabolismo na área lesada, além de se opor

à vasodilatação inflamatória.
Efeitos Terapêuticos

 Sobre a inflamação - O uso da crioterapia na fase


aguda da inflamação causada por traumatismo fechado é
eficaz, por atenuar alguns sinais e sintomas da inflamação,
como a dor, o calor, a formação do edema e por
diminuir o espasmo muscular do paciente, promovendo,
desta forma, um retorno mais precoce às atividades da
vida diária. Seus efeitos terapêuticas parecem estar
ligados principalmente à prevenção da lesão hipóxica
secundária.
Efeitos Terapêuticos

 Sobre o edema - A vasoconstrição arteriolar associado

a um menor fluxo sanguíneo, contribuem para a

redução da hemorragia e do edema.

 A crioterapia impede a acentuação do edema por tornar o

sangue mais viscoso e diminuir a permeabilidade celular.

 A crioterapia diminui a liberação das substâncias que

perpetuam a inflamação (histamina)


Efeitos Terapêuticos

 Sobre a propriedade dos tecidos: A crioterapia diminui a

extensibilidade dos tecidos moles.

 EX: O aumento do limiar da dor pela diminuição da velocidade

da condução nervosa beneficiam o alongamento muscular, em


contrapartida, a diminuição da extensibilidade do tecido
conectivo atua reduzindo a flexibilidade.

 Outro fator fisiológico está no líquido encontrado nas


articulações do corpo, o líquido sinovial. Ele fica mais espesso
com o frio e pode limitar os movimentos.
Vasodilatação Induzida pelo Frio

 Este é um tema que gera muita controvérsia entre os

autores. Inicialmente temos uma vasoconstricção e entorno

de 5 minutos acontece uma vasodilatação. Essa é então

interrompida por outro episódio de vasoconstrição e

subseqüentes ondas de aumento e diminuição do fluxo

sangüíneo local. Esse fenômeno é conhecido como

vasodilatação induzida pelo frio (VDIF)


Vasodilatação Induzida pelo Frio

 A vasodilatação induzida pelo frio é uma reação de

proteção aos tecidos dos danos causados pelo resfriamento

prolongado e relativa isquemia.


Hiperemia

 Há uma diferença acentuada na aparência do eritema de


pele devido à VDIF em comparação com aquele produzido
pelo aquecimento da pele. Na VDIF a pele tem uma cor
vermelha mais viva devido à presença de mais
oxiemoglobina e menos hemoglobina reduzida no sangue.
 A razão para isso é que a baixas temperaturas ocorre um
desvio na curva de dissociação do oxigênio de modo que o
sangue tende a reter seu oxigênio, com a oxiemoglobina se
dissociando menos prontamente.
Técnicas de aplicação

CRIOTERAPIA
Bolsas de gelo
Bolsas de gelo

 A bolsa de borracha consiste na mistura de gelo e água, a

mais ou menos 4ºC, que, para maior conforto do paciente,

deve acompanhar o contorno da parte do corpo sobre a

qual está sendo aplicada.

 Temperatura da bolsa: aproximadamente 5ºC e 2ºC

 Local de aplicação: qualquer região do corpo

 Tempo de aplicação: 20 min


Compressa fria (água fria) ou Panqueca fria (gelo)
Compressa fria (água fria) ou Panqueca fria (gelo)

 A panqueca fria é utilizada com freqüência por pessoas em suas

casas.

 Na compressa fria molhamos uma toalha em água fria e

dobramos em forma de uma compressa.

 Na panqueca fria executamos o mesmo procedimento da

compressa fria, só que adicionamos, dentro da toalha, gelo


moído e dobramo-la em forma de uma panqueca, de acordo com
a configuração anatômica da área a ser tratada. O tempo de
utilização eficaz é cerca de 30 min.
Banho de Imersão
Banho de Imersão

 O banho de imersão é utilizado para imersão, em água

gelada, de um segmento corporal. Normalmente se usa


um recipiente grande, que possa conter o segmento a
ser tratado, cheio de água, e onde são adicionadas. pedras
de gelo, até que chegue à temperatura desejada para a
terapia; 1ºC a 5ºC para áreas menores e 10ºC a 15ºC
para áreas maiores. Normalmente utiliza-se 30 min de
imersão para pequenas áreas e 20 min para áreas maiores
Pacote de gelo
Pacote de gelo

 A técnica crioterápica que utiliza o pacote de gelo é

produzida através da colocação de gelo dentro de um saco

plástico de textura fina. O gelo colocado dentro do saco

plástico deve ser moído ou triturado. Devemos evitar o

gelo em cubo, pois dificulta a moldagem em extremidades.

Retiramos o ar de dentro do saco plástico, fechando-o em

seguida para a sua aplicabilidade.


Spray
Spray

 O Spray é uma técnica de resfriamento que promove a


redução da dor, agindo como um contra-irritante, ou seja,
modificando a entrada sensorial da dor.
 À aplicação tópica no controle da dor miofascial,
movimento limitado, espasmo muscular e controle de
dor, lesões no esporte, torcicolo, espasmo muscular
associado à osteoartrite, entorse do tornozelo etc.
 A aplicação deve ser feita a uma distancia de 20 a 30cm e
deve-se tomar cuidado com os olhos e inalação
Banho de Contraste
Banho de Contraste
Crioimersão corporal
Crioimersão corporal

 A crioimersão consiste na imersão do corpo ou segmento corporal

em água com gelo. Esta técnica de crioterapia vem sendo

amplamente utilizada por diversos atletas, inclusive por

lutadores, com objetivo de reduzir dores musculares, edemas e

otimizar a recuperação pós-treino. Porém, os benefícios da

crioimersão ainda não foram cientificamente comprovados.


Crioimersão corporal

 Num estudo publicado pelo British Journal of Sports Medicine,


40 indivíduos foram divididos em 2 grupos, um grupo foi
submetido à imersão em água gelada (±5º) e o outro em água
morna (±24º)

 Foram avaliadas: dor, sensibilidade, edema, força e função


dos participantes após 24, 48 e 72 horas da intervenção.
Não foram evidenciadas diferenças significativas entre os
grupos. Portanto, novas pesquisas devem ser realizadas a
fim de comprovar os benefícios da crioimersão.
Crioestimulação

 A aplicação do frio de curta duração sobre a pele induz no

músculo que a atividade da unidade motora aumente

facilitando a contração voluntaria em pacientes com

parestesia de origem central. A pele e o músculo subjacente

formam uma unidade funcional, 0 qual torna possível

estimular o músculo através da pele.


Crioestimulação

 Técnica: Pega-se um pedaço de gelo (que caiba na


mão) que não possua superfícies pontiagudas, passe, de
forma vigorosa, de 1 a 3 vezes sobre o músculo
comprometido, no sentido da contração muscular, e
solicite ao paciente que contraia o músculo estimulado em
seguida.
 Pode-se associar com a crioestimulação, o reflexo de
estiramento e o tapping, visando potencializar a
estimulaçãomuscular
Protocolo PRICES

 P = Proteção para futuros danos.

 R = Repouso para evitar irritação prolongada.

 I = Gelo (Ice) para controlar a dor, hemorragia e edema.

 C = Compressão para apoio e controle de aumento de

volume

 E = Elevação para diminuir a hemorragia e o edema

 S = Suporte para estabilizar a parte lesionada


Protocolo PRICES
Polar Care
Indicações

 Edemas em geral;

 Síndromes dolorosas miofascial;

 Trauma agudo, coto de amputados;

 Condições inflamatórias.

 Pré-cinésioterapia

 Bursite/tendinite/capsulite

 Artrite reumatoide

 Espasticidade
Contra-Indicações

 Hipersensibilidade ao frio

 Urticária ao frio

 Acrocianoses (doença vascular que deixa a pele das mãos

com uma coloração azulada ou roxa (cianose)

 Doença de Raynaud (doença que afeta o fluxo sanguíneo

nas extremidades do corpo humano quando submetidos a


uma mudança de temperatura inferior)

 Alterações circulatórias

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