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FAVENI
LONDRINA
2023
GRUPO EDUCACIONAL
FAVENI
LONDRINA
2023
A CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR ESPECIALISTA NO QUE
TANGE ALUNOS QUE APRESENTAM TEA- TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA
1
Autora , Letícia Fabiano Martins
1
Declaro que sou Autora deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que
o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído,
seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas
consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados
resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste
trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou
violação aos direitos autorais.
RESUMO
Este artigo teve por objetivo demonstrar como os professores especialistas, juntamente com o
professor regente contribuem na vivência de experiências dos alunos da Educação Infantil que
apresentam necessidades educativas especiais- NEE, principalmente alunos que estão em
processo de investigação ou já diagnosticados com TEA-Transtorno do Espectro Autista. Foi
evidenciado a importância do professor especialista acompanhar os alunos que apresentam
necessidade Educacional Especial e também os alunos que ainda estão em investigação e com
isso proporcionar intervenções específicas para auxiliar no desenvolvimento dos alunos. Os
resultados obtidos sugerem que o estudo proposto na pesquisa pode contribuir
significativamente para os profissionais que almejam realizar um trabalho com excelência
junto aos seus alunos, pois o estudo revelou que esses estudantes precisam de um atendimento
diferenciado. Por fim, nesse trabalho também foram discutidas questões relacionadas à
adaptação curricular específica para atender às diferentes dificuldades dos educandos
inseridos em salas de aula regulares, observando que a pedagogia utilizada será pensada no
aluno com o objetivo de facilitar seu desenvolvimento.
1 INTRODUÇÃO
O TEA suscita muitas dúvidas nos educadores, pois existem crianças autistas numa
gradação bem variada; existem crianças dentro do espectro autista que se alfabetizam sem
maiores problemas, inclusive com grande facilidade, e existem outras que apresentam muita
dificuldade de aprendizagem. Mas esse limite não se apresenta de forma pré-estabelecida e é
necessário estimular todas as crianças, respeitando seu ritmo de aprendizagem, até que ela
atinja seu potencial máximo de desenvolvimento, nesse sentido dá-se a importância do
professor especialista para subsidiar o educador m sala de aula.
Cada aluno, independente se apresenta ou não NEE, manifesta de formas diferentes
suas limitações e habilidades, sendo preciso em sala de aula muitas vezes manejar questões
cognitivas, afetivas e comportamentais.
De acordo com a professora especialista em uma escola municipal do município de
Londrina, segue uma avaliação de um aluno no contexto escolar realizada pela mesma.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE LONDRINA
ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
ESCOLA MUNICIPAL: PROFESSOR MOACYR TEIXEIRA
I. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome: Aluno P Sexo: Masculino
Data de nascimento: 24/01/2019 Idade: 4 anos e 03 meses
Filiação: Gabriela
Endereço: Rua Alcides Simão Santiago, 355- Conjunto Maria Cecília- Londrina Pr.
Fone:(43) 99123-7616 (fictício)
Escola Municipal: Professor Moacyr Teixeira Fone:
33750163
Nome do (a) professor (a): Thais
Série/Ano: P4 “H” Turno: Vespertino Nº. de retenções : -0
Período de Avaliação: maio 2023
Avaliadora: Vanderlene
Município: Londrina - PR
A mãe de Pedro procurou a UBS- Aquiles Stenghel, pois percebe no filho uma
irritabilidade e dificuldade de socialização. Pedro passou por consulta com a Dr. Gabriela
Caroline Liborio D. Stankovic que atende a Unidade Básica de Saúde e ela solicitou a
avaliação educacional da criança para fins de elucidação do processo de aprendizagem e
avaliação para encaminhamentos necessários no dia 30 de março de 2023.
Escola Ano Escolar Ano Letivo
Escola Municipal Professor Moacyr Teixeira P4 2023
Em entrevista com a mãe, ela relatou que procurou atendimento clínico, pois percebeu
que o filho não se socializa com outras crianças e apresenta um comportamento de
irritabilidade, é uma criança impaciente, rói as unhas, contudo com supervisão da mãe, ela
não deixa. Apresenta uma ansiedade se souber antecipadamente que vai realizar algo ou fazer
um passeio.
Relatou que a gestação do filho Pedro em relação à sua saúde foi bem, contudo o
emocional estava bem abalado (desenvolveu depressão pré- parto e pós- parto).
De acordo com a mãe, Pedro quando bebê não mantinha contato visual, desviava o
olhar, atualmente inicia o contato, contudo ele desvia quando não concorda com algo. No
momento de brincar, Pedro enfileira carrinhos, separa objetos por cores, por formas; aparenta
ter um interesse restrito por objetos que rodam. Por exemplo, se for brincar com carrinho,
permanece por um tempo rodando as rodinhas dele. Quando é contrariado, grita, chora
bastante para poder se acalmar, nesse sentido a mãe e o padrasto de Pedro relataram que se
deixar o filho se acalmar por si só acreditam que ele deve ficar muito tempo, ou seja uns
quarenta minutos chorando. Não dormia quando bebê, passava a noite acordado, não chorava,
a partir de quatro anos de idade começou a dormir 4 horas por noite. Atualmente tem
acordado chorando, como se estivesse uma inquietude durante o sono.
Em relação ao desenvolvimento neuropsicomotor, de acordo com a mãe, Pedro
começou andar por volta de 1 ano e três meses. Demorou para falar, iniciou as primeiras
palavras aos dois anos de idade e frases completas aos três anos de idade e começou atender
pelo nome aos 2 anos.
Quanto ao desenvolvimento social e afetivo, Pedro não divide com os amigos
brinquedos e utensílios utilizados para brincadeiras de faz de conta. Se irrita quando algo não
sai da forma que ele deseja, por exemplo atividades que ele não consiga desenvolver no
tempo previsto por falta de atenção sustentada.
Durante a observação no intervalo foi possível observar que Pedro leva a unha até a
boca a todo momento, como se fosse roê-las. Brincou com um bambolê, conseguiu rodá-lo em
seu braço por várias vezes e demonstrou muito satisfeito por conseguir. Com o mesmo
bambolê brincou com mais dois amigos, os três dentro do mesmo bambolê. Uma professora
que estava acompanhando-o no intervalo disse que ele estava começando a interagir com seus
pares, que há alguns dias ele vinha pedir o brinquedo para a professora, nesse dia ele brincou
e interagiu com 2 amigos.
Em sala de aula Pedro utilizou uma tesoura sem corte e massinha e foi possível
perceber que o aluno apresenta um bom desenvolvimento na coordenação motora fina, rolou a
massinha, deixou bem fina e comprida, disse: “é para a minhoca crescer”. Cortou a massinha
(minhoca) em 4 partes a pedido da avaliadora. Fez três bolinhas com a massinha e as contou,
em seguida realizou contagem até 30 e verbalizou que é o “3” e o “0”. Reconheceu os
números 4, 6, 8, 9, 10. De 10 em 10 contou até 60. Reconheceu as cores azul, laranja e
amarelo. Identificou seu nome entre os dos seus amigos colados no quadro, como também
falou a letra inicial de alguns nomes dos colegas da turma. Manipulou sozinho uma massinha
por mais de dez minutos.
A professora entregou palito de sorvete para utilizá-lo com a massinha ele disse
obrigado para a professora como também agradeceu o amigo que ajudou tirar a massinha de
um molde.
Mostrou um desenho de um arco-íris feito por ele, a avaliadora estava com a caneta na
mão, Pedro verbalizou: “Não precisa desenhar com sua caneta no meu arco-íris, achando que
a avaliadora poderia “estragar” seu desenho. Contou história de sua irmã sem gravura, soube
sua idade. Executou uma série de três instruções relacionadas como: pegou sua bolsa, abriu o
zíper, guardou a agenda e fechou o zíper da bolsa a pedido da professora. Soube diferenciar o
grande do pequeno em pedaços de massinha. Apresentou noção de tirar, soube dizer que o
zero não tem valor dizendo: “zero é nada”. Questionou sobre a mistura de cores, qual cor
formaria? Se irritou em um momento que gostaria de terminar a atividade proposta, contudo
não tinha tempo hábil.
Para sair da sala de aula, se preocupou se o ambiente estava limpo, sem pedaços da
massinha que tinham utilizado. A avaliadora pediu para olhar suas unhas, viu que estavam
curtas, perguntou ao Pedro se não doíam por estarem curtas, Pedro disse que não, que ele não
as roem.
Para ir ao parquinho da escola, em fila, permaneceu na mesma, no entanto foi jogando
a água de sua garrafa no chão do corredor. No parque subiu escada com facilidade e reclamou
que um amigo estava gritando, aparentando se incomodar com o barulho.
Perante os dados obtidos durante o processo de avaliação, foi possível constatar que
Pedro está em processo de construção do conhecimento e socialização com seus pares.
Em observação em sala, Pedro realizou tudo o que lhe foi proposto de acordo com as
suas capacidades. Necessitou, contudo de auxílio para se acalmar em um momento de
irritabilidade.
Cabe à professora, realizar estratégias que possam minimizar as barreiras
comportamentais que podem atrapalhar o seu desenvolvimento, tais como mencionadas nesta
avaliação.
Com relação à família, cabe continuar acompanhando e motivando o aluno em seu
processo de ensino e aprendizagem, bem como realizar as ações necessárias, orientadas pela
equipe pedagógica da unidade escolar.
Diante doscomportamentos observados em avaliação, sugere-se algumas medidas
específicas para o caso, descritas abaixo no item V desta avaliação, contudo, Pedro já está
encaminhado para avaliação clínica na UBS- Unidade Básica de Saúde que atende essa
comunidade.
V. MEDIDAS DE INTERVENÇÃO
Vanderlene
Professora da Sala de Recursos Multifuncionais
3 PEI- PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO- ESTRATÉGIAS DE
ACESSIBILIDADE CURRICULAR
Orientações Gerais
O Plano Educacional Individualizado - Estratégias de Acessibilidade
Curricular contempla recursos organizativos e didático-pedagógicos que objetivam
assegurar igualdade de condições de acesso, participação e aprendizagem dos
estudantes com Necessidades Educacionais Especiais, matriculados na rede
municipal de educação.
A Rede Municipal de Educação adota esse documento para registro do Plano
Educacional Individualizado - Estratégias de Acessibilidade Curricular anual, como
instrumento de informação aos professores regentes sobre os diversos recursos e
estratégias para eliminar as barreiras identificadas no processo de ensino
aprendizagem. Este documento orientará os professores(as) regentes na elaboração
das atividades previstas em seu PLANEJAMENTO DE AULA SEMANAL (anexo), os
quais deverão ser acrescidos ao final do semestre ao Plano Educacional
Individualizado - Estratégias de Acessibilidade Curricular.
Em caso de transferência do estudante para outra unidade, deverá ser
anexado uma cópia do Plano Educacional Individualizado - Estratégias de
Acessibilidade Curricular à transferência, bem como os PLANEJAMENTOS DAS
AULAS SEMANAIS de todo o semestre.
O Plano Educacional Individualizado - Estratégias de Acessibilidade Curricular
fará parte dos materiais, documentos e relatórios, utilizados nos estudos de caso,
solicitações da Vara da Infância ou da Secretaria Municipal de Educação - Gerência
de Educação Especial, sendo necessário arquivá-lo na unidade.
OBS: abaixo orientações para o preenchimento das estratégias a serem
utilizadas no Item VII.
Estratégias:
Acessibilidade: refere-se ao que será necessário para o estudante ter
acesso e participação no processo de aprendizagem em igualdade de condições
com os demais. O estudante necessita de acessibilidade quanto a: estrutura
arquitetônica, de comunicação, atitudinal e curricular, podendo ser utilizadas,
quando necessário, adequações relacionadas aos objetivos, procedimentos
metodológicos e recursos.
VIII. Acompanhamento: descrever como os professores regentes e equipe
pedagógica da escola realizarão o acompanhamento da aprendizagem do
estudante.
Parecer Descritivo: O Parecer Descritivo deve ser elaborado segundo as
orientações da Gerência de Educação Infantil.
Orientamos não descrever o diagnóstico da criança no Parecer Descritivo,
visto que a intencionalidade do documento é a descrição do desenvolvimento
infantil, ou seja, o que a criança já faz por si e as aprendizagens que estão em via de
se concretizar, necessitando do auxílio do outro, neste caso devendo ficar claro
quais intervenções o professor realizou.
I. Identificação
Nome do estudante: P
Data de nascimento: Idade: anos
Filiação:
Nome do(a) Professor(a) Regente: T
Turma: P4 Turno:
Período de intervenção: Anual
Ajude a criança a
compreender cada ação,
ao realizá-la, fale devagar
à ele o que está fazendo e
explique em palavras
simples o objetivo e a
necessidade de incluir os
hábitos adequados.
Apresentar uma rotina por
meio de imagens reais no
qual o aluno possa
acompanhar os
acontecimentos com
antecedência.
Promova e estimule
momentos em que ele
também possa
demonstrar aquilo que ele
tem de habilidade,
elogiando seu sucesso.
Usar quadro de rotina
diária para algumas
situações do cotidiano,
por exemplo, fazer
representação da
realidade com brincadeira
de (troca de papéis)
vivenciar com objetos
como prato e talheres o
faz de conta que está
comendo e de como usar
o banheiro ou tomar
banho. Oportunizar
vivências destes hábitos
diários, como visitar as
instalações sanitárias para
que conheça e se torne
familiar, ajudando-o a dar
descarga, lavar as mãos,
se olhar no espelho,
oferecer a oportunidade
de se sentar no vaso
sanitário. E sempre que
possível repetir esta
experiência.
Promova e estimule
momentos em que ele
também possa
demonstrar aquilo que ele
tem de habilidade,
elogiando seu sucesso.
Usar quadro de rotina
diária para algumas
situações do cotidiano,
por exemplo, fazer
representação da
realidade com brincadeira
de (troca de papéis)
vivenciar com objetos
como prato e talheres o
faz de conta que está
comendo e de como usar
o banheiro ou tomar
banho. Oportunizar
vivências destes hábitos
diários, como visitar as
instalações sanitárias para
que conheça e se torne
familiar, ajudando-o a dar
descarga, lavar as mãos,
se olhar no espelho,
oferecer a oportunidade
de se sentar no vaso
sanitário. E sempre que
possível repetir esta
experiência.
Procurar objetos
escondidos em massinha,
areia ou argila.
Colocar os lanches em
sacos de papel ou outros
recipientes que permitam
à criança manipular os
fechos.
Usar brinquedo de
apertar, blocos de
construção ou objetos que
possam separar e juntar
por semelhança.
Colocar tiras de Velcro
nas peças de trás dos
quebra-cabeças para criar
uma resistência ao puxar.
Usar prendedores de
roupa ou pinças para
pegar pequenos objetos.
Usar uma garrafa de
apertar para regar as
plantas.
Colocar moedas em um
cofrinho.
Escrever e desenhar na
argila, areia ou massinha.
Sim ( x ) Não ( )
RELATO DE ESTUDO
4 REFERÊNCIAS
PIANA, MC. A construção do perfil do assistente social no cenário educacional [online]. São
Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 233 p. ISBN 978-85-7983-038-
9. Available from SciELO Books. Disponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em: 20
jan. 2021.
SILVA, Aline Maira da. Educação especial e inclusão escolar: história e fundamentos.-
Curitiba: Ibpex, 2010.