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AULA II – ABORDAGEM DO PACIENTE COM EDEMA

GRANDES TEMAS EM MEDICINA INTERNA


PROF. GILVANO AMORIM
GRANDES SINAIS CLÍNICOS

 Cianose;
 Edema;
 Icterícia;
 Hidratação;
 Perfusão.

23/02/2023
EDEMA - GENERALIDADES

 Sinal do doença grave no imaginário popular;


 De fato, há uma relação entre impacto da entidade nosológica e
intensidade do edema;
 A cada caso é necessário compreender o significado clínico.

23/02/2023
Decifra-me ou devoro-te!
Os quadros
clínicos
edematosos são
desafios à
atuação médica!

23/02/2023
AUMENTO VOLUMÉTRICO TECIDUAL
DECORRENTE DO ACÚMULO DE LÍQUIDO
ORIUNDO DE VASOS NO TECIDO CONECTIVO
GR. "OIDEMA" = "INCHAÇÃO"

CONCEITO
23/02/2023
CONTEXTUALIZAÇÃO DO EDEMA – CINCO SINAIS FLOGÍSTICOS

 1. Dor
 2. Edema.
 3. Hiperemia.
 4. Calor.
 5. Perda funcional

23/02/2023
CONTEXTUALIZAÇÃO DO EDEMA – DA NATUREZA ONTOLÓGICA

Edema não se constitui em personalidade


NOSOLÓGICA, sua natureza ontológica está relacionada
ao circuito sindrômico no qual se insere clinicamente.
Gilvano Amorim, MD, MSc

23/02/2023
23/02/2023
De volta ao conceito...

AUMENTO VOLUMÉTRICO TECIDUAL


DECORRENTE DO ACÚMULO DE LÍQUIDO
ORIUNDO DE VASOS NO TECIDO CONECTIVO
GR. "OIDEMA" = "INCHAÇÃO"

CONCEITO
23/02/2023
ESTE TECIDO CONECTIVO...

 Pode ser subcutâneo (edema visível, como edema de membros


inferiores ou parede abdominal).
 Pode ser profunda como edema visceral (como edema hepático).
 Pode ser envoltório de cavidade. Neste caso, teremos efusões
(derrames): derrame pleural, derrame pericárdico, ascite, etc. –
manifestação especial de edema.

23/02/2023
QUANTO À LOCALIZAÇÃO...

 Localizado;
 Loco-regional;
 Generalizado.

23/02/2023
QUANTO À LOCALIZAÇÃO...

 Localizado: fenômeno local como trauma ou


obstrução vascular.
 Loco-regional: miscelânea de condições.
 Generalizado: fenômenos sistêmicos.

23/02/2023
FISIOPATOLOGIA DO EDEMA

Alterações estruturais vasculares Alterações de Conteúdo vascular Alterações tissulares


FORÇAS DE STARLING

Pressão
hidrostática

Pressão
osmótica

Pressão
coloidosmótica

23/02/2023
PRESSÃO ONCÓTICA (OU COLOIDOSMÓTICA) X PRESSÃO OSMÓTICA

 Pressão osmótica é o grdiente que promove passagem de um líquido


através de uma membrana semi-permeável por gradiente de
concentração (passagem do lado mais diluído em direção ao lado
mais concentrado).
 No plasma sanguíneo, os componentes dissolvidos possuem uma
determinada pressão osmótica.
 Pressão oncótica plasmática é a pressão osmótica gerada pelas
proteínas no plasma sanguíneo.
23/02/2023
PRESSÃO ONCÓTICA (OU COLOIDOSMÓTICA) X PRESSÃO OSMÓTICA

 Pressão oncótica é a diferença entre a pressão osmótica exercida


pelas proteínas plasmáticas (pressão osmótica coloidal ou oncótica
plasmática) no plasma sanguíneo e a pressão exercida pelas
proteínas fluidas no tecido é chamada de pressão oncótica.
 Por haver proteínas que contribuem para formação da pressão
osmótica, esta é denominada pressão coloidosmótica (porque é
gerada por coloides) ou pressão oncótica.

23/02/2023
FORÇAS DE STARLING & OSMOSE
FLUXO AFERENTE

Água
Pressão para
Saída de Pressão
Hidrostática
tecido
proteínas Hidrostática

plasmáticas Entrada de
Saída de Pressão proteínas
osmótica
líquido no vaso
para
tecido
OSMOSE
FLUXO EFERENTE

23/02/2023
MECANISMOS DE EDEMA

 1) Aumento da permeabilidade dos vasos:


 2) Aumento da pressão Hidrostática
 3) Diminuição da pressão oncótica:
 4) Incompetência linfática

23/02/2023
MECANISMOS DE EDEMA

1) Aumento da permeabilidade dos vasos:


 os vasos sanguíneos ficam mais permeáveis para facilitar a chegada das células
de defesa ao local da infecção ou trauma.
 Com o alargamento dos poros, há um maior extravasamento de líquidos para o
interstício. (ex. grandes queimaduras, inflamação, reação alérgica, etc);

23/02/2023
MECANISMOS DE EDEMA

2) Aumento da pressão Hidrostática e/ou retenção de sódio:


 aumento da pressão que o volume de líquido dentro do vaso faz sobre a parede
do próprio devido a algum tipo de obstrução, mesmo que parcial, ao fluxo
sanguíneo venoso. (ex. insuficiência venosa, insuficiência cardíaca, insuficiência
renal, trombose venosa,etc);

23/02/2023
MECANISMOS DE EDEMA

3) Diminuição da pressão oncótica:


 diminuição da viscosidade sanguínea dada principalmente pela redução da
concentração de proteínas no sangue.
 Enquanto que o aumento da pressão dentro das veias favorece o extravasamento
de líquidos, a pressão oncótica faz o trabalho inverso. (ex. cirrose e doenças
hepáticas, síndrome nefrótica, etc).

23/02/2023
MECANISMOS DE EDEMA

4) Incompetência linfática
 Linfedema: De origem linfática,
 ocorre por incompetência dos vasos linfáticos. (ex. Elefantíase, obesidade,
câncer, etc);

23/02/2023
MECANISMOS DE EDEMA
•Albumina: proteína hidrossolúvel •Aumento de pressão
extravascular (60% de sua massa hidrostática (acima de
total é intersticial). 15mmHg).
•Peso de 66 mil Daltons, com, 585 •Aumento da permeabilidade.
aminoácidos,
•Diminuição da pressão oncótica.
•Fígado: principal produtor (12 gramas
diárias);
•Estímulo de produção: queda da
pressão coloidosmótica do plasma, Desequilíbrio
cortisol, insulina e hormônios Osmose das forças
tireoideanos.
•Inibiçao: citoquinas proinflamatórias e de Starling
a deficiência de aminoácidos.

Perda de ▪
•Dor;
Flogose fisiologia ▪ Aumento da permeabilidade.
•Rubor; vascular ▪ Incompetência do sistema
•Calor; linfático.
•Perda funcional;
•Edema

23/02/2023
LEI DE STARLING

Onde:
Lp= unidade de permeabilidade capilar;
S= área de superfície vascular.
Pcap= pressão hidrostática capilar;
PiF= pressão hidrostática intersticial;
cap= pressão oncótica capilar;
if= pressão oncótica intersticial;
s= coeficiente de reflexão de proteínas através da parede.

23/02/2023
ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS
 Os rins tem importância primordial no desenvolvimento dos edemas.
 Os edemas não se tornam clinicamente aparentes até que o volume
intersticial tenha aumentado pelo menos 2,5 a 3 L.
 Este extravasamento representa impacto no próprio volume plasmático.
 Se a única fonte do edema fosse o plasma haveria colapso
hemodinâmico e hemoconcentração severa.

23/02/2023
ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS
 Com a redução inicial do volume plasmático, os rins passam a reter água
e sódio visando manter o controle volumétrico.
 Essa ação dos rins perpetua o edema, pelas condições locais favoráveis
ao extravasamento de líquido.
 Assim, há expansão do volume extracelular total, e o volume plasmático
é mantido em um valor próximo do normal.

23/02/2023
23/02/2023
EDEMA POR FLOGOSE

 Edema;
 Calor;
 Rubor;
 Dor;
 Perda funcional.

23/02/2023
EDEMA POR FLOGOSE
 Aumento de poros vasculares.
 Aumento de diapedese com extravasamento de células inflamatórias.
 Redução de albumina por citocinas inflamatórias.
 Microtromboses.
 Acúmulo de proteínas teciduais; osmose.

23/02/2023
EDEMA POR FLOGOSE – ASPECTOS CLÍNICOS.

 História: Trauma? Doenças sistêmicas?


 Valor dos cinco sinais capitais de flogose.
 Destaque à ocorrência de edema sistêmico por flogose.

23/02/2023
EDEMA POR FLOGOSE – ENTIDADES CLÍNICAS.

 Trombose venosa profunda – TVP – de membros.


 Tromboflebites superficiais de membros.
 Oclusões arteriais.
 Trombose de seio cavernoso.
 Trombose de veia central da retina.

23/02/2023
23/02/2023
23/02/2023
TVP – SINAIS CLÍNICOS

 Aumento de volume do membro;


 Empastamento;
 Edema com cacifo positivo;
 Cianose;

23/02/2023
TVP – SINAIS CLÍNICOS

 Sinal de Homans – presença de dor ou desconforto na panturrilha após


dorsiflexão passiva do pé.
 Sinal da Bandeira – redução da mobilidade da panturrilha quando comparada
com o outro membro.
 Sinal de Bancroft – dor à palpação da panturrilha

23/02/2023
EDEMA POR FLOGOSE – TRAUMA.

23/02/2023
ABORDAGENS LOCO-REGIONAIS

 Edema de face
 Edema de membros inferiores.
 Edema de membros superiores.

23/02/2023
23/02/2023
23/02/2023
23/02/2023
23/02/2023
23/02/2023
MENSAGEM MAIS IMPORTANTE DA
AULA!

23/02/2023
CONTEXTUALIZAÇÃO DO EDEMA – DA NATUREZA ONTOLÓGICA

Edema não se constitui em personalidade


NOSOLÓGICA, sua natureza ontológica está relacionada
ao circuito sindrômico no qual se insere clinicamente.
Gilvano Amorim, MD, MSc

23/02/2023
23/02/2023
AULA II – ABORDAGEM DO PACIENTE COM EDEMA
GRANDES TEMAS EM MEDICINA INTERNA
PROF. GILVANO AMORIM
MUITO OBRIGADO!

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