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FLUÊNCIA

Especialização em Motricidade Orofacial


 Progressão silábica que se faz no tempo sem
oscilações e inserções.

 A fala é feita sem esforço e é percebida pelo


FLUÊNCIA interlocutor como sendo normal.

 Sincronização respiratória
• Respiração
FLUÊNCIA  Iniciação suave
• Fonação  Sustentação da coluna de ar
Profa. Bruna Valenzuela  Vibração glótica
Jakubovicz (2009)

FLUÊNCIA PARÂMETROS DA FLUÊNCIA


ASHA:

 A fluência é um aspecto da produção da fala Sequência Duração


que se refere à continuidade, suavidade,
velocidade (taxa de elocução) e/ou esforço com
o qual as unidades fonológicas, lexicais,
morfológicas e/ou sintáticas da linguagem são
expressas.
Velocidade Ritmo
ASHA (American Speech-Language-Hearing Association), 1999.
www.asha.org
Jakubovicz (2009)

Profa. Bruna Valenzuela 1


PARÂMETROS DA FLUÊNCIA ALTERAÇÕES NA FLUÊNCIA

Habilidade capacidade de criar mensagens Alteração na fluência


que contenham os elementos
proposicional necessários para sua compreensão
Rompimento na
articulação, laringe e
respiração
enunciar o discurso sem esforço
Esforço corporal ou cognitivo Prejuízo no ritmo,
velocidade, sequência e
duração
(Cupello, 2007)

DISFLUÊNCIA DISFLUÊNCIA
 Ruptura da fluência  Frequência de disfluências esperada:

são rupturas involuntárias do fluxo da fala, comuns  Em adultos:


a todos os falantes, em maior ou menor grau - 10% totais (comuns + atípicas)
- 2% atípicas
 Tipologia das disfluências:
 Em crianças:
comportamentos observados na fala de - 12%
COMUNS
qualquer pessoa

GAGAS comportamentos centrais da gagueira

Profa. Bruna Valenzuela 2


DISFLUÊNCIAS COMUNS DISFLUÊNCIAS GAGAS
 Ocorrem na fala de qualquer pessoa  São sugestivas de um comprometimento maior do
processamento da fala
 Maior incidência no período de aquisição da linguagem
 Presentes em todos os falantes gagos
 A criança não tem consciência

* Hesitação * Repetição de segmentos * Repetição de sons * Bloqueios

* Interjeição * Repetição de frases * Repetição de sílabas * Pausas

* Revisão * Repetição de palavras * Prolongamento * Intrusão de sons

* Palavra não terminada

DISFLUÊNCIA NORMAL DA DISFLUÊNCIA NORMAL DA


INFÂNCIA INFÂNCIA
Fatores de risco
Complexo processo de aquisição e
desenvolvimento da linguagem  Antecedentes familiares de gagueira

 Outras desordens de comunicação associadas


Períodos de “gagueira”
 Características psicológicas predisponentes
Desaparece em
80% dos casos  Famílias com traços linguísticos desfavoráveis

Profa. Bruna Valenzuela 3


ORIENTAÇÕES AOS PAIS ORIENTAÇÕES AOS PAIS
 Preste mais atenção ao conteúdo do que a criança  Lembre a criança que as disfluências são naturais
está falando do que à forma com que ela o faz; à fala de qualquer pessoa;

 Ajude a criança a falar mais suavemente;  Mantenha contato visual enquanto a criança
estiver falando;
 Espere um segundo ou mais antes de responder;
 Encoraje a criança a falar;
 Promova um ambiente familiar de conversação
não competitivo;  Evite comparar a criança;

ATITUDES QUE PREJUDICAM A ORIENTAÇÕES AOS PROFESSORES


FLUÊNCIA
 Agir com a criança disfluente da mesma maneira
 Dizer à criança para relaxar, acalmar-se ou pensar que com as outras;
antes de falar;
 Incentive a participação da criança nos dias
 Chamar a criança de gaga; fluentes;
 Completar o que a criança está falando, apressá-  Não fuja do confronto;
la ou interrompê-la;
 Em sala de aula, faça perguntas em que a criança
 Forçar a criança a falar em público; possa responder com poucas palavras;

Profa. Bruna Valenzuela 4


ORIENTAÇÕES AOS PROFESSORES DISTÚRBIOS DA FLUÊNCIA
 Taquilalia
 Ensine aos alunos que há momentos de falar e
 Bradilalia
momentos de escutar;
 Taquifemia
 Estimule a leitura em dupla;
 Tartajeio
 Ridicularização dos colegas; Diagnóstico diferencial
 Gagueira psicogênica
 Não subestime a criança.  Gagueira neurogênica

 Gagueira do desenvolvimento

TAQUILALIA BRADILALIA
 Caracterizada por taxa de elocução elevada
 Gesto articulatório lento e descoordenado
 Prejuízo na inteligibilidade da mensagem
 Geralmente aparece como sequela de problemas
 Ritmo de fala muito mais rápido que o normal neurológicos adquiridos

 Não há consciência do problema nem alterações


emocionais envolvidas

 Não estão presentes outras alterações de linguagem

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TAQUIFEMIA TARTAJEIO
 Caracterizada por taxa de articulação elevada
 Ligado à incapacidade de transformar rapidamente o
 Aumento significativo no número de disfluências pensamento em linguagem.
comuns e pouca consciência do distúrbio de fluência
 Há repetição de palavras e idéias
 A pessoa não sabe o que deseja dizer
 Ritmo normal
 Presença de outros sintomas associados
- distúrbio fonológico
- dificuldades de leitura e escrita
 Ausência de esforço
- déficit de atenção...

GAGUEIRA PSICOGÊNICA GAGUEIRA PSICOGÊNICA


 Causada por um evento psicológico  Não demonstra preocupação com as disfluências
identificável
 Não há movimentação associada durante as
 Tem início abrupto e relacionado a um fator de grande disfluências
pressão emocional
 Conduta do fonoaudiólogo:
 Caracteriza-se basicamente pela repetição da sílaba
- diagnóstico diferencial
inicial ou sílaba tônica da palavra
- encaminhar para tratamento psicológico
 Pouca mudança no padrão de fala em outras situações

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GAGUEIRA NEUROGÊNICA GAGUEIRA NEUROGÊNICA
 Associada a problemas neurológicos adquiridos  Características:
- movimentação associada pouco frequente
 Causada principalmente por traumatismos cranianos - ausência do efeito de adaptação
- disfluência nos automatismos e canto
 Diagnóstico: - disfluência não restrita às sílabas iniciais
- história anterior de problemas de fala
- história familiar de problemas de fala  Conduta do fonoaudiólogo:
- dados de saúde geral - diagnóstico diferencial
- encaminhamentos

GAGUEIRA DO GAGUEIRA DO
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
 Tem início na infância  É um distúrbio da fluência caracterizado por
- 2 a 4 anos interrupções involuntárias e atípicas do fluxo da fala,
- 7 a 8 anos prejudicando a produção de uma fala contínua, suave e
- 9 anos rápida.
- até a puberdade: 12/14 anos
 É involuntária e, em geral, intermitente.
 Caracteriza-se como uma desordem crônica
 Atinge mais a linguagem espontânea.

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GAGUEIRA DO GAGUEIRA DO
DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
 Ocorre em 80% dos casos de gagueira identificados Fatores de risco
na infância e prevalece em 20%.
Incidência

Etiologia

O QUE É A GAGUEIRA? O QUE É A GAGUEIRA?


 É um distúrbio complexo, difícil de ser definido,  É uma desordem no ritmo da fala na qual o
com características que variam muito de pessoa indivíduo sabe perfeitamente o que deseja dizer,
para pessoa, ambiente para ambiente, interlocutor mas, na hora de dizer se torna incapaz por causa
para interlocutor; de prolongamentos repetidos ou quebras
involuntárias na produção do som.
 Ocorre quando o fluxo natural da fala é (OMS, 1977)

interrompido por um ato motor em forma de som,  A gagueira é uma interrupção involuntária da
sílaba ou palavra ou pela reação do ouvinte a isso. capacidade de produzir de forma contínua uma
(Van Riper, 1982) sentença falada.
(Perkins, 1990)

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O QUE É A GAGUEIRA? O QUE É A GAGUEIRA?
 Algumas vezes essas interrupções na fala são  A gagueira é uma interrupção na fluência verbal
acompanhadas por atividades acessórias que caracterizada por repetições ou prolongamento,
envolvem o aparato de produção da fala, audíveis ou não, de sons e sílabas. Essas vacilações na
relacionadas ou não ao corpo todo. fala não são prontamente controláveis e podem ser
acompanhadas por outros movimentos e por emoções
 Há, não pouco frequentemente, indicações da de natureza negativa, tais como medo, embaraço ou
presença de estados emocionais alterados, irritação.
geralmente relacionados à tensão ou emoções de (Wingate, 1964)
natureza negativa como medo, irritação.

O QUE É A GAGUEIRA? OCORRÊNCIA


 Distúrbio ou transtorno da fluência da fala (F.98.5)  Incidência em 5% da população
- 50% meninas e 50% meninos
 Pode ser considerada como um grau mais severo de
disfluência.  Prevalência de 1%

 Rupturas involuntárias do fluxo da fala,  Afeta mais o sexo masculino (4:1)


caracterizadas por repetições de sons e de sílabas,
prolongamentos de sons, bloqueios, pausas extensas,  Aproximadamente 80% das crianças com gagueira se
intrusões nas palavras. recuperam até 4 anos depois do surgimento das
(Andrade, 2006) primeiras disfluências.

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FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO
 Idade e sexo
 Estressantes psicossociais
 Tipo das rupturas
 Antecedentes mórbidos de primeira infância
 Tempo e tipo de surgimento
 Histórico familiar positivo para o distúrbio
 Outros déficits de comunicação associados
 Reação e atitude da criança, da família e da
sociedade perante o problema
 Fatores qualitativos associados

ETIOLOGIA GENÉTICA
 Teorias controversas  A gagueira não ocorre aleatoriamente na
população
 Atitudes dos pais: busca de um fato no passado
 Quase metade das pessoas que procuram
 Distúrbio multidimensional? tratamento para a gagueira tem um membro na
família que também gagueja
 Possibilidades atuais:
- genética  Não é suficiente para desenvolver gagueira
- neurológica
 Predisposição + fatores ambientais

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GENÉTICA
 A genética parece influenciar na tipologia da
gagueira, mas não na gravidade

 Estudos genéticos indicam a possibilidade da


gagueira ser transmitida por herança poligênica

Fevereiro / 2010

OS GENES DA GAGUEIRA OS GENES DA GAGUEIRA


 Os genes desempenham um papel importante na fala
Paquistão lugar propício para estudo de doenças genéticas

 Dificuldades com os estudos:


Descoberta dos primeiros genes associados à gagueira

recuperação espontânea na gagueira


 Suspeita do componente genético na gagueira
não existe relação precisa entre genótipo e fenótipo
tende a ocorrer em famílias

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OS GENES DA GAGUEIRA OS GENES DA GAGUEIRA
 Descrição do estudo:  A região de interesse no cromossomo 12
GP: Recrutamento de pessoas com gagueira
87 genes

Paquistão EUA Inglaterra


sequenciar e analisar

com sem
relação de parentesco relação de parentesco
dificuldades no progresso da pesquisa
GC: Pessoas sem história de gagueira em suas famílias
coleta do DNA

OS GENES DA GAGUEIRA OS GENES DA GAGUEIRA


 Mutação do gene GNPTAB
GNPTAB + BNPTG + NAGPA

relacionado a doenças mucolipidoses

Doenças metabólicas altamente letais mutações nos genes

- atrasos no desenvolvimento da fala ou anormalidades de fala


‘defeitos’ na reciclagem celular
- Tipo específico: crianças que não falam
Estima-se que essas mutações explicam cerca de 10%
das gagueiras persistentes em famílias.

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GENÉTICA NEUROLÓGICA

“Nossa descoberta demonstra claramente  A gagueira é uma condição neurofisiológica,


contudo o estresse emocional pode piorá-la
que a gagueira é uma desordem biológica.
Ela nos afasta da visão de que a gagueira  Durante o processamento da fala, o cérebro de
seja causada pela interação com outras pessoas que gaguejam comporta-se de forma
diferente quando comparado ao de pessoas fluentes
pessoas, por uma desordem social ou por
uma condição emocional”.  Processamento da fala: funcionamento dos
Dennis Drayna hemisférios direito e esquerdo

NEUROLÓGICA NEUROLÓGICA
 Estudos sugerem que haja um excesso do
neurotransmissor dopamina nos cérebros de quem
tem gagueira

regula as funções dos núcleos da base

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NEUROLÓGICA NEUROLÓGICA
Núcleos da base e modelo pré-motor duplo
 Os núcleos da base são estruturas cerebrais
envolvidas na automatização de várias funções
 Sistemas pré-motores do cérebro:

planejamento e execução de movimentos

MEDIAL LATERAL

(Alm, 2005)

NEUROLÓGICA NEUROLÓGICA
Núcleos da base e modelo pré-motor duplo Núcleos da base e modelo pré-motor duplo

MEDIAL  núcleos da base e AMS  Sistemas pré-motores do cérebro:


 movimentos automatizados
- nova explicação para as estratégias de indução de fluência
 pistas internas

 córtex pré-motor lateral e cerebelo Sistema


LATERAL Sistema
 movimentos pouco automatizados medial lateral
 pistas externas

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NEUROLÓGICA NEUROLÓGICA
 Os núcleos da base têm um papel chave na  Processo
Processo:
automatização de sequências motoras rápidas  a AMS ativa o início do movimento
 os neurônios do globo pálido devem disparar logo
não fornece pistas sobre a temporalização da fala de antes do final de cada submovimento
forma adequada
 na gagueira, o primeiro submovimento da palavra
Hipótese
Neurofisiológica
pode ser iniciado, mas os núcleos da base falhariam
em gerar as pistas internas para marcar o final do
a disfunção cerebral na gagueira decorre de uma diminuição na primeiro submovimento, resultando no rompimento
habilidade dos núcleos da base para produzir pistas temporais. da sequência

NEUROLÓGICA NEUROLÓGICA
 Processo
Processo:  Evidências da relação gagueira/núcleos da base:
base:
 O problema da gagueira estaria no restante da
palavra, que não seria liberada no tempo adequado  lesões que causam ‘gagueira adquirida’
 drogas que têm efeito sobre a gagueira
 piora durante o estresse e melhora sob relaxamento
 condições indutoras da fluência (ritmo)
 desenvolvimento dos circuitos dos núcleos da base
- início precoce e remissão
- receptores D2

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CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES FATORES QUE INFLUENCIAM A
SOBRE A GAGUEIRA GAGUEIRA
Fatores que influenciam a Distração
gagueira
Responsabilidade na comunicação
O loci da gagueira Atitude do interlocutor
Tensão muscular
Adaptação e Consistência Tempo de espera (antecipação)
Índices que lembram a gagueira anterior
Estímulos que modificam
a gagueira

O LOCI DA GAGUEIRA ADAPTAÇÃO E CONSISTÊNCIA

• Redução progressiva na quantidade


Som inicial da palavra Adaptação de gagueira como consequência de ler
o mesmo texto ou falar a mesma
palavra sucessivamente.
Função gramatical da palavra

Posição da palavra na frase • Tendência a gaguejar nas mesmas


Consistência palavras e nos mesmos sons quando
lendo o mesmo material.
Tamanho da palavra

(Brown, 1942)

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ESTÍMULOS QUE MODIFICAM A ESTÍMULOS QUE MODIFICAM A
GAGUEIRA GAGUEIRA
ESTÍMULOS AUDITIVOS

 Mascaramento
Modificação - redução da ansiedade
Vocal
- aumento da intensidade vocal
Estímulos
Rítmicos
 DAF (Delayed Auditory Feedback)
Estímulos
Auditivos
- redução na velocidade de fala

 FAF (Frequency Altered Feedback)


- simulação do efeito de coro

ESTÍMULOS QUE MODIFICAM A ESTÍMULOS QUE MODIFICAM A


GAGUEIRA GAGUEIRA
ESTÍMULOS RÍTMICOS ESTÍMULOS DE MODIFICAÇÃO VOCAL
 Facilita a sincronização dos movimentos motores da fala
 Falar murmurando
 Ajuda a regularizar a respiração - abdução parcial das pregas vocais
- coordenação pneumofonoarticulatória
 A pessoa fala sob o efeito da distração
 Modificar a tonalidade da voz
 Há diminuição da responsabilidade comunicativa
- mudança nos mecanismos vocais
 Produz uma inflexão monótona na voz - preocupação em manter o novo tom de voz

Profa. Bruna Valenzuela 17


ESTÍMULOS QUE MODIFICAM A
GAGUEIRA AVALIAÇÃO DA GAGUEIRA
ESTÍMULOS DE MODIFICAÇÃO VOCAL

 Mudar a intensidade vocal


- é difícil gritar e gaguejar ao mesmo tempo Classificação dos
- abaixar a intensidade vocal é mais eficiente
tipos de rupturas
 Diminuir a velocidade da fala
- cura sem intervenção profissional

TIPOS DE RUPTURAS DISFLUÊNCIAS COMUNS


Hesitação
COMUNS GAGAS

 pausa curta onde o falante parece estar procurando


a palavra e/ou prolongamento de vogais usuais.
comportamentos observados comportamentos centrais
na fala de qualquer pessoa
 Exemplo: é..., ã..., hum...
da gagueira

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DISFLUÊNCIAS COMUNS DISFLUÊNCIAS COMUNS
Interjeição Revisão

 inserção de sons, palavras ou frases curtas no  mudança no conteúdo ou na forma gramatical da


discurso, sem sentido ou irrelevantes no contexto da mensagem ou na pronúncia da palavra.
mensagem.
 Exemplo: ‘eu ia, eu fui ao parque e você não estava lá’
 Exemplo: sons = /ah/, /hum/, /eh/ ‘ela ele pode vir aqui?’
palavras = /bem/, /né/, /tá/, /aí/ ‘ele viu... comeu todo o doce’
frases = /deixa ver/, /tipo assim/, /como é/ ‘a menina pa bateu no cachorro'

DISFLUÊNCIAS COMUNS DISFLUÊNCIAS COMUNS


Palavra não terminada Repetição de segmentos

 palavra que é abandonada, não terminada  repetição de pelo menos duas palavras completas na
posteriormente. mensagem.
 Exemplo:  Exemplo:
‘João ganhou uma bici, João ganhou um ‘Que dia que dia bonito’
carrinho legal’ ‘Estou muito – estou muito feliz hoje’
‘Eu fui para o Gua no fim de semana’

Profa. Bruna Valenzuela 19


DISFLUÊNCIAS COMUNS DISFLUÊNCIAS COMUNS
Repetição de frase Repetição de palavras

 repetição de uma palavra inteira.


 repetição de uma frase completa já expressa.
 pode ocorrer no máximo 2 vezes.
 Exemplo:
‘Hoje eu fui hoje eu fui no parque’
 Exemplo:
‘Eu eu eu preciso de uma caneta’
‘Que que horas são?’
‘A boneca é da da Maria’

DISFLUÊNCIAS GAGAS DISFLUÊNCIAS GAGAS


Repetição de sílaba Repetição de som

 repetição de uma sílaba inteira ou de uma parte da


 repetição de um fonema ou de um elemento de um
palavra.
ditongo que compõe a palavra.
 ocorre mais frequentemente no início da palavra.
 ocorre mais frequentemente no início da palavra.
 Exemplo:
 Exemplo:
‘Eu quero ba-ba-banana’
‘Você quer s-s-s-suco?’
‘V-v-v-viu o sapo?’

Profa. Bruna Valenzuela 20


DISFLUÊNCIAS GAGAS DISFLUÊNCIAS GAGAS
Prolongamento Bloqueio

 duração inapropriada de um fonema ou de um  tempo inapropriado para iniciar um fonema.


elemento de um ditongo.
 ‘quebras’ na produção de fonemas acompanhadas de
 pode estar ou não acompanhado por características tensão.
qualitativas da fala.
 geralmente ocorre nos fonemas plosivos.
 é um distúrbio do ritmo normal da fala.
 Exemplo: ‘/pato’
 Exemplo:
‘S_ai daí’ ‘Me dá u_m pedaço de bolo’

DISFLUÊNCIAS GAGAS DISFLUÊNCIAS GAGAS


Pausa Intrusão de sons

 interrupção do fluxo da fala pelo rompimento  produção de sons ou cadeia de sons não pertinentes
temporal da sequência. ao contexto inter ou intrapalavras.
 pode estar ou não acompanhado por características  Exemplo:
qualitativas da fala. ‘ririri’ ‘kiukiukiu’

Profa. Bruna Valenzuela 21


PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA CRIANÇA
AVALIAÇÃO
O que perguntar aos pais?

Protocolos específicos

O QUE PERGUNTAR AOS PAIS? PROTOCOLO DE RISCO


PARA A GAGUEIRA DO
início e
evolução casos na DESENVOLVIMENTO
família

consciência
 Objetivo:
da criança causa?
- obter uma anamnese direcionada à pesquisa dos
fatores e grau de risco para a gagueira do
tipo de atitudes dos desenvolvimento.
disfluências pais
 Forma:
situações
melhores e piores - 15 questões com 3 alternativas
(Andrade, 2006)

Profa. Bruna Valenzuela 22


Protocolo de risco para a gagueira Protocolo de risco para a gagueira
do desenvolvimento do desenvolvimento
Aplicação Aplicação

Hesitações, interjeições,
Marcar 1 na coluna correspondente à faixa etária da criança. revisões, palavras não
terminadas, repetições
de frases Uma ou no máximo
duas repetições de
sons, sílabas ou Três ou mais
palavras repetições de sons
Sexo feminino: 1 Na coluna correspondente à e/ou sílabas e/ou
Sexo masculino: 2 idade palavras,
prolongamentos,
bloqueios, pausas

Protocolo de risco para a gagueira Protocolo de risco para a gagueira


do desenvolvimento do desenvolvimento
Aplicação Aplicação

 Fatores agravantes de comunicação:


Marcar 1 na coluna correspondente. - alterações fonológicas / miofuncionais
- alterações de velocidade de fala
- variação da intensidade e/ou frequência
- não realização de turnos de fala
- não execução satisfatória de ordens
- não compreensão adequada do que é solicitado
Marcar 1 na coluna correspondente. - não tem boa memória, não sabe o nome das coisas
- só faz frases curtas e simples
- só a família entende o que ele fala

Profa. Bruna Valenzuela 23


Protocolo de risco para a gagueira Protocolo de risco para a gagueira
do desenvolvimento do desenvolvimento
Aplicação Aplicação

 Fatores agravantes: - Reconciliação dos pais


- Morte de animal de estimação - Perda de emprego dos pais
- tensão corporal associada - Mudanças de hábitos pessoais - Mãe começa a trabalhar
- tensão facial associada - Problemas com professor ou colega - Problemas de saúde na família
de classe
- rupturas por alterações na CPFA - Gravidez da mãe
- Mudança de residência ou escola
- Dificuldades na escola
- Viagem de férias
- Nascimento de irmão
Não há agravante
- Problemas financeiros
Somente um - Morte ou divórcio dos pais
Mais de um - Morte ou doença grave na família

Protocolo de risco para a gagueira Protocolo de risco para a gagueira


do desenvolvimento do desenvolvimento
Aplicação Aplicação

 Fatores agravantes: Nenhum tipo de antecedente genético


- complicações pré-natais graves
- pré-maturidade Antecedente na família distante
- permanência em berçário de risco
- hospitalizações prolongadas Antecedente na família próxima ou muitos
- infecções graves parentes afetados
- achados neurológicos
Marcar 2: Marcar 2: predisposição familiar
Nenhum fator agravante Um fator, mas sem suspeita de sequelas Marcar 1 antecedentes
genéticos acompanhada de remissão espontânea
Mais de um ou suspeita de sequelas desconhecidos Marcar 3: predisposição à cronicidade

Profa. Bruna Valenzuela 24


Protocolo de risco para a gagueira Protocolo de risco para a gagueira
do desenvolvimento do desenvolvimento
Aplicação Aplicação

Nenhum fator Somente um Mais de um


 Fatores agravantes:
Pais preocupados e agindo adequadamente
- mais atenção à disfluência do que à fluência,
- oferecem “pistas” para evitar as disfluências,
Pais não estão dando devido peso ao problema - finalizam as sentenças da criança,
- solicitam que a criança fale rápido,
Pais muito preocupados, reagindo de maneira exagerada - corrigem, criticam ou modificam a fala da cça,
- falam com a criança muito rápido,
- têm um estilo de vida acelerado,
Marcar 1 na coluna correspondente
- exibem a criança para parentes e amigos,
- superproteção quando a ocorre disfluência.

Protocolo de risco para a gagueira Protocolo de risco para a gagueira


do desenvolvimento do desenvolvimento
Aplicação Aplicação

Nenhum fator Somente um Mais de um


 Fatores agravantes: As pessoas mostram preocupação e incentivam
- vergonha excessiva, os pais a buscar ajuda profissional
- pequena resistência à frustração,
- ansiedade excessiva,
- sensibilidade exacerbada, Algumas se preocupam, outras dizem que é
- hesitação, timidez e insegurança persistentes, assim mesmo e outras oferecem dicas
- irritação,
- baixa estima, Reagem de maneira exagerada ou de forma
- carência afetiva, pejorativa
- dependência exagerada, etc...

Profa. Bruna Valenzuela 25


Protocolo de risco para a gagueira Protocolo de risco para a gagueira
do desenvolvimento do desenvolvimento
Aplicação Aplicação

 Análise:

Houve indicação apropriada


- a pontuação do protocolo será a somatória de cada
uma das colunas
Foram fornecidas informações não claras ou - o grau de risco será aquele da coluna com maior
recomendaram esperar
número de pontos

Foram fornecidas soluções não científicas - quando houver mesma pontuação, considerar o
grau de risco mais elevado

PROTOCOLOS PROTOCOLO DA PERFORMANCE


MOTORA DA FALA
1- Protocolo de Risco para a Gagueira do Desenvolvimento  Objetivo:
- estabelecer considerações sobre a performance da criança
2- Protocolo da Performance Motora da Fala quanto às habilidades básicas do mecanismo motor da fala.

3- Protocolo das Características de Temperamento  Forma:


- composto por 7 áreas: mecanismo estrutural e funcional;
4- Protocolo das Atitudes Comunicativas dos Pais sistema fono-respiratório; praxia não-verbal; dentição e
oclusão; mastigação e deglutição.
5- Protocolo do Perfil de Fluência da Fala (ABFW)
 Aplicação:
- marcar com um X na coluna correspondente: A (adequado)
(Andrade, 2006)
ou I (inadequado)

Profa. Bruna Valenzuela 26


Protocolo da performance motora da fala PROTOCOLO DAS CARACTERÍSTICAS
DE TEMPERAMENTO
 Análise:  Objetivo:
- somatória de cada coluna - conhecer o perfil das diferenças individuais relacionadas
- verificar o perfil dominante com as características dos comportamentos reativos.

* Pontuação máxima por área:  Forma:


- área 1: 18 pontos - 7 questões (com 3 alternativas cada)
- área 2: 13 pontos - avalia a percepção familiar sobre os comportamentos
- área 3: 9 pontos da criança em alguns momentos.
- áreas 4 a 7: 6 pontos
 Aplicação:
- os pais respondem às questões

Protocolo das características de temperamento PROTOCOLO DAS ATITUDES


COMUNICATIVAS DOS PAIS
 Análise:
 Objetivo:
- 1 a 7 pontos: predominantemente introvertido - conhecer o perfil das atitudes comunicativas dos pais.

- 8 a 14 pontos: médio, sem traços extremos de variáveis  Forma:


comportamentais (pontuação desejável) - 8 questões (3 alternativas cada)

- acima de 15 pontos: predominantemente extrovertido  Aplicação:


- protocolo preenchido pelo terapeuta com base na
observação de uma interação lúdica

Profa. Bruna Valenzuela 27


Protocolo das atitudes comunicativas dos pais PROTOCOLO DO PERFIL DE
FLUÊNCIA DA FALA
 Análise:  Objetivo:
- obter o perfil da fluência da fala.
- 1 a 8 pontos: pais não facilitadores da comunicação

- 9 a 16 pontos: pais colaboradores (desejável)  Forma:


- composto por 3 quadros: tipologia das rupturas,
- Acima de 17 pontos: pais predominantemente formais ou velocidade de fala, frequência das rupturas
permissivos
 Aplicação:
- coleta de amostra de fala (vídeo)
- análise de 200 sílabas fluentes

Protocolo do perfil de fluência da fala Protocolo do perfil de fluência da fala

 Análise:
- transcrição literal da amostra de fala.
• Eventos de disfluência: negrito
• Segmento ininteligível: ~~~~~~~
• Interrupção do terapeuta: // Mede a taxa de Mede a taxa de
• Hesitação: # produção de informação velocidade articulatória
• Pausa: __
• Bloqueio: / antes da sílaba bloqueada  Cronometrar o tempo total da amostra
• Prolongamento: _ após o segmento
 Contar o número de palavras/sílabas expressas
• Intrusão na palavra: o segmento de intrusão vem / /
 Aplicar regra de compatibilização

Profa. Bruna Valenzuela 28


Protocolo do perfil de fluência da fala
Protocolo do perfil de fluência da fala
 Valores de referência: SEXO MASCULINO

Mede a taxa de rupturas Mede a taxa de rupturas


no discurso gagas

 Cronometrar o tempo total  Contar o número de sílabas


 Contar o número de rupturas produzidas e o número de rupturas
gagas
comuns e gagas
 Aplicar relação de porcentagem
 Aplicar relação de porcentagem

Protocolo do perfil de fluência da fala


AVALIAÇÃO DO ADULTO
 Valores de referência: SEXO FEMININO

O que perguntar?

Provas específicas

Profa. Bruna Valenzuela 29


O QUE PERGUNTAR? TAREFAS
início e
 Leitura de texto (100 palavras)
evolução casos na  Leituras seguidas do mesmo texto
família
 Leitura em conjunto com o terapeuta
prejuizos causa?  Leitura de uma lista palavras e frases
 Repetição de palavras e frases
tipo de expectativas
 Evocação de nomes
disfluências  Descrição de uma gravura
 Recontar história
situações
melhores e piores  Fala espontânea

O QUE OBSERVAR? ANÁLISE ACÚSTICA


Velocidade de fala Respiração

Disfluências Articulação

Movimentos
Qualidade vocal
associados

Tensão O loci da gagueira

Profa. Bruna Valenzuela 30


ESCALA DA SEVERIDADE DE YOWA ESCALA DA SEVERIDADE DE YOWA
A cada ano que passa milhares de ninhos são construídos pelos
 ‘O que mais contribui para o cálculo da severidade do pássaros. Os formatos variam ao infinito, às vezes são pequenos
caso é a frequência da gagueira’ e às vezes são construídos no alto de montanhas rochosas.
Cada ninho é engenhosamente adaptado às necessidades da
 Análise realizada na leitura ou fala espontânea espécie. Apesar de sua reconhecida habilidade, dificilmente, o
homem conseguiria fazer algo parecido.
No mundo dos pássaros, em geral, é a fêmea que constrói o
 Filmagem (componentes audíveis e visuais) ninho. Ela pode fazer até mil viagens para recolher gravetos,
plantas e outro material necessário à construção da casa familiar.
 Utilizar sempre o mesmo texto para leitura Muitas vezes elas roubam nos ninhos vizinhos ou então
improvisam com pedaços de papel.

ESCALA DA SEVERIDADE DE YOWA ESCALA DA SEVERIDADE DE YOWA


 Cálculo:
 Cálculo:
– Número de palavras disfluentes no discurso
– Frequência de interrupções por minuto
• Grava-se a fala do paciente
• Grava-se a fala do paciente • Faz-se a transcrição do material gravado
• Faz-se a transcrição do material gravado • Conta-se 100 palavras ditas
• Conta-se quantas palavras foram ditas • Sublinha-se as palavras gaguejadas
• Conta-se o tempo que o paciente levou para dizê-las • Conta-se quantas foram gaguejadas
• Divide-se o número de palavras ditas pelo tempo • Divide-se o número de palavras ditas pelo número de
palavras gaguejadas

Exemplo: 100 palavras ditas = frequência de 10% Exemplo: 100 palavras ditas = 10%
10 minutos 10 palavras gaguejadas

Profa. Bruna Valenzuela 31


ESCALA DA SEVERIDADE DE YOWA ESCALA DA SEVERIDADE DE YOWA
 Ausência de gagueira (0%)  Regular:
- gagueja de 5 a 8 palavras (5 a 8% )
 Ligeira: - alguma tensão
- gagueja cada 2 de 100 palavras ditas (2%) - bloqueios de 1 segundo de duração
- tensão imperceptível - algumas interjeições e mímicas
- poucos bloqueios (menos de 1 seg) - alguns movimentos associados

 Suave:  Moderadamente severa:


- gagueja de 8 a 12 palavras (8 a 12%)
- gagueja de 2 a 5 palavras (2 a 5%)
- tensão perceptível
- tensão perceptível - bloqueios de 2 segundos de duração
- vários bloqueios com duração menor que 1 seg - poucas interjeições e mímicas
- não há movimentos associados - poucos movimentos associados

ESCALA DA SEVERIDADE DE YOWA VARIÁVEIS IMPORTANTES


 Severa:  Frequência e severidade da gagueira podem
- gagueja de 12 a 25 palavras (12 a 25% ) variar de acordo com:
- tensão perceptível
- bloqueios de 3 a 4 segundos de duração
Ambiente Situação
- muitos movimentos associados

 Grave:
Assunto Interlocutor
- gagueja mais de 25 palavras (mais de 25%)
- muita tensão
- bloqueios maiores que 4 segundos de duração tipo e número
- muitas interjeições e mímicas Tipo de linguagem
- movimentos associados

Profa. Bruna Valenzuela 32


TRATAMENTO DA GAGUEIRA TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
 Nos últimos 10 anos, estudos científicos
 Atualidades sugerem que medicamentos bloqueadores da
- medicamentoso (Pagoclone) dopamina são efetivos em reduzir os sintomas
de gagueira.
- Speech Easy
 Características dos estudos:
 Tratamento na criança - Método duplo-cego
- Amostras de tamanho limitado
 Tratamento no adulto - Efeitos colaterais

PAGOCLONE PAGOCLONE
 Ação do medicamento:
 Pode se tornar uma medicação efetiva e bem
 Não-benzodiazepínico, agonista seletivo do GABA
tolerada para o tratamento da gagueira

 Está sendo desenvolvido pela Indevus neurotransmissor


Pharmaceuticals
inibidor do SNC
 Foi inicialmente testado como tratamento para
síndrome do pânico e ansiedade
associado a um efeito calmante
parece desempenhar um papel importante na gagueira

Profa. Bruna Valenzuela 33


PAGOCLONE PAGOCLONE
 Descrição do estudo:  Descrição do estudo:

- Modelo de experimento: duplo-cego - Avaliação:


- Filmagem dos pacientes durante a leitura e
- Amostra: 130 adultos gagos conversação
- 88 pacientes droga * antes do medicamento
- 44 pacientes placebo * após 4 semanas de uso
* após 8 semanas de uso

PAGOCLONE PAGOCLONE
 Descrição do estudo:  Descrição do estudo:

- Resultados: - Além da melhora na fluência da fala houve redução


- Diferença estatisticamente significativa entre os da ansiedade social
que tomaram a droga e o placebo
- Dúvida:
- 55% dos que tomaram a droga melhoraram
* redução da ansiedade ou ação direta sobre a
- 36% dos que tomaram o placebo melhoraram
gagueira?

- Efeitos colaterais: dor de cabeça e fadiga - Continuidade do estudo... Junho/2007

Profa. Bruna Valenzuela 34


PAGOCLONE PAGOCLONE
 Descrição do estudo: FASE 2 • Conclusões:

- Método: extensão aberta - Os resultados da fase aberta revelam que o


pagoclone é uma medicação promissora para o
tratamento da gagueira a longo prazo.
- Fase do estudo duplo cego:
 Placebo: redução de 5% nas sílabas gaguejadas - Ainda que medicamentos para gagueira possam
 Pagoclone: redução de 18% nas sílabas gaguejadas estar num horizonte próximo, nenhuma forma de
terapia para gagueira é uma cura. Portanto, o
- Fase aberta do estudo: tratamento futuro provavelmente envolverá a
 Placebo: redução de 31% combinação de medicação e terapia fonoaudiológica
 Pagoclone: redução de 40% para a obtenção de melhores resultados.
Gerald Maguire

OUTROS MEDICAMENTOS SPEECH EASY


 Bloqueadores dos receptores beta-adrenérgicos
 Dispositivo auricular – tecnologia avançada
propanolol
 Ajuda a promover a fluência
 Inibidores seletivos de recaptura de serotonina
 Devolve ao usuário sua voz com um leve atraso e
em uma frequência diferente
fluoxetina e sertralina
- usa os recursos do DAF (Delayed Auditory
 Neurolépticos ativos Feedback) e FAF (Frequency Altered Feedback)

risperidona  Simulação do efeito coral

Profa. Bruna Valenzuela 35


SPEECH EASY SPEECH EASY
 O dispositivo ajuda algumas pessoas, mas  A fala tende a ficar monótona
outras não
 Dificuldades: ajuste do aparelho / orelha
 O aparelho não cura a gagueira nem elimina a
necessidade do tratamento fonoaudiológico
 Necessidade de fonoaudiólogo certificado

 Não tem indicação de uso o dia todo


 Custa R$9.900,00

 Os pacientes com aparelho ficam mais seguros, com


menos medo de falar

PRINCÍPIOS QUE CONDUZEM O


SUCESSO DA TERAPIA
Permissividade
TRATAMENTO
NO ADULTO Realismo Responsabilidade

“Molde comum”

Profa. Bruna Valenzuela 36


O ENFOQUE DE VAN RIPER SEQUÊNCIA TERAPÊUTICA
 A gagueira é um comportamento aprendido 1- Fase de identificação
 Objetivo geral da terapia:
- modificar os movimentos da gagueira 2- Fase de dessensibilização
- reduzir o medo da gagueira
3- Fase da modificação
 Princípios:
- Teoria da aprendizagem
- Teoria da propriocepção 4- Fase de estabilização
- Princípios de psicoterapia

FASE DE IDENTIFICAÇÃO FASE DE DESSENSIBILIZAÇÃO


 Inclui a anamnese, análise das emoções e  Visa reduzir a ansiedade, acalmar o paciente e
comportamentos do paciente eliminar as emoções negativas em relação à fala

 O terapeuta guia o paciente nessa fase  Enfoque:


- medo das palavras, situações e interlocutores
 Nada deve ser modificado ainda - vergonha de exibir a gagueira
- frustração por não poder transmitir o que quer
 A fase termina quando o paciente já pode
identificar tudo o que faz
Princípios de psicoterapia...

Profa. Bruna Valenzuela 37


FASE DE DESSENSIBILIZAÇÃO FASE DE DESSENSIBILIZAÇÃO
 Aceitar e discutir o problema  Explorar o medo

 Aprender que as pessoas não são 100% fluentes  Conseguir um bom contato visual

 Aprender a avaliar as reações do interlocutor  Desenvolver a autoconfiança

 Ensinar o paciente a vencer os evitamentos de  Prática negativa (pseudogagueira)


situações de fala e de dizer certas palavras
 Adaptação ao estresse
 Ensinar o paciente a acalmar-se
 Construir hierarquias

FASE DE DESSENSIBILIZAÇÃO FASE DE MODIFICAÇÃO


 O papel do terapeuta é criar uma zona de  Visa modelar a forma da gagueira para que ela
segurança em que a gagueira seja livre de ocorra sem quebrar a comunicação
frustração e penalidade
 Verificar as variações possíveis de serem
 Se visa, nessa fase, exercer um certo controle no introduzidas na gagueira
comportamento do paciente
 Ao final, ensina-se ao paciente uma maneira
menos anormal de gaguejar

“gagueira fluente”

Profa. Bruna Valenzuela 38


FASE DE MODIFICAÇÃO FASE DE MODIFICAÇÃO
Técnicas: Técnicas:

 Modificar o comportamento de adiamento  Modificar o comportamento de adiamento


- modificar a frase estereotipada
 Dar o modelo - dar tarefas para casa
- modificar os movimentos corporais e as caretas
 Cancelamento - ensinar a sorrir enquanto fala

 Soltar o som (pull out) A introdução de variantes no comportamento estereotipado

 Ações preparatórias (preparatory set)


enfraquece

FASE DE MODIFICAÇÃO FASE DE MODIFICAÇÃO


Técnicas: Técnicas:

 Dar o modelo  Dar o modelo – ESTRATÉGIAS:


- para modificar a gagueira, o paciente deve conhecer - mascaramento
o modelo da sequência articulatória de cada som - concentração no que se passa fisicamente
- usar a adaptação
- o sinal recebido pelo gago é muito mais visual e - trabalhar a postura dos fonemas
auditivo do que proprioceptivo
- dizer que não se deve começar um som abruptamente
- corrigir cada postura anormal
Estratégias... - usar gravação ou filmagem
- inverter os papeis

Profa. Bruna Valenzuela 39


FASE DE MODIFICAÇÃO FASE DE MODIFICAÇÃO
Técnicas: Técnicas:

 Cancelamento  Cancelamento
- Pedir ao paciente que sempre que gaguejar numa - Chamar a atenção do paciente para o que foi feito de
palavra, faça uma pausa, pare um pouco e diga a errado e o que se fará para evitar isso
palavra novamente
- Pedir para o paciente acalmar-se durante a pausa e,
- A pausa deve durar 3 segundos e vir imediatamente dizer a palavra de novo, de modo lento e prolongado
após a palavra gaguejada
- Fazer a pausa e dizer a palavra bem alto
- Depois do cancelamento, novos comportamentos
devem ser ensinados ao paciente - Modelar o comportamento por aproximações sucessivas

FASE DE MODIFICAÇÃO FASE DE MODIFICAÇÃO


Técnicas: Técnicas:

 Soltar o som (pull out)  Ações preparatórias (preparatory set)


- Visa a autocorreção durante o bloqueio - A pessoa se prepara de algum modo para perceber e
intervir no estímulo que ela espera acontecer
- Procurar tensão em outra parte do corpo

- Outras possibilidades: expectativa set

- Van Riper os gagos colocam os articuladores em


tentar um contato mais suave
uma posição errada quando percebem, com
antecedência, uma situação ou palavra difícil
falar o som mais devagar ou prolongado

Profa. Bruna Valenzuela 40


FASE DE MODIFICAÇÃO FASE DE MODIFICAÇÃO
Técnicas: Técnicas:
 Ações preparatórias (preparatory set)  Ações preparatórias (preparatory set)

- Técnica ensaio da produção articulatória - Estratégias:


 leitura de um trecho e, quando sentir medo de uma
palavra, parar, pensar na posição articulatória do som e
iniciar a palavra devagar e prolongado
assim que o paciente sentir que se aproxima a palavra
na qual ele vai gaguejar, ele deve preparar-se para  tentar se distrair com alguma coisa enquanto fala
usar o que aprendeu no cancelamento e no pull out
 pensar numa frase longa e difícil, planejar as
Contato suave sequências motoras e dizer a frase lentamente

FASE DE MODIFICAÇÃO FASE DE ESTABILIZAÇÃO


Técnicas:
 Ações preparatórias (preparatory set)  Período de ajustamento antes da alta

- Estratégias:  Levar o paciente a automatizar a fluência tanto na


 elaborar uma lista de palavras fáceis de dizer, ensaiar sala de terapia, quanto fora dela
em silêncio, pensar na posição dos articuladores e dizer as
palavras alto e lentamente  Espaçamento das sessões
 elaborar uma lista de palavras difíceis, ensaiar em
silêncio, dizer as palavras alto e devagar  Verificar o grau de dependência da terapia
- O paciente deve permanecer nesta fase por mais
tempo até que seja capaz de se comunicar facilmente.

Profa. Bruna Valenzuela 41


FASE DE ESTABILIZAÇÃO
 Estratégias:
- explicar ao paciente que, de agora em diante, ele será
seu próprio terapeuta

- treinar narrações longas

- aumentar a velocidade de fala

- praticar o erro (trocar os papéis) Fluência

- repetir a palavra em que se teve medo várias vezes


Sinais de impaciência
- falar em situações específicas

PFPF
PROGRAMA
FONOAUDIOLÓGICO  O programa é composto por duas fases:

DE PROMOÇÃO DA – PFPF 1 – Aprendendo a ser fluente: tratamento


para promoção da fluência.
FLUÊNCIA
– PFPF2 – Vigilantes da fluência: visa a manutenção
Andrade CFR. Programa fonoaudiológico de promoção da fluência dos índices de fluência obtidos e seu uso com
em adultos gagos: tratamento e manutenção. In: Limongi SCO. facilidade e sucesso no dia-a-dia do indivíduo.
Fonoaudiologia: informação para formação. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan; 2003. p.27-53.

(Andrade, 2003 )

Profa. Bruna Valenzuela 42


PFPF 1 – Aprendendo a ser fluente PFPF 1 – Aprendendo a ser fluente
 Fundamenta-se na estimulação de 4 áreas:
 Relaxamento:
– relaxamento
– promover percepção corporal das áreas de
– respiração e voz
tensão, principalmente as regiões oral, cervical
– motricidade orofacial e diafragmática
– técnica específica – obter voluntariamente a harmonia muscular

 Duração de 12 sessões = 4 módulos

 A aplicação do programa é contínua e diária

PFPF 1 – Aprendendo a ser fluente PFPF 1 – Aprendendo a ser fluente


 Relaxamento - ESTRATÉGIAS
 Respiração e voz:
– Módulo 1 (sessões 1 a 3)
• relaxamento corporal geral – percepção corporal – levar o paciente a perceber as irregularidades no
seu processo respiratório, os altos níveis de rigidez
– Módulo 2 (sessões 4 a 6) muscular que impedem a harmonia respiratória
• pescoço e ombros – reduzir tensão laríngea
– obter voluntariamente a coordenação harmoniosa
– Módulo 3 (sessões 7 a 9) entre a inspiração e a expiração, necessárias à fala
• relaxamento facial

– Módulo 4 (sessões 10 a 12)


• relaxamento da boca

Profa. Bruna Valenzuela 43


PFPF 1 – Aprendendo a ser fluente PFPF 1 – Aprendendo a ser fluente
• Respiração e voz - ESTRATÉGIAS
– Módulo 1 (sessões 1 a 3)  Motricidade oral:
• emissão de um som indo no nível baixo para o alto
– levar o paciente a perceber que possui habilidades
para o controle dos movimentos da fala, que não
– Módulo 2 (sessões 4 a 6) há nenhum movimento articulatório impedido
• aumentar o número de palavras ditas numa expiração
– que perceba voluntariamente o “quão competente
– Módulo 3 (sessões 7 a 9) sua boca é para falar”
• aumentar o número de inspirações e dificultar as palavras

– Módulo 4 (sessões 10 a 12)


• leitura de texto, com ritmo e respeitando a pontuação

PFPF 1 – Aprendendo a ser fluente PFPF 1 – Aprendendo a ser fluente


 Motricidade oral - ESTRATÉGIAS
 Técnica específica:
– Mesma estratégia para todos os módulos
– recursos para reduzir o risco de gaguejar
– Objetivo de facilitar a emissão – envolve o monitoramento e o controle consciente
da fala
– Estratégia:
• garganta – gargarejo
• bochechas – inflar e soltar
• lábios – protrusão/retração e vibração
• língua – dentro/fora e vibração

Profa. Bruna Valenzuela 44


PFPF 1 – Aprendendo a ser fluente PFPF 2 – Vigilantes da fluência
 Técnica específica - ESTRATÉGIAS  É direcionada para que os padrões de fluência
obtidos no PFPF1 sejam mantidos
– Módulo 1 (sessões 1 a 3)
• identificação das características de fala e prática negativa
 Fundamenta-se na estimulação de 4 áreas:
– Módulo 2 (sessões 4 a 6) – fala
• relaxamento e suavização dos movimentos da fala – fluência
– controle
– Módulo 3 (sessões 7 a 9) – telefone
• resistir ao tempo de pressão usando o relaxamento e
suavização dos movimentos da fala
 Duração de 6 a 9 sessões = 3 módulos
– Módulo 4 (sessões 10 a 12)
 Aplicação contínua e diária
• aumentar a flexibilidade pelo uso da disfluência voluntária

PFPF 2 – Vigilantes da fluência PFPF 2 – Vigilantes da fluência


 Fala - ESTRATÉGIAS:
 Fala: – Módulo 1 (sessões 1 e 2)
• redução do número de disfluências por minuto e controle
– praticar a utilização dos recursos que promovam
respiratório
a fluência, tendo como objetivo o aumento da
velocidade, sem que haja déficit respiratório, – Módulo 2 (sessões 3 e 4)
tensão e rupturas gagas. • redução do número de disfluências por 5 minutos e
pausamento da fala

– Módulo 3 (sessões 5 e 6)
• redução do número de disfluências no diálogo e velocidade
de fala

Profa. Bruna Valenzuela 45


PFPF 2 – Vigilantes da fluência PFPF 2 – Vigilantes da fluência
 Fluência - ESTRATÉGIAS:
 Fluência:
– Módulo 1 (sessões 1 e 2)
– visa que o paciente perceba e valorize seu novo • preencher a tabela atribuindo um conceito para disfluência
padrão de fluência, se sentindo responsável e
encorajado para continuar o processo – Módulo 2 (sessões 3 e 4)
• o que ajuda a manter a fluência e como lidar com a fala
antes, durante a após a gagueira

– Módulo 3 (sessões 5 e 6)
• controlando a tensão – relaxe em qualquer situação

PFPF 2 – Vigilantes da fluência PFPF 2 – Vigilantes da fluência


 Controle - ESTRATÉGIAS:
 Controle: – Módulo 1 (sessões 1 e 2)
• pontos a serem lembrados e diário de fala
– levar o paciente a perceber que é mais efetivo • evitar pensamentos negativos
recompensar e premiar a si mesmo pela fluência • tabelinha da mudança
do que punir-se pela gagueira • cartão de identidade da fluência

– preparar práticas de fluência para o dia-a-dia de – Módulo 2 (sessões 3 e 4)


forma agradável e regular • controlar o estresse negativo
– manter uma atitude de calma
– cuidar do seu ambiente
– cuidar do seu conforto e de sua saúde

Profa. Bruna Valenzuela 46


PFPF 2 – Vigilantes da fluência PFPF 2 – Vigilantes da fluência

 Controle - ESTRATÉGIAS:
 Telefone:
– Módulo 3 (sessões 5 e 6)
– reduzir o estresse gerado pela dificuldade com o
• prevenir recaídas
– praticar as técnicas aprendidas todos os dias
uso do telefone
– lista com lembretes do que é importante
– reconhecer que o estresse pode ser contido e
– lista de situações fáceis e difíceis (pontuar o enfrentamento)
gerenciado

PFPF 2 – Vigilantes da fluência


TRATAMENTO DA
 Telefone - ESTRATÉGIAS:
– Módulo 1 (sessões 1 e 2)
GAGUEIRA PARA
• Não há estratégias ADOLESCENTES E
– Módulo 2 (sessões 3 e 4) e Módulo 3 (sessões 5 e 6) ADULTOS
• exercícios de respiração e relaxamento
• simulação de ligação e avaliação Cupello R. Tratamento da gagueira para adolescentes e adultos. In:
• ligação e avaliação Cupello R. Gagueira: uma visão neuropsicológica – Avaliação e
Tratamento. Rio de Janeiro: Revinter; 2007. p.87-140.

(Cupello, 2007 )

Profa. Bruna Valenzuela 47


OBJETIVOS DO TRATAMENTO CONTROLE DE TONICIDADE
 Oposição de contração e relaxamento
 Controle de tonicidade
 Exercícios:
 Controle da respiração
- trabalho separado com membros inferiores e superiores
- dissociação de hemicorpo
 Regulação do ritmo
- dissociação dos membros inferiores e superiores
- (...) com cruzamento de eixo corporal
 Modificação do substrato psicolinguístico
- dissociação dos ombros e pescoço
- ombros lubrificados
 Controle do acento melódico
- visão panorâmica
- manter o controle do tônus durante a emissão vocal

CONTROLE DA RESPIRAÇÃO REGULAÇÃO DO RITMO

 Controle fonorrespiratório adequado  Fala sincronizada com grafismos

 Exercícios:  Exercícios:
- sílabas sem sentido - ritmo silábico de palavras, frases e textos
- contar de 1 a 21 e de 21 a 1 com controle respiratório - gestos no corpo
- exercícios das consoantes fricativas
- emissão de palavras associadas
- emissão de frases que vão sendo aumentadas
- introdução de pausas

Profa. Bruna Valenzuela 48


CONTROLE DO GESTO ARTICULATÓRIO MODIFICAÇÃO DO SUBSTRATO
PSICOLINGUÍSTICO
 Exercícios de flexibilidade, precisão e rapidez com
sequências de diadococinesias orais e obstáculos na  Evocação de palavras espontâneas
boca.
 Exercícios:
- evocação de palavras e frases
 Exercícios: - descrição de imagens de palavras
- diadococinesias orais
- recontagem de reportagens
- série de vogais e consoantes
- trava línguas
- textos lidos com rolha

CONTROLE DO ACENTO MELÓDICO

 Exercícios de ênfase, acentuação, expressividade


e prosódia TRATAMENTO
 Exercícios:
- contraste de leitura NA CRIANÇA
- variação de melodia e inflexão
- diferentes emoções
- textos sem pontuação
- interpretação vocal de peças de teatro

Profa. Bruna Valenzuela 49


TIPOS DE INTERVENÇÕES PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO
VERDE AMARELO VERMELHO
Baixo risco para Risco para gagueira do Alto risco para
INDIRETA gagueira do desenvolvimento gagueira do
desenvolvimento desenvolvimento

Baixa pontuação para Pontuação Alta pontuação para


fatores predisponentes desequilibrada para fatores predisponentes
fatores predisponentes
DIRETA
Probabilidade alta de Probabilidade baixa de Probabilidade grande
recuperação recuperação de apresentar gagueira
espontânea espontânea crônica

PROGRAMA VERDE PROGRAMA VERDE


 Objetivo:
 Conduta:
- sensibilizar a família para o conhecimento dos
- verificar a eficácia do programa após 3 meses
fatores e atitudes positivas e negativas à fluência
 Remissão total: alta
 Programa:
- intervenção indireta  Remissão parcial: nova aplicação
- 3 sessões semanais de sensibilização
- Manual para Conhecer a Gagueira  Manutenção ou piora: Programa Amarelo
- Filmagem da interação criança/família

Profa. Bruna Valenzuela 50


PROGRAMA AMARELO PROGRAMA AMARELO
 Objetivo:  Fase 1 – Experimentar a fluência:
- sensibilizar a criança e a família sobre os - expor a criança à fala suave e lentificada
benefícios da fala suave e lentificada como - cantar uma música, recitar um verso
elemento fundamental para a fluência
 Fase 2 – Estabilizar a fluência:
 Programa: - estabilizar a fala suave e lentificada
- intervenção direta - repetir palavras e frases em atividade lúdica
- 12 sessões semanais: 4 fases
experimentar, estabilizar, dessensibilizar e transferir

PROGRAMA AMARELO PROGRAMA AMARELO


 Fase 3 – Dessensibilização:
 Conduta:
- ensinar a manter o padrão de fala suave na
- verificar a eficácia do programa após 3 meses
presença de fatores externos estressantes
- conversas competitivas, responder e fazer  Remissão total: alta
perguntas (sobre uma história), interromper a criança
 Remissão parcial: nova aplicação
 Fase 4 – Transferindo a fluência:
- usar o novo padrão em situações do cotidiano  Manutenção ou piora: Programa Vermelho I
- completar um cloze de figuras, contar histórias...

Profa. Bruna Valenzuela 51


PROGRAMA VERMELHO PROGRAMA VERMELHO I
Fala fácil x Fala difícil
 Vermelho I:
Fala fácil x Fala difícil  Objetivo:
- sensibilizar a criança e a família de que a fala fácil
 Vermelho II: é relaxada e lenta e a fala difícil é tensa e rápida
Modelamento da fluência
 Programa:
- 12 sessões semanais: 3 fases
 Vermelho III:
identificação, produção e transição
Momento e modificação da gagueira

PROGRAMA VERMELHO I PROGRAMA VERMELHO I


 Fase 1 - Identificação:  Fase 3 - Transição:
- a criança e os pais identificam a fala fácil e difícil - a criança deve aprender a modificar a fala,
em suas falas transformando a ruptura
- ouvir / esperar / não interromper / evitar questões - quando a criança apresenta ruptura, a terapeuta
modela a palavra e a criança repete
 Fase 2 - Produção:
- aumentar a produção de fala fácil e a habilidade
de interação comunicativa
MESMA CONDUTA
- palavras, frase de apoio, histórias

Profa. Bruna Valenzuela 52


PROGRAMA VERMELHO II PROGRAMA VERMELHO II
Modelamento da Fluência
 Fase 1 – Identificar o tipo das rupturas:
 Objetivo:
- identificar as rupturas e suas possíveis causas
- sensibilizar a criança e a família de que as - apontar o que aconteceu na fala e a razão
rupturas de fala podem ser reduzidas
 Fase 2 – Prática negativa:
 Programa: - a criança e os pais devem perceber que a fala
- 12 sessões semanais: 6 fases pode ser modificada pelo relaxamento da tensão
identificar a tipologia; prática negativa; ERA; tempo de - terapeuta modela e pede a repetição
pressão; disfluência voluntária; aumento de flexibilidade - variar a tensão da fala (100% de força, 50% de força e suave)

PROGRAMA VERMELHO II PROGRAMA VERMELHO II


 Fase 3 – ERA-SM: Easy Relaxed Approach – Smooth Moviment  Fase 5 – Disfluência voluntária:
- reduzir a ansiedade, o medo de gaguejar e
- utilizar movimentos de fala mais suaves em todo
acreditar que exista uma fluência perfeita
início de emissão
- incluir disfluências voluntárias em sua fala
- modelar e pedir repetição (manter inflexão)

 Fase 4 – Tempo de pressão:  Fase 6 – Aumento de flexibilidade:


- variar os parâmetros de fala (natural e auto-
- o padrão de fala do interlocutor tem influência
expressiva)
- esperar 2 segundos antes de iniciar qualquer
- variação de velocidade, altura, pausa, inflexão
segmento de fala
MESMA CONDUTA

Profa. Bruna Valenzuela 53


PROGRAMA VERMELHO III PROGRAMA VERMELHO III
Momento e modificação da gagueira
 Fase 1 – Exploração do momento da gagueira:
 Objetivo: - criança e pais devem aprender que as rupturas
- sensibilizar a criança e a família a entender a da fala não podem ser totalmente eliminadas
gagueira e modificar a fala disfluente - identificar a causa da ruptura

 Programa:  Fase 2 – Modificação:


- 12 sessões semanais: 3 fases - introdução da gagueira voluntária
exploração; modificação; convivência com a gagueira - cota numérica para uso das disfluências comuns

PROGRAMA VERMELHO III SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS


CUPELLO, 2007
 Fase 3 – Convivência:
Cupello R. Tratamento da gagueira para crianças até 7 anos. In:
- reduzir os sentimentos negativos aprendendo a Cupello R. Gagueira: uma visão neuropsicológica – Avaliação e
conviver e enfrentar a ridicularização Tratamento. Rio de Janeiro: Revinter; 2007. Capítulo 7. p.141-155.

- dramatização de situações – aceitação.


JAKUBOVICZ e BASBAUM, 2012

Jakubovicz R, Basbaum FT. Tratamento da gagueira na criança. Rio


de Janeiro: Revinter; 2012.
MESMA CONDUTA

No caso de manutenção ou piora, reavaliar o caso

Profa. Bruna Valenzuela 54


RELAXAMENTO RESPIRAÇÃO
 Sopro livre e dirigido
 História do nascimento do pintinho Piu-Piu
 Onomatopéias repetidas
 Andar como boneco de pau / boneco de pano
 Palavras
 Relaxamento da pizza

 Controle fonorrespiratório
 Bocejo
 Pausas
 Relaxamento específico de cabeça, ombros e pescoço
- com crianças maiores

RESPIRAÇÃO RESPIRAÇÃO
Era uma casa / muito engraçada /
Não tinha teto / não tinha nada /
Ninguém podia / entrar nela não /
Porque na casa / não tinha chão /
Ninguém podia / dormir na rede /
Porque na casa / não tinha parede /
Ninguém podia / fazer pipi /
Porque penico / não tinha ali /
Mas era feita / com muito esmero /
Na Rua dos Bobos / número zero. /

Profa. Bruna Valenzuela 55


RESPIRAÇÃO RITMO
 Soprar as palavras  Voz salmodiada

 Versinhos e brincadeiras

 Frases diversas ou com fonemas selecionados

 Grafismo ou batidas

RITMO RITMO
Ana canta e dança na festança.
A lua está brilhando. Macaca sarada vai pra Balada.
O sol está forte. Pata malhada faz palhaçada.
O dia está lindo. A noite está bem fria. A gata da chácara sai pra mata e faz nada.

Ele mente que é demente.


O gerente ausente geme de dor de dente.
O tenente mente e se sente quente

Mimi quis siri de Iriri.


Isis ouviu o zinir dos mosquitos ali.

Loló tem xodó do totó.


Os doces de ovos da Vovó são saborosos.
O bolo de coco é gostoso.

Urubu come chuchu cru.


Úrsula viu um vulto de urubu no muro.

Profa. Bruna Valenzuela 56


ARTICULAÇÃO SUAVIZAÇÃO
 Ressonância
 Diadococinesia

 Nomear figuras com início suave


 Exercícios articulatórios: lábios e língua

 Articulação de vogais

 Flexibilidade de fala bra dra gra... ta da na la ra...


pra pre pri pro pru... fla sla xla...

SUAVIZAÇÃO SUAVIZAÇÃO
 Cancelamento  Falar uma sílaba suave antes da palavra difícil

Profa. Bruna Valenzuela 57


SUAVIZAÇÃO SUAVIZAÇÃO
 Bocejo
 Suavização inicial

CONTROLE CONTROLE
 Pular de voz fraca  Controle da repetição – histórias
para voz forte:

Hoje vou à praia com a mamãe.


Hoje vou à praia com a mamãe.
Hoje vou à praia com a mamãe.

Profa. Bruna Valenzuela 58


INFLEXÕES SITES
 Diferentes www.gagueira.org.br
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REFERÊNCIAS
Andrade CRF. Gagueira infantil: risco, diagnóstico e programas terapêuticos. Barueri-
SP: Pró-fono, 2006.

Andrade CFR. Programa fonoaudiológico de promoção da fluência em adultos gagos:


tratamento e manutenção. In: Limongi SCO. Fonoaudiologia: informação para
formação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003. p.27-53.

Cupello R. Gagueira: uma visão neuropsicológica - avaliação e tratamento. Rio de


Janeiro: Revinter, 2007.

Fraser M. Autoterapia para a gagueira. Barueri-SP: Manole, 2009.

Jakubovicz R. Gagueira. 6a edição revisada e ampliada. Rio de Janeiro: Revinter,


2009.

Jakubovicz R, Basbaum F. Tratamento da gagueira na criança: exercícios práticos


para construir a fluência. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.

Profa. Bruna Valenzuela 59

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