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Modalidade:
( ) PIBIC/CNPq
(X) FAPIC/Reitoria
( ) FAPESP
( ) Outra Agência
Campinas
07/2014
ÍNDICE
Amarelo” ......................................................................................................... 28
3. Referências ................................................................................................. 37
4. Anexos......................................................................................................... 42
1
1. Desenvolvimento do Plano de Trabalho de Iniciação Científica
2
Meses
Atividades AGO SET OUT NOV DEZ FEV MAR ABR MAI JUN
2013 2013 2013 2013 2013 2014 2014 2014 2014 2014
Levantamento e
estudo de
material
bibliográfico
Buscas
realizadas pela
internet –
primeiros
levantamentos
Identificação
das escolas a
serem
investigadas
Contatos
iniciais com
orientadores
pedagógicos da
Secretaria de
Educação
(SME) para a
identificação
das escolas
municipais que
podiam
participar da
pesquisa
Organização
dos dados
coletados e
identificação de
critérios para a
seleção dos
alunos a serem
entrevistados
Elaboração do
relatório parcial
Realização das
entrevistas
Transcrição das
entrevistas
Análise do
material
Elaboração do
artigo
Divulgação dos
resultados do
Estudo
Relatório final
3
Além dessas atividades descritas foi preparado um pôster para
apresentação no evento “XVIII Encontro de Iniciação Científica e III encontro de
Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da PUC-
Campinas”(ANEXO 1).A apresentação foi acompanhada por um avaliador da
Pontifícia Universidade Católica de Campinas que deu um parecer favorável ao
trabalho (ANEXO 2).
Geral:
Específicos:
4
Conhecer os procedimentos de estudo de alunos participantes do
projeto indicados pelos professores como tendo destaque na
participação do projeto;
Identificar a existência de modificações nos procedimentos de
estudo após a participação no projeto segundo a fala dos próprios
alunos;
Verificar se houve a melhoria das notas após a participação no
projeto segundo os alunos.
5
Antes de fazer o levantamento e o estudo do material bibliográfico, tive
reuniões com minha orientadora, que me apresentou textos importantes que
me auxiliaram no conhecimento teórico sobre a autorregulação, os quais
ampliaram a compreensão do foco da pesquisa, bem como os procedimentos
metodológicos a serem desenvolvidos. Assim, o contato com autores que
escrevem sobre a avaliação da aprendizagem em uma perspectiva
construtivista foi extremamente importante e possibilitou a familiarização com a
temática dos conteúdos da autorregulação, facilitando a compreensão das
leituras posteriores, no caso, artigos, teses e dissertações.
Outro fato que contribuiu para o meu conhecimento em relação ao foco
da pesquisa foi o lançamento do novo site do projeto, disponível no endereço
http://www.guia-psi.com/, que conta com: explicações do professor Pedro
Rosário; relatos positivos de pessoas que utilizam a autorregulação em seus
trabalhos e estudos; ricas imagens que contam por onde os projetos do grupo
GUIA (Grupo Universitário de Investigação em Autorregulação) estão
circulando e fotos de toda a equipe que impulsiona esse projeto; ótimos
referenciais teóricos; e, um singelo agradecimento a nós todos que visitamos o
site e que de alguma forma nos comprometemos a divulgar o conceito de
autorregulação. Além de todos esses tópicos o site também conta com
imagens ilustrativas iguais as do livro que permitem que o leitor viaje no mundo
das cores do arco-íris, personagens contidos no livro paradidático “As
Travessuras do Amarelo”.
Fui orientada a realizar fichamentos das referências selecionadas. Os
textos estudados sob a orientação da orientadora deste IC foram:
a) Capítulo de livros 1:
1
Os resumos dos capítulos de livro encontram-se no anexo 4.
6
ROSÁRIO, P. (2004). Estudar o Estudar: As (Des)venturas do
Testas. Porto: Porto Editora. (fichamento 2);
b) Artigos científicos
7
palavras-chaves utilizadas simultaneamente. Ao agrupar “Estratégias – Ensino
– Avaliação” encontrei oito artigos dos quais apenas um estava relacionado
com a pesquisa, e as palavras “Estratégias – Ensino Fundamental – Avaliação”
disponibilizaram três artigos, estando entre eles apenas um com potencial para
a pesquisa.
O SCIELO também foi utilizado para encontrar os artigos pesquisados
no banco pertencente ao Portal de Periódicos da Capes, pois o banco de teses
da CAPES, “Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior”,
se encontrava em manutenção durante o período de procura inicial.
Realizei uma leitura flutuante dos resumos e quando o assunto se
relacionava com a temática, uma nova leitura foi concretizada para verificação
da adequação da pesquisa. A seleção dos trabalhos é detalhada no quadro 2.
8
Quadro 2 - Artigos científicos selecionados2
2
Os resumos dos artigos e fichamentos selecionados encontram-se no anexo 5.
9
Quadro 3 - Artigos científicos consultados3
3
Os resumos dos artigos consultados encontram-se no anexo 6.
10
c) Teses e dissertações
11
Quadro 4–Teses e dissertações selecionadas4
4
Os resumos e fichamentos das teses e dissertações selecionadas encontram-se no
anexo7.
5
Os resumos das teses e dissertações consultadas encontram-se no anexo8.
12
1.2.2 Levantamento de dados nas escolas que utilizam o Projeto “As
travessuras do Amarelo”.
13
Quadro 6 – Dados gerais das salas participantes do projeto
Nome da escola 6 Período/quantidade salas Quantidade de alunos
1. CIME Prof.ª Luana M (02)
25
26
6
O nome das escolas é fictício
7
Todos os nomes mencionados são fictícios
14
que possuíam um rol de questões previamente elaboradas que tinham como
objetivo analisar como as estratégias de aprendizagem utilizadas pelos
participantes e um dos itens desse questionário era o registro do número de
horas que os alunos estudavam após o horário que frequentavam a escola.
Realizamos o levantamento do número de horas a partir dos questionários
cedidos pela Secretaria de Educação.
Os dados coletados foram inseridos no pacote estatístico SPSS
(Statistical Package for the Social Sciences) para a realização de análises
descritivas e da frequência da amostra. Por meio dessas análises, foi possível
selecionar 5 alunos com as maiores médias do número de horas de estudo
apontadas durante três momentos de coleta dos questionários, 5 com médias
de horas consideradas intermediárias e 5 alunos com as menores média.
Após a identificação dos alunos selecionados fizemos contatos iniciais
com os coordenadores de cada escola para o agendamento das entrevistas
com os alunos e para verificar se havia autorização dos pais para a realização
da pesquisa. Foi constatado que um aluno dessa lista fora transferido para
outra escola. No total foram realizadas nove entrevistas. No mesmo dia das
entrevistas solicitamos que as professoras desses alunos indicassem alunos
que elas consideraram que se mostravam interessados pelas atividades
propostas e se destacaram durante a realização do projeto. No total recebemos
quinze indicações, sendo localizados todos os alunos.
Portanto da pesquisa, 24 alunos dos quartos anos de 6 escolas
municipais de uma cidade do interior do estado de São Paulo, com idade entre
9 e 11 anos, M=9,79; DP=0,588 e de ambos os sexos, sendo a maioria do sexo
masculino, 62,5%. A média do tempo de estudo por dia apontada por estes
alunos variou de 55,71 minutos na primeira aplicação, 48,65 minutos na
segunda e 45,31 minutos na terceira.
As entrevistas foram realizadas em local destinado pela escola, sendo
geralmente escolhida uma sala para reuniões ou a biblioteca. Os alunos foram
entrevistados individualmente com a duração média de quinze minutos.
Iniciávamos as entrevistas perguntando se eles gostariam de responder
algumas questões sobre o projeto As travessuras do Amarelo e só dávamos
continuidade se a criança aceitava participar. As questões realizadas foram:
15
1. Hoje, quanto tempo você estuda por dia?
2. Você se lembra do livro do amarelo?
3. O que você aprendeu no projeto “As travessuras do Amarelo”?
4. Como você estudava na quarta-série?
5. Como você estuda hoje?
6. Você modificou algo na sua forma de estudar depois que leu o livro “As
travessuras do Amarelo”?
7. Você acha que suas notas melhoraram depois que participou do projeto
do Amarelo?
16
Sessão de Comunicação Oral “Sessões de Comunicação Oral
FAPIC/Reitoria – período de agosto de 2012 a julho de 2013”, no
dia 25 de Setembro de 2013, na PUC-Campinas (ANEXO 13);
17
Aparecida Araújo com a pesquisa “Avaliação do projeto de
práticas de leitura: o desenvolvimento de atitudes que contribuem
para a prática do estudo no ensino fundamental”, Maria Fernanda
Kosour de Oliveira coma pesquisa "Avaliação formativa: um
estudo com os diários de aula de alunos do 5º ano do ensino
fundamental" e Sylvia Bernadete Alves Salgado Oliveira com a
pesquisa "Avaliação do processo de autorregulação e
desempenho acadêmico de alunos do 5º ano do ensino
fundamental". Ambas são alunas de mestrado da Profa. Dra.
Jussara Cristina Barboza Tortella da Pontifícia Universidade
Católica de Campinas, em 25, 26, 27 e 30 de junho de 2014, em
Campinas-SP.
18
Foram momentos de aprendizado significativo, nos quais a partir do livro
paradidático “As travessuras do Amarelo”, pudemos discutir suas contribuições
metodológicas para professores e alunos e de que forma elas podem ser
trabalhadas em sala de aula.
1.3.1 Introdução
8
A escolha da revista para a publicação do artigo ainda está sendo analisada e o
presente artigo ainda sofrerá algumas modificações para adequação das normas
exigidas.
19
relacionadas com as tarefas escolares e que algumas apresentam dificuldades
no momento de executá-las.
Contudo, existe, obviamente, uma multiplicidade de motivos para um
aluno não querer realizar uma tarefa, participar de um jogo, ler um texto ou
realizar uma ficha com exercícios específicos de determinado conteúdo.
Podemos, por exemplo, identificar crianças que não entendem o significado
das mensagens das histórias narradas na sala de aula, ou as instruções dadas
para a realização de um jogo ou de uma ficha de atividades; crianças que não
acreditam na sua capacidade para ultrapassar os obstáculos desistindo mesmo
antes de iniciar a tarefa; crianças que não assumem as responsabilidades de
estudante; crianças cujos limitados conhecimentos prévios não lhes permitam
acompanhar a tarefa, ou ainda outras que não encontram nas aprendizagens
propostas argumentos que as motivem suficientemente. (ROSÁRIO; PEREZ;
GONZÁLEZ-PIENDA, 2007).
Ou então, enquanto causas para os maus resultados de aprendizagem
das crianças, somados a todas essas possibilidades apresentadas
anteriormente, temos uma metodologia inadequada do professor que muitas
vezes não sabe como pode oferecer propostas que busquem a superação das
dificuldades da criança.
Segundo Almeida et al (2005) as multiplicidades de variáveis que, de
forma direta ou indireta, influenciam as aprendizagens, podem ser classificadas
em fatores sociais; dinâmicas internas da escola; e variáveis pessoais dos
alunos, professores e das interações. Os estudos sociológicos destacam os
fatores que podem afastar ou aproximar os alunos das práticas escolares, os
padrões culturais e de linguagem. Os estudos psicológicos, por sua vez
destacam “as variáveis pessoais do aluno e do professor, a qualidade das
interacções educativas na sala de aula e o relacionamento interpessoal nas
escolas, entre outros factores”(p. 3629).As variáveis pessoais dos alunos
referem-se às suas capacidades, motivação e hábitos de trabalho.
Embora a capacidade cognitiva seja um aspecto importante a ser
considerado, estudos recentes apontam que não se pode estabelecer uma
relação direta desta com o rendimento escolar. Há que se considerarem as
outras variáveis apresentadas para a compreensão do fenômeno da
aprendizagem. Os estudos sobre a importância dasestratégias de
20
aprendizagem no sucesso escolar dos alunos podem auxiliar a compreensão
de tal fenômeno. “Os alunos com melhores desempenhos não só dispõem de
um reportório mais alargado como dispõem de umconhecimento preciso sobre
a utilidade das mesmas”, caso que não ocorre com os alunos com
desempenho insatisfatório, que não conseguem explicar com clareza as
causas desse desempenho. (ALMEIDA ET AL, 2005, p. 3631).
É fato notório que não é possível ensinar e trabalhar conteúdos
escolares com quem não quer aprender, mas é igualmente necessário
compreender o que se esconde atrás dessas recusas de modo a evitar que
(re)surjam. As pesquisas comprovam que as aprendizagens estão relacionadas
com atitudes, tais como: a intenção de compreender os conteúdos ensinados;
estar envolvido com o que aprende e ao mesmo tempo relacionar o novo
conteúdo aprendido com os já existentes; fazer constantemente uma avaliação
dos próprios argumentos e das conclusões. (SOLÉ, 1999)
Serafim e Boruchovitch (2010, p. 45) indicam que “estudos recentes
confirmam o uso das estratégias de aprendizagem como mediadoras de um
bom desempenho escolar”. Os alunos costumam utilizar estratégias de
aprendizagem em seus estudos como a autoavaliação e o pedir ajuda
(OLIVEIRA; BORUCHOVITCH, SANTOS, 2009; SERAFIM, BORUCHOVITCH
2010).
Os resultados do envolvimento dos alunos nas atividades escolares com
certeza influenciam nos resultados das avaliações formativas realizadas na
escola e também nas avaliações externas. Neste sentido, é relevante o
entendimento de como os alunos constroem seus saberes, como se envolvem
nas atividades escolares para a construção de novas aprendizagens e quais
são seus procedimentos de estudo.
Estudos de Zimmerman (2002) e Almeida (2002) apontam para a
importância de estudos envolvendo as estratégias de aprendizagem e
procedimentos ou hábitos de estudo dentro e fora da sala por estas se
relacionarem com desempenho e sucesso escolar. (GOMES; TORRES, 2005).
Este trabalho de investigação inscrito neste âmbito teve por objetivo
conhecer os procedimentos de estudos utilizados pelos alunos 5º ano do
ensino fundamental de um município da região metropolitana de Campinas,
21
participantes de um projeto que visa à promoção dos processos de
autorregulação da aprendizagem quando cursavam o 4º ano.
22
Figura 1 – Modelo PLEA
Fonte: ROSÁRIO; PÉREZ ; GONZÁLEZ-PIENDA (2007, p.23).
23
Quadro 1- Modelo PLEA e estratégias de autorregulação da aprendizagem
24
são aqueles que possuem a capacidade de, por um lado, exercer
controlo sobre as diferentes dimensões do processo de
aprendizagem, incluindo a selecção, combinação e coordenação das
estratégias cognitivas num determinado contexto; e, por outro, de
canalizar recursos para os diferentes aspectos do processo de ensino
aprendizagem, sem muitos custos para o seu bem-estar
(BOEKAERTS, 1996 apud ROSÁRIO, 2004, p.32).
25
intencionada, ou seja, a autorregulação é produzida por experiências diretas e
por fontes sociais, nesse sentido, a competência autorregulada possui quatro
níveis de desenvolvimento: em um primeiro momento estão dois níveis
dependentes das fontes sociais, são eles o nível observacional, que se dá a
partir de modelos e da prática guiada com feedback, e o nível emulativo, que é
quando o aluno se aproxima, em sua realização, do modelo observado; em um
segundo momento estão dois níveis dependentes do próprio sujeito, são eles o
nível autocontrolado, quando o aluno realiza tarefas similares utilizando uma
estratégia, e o nível da competência autorregulatória, quando o aluno adapta
diferentes estratégias para a realização de diferentes atividades. (SCHUNK E
ZIMMERMAN, 1997 apud ROSÁRIO, 2004)
Um aluno que utiliza as estratégias de aprendizagem domina três tipos
de conhecimento: o declarativo, que é o conhecimento de diferentes
estratégias; o procedimental, que é o saber como utilizar as mesmas; e o
condicional, que é saber onde utilizá-las. “O ensino de estratégias é
considerado uma das chaves principais na promoção da aprendizagem auto-
regulada” (ZIMMERMAN, 1998 apud ROSÁRIO, 2004, p.68). Nesse sentido,
as implicações da utilização dessas na prática educativa
possibilita o acesso dos alunos aos progressos na aprendizagem e o
incremento do conhecimento da eficácia das estratégias utilizadas,
permitindo ao educando, se necessário, alterar as suas estratégias
utilizadas, permitindo ao educando, se necessário, alterar as suas
abordagens ao estudo e realizar ajustamentos, ambientais e sociais,
de modo a construir um ambiente propício para uma aprendizagem
de qualidade (ROSÁRIO, 2004, p.70).
26
autorregulação é compreendida como algo dinâmico e aberto que pressupõe
sempre um movimento cíclico.
Mas como chegar a desenvolver um trabalho pedagógico que possibilite
esta construção? A utilização da literatura infantil pode auxiliar a construção de
tais regulações, tão importantes no processo formativo.
A narrativa é utilizada no contexto familiar e escolar por diversas razões,
tais como: ampliação dos recursos discursivos e melhoria na escrita; a
discussão dos aspectos morais; o prazer; o lúdico. Para Rosário, Pérez e
González-Pienda, (2007) as narrativas podem auxiliar na aprendizagem e
desenvolvimento do imaginário das crianças e como uma ferramenta para
trabalhar estratégias de autorregulação da aprendizagem. Com essa
perspectiva, os autores escreveram um projeto para crianças de até 10 anos
utilizando uma narrativa, denominada Sarrilhos do Amarelo9 que descreve as
aventuras das cores do arco-íris e demais amigos da floresta que procuram o
Amarelo que sumiu pelo bosque. Os autores utilizam esse contexto para
apresentar as estratégias de autorregulação que durante a realização do
projeto podem ser discutidas pelas crianças com o acompanhamento do
professor. Segundo Rosário, Nuñez e González-Pienda (2007, p. 39):
9
No Brasil esse livro é denominado “As travessuras do Amarelo”. Para esse artigo
utilizaremos essa denominação,
27
1.3.3 Campo da pesquisa: conhecendo o projeto “As travessuras do
Amarelo”
28
do PLEA, criando possibilidades para o sucesso escolar por meio do aprender
a aprender.
Como dito, a apreensão da autorregulação ocorre em três fases
independentes de forma simultânea e dinâmica: “a fase prévia, a fase do
controlo volitivo e a fase da auto-reflexão” (ROSÁRIO, NÚÑES, GONZÁLEZ-
PIENDA, 2007, p.22) as quais auxiliarão o processo de aprendizagem, assim
como a aquisição de conhecimentos declarativo, procedimental e condicional.
29
1.3.4 As aprendizagens dos alunos do 4º ano
30
Após a identificação dos alunos selecionados fizemos contatos iniciais
com os coordenadores de cada escola para o agendamento das entrevistas
com os alunos e para verificar se havia autorização dos pais para a realização
da pesquisa. Foi constatado que um aluno dessa lista havia sido transferido
para outra escola. No total foram realizadas nove entrevistas. No mesmo dia
das entrevistas solicitamos a indicação dos professores dos alunos que se
destacaram na participação no projeto. No total recebemos quinze indicações,
sendo localizados todos os alunos.
Tabela 1. DescriptiveStatistics
N Minimum Maximum Mean Std.
Deviation
Idade 24 9 11 9,79 ,588
Hora de 21 ,0 360,0 55,714 78,6334
Estudo
por dia
Hora de 24 ,0 180,0 48,654 46,0887
Estudo
por dia
Hora de 18 ,0 360,0 45,311 85,9786
Estudo
por dia
Médias 9 0 77 32,89 35,048
das horas
Valid N 9
(listwise)
Fonte: dados organizados pelos autores.
31
1. Hoje, quanto tempo você estuda por dia?
2. Você se lembra do livro do amarelo?
3. O que você aprendeu no projeto “As travessuras do Amarelo”?
4. Como você estudava na quarta-série?
5. Como você estuda hoje?
6. Você modificou algo na sua forma de estudar depois que leu o
livro “As travessuras do Amarelo”?
7. Você acha que suas notas melhoraram depois que participou do
projeto do Amarelo?
Após essa primeira questão, que tinha por objetivo criar um contexto de
ambientação para o restante da entrevista, os alunos foram solicitados a relatar
o que aprenderam durante a participação no projeto na 4ª série. As respostas
foram categorizadas de acordo com seus argumentos e organizadas a partir do
número de horas de estudo (MM – alunos com maiores médias do número de
horas de estudo; MI – médias intermediárias; MnM – médias menores, como
demonstra o quadro 1:
32
Quadro 2 – Aprendizagens Reveladas pelos Alunos Participantes do Projeto
33
dois relataram ter aumentado o tempo de estudo, dois indicaram que estudam
menos tempo na 5ª série e um não conseguiu argumentar. Um aluno com
maior média de tempo de estudo comentou: “Eu uso o PLEA. Eu planejo meus
estudos e depois eu faço”. Outro aluno relatou: “Aprendi que é importante
lermos tudo, prestar atenção, e que devo ficar longe da “tv”, do computador e
do vídeo game que me distraem.”
Por último os alunos foram questionados se consideravam que houve
melhoria das notas após a participação no Projeto “As Travessuras do
Amarelo”. Os dados podem ser verificados no quadro 2.
Categoria MM MI MnM
Aumento das 12 6 2
notas
Decréscimo nas 1 2
notas
Ausência de 1
argumento
Fonte: dados da pesquisa.
34
foram trabalhadas por meio da narrativa, respondendo ao objetivo principal da
pesquisa que buscou conhecer os procedimentos de estudos utilizados pelos
alunos do 5º ano do ensino fundamental participantes de um projeto que visa à
promoção dos processos de autorregulação da aprendizagem quando
cursavam o 4º ano.
No fator tempo de estudo, um dos entrevistados classificado como
possuidor de “menor tempo de estudo” confirma que não houve aumento por
conta da necessidade de ajudar sua família “agora eu estudo, mas não é assim
de ficar o tempo todo, porque senão minha mãe quer, nossa, ela fica brava
quando eu estudo muito e eu não quero saber de fazer nada, só estudar. Ela
disse assim outro dia: [...] você pode estudar, mas ajuda eu um pouco”. No
entanto o mesmo aluno demonstra ter consciência do quão importante é o
estudo em sua vida “com o projeto entendi que a gente tem que saber estudar,
porque se a gente não estudar a gente não vai ser ninguém na vida, não vai ter
nenhum trabalho. Eu coloco a minha mãe em exemplo, ela só estudou até a
quarta série e ela esta trabalhando em um serviço que é muito ruim para ela. E
o meu pai, ele fez todos os colegiais, fez todas as faculdades, e hoje ele está
em um emprego que ele está a mais de oito anos”. Há que se ressaltar que
essa é a realidade de muitos alunos da realidade brasileira.
Vale citar que alguns entrevistados demonstraram que continuaram a ler
o livro, mesmo com o término do projeto “É legal, fala quando o amarelo se
perde e faz uma carta com formato de uma galinha. A formiga general ajuda as
cores a achar o amarelo. Estou relendo o segundo capitulo”. A continuidade
mostra o valor positivo do projeto na vida desses participantes.
Cabe destacar que uma das crianças que estava no grupo de “maior
tempo de estudo” identificou o decréscimo de suas notas da seguinte forma:
“Pioraram, antes eu tirava seis e meio, sete e meio, agora eu tiro cinco e meio,
seis e meio. Minha professora do quarto ano sabia ensinar bem, lia os textos,
explicava como era pra fazer, mas essa não, ela só manda fazer”,
demonstrando que o professor faz toda a diferença em sua aprendizagem e
algumas das crianças que se encontram no grupo com as menores médias
indicaram o decréscimo das notas por conta do fim do trabalho com o projeto,
como mostra esse entrevistado ao dizer que “No primeiro bimestre sim - ao se
referir as notas que estavam melhores - por causa do projeto, mas agora, no
35
segundo bimestre minhas notas caíram um pouco”, e destacamos por fim, um
dos entrevistados que contemplam em sua fala a diferença que o Projeto fez
em sua vida:
“Aprendi que para tudo nessa vida temos que ter tipo um plano, uma
estratégia. Por exemplo, um amigo vai brigar com a gente, a gente tem que
prestar atenção no que vamos falar. Para estudar do jeito que faço temos que
montar uma tabela para sermos organizados porque sem isso não chegaremos
a lugar nenhum. Os amigos também ajudam. Temos que ter um planejamento,
porque, se não tivermos um planejamento das coisas vai ser tudo uma
bagunça”.
Foi possível, por meio dos dados analisados verificar alguns aspectos
importantes da realidade escolar na qual há possibilidade de os alunos serem
agentes do seu próprio aprendizado. No entanto, muitos pontos ainda precisam
ser compreendidos, principalmente quando analisamos as falas das crianças.
Esse conjunto de elementos demonstra a necessidade de novos estudos sobre
a temática.
2. Considerações Finais:
Fazer parte de uma modalidade de pesquisa acadêmica foi algo que nos
primeiros anos da faculdade jamais passou pela minha cabeça. Com tantos
aprendizados e conhecimentos que pude absorver durante esses cinco
períodos na universidade, pude tomar conta do quanto à pesquisa poderia
desenvolver qualidades que seriam imprescindíveis para a realização de meus
futuros sonhos. As experiências obtidas ao decorrer do projeto só mostraram
que eu estava certa. Com muito trabalho, leituras de resumos, artigos e
dissertações, posso ver melhoras significativas em meus estudos e o início de
um entre muitos artigos que pretendo escrever. Foco e determinação foram
fundamentais para a realização da pesquisa; os conceitos teóricos apreendidos
sobre a autorregulação foram também utilizados durante o percurso da
Iniciação Científica.
Com os resultados desta investigação foi possível compreender os
procedimentos de estudo dos alunos e discutir a implementação do Projeto “As
travessuras do Amarelo” identificando seus limites e potencialidades para os
36
processos de aprendizagem através do conceito que permeia o livro: o PLEA.
Sigla cujo significado é Planejar, Executar e Avaliar, três questões que estão
interligadas.
Tendo em vista todas as discussões e reflexões elaboradas a partir
deste estudo, pudedefinir metas para a minha formação docente, visandoà
continuidade dos estudos como aluna da Iniciação Científica da PUC-
Campinas nos anos seguintes, a conclusão do meu curso de Pedagogia de
forma a aproveitar ao máximo as oportunidades que a universidade oferece e
ser, futuramente, aluna de mestrado da Profa Dra. Jussara Cristina Barboza
Tortella da Pontifícia Universidade Católica de Campinas e do Prof. Dr. Pedro
Salles Luis da Fonseca Rosário, da Universidade do Minho em Portugal,
grandes mestres que me ensinaram muito durante este período privilegiado de
estudos.
37
3. REFERÊNCIAS
38
CARVALHO, Lizete Maria de; MARTINEZ, Carmem Lídia Pires.Avaliação
Formativa: A auto-avaliação do Aluno e a Autoformação de Professores.
Revista Ciência e Educação, v.11, n.1, p.133-144, 2005.
39
JUNIOR, Osmar Pedrochi. Avaliação como oportunidade de aprendizagem
em matemática. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual de Londrina.
Centro de Ciências Exatas. Londrina, 2012.
40
OLIVEIRA, Katya Luciane de; BORUCHOVICH, Evely. SANTOS, Acácia
Aparecida Angeli dos. Estratégias de Aprendizagem e Desempenho
Acadêmico: Evidências de Validade.. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. vol.25, n.4
p. 531-536,2009. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/ptp/v25n4/a08v25n4.pdf>. Acesso em: out. 2013.
ROSÁRIO, P.; SOARES, S.; Núñez, J. C.; GONZÁLEZ-PIENDA, J.; RÚBIO, M..
Processos de Auto-Regulação da Aprendizagem e Realização Escolar no
Ensino Básico. Revista de Psicologia, Educação e Cultura. Portugal, v.VIII, n.
1, p. 141 – 157, maio de 2004. Disponível a partir do <
http://hdl.handle.net/1822/11911>. acesso em 28 de setembro de 2013.
41
SACCO, Susy Generoso. Um estudo sobre hábitos e estratégias de
aprendizagem na realização de lição de casa de alunos do ensino
fundamental. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual de Campinas.
Campinas, 2012.
SILVA, A. L.; SÁ, I. Saber estudar e estudar para saber. Porto: Porto Editora,
1993.
SILVA, Adelina Lopes da; SIMÃO, Ana Margarida Veiga; SÁ, Isabel.A Auto-
regulação da Aprendizagem: Estudos Teóricos e Empíricos.Revista do
Mestrado em Educação. Campo Grande, MS, v.10, n.19, p.58-74, 2004.
42
43
ANEXO 1
44
ANEXO 2
45
ANEXO 3
46
ANEXO 4 – Fichamento de Livros
Fichamento 1:
Desenvolvimento Psicológico entre os 6 e os 12 anos.
COLL, C. et al. Desenvolvimento psicológico e educação – Psicologia
evolutiva.
47
Mais e melhores conhecimentos. Para isso é importante à
organização dos conhecimentos em domínios específicos para que haja
a intenção e adaptação das crianças em sua cultura;
Maior consciência reflexiva e melhor controle, as crianças
conhecem melhor seus processos metacognitivos e por isso sabem
como devem fazer.
Para Piaget o ensino fundamental é a idade da razão, quando a criança
se afasta do pensamento intuitivo e subjetivo. Para que ocorra a passagem do
pensamento pré-operatório para o operatório devem ocorrer as seguintes
mudanças: passam a centrar-se em várias perspectivas, a ir além do
observável, a considerar diferentes pontos de vista e o pensamento passa a
acompanhar as transformações. As crianças podem então realizar deduções
mais complexas, enfocando um problema de forma completa, observando
diferentes dimensões.
A personalidade infantil recebe influências da escola e da família em
suas ricas relações, a partir das quais consolidam ou modificam o que havia
sido configurado anteriormente em seu desenvolvimento social e pessoal. As
crianças continuam construindo seu próprio eu e também a “valoração que
fazem de si mesmas” (COLL, C. et al, 2004, p. 2 3.), ou seja, o autoconceito.
Nesse sentido, os conceitos tornam-se diferenciados e articulados; a auto-
avaliação torna-se estável; a auto-descrição passa a ser abstrata; os
autoconceitos são relativos; e os sentimentos são privados.
A auto-estima é um “conteúdo psicológico multidimensional, sendo
possível diferenciar entre diferentes domínios de conduta que podem ter
valorações diferentes por parte do mesmo sujeito” (COLL, C. et al, 2004, p.
255.). A auto-estima pode ser: física, acadêmica e social. Com a idade vai se
consolidando uma auto-estima global a qual futuramente estará “cada vez
mais influenciada pela comparação social...distanciando-se...das avaliações
globalmente positivas e centradas exclusivamente em torno de si mesmo”
(COLL, C. et al, 2004, p. 257.). Os determinantes dessa auto-estima são as
práticas educativas familiares, o grupo de iguais e a própria percepção.
Nessa idade as crianças admitem as emoções contraditórias, em um
primeiro momento achando que “uma delas precede ou segue a outra” (COLL,
C. et al, 2004, p. 2 2.), e depois entendem que “certos acontecimentos
48
provocam dois sentimentos” (COLL, C. et al, 2004, p. 2 2. Isso se dá pela
compreensão emocional, dependente dos progressos cognitivos e da
experiência social.
Há nessa fase também o reconhecimento da existência de outros pontos
de vista diferentes do seu, uma consciência da existência de processos
mentais de outras pessoas e de seu próprio pensamento. Compreendem
“emoções como o orgulho, a gratidão, a preocupação, a culpa ou o entusiasmo,
lista que será incrementada a partir dos 10 anos de idade para nela incluir
emoções como o alívio ou a decepção” (COLL, C. et al, 2004, p. 271.). Para
isso serão necessárias as ferramentas: capacidade de inferência de se por no
lugar do outro, da imaginação das situações nas noções sociais. Assim, a
capacidade para compreender o outro só progride de forma que a habilidade
de distinção da expressão fácil real e a aparente evoluem, e a empatia avança.
O desenvolvimento moral varia a cada cultura. O que influencia o
desenvolvimento dos valores são o macrossistema (cultura) omicrossistema
(família e escola) e as características individuais.
Os amigos podem contribuir muito para o desenvolvimento ao promover
a reflexão de si mesmo e dos outros, ao compartilhar experiências e ao
promover o “desenvolvimento de importantes competências sociais” (COLL, C.
et al, 2004, p. 287.), como “ a resolução de conflitos interpessoais, a
assertividade...a pró-sociabilidade....a construção de princípios morais
relacionados com a benevolência, a justiça e a reciprocidade” (COLL, C. et al,
2004, p. 287.).
Outro fator que influencia o auto-conceito são os papéis que ocupam no
status sociométrico, ou seja, se uma criança é popular, ignorada, controversa
ou média. Fases que determinam a aceitação em um grupo social e que são
determinantes para o rendimento escolar. Nesse caso é valido lembrar que as
experiências de rejeição podem ter efeitos negativos no futuro.
49
Fichamento 2:
Estudar o Estudar:As (Des)venturas do Testas
ROSÁRIO, P. (2004)
Muitos alunos possuem dificuldades em suas aprendizagens, dedicam
pouco tempo ao estudo e, quando se dedicam não o fazem de maneira eficaz.
É imprescindível se pensar em uma escola que possibilite aos alunos “aprender
a aprender”, porém não de maneira separada do currículo a partir de estudos
acompanhados, mas sim uma infusão curricular, ou seja, em conjunto com o
currículo, o qual deverá ser estrategicamente planejado para isso, buscando
desenvolver competências autorreguladoras nos alunos para que assim, estes
desenvolvam o saber estudar.
É a partir desse planejamento autorregulatório mais abrangente que irão
se estruturar a reflexão e a abstração dos alunos para que compreendam as
estratégias de aprendizagem e assim promovam uma aprendizagem
significativa com o desenvolvimento de conhecimentos, os quais serão
construídos individualmente e ativamente por cada um. “Para resolver um
problema inteligente, o aluno deve encará-lo como um problema próprio, ou
seja, este deve ser encarado como um obstáculo que obstrui a sua progressão
para o objectivo” (GLASERFEL 1995, p.14 apud ROSÁRIO, p.24). Essa é a
chave do ensino-aprendizagem que considera os conhecimentos prévios dos
alunos, seus processos de pensamentos e envolve pais, pares e professores.
Esses processos de monitoração dos próprios pensamentos são
identificados como metacognição. Esse conceito surge em 1970, nos Estados
Unidos, tendo John H. Flavel como percussor. Inicialmente seus estudos
trataram da utilização de estratégias para a memória, referindo-se à
consciência reflexiva dos processos cognitivos. Posteriormente, “investigou a
metacognição, relacionando-a à linguagem, à comunicação, à percepção, à
atenção, à compreensão a solução de problemas” (PORTILHO, DREHER,
2012, p.183), referindo-se à metacognição como movimento que a pessoa
realiza para monitorar e regular as próprias atividades cognitivas. Flavel (1995)
especifica três aspectos da metacognição: o da pessoa, o da tarefa e o da
estratégia. Principalmente esta última é a que caracteriza os alunos que a
utilizam como aprendizes autorreguladores, pois utilizam dessas para atingir os
objetivos planejados.
50
Os estudantes que regulam a sua própria aprendizagem são aqueles
que possuem a capacidade de, por um lado, exercer controlo sobre
as diferentes dimensões do processo de aprendizagem, incluindo a
selecção, combinação e coordenação das estratégias cognitivas num
determinado contexto; e, por outro, de canalizar recursos para os
diferentes aspectos do processo de ensino aprendizagem, sem
muitos custos para o seu bem-estar (Boekaerts, 1996, p.102 apud
ROSÁRIO, p.32).
51
As estratégias não são universais, podendo ser alteradas de aluno para
aluno, porém o processo autorregulatório envolve três fases principais: a fase
prévia onde há o estabelecimento de objetivos e os planejamentos; a fase do
controle volitivo onde há o autocontrole e a automonitoração durante o que está
sendo produzido; e fase de auto-reflexão onde há o autojulgamento e a
autorreação, ou seja, o aluno se auto-avalia e na sequência desenvolve
maneiras de melhorar o que não lhe for de agrado sobre as realizações
efetuadas. (ROSÁRIO, 2004)
A autorregulação pode ser estimulada indiretamente através da própria
experiência do aluno, diretamente através da instrução e da prática
intencionada, ou seja, a autorregulação é produzida por experiências diretas e
por fontes sociais, nesse sentido, a competência autorregulada possui quatro
níveis de desenvolvimento adaptados por Schunk e Zimmerman (1997): em um
primeiro momento estão dois níveis dependentes das fontes sociais, são eles o
nível observacional, que se dá a partir de modelos e da prática guiada com
feedback, e o nível emulativo, que é quando o aluno se aproxima, em sua
realização, do modelo observado; em um segundo momento estão dois níveis
dependentes do próprio sujeito, são eles o nível autocontrolada, quando o
aluno realiza tarefas similares utilizando uma estratégia, e o nível da
competência autorregulatória, quando o aluno adapta diferentes estratégias
para a realização de diferentes atividades. (ROSÁRIO, 2004)
Um aluno que utiliza as estratégias de aprendizagem domina três tipos
de conhecimento: o declarativo, que é o conhecimento de diferentes
estratégias; o procedimental, que é o saber como utilizar as mesmas; e o
condicional, que é saber onde utilizá-las. “O ensino de estratégias é
considerado uma das chaves principais na promoção da aprendizagem auto-
regulada” (ZIMMERMAN, 1998, p.227 apud ROSÁRIO, p. 8), nesse sentido,
as implicações da utilização dessas na prática educativa
possibilita o acesso dos alunos aos progressos na aprendizagem e o
incremento do conhecimento da eficácia das estratégias utilizadas,
permitindo ao educando, se necessário, alterar as suas estratégias
utilizadas, permitindo ao educando, se necessário, alterar as suas
abordagens ao estudo e realizar ajustamentos, ambientais e sociais,
de modo a construir um ambiente propício para uma aprendizagem
de qualidade” (ROSÁRIO, 2004, p.70).
52
Uma das formas de aprendizagem da regulação é o PLEA, o qual já foi
representado neste texto e se encontra a todo momento explícito na narrativa
do livro paradidático “As travessuras do Amarelo”. O que se deve compreender
é que apenas se o sujeito estiver motivado é que se dará de forma eficaz as
competências autorregulatórias.
Portanto, a autorregulação da aprendizagem busca, a partir de
diferentes fontes de informação, superar os problemas nas áreas do saber, de
forma a motivacionar o aluno para realizar individualmente uma aprendizagem
significativa, de forma que ele “aprenda a aprender” sendo o responsável por
seu agir educativo, estabelecendo objetivos e se utilizando de diferentes
estratégias para alcançá-lo, entendendo a autorregulação da aprendizagem
como algo dinâmico e aberto que pressupõe uma atividade cíclica.
53
Fichamento 3:
Auto-regulação em crianças sub-10. Projecto Sarilhos do Amarelo.
ROSÁRIO, P.; PÉREZ, J. ; GONZÁLEZ-PIENDA, J. (2007).
54
GONZÁLEZ-PIENDA, 2007, p.8), e a enfrentarem mais eficazmente, através de
“estratégias e processos de auto-regulação da aprendizagem, equipando-as
para poderem enfrentar as suas actividades e tarefas de aprendizagem com
maior qualidade e profundidade”(ROSÁRIO, NÚÑES, GONZÁLEZ-PIENDA,
2007, p.7).
A avaliação “deve ser coerente com os objectivos, população e formato
escolhidos. A equipa de investigação que desenhou... questionários e
instrumentos de avaliação dos processos de auto-regulação” (ROSÁRIO,
NÚÑES, GONZÁLEZ-PIENDA, 2007, p.9).
Autorregulação da aprendizagem busca levar a criança a assumir seu
agir educativo. Trabalhando o aprender como um processo,
sugere que é importante trabalhar com as crianças, para além de
conteúdos concretos relativos às diferentes áreas/disciplinas,
estratégias de aprendizagem que lhes permitam desempenhar um
papel activo e autônomo na aprendizagem, pesquisando,
questionando, lendo, resolvendo problemas (ROSÁRIO, NÚÑES,
GONZÁLEZ-PIENDA, 2007, p.11)
55
e sua utilização), fase de retenção: prática autônoma com feedback), fase de
transferência (novos problemas mesmas estratégias).
O auto monitoramento e avaliação identifica-se com metacognição a
qual evolve-se com os conhecimentos: declarativo: saber o que é algo;
procedimental: pensar e fazer; condicional: saber o momento de utilização de
determinada estratégia.
56
Fichamento 4:
Programas de promoção da autorregulação ao longo da escolaridade:
estórias-ferramenta como motor da aprendizagem.
ROSÁRIO, P.; POLYDORO, S.; FUENTES, S.; GAETA, M.L. Autorregulação
da aprendizagem e narrativas autobiográficas: epistemologia e práticas.
57
controle volitivo e a fase de autorreflexão a qual compreende o feedback. A
partir deste modelo Rosário (2004 a) desenvolveu o modelo PLEA
(Planejamento, Execução e Avaliação), em cada fase há um movimento cíclico.
Na teoria social cognitiva o papel do modelo é fundamental, seja ele um
personagem ou real, destacando a importância do professorpara o
desenvolvimento da autorregulação no aluno. Outro fator que promove a
autorregulação da aprendizagem são as variadas oportunidades de
aprendizagem as quais promovem discussões e reflexões. A narrativa é
compreendida por uns como forma de “equipar os alunos com conhecimentos
que lhes serão úteis mais tarde” (ROSÁRIO;POLYDORO;FUENTES;GAETA,
2012,P.185) e por outros como forma de “alcançar objetivos de aprendizagem
mais profundos” (idem), as estórias-ferramentas abrangem ambos conceitos, e
destacam a necessidade do aluno fazer ligações das estórias com suas vidas.
IDEIAS CENTRAIS:
O capítulo tem objetivo de, a partir da investigação do grupo GUIA
demonstrar os três projetos que desenvolveram para a promoção da
aprendizagem autorregulada a partir de narrativas.
Essas três estórias-ferramenta são organizadas pela faixa etária. São
elas: Para crianças menores de dez anos, do 1º Ciclo do Ensino Básico, a
estória Sarrilhos do Amarelo, publicado no contexto brasileiro como
Travessuras do Amarelo, conta a história das cores do arco-íris em busca do
amigo amarelo que se perdeu no bosque, durante a narrativa os personagens
desenvolvem estratégias para conseguirem encontrar o amigo, de forma que a
criança perceba semelhança com sua vida e o personagem sirva de modelo
para sua aprendizagem autorregulada; para o 2º e 3º ciclos do eninoBasico (5º
e 9º ano) há a Coleção (Des) venturas do Testas na qual cada livro aborda
especificamente a exigência de cada ano escolar a partir da história vivida por
Testas, que é um estudante que conta suas aprendizagens levando em conta
as estratégias e a autorregulação; e para os estudantes do Ensino Superior,
especialmente aos ingressantes, o livro Cartas do Gervásio o seu umbigo:
comprometer-se com o estudar na Universidade, Gervásio é também um
estudante universitário que conversa com o seu umbigo, que significa um
processo de autorreflexão, sobre suas experiências promovendo reflexões.
58
Junto com cada livro se encontram um referencial teórico e atividades
sugeridas.
Para explicar esse processo dinâmico Zimmerman (2000, 2011)
desenvolveu um modelo que envolve três fases cíclicas: fase prévia, fase do
controle volitivo e a fase de autorreflexão a qual compreende o feedback. A
partir deste modelo Rosário (2004 a) desenvolveu o modelo PLEA
(Planejamento, Execução e Avaliação), em cada fase há um movimento cíclico.
Na teoria social cognitiva o papel do modelo é fundamental, seja ele um
personagem ou real, destacando a importância do professorpara o
desenvolvimento da autorregulação no aluno. Outro fator que promove a
autorregulação da aprendizagem são as variadas oportunidades de
aprendizagem as quais promovem discussões e reflexões.
59
Fichamento 5:
Self-Regulated Learning and Academic Achievement: An Overview
ZIMMERMAN, B. J.
60
mais livre, que envolvia uma série de contextos relacionados aos problemas
que os alunos se deparam em seu estudo; e em seguida foi pedido para que
professores com a utilização das escalas Likert, analisassem a utilização de
estratégias de aprendizagem em seus alunos também do ensino médio. Os
resultados apontam que as respostas que não são auto-reguladas. Os
resultados indicam que o uso de estratégias de aprendizagem auto-regulada
dos alunos contribui significativamente para seu sucesso acadêmico. É
importante citar que o uso das estratégias vai além de seu conhecimento, é
preciso treinamento para que se ensine os alunos a interpretar seus feedbacks,
de forma que seu aprendizado seja de fato ideal.
As crianças adquirem a capacidade de se auto-regular, gradualmente.
Antes dos sete anos as crianças acreditam que se esforçando terão sucesso,
refletindo pouco em seu desempenho. Proximo à adolescencia a criança possui
uma maior percepção das estratégias cognitivas como necessárias além do
esforço para garantir o sucesso escolar. Para o desenvolvimento da
aprendizagem auto-regulada é preciso que os professores orientem seus
alunos voltando-os para as dimensões metacognitivas, motivacionais e
comportamentais.
61
ANEXO - Resumo e fichamento Artigos científicos selecionados
Resumo – artigo 1:
Fichamento 6:
10
Dados de 2011 podem ser encontrados em
http://sistemasprovabrasil2.inep.gov.br/resultados/
62
autorregulada de leitura. Participaram do estudo 58 alunos divididos em duas
turmas de alunos da 4ª série do Ensino Fundamental.
A situação de pesquisa em um primeiro momento sorteou as crianças
em dois grupos: Grupo Experimental e Grupo Controle. Em um segundo
momento o Grupo Experimental “participou de sete sessões de intervenção
recebendo instrução em estratégias de aprendizagem gerais e específicas para
a leitura, estímulos a metacognição, apoio motivacional e orientação para
estudo” (idem), e o Grupo Controle realizou as atividades regulares promovidas
pela professora. Os resultados revelaram que as crianças do grupo
Experimental obtiveram melhores resultados, sendo que a maioria dos
estudantes conseguia ler independentemente, mostrando que, através da
intervenção adequada é possível alcançar a autorregulação.
63
Categorias metacognitivas como subsídio à prática Pedagógica.
PORTILHO, Evelise Maria Labatut; DREHER, Simone A. Souza.
Resumo artigo 2:
Fichamento 7:
64
escolares, bem como contribuir, a partir desta análise, para a prática
pedagógica”.
As autoras criam uma situação de pesquisa na qual 396 crianças do
primeiro ano do Ensino Fundamental são solicitadas a escolher uma imagem e
a partir desta contar uma história, e após essa atividade elas teriam que ler e
escrever a história. Em um segundo momento a criança era solicitada a
relacionar nove frases a oito imagens selecionadas aleatoriamente. Dentre 83
itens, 10 tratavam exclusivamente da metacognição.
Os resultados revelaram que as crianças que estão em processo de
alfabetização geralmente utilizam estratégias metacognitivas e planejam suas
tarefas de forma: Parcial (fragmentando a tarefa realizada); Forma
automatizada (ordenando a tarefa); Supervisionam-se (detectam erros por um
referencial externo); Avaliam-se focando facilidades e dificuldades na
identificação de palavras ou letras.
65
A Estratégia de Pedir Ajuda em Estudantes do Ensino Fundamental
SERAFIM, Tania Maria; BORUCHOVITCH, Evely.
Resumo artigo 3:
Fichamento 8:
66
ele desenvolvendo uma percepção sobre seu próprio processo de
aprendizagem e para superar essa dificuldade cria a estratégia de pedir ajuda
nos momentos de dificuldade. Tal estratégia deve ser incentivada pelo
professor desde o momento que o aluno entra na escola, de forma que este
perceba que essa ação realmente lhe ajuda a aprender.
67
Processos de Auto-Regulação da Aprendizagem e Realização Escolar no
Ensino Básico
ROSÁRIO, Pedro; SOARES, Serafim; Núñez, José Caros; GONZÁLEZ-
PIENDA, Júlio; RÚBIO, Marta.
Resumo artigo 4:
Fichamento 9:
68
A situação de pesquisa relacionou essas fases às variáveis: ano de
escolaridade; rendimento escolar nas disciplinas de Língua Portuguesa e
Matemática no final do ano letivo; e metas escolares através da questão
“pretendo terminar os meus estudos...” que informaria as metas dos próprios
alunos em longo prazo; e da questão “no segundo período penso em atingir a
média geral de...”. Para isso foi utilizado o IPAA (Inventário de Processos de
Auto- Regulação dos Alunos).
Os resultados sugerem que do 5º para o 9º ano os subprocessos do
comportamento auto-regulado decrescem, principalmente no Controle Volitivo;
que em função do sexo, as meninas apresentam um comportamento mais
auto- regulado em comparação aos meninos, tendência essa que muda apenas
no 9º ano; que no geral, ao que se refere ao rendimento escolar, alunos que
possuem comportamento mais auto- regulado nos três subprocessos alcançam
resultados mais eficazes do que os alunos que possuem comportamentos
menos auto- regulados; e que metas escolares, quanto mais ambiciosas
contribuem para um aprimoramento da auto- regulação pelo aluno, da mesma
forma que, alunos que querem alcançar uma boa média no segundo período
apresentam um comportamento mais auto- regulado.
Estes dados apontam a necessidade de a autorregulação estar presente
no currículo escolar pois, a falta de experiências sociais de aprendizagem
causa grande comprometimento no comportamento auto- regulado dos alunos,
além do fato de o sistema de ensino que não permite o exercício participativo e
autônomo do aluno torna o estudo impessoal e competitivo.
69
Desenvolvimento de Habilidades metacognitivas: capacitação de
professores de ensino fundamental.
Resumo artigo 5:
Fichamento 10:
70
de “grupo experimental” no qual 10 de seus professores realizaram um curso
de capacitação no
funcionamento do sistema cognitivo, desdobrado nos seguintes
temas: metacognição e seu desenvolvimento; inteligência e
racionalidade; memória e aprendizado; atenção seletiva;
representação mental; leitura compreensiva; emoção e motivação;
neuropsicologia da aprendizagem; dificuldades de aprendizagem.
(BUSNELLO;JOU; SPERB, 2012, p.314).
Os instrumentos utilizados para os alunos foram: ficha de dados, Teste
de Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (avalia o raciocínio), a Escala de
Avaliação para Motivação para Aprender de Alunos do Ensino Fundamental
(EMA – formada por 34 itens relacionados à motivação),a Escala de
Estratégias de Aprendizagem (formada por 20 itens relacionados à estratégias
de aprendizagem), o Teste de Desempenho Escolar (TDE – avalia habilidades
de leitura, escrita e aritmética), e um teste de múltipla escolha para avaliar a
compreensão leitora a partir do texto “Velha Contrabandista”.
Os resultados No Raven, no EMA e no TDE o principal efeito foi o
tempo, não observando mudanças significativas entre os grupos. O teste de
múltipla escolha para avaliar a compreensão leitora não apresentou diferença
entre tempo ou grupo. Já na Escala de Estratégias de Aprendizagem o efeito
grupo foi significativo, sendo que “72% dos alunos do grupo experimental
tiveram desempenho inferior no pré-teste ao passo que, no pós teste, 44% dos
alunos ainda permaneceram nesse nível. No pré-teste do grupo controle, 50%
dos alunos estavam no nível inferior e, no pós-teste, 41% se mantiveram”
(p.314), ou seja, os estudantes do grupo experimental tiveram melhor
desempenho pois seus professores lhes permitiram apresentar uma autonomia
em sua aprendizagem, aumentando significativamente suas habilidades
intelectuais.
Com relação aos professores estes tiveram um bom desempenho
apontando para melhoras significativas em suas ações pedagógicas e na sua
motivação. Conclui-se então que os professores, ao serem mediadores do
“desenvolvimento das habilidades cognitivas e metacognitivas de
aprendizagem” (BUSNELLO;JOU; SPERB, 2012, p. 311) promovem um ensino
que permite ao aluno se autoavaliar, de forma que seus erros sejam
minimizados, o seu desempenho escolar possa melhorar e possibilite
futuramente sua formação como um cidadão autorregulado.
71
Estratégias de Aprendizagem e Desempenho Acadêmico: Evidências de
Validade.
OLIVEIRA, Katya Luciane de; BORUCHOVICH, Evely. SANTOS, Acácia
Aparecida Angeli dos.
Resumo artigo 6:
Fichamento 11:
72
aprender constrói um pensamento estratégico, o qual vai além do uso de
métodos e técnicas para favorecer a aprendizagem, mas sim, o qual utiliza de
estratégias para superar obstáculos para aprender. É a escola a principal
influenciadora do uso dessas estratégias.
73
A Auto-regulação da Aprendizagem: Estudos Teóricos e Empíricos.
SILVA, Adelina Lopes da; SIMÃO, Ana Margarida Veiga; SÁ, Isabel.
Resumo artigo 7:
Fichamento 12:
74
atenção especial a sua intencionalidade ao estabelecer estes objetivos e
apresenta-los aos alunos, ensinando-os a aprender os conteúdos (estratégias
transacionais); desenvolva um ambiente favorável para esse aprendizado; e
compreenda como os alunos encaram seu ensino para que possa desenvolver
no mesmo a consciência de “saber em que condições (quando), de que modo
(como) e com que finalidade (porquê) pode activar conhecimentos de natureza
distinta (conceptuais, processuais e atitudinais).” (SILVA; SIMÃO; SÁ, 2004, p.
69). A partir desses modelos positivos o estudante pode desenvolver aspectos
“volitivos (gestão do tempo e a persistência) (SILVA; SIMÃO; SÁ, 2004, p. 3).
São distinguidas duas grandes linhas que orientam a investigação sobre
aprendizagem autorregulada: Estudo dos “processos cognitivos,
metacognitivos, motivacionais e comportamentais dos estudantes” (SILVA;
SIMÃO; SÁ, 2004, p. 71); e Estudo das “crenças, concepções e práticas
educativas de pais e professores.” (idem). Em ambas o que se espera é levar
os estudantes a uma aprendizagem autônoma a qual lhe permita transferir
suas estratégias para diferentes contextos.
75
Trabalho de Casa, Tarefas Escolares, Auto-regulação e
Envolvimento Parental.
ROSÁRIO, Pedro; MOURÃO, Rosa; SOARES, Serafim; CHALETA, Elisa;
GRÁCIO, Luísa; SIMÕES Fátima; NUÑEZ, José Carlos; PIENDA, Júlio A.
Gonzalez.
Resumo artigo 8:
Fichamento 13:
76
TPC confluem as atitudes e comportamentos dos alunos, perante a
tarefa e perante a escola, e ainda as atitudes e comportamentos dos
professores que o prescrevem (ou não) e posteriormente
monitorizam; bem como, as atitudes e comportamentos dos pais e
outros educadores, mais ou menos presentes (quando não mesmo
ausentes), durante a realização das tarefas prescritas (ROSÁRIO;
MOURÃO; SOARES; CHALETA; GRÁCIO; SIMÕES; NUÑEZ;
PIENDA, 2005, p. 345),
77
Os resultados apresentam é positivo o uso de TPC´s para o
desenvolvimento autorregulatório e para o melhor desempenho escolar. Os
alunos que se apresentam como “bons”, portanto apresentam autoeficácia,
obtém melhores médias. Ao aluno aumentar sua autoeficácia suas médias
aumentam também. No entanto, alunos que se consideram muito bons tem
notas inferiores a estes que se consideram bons. Isso pode-se explicar
tambpem pela auto-eficácia, pois “os objectivos dosalunos, tal como o valor, o
significado e asignificância que esses mesmos alunos atribuem àsactividades
de TPC são críticos para as escolhas queos alunos fazem, para os esforços
que envidam epara o grau de persistência que mantêm”. (ROSÁRIO;
MOURÃO; SOARES; CHALETA; GRÁCIO; SIMÕES; NUÑEZ; PIENDA, 2005,
p.347)
O nível educativo dos pais destes alunos nas suas atitudes e
comportamentos diante do TPC relaciona-se quantitavamente e
qualitativamente, estas características influenciarão o desempenho escolar dos
filhos. Filhos com pais com nível intuitivo superior demonstram melhores
resultados. Estes precisam ser informados pelos professores como auxiliar
seus filhos e como desenvolver essa atividade de forma a trabalhar em
conjunto com seu filho. Os estudantes
têm que se habituar a lidar com dificuldades habituais tais como
distracções, falta de interesse, falta de vontade, fadiga o mesmo
confusão na hora da realização das tarefas de TPC prescritas nas
várias disciplinas. Por seu lado, professores e educadores precisam
estar conscientes das dificuldades que muitas vezes esses mesmos
alunos enfrentam nessa mesma hora. (ROSÁRIO; MOURÃO;
SOARES; CHALETA; GRÁCIO; SIMÕES; NUÑEZ; PIENDA, 2005, p.
349)
78
ANEXO - Resumo Artigos científicos consultados
79
teórico relativo à temática favoreceu: (a) contemplar a utilidade do mapa
conceitual – empreendido enquanto estratégia de ensino e/ou avaliação – sob
diferentes perspectivas: a daquele que ensina/avalia e a daquele que
aprende/é avaliado; (b) aquilatar o quanto se valer dos mapas conceituais é
criar alternativas para a organização do conhecimento, pela promoção de
experiências educativas que incitem não somente a reflexão, a busca de
compreensão e o processamento profundo da informação, mas também o
desenvolvimento da autorregulação, da meta cognição e do aprender a
aprender; (c) repensar a importância dos meios utilizados para avaliar a
aprendizagem, que não podem ser quaisquer meios, mas aqueles que
favoreçam uma percepção clara das aprendizagens edificadas e daquelas
ainda em curso, orientando e viabilizando ações de superação; e, (d) conferir
novo sentido à tarefa de ensinar a aprender, compreendida como auxílio
permanente na elaboração do saber, pelo desvelamento das razões que
subjazem às dificuldades a serem superadas.
80
avaliação das aprendizagens previsto no currículo português possui uma
natureza progressiva e até inovadora, procurando adequar-se às realidades do
sistema educativo. Contudo, a pesquisatem demonstrado que ainda existe uma
significativa diferença entre o que é proposto legalmente e o que efectivamente
acontece no chamado sistema real, isto é, nas escolas e nas salas de aula.
Nessas condições, são feitas algumas recomendações destinadas a reduzir, ou
mesmo a eliminar, tais diferenças que, do ponto de vista do autor, constituem
um dos mais importantes desafios que a sociedade portuguesa tem que
enfrentar nos próximos anos.
81
alunos; assessoramento às docentes no preenchimento das fichas de suas
respectivas turmas e a realização de reuniões mensais paraavaliação e
encaminhamento das dificuldades encontradas, na construção de uma
práticaavaliativa continuada e reflexiva. Obteve-se resultado positivo junto a
50% das docentes. A alta rotatividade destes foi o maior problema enfrentado.
Destaca-se a necessidade de elaboração de políticas que a combatam e
garantam aos professores condições para se envolverem em projetos voltados
à melhoria do trabalho pedagógico e ao enfrentamento das dificuldades
existentes no cotidiano escolar.
O estudo descreve a análise dos itens que irão compor uma tarefa de
leitura em voz alta de palavras isoladas. Um grupo de crianças do 2º ao 5º ano
do Ensino Fundamental leu, por meio de microcomputadores, uma lista
contendo 323 palavras de baixa frequência. Foram selecionados 112 itens-
candidatos que apresentaram índices adequados de dificuldade, discriminação,
correlação item-total e consistência interna. A análise mostrou que a maioria
das palavras apresentou níveis de dificuldade baixos, mas paralelamente
produziu níveis adequados de discriminação e de correlação item-total.
Elevados índices de consistência interna foram obtidos, indicando a
homogeneidade da tarefa e a unidimensionalidade do construto
avaliado.Considerações de Embretson (1983) sobre as pesquisas de
representação do construto e de intervalo nomotético são discutidas.
82
verificou-se que as estratégias utilizadas foram realizadas informal e
assistematicamente. Aponta-se a necessidade de pesquisas sobre a inclusão
de crianças com comportamentos-problema e o desafio de repensar a
formação dos educadores.
83
ANEXO 7: Resumo e fichamento teses e dissertações
selecionadas
Resumo dissertação 1:
84
Fichamento 14:
85
no qual se utilizam índices para elaborar hipóteses, verificá-las com outros
índices e voltar aos pontos que parecem obscuros”.
Nota-se que tais procedimentos envolvem estratégias autorregulatórias
por parte do leitor, pois abrange um planejamento, a execução e a avaliação
dos procedimentos utilizados. Quanto ao monitoramento e a autorregulação,
Flavell e colaboradores (1999 apud BOEFF, 2011, p.55).
86
A Construção de Conhecimentos em um Projeto de Horta Numa Classe de
2º Ano do Ensino Fundamental.
BELIZARIO, Alyne Franco Brandão.
Resumo dissertação 2:
87
cooperação; troca de experiências e de idéias; contato direto com o ambiente
“horta”; registros coletivos e individuais.
Os dados coletados foram analisados segundo três categorias:
Conhecimentos construídos pela criança; O percurso metodológico de ensino
do Projeto Horta; O percurso da professorapesquisadora no Projeto Horta. Os
resultados indicam que as crianças mostraram avanços nos conteúdos
conceituais, procedimentais e atitudinais segundo a tipologia de Pereira (2002)
e Coll et al. (1998). Verificamos que o trabalho de projetos é uma forma de
favorecer a aprendizagem significativa de modo interdisciplinar favorecendo a
construção de conhecimentos. Durante o desenvolvimento do Projeto Horta
houve mudanças de concepções e atitudes dos alunos; eles mostraram
motivação, envolvimento e interesse na aprendizagem não só de conteúdos de
Ciências, mas também de Matemática, Língua portuguesa, História, Geografia
e Arte. Além disso, os estudos facilitaram o processo de alfabetização das
crianças.
Quanto à professora-pesquisadora, reforçou procedimentos pedagógicos
de anos letivos anteriores, porém numa atitude mais reflexiva e investigativa,
iluminada por novos aportes teóricos até então desconhecidos por ela.
Propiciou maior abertura de participação dos alunos ao longo do projeto, bem
como de interação aluno-aluno e aluno-professor. Enfim, construiu
conhecimentos sobre o conteúdo específico transformadora do seu fazer
profissional cotidiano.
Fichamento 15:
Belizario realizou uma pesquisa orientada por Megid (2012, p. 9), a qual
objetivou “desenvolver um Projeto sobre “Horta” com crianças do 2º ano do
Ensino Fundamental e analisar a produção de conhecimentos das crianças do
ponto de vista cognitivo, social e afetivo, bem como o processo de produção da
prática pedagógica da professora”.
A pesquisa de intervenção promoveu uma interdisciplinaridade de
matérias e ocorreu na forma de inclusão curricular envolvendo as crianças no
planejamento de todas as atividades que se iniciaram em um primeiro
momento com questionamentos para se analisar os conhecimentos prévios dos
88
alunos e seguiram-se de propostas diárias durante nove meses. Ao decorrer
das situações de aprendizagem as crianças além de contribuírem com suas
ideias eram também avaliadas por suas conquistas, participações, esforços,
registros, entre outros, através da análise da professora-pesquisadora. Para a
análise da pesquisa utilizaram-se três categorias: Conhecimentos construídos
pelas crianças; O percurso metodológico de ensino do Projeto Horta; e O
percurso de formação da professora-pesquisadora no Projeto Horta.
Os resultados apontam o processo de construção de conhecimentos
para uma aprendizagem significativa dos alunos em relação aos assuntos
abordados no Projeto Horta, e o desenvolvimento da capacidade de realização
autônoma da criança em determinadas situações.
Alguns autores apontados no texto compreendem que a participação em
projetos e atividades práticas na escola podem favorecer o desenvolvimento da
autonomia e autorreguação pelo aluno. O laboratório de ciências pode se
constituir como um lugar de demonstração e possibilitador de atividades
prático-experimentais de forma aberta, voltando-se assim para o
desenvolvimento da autorregulação do aluno que pode “investigar a solução,
escolher procedimentos, planejar, separar materiais, montar o experimento,
realizar medidas e observações necessárias, registros, interpretar resultados e
fazer conclusões” (BORGES, 2002 apud BELIZÁRIO, 2012, p. 41).
Hernández (1998) entende que a metodologia dos projetos de forma
semelhante ao que já destacamos na metodologia do PLEA, possibilita uma
melhor elaboração e ajuda no próprio desenvolvimento do que está sendo
planejado, tais como a escolha coletiva do tema e os aspectos que devem ser
trabalhados, levantamento de diversificadas hipóteses e informações, análise
constante do que está sendo efetuado de forma que se identifique, através do
feedback, o que é preciso melhorar, efetuar o registro e a avaliação de todos
os procedimentos, propondo novas questões que darão margem a um
processo cíclico de aprendizagem. Nota-se que, tal proposta, denota a ação
efetiva do aluno em todos os momentos do processo
Coll (1998), assim como os PCNs (1997) classificam os conteúdos
escolares em três tipos: osconceituais e factuais (princípios), os procedimentais
e atitudinais (normas e valores). Para este autor, o procedimento de
observação, análise e pesquisa favorecem a aprendizagem de forma que, ao
89
realizar essas ações os alunos estão reformulando e adquirindo aprendizagens
conceituais. Na perspectiva de Coll (1998) a comunicação e o grupo, ao
exercerem influência social influenciam também a mudança de atitudes, nesse
sentido, cada aluno pode comparar suas ações com a do grupo de forma que
se pode observar no projeto horta, assim como em outras disciplinas, uma
mudança de atitudes dos anos tanto em suas participações como no
desenvolvimento de “valores, normas e juízos” (BELIZÁRIO, 2012, p. 1 7).
90
Avaliação como oportunidade de aprendizagem em matemática.
JUNIOR, Osmar Pedrochi.
Resumo dissertação 3
Fichamento 16:
91
uma avaliação processual que possibilite “a autoavaliação, o feedback, a
avaliação como prática de investigação, a utilização da análise da produção
escrita” (idem). Para isso o autor fez leituras e fichamentos dos seguintes
autores “participantes”, são eles: Hadji (1994; 2001), Barlow (2006); De Lange
(1999), Van denHeuvel-Panhuizen (1996) e o Grupo de Estudos e Pesquisa em
Educação Matemática e Avaliação – GEPEMA. Diante desses estudos
concluiu-se que a avaliação precisa ser educativa se constituindo em um
elemento de formação e desenvolvida durante todos os momentos. Para isso é
preciso que ocorra a autoavaliação tanto do professor quanto do aluno para
que ambos possam refletir sobre suas posturas, por isso a necessidade do
feedback. A partir desses fatos é possível a construção da autonomia na
relação do aluno com sua aprendizagem, de forma que ele saberá o que o
professor espera que ele aprenda e de que forma ele poderá atingir esse
objetivo. É preciso, portanto, uma abordagem formativa no processo de
aprendizagem, possuidora de uma finalidade educativa de forma a se tornar
uma “avaliação diagnóstica e formativa”.
92
Motivação e intervenção em estratégias de aprendizagem para
compreensão leitora.
MACIEL, Aline Guilherme.
Resumo dissertação 4:
O presente estudo, de natureza quase-experimental, delineou
procedimentos para nove sessões de intervenção com o objetivo de avaliar a
medida em que uma intervenção com alunos pode neles promover avanços em
estratégias de compreensão leitora e motivação. As abordagens teóricas
utilizadas nessa investigação foram a Teoria de Expectativa-valor, Teoria do
Processamento da Informação, bem como abordagens gerais cognitivistas
acerca da compreensão leitora. Participaram do estudo alunos da quinta-série
do ensino fundamental de uma escola da rede pública do município de
Londrina - PR. As intervenções aconteceram no próprio ambiente escolar,
seguindo-se todos os procedimentos éticos previstos relativos à pesquisa com
seres humanos. O grupo experimental foi constituído pelos alunos que
participavam da sala de apoio e o grupo controle pelos alunos da mesma série
escolar que não participavam da sala de apoio. Os alunos foram avaliados em
três momentos por meio dos seguintes instrumentos: (a) Escala de Estratégias
de Aprendizagem Voltadas para a Leitura; (b) Técnica de Cloze; (c) Avaliação
da Autopercepção e Percepção da Tarefa de Adolescentes nos Domínios de
Português e de Matemática, e; (d) Problema de Matemática. O Grupo
Experimental (GE) participou de nove sessões de intervenção, recebendo
apoio motivacional e ensino de estratégias de aprendizagem em situação de
leitura. Os resultados mostraram ganhos em compreensão leitora, cuja maioria
atingiu um Nível Independente em leitura. Houve melhorias nas estratégias de
aprendizagem tanto para o GE quanto para o GC. Os resultados obtidos no
presente estudo possam ser úteis a educadores e psicólogos escolares, além
de revelarem a importância da formação de docentes capazes de aprender e
ensinar de modo estratégico, visando o desenvolvimento da compreensão
leitora e da motivação para aprender.
Fichamento 17:
O trabalho de Maciel (2012) tinha o objetivo de “investigar, por meio de
intervenções em estratégias de aprendizagem específicas à compreensão
93
leitora, o impacto na qualidade motivacional nos domínios da Língua
Portuguesa e da Matemática” (MACIEL, 2012 p. 1 ). Os participantes são
“alunos da quinta-série do ensino fundamental de uma escola da rede pública
do município de Londrina – PR” (MACIEL, 2012 p. 7), os quais formaram dois
grupos, sendo que o GE (grupo experimental) participava da sala de apoio,
onde se realizaram nove sessões de intervenção buscando promover a
motivação e o aprendizado de estratégias de compreensão leitora; e o GC
(grupo controle) não participava, este era composto por alunos de baixo
rendimento escolar, portanto iniciou no experimento com um rendimento
inferior ao grupo experimental.
Os resultados apontam que ao se comparar os diferentes grupos foi
possível observar os mesmos resultados, o que significa que o GC teve um
maior salto qualitativo por ser composto por alunos de baixo rendimento
escolar. Assim, os alunos que anteriormente estavam em um nível de frustação
leitora, obtiveram uma melhor compreensão leitora em ambos os grupos.
Desse modo, há necessidade do melhor preparo docente para o ensino de
estratégias de aprendizagem que motivem a compreensão leitora. A motivação
é vista, portanto como eficaz para o sucesso escolar, ao dar mais segurança
para os alunos que ao se sentirem autoconfiantes desenvolvem um
aprendizado significante.
No que se refere à questão “tempo de estudos” é mencionada a
performance, que é a forma como o aluno se utiliza de seu tempo e o
desempenho que apresenta a partir disto, nesse sentido “um aluno pode
empenhar sua atenção, esforço, tempo e isso não resultar em um bom
desempenho escolar. Por outro lado, um aluno pode obter boa nota sem ter
aplicado esforço” (MACIEL, 2012 p. 18). Esta performance se relaciona com a
motivação, pois ao aluno notar que todo seu esforço e tempo de estudo
despendido para atividades não satisfatórias este se desmotivará a aprender,
percebendo-se como incapaz. É preciso, sengo a autora proporcionar
experiências positivas para que os alunos se organizem
94
bem como administrar o esforço e persistência para conseguir atingir
a meta planejada (MACIEL, 2012 p. 37).
95
Por que aprender isso, professora? Sentido pessoal e atividade de estudo
na psicologia histórico-cultural.
ASBAHR, Flávia da Silva Ferreira.
Resumo dissertação 5:
O objetivo desta pesquisa é investigar o processo de atribuição de
sentido pessoal à atividade de estudo de estudantes do Ensino Fundamental.
Tem-se, como referência teórica, a Psicologia Histórico-Cultural, que
compreende o desenvolvimento humano a partir da periodização de atividades
principais realizadas ao longo da vida. O foco de pesquisa é a atividade de
estudo, atividade principal das crianças em idade escolar. O trabalho é
composto por uma investigação bibliográfica conceitual, cujo produto são
sínteses teóricas acerca do objeto estudado, e uma investigação empírica,
realizada em uma escola pública municipal da cidade de São Paulo, com
estudantes de 4a série. A pesquisa empírica divide-se em quatro momentos:
1º) Acompanhamento e observação do cotidiano de uma turma; 2º) Situações
orientadas de aprendizagem, que consistem em ajuda aos estudantes em suas
tarefas; 3º) Grupos focais com os estudantes para compreender os motivos de
sua atividade de estudo; 4º) Entrevistas individuais com a professora e com
algumas crianças. Para a análise de dados, utilizaram-se os seguintes
procedimentos: 1) Descrição empírica, construída a partir das temáticas mais
frequentes nos registros dos dados; 2) Descrição teórica, elaborada a partir de
eixos de análise que revelam o movimento da atividade de estudo; 3)
Estabelecimento da unidade de análise do objeto desta pesquisa: a relação
entre os motivos da atividade de estudo e os fins das ações de estudo; 4)
Retorno ao concreto, mediado pela unidade de análise. Finalmente, busca-se
reconstruir o real e explicar o processo de atribuição de sentido pessoal à
atividade de estudo. Analisam-se, assim, os limites de formação dessa
atividade na atual organização do ensino e as contradições escolares que
indicam, por outro lado, possibilidades de formação da atividade de estudo e de
constituição de um sentido pessoal que seja condizente com as máximas
possibilidades de humanização presentes na atividade em foco. Nesta
perspectiva, analisa-se como a relação entre os motivos da atividade de estudo
e as ações de estudo pode engendrar ações esvaziadas de sentido, que não
permitem a formação desta atividade. Podem, entretanto, produzir ações
96
geradoras de motivos de aprendizagem, em que o conhecimento deixa de ser
meramente conteúdo escolar e torna-se conteúdo vivido pelo estudante. No
primeiro caso, que denominamos de sentidos existentes, vê-se a ruptura entre
os motivos e as ações de estudo. No segundo caso, apontam-se as
contradições na organização da atividade pedagógica que indicam
possibilidades de superação dessa fragmentação entre motivos e ações e entre
significados e sentidos da atividade de estudo. Essas contradições indicam,
assim, o processo de atribuição de sentidos possíveis, na direção da
apropriação dos conhecimentos humanos específicos da atividade pedagógica.
Ressalta-se o papel do professor nesse processo. Como resultado, defende-se
a tese de que, para que a aprendizagem escolar ocorra, as ações de estudo
dos estudantes devem ter um sentido pessoal correspondente aos motivos e
aos significados sociais da atividade de estudo, no sentido da promoção do
desenvolvimento humano. Propõe-se, como síntese, um conjunto de elementos
teóricos explicativo do processo de atribuição de sentido pessoal à atividade de
estudo em geral, explicitando aquilo que é preciso compreender para situar a
atividade do professor como atividade humanizadora, de modo que sua
mediação conduza à atividade de estudo do estudante por meio da atribuição
de sentido pessoal.
Fichamento18:
Asbahr (2011) objetivou em sua pesquisa investigar o sentido que os
estudantes do Ensino Fundamental dão à escola e aos seus estudos. Nesse
sentido a autora se utilizou de quatro momentos de intervenção que eram
compostos de observação de atividades de estudo da turma, ajuda aos alunos
em situações emergentes, formação de grupos focais e entrevistas finais.
Participaram deste estudo alunos da 4ª série de uma escola municipal de São
Paulo.
Entende-se como atividade de estudo, segundo Davidov (1998) algo
diferente de aprendizagem que se faz presente em todas as ações humanas. O
estudo possui “conteúdo e estrutura própria, diferenciando-se das outras
atividades” (ASBAHR, 2011, p. 2). A autora enfatiza a atividade de estudo que
ocorre na escola que preocupa-se com a constituição da consciência e do
pensamento teórico. No contexto da atividade de estudo é essencial observar
97
os significados sociais da escola e do estudo, esses significados muitas vezes
são para as crianças aquilo que a escola ou a família lhes disseram, a escola
como caminho para um futuro melhor, ou o estudo para não reprovar; e o
sistema de relações sociais no qual a criança está inserida.
Os motivos,são componentes importantes na atividade de estudo.
Podem ser motivos expressos pelas crianças atrelados a significados sociais e
que neste momento não possui sentido pessoal para o aluno (motivos
estímulos ou motivos compreensíveis) e os motivos vividos a partir da atividade
escolar, este tem relação com a afetividade (motivos geradores de sentido ou
motivos realmente eficazes). Cada um pode transformar-se no outro. Ao
analisar que praticamente todas as crianças diziam ir a escola para obtenção
de trabalho é visível que seus motivos são os das significações sociais.
Segundo Paro (2001) com o mundo capitalista o trabalho aniquila e aliena o
sujeito, e a escola ao seguir este mundo não humaniza e nem liberta o homem.
Quando o motivo volta-se para as questões disciplinares novamente não se
produz aprendizagem, apenas evita “situações negativas vivenciadas na
escola” (ASBAHR, 2011, p.145). Crianças também admitem que vir para escola
é algo divertido por lá encontram seus amigos, este sim é um motivo vivido,
afetivo a partir da presença do outro, que faz sentido para as crianças e
portanto deve ser considerado na atividade pedagógica mesmo que não sendo
exatamente uma atividade de estudo. Na classe observada foram visíveis os
motivos eficazes quando as crianças buscaram “satisfazer a professora ou se
aproximar da pesquisadora” (ASBAHR, 2011, p.14 ), e também crianças que
se interessaram realmente em aprender os conhecimentos, no entanto por nem
sempre as curiosidades estavam relacionadas com as aulas e poucas vezes
geravam discussões com a turma, desmotivando o aluno que tem necessidade
de aprender.
Outros componentes são ações de estudo e seus fins, estes são
indissociáveis. As ações podem ser de conformação, que “reproduzem e
mantêm a ordem vigente” (ASBAHR, 2011, p. 149”), vistas na sala observada
com as cópias automatizadas pelas crianças; ações de transformação, essas
“contribuem para o processo de humanização” (ASBAHR, 2011, p.149), podem
ser identificadas na vontade das crianças em aprender sobre motivos alheios a
atividade de estudos, as quais ao serem atendidas pela professora geram
98
motivos de aprendizagem a partir de interesses reais com a ação orientada do
educador. A ação lúdica também é uma ação transformadora, pois como sabe
a professora da classe observada, a brincadeira tem potencialidade para que a
criança se aproprie do mundo; e por último as ações coletivas de
aprendizagem que foram desenvolvidas na sala observada com a intervenção
da pesquisadora e da professora a partir dos trabalhos em grupos, no entanto,
essas nem sempre eram bem sucedidas pois nem sempre as crianças agiam
conjuntamente.
Os resultados apontaram para evoluções na aprendizagem durante o
tempo que se desenvolveu a pesquisa. Após entrevista foi possível
compreender que algumas dessas aprendizagens foram incorporadas para a
vida dos estudantes (ler está fácil porque vê filme com legenda), faz portanto
sentido para a criança. As crianças também mostraram que aprenderam
porque a professora os ensinou, sendo a professora reconhecida como
importante para seus aprendizados, além de identificar o carinho da professora
em buscar diferentes estratégias para que todos compreendessem o que era
estudado, significando a afetividade.
No entanto, nem sempre a atividade de estudo chega a se formar, não
atingindo o processo de formação, como mostra a autora, essas não se
desenvolvem plenamente por serem voltadas para o processo de alienação,
comum na sociedade capitalista. Para que este ensino aconteça é preciso que
a escola seja referência na vida da criança, que a relação com o outro seja
geradora de sentido (relação motivo-ação), de forma que essas ações
desenvolvam motivos de aprendizagem, é preciso que o professor desenvolva
uma atividade humanizadora promovendo uma atividade mediada pelo sentido
pessoal para os alunos.
99
Um estudo sobre hábitos e estratégias de aprendizagem na
realização de lição de casa de alunos do ensino fundamental.
SACCO, Susy Generoso.
Resumo da dissertação 6:
100
atividadede lição de casa como uma ferramenta que pode contribuir para
melhora do desempenho escolar dos alunos.
Fichamento 19:
O objetivo deste estudo é “conhecer a opinião dos estudantes a respeito
da importância da atividade de lição de casa, investigar o relato de hábitos e
uso de estratégias de aprendizagem na realização da atividade em questão por
alunos do ensino fundamental, e verificar também se há relações entre o relato
de hábitos e o uso de estratégias com o desempenho escolar dos discentes, o
gênero e o ano escolar.” (SACCO, 2012, p. 9)
Participaram da pesquisa alunos dos 3º,5º,7º e 9º anos de escolas
públicas do município de Piracicaba – SP, esses alunos foram escolhidos pelo
fato de nos anos iniciais poder se analisar o inicio do desenvolvimento da
autorregulação e nos anos finais analisar as diferenças e avanços nesses
temas.
Os instrumentos de pesquisa foram uma questão aberta sobre a
importância da lição de casa; a aplicação daEscala de Avaliação de Hábitos e
Estratégias Relativos à Realização da Lição de Casa e a observação do
boletim dos alunos. A coleta de dados aconteceu nos laboratórios de
informática e bibliotecas com dez grupos de estudantes por vez com exceção
dos terceiro ano onde haviam quatro crianças por vez. Houve uma
apresentação e o preenchimento dos dados de identificação. Na sequência
eram lidas em voz alta as questões aberta (Você acha que a lição de casa é
importante?) e fechada, a qual fazia parte da Escala de Avaliação de Hábitos e
Estratégias Relativas à Realização da Lição de Casa em forma Likert com 30
itens.
Foi feita uma análise das respostas para a questão aberta que indicou
que mais da metade dos alunos consideram a lição de casa importante para
aprofundar o conteúdo. Em relação a variável sexo as meninas mostraramter
melhores estratégias que os meninos; em relação a variável escolar, os alunos
mais novos valorizam mais a lição de casa e possuem mais hábitos de
estratégias que os mais velhos. As médias do terceiro ano são boas, do quinto
ano decresce em relação ao anterior, o sétimo ano é mediano em desempenho
e o nono ano está no limite, portanto quanto menos o aluno maior as médias.
101
É possível afirmar que a maioria dos alunos sabem da importância da
lição de casa, pois é por meio dela que ele pode verificar se compreendeu a
matéria de forma que se desenvolva um perfil autorregulatório, desenvolvendo
habilidades cognitivas e motivacionais que o permitem melhorar cada vez mais
seu desempenho escolar. Para isso é importante lembrar que a lição de casa
deve fazer sentido para o aluno e estar vinculada com seu interesse.
A lição de casa produz a aprendizagem, a melhora no rendimento
escolar, estabelece hábitos eficazes para o estudo, desenvolve habilidades
pessoais como a autorregulação, “autodisciplina, autodireção, organização do
tempo e independência, entre outras” (SACCO, 2012, p. ). Em diferentes
países há discrepâncias no tempo em que os alunos ficam na escola e no
tempo que fazem a lição de casa. Os Chineses permanecem aproximadamente
8 horas na escola e realizam lições de casa diariamente, por esse motivo
durante a semana a maioria não sai de casa. Os professores dirigemsala de
aula de forma eficiente e os pais auxiliam seus filhos. Os americanos por
gastarem pouco tempo de estudo tanto na sala de aula quanto para a lição de
casa, possuem desempenho inferior aos Chineses e Japoneses. “Vê-se que o
Brasil ainda tem muito a caminhar para que a educação de qualidade ocorra e
de forma igual para todos” (SACCO, 2012, p. 10).
A cultura chinesa possui disponibilidade parental além de atitudes
positivas frente as lições, são, portanto, importantes os modelos sociais para o
desenvolvimento da autorregulação e da autoeficácia nos alunos. No ensino
fundamental os professores devem ser orientados da importância da lição de
casa para o sucesso escolar e precisam instruir os alunos para que estes
saibam como realizar a lição de casa “ como organizar o espaço de trabalho,
definir prioridades, controle do tempo e de distrações, monitoramento de
emoções indesejadas, reforçando crenças e expectativas de esforço
(Ramdass&Zimmerman 2011, apud SACCO, 2012, p. 18).
Porém, simplesmente “passar” a lição de casa de formamal-estruturada
e mal-elaborada não garante progresso e pode levar a efeitos negativos. Essa
é uma etapa que exige muita responsabilidade, pois ao mesmo tempo que
precisa ser desafiadora não deve sobrecarregar os educandos, nesse sentido
102
ensinado em sala de aula. A lição de casa é uma revisão do que já foi
visto na escola. Cabe ao docente, também, oferecer ferramentas para
que o aluno consiga realizar a lição de casa de forma eficaz, nesse
caso os instrumentos são as estratégias de aprendizagem. Outro
fator que o docente deve levar em conta é que a quantidade de lição
de casa não indica necessariamente a qualidade dessa atividade.
Vale mais solicitar alguns exercícios bem estruturados e que exijam
maior raciocínio do aluno, do que muitos deles, resultando em horas
de elevado esforço, que pode gerar até automatismo durante a sua
realização. (SACCO, 2012, p. 10)
103
104
Instrumentos Formativos e Regulação no Processo de
Ensino/Aprendizagem da Escrita.
LAMEIRA, Renata dos Santos.
Resumo dissertação 7:
105
Fichamento 20:
106
asintervenções e as reelaborações, e ainda assim os alunos estavam
motivados à refazerem seus textos.
107
Percepções e Procedimentos Estratégicos de Leitura Utilizados por
Alunos do Ensino Fundamental: um Estudo na Perspectiva da
Autorregulação da Aprendizagem em Escolas de Natividade-RJ.
PINHO, Maria Das Graças Estanislau De Mendonça Mello De.
Resumo dissertação 8:
Fichamento 21:
108
Participaram da pesquisa 240 alunos de doze escolas do município de
Natividade/RJ, do 5º ano do ensino fundamental, estes foram escolhidos por
esperar que entre os dez anos os alunos já apresentem características da
leitura proficiente e estratégias eficientes. Foi utilizado para a leitura silenciosa
o texto “A bola” de Luís Fernando Veríssimo. As crianças foram avisadas de
que a leitura seria parada em dois momentos para que se aplicasse o
questionário, o qual a primeira parte já havia sido respondida antes do início da
leitura. Esse questionário foi o instrumento utilizado para avaliar a utilização de
estratégias pelos alunos, ele foi dividido em três partes com um total de 50
questões, sendo 34 fechadas e 16 abertas, este foi baseado em escalas de
Rodríguez (2004) que elaborou a ESCOLA (Escala de Metacompreensão
Leitora) e Jolly (2006) que elaborou a EELI (Escala de Estratégias de Leitura).
Os resultados mostram que “o conhecimento metacognitivo e as
estratégias de leitura dos alunos do quinto ano de escolaridade do Ensino
Fundamental” (PINHO, 2012, p.94) são inadequados pelo fato de não serem
comum a todos, no entanto, em geral, os alunos mostraram ter prazer em ler e
ter crenças positivas a respeito da autoeficácia da leitura como necessária para
seu sucesso escolar e utilizam estratégias para compreender a ação, sendo
que, as estratégias mais utilizadas são aquelas mais frequentes na sala pela
utilização do professor, como “reler, prestar atenção e ler devagar” (PINHO,
2012, p.83), dessa forma o professor é tido como um modelo necessáriopara a
aprendizagem, seguido dos pais e livros. É importante dizer que a maior
dificuldade dos alunos foi o vocabulário e que a tarefa planejada possibilitou
maior reflexão pelos alunos.
109
ANEXO 8: Resumo teses e dissertações consultadas
110
proceder à sua revisão, organizar o ambiente, automonitorar o sucesso das
estratégias empreendidas, alterando-as quando necessário.
111
ANEXO 9 – Transcrições
Tabela 1. Escola 1:
Criança/
Número Série Turma Sexo Idade Hora_1 Hora_2 Hora_3 Média_Horas
chamada
3 4º Ano A Masculino 9 0 0 0 0,0
11 4º Ano A Masculino 11 0 0 0 0,0
14 4º Ano B Masculino 10 50 60 120 76,7
112
3. Antes de você fazer alguma coisa você tem que planejar, pensar para
depois fazer. Que a amizade é grande. Temos que planejar antes de
fazer. Eu gostei do livro, todo dia líamos um capítulo na sala.
4. Não me lembro bem.
5. Eu estudo na sala, à noite. Antes eu tenho que ficar olhando o gatinho
para ele não fugir, e meus irmãos. Eu vou sozinho, minha mãe não
precisa mandar. Estudo só a tarefa que a professora passa.
6. Sim.
7. Sim. Antes não me lembro, mas agora elas aumentaram, eu estou indo
melhor na escola.
Tabela 2. Escola 2:
Criança/
Número Série Turma Sexo Idade Hora_1 Hora_2 Hora_3 Média_Horas
chamada
18 4º Ano A Feminino 10 0 0 0 0,0
19 4º Ano A Feminino 10 360 180 360 300,0
22 4º Ano A Masculino 10 120 30 30 60,0
24 4º Ano A Masculino 9 30 30 30,0
15 4º Ano A Feminino 10 60 60,0
3 4º Ano B Feminino 10 20 60 40,0
113
9 4º Ano B Masculino 10 15 0,5 15 10,2
8 4º Ano B Masculino 10 90 90 90,0
1. Duas horas. Bem mais tarde do horário que chego. Eu almoço, brinco
um pouquinho e eu estudo às duas horas e termino às três horas da
tarde. Para estudar eu faço conta e depois vejo se o resultado está certo
na calculadora. Estudo algumas tarefas a mais do que a professora
passa, como língua portuguesa, eu leio histórias, a que eu mais gosto é
a da Chapeuzinho Vermelho.
2. Sim. Eu lembro que o amarelo tinha se escondido, e as cores o
acharam. Eu não leio o livro hoje, minha mãe jogou fora. Gostei das
perguntas, dos desenhos.
3. Aprendi a perguntar.
4. Também estudava uma hora por dia.
5. Minha mãe nem sabe que eu estou estudando, ela não me ajuda.
6. Não.
7. Não. Minhas notas são três.
1. Por dia estudo duas horas. Primeiro eu almoço, depois eu estudo, pego
muitos livros e ajudo minhas irmãs na tarefa, estou ensinando uma a ler.
Às vezes brinco com elas estudando. Eu planejo o meu tempo, deixo
meu celular tocar para eu saber a hora de me concentrar em meus
estudos. Sempre procuro um lugar que possa me ajudar a entender as
palavras que eu não conheço e estudo, procuro ir além das tarefas que
a professora passa, pego livros de história e conto para minhas irmãs.
2. Eu gostei quando começaram a achar o amarelo, ele estava dentro do
ovo. Ainda tenho o livro, já li para minhas irmãs.
3. Aprendi o PLEIA (planejar, executar e avaliar), que ele é muito bom.
4. Na quarta série era tudo muito bom, o PLEIA do amarelo me ajudou
muito. Antes eu não me concentrava, com o PLEIA eu fui mais para
frente, o barulho da sala me atrapalhava, eu não me concentrava, e o
livro fez todos mudarem, ajudou todo mundo.
5. Eu planejo o que eu vou falar para minhas irmãs, eu executo e avalio
tudo que dei. O que vou estudar eu também planejo, depois eu avalio
bem o que eu estudei para ver se está tudo certo.
6. Hoje, eu leio mais livros, estudo mais, escrevo muito mais.
114
7. Minhas notas melhoraram, antes eu tirava seis, seis e meio, eu comecei
a tirar oito, nove, estou pretendendo tirar dez, e para isso vou estudar
mais e planejarei com o PLEIA.
1. Ah, uma hora, uma e meia. É bem legal, eu estudo todo o dia, de terça
eu faço treino de futsal e eu tenho missa porque eu faço catequese,
nesse dia é depois do treino que eu estudo.
2. Eu lembro e leio ainda. Eu leio para meu sobrinho, daí eu termino e
começo tudo de novo. Eu gosto quando encontram o amarelo no
galinheiro, a parte que todos se ajudam para atravessar o rio. Lembro do
planejar, avaliar e executar.
3. Eu aprendi a ficar mais organizado porque eu sempre perco minhas
coisas, obedecer, e sempre tentar e nunca desistir.
4. Antes eu sempre pedia ajuda para minha irmã, daí ela falava as
respostas sem querer e eu copiava. Eu fazia a lição na hora que dava.
5. Eu uso o PLEIA. Eu falo que vou fazer, daí eu executo e depois eu
termino, e isso dá muito certo. Eu peço para minha mãe não deixar eu
sair de casa daí eu fico estudando o dia inteiro, porque do contrário eu
saio pela janela, ela tranca a porta do quarto, porque eu tenho meus
cachorrinhos, que eu gosto de cachorros, daí eu quero ficar brincando
com eles. Eu tenho uma irmã, que quando eu preciso e peço ajuda ela
me ajuda.
6. Agora quando eu tenho tarefa faço na hora e estudo além do que a
professora passa, um pouco de matemática, e as vezes eu leio bastante
histórias para acalmar ou jogar vídeo game. Eu gosto de brincar de
procurar coisas perdidas, por causa do livro, eu sempre faço pro meu
sobrinho se esconder, e eu procuro ele, eu planejo ir por um lado porque
eu sei que ele vai pelo outro e tento subir por cima da casa porque pego
ele no alto.
7. Antes eu tirava mais ou menos cinco e meio, eu comecei a tirar dez na
matemática e dez em língua portuguesa, mas em geografia e ciências
eu não sou muito bom não, eu preciso planejar mais, estudar e executar.
1. Uma hora. Das três às quatro. Eu pego minhas provas e eu copio todas
as perguntas, daí eu tenho fazer, daí eu vejo se está certo. A tarefa eu
faço quando chego da escola.
2. Sim. Lembro que o avaliar, executar, do PLEIA. Eu tenho o livro e as
vezes o leio. Gosto mais quando encontram o amarelo no galinheiro.
115
3. Me ajudou a fazer as tarefas e várias coisas, para eu planejar as coisas
antes, porque antes eu não fazia essas coisas, executar e depois eu
avalio, se está certo ou não.
4. Mesma coisa que faço agora, mas eu fazia tudo assim e não executava
e nem avaliava.
5. Agoraeu planejo o horário, faço e avalio as coisas.
6. Eu uso o pleia, primeiro eu planejo, eu vou lendo, lendo, lendo, daí eu
vou tirando as conclusões. Eu tenho medo de errar, e isso me atrapalha,
daí eu peço ajuda para minha mãe. A televisão me atrapalha, daí eu
desligo, eu estudo no meu quarto com a porta fechada. Eu gosto de ler
histórias sobre o sistema solar, e gosto de matemática.
7. Sim, antes eu tirava sete e oito, agora nove e nove e meio.
116
2. Sim. Eu lembro que tinham as cores, que o amarelo some e que depois
as cores vão andando no meio da floresta e vão encontrando várias
pistas e encontram o amarelo dentro do ovo. Lembro do planejar,
executar e avaliar.
3. Que a gente sempre tem que planejar executar e avaliar para tudo que a
gente faz.
4. Eu fazia a tarefa sempre. Lembro que tinha um quadrinho que a
professora pintava para quem fazia toda a tarefa era verde, para quem
fazia um pouquinho só era amarelo e para quem não fazia nada era
vermelho. Eu sempre ganhei verde e nunca ganhei vermelho nem
amarelo.
5. Eu uso o PLEIA nos meus estudos quando, por exemplo, se hoje a
tarefa é de língua portuguesa então leio um texto, se hoje a tarefa é de
matemática eu revejo umas contas, as que eu não sei muito bem
principalmente. Minha mãe me ajuda as vezes.
Quando eu vou brincar também uso o PLEIA, se eu vou brincar de
barbie eu separo as que eu vou usar para brincar.
6. Melhorou porque antes eu estudava qualquer coisa. Agora não, se eu for
estudar tarefa de matemática eu estudo a continha, se é língua
portuguesa eu estudo o texto.
7. Antes eu não lembro muito bem, mas elas melhoraram. Esse ano a nota
máxima foi oito, que eu me lembre eu tirei oito de matemática, geografia,
história e seis em língua portuguesa.
1. Acho que umas duas horas. Eu saio da escola, almoço e além da tarefa
começo a fazer continha, faço um textinho.
2. Eu lembro do PLEIA (planejar, executar e avaliar) eu uso nos meus
estudos, planejo a hora que vou fazer e depois avalio se está tudo certo
com minha mãe. Quando não tá certo minha mãe manda eu corrigir e
fazer de novo. Ainda tenho o livro, as vezes leio para o meu priminho
que vai em casa, gosto de quando todos ficam reunidos, que é no final.
3. Muitas coisas. Aprendi a compartilhar as coisas, as brincadeiras.
4. Eu estudava bem, mas eu consegui fazer mais coisas com o projeto.
5. Cada dia eu faço alguma coisinha. Só depois eu vou brincar, o estudo é
mais importante. Eu planejo o meu horário, saio de perto da televisão e
fico no quarto. É legal porque eu tiro nota boa na prova e consigo
estudar bem.
6. Comecei a prestar mais atenção e compartilhar mais as coisas com
meus amigos. Eu peço ajuda quando preciso e eu ajudo eles. Me ajudou
muito a planejar, eu planejo de fazer tarefas com meus amigos, cada dia
é uma casa que nós vamos, mais ou menos uma vez na semana.
117
7. Sim, antes eu tirava oito e sete, agora eu só tiro nove e dez. Com o
projeto comecei a ler bastante, daí eu fui cada vez evoluindo mais e daí
eu fui conseguindo fazer. Eu melhorei bastante, o projeto foi muito legal.
Tabela 3. Escola 3:
Criança/
Número Série Turma Sexo Idade Hora_1 Hora_2 Hora_3 Média_Horas
chamada
24 4º Ano A Feminino 10 30 30 0 20,0
24 4º Ano C Masculino 9 90 60 60 70,0
16 4º Ano A Masculino 10 60 120 0 60,0
118
20 4º Ano A Feminino 10 30 0,2 15,1
6 4º Ano A Feminino 10 30 60 45,0
2 4º Ano A Masculino 10 30 40 35,0
1. É que eu vou no treino de futebol às três horas, acho que uma horinha
antes do almoço.
2. Eu lembro que o amarelo sumiu, as cores vão atrás dele e no final ele
voltou com os amigos. Lembro que nós fizemos o projeto. Eu tenho o
livro, não me lembro se estou lendo o capítulo sete ou seis.
3. Foi legal. Aprendi sobre as cores, a respeitar e o PLEA que me fez
planejar minhas horas de estudo.
119
4. Estudava um pouco ruim porque alguém me irritava, mas também era
legal porque tinham meus amigos que me ajudavam.
5. Eu estudo mais ou menos bem, porque as vezes alguém me irrita, dai eu
falo para a professora. Em casa ninguém me irrita, só a tv que eu
desligo. Eu estudo mais algumas coisas fora as tarefas que a professora
me dá, como geografia, matemática, tabuada. Eu planejo as horas dos
meus estudos, deixo quinze minutos para cada matéria.
6. Sim. Mudei meu comportamento, eu xingava, e agora não xingo mais.
Quando meu pai brigava comigo eu dava as costas e agora não.
7. Sim. Antes eu tirava seis e cinco, agora eu tirei oito em matemática.
1. Uma hora. Eu leio tudo, depois eu tento responder. Além da tarefa que a
professora passaas vezes eu leio um pouco o livro da escola. Eu estudo
de noite, as oito horas.
2. Um pouco. Lembro que ele se perdeu e que todos planejam para tentar
achar ele ai o encontram.
3. Que é bom pensar um pouco, planejar, antes de fazer as coisas.
4. Eu estudava do mesmo jeito que estudo hoje
5. Eu planejo meus estudos, eu penso as páginas que eu vou estudar, o
que eu preciso melhorar, se eu estou respondendo bem as questões.
Quando eu preciso de ajuda eu peço para os meus pais ou para meu
irmão. Eu desligo tudo e só ligo quando eu termino, eu estudo no meu
quarto.
6. Acho que algumas coisas, antes eu ficava vendo televisão enquanto eu
fazia, ai era ruim porque eu só ficava vendo televisão e não fazia, e
ficava ouvindo música no computar. Agora não, eu desligo tudo e faço,
ai quando eu termino eu ligo.
7. Antes eu tirava uns nove oito, ai agora continua a mesma coisa, mas
tirei um dez.
1. Estudo acho que três minutos. Eu estudo quase as matérias todas que a
professora dá, eu reviso. Depois que eu chego da escola eu ajudo minha
mãe a cuidar do meu irmão e a fazer alguns afazeres, depois eu vou
estudar.
2. Sim, ainda tenho lá em casa, eu leio as vezes para meu irmãozinho, ele
gosta e fica dando risada, a gente brinca do amarelo, eu pego o
bonezinho que eu peço emprestado com a prof, ai eu fico brincando com
120
ele. Ele pega o bonezinho ecoloca na cabeça. Eu gosto da parte que
eles encontram o amarelo.
3. Foi muito bom as travessuras do amarelo a gente aprende bastante.
Aprendi que a gente não pode fazer as travessuras, que a gente não
pode se separar do nosso amigo, a gente tem que sempre ficar perto,
não podemos fazer as coisas erradas, não falar mentiras, não inventar.
Tem o planejar, executar e o avaliar.
4. Estudava pouco, eu não gostava de estudar, achava chato.
5. Agora eu estudo, mas não é assim de ficar o tempo todo, porque senão
minha mãe quer, nossa, ela fica brava quando eu estudo muito e eu não
quero saber de fazer nada, só estudar. Ela disse assim outro dia:
“Nayara, você pode estudar, mas ajuda eu um pouco”.
Quando alguma coisa me atrapalha eu fico nervosa, ai eu saio e depois
eu volto de novo. Eu dou um tempo. Eu não estudo de frente com a
televisão, estudo na mesa, coloco meu caderno de classe, se as vezes
tem tarefa de casa ou livro de histórias para estudar eu fecho a porta do
meu quanto e fico lá estudando. Eu estudo além da tarefa e também
estudo para a prova, estudo muito. As vezes eu uso o PLEIA, eu
esqueço um pouco de executar, mas eu planejo. Eu sempre coloco no
horário certo, se eu vou estudar eu coloco sempre na minha folhinha que
tem no meu quarto, e o horário que eu escrevi eu vou cumprir.
6. Com o projeto entendique a gente tem que saber estudar, porque se a
gente não estudar a gente não vai ser ninguém na vida, não vai ter
nenhum trabalho. Eu coloco a minha mãe em exemplo, ela só estudou
até a quarta série e ela esta trabalhando em serviço que é muito ruim
para ela. E o meu pai, ele fez todos os colegiais, fez todas as
faculdades, e hoje ele está em um emprego que ele está a mais de oito
anos.
7. Eu tirava cinco, agora eu melhorei, tiro oito, nove. A gente aprende
bastante, a gente não pode deixar de aprender com as travessuras do
amarelo, eu quero guardar o livro para eu passar para os meus
sobrinhos e meus filhos quando eu crescer. Eu gosto muito das
travessuras do amarelo.
1. Uma hora. Estudo para a prova, a tarefa. O que tem que estudar eu
pego o livro e fico fazendo, peço para meu irmão perguntar para mim.
Eu faço sempre de noite.
2. Sim, lembro que o amarelo se perdia no galinheiro e seus amigos o
buscavam, as cores pediam ajuda para encontra-lo. Gostei do final
quando se encontrara. Gostei das cores também.
3. Aprendi antes de fazer uma coisa planejar, daí você faz e depois vê se
dá certo.
121
4. A mesma coisa.
5. Pego o livro, o caderno, as vezes só o caderno, daí no ponto que eu vejo
que deu certo eu peço para meu irmão perguntar, ou minha mãe. Se
alguma coisa me atrapalha eu vou no meu quarto, fecho a porta, ou eu
vou lá em cima no quanto do meu irmão que é quieto, o barulho
atrapalha quando você vai querer lembrar alguma coisa.
6. Sim. Agora eu planejoquando as vezes eu vou fazer uma coisa, vejo que
dia, que horas, daí se não der certo faço de novo.
7. Sim. Antes eu tirava nota boa, mas agora está um pouco melhor, uns
nove, as vezes oito.
Tabela 4. Escola 4:
Criança/
Número Série Turma Sexo Idade Hora_1 Hora_2 Hora_3 Média_Horas
chamada
9 4º Ano C Masculino 10 120 37 30 62,3
122
1. Uma hora, depois que eu faço a tarefa eu leio um livro, alguma coisa.
Não faço todos os dias, as vezes no momento eu escolho se vou ou
não.
2. Sim. Me lembro que o amarelo se perdeu e foi encontrado dentro de um
ovo.
3. Aprendi que temos que ajudar as pessoas e o PLEIA, do PLEIAR
(planejar, executar, avaliar) e nós colocamos o R, de reavaliar.
4. Chegava em casa, desligava a tv e começava a estudar na cozinha. O
barulho da tv me atrapalhava.
5. Antes eu não planejava, estudava em qualquer horário.
6. Mudou, eu uso o PLEIA. Eu plano meus estudos e depois eu faço. Eu
ajudo meus amigos quando eles faltam, vou a casa deles e os ajudo a
estudar, levo livros.
7. Sim. Antes eu tirava sete e oito, e agora tiro oito e nove. Elas mudaram
porque eu planejo.
Tabela 5. Escola 5:
Criança/
Número Série Turma Sexo Idade Hora_1 Hora_2 Hora_3 Média_Horas
chamada
13 4º Ano A Masculino 10 30 10 20 20,0
5 4º Ano B Masculino 11 0 0 0 0,0
2 4º Ano B Feminino 9 15 30 0,5 15,2
123
1. No máximo cinco minutos. Eu vou na CEPI e depois que eu volto eu vou
brincar.
2. Eu lembro que eram as cores do arco íris e que era muito divertido. O
amarelo se perdeu e todos os amigos se juntaram e foram atrás dele
usando o PLEIA.
3. As aventuras. As vezes eu e minha irmã que também estuda aqui e
estudou o amarelo, nós brincamos, escolhemos uma cor e procuramos o
amarelo entre as bonecas dela.
4. Eu aprendi mais na quarta série do que no quinto ano, foi na quarta série
que estudamos o projeto, só que agora no quinto ano nós não
aprendemos mais nada do amarelo.
5. Tem hora que sou bonzinho, tem hora que sou chato. Eu só planejo
meus estudos quando eu tenho vontade. Quando a professora passa
tarefa e eu tenho vontade sou o primeiro a pagar o caderno, mas chega
uma hora que eu paro de fazer e não faço mais nada.
6. Não sei, no quarto ano eu fazia as atividades, mas agora não temos
mais atividades e eu perdi meu livro.
7. No quarto ano melhorou, tirava sete, oito, mas agora eu tira seis, cinco.
Tabela 6. Escola 6:
124
Criança/
Número Série Turma Sexo Idade Hora_1 Hora_2 Hora_3 Média_Horas
chamada
20 4º Ano B Masculino 9 80 60 60 66,7
15 4º Ano B Masculino 9 30 90 0,1 40,0
28 4º Ano B Feminino 9 60 120 90,0
1. Meia hora.
2. Lembro que tinham sete cores do arco íris, elas foram andar na floresta
e o amarelo se perdeu. Começou uma aventura para achar o amarelo, e
ele enviava mensagem em forma de passarinho para as cores o
achavam. O amarelo estava atrás de uma floresta. Lembro do PLEIA.
3. Sempre temos que andar juntos para não nos perdermos. Ajudou nos
estudos com a leitura.
4. Não lembro.
5. Minha mãe manda eu ficar dentro do quarto e ler, estudo só quando tem
prova.
6. Eu presto mais atenção, fico mais focado, leio mais. Antes eu estudava
com a televisão ligada, ficava no computador, agora eu desligo a tv e o
125
computador, porque eu tirava nota baixa antes. Aprendi isso com o
projeto.
7. Sim. Antes eu tirava seis, seis e meio, e agora eu tiro sete, sete e meio.
126
ANEXO 10
127
ANEXO 11
128
ANEXO 12
129
ANEXO 13
130
ANEXO 14
131
ANEXO 1
132
ANEXO 1
133
PARECER DO ORIENTADOR:
________________________________
Orientador (a)
134