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Estudo Comparativo de Alunos com Problemas Auditivas: (Caso da Escola Primária

do 1º e 2º grau de Inhamussua-B e Escola Secundária de Chambone)

Licenciatura em Ciências de Educação

Universidade Save

Maxixe

2023
Carla Manuel Bata

Cartivina Hilário

Estudo Comparativo de Alunos com Problemas Auditivas (Caso da Escola Primária


do 1º e 2º grau de Inhamussua-B e Escola Secundária de Chambone)

Trabalho submetido à Faculdade de


Ciências e Psicologia para avaliação
Educação Comparada.

Docente: PhD Rafael Zunguze

Universidade Save

Maxixe

2023
Índice

Introdução...................................................................................................................................3
Aspectos do Estudo.....................................................................................................................4
1. Objectivos............................................................................................................................4
1.1. Geral.................................................................................................................................4
1.2. Específicos.......................................................................................................................4
2. Justificativa..........................................................................................................................4
3. Problematização...................................................................................................................5
4. Hipóteses.............................................................................................................................6
5. Fase da educação comparada...............................................................................................6
6. Função do estudo.................................................................................................................6
7. Forma de Comparação.........................................................................................................7
8. Procedimentos Metodológicos............................................................................................7
9. Dimensões da Educação Comparada...................................................................................8
10. Abordagens teóricas.........................................................................................................8
10.1. Definição dos Termos no Contexto do Estudo.............................................................8
10.1.1. Conceito da Deficiência Auditiva................................................................................8
10.1.2. Causas...........................................................................................................................9
10.1.3. Classificação.................................................................................................................9
10.1.4. Sinais de alerta...........................................................................................................10
10.1.5. Particularidades do atendimento aos alunos com NEE auditivas na escola especial e
na escola Inclusiva....................................................................................................................11
11. Fase comparativa...........................................................................................................12
12. Conclusão.......................................................................................................................14
12.1. Sugestões....................................................................................................................14
13. Referências Bibliográficas.............................................................................................16
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Introdução

Desde o início da humanidade houve a necessidade de inclusão dos deficientes, sejam


eles deficientes intelectuais, físicos, emocionais ou sensoriais, com o passar dos séculos,
pouco a pouco o ser Humano vem tentando entendê-los de maneira que possa inclui-los na
sociedade. Essa preocupação com a inclusão abrange desde a comunidade até a escola. Assim,
o Homem vem estudando estratégias não só de identificação mas também de inclusão destes
em uma sala de aula especial ou normal. De maneira que estes possam sentir-se inclusos e
fazedores da sociedade no geral.
Para o caso de Moçambique em específico falar de inclusão ainda constitui um grande
problemas, porquanto, grandes desafios o setor da educação e seus colaboradores enfrentam
demasiadas dificuldades para a sua implementação efetiva. A estes problemas, associam-se a
questão da formação, capacitação dos recursos humanos, bem como a falta de recursos
materiais.
Diante destes pressupostos, conduzimos este estudo comprativa visada compreender em um
perspectiva comparativa, como os professores das nas Escolas Primária do 1º e 2º grau de
Inhamussua-B e Escola Secundária de Chambone lidam com alunos que apresentam
problemas auditivos.

No que diz respeito à apresentação e estruturação do trabalho, este encontra-se


dividido em três partes. Na primeira parte que é a introdutória, apresenta-se um breve trecho
de contextualização o qual servirá de espelho para os assuntos a serem abordados no corpo ou
desenvolvimento do trabalho. A parte introdutória antecede o desenvolvimento ou corpo do
trabalho onde de forma detalhada e aprofundada são explanados com alguma clarividência
científica os conteúdos inerentes à temática em causa. Na última parte é feita uma
consolidação dos diversos assuntos abordados no desenvolvimento do mesmo, além desse
entrelaçamento, se faz menção das obras usadas na produção do trabalho.
Refira-se que metodologicamente, recorreu-se à consulta bibliográfica como meio de
fundamentação das ideias, também como base na pesquisa para se ter acesso à diferentes
perspectivas do tema em alusão.
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Aspectos do Estudo

Estudo Comparativo de Alunos com Problemas Auditivas (Caso da Escola Primária do


1º e 2º grau de Inhamussua-B e Escola Secundária de Chambone)

1. Objectivos

1.1. Geral

 Comparar o tratamento de alunos com problemas Auditivos nas Escolas Primária do


1º e 2º grau de Inhamussua-B e Escola Secundária de Chambone.

1.2. Específicos

 Demostrar como são tratados os alunos com problemas Auditivos nas Escolas
Primária do 1º e 2º grau de Inhamussua-B e Escola Secundária de Chambone;
 Identificar as estratégias utilizadas pelos professores no tratamento de alunos com
Problemas Auditivas de forma que eles também aprendam de igual maneira com os
alunos “ditos formais” nas escolas em análise;
 Sugerir estratégias no tratamento de alunos com Problemas Auditivos para que os
mesmos sintam-se parte do ensino.

2. Justificativa

O processo de inclusão de alunos com deficiências que causam dificuldades na


aprendizagem as ditas “NEE’s” em Moçambique, tem sido o cerne de muitos debates nos
nossos dias, porquanto, ainda que exista um certo desejo e fazer isto, a questão das condições
constitui um grande empecilho.
Nisto está a nossa motivação em trabalhar neste estudo, visto que torna pertinente
procurar saber como as diferentes escolas lidam com a questão de alunos com problemas de
aprendizagem, especificamente os problemas auditivos, que têm um grande peso nos
problemas que criam empecilhos na aprendizagem nos alunos.
Outrossim, como futuros profissionais de educação, uma experiência em
conhecimentos em matérias de tratamento ou medidas a tomar em caso de presenciar casos de
alunos com problemas auditivos, pode e será de grande ajuda no campo de trabalho.
Para terminar, um estudo comparativo em matérias de tratamento de alunos com
problemas auditivos contribuirá significativamente no apetrechamento do acervo bibliográfico
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em matérias de procedimentos a seguir em casos de alunos com problemas auditivos nas


escolas.

3. Problematização

A Unesco em 1994 (SalamancaEspanha), orientada de uma visão de educação para


todos, equacionou uma Declaração da qual todas as nações e organizações representadas
deviam garantir a educação para todos, isto implica que não se importando com as condições
físicas, metais ou outras que possam impedir a aprendizagem dos alunos.
Entretanto, este processo tem sido um grande desafio para o caso específico de
Moçambique, uma vez que a formação de professores não prevê de forma aprofunda a
formação de profissionais da educação em matérias de ensino com alunos portadores de
qualquer que seja a deficiência. Por outro lado, destaca-se a questão da falta de recursos
materiais de forma a lidar com estes alunos.
No caso especifico de alunos com problemas auditivas, Sousa (2016), avança que o
processo educacional a ser desenvolvido com os alunos portadores de deficiência auditiva
constitui um dos maiores desafios que o professor enfrenta, principalmente em classes de
ensino regular, já que entendemos ser o processo da linguagem de suma importância para a
vida do ser humano, individual ou colectivamente.
Campos (1990) considera a deficiência auditiva a diminuição da capacidade de
percepção normal dos sons, sendo considerado surdo o indivíduo cuja audição não é funcional
na vida comum, e parcialmente surdo aquele cuja audição ainda que deficiente, é funcional
com ou sem prótese auditiva.
A relação destes últimos pontos demostra claramente o desafio que os profissionais
tem no trabalho com alunos com problemas auditivas, isto vai mais que um simples conhecer
das metodologias, ma sim, um amor pelo trabalho que faz. Antes de mais o professor precisa
saber lhe dar com os diferentes estilos de aprendizagem em sua sala de aulas, conhecendo
deste modo cada aluno e suas particularidades.
No caso de alunos com problemas auditivos este precisa saber, em primeiro lugar
identificar os sinais alerta, a classificação da deficiência do aluno e acima de tudo, conhecer
os procedimentos a seguir de forma a tornar estes alunos parte do ensino.
Sendo assim, diante de todas estas alegacões em torno dos desafios enfrentados pelos
professores no trabalho com alunos que apresentam problemas auditivos, procurando de
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forma comparativa, compreender como os professores das duas escolas em estudo lidam com
estes problemas, levantamos a seguinte questão de partida:
Que procedimentos são elevados acabo pelos professores das Escolas Primária do 1º
e 2º grau de Inhamussua-B e Escola Secundária de Chambone de forma a lidarem com
alunos que apresentam problemas auditivos na sala de aulas?

4. Hipóteses

H1- A falta de recursos e formação profundada em matérias de trabalho com alunos qua
apresentam problemas auditivos pode ser uma das dificuldades enfrentadas pelos professores
das Escolas Primária do 1º e 2º grau de Inhamussua-B e Escola Secundária de Chambone.

H2- Provavelmente os professores das Escolas Primária do 1º e 2º grau de Inhamussua-B e


Escola Secundária de Chambone usem as metodologias mais fácies de implementar como o
caso de (gestos) que são mais comuns para facilitar a compreensão de alunos com problemas
auditivos.

5. Fase da educação comparada

Diante das demasiadas fazes da educação comparada existentes, o estudo em questão


posiciona-se na perspectiva do período prospectiva, uma vez que esta enquadra-se nos
estudos realizados depois da Segunda Guerra Mundial.
Estas alegacões sustentam-se das perspectivas avançadas por Vexliard (1970), que
considera todo o estudo comparativo feito depois Segunda Guerra Mundial, em destaque para
o ano de 1955, estudos com uma visão futurística.
Neste viés, pretendemos a partir deste estudo comparativo no tratamento de alunos
com problemas auditivos elucidar aos futuros profissionais de educação (professores) os
desafios que existem no trabalho com estes alunos, olhando não apenas para a formação,
outrossim para a questão de recursos materiais, tem sido uma dos principais problemas que ao
pais enfrenta. Deste modo, os futuros profissionais, cientes da situação, poderão criar formas
para contornar o cenário actual na educação referente à questão de escolas inclusivas.

6. Função do estudo

Sendo este um estudo que comparativo com cunho científico, a sua função
evidentemente será Ideográfica.
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Que na perspectiva de Caetano (2004) quando a comparação tem interesse científico


puro no conhecimento do tema/objecto em causa e ela serve para reconhecer e esclarecer a
particularidade única dos fenómenos comparativos a serem analisados. Como parte
complementar desta função, podemos salientar ainda a procura de influências comuns nos
fenómenos a comparar.
Conforme podemos observar, o estudo em alusão procurava trazer ainda que de forma
comparativa, os procedimentos que os professores das Escolas Primária do 1º e 2º grau de
Inhamussua-B e Escola Secundária de Chambone usam de forma a lidarem com alunos que
apresentam problemas auditivos em suas aulas.

7. Forma de Comparação

Referente forma de comparação, para este estudo preconizamos o estudo de


Comparação Integrada-2.
Na mesma senda, Caetano (2004) avança a Comparação Integrada-2, surge quando um
único autor faz, no processo de comparação, uma confrontação directa de dois ou mais
objectos, isto é, ao mesmo tempo que descreve, vai comparando em justaposição os diferentes
elementos. A título de exemplo, um comparatista analisa a prestação académica de alunos da
primeira classe, dos que frequentaram e dos que não, uma instituição de educação pré-escolar
antes de
ingressar o ensino primário (escolar).
Esta forma de comparação enquadra-se melhor ao nosso estudo, pois de forma
detalhada realizamos uma comparação confrontando o tratamento que as duas escolas dão a
alunos com problemas auditivos.

8. Procedimentos Metodológicos

Para a realização deste estudo comparativo subsidiamo-nos da entrevista, e tivemos


com alvos da entrevista professores das Escolas Primária do 1º e 2º grau de Inhamussua-B e
Escola Secundária de Chambone.
A entrevista tinha como base, compreender como os professores de ambos escolas
lidam com alunos com problemas auditivos. Recolhidas as informações fornecidas pelos
professores, participou-se para a fase de comparação propriamente dita. Na qual fez-se a
descrição e a comparação em simultânea conforme a forma de comparação seleccionada para
este estudo.
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9. Dimensões da Educação Comparada

Bonitatibus (1998) advoga que antes de se iniciar com a comparação de quaisquer que
sejam os factos educativos, deve-se tomar certas decisões denominadas “dimensões do
processo de investigação comparativa”. Na prática, não é que essas decisões são tomadas de
modo sequencial, o essencial é que elas se façam sentir. São as dimensões: temporal, espacial
e metodológica.
Referente a questão da dimensão temporal, o nosso estudo é diacrónico, uma vez que
apectos relacionados com o tratamento de crianças com problemas auditivas ou com (NEE)
no geral, varia para cada época, e tem sido abordado deste a tenra idade tomando diferentes
posições até o tempos actuais.
Quanto a dimensão espacial, o nosso estudo teve lugar em Homoine e Maxixe,
precisamente na Escola Primária do 1º e 2º grau de Inhamussua-B- Homoine e na Escola
Secundária de Chambone- Maxixe.
Para terminar, na dimensão metodológica, a presente pesquisa subsidiou-se na
perspectiva dos estudos macrocósmicos, humanistas ou culturalistas, fundamentados na
abordagem histórica, na análise de forças e factores que condicionam e configuram os
sistemas educacionais.

10. Abordagens teóricas

Esta fase do estudo pretende levantar as questões relativas ao debate conceptual, como forma
de enriquecer e servir de ponto de referência ao estudo, com a análise ou levantamento das
mais recentes obras científicas disponíveis, que tratem do assunto ou que dêm corpo teórico e
metodológico para o desenvolvimento deste estudo.

10.1. Definição dos Termos no Contexto do Estudo

A abordagem dos termos subsequentes, visa em primeiro plano, fazer saber do teor
dos mesmos, e em segundo, serve tem esclarecimento de forma a permitir que os enfoques do
nosso estudo seja claros e compreendidos, sendo estes os termos de base para o mesmo
estudo.

10.1.1. Conceito da Deficiência Auditiva


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Entende-se por Necessidades Educativas Sensoriais, aquelas que incluem dificuldades


de ordem visual e/ou auditiva.
As Necessidades Educativas Sensórias Auditivas são aquelas que incluem alunos que
apresentam um problema de audição, seja ele Surdo-quando tem total incapacidade de ouvir
ou Hipoacúsico- quando tem perda parcial da capacidade de ouvir. (CORREIA, 1999: 47).

10.1.2. Causas

Atinentes as causas, NIELSEN (1999: 43) as diferencia consoante o tipo de


subcategoria auditiva. Caso seja perda ou incapacidade total (surdez), as causas podem ser
hereditárias ou ambientais, caso seja perda parcial (hipoacusia) as causas podem ser
ambientais (doenças no ouvido, lesões ou degeneração do mecanismo auditivo devido ao
envelhecimento).

10.1.3. Classificação

Os testes de audição determinam a capacidade auditiva de um indivíduo, no que diz


respeito a todo espectro de frequências sonoras. É por meio disto que usa-se Decibéis (dB) ou
Hertz (Hz) para determinar a extensão da perda da capacidade auditiva. Quanto a extensão
uma deficiência auditiva em Decibéis pode ser: NIELSEN (1999: 44)

Deficiência auditiva Decibéis (dB)


Ligeira 25-40dB
Moderada 41-55dB
Moderadamente severa 56-70dB
Severa 71-90dB
Profunda 91dB+

Quanto a classificação, NIELSEN (1999: pp 43-44) afirma que a deficiência auditiva pode
ser:

a) Neurosensorial
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Resultante de danos provocados nos componentes situados no ouvido interno: nas


delicadas células sensoriais auditivas ou no nervo auditivo. A deficiência auditiva
neurosensorial pode ser: ligeira ou profunda.
Causas

 Problema hereditário no cromossoma;


 Lesões provocadas durante o nascimento;
 Lesões provocadas no feto em desenvolvimento.
b) Condutiva

Afecta normalmente todas as frequências sem que se registe uma perda de audição
severa, isso quer dizer que a deficiência auditiva condutiva pode ser: ligeira, moderada ou
moderadamente severa.

Causas

 Doenças ou obstruções existentes no ouvido interno ou médio;


 Lesão da caixa do tímpano ou do ouvido médio;
 Inflamação do ouvido médio (no caso de crianças);
 Depósito de cerúmen no canal auditivo externo (no caso de adultos).

10.1.4. Sinais de alerta

CORREIA (1999: 79) afirma que um aluno com deficiência auditiva apresenta
normalmente os seguintes sinais de alerta:
 Tem dor de ouvidos frequente;
 Tem constipação frequente;
 Esfrega ou toca nos ouvidos com frequência;
 Inclina a cabeça com frequência;
 Tem necessidade de posicionar a cabeça na direcção da pessoa que está a falar;
 Tem um tom de voz invulgar ou monótono;
 Não fala de uma forma clara ou tem dificuldades em falar;
 Habitualmente está desatento;
 Acumula grandes quantidades de cerúmen nos ouvidos;
 Tem dificuldades em respirar ou respira pela boca;
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 Pede para repetir frases e perguntas com frequência;


 Consegue ouvir palavras pronunciadas em voz baixa;
 Participa com facilidade em jogos que envolvam a audição.

Caso um aluno apresente a maioria destes comportamentos ou sinais, é aconselhável


ao professor que faça com que o aluno seja apresentado ao audiologista, para que se confirme
o problema.

10.1.5. Particularidades do atendimento aos alunos com NEE auditivas na escola


especial e na escola Inclusiva

O grande desafio depois de identificado e confirmado um aluno com NEE auditivas,


passa a ser inclui-lo, quer em uma classe normal, quer em uma classe especial. NIELSEN
(1999: pp 46-47) apresenta as seguintes estratégias a ter em conta quando se está diante de um
aluno deficiente auditivo:
Primeiro é necessário que os alunos saibam da deficiência do colega, para tal o
professor deve fazer com que isso aconteça, sabendo os alunos das dificuldades do seu colega,
o incluíram também nas aulas. É imperioso também que o aluno fique três metros de distância
em relação ao professor, e em uma posição onde a iluminação da sala não incida directamente
no seu rosto, para que não esteja impedido de fazer leituras labiais, gestuais nem de expressão
facial, e o professor não deve se posicionar de costas para janela ou uma fonte de luz, caso
contrário haverá dificuldade em fazer estas leituras.
Deve-se manter a voz dentro dos limites usuais quando se dirige a um aluno com
deficiência auditiva, ao contrário do que muitos professores ou educadores acreditam
erradamente ser necessário falar alto. Em caso de alunos hipoacúsicos, o professor deve falar
distinta e pausadamente acompanhando com gestos para facilitar a compreensão do aluno.
Frequentemente se exageram os movimentos produzidos com a boca quando se fala com um
aluno deficiente auditivo, essa prática não é recomendável, uma vez que confunde o aluno ao
fazer leituras de lábios em umas situações normais. O professor deve ficar de frente com o
aluno e escrever sempre no quadro as actividades que ele pretende que se façam. O professor
deverá produzir e distribuir documentos com aspectos-chave do conteúdo da aula para os
deficientes auditivos, assim eles seguirão facilmente as instruções do professor. Se possíveis,
os mesmos documentos devem ser também, entregues aos acompanhantes ou responsáveis
pelo aluno pois servirão de reforço para que o aluno se sinta confiante.
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O professor deve ser um constante incentivador e motivador do aluno com deficiência


auditiva além de inclui-lo na classe.

11. Fase comparativa

Em resposta ao estudo realizado nas escolas alvas da nossa pesquisa, assim como
conformidade as etapas metodológicas supramencionadas, com vista a alcançar o objectivo
visado pelo nosso estudo, que era precisamente analisar numa perspetiva comparativa, como
os professores lidam com alunos que apresentam problemas auditivos. Em uma análise
tangencial, podemos observar que ambas escolas enfrentam grandes desafios no trabalho com
eles alunos, o que torna de algum modo, o seu trabalho de docência muito complicado e por
vezes não conseguem responder aos diferentes estilos de aprendizagem.
No caso específico da Escola Primária do 1º e 2º grau de Inhamussua-B, os
professores afirmaram que usam materiais didáticos visuais e ilustrativas, colocam os alunos
com estes problemas enfrente ao professor de forma a permitir que o aluno possa s servir das
expressões labiais e gestos do professor para que o mesmo possa compreender os conteúdos
abordados. Este ponto confirma a nossa segunda hipótese, segundo a qual “Provavelmente os
professores das Escolas Primária do 1º e 2º grau de Inhamussua-B e Escola Secundária de
Chambone usem as metodologias mais fácies de implementar como o caso de (gestos) que
são mais comuns para facilitar a compreensão de alunos com problemas auditivos.”
O ponto avançado sobre a questão de colocar os alunos com problemas auditivos mais
próximo ao professor foi apresentada por NIELSEN (1999: pp 46-47), como estratégias a ter
em conta quando se está diante de um aluno deficiente auditivo, segundo este,
“É imperioso também que o aluno fique três metros de distância em relação
ao professor, e em uma posição onde a iluminação da sala não incida directamente no
seu rosto, para que não esteja impedido de fazer leituras labiais, gestuais nem de
expressão facial, e o professor não deve se posicionar de costas para janela ou uma
fonte de luz, caso contrário haverá dificuldade em fazer estas leituras.”

Já na Escola Secundária de Chambone, podemos observar um certo desconhecimento


na matéria de tratamento de alunos com NEE qualquer que seja. Eles alegam que a escola não
fornece condições para tal, sendo assim, para alunos que apresentam problemas eles apenas
observam. Apesar disto, alguns professores, ainda que em número muito reduzido, afirmou
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que mesmo diante das dificuldades acima avançados tem feito um esforço no sentido de
incluir os alunos com problemas auditivas nas suas aulas. Os mesmos avançaram que usam
algumas técnicas para fazer face a esta situações, por consciência, as mesmas técnicas usadas
pelos professores da Escola Primária do 1º e 2º grau de Inhamussua-B.
Um factor muito semelhante, avançado pelos professores das duas escolas, é a questão
do tempo em aula que este podia gastar caso queira fazer com que os alunos com problemas
auditivos aprendam de igual maneira com os ditos normais, conjugado e este fator, esta
também a questão dos recursos materiais e a formação ou capacitação em matérias de NEE.
A questão da formação ou capacitação foi avançada maioritariamente por professores
com mais anos em serviço da educação, porquanto, segundo estes, em seus tempos de
formação a questão de procedimentos a seguir em casos de alunos com NEE, não havia
ganhado muito espaço, motivos estes que faz com que os mesmos apresentem estas zonas de
penumbras. Este ponto confirma uma das nossas hipóteses avançadas anteriormente, que
segundo esta, “A falta de recursos e formação profundada em matérias de trabalho com alunos
qua apresentam problemas auditivos pode ser uma das dificuldades enfrentadas pelos
professores das Escolas Primária do 1º e 2º grau de Inhamussua-B e Escola Secundária de
Chambone.”
Um outro ponto que consideramos no estudo foi a questão dos critérios de avaliação
dos alunos com problemas auditivos, ambos professores das escolas envolvidas no estudo,
foram unânimes ao afirmarem que não existe um critério especifico para avaliação destes
alunos diferente dos demais. Todavia, alguns professores afirmaram que avaliam com mais
frequência a escrita, dependendo do grau da perda auditiva.
Para terminar, em ambas escolas podemos observar que a um fraco envolvimento de
pais e encarregados de educação, e no caso da escola Escola Secundária de Chambone, até da
própria direção da escola no processo educativo de alunos com problemas auditivos,
simplesmente porque os professores não participam estes casos a direção, e de igual modo não
procuram conhecer e conservar com os pais dos alunos, de forma a entender melhor as
particularidades da criança.
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12. Conclusão

Apos tendo conduzido este estudo comparativo em duas escolas, nomeadamente: as


Escolas Primária do 1º e 2º grau de Inhamussua-B e Escola Secundária de Chambone.”, em
conformidade com os objectivo e hipóteses precedentemente avançados, procurando como os
professores das duas escolas lidam com alunos com problemas auditivas, permitiu-nos chegar
as seguintes conclusões.
Em primeiro lugar, este estudo deixou claro que a questão de escola inclusivas ainda
carece de mais debates e aprofundamentos referente a sua implementação nas escolas, uma
vez que por mais que se fale de escolas inclusivas onde os alunos com quaisquer problemas
que podem dificultar a aprendizagem, têm direitos iguais de aprendizagem com os “ditos
normais”, enquanto não se pensar em ações práticas que munam os professores de saberes
morais e profissionais em matérias de género, ainda estaremos muito longe de chegar e este
ponto de inclusão.
Conforme observamos nosso estudo, os professores carregam consigo grandes
desafios quanto a esta questão, e em termos de recursos nada lhes é disposto, cabendo apenas
apelar pelo lado moral de cada profissional, algo que nem todos têm. Entretanto, uma
formação permanente e contínua em matérias de NEE nos aproximariam a forma galopante a
construção de escolas incisivas no verdadeiro sentido.
Em suma, a criança com problemas auditivos deve ser excitada a conviver com outras
pessoas, a se integrar, a participar das actividades no ambiente escolar, familiar, bem como da
sociedade em geral. Este processo é deveras importante na questão da inclusão dos alunos
com problemas auditivos caso específico, outrossim das necessidades educativas especiais de
modo geral.

12.1. Sugestões
Diante dos problemas apresentados pelos professores no âmbito da realização das nossa
pesquisa nas duas escolas em questão, passamos apresentar alguns possíveis sugestões de
forma a animizar a questão do tratamento de alunos com problemas auditivas.
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 Os professores devem trabalhar em sitónia com a direção, pais e encarregados de


educação para compreender melhor as particularidades dos alunos com problemas
auditivas;
 O professor deve ir rompendo com a linha tradicionalista e dar prioridade ao
desenvolvimento do ser humano, respeitando as diferenças, o ritmo, as potencialidades
e habilidades dos alunos, oferecendo-lhes um ensino diversificado;
 É preciso que trabalhe com o concreto, incluindo além do livro didático, revistas,
jornais, uso do computador, filmes, música, todo subsídio que julgar necessário para
estimular o aluno e enriquecer a sua aprendizagem.
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13. Referências Bibliográficas

CAMPOS, Ana Maria Carneiro. Deficientes na sociedade. Belo Horizonte: AMR (Associação
Mineira de Reabilitação), 1990.
CORREIA, L, Cabral. Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas classes regulares.
Porto editora. Porto, 1999.
CORREIA, Luís de Miranda. Inclusão e Necessidades Educativas Especiais-um guia
paraeducadores e professores.2a edição. Porto editora. Porto. 2008
NIELSEN, Lee Brattland. Necessidades Educativas na sala de aula-um guia para
professores. Vol. 03, colecção Educação Especial. Porto editora. Porto 1999.
Sousa, A. P. M. (2015),“O Papel da Família no contexto da Educação Inclusiva”. In: Ussene,
C. &Simbine, L. S., Necessidades Educativas Especiais: Acesso, Igualdade e Inclusão
(Orgs), Educar-UP, Maputo, Setembro, pp.77-89.
Sousa, V. (2016) Alunos Com Necessidades Auditivas Especiais E Inclusão Na Escola
Regular: Uma PossibiliDADE. Cadernos da Fucamp.
UNESCO, (1994) Conferência mundial sobre necessidades educativas especiais: acesso e
qualidade, Informe final. Salamanca, Espanha.
Vexliard, A. (1970). Pedagogia Comparada: Métodos e Problemas; S. Paul.

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