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A atrofia por desnervação ocorre quando há uma interrupção na conexão nervosa

entre um músculo e o sistema nervoso central, resultando na perda de estímulo


nervoso e subsequente perda de massa muscular. Isso pode acontecer devido a
lesões nervosas, doenças neuromusculares ou outros fatores. Aqui estão os
mecanismos de atrofia por desnervação e como intervir para retardar ou evitar esse
processo:
Os principais mecanismos fisiológicos envolvidos na atrofia causada por desnervação
incluem:
Denervação muscular: A interrupção da transmissão nervosa resulta na perda do
estímulo contrátil proporcionado pelo nervo, levando a uma diminuição na estimulação
muscular.
Redução da atividade metabólica: A desnervação leva à diminuição da atividade
metabólica do músculo, resultando em alterações no metabolismo das proteínas,
carboidratos e lipídios.
Alterações no tecido muscular: Com o tempo, a falta de estímulo nervoso leva à
perda de fibras musculares, principalmente fibras musculares de contração rápida.
Isso resulta em uma diminuição do tamanho e da capacidade contrátil do músculo.
Redução da circulação sanguínea: A desnervação também está associada a uma
diminuição na circulação sanguínea para o músculo afetado. Isso pode levar a uma
redução no suprimento de oxigênio e nutrientes para as células musculares,
contribuindo para a atrofia.
Além desses mecanismos fisiológicos, outros fatores podem contribuir para a atrofia
causada por desnervação, como inflamação local, alterações hormonais e redução na
síntese de proteínas musculares.
Vale ressaltar que os mecanismos fisiológicos exatos da atrofia causada por
desnervação podem variar dependendo do tipo de músculo afetado, da duração e de
outros fatores individuais.
Intervenções para Retardar/Evitar a Atrofia por Desnervação:
Estimulação Elétrica: A estimulação elétrica do músculo afetado pode ajudar a
manter a contração muscular e minimizar a atrofia. Isso pode ser feito usando
dispositivos médicos específicos.
Exercícios de Resistência: Exercícios de resistência, mesmo que leves, podem
ajudar a manter a força e a função muscular, pois estimulam a atividade contrátil dos
músculos.
Fisioterapia: Um fisioterapeuta pode ajudar a desenvolver um programa de
exercícios personalizado que visa manter a função muscular e melhorar a
coordenação.
Nutrição Adequada: Uma dieta rica em proteínas e nutrientes essenciais pode apoiar
a manutenção da massa muscular e auxiliar na recuperação.
Medicamentos e Terapias: Em alguns casos, medicamentos que afetam as vias de
sinalização associadas à atrofia muscular podem ser considerados. Terapias que
estimulam o crescimento muscular também podem ser úteis.
Reabilitação Neuromuscular: A reabilitação específica para os músculos e nervos
afetados pode ajudar a manter a função e a comunicação entre eles.
Tratamento da Causa Subjacente: Se a desnervação for causada por uma lesão ou
doença específica, tratá-la pode ser a abordagem mais eficaz para evitar a atrofia.
É importante ressaltar que a atrofia por desnervação pode ser complexa e que as
intervenções devem ser adaptadas às necessidades individuais de cada pessoa.
Consultar um médico, fisioterapeuta ou outro profissional de saúde especializado é
fundamental para determinar a abordagem adequada para retardar ou evitar a atrofia
por desnervação.
REFERÊNCIAS

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GUIZONI, Daniele Mendes. Miostatina e redução da massa muscular em doenças
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