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ÉVELI GOMES, ALLÍCIA RODRIGUES, RODRIGO BOM & JOÃO TON

PENSADORES DA QUALIDADE

EUNÁPOLIS, BA
2023
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ÉVELI GOMES , ALLÍCIA RODRIGUES, RODRIGO BOM & JOÃO TON

PENSADORES DA QUALIDADE

Pesquisa apresentada pela professora


GILDENY DE ALMEIDA, na disciplina
de ORGANIZAÇÃO & NORMAS E
GESTÃO DA QUALIDADE, solicitado a
turma ED41 do Ensino Médio, Instituto
Federal da Bahia campus Eunápolis –
IFBA, como requisito parcial para a
avaliação trimestral.

EUNÁPOLIS, BA
2023

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1. INTRODUÇÃO

No cenário empresarial contemporâneo, a busca incessante pela excelência e


melhoria contínua tem sido a pedra angular para a competitividade e o sucesso
organizacional. Nesse contexto, os pensadores da qualidade desempenham um
papel fundamental ao oferecerem ideias revolucionárias e estratégias inovadoras
que transformaram a forma como as organizações abordam a qualidade, eficiência e
produtividade. Esses líderes visionários não apenas moldaram a teoria da gestão da
qualidade, mas também impactaram diretamente a prática e a cultura
organizacional. Este trabalho acadêmico aborda os principais pensadores da
qualidade e suas contribuições marcantes, explorando como suas ideias moldaram e
continuam a influenciar o cenário empresarial contemporâneo.

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2. GRANDES PENSADORES DA GESTÃO DE QUALIDADE

2.1. WILLIAM EDWARDS DEMING


Essa é uma das fases mais delicadas de todo o processo. Tanto os projetos
de arquitetura e engenharia quanto as demais partes do planejamento que envolvem
sua construção podem ser encaixados no que é chamado de pré-obra.

2.1.1. Pioneiro da Gestão da Qualidade e Transformação Empresarial

Nascido em Sioux City (EUA) em 14 de outubro de 1900, William Edwards


Deming se tornou um nome de destaque na arena da gestão da qualidade e
otimização organizacional. Sua jornada acadêmica incluiu a graduação em
engenharia pela Universidade do Wyoming aos 21 anos, em 1921. Prosseguindo
com seus estudos, Deming obteve seu mestrado em matemática e física na Escola
de Minas do Colorado, sendo laureado com seu doutorado pela Universidade Yale
em 1928.

2.1.2 Contribuições Marcantes e Dedicadas à Qualidade

Durante sua jornada profissional, Deming embarcou em uma notável busca


pela excelência na qualidade, enfatizando particularmente a otimização de
processos durante o período da Segunda Guerra Mundial. A década de 1950
marcou um ponto crucial em sua carreira, quando recebeu o convite da Japan Union
of Scientists and Engineers (JUSE) para compartilhar sua sabedoria com
empresários japoneses. Essa oportunidade o levou ao Japão, onde suas ideias e
abordagens tiveram um impacto revolucionário.

2.1.3 Transformando a Indústria Japonesa e Além

No Japão da década de 1950, Deming emergiu como um agente


transformador. Suas palestras e conferências aos líderes empresariais japoneses
estimularam a aplicação de práticas de controle de qualidade e princípios de
administração. Essa influência resultou em uma verdadeira revolução industrial nas
indústrias japonesas, notadamente nas áreas automobilística e tecnológica. Esse
renascimento industrial permitiu que o Japão ascendesse ao cenário global,
inspirando até mesmo empresas ocidentais a reavaliar e ajustar suas práticas
administrativas.

2.1.4 Princípios Fundamentais para a Qualidade e Excelência

Deming defendia uma série de princípios essenciais para alcançar a excelência


organizacional:

1. Constância de Propósito: Enfatizava a importância do foco e


comprometimento, evitando superficialidade por meio do planejamento sólido.

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2. Nova Filosofia Econômica: Abraçava a mudança na qual a entrega de
valor, relacionamentos genuínos e sustentabilidade substituíam a busca
desenfreada por lucros.

3. Qualidade sem Inspeção: Preconizava a incorporação da qualidade desde


o início do processo, reduzindo a dependência de inspeções tardias.

4. Relações com Fornecedores: Defendia relações baseadas em confiança e


lealdade, mesmo em empresas de grande porte.

5. Melhoria Contínua: Via a melhoria contínua como vital, tanto no âmbito


acadêmico quanto no profissional.

6. Treinamento no Local de Trabalho: Valorizava a reestruturação dos


treinamentos para um impacto significativo.

7. Liderança Eficaz: Enxergava a liderança como motivadora da criatividade,


decisões acertadas e qualidade.

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8. Eliminação do Medo: Abordava os efeitos negativos do medo nas
avaliações de desempenho e na autoridade.

9. Trabalho em Equipe: Enfatizava a colaboração para impulsionar a inovação


e a gestão do conhecimento.

10. Eliminação de Slogans e Metas Vazias: Valorizava o comprometimento


real em detrimento de slogans vazios.

11. Eliminação de Quotas e Metas Numéricas: Reconhecia desafios na


eliminação de quotas, mas observava exemplos de sucesso.

12. Orgulho no Trabalho: Promovia a satisfação e orgulho nas atividades


laborais.

13. Educação e Auto-aperfeiçoamento: Incentivava a busca contínua por


aprimoramento pessoal.

14. Engajamento de Todos na Transformação: Destacava a


responsabilidade coletiva na transformação organizacional.

2.1.5 Legado Duradouro e Impactante

Em reconhecimento a sua influência profunda, o "Prêmio Deming" foi


estabelecido em 1951 no Japão, honrando aqueles que contribuíram para o controle
de qualidade e a aplicação de métodos estatísticos. William Edward Deming faleceu
em 20 de dezembro de 1993, porém seu legado se mantém vivo e continua a moldar
práticas empresariais e industriais em todo o mundo. Sua perspectiva visionária
sobre qualidade, excelência e transformação ecoa até os dias atuais, incentivando
organizações a se adaptarem e prosperarem em um ambiente global em constante
evolução.

2. 2 Joseph Juran: Visão Geral

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Joseph Juran (1904-2008) foi um renomado especialista em gestão da
qualidade e um dos pioneiros no desenvolvimento de conceitos e abordagens
fundamentais para melhorar a qualidade em organizações. Sua abordagem é
frequentemente associada à trilogia de Planejar, Controlar e Melhorar, que se tornou
uma estrutura central para a gestão da qualidade. A contribuição de Juran é notável
por seu foco tanto nas dimensões técnicas quanto nas dimensionais da qualidade,
enfatizando a importância da gestão e do envolvimento de todas as partes
interessadas para alcançar resultados de qualidade excepcionais.

2.2.1 Trilogia de Juran: Planejar, Controlar e Melhorar

A trilogia de Juran é composta por três etapas interconectadas:

1. Planejar: Esta fase envolve o estabelecimento de metas claras e


mensuráveis de qualidade. Juran acreditava que os gerentes deveriam se
concentrar em identificar as necessidades dos clientes e traduzi-las em requisitos
específicos de qualidade. Isso também envolve a seleção das ferramentas e
métodos apropriados para atingir essas metas.

2. Controlar: Aqui, Juran enfatiza a importância do monitoramento contínuo


dos processos para garantir que eles estejam em conformidade com os padrões
estabelecidos. Ele defendia o uso de ferramentas estatísticas para coletar e analisar
dados, permitindo a identificação precoce de desvios e ações corretivas rápidas.

3. Melhorar: Na fase de melhoria, Juran introduz o conceito de "quebra de


conformidade", que se refere à identificação e correção das causas fundamentais
dos problemas. Ele propôs o Ciclo de Melhoria de Juran, composto por três passos:
identificação do problema, análise das causas raiz e implementação de soluções.

2.2.2 Diferenças em Relação a Outros Pensadores da Qualidade

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Comparado a outros pensadores da qualidade, como W. Edwards Deming,
Juran focava mais na abordagem voltada para as dimensões gerenciais e
organizacionais da qualidade. Deming enfatizava a melhoria contínua e a
transformação cultural, enquanto Juran complementava essa abordagem com
técnicas mais diretas de planejamento, controle e melhoria, aplicáveis em diversos
contextos.

2.2.3 Planejamento da Qualidade

Juran via o planejamento da qualidade como um esforço proativo para definir


metas específicas, mensuráveis e alcançáveis. Ele acreditava que a qualidade
deveria ser definida em termos de atender às necessidades dos clientes.
Estabelecer metas claras e compreender os requisitos do cliente é essencial para
orientar todos os esforços da organização em direção à qualidade desejada.

2.2.4 Controle da Qualidade

No controle da qualidade, Juran defendia a utilização de dados e ferramentas


estatísticas para monitorar processos e identificar variações. Ele acreditava que a
prevenção era mais eficaz do que a detecção, ou seja, era melhor evitar problemas
do que corrigi-los posteriormente. O controle da qualidade de Juran concentra-se em
identificar desvios dos padrões e aplicar ações corretivas antes que os problemas se
tornem críticos.

2.2.5 Melhoria da Qualidade

Juran propôs o Ciclo de Melhoria de Juran como um método para abordar


problemas e promover melhorias contínuas. Esse ciclo envolve identificar os
problemas, determinar suas causas raiz por meio de análises detalhadas e, em
seguida, implementar soluções eficazes. Essa abordagem se alinha à melhoria
contínua, já que os processos são aprimorados ao longo do tempo, à medida que
novos problemas são identificados e resolvidos.

2.2.6 Considerações

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Joseph Juran desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento das
práticas modernas de gestão da qualidade, apresentando uma abordagem holística
que integra o planejamento, controle e melhoria para atingir padrões de qualidade
excepcionais. Sua ênfase nas dimensões gerenciais e organizacionais, juntamente
com suas técnicas pragmáticas, diferenciaram sua abordagem da de outros
pensadores da qualidade. Suas contribuições continuam a ser relevantes para
organizações que buscam alcançar e manter altos níveis de qualidade em seus
produtos e serviços.

2.3 Philip Crosby


2.3.1 Filosofia do "Zero Defeitos"

O conceito de "Zero Defeitos" (ZD) foi desenvolvido pelo empresário e escritor


americano Philip Crosby no início dos anos 1960. Crosby acreditava que é possível
alcançar um estado em que não há nenhum defeito nos produtos ou serviços
oferecidos por uma organização. Para isso, ele defendia a adoção de uma filosofia
de gestão da qualidade que se concentrasse na prevenção de erros, em vez de na
correção dos mesmos.

Crosby definia ZD como "a conformidade com os requisitos". Ou seja, um


produto ou serviço é de qualidade quando atende às expectativas do cliente. Para
Crosby, a qualidade não é um custo, mas um investimento que gera benefícios a
longo prazo, como:
Redução de custos: Os defeitos geram custos para as organizações, como custos
de retrabalho, de garantia e de perda de clientes. Ao prevenir defeitos, as
organizações podem economizar dinheiro.
Melhoria da produtividade: Os defeitos podem causar atrasos e interrupções na
produção, o que reduz a produtividade. Ao prevenir defeitos, as organizações podem
melhorar a produtividade e aumentar a eficiência.
Satisfação do cliente: Os clientes esperam que os produtos e serviços que
adquirem sejam de qualidade. Ao alcançar ZD, as organizações podem aumentar a
satisfação do cliente e fidelizar clientes.

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2.3.2 Como esse conceito influenciou as práticas de qualidade.

O conceito de ZD teve um grande impacto nas práticas de qualidade. Ele


ajudou a impulsionar a adoção de uma abordagem preventiva para a gestão da
qualidade, em vez de uma abordagem corretiva. Isso levou a um aumento na
conscientização sobre a importância da qualidade e a uma melhoria significativa da
qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelas organizações.

O conceito de ZD também influenciou o desenvolvimento de diversas


ferramentas e técnicas de gestão da qualidade, como:
Diagrama de causa e efeito: Esta ferramenta ajuda a identificar as causas de
problemas e defeitos.
Gestão do processo de qualidade: Esta abordagem se concentra na melhoria
contínua dos processos de uma organização.
Gestão da qualidade total: Esta abordagem visa a melhorar a qualidade em toda a
organização, envolvendo todos os funcionários.
Os conceitos de Crosby continuam sendo relevantes hoje em dia. Eles são
importantes para qualquer organização que deseja melhorar a qualidade de seus
produtos e serviços.

2.3.3 Atitude e Cultura da Qualidade

A mentalidade de prevenção é uma atitude que se concentra na prevenção de


erros, em vez de na correção dos mesmos. É uma característica essencial para
qualquer organização que deseja melhorar a qualidade de seus produtos e serviços.

Existem várias razões pelas quais a mentalidade de prevenção é importante.


Em primeiro lugar, os defeitos geram custos para as organizações, como custos de
retrabalho, de garantia e de perda de clientes. Ao prevenir defeitos, as organizações
podem economizar dinheiro.

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Em segundo lugar, os defeitos podem causar atrasos e interrupções na
produção, o que reduz a produtividade. Ao prevenir defeitos, as organizações podem
melhorar a produtividade e aumentar a eficiência.

Em terceiro lugar, os defeitos podem causar insatisfação do cliente. Os


clientes esperam que os produtos e serviços que adquirem sejam de qualidade. Ao
prevenir defeitos, as organizações podem aumentar a satisfação do cliente e
fidelizar clientes.

2.3.4 Como criar uma cultura de qualidade baseada na responsabilidade


pessoal.

Para criar uma cultura de qualidade baseada na responsabilidade pessoal, é


importante que a liderança da organização esteja comprometida com a qualidade.
Os líderes precisam comunicar claramente a importância da qualidade para a
organização e fornecer aos funcionários os recursos e o treinamento necessários
para melhorar a qualidade.

Além disso, é importante que a organização crie um ambiente de trabalho que


incentive a participação e o envolvimento dos funcionários. Os funcionários devem
sentir que são responsáveis pela qualidade dos produtos e serviços que produzem.

Aqui estão algumas dicas para criar uma cultura de qualidade baseada na
responsabilidade pessoal:
o Comunicação clara e consistente sobre a importância da qualidade.
o Fornecimento de recursos e treinamento para os funcionários.
o Criação de um ambiente de trabalho que incentive a participação e o
envolvimento dos funcionários.
o Recompensa e reconhecimento dos funcionários por seu compromisso com a
qualidade.

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Ao criar uma cultura de qualidade baseada na responsabilidade pessoal, as
organizações podem melhorar a qualidade de seus produtos e serviços, aumentar a
satisfação do cliente e reduzir custos.
2.3.5 Custo da Qualidade

Os custos associados à má qualidade podem ser divididos em duas


categorias principais: custos internos e custos externos.

o Custos internos: São os custos que ocorrem dentro da organização, antes


que o produto ou serviço chegue ao cliente. Eles incluem:
o Retrabalho: O custo de corrigir um defeito antes que ele seja entregue ao
cliente.
o Garantia: O custo de substituir ou reparar um produto ou serviço defeituoso
depois que ele foi entregue ao cliente.
o Perdas de produtividade: O custo de atrasos e interrupções na produção
causadas por defeitos.
o Perdas de recursos: O custo de materiais e mão de obra desperdiçados por
causa de defeitos.
o Custos externos: São os custos que ocorrem depois que o produto ou serviço
chega ao cliente. Eles incluem:
o Reembolsos: O custo de devolver dinheiro aos clientes que receberam um
produto ou serviço defeituoso.
o Perda de vendas: O custo de perder vendas futuras por causa de insatisfação
do cliente.
o Perda de reputação: O custo de perder a confiança dos clientes e parceiros
comerciais.
.
2.3.6 Como a abordagem de Crosby ajuda a reduzir esses custos

A abordagem de Crosby para a gestão da qualidade se concentra na


prevenção de defeitos. Isso ajuda a reduzir os custos associados à má qualidade de
várias maneiras:
o Reduz a necessidade de retrabalho, garantia e outras atividades corretivas.
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o Melhora a produtividade e reduz os custos de recursos.
o Melhora a satisfação do cliente e reduz a perda de vendas e clientes.

A abordagem de Crosby também ajuda a criar uma cultura de qualidade baseada


na responsabilidade pessoal. Isso motiva os funcionários a se envolverem na
prevenção de defeitos e a assumir a responsabilidade pela qualidade dos produtos e
serviços que produzem.
Aqui estão algumas dicas para reduzir os custos associados à má qualidade:
o Foco na prevenção de defeitos.
o Criação de uma cultura de qualidade baseada na responsabilidade pessoal.
o Investimento em ferramentas e técnicas de gestão da qualidade.
o Medição e monitoramento dos custos da qualidade.
Ao tomar medidas para reduzir os custos associados à má qualidade, as
organizações podem melhorar a eficiência, a produtividade e a lucratividade.

2.3.7 Estratégias de Implementação

A abordagem de Crosby para a implementação dos princípios de qualidade é


um processo de quatro etapas:

1. Compromisso da liderança: A liderança da organização deve estar comprometida


com a qualidade e deve comunicar essa importância aos funcionários.
2. Educação e treinamento: Os funcionários devem ser educados e treinados sobre
os princípios de qualidade e sobre como eles podem ser implementados.
3. Ação corretiva: A organização deve identificar e corrigir as causas dos defeitos.
4.Prevenção: A organização deve implementar medidas para prevenir defeitos
futuros.

Exemplos de empresas que obtiveram sucesso seguindo essa filosofia.

Alguns exemplos de empresas que obtiveram sucesso seguindo os princípios


de Crosby incluem:

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Ford: A Ford foi uma das primeiras empresas a adotar os princípios de Crosby. A
empresa conseguiu reduzir significativamente os defeitos em seus produtos e
serviços, o que lhe rendeu uma grande vantagem competitiva.
Motorola: A Motorola também é uma empresa que adotou os princípios de Crosby.
A empresa conseguiu reduzir significativamente os defeitos em seus produtos e
serviços, o que lhe rendeu o prêmio Malcolm Baldrige de Excelência em Qualidade.
Xerox: A Xerox também é uma empresa que adotou os princípios de Crosby. A
empresa conseguiu reduzir significativamente os defeitos em seus produtos e
serviços, o que lhe rendeu um aumento significativo na satisfação do cliente.

2.4 Kaoru Ishikawa

Kaoru Ishikawa, nascido em 1915 em Tóquio, Japão, foi um proeminente líder


na área da Qualidade. Ele se graduou em Engenharia Química em 1939 na
Universidade de Tóquio, onde posteriormente se tornou professor. Em 1941,
ingressou na Companhia de Combustível Líquido Nissan, marcando o início de sua
carreira na Gestão da Qualidade. Mais tarde, em 1978, tornou-se presidente do
Instituto de Tecnologia de Musashi e foi membro da União Japonesa de Cientistas e
Engenheiros (JUSE). Seu impacto na Qualidade foi tão significativo que em 1993 a
American Society for Quality (ASQ) instituiu a Medalha de Ishikawa em sua honra.

Ishikawa é autor de obras influentes como "Controle da Qualidade Total,"


"Introdução à Qualidade Total" e "Guia para a Qualidade Total". Ele desempenhou
um papel fundamental na construção da Filosofia da Qualidade e na organização
das ferramentas relacionadas. Sua crença de que a qualidade começa e termina
com a educação foi central para sua abordagem. Ele defendia que o controle de
qualidade necessita da participação de todos os níveis da empresa, desde o
presidente até os trabalhadores da linha de produção.

2.4.1 Contribuições para a Qualidade

Ishikawa desbravou a resolução de problemas de produtividade em


instituições e organizações. Sua visão revolucionou conceitos existentes e forneceu
contribuições fundamentais para a área da Qualidade. Suas contribuições se
concentravam na aplicação prática e na promoção de ações como foco principal. No
entanto, seu legado vai, além disso, envolvendo a disseminação da Filosofia da
Qualidade, também conhecida como "Cultura da Qualidade".

Ele liderou a "Revolução do Pensamento", um conjunto de ideias que


revitalizou a indústria japonesa. Antes de suas contribuições, a Qualidade japonesa
dependia na maioria de técnicas norte-americanas. No entanto, com a adoção da
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"Cultura da Qualidade" de Ishikawa, o Japão atingiu padrões de qualidade
superiores aos dos Estados Unidos, permitindo que competisse globalmente em
igualdade de condições.

Como presidente do comitê japonês da Conferência Nacional de Controle de


Qualidade, Ishikawa desempenhou um papel vital em conscientizar indivíduos e
empresas sobre a importância da Qualidade no desenvolvimento econômico. Sua
atuação desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da qualidade no Japão.

2.4.2 Ferramentas de Qualidade:

● Círculos de qualidade
● Diagrama de Causa e Efeito
● Organização das ferramentas de qualidade:
○ Diagrama de Pareto;
○ Diagrama Espinha de Peixe;
○ Histogramas;
○ Folhas de verificação;
○ Gráfico de dispersão;
○ Fluxogramas;
○ Cartas de controle.

2.4.3 Diagrama de Ishikawa (Diagrama de Causa e Efeito):

O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como diagrama de espinha de


peixe ou diagrama de causa e efeito, é uma ferramenta gráfica valiosa no
gerenciamento e Controle da Qualidade (CQ) de diversos processos. Seu objetivo
primordial é identificar as causas por trás de efeitos ou problemas específicos.

Elementos do Diagrama de Ishikawa:

Estruturalmente, o Diagrama de Ishikawa é dividido em seis categorias


principais, frequentemente referidas como "os 6 Ms":

● Métodos: Envolve as causas relacionadas ao método ou procedimento


empregado durante a execução do trabalho.
● Materiais: Inclui todas as causas associadas aos materiais utilizados no
processo.
● Mão-de-obra: Engloba as causas que dizem respeito à mão-de-obra
envolvida no processo.
● Máquinas: Engloba as causas que se relacionam a falhas ou problemas nas
máquinas utilizadas no processo.
● Medidas: Refere-se a causas, com origem em medidas prévias tomadas para
modificar o processo.

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● Meio Ambiente: Abrange problemas oriundos do ambiente externo (poluição,
temperatura, etc.) ou do ambiente interno (falta de espaço, inadequação de
equipamentos, etc.).

Imagem 1 - Diagrama De Ishikawa Da Empresa Franque

➢ A Filosofia "Poka-Yoke":

Ishikawa também é conhecido por sua contribuição para a filosofia "Poka-


Yoke", que se traduz como "à prova de erros". Essa filosofia visa criar sistemas e
processos que previnam erros e reduzam a probabilidade de defeitos,
principalmente através do uso de dispositivos e técnicas que auxiliem os operadores
a evitar erros durante suas atividades. Dentro do contexto da produção enxuta, o
Poka-yoke, também conhecido como dispositivos à prova de erros, consiste em
métodos que auxiliam os operadores a evitar erros durante suas atividades. Uma
prática comum nesse sentido é a adoção da célula em U nos processos, facilitando
a utilização do Sistema de Produção Enxuta. Esse arranjo permite a otimização das
tarefas, reduzindo distâncias percorridas e permitindo diferentes combinações de
atividades para os operadores. Isso ocorre devido à sua principal vantagem: a

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viabilização do fluxo contínuo de trabalho, além da capacidade de empregar
funcionários em múltiplas funções.

O conceito de fluxo de uma peça (one piece flow) é alcançado quando os


produtos são movimentados pelo processo unidade por unidade, seguindo a taxa
determinada pelo cliente. Nesse contexto, essa abordagem traz diversos benefícios,
como a entrega mais ágil dos produtos aos clientes, redução de estoques e custos
de transporte, minimização de riscos relacionados a defeitos, deterioração e
obsolescência. Além disso, caso surjam problemas, eles podem ser prontamente
identificados devido à clareza do fluxo. Para efetivamente implementar essas
práticas, é fundamental contar com operários multifuncionais. Devido à sua
responsabilidade pela qualidade do produto, bem como à busca constante pela
eliminação de desperdícios e à organização do arranjo físico em células, os
operários precisam ser treinados para operar diversos equipamentos. Isso contribui
para a excelência operacional e para a obtenção dos resultados desejados em
termos de qualidade e eficiência.

3. CONCLUSÃO

Os pensadores da qualidade são faróis intelectuais que iluminaram o caminho


para uma gestão organizacional mais eficiente, produtiva e voltada para o cliente.
Através de suas perspectivas visionárias, eles desafiaram paradigmas ultrapassados
e incentivaram as organizações a adotarem abordagens centradas na qualidade,
inovação e melhoria contínua. Desde os princípios fundamentais de Deming até a
abordagem científica de Juran, passando pela busca da excelência total de Crosby,
esses líderes deixaram um legado duradouro na forma como o mundo empresarial
busca aprimorar processos, aumentar a satisfação do cliente e alcançar a excelência
operacional. À medida que as organizações enfrentam desafios cada vez mais

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complexos, as ideias e os insights desses pensadores da qualidade permanecem
como bússolas confiáveis, orientando o curso das empresas em direção a um futuro
de sucesso sustentável.

4. REFERÊNCIAS
https://blogdaqualidade.com.br/gurus-da-qualidade-william-edwards-deming/
https://qualyteam.com/pb/blog/conheca-william-edwards-deming-pai-da-evolucao-na-
qualidade/
https://8quali.com.br/quem-foi-william-edwards-deming/
https://www.infoescola.com/biografias/william-edward-deming/
Livros:
"Quality Is Free" de Philip Croby
"The Quality Management Maturity Model" de David A. Garvin
"The Management of Quality" de Joseph M. Jura
Artigos:

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"The Crosby Approach to Quality Management" de John W. Gardner
"The Impact of Crosby's Quality Philosophy on Organizations" de Michael J.
O'Leary**
"The Crosby Model of Quality Management" de John S. Oakland**

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