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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA


LICENCIATURA EM ENSINO DE LINGUA PORTUGUESA

Tema: Papel do idoso para o desenvolvimento sócio-cultural em Moçambique,


na obra Terra Sonâmbula, do escritor moçambicano Mia Couto.

Nome de Estudante: Lúcia Alfredo Muere


Código de Estudante: 708216932

Turma: N
Nampula, Setembro de 2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

LICENCIATURA EM ENSINO DE LINGUA PORTUGUESA

Tema: Papel do idoso para o desenvolvimento sócio-cultural em Moçambique, na obra


Terra Sonâmbula, do escritor moçambicano Mia Couto.

Trabalho de caracter avaliativo Recomendado


aos estudantes do Terceiro Ano do Curso de
Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa
, na Disciplina de Literaturas Africanas de
Expressão Portuguesa I (LALPI)

Universidade Católica de Moçambique

Nampula, Setembro de 2023


Índice
1. Introdução ....................................................................................................................................... 4
2. Objectivos ....................................................................................................................................... 4
2.1. O bjectivo geral ................................................................................................................................ 4
2.2. Objectivos específicos ................................................................................................................. 4
3. A vida e obra do escritor Mia Couto ............................................................................................... 5
4. Idosos .............................................................................................................................................. 6
6. Conceito de Idade ............................................................................................................................ 8
7. Características da Pessoa Idosa ....................................................................................................... 9
8. O autoconceito e o idoso ............................................................................................................... 10
9. Perspectiva de outros autores ........................................................................................................ 10
10. Idoso no passado e no presente ................................................................................................. 11
11. Conclusão .................................................................................................................................. 12
12. Referencias bibliográficas ......................................................................................................... 13
1. Introdução

Neste contexto, o maior desafio demográfico enfrentado por Moçambique é, de imediato,


mais aquele que resulta do crescimento da população infantil e adolescente do que o da
população adulta e sobretudo idosa. Por outro lado, para os mais informados sobre o debate e
as transformações associadas ao fenómeno do envelhecimento populacional observado nos
países de economias mais desenvolvidas, deve-se ainda reconhecer que Moçambique está
relativamente longe de atingir tal estágio. Por isso, numa apreciação mais extrema, tentar
levantar a questão do envelhecimento populacional num país como Moçambique parece
paradoxal, pois a mesma se afigura uma preocupação prematura e desnecessariamente
antecipada, fruto da importação gratuita de preocupações intelectuais e políticas exógenas.
Porém, no texto acima referido, Sugahara & Francisco (2011) colocaram o assunto numa
perspectiva diferente da percepção vulgar do senso comum; na verdade, uma perspectiva
proactiva, em vez de reactiva ou mesmo anti-reactiva. Convidaram o leitor a imaginar o quanto
as gerações passadas teriam beneficiado se tivessem tido a possibilidade de contemplar, em
plena consciência e com suficiente tempo, os momentos iniciais de grandes transformações
socioeconómicas e tecnológicas, como foram, por exemplo, a revolução industrial que começou
na segunda parte do Século XVIII; ou as revoluções verdes em várias regiões do mundo, no
Século XX.

2. Objectivos

2.1. O bjectivo geral

 Avaliar os níveis de autoconceito dos idosos em contexto familiar e institucional.

2.2. Objectivos específicos

 Caracterizar a população;

 Descrever os níveis da dimensão identidade dos idosos;

 Descrever os níveis da dimensão satisfação dos idosos;

 Descrever os níveis da dimensão comportamento dos idosos;

 Descrever os níveis da dimensão física do autoconceito dos idosos.

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3. A vida e obra do escritor Mia Couto

Nascido na cidade de Beira (Moçambique) e filho de uma família de portugueses, Mia Couto
é considerado um dos principais autores do continente africano na atualidade.

Sua carreira começou cedo, aos 14 anos, quando publicou seus primeiros poemas em um
jornal local. A partir da independência do país, em 1975, ingressou na actividade jornalística,
chegando a exercer os cargos de diretor da Agência de Informação de Moçambique e de
coordenador da revista semanal Tempo e do jornal Notícias de Maputo.

Em meados da década de 1980, regressou à universidade para se formar em Biologia pela


Universidade Eduardo Mondlane, em seu país natal, especializando-se na área de Ecologia.
Desde então, concilia as actividades de biólogo, professor e escritor.

Sua estreia na literatura ocorreu em 1983, com o livro de poesia Raiz de orvalho. Sua obra é
extensa e diversificada, incluindo poemas, contos, romances e crônicas, e seus livros já foram
traduzidos em diversos idiomas. Seu romance Terra sonâmbula é considerado um dos dez
melhores livros africanos no século XX.

Sua publicação mais recente é A confissão da leoa, lançado em 2012. Admirador da literatura
brasileira, Mia Couto cita entre suas preferências os autores João Guimarães Rosa, Carlos
Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Adélia Prado e Hilda Hilst.

Em 2013, Couto foi agraciado com o Prêmio Camões pelo conjunto da obra. A premiação
foi instituída em 1988 pelos governos do Brasil e de Portugal e é considerada uma das mais
importantes no âmbito da língua portuguesa. No mesmo ano, também recebeu o Prêmio
Literário Internacional Neustadt, concedido pela Universidade de Oklahoma nos Estados
Unidos e pela World Literature Today desde 1969.

A literatura do escritor moçambicano é exaltada não só pela forma como ele descreve e trata
a vida cotidiana em seu país, mas, principalmente, pela inventiva poética da sua escrita, que
mescla o português “culto” com palavras de dialetos da população local. Mia Couto também
demonstra muita preocupação com os problemas do país africano, como, por exemplo, quando
denunciou o crescente número de sequestros em Moçambique no ano passado.

Alguns de seus livros foram adaptados para o cinema, caso de O último voo do flamingo,
Terra sonâmbula e Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra. Na área da Biologia, Mia
Couto dirige uma empresa que faz estudos de impacto ambiental em seu país, concentrando-se

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na gestão de zonas costeiras, além de desenvolver trabalhos de pesquisa sobre mitos, lendas e
crenças que intervêm na gestão tradicional dos recursos humanos.

4. Idosos

Os seres humanos tendem a classificar as pessoas em categorias. De fato, classificamos as


pessoas desde o início da civilização. Por isso, quando alguém atinge 65 anos de idade, ele/ela
é categorizado como um idoso, mesmo que essa pessoa não se reconheça como sendo velha ou
sénior. Isso acontece por razões utilitárias, portanto, é apenas uma construção social em vez de
um estágio biológico definitivo.

Além disso, a idade cronológica indicada pela “velhice” pode variar tanto cultural quanto
historicamente. Infelizmente, há sempre um estigma associado a “pessoas idosas” e “velhice”
e é por isso que diversas culturas em todo o mundo sentem a necessidade de encontrar
eufemismos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo com 60 anos ou
mais. Todavia, para efeito de formulação de políticas públicas, esse limite mínimo pode variar
segundo as condições de cada país. A própria OMS reconhece que, qualquer que seja o limite
mínimo adotado, é importante considerar que a idade cronológica não é um marcador preciso
para as alterações que acompanham o envelhecimento, podendo haver grandes variações quanto
a condições de saúde, nível de participação na sociedade e nível de independência entre as
pessoas idosas, em diferentes contextos.

O estudo do processo de envelhecimento é chamado gerontologia, enquanto o estudo das


doenças que afetam as pessoas idosas é chamado geriatria. Existe, em alguns países, o Estatuto
do Idoso, que garante direitos a essa população que já tem idade avançada.

5. Breves considerações sobre o Envelhecimento

O envelhecimento é um fenómeno universal, encarado com alguma expectativa e apreensão,


pelo Homem. Paradoxalmente a velhice é um fenómeno jovem, suscitando a curiosidade
científica dos investigadores em consequência do mesmo ser uma realidade nos nossos dias.

Uma das aspirações de qualquer sociedade, é o envelhecimento da sua população, uma vez
que estas desenvolvem continuamente esforços para prolongar a vida, mas por outro lado é um
desafio pois há que manter e oferecer condições adequadas aos idosos para que estes possam
ter uma qualidade de vida óptima assim como elevados índices de bem-estar.

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Enquanto processo global, o envelhecimento ainda é mal compreendido apesar das múltiplas
teorias que existem.

As teorias do envelhecimento podem ser agrupadas, segundo Cavanaugh do seguinte modo,


em: teorias das ciências biológicas, teorias das ciências comportamentais (psicológicas) e
teorias das ciências sociais.

As teorias do envelhecimento biológico tentam explicar três bio-componentes:

 a multiplicação de células ao longo do tempo;

 a incapacidade das células se dividirem e/ou renovarem e

 o controlo dos processos fisiológicos por material não celular.

A teoria única, ainda não foi desenvolvida de forma a explicar quer os mecanismos quer as
causas subjacentes ao fenómeno biológico de envelhecer, assim cada uma das teorias é uma
pista para essa mesma explicação. Em suma consideram o envelhecimento como um processo
exclusivamente associado às mudanças físicas ou biológicas.

As teorias psicológicas do envelhecimento tiveram um grande desenvolvimento com o


aparecimento da disciplina de psicogerontologia e Schroots citado por Cavanaugh, refere que
as teorias contemporâneas estão relacionadas com os estudos no âmbito da psicologia do
envelhecimento e integram semelhanças quer dos estudos das diferenças de comportamentos
entre os grupos de idosos quer dos estudos sobre as condições de vida dos mesmos.
Descrevendo algumas mudanças que ocorrem com o tempo e a idade no funcionamento
psicológico das pessoas.

As teorias das ciências sociais têm longa tradição nas ciências sociais e tentam dar resposta
ao que acontece socialmente ao indivíduo à medida que envelhece, havendo duas linhas de
desenvolvimento de teorias: as que se centram na adaptação do indivíduo ao seu próprio
processo de envelhecimento e as que relacionam o sistema social das sociedades com o
envelhecimento dos seus próprios membros.

O envelhecimento, para além de variar de acordo com os estilos de vida, também varia tendo
em conta, os meios científicos e tecnológicos, época e cultura.

A velhice instala-se sem que o ser humano se aperceba uma vez que o envelhecimento é
feito gradualmente e não de uma forma brusca, o que leva Pimentel.

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Tendo em conta os dados do INE, há características particulares deste grupo populacional,
assim, no que concerne às habilitações literárias, a população idosa é a que detém os níveis
mais baixos; a maior parte da população vive com o seu cônjuge, apesar da elevada taxa de
viuvez; a maioria da população está reformada e situa-se na categoria de doméstica e a diferença
entre os dois sexos é grande sendo predominantemente feminina. Daí falar-se com alguma
frequência no envelhecimento feminino.

Quanto ao envelhecimento individual este assenta essencialmente na maior longevidade dos


indivíduos. Este conceito está inerente ao conceito de envelhecimento biológico, requerendo
grande adaptação por parte do indivíduo.

Fernandes, Lima e Viegas citados por Fonseca, caracterizam o envelhecimento como um


conceito referido à forma como a sociedade contextualiza esta fase do ciclo de vida, como uma
construção social inscrita numa dada conjuntura histórica. Como a maior parte dos indivíduos
idosos acaba por envelhecer de forma satisfatória, Schroots, Fernandez-Balesteros e
Rudingen108 consideram ser preferível que o estudo do envelhecimento acentue uma
perspectiva “salutogénica”, focalizada na evolução da competência e capacidade funcional dos
idosos, tendo em atenção as influências sócioeconómicas e ambientais.

Tendo como padrões de envelhecimento:

 O Envelhecimento primário – mudanças intrínsecas irreversíveis;

 O Envelhecimento secundário – refere-se às mudanças causadas pela doença que


estão correlacionadas com a idade mas que podem ser reversíveis ou prevenidas;

 O Envelhecimento terciário – mudanças que siderem de forma precipitada na


velhice” (p.72).

Segundo Birren (1995) citado por Fonseca “o estudo do envelhecimento é rico em dados e
pobre em teorias, uma colecção vasta de informação desarticulada” (p.1).

De acordo com as épocas, as culturas e, consequentemente, os modos de vida e os meios


científicos, médicos e tecnológicos, assim ocorrem modificações na forma de envelhecer.
“Toda a situação de vida parece exercer uma influência muito mais decisiva do que a idade
cronológica” (p.45).

6. Conceito de Idade

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A psicologia parte das várias definições de idade para caracterizar as grandes diferenças
inter-individuais no processo de envelhecimento.

O envelhecimento, como processo, torna arbitrária a definição de uma idade específica a


partir da qual se inicia. A idade é dos índices mais fáceis de determinar, mas por si só não
explica nada, sendo apenas um indicador do tempo da vida, mas não uma variável efectiva da
dinâmica associada às mudanças com a idade.

Quando pensamos em idade pensamos habitualmente no tempo que vivemos desde que
nascemos, e quando nos perguntam a idade que temos, espontaneamente respondemos, aquela
que está registada no nosso bilhete de identidade, isto é, a idade cronológica.

Para Cavanaugh21, Novo82, e Fonseca, a idade cronológica é importante visto tratar-se de


um método simples de organização dos acontecimentos mas insuficiente para a compreensão
do envelhecimento.

A aceitação da idade cronológica como conceito pertinente para a investigação no âmbito


do envelhecimento é questionada por Bernice Neugarten (1994/1996) citada em Novo porque
em termos sociais, a definição de uma idade a partir da qual as pessoas são consideradas velhas,
obedece a políticas de assistência social que, não podendo ser aplicadas a todos, são restringidas
a um grupo delimitado.

7. Características da Pessoa Idosa

É difícil definir a pessoa idosa como alguém pertencente a um grupo diferente dos outros,
com características muito particulares e específicas, pelo que qualquer tentativa de o fazer é
geralmente muito imprecisa.

Convém referir que, pelo facto de não podermos considerar os idosos como uma categoria
homogénea leva-nos a relativizar todas as afirmações que possamos proferir, pois, “… cada
indivíduo idoso tem uma história, uma personalidade e é condicionada por um conjunto de
factores que tornam a sua existência única, ainda que partilhe experiências sociais e outras”
(p.63).

Alguém que tem mais idade do que a maioria das pessoas que a rodeiam, e que tem uma
experiência de vida e uma memória mais longa, alguém que tem consciência de que o tempo
que lhe resta para viver é mais curto do que o que percorreu até então é a forma como Philibert
(1984) citado por Pimentel,94 procura definir uma pessoa idosa.

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Há muito que os 65 anos deixaram de ser um indicador rigoroso para sinalizar o início da
velhice, optando-se por considerar a existência de processos de envelhecimento individuais e
diferenciados de pessoa para pessoa, tendo em conta as trajectórias de vida a que cada um esteve
sujeito.

Na nossa sociedade, não é particularmente fácil estabelecer os limites em que começa e


acaba a terceira idade, pois se a idade da reforma (65 anos) era um marco, artificial, mas seguro
do início da velhice, hoje em dia já não o é.

No entanto, existem aspectos de ordem biológica, psicológica e social, que ocorrem com
maior frequência neste grupo etário, pelo que iremos sumariar alguns deles.

8. O autoconceito e o idoso

Na literatura acerca do autoconceito e da pessoa idosa, dando a perspectiva de outros autores.


Essa perspectiva encontra-se ordenada sequencialmente de forma cronológica tendo em conta
a data da publicação dos artigos. Dos estudos propriamente ditos, optamos por só incluímos os
que tiveram como forma de avaliação do autoconceito a escala de autoconceito de Tennessee e
como alvo a população idosa. Por último e com base na revisão da literatura surgiu o modelo
de análise preconizado para este estudo assim como os objectivos e respectivas hipóteses.

9. Perspectiva de outros autores

Kate Charmaz, em 1983, ao estudar o impacto da doença crónica no indivíduo concluiu que
estes têm medo, pois a doença crónica normalmente leva a diferentes níveis de dependência
requerendo mais apoio por parte de terceiros, o que tem como consequência uma auto imagem
negativa da própria pessoa. A doença provoca uma alteração da identidade que o indivíduo
possuía acerca de si, este adopta uma nova, a de indivíduo doente. Posteriormente esta é
interiorizada no seu autoconceito, o que leva o indivíduo a agir em conformidade com a sua
nova identidade.

O desenvolvimento, por Markus e Nurius em 1986, do modelo dos possíveis selves,


(componente do autoconceito que condicionam o working self-concept que é o que se encontra
correntemente activo na memória), é importante na compreensão do envelhecimento face aos
estereótipos negativos. Estes reportam que os idosos investem cognitiva e emocionalmente nos
seus futuros selves. Como um dos efeitos do idadismo e dos estereótipos negativos é a opressão
do verdadeiro self, este modelo faz com que o idoso, para ser socialmente aceite, tenha algumas
vezes de se comportar de uma forma contrária à que desejaria.
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Baltes e Baltes6 (1990) sugerem que o autoconceito tem um papel fundamental no
envelhecimento bem sucedido, na medida em que uma atitude positiva para com o self, pode
traduzir-se em níveis elevados de auto-estima, (componente central no envelhecimento), que
pode ser facilmente mantida se o indivíduo tiver muitos selves a que possa recorrer de modo a
fazer face às perdas características nesta face da vida. Assim, a alteração que existe no self ideal
na 3ª idade ajuda a explicar porque os idosos referem elevados níveis de satisfação, felicidade
e de bem-estar, apesar de circunstancias de vida piores do que os adultos mais jovens. O declínio
do self ideal pode também explicar em parte a compensação que teoricamente existe com a
optimização selectiva na 3ª idade.

Markus e Herzog73 (1991) concordam que se o autoconceito tem um papel importante na


vida das pessoas idosas, dando sentido, guiando as suas experiências sendo, no entanto, possível
que os acontecimentos de vida alterem a estrutura e conteúdo do próprio autoconceito. As
autoras, baseadas nos trabalhos de Neugarten (1968) e Perlmutter (1988), assumiram que os
adultos mais velhos, pelo facto de terem um autoconceito mais complexo também têm
esquemas mais complexos do que os adultos mais novos. Evidenciam que os idosos têm um
autoconceito mais forte e delineado, sendo este uma estrutura bem integrada na personalidade
destes.

10. Idoso no passado e no presente

Tempos antigos. Embora algumas pessoas fortes e saudáveis chegassem aos 70 anos de
idade, a maioria das pessoas morriam antes dos 50 anos. Aqueles que viveram na década de 40
foram tratados com respeito, mas os idosos mais fracos eram considerados um fardo, ignorados
e até mortos.

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11. Conclusão

A Velhice (Beauvoir 1990), publicado no final dos anos 1970, Simone de Beauvoir buscava
quebrar o que chamou de “conspiração do silêncio” que pairava sobre o tema.

Passados mais de 40 anos desde a primeira publicação de “A Velhice”, Moçambique depara-


se com um processo de envelhecimento populacional “lento”, num contexto em que certamente
se questionaria o processo descrito por Beauvoir. Por outro lado, os idosos moçambicanos
deparam-se com barreiras semelhantes às descritas pela autora, a mesma conspiração do
silêncio, eventual- às descritas pela autora, a mesma conspiração do silêncio, eventual s
descritas pela autora, a mesma conspiração do silêncio, eventualmente com uma origem
diversa.

Este artigo é, portanto, uma clara tentativa de romper com esta conspiração. Ao trazer o tema
do envelhecimento esperamos ressaltar a importância, os riscos e, principalmente, as
oportunidades advindas das transformações impostas pelos fenómenos demográficos.
Principalmente se tivermos em conta o momento em que estamos, onde ainda temos o privilégio
de pensar e preparar-nos, com tempo, para as consequências que elas trarão.

O tema do envelhecimento populacional em Moçambique enfrenta, portanto, desafios tanto


na esfera conceptual e analítica, quanto na definição e reflexão de políticas públicas nos três
níveis de organização territorial: central, provincial e distrital. Lembra-se ainda a fundamental
necessidade de estabelecer metas para diferentes horizontes temporais: curto, médio e longo
prazos.

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12. Referencias bibliográficas

ADACHI, JD. et al. Intermitent etidronate therapy to prevent corticosteroid-induced


osteoporosis. N Engl J Med 1997;337:328-37.

Baltes, M., Wahal, H. & Reichert, M. (1991). Successful aging in Long-Term Care Institutions.
In K.W. Schaide & M.P.Lawton (Eds), Annual Review of Gerontology and Geriatrics, vol.11,
(pp. 311-337). New York. Springer.

BONE HG, et al. Alendronate and estrogen effects in postmenopausal women with low bone
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Edition, USA. American Psychological Association, British Library.

George, L. (2000). Well-being and sense of self: What we know and what we need to know In
Shaide & Hendricks (Eds.) The Evolution of the Aging self: The Societal.

Hattie, J. (1992). Self-Concept. Hillsdale. New Jersey. Lawrence Erlbaum Associates.

Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e


Estratégicas, Área Técnica de Saúde da Mulher. Manual do Climatério. Brasília, 2006 (No
Prelo).

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mia_Couto

Entrevista para a Revista de História, publicada em fevereiro de 2014 http://is.gd/Couto1.

1ª edição 1992 / Edição brasileira – Companhia das Letras, 2007

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