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GRUPO EDUCACIONAL

FAVENI

LETÍCIA FABIANO MARTINS

A CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR ESPECIALISTA NO QUE


TANGE ALUNOS QUE APRESENTAM TEA- TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA

LONDRINA
2023
GRUPO EDUCACIONAL
FAVENI

LETÍCIA FABIANO MARTINS

A CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR ESPECIALISTA NO QUE


TANGE ALUNOS QUE APRESENTAM TEA- TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA

Trabalho de conclusão de curso apresentado


como requisito parcial à obtenção do título
especialista em Educação Especial, Infantil e
TEA- Transtorno do Espectro Autista.

LONDRINA
2023
A CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR ESPECIALISTA NO QUE
TANGE ALUNOS QUE APRESENTAM TEA- TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA

1
Autora , Letícia Fabiano Martins

1
Declaro que sou Autora deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que
o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído,
seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas
consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados
resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste
trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou
violação aos direitos autorais.

RESUMO

Este artigo teve por objetivo demonstrar como os professores especialistas, juntamente com o
professor regente contribuem na vivência de experiências dos alunos da Educação Infantil que
apresentam necessidades educativas especiais- NEE, principalmente alunos que estão em
processo de investigação ou já diagnosticados com TEA-Transtorno do Espectro Autista. Foi
evidenciado a importância do professor especialista acompanhar os alunos que apresentam
necessidade Educacional Especial e também os alunos que ainda estão em investigação e com
isso proporcionar intervenções específicas para auxiliar no desenvolvimento dos alunos. Os
resultados obtidos sugerem que o estudo proposto na pesquisa pode contribuir
significativamente para os profissionais que almejam realizar um trabalho com excelência
junto aos seus alunos, pois o estudo revelou que esses estudantes precisam de um atendimento
diferenciado. Por fim, nesse trabalho também foram discutidas questões relacionadas à
adaptação curricular específica para atender às diferentes dificuldades dos educandos
inseridos em salas de aula regulares, observando que a pedagogia utilizada será pensada no
aluno com o objetivo de facilitar seu desenvolvimento.

Palavras chave: Educação Infantil. Inclusão. Necessidades educativas especiais.

1 INTRODUÇÃO

Enfatizo nesta pesquisa assuntos relacionados aos desafios relacionados


às dificuldades no que tange o desenvolvimento integral de alunos apresentam necessidades
educativas especiais- NEE, especificamente o Transtorno do Espectro Autista. Refletimos
também a respeito de se pensar em um currículo adaptado cuja função é refletir e trabalhar
com cada dificuldade específica, pois sabe-se da importância da utilização de intervenções
específicas com relação a esse aluno.
O objetivo geral foi evidenciar a contribuição da prática do professor especialista junto
ao regente no que tange o desenvolvimento de educandos com necessidades especiais, que
procurou responder ao problema proposto: “Quais os principais desafios da inclusão que os
educandos com necessidades educacionais especiais enfrentam no processo de
escolarização?”. Os objetivos específicos foram: identificar possíveis desafios da inclusão que
os educandos com necessidades especiais podem enfrentar no cotidiano escolar e apontar
métodos e técnicas docentes auxiliadoras em relação à construção do conhecimento dos
alunos com NEE. Estes contribuíram para percebermos que o grande desafio é utilizar
intervenções específicas, pois a partir dessas intervenções docentes, os alunos se
desenvolvem.
Em todas as etapas e modalidades da educação básica, “o atendimento educacional
especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta
obrigatória dos sistemas de ensino” (Brasil, 2010, p. 22).
A metodologia utilizada para a pesquisa foi a bibliográfica e a de campo. Escolhemos
essas abordagens, pois segundo Demo (1997,p.34 apud BERGAMO, 2010, p.14): “A
pesquisa inserida no dia a dia das pessoas, como expressão educativa, significa a capacidade
de andar de olhos abertos, de ler criticamente a realidade, reconstruir as condições de
participação histórica, informar-se adequadamente”.
Justifico a escolha desse assunto para pesquisa devido à inclusão de alunos que
apresentam necessidades educativas especiais em salas de aula regulares.
Desta forma, o trabalho aqui apresentado encontra-se dividido em três seções. Na
primeira apresentamos a contribuição do professor especialista em relação aos alunos que
apresentam NEE. Na segunda foram expostas “Avaliação pedagógica no contexto escolar em
relação aos possíveis desafios da inclusão que os educandos com necessidades especiais
podem enfrentar no cotidiano escolar. Na terceira foi apresentado um PEI- Plano de
Estratégias e Acessibilidade”. Nas considerações finais fizemos uma síntese dos resultados
obtidos na pesquisa, chegando à conclusão que o sucesso do aluno em sua vida escolar
depende da instituição escolar e principalmente, da maneira como o educador analisa e
trabalha a individualidade e especificidade de cada criança, juntamente com o trabalho
colaborativo do professor especialista da escola.
2 A CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR ESPECIALISTA NO QUE TANGE OS
ALUNOS QUE APRESENTAM NEE, ESPECIFICAMENTE TEA- TRANSTORNO
DO ESPECTRO AUTISTA

Transtorno do Espectro Autista (TEA) é a nomenclatura atual proposta pelo Manual


Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of
Mental Disorders), ou DSM-5, para designar pessoas que apresentam dificuldades na
comunicação e interação social e evidenciam comportamentos, interesses e atividades restritos
e repetitivos.
Estima-se que, atualmente, 1% da população mundial tenha o diagnóstico do
Transtorno do Espectro Autista (TEA), conforme dados da Organização Mundial da
Saúde (OMS). De acordo com as pesquisas e avanços tecnológicos, tanto nas áreas de
neurologia quanto de psicologia, é possível haver um diagnóstico cada vez mais cedo e, com
isso, garantir que os tratamentos e as intervenções se iniciem o quanto antes, ajudando no
desenvolvimento pleno da pessoa com TEA.
Nas instituições escolares o professor especialista do AEE- Atendimento Educacional
Especializado realiza um trabalho colaborativo em sala de aula, juntamente com o regente
para contribuir com o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos.
Nesse sentido, Facion (2009, p.66) enfatiza que,
[...] a especificidade que a educação de alunos com autismo sugere, mostrando o
quanto é necessário ser criterioso, quando se trata da inclusão de alunos com
necessidades educacionais especiais, em particular o autismo.

O TEA suscita muitas dúvidas nos educadores, pois existem crianças autistas numa
gradação bem variada; existem crianças dentro do espectro autista que se alfabetizam sem
maiores problemas, inclusive com grande facilidade, e existem outras que apresentam muita
dificuldade de aprendizagem. Mas esse limite não se apresenta de forma pré-estabelecida e é
necessário estimular todas as crianças, respeitando seu ritmo de aprendizagem, até que ela
atinja seu potencial máximo de desenvolvimento, nesse sentido dá-se a importância do
professor especialista para subsidiar o educador m sala de aula.
Cada aluno, independente se apresenta ou não NEE, manifesta de formas diferentes
suas limitações e habilidades, sendo preciso em sala de aula muitas vezes manejar questões
cognitivas, afetivas e comportamentais.
De acordo com a professora especialista em uma escola municipal do município de
Londrina, segue uma avaliação de um aluno no contexto escolar realizada pela mesma.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE LONDRINA
ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
ESCOLA MUNICIPAL: PROFESSOR MOACYR TEIXEIRA

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA


NO CONTEXTO EDUCACIONAL

I. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome: Aluno P Sexo: Masculino
Data de nascimento: 24/01/2019 Idade: 4 anos e 03 meses
Filiação: Gabriela
Endereço: Rua Alcides Simão Santiago, 355- Conjunto Maria Cecília- Londrina Pr.
Fone:(43) 99123-7616 (fictício)
Escola Municipal: Professor Moacyr Teixeira Fone:
33750163
Nome do (a) professor (a): Thais
Série/Ano: P4 “H” Turno: Vespertino Nº. de retenções : -0
Período de Avaliação: maio 2023
Avaliadora: Vanderlene
Município: Londrina - PR

II. MOTIVO DO ENCAMINHAMENTO

De acordo com a equipe pedagógica da escola, o aluno” Pedro apresenta falta de


atenção no momento de vivenciar experiências, sendo necessário intervenção da professora
para a criança sustentar a atenção. Não consegue finalizar no tempo previsto, se irritando com
facilidade”.

III. ANÁLISE DO CASO

A mãe de Pedro procurou a UBS- Aquiles Stenghel, pois percebe no filho uma
irritabilidade e dificuldade de socialização. Pedro passou por consulta com a Dr. Gabriela
Caroline Liborio D. Stankovic que atende a Unidade Básica de Saúde e ela solicitou a
avaliação educacional da criança para fins de elucidação do processo de aprendizagem e
avaliação para encaminhamentos necessários no dia 30 de março de 2023.
Escola Ano Escolar Ano Letivo
Escola Municipal Professor Moacyr Teixeira P4 2023

Em entrevista com a mãe, ela relatou que procurou atendimento clínico, pois percebeu
que o filho não se socializa com outras crianças e apresenta um comportamento de
irritabilidade, é uma criança impaciente, rói as unhas, contudo com supervisão da mãe, ela
não deixa. Apresenta uma ansiedade se souber antecipadamente que vai realizar algo ou fazer
um passeio.
Relatou que a gestação do filho Pedro em relação à sua saúde foi bem, contudo o
emocional estava bem abalado (desenvolveu depressão pré- parto e pós- parto).
De acordo com a mãe, Pedro quando bebê não mantinha contato visual, desviava o
olhar, atualmente inicia o contato, contudo ele desvia quando não concorda com algo. No
momento de brincar, Pedro enfileira carrinhos, separa objetos por cores, por formas; aparenta
ter um interesse restrito por objetos que rodam. Por exemplo, se for brincar com carrinho,
permanece por um tempo rodando as rodinhas dele. Quando é contrariado, grita, chora
bastante para poder se acalmar, nesse sentido a mãe e o padrasto de Pedro relataram que se
deixar o filho se acalmar por si só acreditam que ele deve ficar muito tempo, ou seja uns
quarenta minutos chorando. Não dormia quando bebê, passava a noite acordado, não chorava,
a partir de quatro anos de idade começou a dormir 4 horas por noite. Atualmente tem
acordado chorando, como se estivesse uma inquietude durante o sono.
Em relação ao desenvolvimento neuropsicomotor, de acordo com a mãe, Pedro
começou andar por volta de 1 ano e três meses. Demorou para falar, iniciou as primeiras
palavras aos dois anos de idade e frases completas aos três anos de idade e começou atender
pelo nome aos 2 anos.
Quanto ao desenvolvimento social e afetivo, Pedro não divide com os amigos
brinquedos e utensílios utilizados para brincadeiras de faz de conta. Se irrita quando algo não
sai da forma que ele deseja, por exemplo atividades que ele não consiga desenvolver no
tempo previsto por falta de atenção sustentada.
Durante a observação no intervalo foi possível observar que Pedro leva a unha até a
boca a todo momento, como se fosse roê-las. Brincou com um bambolê, conseguiu rodá-lo em
seu braço por várias vezes e demonstrou muito satisfeito por conseguir. Com o mesmo
bambolê brincou com mais dois amigos, os três dentro do mesmo bambolê. Uma professora
que estava acompanhando-o no intervalo disse que ele estava começando a interagir com seus
pares, que há alguns dias ele vinha pedir o brinquedo para a professora, nesse dia ele brincou
e interagiu com 2 amigos.
Em sala de aula Pedro utilizou uma tesoura sem corte e massinha e foi possível
perceber que o aluno apresenta um bom desenvolvimento na coordenação motora fina, rolou a
massinha, deixou bem fina e comprida, disse: “é para a minhoca crescer”. Cortou a massinha
(minhoca) em 4 partes a pedido da avaliadora. Fez três bolinhas com a massinha e as contou,
em seguida realizou contagem até 30 e verbalizou que é o “3” e o “0”. Reconheceu os
números 4, 6, 8, 9, 10. De 10 em 10 contou até 60. Reconheceu as cores azul, laranja e
amarelo. Identificou seu nome entre os dos seus amigos colados no quadro, como também
falou a letra inicial de alguns nomes dos colegas da turma. Manipulou sozinho uma massinha
por mais de dez minutos.
A professora entregou palito de sorvete para utilizá-lo com a massinha ele disse
obrigado para a professora como também agradeceu o amigo que ajudou tirar a massinha de
um molde.
Mostrou um desenho de um arco-íris feito por ele, a avaliadora estava com a caneta na
mão, Pedro verbalizou: “Não precisa desenhar com sua caneta no meu arco-íris, achando que
a avaliadora poderia “estragar” seu desenho. Contou história de sua irmã sem gravura, soube
sua idade. Executou uma série de três instruções relacionadas como: pegou sua bolsa, abriu o
zíper, guardou a agenda e fechou o zíper da bolsa a pedido da professora. Soube diferenciar o
grande do pequeno em pedaços de massinha. Apresentou noção de tirar, soube dizer que o
zero não tem valor dizendo: “zero é nada”. Questionou sobre a mistura de cores, qual cor
formaria? Se irritou em um momento que gostaria de terminar a atividade proposta, contudo
não tinha tempo hábil.
Para sair da sala de aula, se preocupou se o ambiente estava limpo, sem pedaços da
massinha que tinham utilizado. A avaliadora pediu para olhar suas unhas, viu que estavam
curtas, perguntou ao Pedro se não doíam por estarem curtas, Pedro disse que não, que ele não
as roem.
Para ir ao parquinho da escola, em fila, permaneceu na mesma, no entanto foi jogando
a água de sua garrafa no chão do corredor. No parque subiu escada com facilidade e reclamou
que um amigo estava gritando, aparentando se incomodar com o barulho.

IV. CONCLUSÃO E ENCAMINHAMENTO

Perante os dados obtidos durante o processo de avaliação, foi possível constatar que
Pedro está em processo de construção do conhecimento e socialização com seus pares.
Em observação em sala, Pedro realizou tudo o que lhe foi proposto de acordo com as
suas capacidades. Necessitou, contudo de auxílio para se acalmar em um momento de
irritabilidade.
Cabe à professora, realizar estratégias que possam minimizar as barreiras
comportamentais que podem atrapalhar o seu desenvolvimento, tais como mencionadas nesta
avaliação.
Com relação à família, cabe continuar acompanhando e motivando o aluno em seu
processo de ensino e aprendizagem, bem como realizar as ações necessárias, orientadas pela
equipe pedagógica da unidade escolar.
Diante doscomportamentos observados em avaliação, sugere-se algumas medidas
específicas para o caso, descritas abaixo no item V desta avaliação, contudo, Pedro já está
encaminhado para avaliação clínica na UBS- Unidade Básica de Saúde que atende essa
comunidade.

V. MEDIDAS DE INTERVENÇÃO

● Proporcionar trabalhos em grupo e com seus pares, de modo a favorecer a interação


entre os alunos, mesmo que o aluno participe por tempo restrito;
● O professor deve conduzir as brincadeiras, exercendo o papel de monitor da atividade,
não de guia.
● Apresentar atividades que partam do centro de interesse do aluno como tema gerador;
● Brincar de faz de conta, sempre que possível, utilizando diferentes recursos, ex: pegar
uma folha de árvore e fazer de conta que é um avião;
● Posicionar a criança o mais próximo possível da professora, para realizar
apontamentos frequentes durante a explanação das atividades e longe de elementos
distratores.
● Deixar que ele pinte ou decore alguma coisa que você está fazendo, por exemplo, um
cartão de aniversário ou algo que você esteja preparando com a própria intenção de
compartilhar.

VI. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES

A profissional que realizou esta avaliação coloca-se à disposição para qualquer


esclarecimento que se fizer necessário.
Londrina, 09 de maio de 2023.

Vanderlene
Professora da Sala de Recursos Multifuncionais
3 PEI- PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO- ESTRATÉGIAS DE
ACESSIBILIDADE CURRICULAR

A partir da avaliação no contexto escolar descrita acima se faz necessário um


acompanhamento especializado pela psicopedagoga da instituição de ensino, e com isso é
realizado um plano para cada aluno que necessita dessse acompanhamento.
PEI- Plano Educacional Individualizado- Estratégias de Acessibilidade Curricular –
2023 é um documento para ser utilizado para remoção de barreiras no contexto escolar na
Educação Infantil, onde é possível observar e refletir sobre o processo ensino- aprendizado
dos mesmos, onde a criança apresenta NEE, Transtorno do Espectro Autista.
Ainda de acordo com a professora especialista em uma escola municipal do município
de Londrina, segue um PEI- Plano Educacional Individualizado- Estratégias de
Acessibilidade Curricular – 2023 para ser utilizado para remoção de barreiras no contexto
escolar na Educação Infantil, onde é possível observar e refletir sobre o processo ensino-
aprendizado dos mesmos, onde a criança está em investigação para o possível diagnóstico do
Transtorno do Espectro Autista.

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO


Estratégias de Acessibilidade Curricular - 2023

Orientações Gerais
O Plano Educacional Individualizado - Estratégias de Acessibilidade
Curricular contempla recursos organizativos e didático-pedagógicos que objetivam
assegurar igualdade de condições de acesso, participação e aprendizagem dos
estudantes com Necessidades Educacionais Especiais, matriculados na rede
municipal de educação.
A Rede Municipal de Educação adota esse documento para registro do Plano
Educacional Individualizado - Estratégias de Acessibilidade Curricular anual, como
instrumento de informação aos professores regentes sobre os diversos recursos e
estratégias para eliminar as barreiras identificadas no processo de ensino
aprendizagem. Este documento orientará os professores(as) regentes na elaboração
das atividades previstas em seu PLANEJAMENTO DE AULA SEMANAL (anexo), os
quais deverão ser acrescidos ao final do semestre ao Plano Educacional
Individualizado - Estratégias de Acessibilidade Curricular.
Em caso de transferência do estudante para outra unidade, deverá ser
anexado uma cópia do Plano Educacional Individualizado - Estratégias de
Acessibilidade Curricular à transferência, bem como os PLANEJAMENTOS DAS
AULAS SEMANAIS de todo o semestre.
O Plano Educacional Individualizado - Estratégias de Acessibilidade Curricular
fará parte dos materiais, documentos e relatórios, utilizados nos estudos de caso,
solicitações da Vara da Infância ou da Secretaria Municipal de Educação - Gerência
de Educação Especial, sendo necessário arquivá-lo na unidade.
OBS: abaixo orientações para o preenchimento das estratégias a serem
utilizadas no Item VII.
Estratégias:
Acessibilidade: refere-se ao que será necessário para o estudante ter
acesso e participação no processo de aprendizagem em igualdade de condições
com os demais. O estudante necessita de acessibilidade quanto a: estrutura
arquitetônica, de comunicação, atitudinal e curricular, podendo ser utilizadas,
quando necessário, adequações relacionadas aos objetivos, procedimentos
metodológicos e recursos.
VIII. Acompanhamento: descrever como os professores regentes e equipe
pedagógica da escola realizarão o acompanhamento da aprendizagem do
estudante.
Parecer Descritivo: O Parecer Descritivo deve ser elaborado segundo as
orientações da Gerência de Educação Infantil.
Orientamos não descrever o diagnóstico da criança no Parecer Descritivo,
visto que a intencionalidade do documento é a descrição do desenvolvimento
infantil, ou seja, o que a criança já faz por si e as aprendizagens que estão em via de
se concretizar, necessitando do auxílio do outro, neste caso devendo ficar claro
quais intervenções o professor realizou.

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


Escola Municipal

PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO


Estratégias de Acessibilidade Curricular - 2023

I. Identificação
Nome do estudante: P
Data de nascimento: Idade: anos
Filiação:
Nome do(a) Professor(a) Regente: T
Turma: P4 Turno:
Período de intervenção: Anual

II. Trajetória escolar

Instituição Turma Ano letivo


Escola Municipal P4 2023

III. A. Assinale, qual matrícula o estudante está indicado no SERE:

AH/SD - Altas Habilidades/Superdotação DA- Deficiência Auditiva


C- Cegueira DM- Deficiência Múltipla
DI- Deficiência Intelectual SC – Surdocegueira
Surdez (Total) BV- Baixa Visão
TM - Transtornos Mentais DF-Deficiência Física
ADNPM - Atraso no desenvolvimento Dist de Aprend – Dislexia,
neuropsicomotor Dislalia, Disortografia,
Disgrafia, Discalculia, TDAH,
DPAC, TOD.
x TEA - Transtorno do Espectro
Autista

Características do Barreiras Remoção de Barreiras


estudante
ASPECTOS Expressão e comunicação Inicialmente trabalhando
COMPORTAMENTAIS de emoções; as mais básicas, como a
Motivação, controle Resistência a frustrações; alegria, a curiosidade, a
emocional, empatia, Rotina escolar; segurança, a admiração, a
adaptação às regras e Controle emocional surpresa, o medo, a culpa,
rotina escolar, foco instável a raiva, a tristeza, o nojo.
atencional, etc Foco atencional Utilizar fantoches, mímica
Adaptação às regras (foge e adivinhação, ajudam a
da sala) criança a se expressar e
comunicar com mais
clareza o que sente.
momento de conversa
depois que ele se acalmar
e ajudá-lo a entender o
que está sentindo. Raiva,
ansiedade, nervosismo,
tristeza, são todos
sentimentos que formam a
frustração. Mostre que
você entende o que ele
está passando e que
também já teve momentos
assim.
Estabelecer uma rotina
com fotos pessoais.
Para estimular a
concentração, algumas
atividades, utilizar
brincadeiras e jogos.
HABILIDADES Autonomia em relação às
ADAPTATIVAS experiências Ajude a criança a
Autonomia, auto-cuidados compreender cada ação,
(higiene, alimentação e ao realizá-la, fale devagar
locomoção), à ele o que está fazendo e
segurança,etc explique em palavras
simples o objetivo e a
necessidade de incluir os
hábitos adequados.
Apresentar uma rotina por
meio de imagens reais no
qual o aluno possa
acompanhar os
acontecimentos com
antecedência.

Utilizar de recursos visuais


como desenhos, figuras,
fotografias ou objetos
concretos, usar quadros
de rotina diária para
algumas situações do
cotidiano, por exemplo, de
como usar o banheiro ou
tomar banho é
fundamental. Oportunizar
vivenciar hábitos diários
como visitar as
instalações sanitárias para
que conheça e se torne
familiar, ajude-a a dar
descarga lavar as mãos
se olhar no espelho,
oferecer a oportunidade
de se sentar no vaso
sanitário. E sempre que
possível ir e explicar sua
utilidade.
ASPECTOS AFETIVOS E Relação social com O uso de jogos,
SOCIAIS colegas brincadeiras e atividades
Relações sociais com os que incentivam a atenção
colegas, com os compartilhada e a
professores, etc simbolização são muito
importantes. Você pode
usar bonecos, bichinhos
de pelúcia e outros
brinquedos para dar
banho, fazer “comidinha”,
imitar outras situações do
cotidiano de casa ou da
escola por meio de
brincadeiras de faz de
conta (jogos de papéis).
Oportunizar jogos de
boliche, jogar bola para o
outro, fazer gangorra viva,
brincadeiras de roda,
incentivando o
compartilhamento das
situações. As atividades
devem ser curtas e
lúdicas.

Ajude a criança a
compreender cada ação,
ao realizá-la, fale devagar
à ele o que está fazendo e
explique em palavras
simples o objetivo e a
necessidade de incluir os
hábitos adequados.
Apresentar uma rotina por
meio de imagens reais no
qual o aluno possa
acompanhar os
acontecimentos com
antecedência.

Promova e estimule
momentos em que ele
também possa
demonstrar aquilo que ele
tem de habilidade,
elogiando seu sucesso.
Usar quadro de rotina
diária para algumas
situações do cotidiano,
por exemplo, fazer
representação da
realidade com brincadeira
de (troca de papéis)
vivenciar com objetos
como prato e talheres o
faz de conta que está
comendo e de como usar
o banheiro ou tomar
banho. Oportunizar
vivências destes hábitos
diários, como visitar as
instalações sanitárias para
que conheça e se torne
familiar, ajudando-o a dar
descarga, lavar as mãos,
se olhar no espelho,
oferecer a oportunidade
de se sentar no vaso
sanitário. E sempre que
possível repetir esta
experiência.

Converse, cante, ofereça


e leia livros com
entonações, dê significado
às suas vocalizações;
imite sons de animais,
brinquedos, dentre
diversos outros. A
interação será
fundamental para seu
desenvolvimento.
Após o balbucio começa
os chamados balbucios
canônicos, formados por
sílabas variadas, como
/bada/, /dadama/, entre
outras.
ASPECTOS Não demonstra interesse
COGNITIVOS - em pegar os objetos Ajude a criança a
ACADÊMICOS riscantes, massinha. compreender cada ação,
Participação nas ao realizá-la, fale devagar
experiências, à ele o que está fazendo e
apropriação dos saberes e explique em palavras
conhecimentos simples o objetivo e a
trabalhados. necessidade de incluir os
hábitos adequados.
Apresentar uma rotina por
meio de imagens reais no
qual o aluno possa
acompanhar os
acontecimentos com
antecedência.

Promova e estimule
momentos em que ele
também possa
demonstrar aquilo que ele
tem de habilidade,
elogiando seu sucesso.
Usar quadro de rotina
diária para algumas
situações do cotidiano,
por exemplo, fazer
representação da
realidade com brincadeira
de (troca de papéis)
vivenciar com objetos
como prato e talheres o
faz de conta que está
comendo e de como usar
o banheiro ou tomar
banho. Oportunizar
vivências destes hábitos
diários, como visitar as
instalações sanitárias para
que conheça e se torne
familiar, ajudando-o a dar
descarga, lavar as mãos,
se olhar no espelho,
oferecer a oportunidade
de se sentar no vaso
sanitário. E sempre que
possível repetir esta
experiência.

ASPECTOS DA Comunica-se por meio do Converse, cante, ofereça


LINGUAGEM choro, balbuciando, e e leia livros com
puxando. (iii,uuuu) entonações, dê significado
às suas vocalizações;
imite sons de animais,
brinquedos, dentre
diversos outros. A
interação será
fundamental para seu
desenvolvimento.
Após o balbucio começa
os chamados balbucios
canônicos, formados por
sílabas variadas, como
/bada/, /dadama/, entre
outras.
ASPECTOS
PSICOMOTORES Dificuldade na Desenvolver atividades
Esquema corporal, coordenação motora lúdicas que estimulem o
lateralidade, organização global e fina aluno ao desenvolvimento
espacial, temporal, da coordenação motora
equilíbrio, postura, global (atividades no
coordenação motora pátio, na quadra ou
ampla e fina. mesmo em sala de aula,
promovendo o movimento
corporal do aluno).
pequenos circuitos, pular,
correr e rolar.

Promover atividades que


estimulem o
desenvolvimento da
coordenação motora fina
com atividades: recorte,
colagem, desenhos,
pinturas, manipulação de
objetos pequenos (botões,
aviamentos etc.),
empilhar, rasgar, puxar,
empurrar, encaixar.

Procurar objetos
escondidos em massinha,
areia ou argila.
Colocar os lanches em
sacos de papel ou outros
recipientes que permitam
à criança manipular os
fechos.
Usar brinquedo de
apertar, blocos de
construção ou objetos que
possam separar e juntar
por semelhança.
Colocar tiras de Velcro
nas peças de trás dos
quebra-cabeças para criar
uma resistência ao puxar.
Usar prendedores de
roupa ou pinças para
pegar pequenos objetos.
Usar uma garrafa de
apertar para regar as
plantas.
Colocar moedas em um
cofrinho.
Escrever e desenhar na
argila, areia ou massinha.

B. Assinale se o estudante é acompanhado por Professor de Apoio à


Inclusão:

Sim ( x ) Não ( )

Descrição do processo educacional do estudante: No momento da leitura e


reconhecimento das letras do alfabeto, Miguel participa juntamente com a professora
segurando sua mão. No momento da roda, Miguel senta-se no meio da roda.
Demonstra preferência por objetos que rodam, por exemplo: ventiladores, spinner,
roda de carrinhos, entre outros.
Características pessoais: O aluno anda nas pontas dos pés, comunica-se por meio
de choro e balbucio, aceita contato físico com os professores, contudo no mesmo
momento em que demonstra carinho em alguns momentos vem a morder os
professores. Em relação à autonomia necessita de auxílio para alimentar-se, usar o
banheiro, faz uso de fralda, necessita de auxílio para realizar higiene pessoal.
Atendimentos e apoios complementares atuais, dentro e fora da escola. É
acompanhado por neurologista, faz estimulações específicas com fonoaudióloga:
Karen e psicológico com a psicóloga Nayara de acordo com o relatório de
acompanhamento do Centro Interdisciplinar de Avaliação e Tratamento dos
Problemas do Desenvolvimento- Espaço Escuta. A profissional do AEE realiza um
atendimento colaborativo em sala de aula.
VII. Estratégias:
Acessibilidade: Disponibilizar uma caixa com materiais que possam ser do
interesse do aluno ( livros, spinner, popt, embalagem de ovos, lata com palitos) para
manuseá-la. O aluno necessita de intervenção constante da professora regente e
apoio para que ele possa realizar suas experiências, apropriação dos saberes e
conhecimento. Faz-se necessário que se dê um comando por vez, e que haja
repetição individual da informação e que a mesma seja curta para facilitar seu
entendimento, existe também a necessidade de se comunicar com o aluno através
de imagens. Há necessidade da utilização do material manipulável para a realização
das atividades propostas. É viável também, um tempo maior para a realização das
mesmas em sala de aula. Antecipar os acontecimentos na sala de aula. Procurar
compreender quando surgem os pontos de gatilho que o deixam contrariado,
conhecer para evitar crises nervosas. Apresentar ao aluno uma rotina diária por
meio de imagens reais. Oferecer um painel sensorial Observar, tocar, sentir,
experimentar… As crianças estão sempre em contato com propostas e estímulos
que lhes proporcionam experiências com materiais de diferentes tamanhos, texturas,
pesos, cores, sabores e sons que ampliam o repertório do mundo à sua volta.
VIII. Acompanhamento: O aluno será acompanhado individualmente e
coletivamente por meio de uma metodologia flexiva respeitando suas necessidades
de aprendizagem, além de utilizar estratégias gradativas e por etapas, onde as
atividades terão as adequações pedagógicas necessárias de acordo com as
barreiras que o aluno apresenta, além do apoio da família, professora regente, de
apoio, professora da sala de recursos e equipe pedagógica da escola.
Londrina, 30 de março de 2023.

FUNÇÃO NOME ASSINATURA


Prof.(a) regente
Coordenador (a) pedagógico (a)
Prof.(a) de apoio à Inclusão (se houver)
Prof. (a) Sala do AEE

RELATO DE ESTUDO

Iniciei meu estudo de caso em uma escola Municipal de Educação Infantil, no


município onde moro. Os sujeitos dessa pesquisa foram uma professora da turma do P4-
nomenclatura de alunos com 4 anos de idade, e um aluno em investigaçãopara o Transtorno
do Espectro Autista –TEA. Resolvi fazer uma investigação de como alguns métodos de
ensino colaboram com os alunos. Foi realizado uma reunião na escola com a coordenação,
onde eu tive a oportunidade de participar e aproveitei o momento para fazer o “pedido” de
estar observando a avaliação da professora especialista. Na reunião participavam a equipe
pedagógica da instituição escolar e a professora da turma. A equipe pedagógica e a professora
me orientaram como seria a avaliação no contexto escolar, que a professora especialista
estaria observando a criança. Realizamos o que foi proposto. Foi realizado em outro
momento, onde pude participar da entrevista com a família do aluno que estava em avaliação.
3 CONCLUSÃO

Através das pesquisas realizadas foi percebido a importância de um olhar específico


para cada aluno, pois a inclusão de alunos que apresentam necessidades educativas especiais
tem sido desafiadora na questão de superar barreiras encontradas em relação ao
desenvolvimento tanto dos alunos que apresentam maiores dificuldades quanto da turma toda
e com isso as instituições escolares são levadas a repensar seus valores, modificando sua
prática pedagógica, realizando um trabalho diferenciado na sala de aula de forma a responder
às necessidades de todos os educandos. Em face disso é de grande importância que os
profissionais da educação estejam preparados adequadamente para melhorarem sua prática
pedagógica e os especialistas realizarem um trabalho colaborativo com excelência.
Por fim, entendo que esta pesquisa contribui para nortear os profissionais da educação
envolvidos com o processo de inclusão de alunos que apresentam necessidades educativas
especiais, buscando facilitar ao fazer docente no processo de ensino e aprendizagem.

4 REFERÊNCIAS

BERGAMO, Regiane Banzzatto. Educação especial: pesquisa e prática. Curitiba: Ibpex,


2010.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:


Adaptações Curriculares / Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação
Especial. – Brasília: MEC /SEF/SEESP, 1998. p. 62. Disponível em:
<http://www.conteudoescola.com.br/pcn-esp.pdf> Acesso em: 20 jan. 2021.

______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Marcos Políticos -Legais


da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva / Secretaria de Educação
Especial. – Brasília: Secretaria de Educação Especial, - 2010.

CARVALHO, R.E. Removendo barreiras para a aprendizagem: educação inclusiva. Porto


Alegre: Mediação, 2000.

COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesús & cols. Desenvolvimento


psicológico e educação – Transtorno de desenvolvimento e necessidades educativas especiais
– 2. ed.- Porto Alegre: Ed. Artmed, 2004.3v.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Sobre princípios, políticas e práticas na área das


necessidades educativas especiais. 1994. Disponível em :< http://
portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/Salamanca.pdf>.Acesso em: 20 jan. 2021.

PIANA, MC. A construção do perfil do assistente social no cenário educacional [online]. São
Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 233 p. ISBN 978-85-7983-038-
9. Available from SciELO Books. Disponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em: 20
jan. 2021.

SILVA, Aline Maira da. Educação especial e inclusão escolar: história e fundamentos.-
Curitiba: Ibpex, 2010.

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