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APOSTILA DE REDAÇÃO

SUMÁRIO

➢ Unidade 1: Competências avaliadas pelo ENEM 2


➢ Unidade 2: O texto dissertativo-argumentativo 6
➢ Unidade 3: A estrutura da Redação (INTRODUÇÃO) 9
➢ Unidade 4: A estrutura da Redação (DESENVOLVIMENTO) 13
➢ Unidade 5: A estrutura da Redação (CONCLUSÃO) 16
➢ Unidade 6: Construindo o Plano de Redação 19
➢ Proposta de Redação mês de março 26
➢ Proposta de Redação mês de abril 28
➢ Proposta de Redação extra 29
➢ Proposta de Redação mês de maio 30
➢ Proposta de Redação extra 31
➢ Proposta de Redação mês de junho 32
➢ Proposta de Redação (férias.1) 34
➢ Proposta de Redação (férias.2) 35
➢ Proposta de Redação mês de agosto 36
➢ Proposta de Redação extra 37
➢ Proposta de Redação mês de setembro.1 38
➢ Proposta de Redação mês de setembro.2 39
➢ Proposta de Redação extra 40
➢ Proposta de Redação mês de outubro.1 41
➢ Proposta de Redação mês outubro.2 42
➢ Proposta de Redação extra 44
➢ Proposta de Redação mês de novembro 45
➢ Proposta de Redação extra 46

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UNIDADE 1: AS COMPETÊNCIAS AVALIADAS PELO ENEM

Dos mais de 4,7 milhões de participantes do Enem 2017, apenas 53 tiraram mil na redação, a pontuação
máxima. Nesta edição, a redação foi aplicada no primeiro dia de provas, em 5 de novembro, e teve como
tema: “Desafio para Formação Educacional de Surdos no Brasil”. Alguns estudantes consideraram o assunto
complexo por tratar de um problema que atinge uma parcela específica da população. O número de
candidatos que zerou a redação do exame educacional aumentou em relação ao ano passado. Em 2016,
foram mais de 291 mil. Já nesta edição, 309.157 candidatos tiraram nota zero, o que representa 6,54% dos
textos.
De acordo com o MEC, 5% dos participantes que zeraram o texto fugiram ao tema. Outros problemas
sinalizados foram cópia do texto motivador, texto insuficiente, não atendimento ao tipo textual, parte
desconectada e redações em branco. Então, o que fazer para desenvolver uma produção textual com boa
pontuação? Para o Inep, instituto responsável pela aplicação do exame, os estudantes que cumpriram todas
as competências exigidas pela prova conseguiram nota 1000. Por isso, é importante conhecer os critérios de
avaliação usados pelos corretores para saber como produzir um texto digno desta nota. Nós iremos lhe
mostrar que isso não é impossível. Conheça abaixo as 5 competências exigidas pela banca:

1. Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa


Esse é o requisito fundamental para tirar uma boa nota. Para atender a essa exigência, você precisa ter
consciência da diferença entre a modalidade escrita e a oral, bem como entre registro formal e informal. Não
é porque na oralidade falamos “pra” que devemos escrever assim no texto. Evite contrações (pra, pro,
numa…) e prefira escrever a palavra toda (para, para o, em uma…), fuja das gírias e de repetições. Além
disso, na redação do seu texto, você deve procurar ser claro, objetivo e direto, empregar um vocabulário
mais variado e preciso, diferente do que utiliza quando fala, e seguir as regras estabelecidas pela modalidade
escrita formal da Língua Portuguesa. O texto dissertativo-argumentativo escrito exige que alguns requisitos
básicos sejam atendidos corretamente:

Concordância nominal e verbal;


Regência nominal e verbal;
Pontuação;
Flexão de nomes e verbos;
Colocação de pronomes oblíquos (átonos e tônicos);
Grafia das palavras (inclusive acentuação gráfica e emprego de letras maiúsculas e minúsculas);
Divisão silábica na mudança de linha (translineação)

DICA: Usar o rascunho é essencial para evitar esses erros.
2. Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para
desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
O Enem não quer que o texto do participante tenha caráter apenas expositivo, porque isso não é fazer uma
dissertação-argumentativa. É preciso apresentar um texto que expõe um aspecto relacionado ao tema,
defendendo uma posição, uma tese.

Evite ficar preso às ideias desenvolvidas nos textos motivadores, porque foram apresentados apenas para
despertar uma reflexão sobre o tema e não para limitar sua criatividade. É nessa competência que o Enem
espera ver o seu conhecimento de mundo. Utilizar informações de várias fontes (livros, filmes, exposições)
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demonstra que você está atualizado em relação ao que acontece no mundo. Mas, atenção! Mantenha-se
dentro dos limites do tema proposto, tomando cuidado para não se afastar do seu foco. Fuga do tema é um
dos principais problemas identificados nas redações que levam nota zero.

3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em


defesa de um ponto de vista
O terceiro aspecto a ser avaliado no seu texto é a forma como você seleciona, relaciona, organiza e
interpreta informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa do ponto de vista defendido como tese. O seu
texto precisa apresentar, claramente, uma ideia a ser defendida e os argumentos que justifiquem a posição
assumida por você em relação à temática exigida pela proposta de redação. Esta competência trata da
inteligibilidade do texto, ou seja, da sua coerência. Coerência tem a ver com o encadeamento das ideias.
Cada parágrafo precisa apresentar informações novas, mas coerentes com o que já foi apresentado
anteriormente, sem repetições ou saltos temáticos. É um desafio e tanto!
4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a argumentação
Nessa competência são avaliadas a estruturação lógica e formal entre as partes da redação. A organização
textual exige que as frases e os parágrafos estabeleçam entre si uma relação que garanta a sequenciação
coerente do texto e a interdependência entre as ideias (está ligada à competência 3, também). Esse
encadeamento pode ser expresso por conjunções, por determinadas palavras, ou pode ser inferido a partir da
articulação dessas ideias. Preposições, conjunções, advérbios e locuções adverbiais são responsáveis pela
coesão do texto, porque estabelecem uma inter-relação entre orações, frases e parágrafos. É importante
frisar: cada parágrafo deve ser composto de um ou mais períodos também articulados e cada ideia nova
precisa estabelecer relação com as anteriores.

5. Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos


O quinto e último aspecto a ser avaliado no seu texto é a apresentação de uma proposta de intervenção para
o problema abordado. Por isso, a sua redação, além de apresentar uma tese sobre o tema, apoiada em
argumentos consistentes, deve oferecer uma proposta de intervenção na vida social, ou seja, uma “solução”
para o problema. Essa proposta deve considerar os pontos abordados na argumentação e deve se relacionar
diretamente com a tese desenvolvida no texto e ter coerência com os argumentos utilizados, já que expressa
a sua visão, como autor, das possíveis soluções para a questão discutida. A proposta de intervenção precisa
ser detalhada para permitir que o leitor julgue a sua “exequibilidade” (a capacidade de ser posta em prática).
Por isso, é bom detalhar quais meios são importantes para realizá-la. A proposta deve, ainda, refletir os
conhecimentos de mundo de quem a redige, e a coerência da argumentação será um dos aspectos decisivos
no processo de avaliação. É necessário que ela respeite os direitos humanos: que não rompa com valores
como cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural.

DICAS:

Título na redação: cinco dicas que podem resolver suas dúvidas


O título é a primeira impressão que o leitor tem de seu texto, por isso, ele deve ser interessante e objetivo.
Você já se deu conta da importância do título para a sua redação? Quantas vezes você já leu um texto
simplesmente porque gostou do título ou quantas vezes você já se interessou pela leitura de um livro apenas

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porque gostou de seu nome? Viu só? Respondendo a essas perguntas, certamente você pôde atentar a um dos
elementos responsáveis por atrair o interesse do leitor: o título.
Elemento responsável por resumir o assunto de um texto, o título nem sempre é exigido em algumas
provas. No Enem, por exemplo, ele é opcional. Veja então, algumas dicas:

1. O título deve ser um resumo do tema:


O título deve resumir o tema da redação sem entregar demais o seu conteúdo, caso contrário, toda a
curiosidade do leitor irá por água abaixo. Nele, o leitor deve encontrar pistas sobre o assunto que será
abordado, por isso, evite títulos rebuscados, opte pela simplicidade. Um bom título pode também mostrar
para o corretor que você entendeu a proposta de maneira adequada.

2. Evite frases longas:


Um bom título deve ser curto, por isso, nada de frases longas! Períodos longos contrariam a ideia da
objetividade, por isso, o título ideal deve conter, no máximo, três palavras e não deve ultrapassar uma linha.
Claro que essa é uma recomendação, existem exceções, mas na maioria das vezes, a dica funciona bem.

3. O verbo no título não é obrigatório:


A regra é a seguinte: se apesar da ausência do verbo, seu título consegue sintetizar o tema, não
háproblema nenhum em usar expressões (frases sem verbos). O título não precisa ser
composto,necessariamente, por uma oração completa, isto é, com sujeito e predicado. Aposte na criatividade
e decida oqueformelhor para oseutexto.

4. Seja criativo:
Se você quer chamar a atenção do leitor, não tenha dúvidas de que a criatividade deve ser colocada
em prática. Para isso, você pode usar figuras de linguagem e a intertextualidade, isto é, estabelecer um
diálogo com livros que leu, filmes a que assistiu, músicas que ouviu etc. Além disso, você também pode
fazer citações na hora de compor o título, lembrando-se sempre de colocá-las entre aspas. Todavia, vale
ressaltar que ser criativo não tem nada a ver com rebuscamento linguístico, cuidado!

5. Ponto final, letras maiúsculas, linha em branco:


Pode parecer curioso, mas essas são dúvidas recorrentes na hora de escrever o texto. Sobre o ponto
final, você deverá colocá-lo quando no seu título constar um verbo. Se não for uma oração, você não deve
pontuá-lo, simples assim. Sobre o emprego de letras maiúsculas, esqueça, você não está escrevendo em
latim, por isso, escreva normalmente, deixe a letra maiúscula apenas para os casos em que ela é obrigatória.
Por último, a famigerada linha em branco. Pular uma linha ou não pular uma linha depois do título? A
resposta é: depende. É uma questão de estética e organização do texto, já que pular uma linha pode deixá-lo
mais apresentável. Se o limite de linhas for pequeno, evite esse recurso.

O que você deve evitar na redação


– Tome cuidado com radicalismos. A banca quer que a defesa do ponto de vista ocorra com argumentos e
posições claras, racionais e, principalmente, respeitosas. Por isso, evite usar qualquer expressão extremista,
mesmo que sejam termos como “nunca”, “sempre”, “jamais”.
– Evite usar clichês, provérbios e citações sem critério. Você pode acabar errando o autor da expressão (o
que pega muito mal), ou até mesmo usá-la fora de contexto, o que pode direcionar a sua redação para um
lado que você não quer.
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– Rebuscar demais as palavras também não é uma boa ideia. Seu texto pode ficar sem fluência e clareza,
dificultando a compreensão do corretor. Lembre-se: linguagem formal não é sinônimo de linguagem
complicada.
– O uso da linguagem oral também deve ser bem pensado. Expressões coloquiais e gírias, como “irado”,
não são adequadas a um texto que exige a norma culta da língua.
– Erros de gramática: esse nem precisa explicar, não é? Deslizes graves de regras do português podem
descontar muitos pontos da sua redação. Se houver dúvida na hora de usar algum termo, procure trocá-lo por
outra palavra mais segura, para não arriscar.

O que pode zerar a sua redação?

Fugir do tema;
Fugir do tipo dissertação;
Texto com até 7 linhas;
Impropérios, desenhos e deboches;
Desrespeito aos direitos humanos(racismo, xenofobia e homofobia);
Folha de redação em branco.

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UNIDADE 2: O TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO

O texto dissertativo-argumentativo tem como objetivo persuadir e convencer, ou seja, levar o


leitor a concordar com a tese defendida. Éexpressa uma opinião crítica acerca de um assunto, sendo
defendida uma tese sobre esse assunto através de uma argumentação clara e objetiva, fundamentada em
fatos verídicos e dados concretos. A proposta de redação no ENEM, poderá ser acerca de um tema de
ordem social, científica, cultural ou política e os aspectos a serem avaliados relacionam-se às
“competências” que devem ter sido desenvolvidas durante os anos de escolaridade. Seu texto deverá ser
redigido de acordo com a modalidade escrita formal da Língua Portuguesa e deverá conter uma proposta
de intervenção social para o problema apresentado no desenvolvimento do texto que respeite os direitos
humanos.

NOTA: Em 2017, a Justiça Federal determinou a suspensão da regra do Enem que atribui nota zero, sem direito à
correção de seu conteúdo, para a prova de redação que seja considerada desrespeitosa aos direitos humanos, porém, nesse
caso o candidato aindapoderá perder pontos.

ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO

A apresentação e defesa da tese desenvolvem-se através da estrutura textual típica de introdução,


desenvolvimento e conclusão.

Introdução
Na introdução ocorre a apresentação de um assunto e de uma tese que será defendida sobre esse assunto.
Assim, após a identificação de um problema num determinado assunto, é apresentada a tese de forma clara e
objetiva, sendo essencial que esta esteja bem definida e delimitada. A reflexão crítica sobre a tese e sua
argumentação será feitas no desenvolvimento do texto.

Desenvolvimento

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No desenvolvimento ocorre a apresentação e a exploração dos diversos argumentos que suportam a tese.
Podem ser apresentados através do reconhecimento das causas e consequências do problema, da
identificação de seus aspectos positivos e negativos ou da contra argumentação de uma tese contrária. Pode
haver um foco no argumento justificando a tese ou um foco na tese que ocorre por um determinado
argumento. O que importa é que se utilize uma linguagem coerente, objetiva e precisa.
A apresentação dos argumentos deve seguir uma sequência lógica. Pode haver um argumento principal e
argumentos auxiliares ou vários argumentos fortes. O mais importante é que estes sejam objetivos e
detalhados e que haja conexão entre eles. Os diversos argumentos deverão ser sustentados com exemplos e
provas que os validem, tornando-os indiscutíveis, como:
fatos comprovados;
exemplos;
conhecimentos consensuais;
dados estatísticos;
pesquisas e estudos;
citações de autores renomados;
depoimentos de personalidades renomadas;
alusões históricas;
comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares distintos.
fatores sociais, culturais e econômicos.

Estas estratégias argumentativas validam os argumentos, dotando-os de autoridade, consenso, lógica,


competência e veridicidade. Assim, os leitores não só refletem sobre estes, como ficam obrigados a
concordar com os argumentos,sem hipótese de os rebater.
Além disso, diversos recursos de linguagem podem ser usados para captar a atenção do leitor e convencê-
lo da correção da tese, como a utilização de uma linguagem formal, de perguntas retóricas, de repetições, de
ironia, de exclamações,…

Conclusão
Na conclusão há a retomada e reafirmação da tese inicial, já defendida pelos diversos argumentos
apresentados no desenvolvimento. Pode ocorrer a apresentação de soluções viáveis ou de propostas de
intervenção. A conclusão aparece como um desfecho natural e inevitável visto o pensamento do leitor já ter
sido direcionado para a mesma durante a apresentação dos argumentos.

Exemplo de texto dissertativo-argumentativo: (Redação ENEM 2016, TEMA: "Caminhos para


combater a intolerância religiosa no Brasil”)
"O ser humano é social: necessita viver em comunidade e estabelecer relações interpessoais. Porém,
embora intitulado, sob a perspectiva aristotélica, político e naturalmente sociável, inúmeras de suas antiéticas
práticas corroboram o contrário. No que tange à questão religiosa no país, em contraposição à laicização do
Estado, vigora a intolerância no Brasil, a qual é resultado da consonância de um governo inobservante à
Constituição Federal e uma nação alienada ao extremo.
Não obstante, apesar de a formação brasileira ser oriunda da associação de díspares crenças, o que é fruto
da colonização, atitudes preconceituosas acarretam a incrédula continuidade de constantes ataques a
religiões, principalmente de matriz africana. Diante disso, a união entre uma pátria cujo obsoleto ideário
ainda prega a supremacia do cristianismo ortodoxo e um sistema educacional em que o estudo acerca das

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disparidades religiosas é escasso corrobora a cristalização do ilegítimo desrespeito à religiosidade no país.
Sob essa conjectura, a tese marxista dissertaacerca da inescrupulosa atuação do Estado, que assiste
apenas a classe dominante. Dessa forma, alienados pelo capitalismo selvagem e pelos subvertidos valores
líquidos da atualidade, os governantes negligenciam a necessidade fecunda de mudança dessa distopia*
realidade envolta na intolerância religiosa no país. Assim, as nefastas políticas públicas que visem a coibir o
vilipêndio à crença – ou descrença, no caso do ateísmo – alheio, como o estímulo às denúncias, por exemplo,
fomentam a permanência dessas incoerentes práticas no Brasil. Porém, embora caótica, essa situação é
mutável.
Convém, portanto, que, primordialmente, a sociedade civil organizada exija do Estado, por meio de
protestos, a observância da questão religiosa no país. Desse modo, cabe ao Ministério da Educação a criação
de um programa escolar nacional que vise a contemplar as diferenças religiosas e o respeito a elas, o que
deve ocorrer mediante o fornecimento de palestras e peças teatrais que abordem essa temática.
Paralelamente, ONGs devem corroborar esse processo a partir da atuação em comunidades com o fito de
distribuir cartilhas que informem acerca das alternativas de denúncia dessas desumanas práticas, além de
sensibilizar a pátria para a luta em prol da tolerância religiosa."
Laryssa Cavalcanti, de 17 anos - Maceió (AL)

* distopia: é o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo baseado numa ficção cujo valor representa a antítese da utopia ou promove
avivência em uma "utopia negativa".

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UNIDADE 3: A ESTRUTURA DA REDAÇÃO (INTRODUÇÃO)

O parágrafo-chave: 18 formas para você começar um texto

Ao escrever seu primeiro parágrafo, você pode fazê-lo de forma criativa. Ele deve atrair a atenção do leitor.
Por isso, evite os lugares-comuns como: atualmente, hoje em dia, desde épocas remotas, o mundo de hoje, a
cada dia que passa no mundo em que vivemos, a cada dia que passa, na atualidade.

Listamos aqui dezoito formas de começar um texto. Elas vão das mais simples às mais complexas.

1. Uma declaração (tema: liberação da maconha)


É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O
Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de
recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
A declaração é a forma mais comum de começar um texto. Procure fazer uma declaração forte, capaz de
surpreender o leitor.

2. Definição (tema: o mito)


O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu
lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não-
crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a
construção cultural, mas que dão, também, as formas da ação humana.

A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafos-chave, sobretudo em textos dissertativos.
Pode ocupar só a primeira frase ou todo o primeiro parágrafo.

3. Divisão (tema: exclusão social)


Predominam ainda no Brasil duas convicções errôneas sobre o problema da exclusão social: a de que ela
deve ser enfrentada apenas pelo poder público e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços
extraordinários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que o combate à marginalidade social em
Nova Iorque vem contando com intensivos esforços do poder pública e ampla participação da iniciativa
privada.
Ao dizer que há duas convicções errôneas, fica logo clara a direção que o parágrafo vai tomar. O autor terá
de explicitá- las na frase seguinte.

4. Oposição (tema: exclusão social)


De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro, gastos excessivos
com computadores, antenas parabólicas, aparelhos celulares. É este o paradoxo que vive hoje a educação
no Brasil.
As duas primeiras frases criam uma oposição (de uma lado/de outro) que estabelecerá o rumo da
argumentação.

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5. Alusão histórica (tema: globalização)
Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter aberto
de vez as portas da globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de
competição.
O conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto. O leitor é situado no tempo e pode
ter uma melhor dimensão do problema.

6. Uma pergunta (tema: a saúde no Brasil.)


Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os contribuintes já estão cansados de
tirar dinheiro do bolso para tapar um buraco que parece não ter fim. A cada ano, somos lesados por novos
impostos para alimentar um sistema que só parece piorar.
A pergunta não é respondida de imediato. Ela serve para despertar a atenção do leitor para o tema e será
respondida ao longo da argumentação.

7. Uma frase nominal seguida de explicação (tema: a educação no Brasil)


Uma tragédia. Essa é a conclusão da própria Secretaria de Avaliação e Informação Educacional do
Ministério da Educação e Cultura sobre o desempenho dos alunos do 3º ano do 2º médio submetidos ao
Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que ainda avaliou estudantes da 4ª série e da 8ª série do
Ensino Fundamental em todas as regiões do território nacional.
A palavra tragédia é explicada logo depois, retomada por essa é a conclusão.

8. Adjetivação (tema: a educação no Brasil)


Equivocada e pouco racional. Essa é a verdadeira adjetivação para a política educacional do governo.
A adjetivação inicial será a base para desenvolver o tema. O autor dirá, nos parágrafos seguintes, por que
acha a política educacional do governo equivocada e pouco racional.

9. Citação (tema: política demográfica)


“As pessoas chegam a ponto de uma criança morrer e os pais não chorarem mais, trazerem a criança,
jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora.” O comentário, do fotógrafo Sebastião
Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate¹ no estado de letargia² ética que domina
algumas nações do Primeiro Mundo.
A citação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela é retomada pela palavra comentário da segunda
frase.

10. Citação de forma indireta (tema: consumismo)


Para Marx a religião é um ópio. Raymond Aron deu o troco: o marxismo é o ópio dos intelectuais. Mas
nos Estados Unidos o ópio do povo é mesmo ir às compras. Como as modas americanas são contagiosas, é
bom ver de que se trata
Esse recurso deve ser usado quando não sabemos textualmente a citação. É melhor citar de forma indireta
que de forma errada.

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11. Exposição de ponto de vista oposto (tema: provão)
O ministro da Educação se esforça para convencer de que o provão é fundamental para a melhoria da
qualidade do ensino superior. Para isso, vem ocupando generosos espaços na mídia e fazendo milionária
campanha publicitária, ensinando como gastar mal o dinheiro que deveria ser investido na educação.
Ao começar um texto com a opinião contrária, delineia-se de imediato, qual a posição dos autores.
Seu objetivo será refutar os argumentos do opositor, numa espécie de contra argumentação.

12. Comparação (tema: reforma agrária)


O tema da reforma agrária está presente há bastante tempo nas discussões sobre os problemas mais
graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o movimento pela abolição da escravidão no Brasil,
no final do século passado e, atualmente, o movimento pela reforma agrária, podemos perceber alguma
semelhança. Como na época da abolição da escravidão existiam elementos favoráveis e contrários a ela,
também hoje há os que são a favor e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil.
Para introduzir o tema da reforma agrária, o autor comparou a sociedade de hoje com a do final do século
XIX, mostrando a semelhança de comportamento entre elas.

13. Retomada de um provérbio (tema: mídia e tecnologia)


O corriqueiro adágio de que o pior cego é o que não quer ver se aplica com perfeição na análise sobre o
atual estágio da mídia: desconhecer ou tentar ignorar os incríveis avanços tecnológicos de nossos dias, e
supor que eles não terão reflexos profundos no futuro dos jornais é simplesmente impossível.
Sempre que você usar esse recurso, não escreva o provérbio simplesmente. Faça um comentário
sobre ele para quebrar a ideia de lugar-comum que todos eles trazem. No exemplo acima, o autor diz “o
corriqueiro adágio” e assim demonstra que está consciente de que está partindo de algo muito conhecido.

14. Ilustração (tema: aborto)


O Jornal do Comércio, de Manaus, publicou um anúncio em que uma jovem de dezoito anos, j á mãe de
duas filhas, dizia estar grávida mas não queria a criança.
Ela a entregaria a quem se dispusesse a pagar sua ligação de trompas. Preferia dar o filho a ter
que fazer um aborto.
O tema é tabu no Brasil...
Você pode começar narrando um fato para ilustrar o tema. Veja que a coesão do parágrafo seguinte se faz
de forma fácil: a palavra tema retoma a questão que vai ser discutida.

15. Uma sequência de frases nominais (frases sem verbo)


Desabamento de shopping em Osasco. Morte de velhinhos numa clínica do Rio. Meia centena de mortes
numa clínica de hemodiálise em Caruaru. Chacina de sem-terra em Eldorado dos Carajás.
Muitos meses já se passaram e esses fatos continuam impunes.
O que se deve observar nesse tipo de introdução são os paralelismos que dão equilíbrio às diversas
frases nominais. A estrutura de cada frase deve ser semelhante.

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16. Alusão a um romance, um conto, um poema, um filme (tema: a intolerânciareligiosa)
Quem assistiu ao filme A rainha Margot, com a deslumbrante Isabelle Adjani, ainda deve ter os fatos vivos
na memória. Na madrugada de 24 de agosto de 1572, as tropas do rei de França, sob ordens de Catarina de
Médicis, a rainha-mãe e verdadeira governante, desencadearam uma das mais tenebrosas carnificinas da
História. (...)
Desse horror, a História do Brasil está praticamente livre. (...)
O resumo do filme A rainha Margot serve de introdução para desenvolver o tema da intolerância religiosa.
A coesão com o segundo parágrafo dá-se através da palavra horror, que sintetiza o enredo do filme contado
no parágrafo inicial.

17. Descrição de um fato de forma cinematográfica (tema: violência urbana)


Madrugada de 11 de agosto. Moema, bairro paulistano da classe média. Choperia Bodega – um bar da
moda, frequentado por jovens bem-nascidos.
Um assalto. Cinco ladrões. Todos truculentos. Duas pessoas mortas: Adriana Ciola, 23, e José Renato
Tahan, 25. ela, estudante. Ele, dentista.
O parágrafo é desenvolvido por flashes, o que dá agilidade ao texto e prende a atenção do leitor,
depois desses dois parágrafos, o autor fala da origem do movimento “Reage São Paulo”.

18. Omissão de dados identificadores (tema: ética)


Mas o que significa, afinal, esta palavra, que virou bandeira da juventude? Com certeza não é algo que se
refira somente à política ou às grandes decisões do Brasil e do mundo. Segundo Tarcísio Padilha, ética é
um estudo filosófico da ação e da conduta humanas cujos valores provêm da própria natureza do homem e
se adaptam às mudanças da história e da sociedade.
As duas primeiras frases criam no leitor certa expectativa em relação ao tema que se mantém em suspenso
até a terceira frase. Pode-se também construir todo o primeiro parágrafo omitindo o tema, esclarecendo-o
apenas no parágrafo seguinte.
1. s.m. O mesmo que incentivo, estímulo.
2. s.f. Estado de inconsciência que se assemelha ao sono profundo. Figurado: Desânimo

Elementos coesivos para usar no interior dos parágrafos da


IMPORTANTE! introdução: (pois, porque, que / entretanto, mas, todavia...)

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UNIDADE 4: A ESTRUTURA DA REDAÇÃO (DESENVOLVIMENTO)
Um bom texto dissertativo deve apoiar-se principalmente em uma boa argumentação. Para que isso
ocorra, é preciso que se organizem as ideias que serão expostas. Mostraremos abaixo os tipos mais
comuns de argumentos que você pode usar em sua redação para trazer credibilidade e confiabilidade ao
texto:

🗹
Tipos de argumentos
Argumento de Autoridade: É aquele que se apoia no conhecimento de um especialista da área. É um
modo de trazer para o texto o peso e a credibilidade da autoridade citada. Por exemplo: “Conforme afirma
Bertrand Russel, não é a posse de bens materiais o que mais seduz os homens, mas o prestígio decorrente
dela”.

Argumento de consenso: Alguns enunciados não exigem a demonstração de um especialista para que
seprove o conteúdo argumentado. Nesse caso, não precisamos citar uma fonte de confiança. Por exemplo:
“O investimento em educação é indispensável para o desenvolvimento econômico de um país”. Repare que
essa afirmação não precisa de embasamento teórico, pois é um consenso global.

Argumento de Comprovação pela Experiência ou Observação: Esse tipo de argumentação


éfundamentado na documentação (com dados que comprovam ou confirmam sua veracidade). Por exemplo:
“O acaso pode dar origem a grandes descobertas científicas. Alexander Flemming, que cultivava bactérias,
por acaso percebeu que os fungos surgidos no frasco matavam as bactérias que ali estavam. Da pesquisa
com esses fungos, ele chegou à penicilina”. Observe que, nesse caso, o argumento que validou a afirmação
“O acaso pode dar origem a grandes descobertas” foi a documentação da experiência de Flemming.

Argumento de Fundamentação Lógica: A argumentação nesse caso se fundamenta em operações


deraciocínio lógico, tais como as implicações de causa e efeito, consequência e causa, etc. Por exemplo: “Ao
se admitir que a vida humana é o bem mais precioso do homem, não se pode aceitar a pena de morte, uma
vez que existe sempre a possibilidade de um erro jurídico que, no caso, seria irreparável”. Note que a ideia
que o leitor tentou passar era: Não se pode aceitar a pena de morte. Para isso, foi mencionado o caso de falha
humana na sentença, o que permitiu que se chegasse a tal conclusão.

Qualquer um desses tipos de argumentos citados é válido na construção de um texto argumentativo.


No caso do Enem, é fundamental que você trabalhe esses argumentos como sendo a coisa mais importante
do texto. Se por um lado o Enem não cobra tanto a organicidade da introdução com os parágrafos do
desenvolvimento (apesar de ser uma boa prática), por outro lado ele cobra MUITO a argumentação utilizada.
Os corretores estão interessados, principalmente, em ver como você utiliza as informações ou ideias que
você tem para construir raciocínios lógicos e deduções coerentes.

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Elementos coesivos para interligar frases, períodos e parágrafos
IMPORTANTE!
do desenvolvimento: (assim, desse modo, ainda, além do mais,
além de tudo, além disso / por outro lado, apesar de, embora... /

primeiramente, em segundo lugar, outro aspecto, ...)


DEFEITOS COMUNS

Agora que já vimos as qualidades que um texto deve ter, vamos dar uma olhada nos defeitos mais comuns
que devem ser evitados:
Quando se escrevemos um texto qualquer, precisamos evitar tudo que possa prejudicá-lo. Iremos mostrar
aqui os defeitos mais comuns que costumam aparecem nas redações. Não é preciso decorar os nomes que
vão aparecer abaixo, apenas preocupe-se em entender com calma cada defeito para não cometê-lo:

Ambiguidade: Significa “duplicidade de sentido”. Uma frase com duplo sentido é imprecisa epode levar o
leitor a atribuir um sentido diferente daquele que o autor procurou dar. Geralmente, ela ocorre por má
pontuação ou mau emprego de palavras ou expressões. Aí vão alguns exemplos:
- Tal situação provoca um sentimento de perda desagradável. (O que é desagradável, o sentimento ou
a perda?).
- Matou o tigre o caçador. (Quem matou quem? Otigre matou o caçador ou o caçador matou o
tigre?).
- Visitamos o teatro do vilarejo, que foi fundado no século XVIII. (Quem foi fundado nesse século?
O teatro ou o vilarejo?).

Cacofonia: É um som desagradável obtido pela união das sílabas finais de uma palavra com asiniciais de
outra. Quando a pessoa lê, parece que existe outra palavra no meio da frase. Às vezes chega a ser engraçado.
Repare:
- Você notou a boca dela?
- Por favor, me dê uma mão.
- Ele te tinha como amiga.
- Eu sabia que ela tinha tudo sobre controle.
- Essas ideias, como as concebo, são eficazes.
- Esse foi o “boom” da ciência.

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Pleonasmo/Redundância: É a repetição desnecessária de um conceito. É preciso muita atençãocom esse
defeito! Quando estamos escrevendo, às vezes não percebemos os pleonasmos que ocasionamos. Por isso é
necessário que você faça uma leitura atenta da redação quando for passá- la a limpo. Observe algumas
redundâncias:
- Eles não pagaram nada, foi grátis. (Se não pagaram nada, óbvio que foi grátis).
- Que sorriso lindo que ela tinha nos lábios. (Onde mais estaria o sorriso?).
- Era como um elo de ligação. (Existe elo de separação?).
- Todos evoluírampara melhor. (Tem como evoluirpara pior?)
- Fiz planos para o futuro. (Planos para o passado não seria possível).
- Tudo ocorreu no amanhecer do dia. (Existe amanhecer da noite?).
- Fizeram um planejamentoantecipado. (Ainda bem que não planejaram depois de executar).

- Roubou o que não lhe pertencia. (Pelo menos ficou claro que ele não roubou de si mesmo).
- Aconteceu com todos os países do mundo. (De onde mais seriam os países?).
Ainda falando de defeitos, iremos alertar aqui sobre algumas palavras que precisam de um cuidado
especial para serem usadas em um texto. Sem dúvida, as três expressões abaixo estão entre as mais utilizadas
incorretamente nas redações:

ONDE: Só deve ser usado quando expressar ideia de lugar. Exemplo: A casa onde morei. Nunca pode ser
usado em casos que não se refiram a lugar. Exemplo: O horário onde há programas infantis.
Nesse caso deve- se usar a expressão em que. Fica assim: O horário em que há programas infantis.

AO INVÉS DE: Só pode ser utilizado quando expressar ideia de adversidade/oposto. Exemplo:Subiu ao
invés de descer. Note que subir e descer são puramente opostos. Quando a ideia é de opção, deve-se usar a
expressão em vez de. Exemplo: Jogou basquete em vez de futebol.

ATRAVÉS: Só deve ser usado quando a ideia é de atravessar. Exemplo: Olhava através do vidro.
Em outros casos, utiliza-se por meio de. Exemplo: Falou por meio de gestos.
É comum que você observe essa má utilização também na fala do cotidiano. A grande maioria das pessoas
não sabe a diferença que existe em se utilizar uma ou outra expressão e, por isso, comete erros frequentes.
Tome cuidado para não cometer esses equívocos na escrita. Na redação, você também nunca deve dizer “em
minha opinião...” ou “eu acho que...”, pois no momento que a pessoa escreve o texto, subentende-se que a
opinião pertence a ela. Caso você tenha escrito algo assim no rascunho e percebeu só no momento de passar
a limpo, apenas retire essa expressão fora do texto. Ela
não vai fazer nenhuma falta.

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UNIDADE 5: A ESTRUTURA DA REDAÇÃO (CONCLUSÃO)

A conclusão, ao contrário do que muitos pensam, não é lugar de simplesmente repetir o que já foi dito. Ela
precisa ser um fechamento que acrescenta algo ao texto. Pode ser uma retomada da discussão, mas de uma
forma inovadora, que não se limita a repetições. Pode também ser usada para fazer advertências, uma análise
crítica do tema discutido ou, até mesmo, fazer sugestões, caso o tema trate de um problema social, por
exemplo, como no ENEM.


O QUE NÃO DEVE ESTAR NA CONCLUSÃO

A conclusão de um texto nasce a partir do raciocínio anteriormente apresentado na introdução e no


desenvolvimento. A conclusão fecha a linha de raciocínio desenvolvida ao longo do texto dissertativo-
argumentativo, para que não haja dúvidas quanto ao ponto de vista desenvolvido ao longo de todo a
exposição. De um modo geral, a conclusão pode conter um bom argumento que sintetize as ideias mais
importantes que foram abordadas ao longo da elaboração do texto.
De modo geral, na conclusão, você deve retomar a sua tese (o que você defendeu nos seus argumentos).
Essa retomada pode ser feita através de uma síntese dos argumentos anteriormente apresentados ou com uma
dedução relacionada às ideias mais importantes que foram abordadas ao longo do texto.

No caso específico do Enem, o candidato deve ser capaz de elaborar uma proposta de intervenção ao final
da sua redação, a fim de solucionar o problema levantado pelo tema. Trata-se de um dos principais critérios
levados em consideração durante a correção do exame.

🗹
O que fazer?
1. Resuma brevemente os seus argumentos
Faça uma retrospectiva breve dos argumentos apresentados ao longo do texto, seguida por uma justificativa
do motivo pelo qual os argumentos foram importantes para a sua conclusão. Esse é o momento de fazer uma
retomada da tese e reforçar seu ponto de vista.
Relacione a conclusão aos objetivos iniciais

2. Na sua introdução, você tinha um objetivo.


Esse objetivo deve estar plenamente alcançado no último parágrafo, ou seja, a sua conclusão deve finalizar
o que foi dito logo no começo do seu texto. Isso contribui para demonstrar ao corretor que você tem um
projeto de texto bem organizado. Ao concluir, esteja em total coerência com o que foi escrito nas partes
anteriores da redação, pois só assim se consegue a reafirmação de um ponto de vista.

3. Entenda o problema
Você dissertou a respeito de um problema social. Agora, você deve entender completamente qual é o
impacto que o tema proposto teve e porque ele é um problema de relevância nacional. A partir disso, você
será capaz de desenvolver uma solução para o dilema.
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4. Faça uma proposta interventiva
No caso específico do Enem, o candidato deve ser capaz de elaborar uma proposta de intervenção ao final
da sua redação. Além de concluir que, por tudo o que foi apresentado, tal situação-problema precise ser
solucionada, é preciso propor uma forma de solucionar o problema levantado.
A proposta interventiva é um critério importantíssimo, objeto de avaliação na Competência 5 (elaborar
proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos), conforme explicitado
ao candidato na cartilha do Inep. Sua proposta deve ser coerente com a tese desenvolvida e com os
argumentos utilizados.
A proposta de intervenção deve apresentar não apenas a ação interventiva sugerida. Lembre-se de dizer
quem vai executá-la, explicar detalhadamente quais os meios de execução e quais os efeitosesperados a
partir dessa intervenção. O seu texto será avaliado, portanto, com base na composição e nodetalhamento da
proposta que você apresentar.

5. Respeite os direitos humanos


Preste atenção para não propor soluções que infrinjam os direitos humanos. Ferir os direitos humanos, a
partir do Enem 2017, não é mais critério de anulação da redação, mas, de qualquer forma, você ainda
perderá pontos durante a correção se fizer uma proposta interventiva que contrarie tais princípios.

Como fazer?
🗹
Dedução
A conclusão por dedução é uma decorrência de todo o raciocínio desenvolvido ao longo da redação. Essa
forma de encerramento, em geral, utiliza conjunções conclusivas, tais como: logo, portanto, pois (posposto
ao verbo), então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso.
Lembre-se que nem todas as conjunções dão a ideia de conclusão. No caso da conjunção “portanto”, vale
lembrar que, nas conclusões de sentido amplo (aquelas que funcionam apenas como desfecho do texto), a
sua utilização não é recomendada. Isso porque a relação entre o parágrafo final do texto com os anteriores é
apenas de acréscimo, ou seja, não é uma decorrência de tudo o que foi escrito anteriormente.
Síntese
Essa técnica consiste em sintetizar as ideias que foram abordadas ao longo da dissertação,
confirmando a tese que normalmente aparece na introdução do texto. A síntese resume todo o texto em uma
só constatação. Retome a tese e sintetize as ideias que foram abordadas no texto (cuidado com a repetição de
termos: retomar não é repetir!). Para fazer uma conclusão por síntese, você pode utilizar conectivos como:
em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma,dessa maneira, desse
modo, logo, pois, assim sendo.
Intervenção
Como já dissemos, essa técnica é obrigatória na redação do Enem. Trata-se de elaborar uma
sugestão para solucionar o problema posto em debate na proposta de redação. Certamente, não é possível
propor uma solução “milagrosa” para determinada situação em pouco mais de cinco linhas. Por essa razão,
esse tipo de conclusão é denominado intervenção, e não apenas “solução”.

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🗹
O que não fazer
Não apresente novos argumentos
Não acrescente novas informações. Conclusão não é lugar para novos argumentos. Os argumentos devem
estar no desenvolvimento. A conclusão serve apenas para fazer um fechamento sobre tudo, uma lição que
pode ser tirada sobre o assunto que você já defendeu. Uma conclusão não pode trazer surpresas para o leitor.

Evite conclusões utópicas


Durante a redação, muitos candidatos recorrem a discursos utópicos para elaborar a conclusão de
seu texto. Tratam o problema como se estivéssemos em uma sociedade ideal, onde todos os problemas
podem ser resolvidos imediatamente. Entretanto, esse é um tipo de encerramento que deve ser evitado pelo
estudante, uma vez que possui um baixíssimo poder argumentativo. O discurso utópico é panfletário,
revelando certa ingenuidade por parte do candidato. Este, ao utilizá-lo, demonstra pouca maturidade e visão
crítica.

Evite propostas genéricas


Evite propostas pouco práticas ligadas ao campo da conscientização, como “devemos nos
conscientizar”, “é preciso lutar”, etc. Propostas vagas como “O Brasil tem que resolver esse problema”
também não são adequadas. Pense em propostas que sejam realmente exequíveis e explicite-as bem.

IMPORTANTE! Elementos coesivos para os parágrafos


da conclusão: (logo, assim,
portanto, então, dessa forma,...) propondo a intervenção (uma
solução para amenizar a solução-problema).

18
UNIDADE 6: CONSTRUINDO O PLANO DE REDAÇÃO

Fazer um rascunho da sua Redação Enem pode fazer toda a diferença na sua nota, sabia? Isso por que
quando escrevemos um texto pela primeira vez, rabiscos surgem do começo ao fim, seja quando erramos
alguma palavra ou então quando mudamos de ideia em relação a um argumento. Isso é normal e acontece
com todos. Mas, nunca sabemos quantos rabiscos vão surgir ao longo daquele texto que estamos
escrevendo. Se forem muitos, eles podem prejudicar a leitura de quem vai corrigir a sua Redação Enem. E,
se o corretor não consegue entender o que você escreveu, ele pode diminuir a sua nota. Não adianta nada
escrever uma super redação, com bons argumentos, se ninguém consegue decifrá-la, certo?
Por isso, antes de escrever seu texto definitivamente na folha oficial, faça um rascunho! Sabemos que o
tempo é curto durante a prova do Enem, por isso, é preciso administrá-lo bem para que você consiga
responder todas as questões, fazer um rascunho e ainda passar a limpo sua Redação Enem.
O ideal é que você reserve uma hora para escrever sua Redação Enem e 3 minutos para cada uma das 90
questões. Além de garantir a entrega de um texto mais limpo, fazer um esboço da sua redação permite que
você desenvolva melhor as ideias que quer colocar no papel, podendo modificá-las e até mesmo melhorá-las
na versão final da sua Redação Enem.
Para isso é aconselhável que você faça um plano de texto, ou seja, um pré-rascunho. Toda vez que você
tem que mostrar uma base argumentativa sobre uma tese é necessário que você planeje como você vai
argumentar. Escolhemos um plano de redação do tipo roteiro e o adotamos como oficial em nossa escola.

Veja abaixo como utilizá- lo:

🗐
PLANO DE REDAÇÃO ESTILO ROTEIRO

Este plano de texto consiste em um esquema simples dos parágrafos do seu texto, onde você organiza as
informações que quer colocar na Redação. Esse exercício de colocar na ponta do lápis tudo que você pensou
sobre o tema ajuda a criar uma estrutura para o texto. É importante que você agrupe as ideias semelhantes e
organize-as, de modo a criar lógica entre os parágrafos manter a coerência.
Obs: Esta proposta será trabalhada com todas as turmas durante todo o ano letivo e,principalmente,
antes das provas bimestrais. Será aplicada no momento em que for redigido o rascunho da
DISSERTAÇÃO – ARGUMENTATIVA e será componente obrigatório no dia da PROVA DE
REDAÇÃO para a escrita do rascunho.

1º passo: Apresentação da proposta (TEMA)

2º passo: Leitura dos textos motivadores e identificação das palavras–chaves.


- Nessa etapa o professor deverá orientar os alunos a escreverem em colunas ou linhas as palavras
– chaves encontradas nos textos motivadores salientando que deverão, OBRIGATORIAMENTE, ser
citadas na redação.

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3º passo: Transformação do TEMA em pergunta. (COM ÊNFASE NAS CAUSAS ECONSEQUÊNCIAS)
- Exemplo: No Enem 2015, com o tema “A persistência da violência contra a mulher na sociedade
brasileira” poderíamos elaborar as seguintes perguntas:
1. Por que a sociedade brasileira tem persistido na violência contra a mulher?
2. Quem são os responsáveis pelo avanço dessa violência? Por que isso acontece?(CAUSAS)
3. O que acontece em virtude disso? (CONSEQUÊNCIAS)

4º passo: Responder às três perguntas elaboradas no passo anterior.


1. Isso acontece em virtude da grande dimensão da cultura do machismo e também por conta do
silêncio que domina a maioria das mulheres que passam por situações de violência.
2. Os responsáveis são os próprios companheiros, outros homens que querem mostrar que são
superiores em determinadas situações ou poderíamos citar como causa o próprio sistema de segurança que
é falho, principalmente nos grandes centros urbanos.
3. Em virtude disso acontecem crimes passionais, homicídios, aumento do número de denúncias na
delegacia de defesa da mulher, etc.

5º passo: Estruturação da INTRODUÇÃO.


Nessa etapa, o aluno deverá unir as três respostas de maneira sucinta em um parágrafo, para assim formular
uma introdução do tipo ROTEIRO. Veja:
Ex: Uma sociedade regida por valores distorcidos não pode obter sucesso em nenhum de seussetores, até
por que uma nação se constitui de homens e mulheres, e mais que isso: cidadãos. No Brasil ainda
vivenciamos a cultura do machismo que é atrelado a diversos males sociais como crimes de toda espécie
que são desencadeados muitas vezes por situações domésticas e agravados pelo silêncio de suas vítimas.

6º passo: Estruturação do DESENVOLVIMENTO


Agora o estudante irá desenvolver através de estratégias argumentativas no início do rascunho,
formando assim o desenvolvimento do seu texto em três pergunta).

1. Dados estatísticos; pesquisas; fatos comprováveis; citações ou depoimentos de pessoas especializadas no assunto;
pequenas narrativas ilustrativas; alusões históricas; e comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares distintos.

7º passo: Estruturação da CONCLUSÃO


Redação do último parágrafo do texto que deverá conter PROPOSTA DE INTERVENÇÃO que
respeite os direitos humanos e que seja exequível.
Dicas para formulação da proposta:
• O que será feito?
• Como será feito? Cabe o que a quem?
• Por meio de quais medidas?

Obs: Na resposta a essas perguntas, costumam aparecer, em redações acerca de diversas temáticas, pilares
sociais, como
o Estado ou o Governo e sua atuação para extinguir ou reduzir problemas;
as famílias como base de formação moral;

20
as instituições de ensino, como as escolas e as universidades, e sua contribuição para a formação de
valores;
a imprensa e seu poder de informar a sociedade;
a cidadania como prática individual;
capaz de contribuir para o bem-estar coletivo;

A base para uma conclusão bem feita no padrão ENEM é combinar valores de cidadania, solidariedade e respeito à
diversidade sociocultural com demonstração de criticismo e de informação ao citar o papel dos pilares sociais e ao definir

como eles devem atuar em prol de uma sociedade justa e igualitária.

Competência 1 – Demonstrar domínio da escrita formal da Língua Portuguesa.


Nesse quesito, os avaliadores irão averiguar como o candidato distingue as diferenças entre a
modalidade oral e a modalidade escrita da Língua Portuguesa. Como assim? Por esta competência, os
corretores irão ver se você não mistura as duas formas na Redação Enem e, além disso, se sabe empregar a
modalidade correta para o Enem. Conseguiu entender o que pede o Guia da Redação Enem?
Na hora em que você estiver escrevendo a sua Redação Enem procure ser claro, objetivo e direto, além
de ter um vocabulário diferenciado e rico. Fora isso, existe alguns requisitos básicos que precisam ser
seguidos no texto dissertativo-argumentativo (aquele que a Redação Enem pede, lembra?):
1- Ausência de marcas de oralidade e de registro informal (como “aí”, “opa”, “supimpa”…)
2- Precisão vocabular (use palavras dicionarizadas, nada de querer falar bonito e inventar palavras que nem
existem, ok?)
3- Obediência às regras gramaticais de:
Concordância nominal e verbal (plural-singular ou feminino-masculino dos nomes, além dos verbos,
claro!)
Regência nominal e verbal (essa matéria pega muita gente, estudar um pouquinho sobre isso te ajudará a
passar na frente de muitos candidatos!)
Pontuação (pela experiência que o Blog tem em Redação, vimos que pontuação é a maior dificuldade de
todos, vai dizer?!)

Flexão de nomes e verbos;


Colocação de pronomes átonos (dê uma estudada sobre ênclise, mesóclise e próclise!)
Grafia das palavras (Não vai escrever “certo” assim, né: SERTO!)
Acentuação gráfica (muito importante também!)
Emprego de letras maiúsculas e minúsculas;
Divisão silábica na mudança de linha (translineação).

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Cuidados para não perder pontos:
Foque abaixo em algumas inadequações do uso linguístico que serão penalizadas na Competência 1
da Redação Enem :
1 – Desvios mais graves:
– falta de concordância do verbo com o sujeito (com sujeito antes do verbo);
– períodos incompletos, truncados, que comprometem a compreensão;
– graves problemas de pontuação;
desvios graves de grafia e de acentuação (letra minúscula iniciando frases e nomes de pessoas e lugares); e
– presença de gíria.

2 – Desvios graves:
– falta de concordância do verbo com o sujeito (com sujeito depois do verbo ou muito distante dele);
– falta de concordância do adjetivo com o substantivo;
– regência nominal e verbal inadequada (ausência ou emprego indevido de preposição);
– ausência do acento indicativo da crase ou seu uso inadequado;
– problemas na estrutura sintática (frases justapostas sem conectivos ou orações subordinadas sem oração
principal);
– desvios em palavras de grafia complexa;
– separação de sujeito, verbo, objeto direto e indireto por vírgula; e
– marcas da oralidade.

3 – Desvios leves:
– ausência de concordância em passiva sintética (exemplo: uso de “vende-se casas” em vez de “vendem-se
casas”); e
– desvios de pontuação que não comprometem o sentido do texto.

Competência 2 – Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas do


conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-
argumentativo.
Nessa competência da Redação Enem , os avaliadores verificaram se você entendeu o que a proposta
de redação pede e, além disso, se você consegue aplicar o seu conhecimento de mundo (como assim?)
quando for redigir seu texto dissertativo-argumentativo (entre 8 e 30 linhas, claro!).
Para não ter erro, siga algumas recomendações para a elaboração do texto:

a) leia com atenção a proposta da Redação Enem e os textos motivadores (aqueles que aparece na prova
para você ler e entender o tema), para compreender bem o que está sendo solicitado;
b) evite ficar preso às ideias desenvolvidas nos textos motivadores, porque foram apresentados apenas para
despertar uma reflexão sobre o tema e não para limitar sua criatividade;
c) não copie trechos dos textos motivadores. Lembre-se de que eles foram apresentados apenas para
despertar seus conhecimentos sobre o tema. Se copiar, lembre-se que o corretor vai desconsiderá-lo na hora
da correção, pois é plágio. Ok?
d) reflita sobre o tema da Redação Enem proposto para decidir como abordá-lo, qual será seu ponto de
vista e quais os argumentos que vai utilizar para defendê-lo;

22
e) reúna todas as ideias que lhe ocorrerem sobre o tema, procurando organizá-las em uma estrutura
coerente para usá-las no desenvolvimento do seu texto;
f) desenvolva o tema de forma consistente, de modo que o leitor possa acompanhar o seu raciocínio
facilmente, o que significa que a progressão textual é fluente e articulada com o projeto do texto;
g) lembre-se de que cada parágrafo deve desenvolver um tópico frasal;
h) examine, com atenção, a introdução e a conclusão para ver se há coerência entre o início e o fim;
i) utilize informações de várias áreas do conhecimento, demonstrando que você está atualizado em relação
ao que acontece no mundo;
j) evite recorrer a reflexões previsíveis, que demonstram pouca originalidade no desenvolvimento do tema
proposto;
k) mantenha-se dentro dos limites do tema proposto pela Redação Enem, tomando cuidado para não se
afastar do seu foco, ou seja, fugir total ou parcialmente do tema. Esse é um dos principais problemas
identificados nas redações.
RELEMBRANDO: caso você esteja em dúvida do que significa texto dissertativo-argumentativo, aqui vai
a definição: “O texto dissertativo-argumentativo é um texto opinativo que se organiza na defesa de um
ponto de vista sobre determinado assunto”.
PRESTE ATENÇÃO: para atender às exigências do texto dissertativo-argumentativo da Redação
Enem você deve:
1- Apresentar uma tese (ideia) e as justificativas (argumentos) que defendam o seu ponto de vista;
2- Utilizar estratégias argumentativas – são recursos que você pode utilizar para desenvolver os argumentos
que comprovem a sua tese, tais como: exemplos, dados estatísticos, pesquisas, fatos comprováveis, citações
ou depoimentos de pessoas especializadas no assunto, alusões históricas, e comparações entre fatos,
situações, épocas ou lugares distintos.
CUIDADO: caso você fuja da estrutura dissertativo-argumentativo, a sua Redação Enem terá nota 0
(zero), mesmo que atenda às exigências dos outros critérios de correção.
Todo mundo sabe que a Redação Enem é uma das 5 partes da prova mais importante para entrar na
Universidade, para conseguir um Fies ou então para ganhar uma bolsa de estudo pelo Prouni, certo?
Só a Redação Enem, para você ter ideia, vale 20% de toda a prova e é a única parte de todo o concurso
que pede para o candidato mostrar sua habilidade de escrita. O resto da prova – as outras 4 áreas – é
puramente resolvido por questões objetivas de múltipla escolha.

Competência 3 – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e


argumentos em defesa de um ponto de vista.
O importante nessa competência da Redação Enem é sua capacidade de compreensão e interpretação
acerca do tema proposto e de sua habilidade de argumentar a tese defendida por você. Como o próprio título
da competência diz, saber: “Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e
argumentos em defesa de um ponto de vista”. Tudo isso de forma coerente e inteligível. O leitor precisa
entender o seu texto e ser levado a refletir a respeito das ideias nele apresentadas.
Simplificando: você deve saber montar o seu texto coerentemente, de forma lógica, sem confusão, para que
sua opinião seja entendida na hora de corrigir. Ok? Além disso, você não pode “ficar em cima do muro” em
relação ao tema: deve defender seu ponto de vista, como a própria competência diz.
A inteligibilidade de um texto depende de: relação lógica entre as partes do texto, criando uma unidade
entre todas as partes; precisão vocabular; apresentação das ideias de forma lógica; e adequação entre o
conteúdo do texto e o mundo real.

23
Competência 4 – Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da
argumentação.
Todo o texto é um encadeamento lógico de ideias. Cada parágrafo deve estabelecer relação com os
anteriores, mesmo que a ideia seja nova. Para que isso ocorra com fluidez, você precisa ter conhecimentos
dos recursos linguísticos que garantam a continuidade de um parágrafo ao outro, gerando um texto coeso. A
competência 4 do Guia da Redação do Enem avaliará tudo isso: estruturação dos parágrafos, estruturação
dos períodos e referenciação.
Recomendações para a Competência 4 – estratégias de coesão para se referir a elementos que já
apareceram anteriormente no texto da Redação Enem :
a) substituição de termos ou expressões por pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos, advérbios
que indicam localização, artigos;
b) substituição de termos ou expressões por sinônimos, antônimos, hipônimos, hiperônimos, expressões
resumitivas ou expressões metafóricas;
c) substituição de substantivos, verbos, períodos ou fragmentos do texto por conectivos ou expressões que
resumam e retomem o que já foi dito; e
d) elipse ou omissão de elementos que já tenham sido citados anteriormente ou sejam facilmente
identificáveis.

O que você deve EVITAR na Competência 4 da Redação Enem :


a) frases fragmentadas que comprometam a estrutura lógico-gramatical;
b) sequência justaposta de ideias sem encaixamentos sintáticos, reproduzindo hábitos da oralidade;
c) frase com apenas oração subordinada, sem oração principal;
d) emprego equivocado do conector (preposição, conjunção, pronome relativo, alguns advérbios e locuções
adverbiais) que não estabeleça relação lógica entre dois trechos do texto e prejudique a compreensão da
mensagem;
e) emprego do pronome relativo sem a preposição, quando obrigatória;
f) repetição ou substituição inadequada de palavras sem se valer dos recursos oferecidos pela língua
(pronome, advérbio, artigo, sinônimo).

Competência 5 – Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os


direitos humanos.
A última competência indicada no Guia da Redação Enem avaliará a sua proposta de intervenção na vida
social. Lembrando que a proposta deve contemplar cada ponto abordado na argumentação, mantendo uma
relação direta com a tese desenvolvida e coerência com os argumentos utilizados. A coerência será um dos
aspectos decisivos na avaliação. A proposta precisa, ainda, respeitar os direitos humanos como: cidadania,
liberdade, solidariedade e diversidade cultural.
Uma dica importante é: antes de elaborar a sua proposta, responda a essas duas perguntas: O que é possível
fazer? A proposta que pretendo fazer é viável?. Não sugerir nada vago, geral. Estabeleça uma proposta
concreta.

Serão avaliados os seguintes critérios:


a) presença de proposta x ausência de proposta;
b) proposta explícita x proposta implícita;

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c) proposta com detalhamento dos meios para sua realização x proposta sem o detalhamento dos meios
para sua realização.
Mas, como assim “meios”? Isso mesmo, além de você der uma solução VIÁVEL para o problema que
a Redação Enem pede, também deve apresentar os meios para que a solução seja possível. Não adianta
escrever que todo mundo deve receber o mesmo salário no Brasil, quando o tema for o problema da pobreza,
porque isso não vai funcionar. Melhor pensar direito, refletir e demonstrar uma proposta cabível no cenário
atual, ok?

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PROPOSTA de redação para o mês de março
Data para entregar ao Data devolução Data para entregar ao Data para devolução ao
Padrinho padrinho/aluno professor aluno
___/03 ___/03 ___//03 ___/03

PROPOSTA I (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: OS
IMPACTOS DA VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO BRASILEIRO. Apresente proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de
seu ponto de vista.

TEXTO 1

Essa é a perda da capacidade produtiva causada por acidentes que mataram 33,5 mil pessoas e deixaram outras
28 mil com invalidez permanente, segundo cálculo da Escola Nacional de Seguros.
Fonte:http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,violencia-no-transito-fez-brasil-perder-r-146-bi-em-
2016,70001819348

TEXTO 2
Se for realizada uma comparação entre outros tipos de violência, os casos de violência no trânsito não são tratados
com tanta atenção como deveriam. Se há um caso de morte no trânsito, a pena na grande maioria das vezes é
tranquila e o processo dura por anos sem movimentação. “Alguns casos conseguem ser resolvidos apenas com
pagamento de fiança, o acusado responde em liberdade sem consequências e a vítima tem o mesmo preço de
algumas cestas básicas ou prestação de serviços comunitários. É isso que vale a vida no trânsito? Cestas básicas?”,
argumenta Márcia, educadora de trânsito em Blumenau (SC), e colunista de assuntos de trânsito do Portal de
Notícias Blumenews.
Fonte: https://www.violenciasocial.com/558-2/

26
TEXTO 3

Fonte:
http://violen
cianotransito2013.blogspot.com.br/2013/11/charges.html

27
PROPOSTA de redação para o mês de abril
Data para entregar ao Data devolução Data para entregar ao Data para devolução ao
Padrinho padrinho/aluno professor aluno
___/04 ___/ ___/ ___/05

PROPOSTA I (Enem)

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: A RELAÇÃO
ENTRE AS CRISES BRASILEIRAS E A CONSCIÊNCIA POLÍTICA NASOCIEDADE CONTEMPORÂNEA.
Apresente proposta de intervenção, querespeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1
As manifestações de junho de 2013, marcadas pela forte presença de jovens, reuniram no mesmo espaço público
integrantes de movimentos que defendiam a manifestação como uma ação política e uma massa de indignados com
a política e com a ação governamental. Os temas levantados pelas manifestações repercutiram também na agenda
governamental. No nível municipal e estadual, em vários pontos do país, foram revogados aumentos de tarifas de
ônibus. No nível federal, medidas foram propostas em diversas áreas: responsabilidade fiscal, reforma política,
mobilidade urbana, educação e saúde. Nas manifestações de 2015, explicitaram-se de forma clara divisões já
presentes em 2013. No dia 15 de março, manifestaram-se os que têm como principal bandeira o combate à
corrupção. No âmbito desta vertente dos movimentos, inclui-se a proposta de impeachment da presidente Dilma e, de
forma minoritária, a proposta do retorno à ditadura.

Fonte: http://politica.estadao.com.br/blogs/gestao-politica-e-sociedade/politica-e-sociedade-as-manifestacoes-de-rua-de-20

TEXTO 2

TE
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3
A
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ão
das
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festa
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ocorr
idas
a
partir
de
junho de 2013 no Brasil é o reanimar da sociedade civil brasileira em prol dos seus direitos. O questionar o Estado, as
suas condutas, as suas aplicações financeiras e os seus servidores públicos, nas mais diversas esferas da formação
do Estado. Não devemos observar políticos como senhores de nós, mas sim como servidores públicos. E como
servidores públicos, servidores do povo, que tem por obrigação gerir o dinheiro e os bens públicos para o melhor bem
estar de seu povo.

Fonte: http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14720

28
PROPOSTA DE REDAÇÃO EXTRA

PROPOSTA I (Enem)
A partir da leitura do texto motivador seguinte e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A
NECESSIDADE DA RESILIÊNCIA DOSJOVENS NO BRASIL DO SÉCULO XXI, HAJA VISTA A SUPERAÇÃO
DAS BARREIRAS EDUCACIONAIS, SOCIAIS E PROFISSIONAIS, apresentandoproposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.

Texto I

É raro encontrar pessoas que não passaram por problemas pessoais ou profissionais ao longo da vida.
Quantas vezes não nos deparamos com situações que parecem sem respostas, sem alternativas ou fadadas ao
fracasso? Diante dessas adversidades, fundamental serresiliente e encarar os problemas com coragem, não ceder à
pressão e superar todos os desafios impostos. O termo resiliência vem da física, e diz respeito à capacidade de um
material absorver impactos e voltar à sua forma original.
Uma pessoa resiliente, portanto, é aquela que não entra em desespero diante de algum imprevisto ou
adversidade, muito pelo contrário: ela desafia a situação e aprende com os erros cometidos.
No mundo corporativo, a resiliência é uma característica muito valorizada por empresas e gestores. Isso
porque o colaborador resiliente mostra que é capaz de trabalhar sob pressão e de perseverar diante dos problemas.
Pessoas que não têm um nível de resiliência alto acabam ficando pelo caminho, não conseguindo promoções e se
frustrando ao longo da vida.
O motivo para isso é bem simples: a pessoa resiliente é mais preparada para ouvir um “não”, e encara essas
negativas com incentivo para buscar um “sim”. Em um mercado cada vez mais competitivo, esta é uma atitude
fundamental para o sucesso.
No âmbito pessoal, a resiliência se mostra importante especialmente em traumas severos em
relacionamentos – como a perda de um amigo próximo ou quando a família enfrenta uma doença. Nesses casos, a
pessoa resiliente terá mais capacidade de assimilar os golpes de vida, levantar e seguir seu caminho. Para ela todo
este período servirá como alicerce para um aprendizado que certamente fará diferença para suas próximas decisões.
Disponível em http://www.sbie.com.br/blog/conceito-e-definicao-de-resiliencia/

Texto II
A resiliência distingue-se pela habilidade do ser humano responder às demandas da vida cotidiana de forma
positiva, a despeito das adversidades enfrentadas ao longo de seu ciclo vital de desenvolvimento, resultando na
combinação entre os atributos do indivíduo, de seu ambiente familiar, social e cultural. Denomina-se resiliência a
capacidade de superar as mais difíceis situações, enquanto outras pessoas ficam aprisionadas na infelicidade e na
angústia que se abatem sobre elas. Oriunda do latim, a palavra resilio denota retornar a um estado anterior, sendo
empregada, na engenharia e na física, para definir a capacidade de um corpo físico voltar ao seu estado normal,
depois de haver sofrido uma pressão sobre si. Posteriormente, o termo foi adaptado para as ciências humanas e da
saúde, exprimindo a capacidade que alguns indivíduos possuem para resistirem às adversidades, a força necessária
para a saúde mental estabilizar-se durante a vida, mesmo após a exposição a riscos. Demonstrando a habilidade de
se acomodar e reequilibrar frente às adversidades.
Disponível em http://www.facenf.uerj.br/v22n3/v22n3a11.pdf

29
PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O MÊS DE MAIO

Data para entregar Data devolução Data para entregar ao Data para devolução
ao Padrinho padrinho/aluno professor ao aluno
___/05 ___/05 ___/05 ___/05

PROPOSTA I (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: ACESSO AO
SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE: OS PROBLEMAS ENFRENTADOSPELOS BRASILEIROS. Apresente proposta
de intervenção, que respeite osdireitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1
Art. 196: Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.
Fonte: http://conselho.saude.gov.br/web_sus20anos/20anossus/legislacao/constituicaofederal.pdf

TEXTO 2

A Saúde Pública é viabilizada através da ação do Estado.


O conceito clássico de Saúde Pública define o termo como a arte e a ciência de prevenir doenças, prolongar a vida,
possibilitar a saúde e a eficiência física e mental através do esforço organizado da comunidade. Isto envolve uma
série de medidas adequadas para o desenvolvimento de uma estrutura social capaz de proporcionar a todos os
indivíduos de uma sociedade a condição de saúde necessária. Esta definição é utilizada também pela Organização
Mundial de Saúde, o principal órgão internacional que visa a manutenção do bem-estar físico, psíquico e social.
A ação do Estado é central na promoção da Saúde Pública. É ele que a organiza de acordo com suas
questões sociais e políticas fazendo aplicar os serviços médicos na organização do sistema de saúde. A Saúde
Pública visa combater os fatores condicionantes da propagação de doenças, ou seja, tenta manter um controle das
incidências nas populações por meio de ações de vigilância e de investigações governamentais.
Fonte: http://www.infoescola.com/saude/saude-publica/

TEXTO 3
TEXTO 4

30
PROPOSTA DE REDAÇÃO EXTRA

PROPOSTA I (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema O DISCURSO
DE ÓDIO E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO EM DEBATE NO BRASIL, apresentando proposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.

Texto I
Todos têm o direito assegurado pela Constituição Federal de 1988 de expressar ideias e convicções, desde que
não fira o direito legítimo de terceiros, conforme artigo 5º, IV e IX:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
“IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença;”
A liberdade de expressão e a liberdade de pensamento possuem uma relação intrínseca. Não há sentido em
assegurar-se o direito de liberdade de pensamento se não nos for garantido também o direito de expressar esses
pensamentos.
http://gus91sp.jusbrasil.com.br/artigos/152277318/a-liberdade-de-expressao-e-o-discurso-de-odio

Texto II
“As mídias sociais deram o direito à fala a legiões de ignorantes que, anteriormente, falavam só no bar, depois de
uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade. Diziam imediatamente a eles para calar a boca, enquanto agora
eles têm o mesmo direito à fala que um ganhador do Prêmio Nobel”
Umberto Eco, após uma cerimônia na Universidade de Turim, 2015.

Texto III

Google imagens

31
PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O MÊS DE JUNHO

Data para entregar ao Data devolução Data para entregar ao Data para devolução ao
Padrinho padrinho/aluno professor aluno
___/06 ___/06 ___//06 2___/06

PROPOSTA I (Enem)

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: COMO
PROMOVER A INTEGRAÇÃO DOS MORADORES DE RUA À SOCIEDADE. Apresente proposta de intervenção,
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1
Uma pesquisa publicada pelo Ipea com base em dados de 2015 projetou que o Brasil tem pouco mais de 100 mil
pessoas vivendo nas ruas. O Texto para Discussão Estimativa da População em Situação de Rua no Brasil aponta
que os grandes municípios abrigavam, naquele ano, a maior parte dessa população. Das 101.854 pessoas em
situação de rua, 40,1% estavam em municípios com mais de 900 mil habitantes e 77,02% habitavam municípios com
mais de 100 mil pessoas. Já nos municípios menores, com até 10 mil habitantes, a porcentagem era bem menor:
apenas 6,63%.
O especialista em políticas públicas e gestão governamental lotado no Ipea e também autor do estudo,
Marco Antonio Carvalho Natalino, ressaltou a importância de dados atualizados sobre o tema, pois eles são
essenciais à formulação e implementação de políticas públicas para essa parcela de brasileiros.
Para os municípios com mais de 100 mil habitantes, Natalino diz que é preciso ir além das informações
básicas. “Recomenda-se que seja incentivada a realização de pesquisas municipais com a população em situação de
rua neste grupo de cidades. Nos municípios menores, o desenvolvimento e a disponibilização de metodologia de
diagnóstico da população de rua pode fomentar a incorporação desse segmento nas atividades de vigilância
socioassistencial desenvolvidas pelos governos municipais.” O pesquisador propõe, ainda, que a contagem dessa
população seja incorporada ao Censo de 2020 e que, até lá, o governo federal incentive as gestões municipais a
conhecerem melhor quem está em situação de rua.
O estudo alerta também para a necessidade de a população que vive nas ruas ser incorporada ao Cadastro
Único para Programas Sociais (CadÚnico) e, assim, obter acesso à transferência de renda e habitação, por exemplo.
Apenas 47,1% da população de rua estimada estava cadastrada em 2015.
“A ampliação da cobertura do cadastro nesse segmento populacional permitiria, para além do acesso desse
público aos programas sociais, a realização de estudo de perfil dessa população com base nos dados do cadastro”,
concluiu o pesquisador.
Fonte: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=29303

TEXTO 2TEXTO 3

32
PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA FÉRIAS

PROPOSTA I (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A
INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NA ESCOLA, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I
As escolas inclusivas devem reconhecer e
responder às diversas necessidades de seus alunos,
acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de
aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a
todos através de currículo apropriado, modificações
organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e
parcerias com a comunidade (...) Dentro das escolas inclusivas,
as crianças com necessidades educacionais especiais deveriam
receber qualquer apoio extra que possam precisar, para que se
lhes assegure uma educação efetiva (...). Unesco (1994).
O Decreto nº 3.956/2001 vem reafirmar que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e
liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência toda
diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades
fundamentais. Este Decreto tem importante repercussão na educação, exigindo uma reinterpretação da
educação especial, compreendida no contexto da diferenciação, adotado para promover a eliminação das
barreiras que impedem o acesso à escolarização. Brasil (2001).

Texto II
ESCOLA REGULAR OU ESPECIAL?

Na década de 1980, quando o ator Ariel era menino, prevalecia o conceito


de que crianças como ele deveriam estar em instituições exclusivas para
dar assistência às suas necessidades, e não em uma escola regular. Ariel
chegou a fazer o maternal em uma escola comum, mas foi matriculado aos
cinco anos na Associação para o Desenvolvimento Integral do Down (Adid),
onde seus “colegas” também tinham a mesma síndrome que ele. “Apesar de
ser politicamente correta a inclusão, acho que às vezes os pais focam tanto
na inclusão que esquecem o incluído. Achei que era melhor ele estudar em
uma escola que estivesse no ritmo dele”, explica a artista plástica Corinne
Goldenberg, mãe de Ariel, que se preocupava com o possível sofrimento de
ver o filho ficar para trás em relação aos demais alunos. “O que o Ariel
aprendeu, ele aprendeu na escola especial.” (...)
Hoje, a ONU e o governo brasileiro defendem que o lugar de todas as crianças é a escola convencional. O
modelo aplicado pela rede pública de ensino é estruturado de forma a manter os alunos especiais na sala
comum, mas com atividades de apoio individualizadas no contraturno, já que o aluno com deficiência
intelectual tem outro ritmo de aprendizado, que em geral não corresponde ao que a escola está acostumada
a esperar. Edna dos Santos Azevedo, mãe da aluna Lettícia, de 7 anos, diz que a filha matriculada na Emef
Celso Leite Ribeiro Filho, na região central de São Paulo, exige mais atenção e paciência para aprender.
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/03/inclusao-de-alunos-com-deficiencia-intelectual-cresce-e-desafia-escolas.html.

33
PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA FÉRIAS

PROPOSTA I (Enem)

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O
DESAFIO DA REINSERÇÃO DE EX-PRESIDIÁRIOS NA SOCIEDADE BRASILEIRA”, apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I
O CASO DOS EX-PRESIDIÁRIOS
Daiane Angélica Chacon Moreira
Pode-se considerar a Inclusão Social uma expressão que se expandiu a partir dos anos noventa, com o desenvolvimento maior
das Organizações Não Governamentais (ONGs). A Inclusão Social pressupõe a relação ou reintegração na sociedade daqueles
que, por razões diversas, encontram-se à margem de um contexto de mínima qualidade de vida. Infelizmente, é notável que há
diversas formas de inclusão, uma delas é a do ex-presidiário.
Segundo a Lei Nº 7.210/84, o ex-presidiário pode e deve trabalhar em alguns setores autorizados. Conforme o comportamento
do presidiário no regime fechado, ele ganha o direito de trabalhar na própria instituição, sendo assim, a cada três dias trabalhados
ele ganha um de liberdade, no final de sua pena. No regime semiaberto, o presidiário tem o direito de sair 4 dias por ano, e nos
casos em que se comporta bem, pode trabalhar de dia e dormir na penitenciária. No regime aberto, o detento não fica na cadeia,
somente cumpri a obrigação de assinar uma "carteirinha" a cada bimestre, não podendo sair da cidade, e declarar que está
trabalhando.
O ex-presidiário, uma vez que tenha cumprido sua pena, e considerando-se o grau de eficácia do sistema prisional brasileiro
em reeducar criminosos, é, para a sociedade livre, um ser jogado para os lados. Se a sociedade o reintegra imediatamente, corre
o risco de ter, dentro de suas casas ou empresas, alguém muito suscetível a cometer novos ilícitos, porém se a sociedade não o
integra imediatamente terá a certeza de que esse alguém cometerá novos ilícitos.
O caso da Inclusão do Ex-presidiário é um dos mais difíceis de acontecer na prática, mas também deve ser o caso que se faz
mais urgente e necessário. É necessário que a sociedade entenda que a inclusão do ex-presidiário só irá acontecer se a
reintegração tiver início já nos primeiros dias livre das grades, é preciso que o detento saia da cadeia sabendo diferenciar esse
ambiente de violência e injustiça com o mundo que o espera lá fora.
Os governos precisam avançar em políticas públicas de reinserção porque a sociedade ainda vê com preconceito esta
alternativa, considerando-a um “desperdício” de dinheiro público.
Os ex-presidiários acabam passando por algumas medidas básicas de inclusão, uma delas é a profissionalização dos detentos,
e os incentivos fiscais às empresas que derem emprego a quem já esteve preso.
A Fundação "Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel", Funap, vinculada à Secretaria de Estado da Administração Penitenciária, tem
por objetivo contribuir para a inclusão social de presos e egressos, desenvolvendo seus potenciais como indivíduos, cidadãos e
profissionais. Para isso, planeja, desenvolve e avalia, no âmbito estadual, programas sociais nas áreas da assistência jurídica, da
educação.
A Funap busca desenvolver nos ex-detentos a cultura, a capacitação profissional e do trabalho para as pessoas que se
encontrem privadas de liberdade, contribuindo para a sua inclusão social.
A Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel", criou vários programas para ajudar os ex-presidiários, como: O programa Jus
“Apoio Jurídico ao Preso” aderindo ao preso, a assistência jurídica integral de recursos financeiros. O Programa de Educação
Básica (Alfabetização, Ensino Fundamental e Médio); outro programa é na área cultural, a Assistência ao Egresso e Familiares, o
programa de profissionalização conta com certificações que invistam na perspectiva de formação integral (gestão, cidadania,
mercado, empreendedorismo, cooperativismo etc), e buscando sempre a especialização de forma a criar real possibilidade de
ingresso no mercado formal de trabalho, e o Trabalho e Renda.
A Funap é uma das instituições que se preocupa com a vida do ex-presidiário, buscando garantir a melhor qualidade de vida.
http://www.funap.sp.gov.br/index.html

Texto II
“Nos corredores da Associação de Proteção e Amparo aos Condenados
(Apac) de Itaúna (MG), é difícil diferenciar presos e funcionários. Todos
usam o mesmo tipo de roupa, têm a mesma aparência saudável e
ninguém está dentro das celas. Não há agentes penitenciários armados.
Essa estrutura é replicada em quase 40 unidades prisionais pelo
Brasil. Enquanto no sistema penitenciário comum 70% dos egressos
voltam a cometer crimes, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), na Apac esse número não ultrapassa 15%, de acordo com o
mesmo órgão. Em 42 anos de existência, suas unidades nunca
registraram uma rebelião ou assassinato.”

34
PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA FÉRIAS
PROPOSTA I (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema
“OS DESAFIOS DECOMBATER O TRABALHO ESCRAVO NO SÉCULO XXI”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos.Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTOS MOTIVADORES
Texto I
NÚMERO DE PESSOAS QUE USUFRUEM DO TRABALHO ESCRAVO É 40 VEZES MAIOR DO QUE
DIVULGADO

Objeto de uma disputa judicial, a Lista Suja do Trabalho Escravo voltou a ser divulgada pelo governo federal há
cerca de um mês. Mas, especialistas no assunto apontam que o número real de beneficiários da prática pode ser
muito maior, chegando a mais de 40 vezes a cifra oficial.
O procurador do Trabalho, Tiago Cavalcanti, coordenador nacional de Erradicação do Trabalho Escravo do
Ministério Público do Trabalho (MPT), defende a necessidade de monitoramento e responsabilização de toda a
cadeia produtiva que possa estar envolvida no trabalho análogo à escravidão.
“Aquela pessoa que diretamente contrata trabalho escravo não é o único beneficiário. Várias outras empresas
também se beneficiam”, afirma. “Se há barateamento do custo de produção e trabalho precário na cadeia produtiva, é
lógico que todos aqueles que se beneficiam do barateamento são corresponsáveis pelo que ocorre na base”.
https://www.brasildefato.com.br/2017/04/25/numero-de-pessoas-beneficiadas-por-trabalho-escravo-e-40-vezes-maior-do-que-
divulgado/. Acesso em: 14 de maio de 2017.
Texto II
Trabalhadores libertados entre 2003 e 2014
POR ATIVIDADE

1% 3%
398 l confecção 1302 l outros
5% 5%
2101 l construção 2168 l desmatamento
1%
276 l mineração 29%
12458 l pecuária
8%
3630 l carvão

3%
19% 1228 l reflorestamento
8260 l outras
1%
lavouras
565 l extrativismo

25%
11077 l cana
Escolaridade

33% 39%
analfabetos só chegaram à
quarta série

Google Imagens – Acesso em 14 de maio de 2017.

Texto III Art. 149 – Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a
jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
35
PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O MÊS DE AGOSTO

Data para entregar ao Data devolução Data para entregar ao Data para devolução ao
Padrinho padrinho/aluno professor aluno
___/08 ___/08 ___/08 ___/08

PROPOSTA I (Enem)

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: FORO
PRIVILEGIADO: PRIVILÉGIO PESSOAL OU PROTEÇÃO DO EXERCÍCIO DEFUNÇÃO?. Apresente proposta de
intervenção, que respeite os direitoshumanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1
O foro especial por prerrogativa de função, conhecido popularmente como foro privilegiado, está na pauta desta semana tanto
no legislativo quanto no judiciário. O plenário do Senado está votando em segundo turno a Proposta de Emenda à Constituição
(PEC 10/2013) que acaba com a prerrogativa para a maior parte das autoridades. Caso seja aprovado, o texto mantém o benefício
apenas para o presidente da república, do Supremo Tribunal Federal (STF), da Câmara dos Deputados e do Senado.
O foro privilegiado foi instituído no Brasil pela Constituição de 1988. Segundo o cientista político David Fleischer, professor da
Universidade de Brasília (UnB), o objetivo inicial era proteger a imunidade parlamentar durante as discussões em plenário, para o
parlamentar não ser processado devido às suas falas. Décadas atrás, os parlamentares eram processados e até presos porque
falavam mal de outros na tribuna. Então, essa posição de proteger a imunidade parlamentar vem de longe, mas, no Brasil, virou
impunidade parlamentar, afirma o especialista, alegando que o foro privilegiado protege as autoridades da justiça.
Atualmente, as autoridades do poder executivo, como presidente da república e vice-presidente, ministros de estado,
advogado-geral da União, governadores e prefeitos, por exemplo, têm direito ao foro privilegiado. Membros do Congresso Nacional
condenados em segundo grau nas infrações comuns também usufruem do benefício. Eles são julgados pelo Supremo Tribunal
Federal e só podem ser presos após condenação definitiva da corte.
Dados divulgados em abril pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas da Consultoria Legislativa do Senado Federal apontam que
no Brasil há, atualmente, 54.990 autoridades com foro especial. O texto que tramita no Senado mantém a exigência de autorização
da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros, para o julgamento do presidente da república. Entretanto, permite
que ele seja julgado por um juiz de primeiro grau, nos crimes comuns. O julgamento por crime de responsabilidade continua a ser
feito pelo Senado.
https://www.revistaencontro.com.br/canal/atualidades/2017/05/entenda-a-mudanca-que-pode-ser- feita-no-
foro-privilegiado.html

TEXTO 2
Em meio a uma crise política nacional, o debate sobre o foro por prerrogativa de função, o popular foro privilegiado, vem à tona.
Pelo menos 18 propostas, na Câmara e no Senado, buscam mudanças e até mesmo a extinção desse benefício jurídico. Apesar
da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de não discutir o tema durante o mês de março, parlamentares não desistem da
reforma e, ao que tudo indica, tal modelo não irá resistir ao fim do primeiro semestre de 2017.
Ao contrário de que muitos pensam, o foro privilegiado não é uma proteção pessoal. O benefício serve para proteger e
preservar diversos cargos na política, e não os cidadãos que os ocupam. Desse modo, a prerrogativa evita processos sem base
jurídica, que venham a desestabilizar ou manchar a imagem das instituições.
Diversos países asseguram o direito do foro por prerrogativa em suas Constituições, no entanto, o modelo nacional não se
compara a nenhum deles. No Brasil, cerca de 22 mil cidadãos têm esse privilégio. Indo além da proteção aos cargos, o País
estende o foro a aposentados e até mesmo parlamentares não reeleitos, invalidando a defesa às funções e tornando o modelo
ineficaz. Ademais, surgem polêmicas sobre o foro ser uma medida que vai na contramão de um princípio republicano, segundo o
qual todos os cidadãos são iguais perante as leis.
Fonte: http://jornal.usp.br/atualidades/no-brasil- foro-por- prerrogativa-de- funcao-necessita-de-reformas/

TEXTO 3

TEXTO 4

36
PROPOSTA DE REDAÇÃO EXTRA

PROPOSTA I (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema
“OS PROBLEMAS DO SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO EM QUESTÃO”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I
CORPOS DOS 33 DETENTOS MORTOS EM PRESÍDIO SÃO LIBERADOS PELO IML DE RR
Ao todo, 31 presos morreram na madrugada de sexta-feira (6) na penitenciária que fica localizada na zona rural da
capital. Após uma varredura, outros dois corpos foram encontrados enterrados na mesma unidade na tarde de
sábado (7). Eles foram identificados como Erismar Duran da Silva e Jaime da Conceição Pereira.
Em coletiva de imprensa, o secretário de Justiça e Cidadania, Uziel Castro, afirmou que os presos mortos não eram
ligados a nenhuma facção criminosa. Ele disse que os corpos foram achados ‘destroçados’ e decapitados e atribuiu a
autoria do massacre a detentos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Além do total de mortos, outros dois cadáveres foram encontrados enterrados na Ala da Cozinha da maior unidade
prisional do estado na tarde deste sábado. O secretário adjunto da Secretaria de Justiça e Cidadania, Major
Francisco Castro, acredita que os cadáveres possam ter relação com o massacre de sexta-feira.
Fonte: http://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2017/01/corpos-dos-33-detentos-mortos-em-presidio-sao-liberados-pelo-iml-de-
rr.html

Texto II

Fonte: Google Imagens

37
PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O MÊS DE SETEMBRO.
Data para entregar ao Data devolução Data para entregar ao Data para devolução ao
Padrinho padrinho/aluno professor aluno
___/09 ___/09 ___/09 ___/10

PROPOSTA I (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema
“COMO COMBATER OAUMENTO NOS CASOS DE SUICÍDIO NO BRASIL”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione,organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
BRASIL É O 8º PAÍS COM MAIS SUICÍDIOS NO MUNDO, APONTA RELATÓRIO DA OMS
Novo relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde, a OMS, chama a atenção de governos para o suicídio,
considerada “um grande problema de saúde pública” que não é tratado e prevenido de maneira eficaz.
Segundo o estudo, 804 mil pessoas cometem suicídio todos os anos – taxa de 11,4 mortes para cada grupo de 100 mil
habitantes. De acordo com a agência das Nações Unidas, 75% dos casos envolvem pessoas de países onde a renda é
considerada baixa ou média.
O Brasil é o oitavo país em número de suicídios. Em 2012, foram registradas 11.821 mortes, sendo 9.198 homens e
2.623 mulheres (taxa de 6,0 para cada grupo de 100 mil habitantes). Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na
quantidade de mortes – alta de 17,8% entre mulheres e 8,2% entre os homens. O país com mais mortes é a Índia (258 mil óbitos),
seguido de China (120,7 mil), Estados Unidos (43 mil), Rússia (31 mil), Japão (29 mil), Coreia do Sul (17 mil) e Paquistão (13 mil).
O levantamento diz ainda que a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio e apenas 28 países do mundo possuem planos
estratégicos de prevenção. A mortalidade de pessoas com idade entre 70 anos ou mais é maior, de acordo com a pesquisa.
Disponível em http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/brasil-e-o-8-pais-com-mais-suicidios-no-mundo-aponta-relatorio-da-oms.html – Acesso
em 15/04/17

Texto II

Texto III

Fonte: Ministério da Saúde – Instagram

38
PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O MÊS DE SETEMBRO
Data para entregar ao Data devolução Data para entregar ao Data para devolução ao
Padrinho padrinho/aluno professor aluno
11/09 18/09 21/09 01/10

PROPOSTA I (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema O PAPEL
DA ARGUMENTAÇÃO NAS REDES SOCIAIS, EM TEMPOS EM QUE A EXPOSIÇÃO INTENSA NA WEB É UMA
CONSTANTE, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I

http://www.secom.gov.br/atuacao/pesquisa/lista-de-pesquisas-quantitativas-e-qualitativas-de-contratos-atuais/pesquisa-brasileira-de-midia-pbm-
2015.pdf
Texto II
AS PESSOAS NÃO ESTÃO PRONTAS PARA OPINIÕES NAS REDES SOCIAIS

A “liberdade” das redes sociais é algo interessante de discutir.


Conversando com um colega de profissão, por meio de um aplicativo de
uma rede social, é claro, falávamos sobre as pessoas expressarem suas
opiniões nas redes sociais. Que fique claro que, em minha#Opinião, isso é
bom! Mas claro que estou sendo “educado” em dizer “expressar suas
opiniões”, pois, muitas vezes, eles impõem suas opiniões e mais,
transformam a liberdade de expressão em “discurso de ódio”. Grande
número de participantes das discussões perde, rapidamente, a capacidade
de “argumentação” e passa para grosseria. [...]
A democracia tem sido posta em prática nas redes sociais todos os dias. O grande problema, em minha opinião, não é a
liberdade democrática expressa empostagens curtas, longas, imagens ou textos, como este texto, publicado em redes sociais,
mas sim, a falta de prática democrática nos discursos/textos. [...]Lendo algumas postagens e suas discussões, chego à seguinte
conclusão: a prática da argumentação inteligente é uma importante maneira de expressar a liberdade de opinião e entender que a
liberdade começa na capacidade de interpretar e respeitar a opinião de outro, até porque, isso tudo que escrevi, é a minha opinião.
André Lopes, Blasting News, 30/06/2016. http://br.blastingnews.com/sociedade-opiniao/2016/06/as-pessoas-nao-estaoprontas-para-opinioes-nas-redes-sociais-
00993347.html. (Adaptado)

39
PROPOSTA DE REDAÇÃO EXTRA

PROPOSTA I (Enem)

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO em NORMA PADRÃO da língua portuguesa sobre o
tema “ENSINO SOBRE GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL NAS ESCOLAS: NECESSIDADEOU
DOUTRINAÇÃO?”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione,organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista.

TEXTO 1
"A escola é um campo fértil para identificação das questões que envolvem a opressão, os preconceitos, a homofobia, o
sexismo, o racismo e outras iniquidades”, de acordo com a coordenadora da Rede de Gênero e Educação em Sexualidade
(Reges), Sylvia Cavasin. “Essas questões estão postas no dia a dia escolar e não há como a escola ignorar essa realidade. A
intervenção é um procedimento educativo enecessário e está diretamente relacionada à garantia e reconhecimento das
diversidades e dos direitos de cidadania”, destacou a coordenadora que é também coordenadora da organização Ecos –
Comunicação em Sexualidade. Para Sylvia, a recusa e a omissão na discussão sobre a igualdade de gênero é uma posição
política que não contribui com a garantia do direito à educação para toda a população. “Não podemos esquecer que a questão
de gênero vai para além da discussão sobre sexualidade. É preciso desconstruir o discurso retrógrado e alienante sobre a
denominada „ideologia de gênero‟. É preciso deixar claro que essa é uma invenção que vai contra as conquistas civilizatórias da
sociedade brasileira. É preciso dialogar sobre isso, dentro e fora de escola, em todas as oportunidades e reuniões, nas famílias,
na comunidade e na escola”, defendeu. Mas quais seriam as consequências de uma educação que não aborde as temáticas
relacionadas à igualdade de gênero? “Não falar sobre as questões de gênero permite que uma pessoa não se reconheça no
ambiente da escola. E isso pode favorecer a evasão escolar que é um dos grandes problemas da educação brasileira”, apontou
Suelaine Carneiro. “As situações de racismo, homofobia, lesbofobia e demais violências que ocorrem no ambiente escolar não
contribuem com uma educação de qualidade e podem levar ao sofrimento, à repetência e à evasão escolar”, reforçou a
coordenadora do Geledés.
Fonte: http://www.ebc.com.br/educacao/2015/07/entenda-por-que-e-importante-discutir-igualdade- de-generonas-
escolas

TEXTO 2
Toda vez que você vai preencher um questionário é comum aparecer o seguinte campo: sexo. A pergunta é: qual é o seu
gênero? O mais comum é que existam duas alternativas para você assinalar: masculino ou feminino. O conceito de gênero
denota uma diferenciação. A lógica ocidental tradicional funciona como uma divisão binária, ou seja, que se divide em dois
opostos: masculino x feminino, macho x fêmea ou homem x mulher. Sob esse ponto de vista, o ser humano nasce dotado de
determinadas características biológicas que o enquadra como um indivíduo do sexo masculino ou feminino. O sexo é definido
biologicamente tomando como base a genitália, cromossomos sexuais e hormônios com os quais se nasce. No entanto, o sexo
não determina por si só, a identidade de gênero ou a orientação sexual de uma pessoa. A orientação sexual, por exemplo, diz
respeito à atração que sentimos por outros indivíduos e, geralmente, envolve questões sentimentais, e não somente sexuais.
Embora a definição do que é ser “homem” ou “mulher” tenha surgido a partir de uma divisão biológica, a experiência humana
nos mostra que um indivíduo pode ter outras identidades que refletem diferentes representações de gênero (como os
transexuais e transgêneros) e que não se encaixam nas categorias padrões.
Fonte: http://vestibular.uol.com.br/resumo-das- disciplinas/atualidades/genero-e-identidade-muito- alem-daquestao-
homem- mulher.htm

TEXTO 3
O presidente da Associação Nacional Pró -Vida e Pró-Família, Hermes Rodrigues Nery, disse há pouco que os órgãos dos
governos estão mobilizados na implementação de uma política anti-vida e anti-família, com a “doutrinação ideológica” nas
escolas. Ele acusou o governo de estar, com a “agenda de gênero”, destruindo a família em vez de protegê -la, apoiado por
organizações não governamentais feministas e marxistas. “Com essa agenda, o governo se volta contra o povo brasileiro e quer
praticar a doutrinação marxista liberal do feminismo radical”, afirmou. “Por isso, o povo está nas ruas. Para se posicionar contra
a agenda de gênero”, completou. Ele participa de audiência pública na Comissão de Educação sobre a inclusão da "ideologia de
gênero e orientação sexual" entre as diretrizes da Conferência Nacional de Educação de 2014. Os deputados que solicitaram a
audiência argumentam que essa diretriz contraria decisão do Congresso, que, ao analisar o Plano Nacional de Educação (PNE -
Lei 13.005/14), retirou a questão de gênero e orientação sexual do texto, por considerá -la inadequada ao ambiente escolar.
Para Hermes Nery, as crianças são “as maiores vítimas da ideologia de gênero”. Na visão dele, o governo tenta diminuir a
autoridade dos pais em relação a essas questões, fomenta a “androgenia artificial” e combate “o que é natura l e humano”. Ele
acredita que está havendo “uma perversão dos direitos humanos”. Segundo ele, existe uma “ilusão de autonomia” em matéria
sexual, que visa à subversão da sexualidade. “Essa ideologia visa suplantar a realidade da natureza”, acrescentou.
Fonte : http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/educacao-e-cultura/499655-associacaopro-vida- acusa-
governo- de -promover-

40
PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O MÊS DE OUTUBRO
Data para entregar ao Data devolução Data para entregar ao Data para devolução ao
Padrinho padrinho/aluno professor aluno
___/08 ___/10 ___/10 ___/11

PROPOSTA I (Enem)

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: O DRAMA
DOS REFUGIADOS NO BRASIL CONTEMPORÂNEO. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto
de vista.

TEXTO 1
A nova Lei de Migração foi sancionada em maio de 2017 e entrará em vigor em novembro deste ano. Ela garante
ao migrante, em condição de igualdade com os nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade. A legislação garante a proteção ao apátrida e põe o Brasil novamente na vanguarda
mundial ao ter uma lei que expressamente permite a naturalização de forma mais rápida, com a finalidade de
combater a apátrida no mundo.
Fonte: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2017/06/numero-de-refugiados-no-brasil-aumentou-12-em-2016

TEXTO 2
Concessões de refúgio, por ano

Fonte: http://especiais.g1.globo.com/mundo/2017/refugiados-no-brasil-2016/

TEXTO 3
A Lei de Migração é o principal legado humanitário do Congresso Nacional em 2017. O professor André de
CarvalhoRamos, da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que o Brasil ganha quando respeita suas origens e o
seu passado de fluxos migratórios. De acordo com Ramos, a história ensina que nenhuma nação ganhou ao rechaçar
a mobilidade humana. Um critério importante de avaliação da democracia, explicou, é analisar como um país trata os
mais vulneráveis.
Fonte:http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/07/03/lei-da-migracao-e-elogiada-por-especialistas-em-
audiencia-na-cre?utm_source=midias-sociais&utm_medium=midias-sociais&utm_campaign=midias-sociais

TEXTO 4

http://benettblog.zip.net/arch2016-05-16_2016-05-31.html

41
PROPOSTA de redação para o mês de outubro
Data para entregar ao Data devolução Data para entregar ao Data para devolução ao
Padrinho padrinho/aluno professor aluno
___/10 ___/10 ___/10 ___/11

PROPOSTA I (Enem)
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: BANDIDO BOM É BANDIDO
MORTO? apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I – A pesquisa
Segundo pesquisa Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ONG que reúne especialistas em
violência urbana do país, metade da população das grandes cidades brasileiras acredita que “bandido bom é bandido morto”. As
informações são do jornal Folha de S.Paulo. O instituto ouviu 1.307 pessoas em 84 cidades com mais de 100 mil habitantes. Para
a pergunta se bandido bom é bandido morto, 50% disseram concordar, 45% discordaram e o restante não soube responder ou não
concorda nem discorda. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, há empate técnico, e a
pesquisa indica a sociedade dividida.

Texto II – Eu me envergonho dessa maioria que acha que bandido bom é bandido morto
O Datafolha, reconhecido instituto de pesquisa de opinião pública, abordou “1.307 pessoas com mais de 16 anos, no dia
28.jul.2015, em 84 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, representando todos os municípios brasileiros dessa
dimensão”, fazendo-lhes uma pergunta de rasteira simplicidade: bandido bom é bandido morto?Que resultado se imaginaria? Não
sejamos principiantes na natureza humana e, sim, eu arriscaria um palpite amargo: 30% dos entrevistados diriam que, claro,
bandido bom é bandido morto. Seria uma estatística terrível porque teríamos perto de um terço da população declarando
expressamente que estaria pouco se lixando com essa história de “direitos humanos”; acenderia a luz vermelha e tentaria imaginar
a resposta à pergunta inevitável: por quê?Quando, porém, vi o resultado verdadeiro da pesquisa, meu estômago gelou, a boca se
revestiu de um gosto amargo e meus pés se tornaram mais pesados do que o são usualmente.
Na verdade, mais da metade da população entende que BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO. Isso é aterrador, para dizer o
mínimo a primeira sensação que me vem é a de que a sociedade brasileira absorveu a falácia da guerra contra o crime. Na guerra,
o objetivo é sempre a eliminação do inimigo e nosso inimigo é o bandido, que, por sua vez, vive no Castelo da Impunidade.Tudo
bem, aceito todas as ponderações, mas me permito dizer que esse resultado, caso tecnicamente correto (nada indica que não
seja) aproxima o Brasil da barbárie, constroi um Brasil do retrocesso e do ódio, sejam quais forem as teorias e respostas
formuladas; distribuamos as culpas a granel, mas nada justificaria que mais da metade da população quisesse vingança, tomando-
a como se fosse justiça. Dentre essa maioria, certamente há de haver pessoas capazes de gestos de solidariedade a um cão
agonizante, sabido que todos os cães merecem nossa solidariedade, mas não consigo entender tanta solidariedade para o bicho e
tanta intolerância para o outro bicho, o ser humano.Quando mais da metade da população quer ver o sangue cobrindo as ruas,
quer ver a polícia ou quem vier a fazê-lo, a matar os indesejados, os excluídos, os marginais, quando mais da metade da
população se regozija com isso, qualquer voz que se levante falando pela dignidade humana, será execrada e levada à matilha
para que seja ali devorada, em praça pública, sob o holofote das redes sociais.
Essa pesquisa ganhará o mundo e alguém, em alguma terra distante, deverá se indagar: era esse o paraíso? O Brasil se mata
aos poucos, ao abdicar de sua chance de ter uma esperança de solidariedade republicana. Não se trata de repudiar os direitos
humanos, glorificando a estupidez, tanto jurídica quanto vernacular, dos “humanos direitos” (preciso, um dia, saber quem foi o
primeiro sacripanta que cunhou essa expressão). É muito mais que isso: é repudiar o direito à vida, ao julgamento, é admitir a
morte como solução, a “solução final”, a nos dar arrepios na alma.No mapa dessa barbárie, no ano de 2014, foram registrados no
país o absurdo número de 30.000 mortes violentas de jovens, com mais de 80% de negros nessa estatística macabra. Vamos
repetir, foram mais de trinta mil jovens assassinados. Nos dados de 2012, do total de 56.337 homicídios ocorridos no Brasil, 57,6%
tiveram com vítimas jovens com idade entre 15 a 29 anos. Destes, 93,3% eram homens e 77%, negros, mais de 90%, residentes
nas periferias. Esse, o resultado do bandido bom é bandido morto. O Genocídio, a Guerra Suja do Extermínio; mortes atribuídas a
agente públicos, ainda que atuando em desvio de função, como as milícias, por exemplo; porém, não há uma guerra entre os
jovens, mas uma caça consentida a eles.Essa leniência da população com o extermínio é apavorante e coloca o Brasil na
contramão do mundo, fazendo um arco de retorno para o passado mais sombrio, em que o racismo além de se constituir em
gravíssimo defeito de organização sócio-política, transcende a si mesmo e passa a ser o traço mais marcante de uma sociedade
que exclui e elimina seus filhos e irmãos negros, impunemente, em nome da Guerra Contra o Crime e inspirada na doutrinação
delirante de uma gente desalmada, alguns com vasta titulação acadêmica, gente que estudou, mas não conseguiu debelar o mal
do desprezo humano de dentro de si.
Eu me envergonho dessa maioria, que canta o hino nacional, comprazendo-se da morte de seu semelhante, que veste verde-
amarelo e se felicita com a morte de seu semelhante. Acabo me sentindo em uma dessas jornadas simbológicas carregadas de
vivências de intenso e atroz sofrimento, concebidas para nos testar, nos contrapor com o pior que em nós mesmos existe e pulsa,
num espelho de horrores.Cada uma dessas vítimas tinha suas circunstâncias, suas famílias, seus amores, seus times de futebol,
seus sonhos e poderia imaginar que um dia pudesse andar de mãos dadas com o filho; decerto, muitos tocavam algum
instrumento. Tinham nome, foto de primeira formatura na escola infantil ou no colo de uma tia distante. Hoje, não passam de
referências estatísticas. O ódio escancarado os matou e o silêncio cúmplice da maioria fez com que outras mortes mais viessem a
ocorrer e outras histórias se interrompessem abrupta e estupidamente.Uma maioria assim me desalenta, me desgoverna, me
deixa perplexo. Um dia, faz tempo, um amigo de longe, vendo esse trotar do ódio me convidou a abrir uma agência de viagem em

42
Johanesburgo, no local mais reacionário e saudosista dos duros tempos; iríamos colocar uma faixa e ganhar muita grana: Vá para
o Brasil. Lá, o Apartheid deu certo.
Roberto Tardelli é Procurador de Justiça aposentado (1984/2014), onde atuou em casos como de Suzane Von Richthofen.
Atualmente é advogado da banca Tardelli, Giacon e Conway Advogados, Conselheiro Editorial do Portal Justificando.com e
Presidente de Honra do Movimento de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente
Fonte: http://justificando.com/2015/10/08/eu-me-envergonho-dessa-maioria-que-acha-que-bandido-bom-e-bandido-morto/

TEXTO III

Fonte: http://jornal4cantos.com.br/sera-que-bandido-bom-e-bandido-morto-policial-da-resposta-definitiva-sobre-o-assunto/

Texto IV – Bandido bom não é bandido morto

Todos os dias uma pessoa – quase sempre negra e pobre – é linchada no Brasil. Entenda por que “fazer justiça com as
próprias mãos” só torna o país ainda mais violento
(…)
Para o psicólogo americano Leon F. Seltzer, é fácil confundir justiça com vingança, mas elas jamais podem ser usadas como
sinônimo. “‘Justiceiros’ como estes não estão preocupados em resolver o problema, mas apenas em expurgar a sua raiva”,
diz Selzer. Em um artigo que escreveu para a revistaPsychologyToday, ele diz: “Basicamente, podemos afirmar que a justiça é
justa, já a vingança não”.
O problema é que, muitas vezes, os dois conceitos estão próximos demais para serem distinguidos, o que é especialmente
problemático para uma sociedade com hipermetropia como a nossa. Em seu livro, Martins cita o caso de um morador de São
Paulo que, depois de protagonizar vários delitos, foi submetido a um tribunal popular. Uma manhã, todas as pessoas que
chegavam à padaria do bairro iam sendo convidadas a opinar sobre o que fariam com o infrator. Depois de decidirem, buscaram-
no em casa e o levaram até a padaria. “Ali mesmo ouviu a acusação, deram-lhe a palavra, perguntaram se queria que chamasse a
família para dela se despedir, ofereceram-lhe um último cigarro, levaram-no para a rua e o mataram a pedradas e a pauladas.”
Parece justiça, mas não é.
A vingança é guiada por emoções — nem sempre boas — e, na maior parte dos casos, expressa um desejo
sanguinolento de causar sofrimento a outra pessoa. Segundo Seltzer, existe aí, de fato, o prazer em causar dor a alguém, algo
completamente pessoal. Já a justiça é racional e impessoal. Não se trata de retaliação, e sim de corrigir algo que a sociedade
julga como moralmente inaceitável. A vingança vive de ciclos e, segundo a concepção de Girard, só acaba quando encontra um
bode expiatório que assuma toda a culpa. Às vezes, nem assim. Já a justiça busca restaurar um balanço. Quando ela é aplicada, o
conflito acaba. Vingança é Tarantino com Kill Bill; justiça é Sidney Lumet com 12 Homens e uma Sentença.É interessante notar
também o comportamento das multidões nesses casos. Segundo o psicólogo social Gustave Le Bon, em sua obra Psicologia das
Multidões (WMF Martins Fontes), é como se, ao se unirem, as pessoas deixassem de lado a razão, as suas aptidões
intelectuais e as suas personalidades para dar lugar à ignorância. A estudante MikhailaCopello, que impediu o linchamento no
Rio de Janeiro, viu isso de perto: “Nos olhos daquelas pessoas tinha um ódio nunca visto. Eles não paravam para pensar, era tipo
‘eu não sei o que esse cara fez, mas o que ele fez me afeta, é uma afronta a minha pessoa’. Foi muito assustador.”Era o mesmo
ódio que os moradores do Sertão de Canudos carregavam no caminhão que se dirigia à delegacia onde estava preso Edvaldo, o
assassino da professora Rosângela. Os moradores arrombaram a porta, renderam os guardas e “fizeram justiça” ali mesmo.
Depois de espancarem Edvaldo com pedaços de pau, facas, facões e revólveres, levaram-no para o caminhão. Ali, ele teve partes
do rosto e os testículos arrancados, como que para privá-lo da identidade e da masculinidade. Enquanto ainda estava vivo, outros
pedaços de seu corpo iam sendo decepados. À medida que era esquartejado, Edvaldo ia deixando de existir. Já quase desfeito,
os moradores o jogaram no local do crime e atearam fogo em seus restos com gasolina. A professora continuou morta. A
cidade continuou triste. Isso tudo aconteceu em 1996. Mas poderia ter sido hoje. Pode ser amanhã.
Fonte: (leia a matéria completa): http://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2016/03/bandido-bom-nao-e-bandido-morto.html

43
PROPOSTA DE REDAÇÃO EXTRA
PROPOSTA I
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema AS
IMPLICAÇÕES DE UMA ESCOLA SEM PARTIDO, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto
de vista.

Texto I
ANTEPROJETO DE LEI ESTADUAL E MINUTA DE JUSTIFICATIVA
Ementa: Institui, no âmbito do sistema estadual de ensino, o "Programa Escola sem Partido".
Art. 1o – Fica criado, no âmbito do sistema estadual de ensino, o "Programa Escola sem Partido", atendidos os seguintes
princípios:
I – neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado;
II – pluralismo de ideias no ambiente acadêmico;
III – liberdade de consciência e de crença;
IV – liberdade de ensinar e de aprender;
V– reconhecimento da vulnerabilidade do educando como parte mais fraca na relação de aprendizado;
VI– educação e informação do estudante quanto aos direitos compreendidos em sua liberdade de consciência e de crença;
VII – direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.
Parágrafo único. O Poder Público não se imiscuirá na orientação sexual dos alunos nem permitirá qualquer prática capaz de
comprometer ou direcionar o natural desenvolvimento de sua personalidade, em harmonia com a respectiva identidade biológica
de sexo, sendo vedada, especialmente, a aplicação dos postulados da ideologia de gênero.
Art. 2o – São vedadas, em sala de aula, a prática de doutrinação política e ideológica, bem como a veiculação de conteúdos ou
a realização de atividades de cunho religioso ou moral que possam estar em conflito com as convicções dos pais ou responsáveis
pelos estudantes.
[...]
Art. 3o – No exercício de suas funções, o professor:
– não se aproveitará da audiência cativa dos alunos, para promover os
seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências
ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias;
I– não favorecerá, não prejudicará e não constrangerá os alunos
em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas,
ou da falta delas;
II– não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará
seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas;
III– ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas,
apresentará aos alunos de forma justa, as principais versões, teorias,
opiniões e perspectivas concorrentes a respeito;
IV– respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação
moral que esteja de acordo com suas próprias convicções;
V– não permitirá que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam
violados pela ação de estudantes ou terceiros, dentro da sala de aula.
Art. 4o – Os alunos matriculados no ensino fundamental e no ensino médio
serão informados e educados sobre os direitos que decorrem da liberdade
de consciência e de crença assegurado pela Constituição Federal,
especialmente sobre o disposto no art. 3o desta Lei.
http://escolasempartido.org/component/article/2-uncategorised/484-anteprojeto-de-lei-estadual-e-minuta-de-justificativa

44
PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O MÊS DE NOVEMBRO

Data para entregar ao Data devolução Data para entregar ao Data para devolução ao
Padrinho padrinho/aluno professor aluno
___/11 ___/11 ___/11 ___/11
PROPOSTA I (Enem)

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema
POSICIONAMENTOS NECESSÁRIOS DIANTE DAS RESPOSTAS DO MEIO AMBIENTE AO SEU USO
INDISCRIMINADO, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I
O primeiro sinal veio em 2004. Foi nesse ano que a Sabesp, empresa de abastecimento de São Paulo, renovou
a autorização para administrar a água na cidade. Mas tinha alguma coisa errada: a estrutura dos reservatórios
parecia insuficiente para dar conta de tanta demanda e seria preciso realizar obras para aumentar a capacidade de
armazenamento de água. De acordo com os planos da Sabesp, a cidade de São Paulo ficaria bastante dependente
do Sistema Cantareira, o que era preocupante. Se a água dos tanques do sistema acabasse, seria o caos. E foi. Em
julho de 2014, o volume útil da Cantareira, que atende 8,8 milhões de pessoas na Grande SP, esgotou. Com o
esvaziamento do reservatório e as previsões pessimistas de falta de chuva, São Paulo se afogou na maior crise
hídrica dos últimos 80 anos.”
Disponível em: http://super.abril.com.br/crise-agua/ofundodopoco.shtml.

Texto II
O IMPACTO AMBIENTAL

O consumo de agrotóxicos gera um círculo vicioso: quanto mais se usa, maiores são os desequilíbrios
provocados e maior a necessidade de uso, em doses mais intensas, de formulações cada vez mais tóxicas.
A fauna e a flora também são amplamente afetadas com o uso de insumos químicos indiscriminados. De acordo
com Ferrari (1985, p. 112), as terras carregadas pelas águas das chuvas levam para os rios, lagoas e barragens os
resíduos de agrotóxicos, comprometendo a fauna e a flora aquática, além de comprometer as águas captadas com a
finalidade de abastecimento.
IvaldirDonizetti das Chagas. Disponível em: http://meuartigo.brasilescola.com/biologia/os-impactos-agroquimicos-
sobre-meio-ambiente.htm.

Texto III

Disponível em: http://maluartico.blogspot.com.br/ 2011_05_01_archive.html. Acesso em: 12/2014.

45
PROPOSTA DE REDAÇÃO EXTRA

PROPOSTA I (Enem)

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema
“OS PROBLEMAS DO SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO EM QUESTÃO”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I
CORPOS DOS 33 DETENTOS MORTOS EM PRESÍDIO SÃO LIBERADOS PELO IML DE RR
Ao todo, 31 presos morreram na madrugada de sexta-feira (6) na penitenciária que fica localizada na zona rural da
capital. Após uma varredura, outros dois corpos foram encontrados enterrados na mesma unidade na tarde de
sábado (7). Eles foram identificados como Erismar Duran da Silva e Jaime da Conceição Pereira.
Em coletiva de imprensa, o secretário de Justiça e Cidadania, Uziel Castro, afirmou que os presos mortos não eram
ligados a nenhuma facção criminosa. Ele disse que os corpos foram achados ‘destroçados’ e decapitados e atribuiu a
autoria do massacre a detentos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Além do total de mortos, outros dois cadáveres foram encontrados enterrados na Ala da Cozinha da maior unidade
prisional do estado na tarde deste sábado. O secretário adjunto da Secretaria de Justiça e Cidadania, Major
Francisco Castro, acredita que os cadáveres possam ter relação com o massacre de sexta-feira.
Fonte: http://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2017/01/corpos-dos-33-detentos-mortos-em-presidio-sao-liberados-pelo-iml-de-
rr.html

Texto II

Fonte: Google Imagens

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