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Turma: N
Nampula, Setembro de 2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
2. Objectivos
Caracterizar a população;
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3. A vida e obra do escritor Mia Couto
Nascido na cidade de Beira (Moçambique) e filho de uma família de portugueses, Mia Couto
é considerado um dos principais autores do continente africano na atualidade.
Sua carreira começou cedo, aos 14 anos, quando publicou seus primeiros poemas em um
jornal local. A partir da independência do país, em 1975, ingressou na actividade jornalística,
chegando a exercer os cargos de diretor da Agência de Informação de Moçambique e de
coordenador da revista semanal Tempo e do jornal Notícias de Maputo.
Sua estreia na literatura ocorreu em 1983, com o livro de poesia Raiz de orvalho. Sua obra é
extensa e diversificada, incluindo poemas, contos, romances e crônicas, e seus livros já foram
traduzidos em diversos idiomas. Seu romance Terra sonâmbula é considerado um dos dez
melhores livros africanos no século XX.
Sua publicação mais recente é A confissão da leoa, lançado em 2012. Admirador da literatura
brasileira, Mia Couto cita entre suas preferências os autores João Guimarães Rosa, Carlos
Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Adélia Prado e Hilda Hilst.
Em 2013, Couto foi agraciado com o Prêmio Camões pelo conjunto da obra. A premiação
foi instituída em 1988 pelos governos do Brasil e de Portugal e é considerada uma das mais
importantes no âmbito da língua portuguesa. No mesmo ano, também recebeu o Prêmio
Literário Internacional Neustadt, concedido pela Universidade de Oklahoma nos Estados
Unidos e pela World Literature Today desde 1969.
A literatura do escritor moçambicano é exaltada não só pela forma como ele descreve e trata
a vida cotidiana em seu país, mas, principalmente, pela inventiva poética da sua escrita, que
mescla o português “culto” com palavras de dialetos da população local. Mia Couto também
demonstra muita preocupação com os problemas do país africano, como, por exemplo, quando
denunciou o crescente número de sequestros em Moçambique no ano passado.
Alguns de seus livros foram adaptados para o cinema, caso de O último voo do flamingo,
Terra sonâmbula e Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra. Na área da Biologia, Mia
Couto dirige uma empresa que faz estudos de impacto ambiental em seu país, concentrando-se
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na gestão de zonas costeiras, além de desenvolver trabalhos de pesquisa sobre mitos, lendas e
crenças que intervêm na gestão tradicional dos recursos humanos.
4. Idosos
Além disso, a idade cronológica indicada pela “velhice” pode variar tanto cultural quanto
historicamente. Infelizmente, há sempre um estigma associado a “pessoas idosas” e “velhice”
e é por isso que diversas culturas em todo o mundo sentem a necessidade de encontrar
eufemismos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo com 60 anos ou
mais. Todavia, para efeito de formulação de políticas públicas, esse limite mínimo pode variar
segundo as condições de cada país. A própria OMS reconhece que, qualquer que seja o limite
mínimo adotado, é importante considerar que a idade cronológica não é um marcador preciso
para as alterações que acompanham o envelhecimento, podendo haver grandes variações quanto
a condições de saúde, nível de participação na sociedade e nível de independência entre as
pessoas idosas, em diferentes contextos.
Uma das aspirações de qualquer sociedade, é o envelhecimento da sua população, uma vez
que estas desenvolvem continuamente esforços para prolongar a vida, mas por outro lado é um
desafio pois há que manter e oferecer condições adequadas aos idosos para que estes possam
ter uma qualidade de vida óptima assim como elevados índices de bem-estar.
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Enquanto processo global, o envelhecimento ainda é mal compreendido apesar das múltiplas
teorias que existem.
A teoria única, ainda não foi desenvolvida de forma a explicar quer os mecanismos quer as
causas subjacentes ao fenómeno biológico de envelhecer, assim cada uma das teorias é uma
pista para essa mesma explicação. Em suma consideram o envelhecimento como um processo
exclusivamente associado às mudanças físicas ou biológicas.
As teorias das ciências sociais têm longa tradição nas ciências sociais e tentam dar resposta
ao que acontece socialmente ao indivíduo à medida que envelhece, havendo duas linhas de
desenvolvimento de teorias: as que se centram na adaptação do indivíduo ao seu próprio
processo de envelhecimento e as que relacionam o sistema social das sociedades com o
envelhecimento dos seus próprios membros.
O envelhecimento, para além de variar de acordo com os estilos de vida, também varia tendo
em conta, os meios científicos e tecnológicos, época e cultura.
A velhice instala-se sem que o ser humano se aperceba uma vez que o envelhecimento é
feito gradualmente e não de uma forma brusca, o que leva Pimentel.
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Tendo em conta os dados do INE, há características particulares deste grupo populacional,
assim, no que concerne às habilitações literárias, a população idosa é a que detém os níveis
mais baixos; a maior parte da população vive com o seu cônjuge, apesar da elevada taxa de
viuvez; a maioria da população está reformada e situa-se na categoria de doméstica e a diferença
entre os dois sexos é grande sendo predominantemente feminina. Daí falar-se com alguma
frequência no envelhecimento feminino.
Segundo Birren (1995) citado por Fonseca “o estudo do envelhecimento é rico em dados e
pobre em teorias, uma colecção vasta de informação desarticulada” (p.1).
6. Conceito de Idade
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A psicologia parte das várias definições de idade para caracterizar as grandes diferenças
inter-individuais no processo de envelhecimento.
Quando pensamos em idade pensamos habitualmente no tempo que vivemos desde que
nascemos, e quando nos perguntam a idade que temos, espontaneamente respondemos, aquela
que está registada no nosso bilhete de identidade, isto é, a idade cronológica.
É difícil definir a pessoa idosa como alguém pertencente a um grupo diferente dos outros,
com características muito particulares e específicas, pelo que qualquer tentativa de o fazer é
geralmente muito imprecisa.
Convém referir que, pelo facto de não podermos considerar os idosos como uma categoria
homogénea leva-nos a relativizar todas as afirmações que possamos proferir, pois, “… cada
indivíduo idoso tem uma história, uma personalidade e é condicionada por um conjunto de
factores que tornam a sua existência única, ainda que partilhe experiências sociais e outras”
(p.63).
Alguém que tem mais idade do que a maioria das pessoas que a rodeiam, e que tem uma
experiência de vida e uma memória mais longa, alguém que tem consciência de que o tempo
que lhe resta para viver é mais curto do que o que percorreu até então é a forma como Philibert
(1984) citado por Pimentel,94 procura definir uma pessoa idosa.
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Há muito que os 65 anos deixaram de ser um indicador rigoroso para sinalizar o início da
velhice, optando-se por considerar a existência de processos de envelhecimento individuais e
diferenciados de pessoa para pessoa, tendo em conta as trajectórias de vida a que cada um esteve
sujeito.
No entanto, existem aspectos de ordem biológica, psicológica e social, que ocorrem com
maior frequência neste grupo etário, pelo que iremos sumariar alguns deles.
8. O autoconceito e o idoso
Kate Charmaz, em 1983, ao estudar o impacto da doença crónica no indivíduo concluiu que
estes têm medo, pois a doença crónica normalmente leva a diferentes níveis de dependência
requerendo mais apoio por parte de terceiros, o que tem como consequência uma auto imagem
negativa da própria pessoa. A doença provoca uma alteração da identidade que o indivíduo
possuía acerca de si, este adopta uma nova, a de indivíduo doente. Posteriormente esta é
interiorizada no seu autoconceito, o que leva o indivíduo a agir em conformidade com a sua
nova identidade.
Tempos antigos. Embora algumas pessoas fortes e saudáveis chegassem aos 70 anos de
idade, a maioria das pessoas morriam antes dos 50 anos. Aqueles que viveram na década de 40
foram tratados com respeito, mas os idosos mais fracos eram considerados um fardo, ignorados
e até mortos.
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11. Conclusão
A Velhice (Beauvoir 1990), publicado no final dos anos 1970, Simone de Beauvoir buscava
quebrar o que chamou de “conspiração do silêncio” que pairava sobre o tema.
Este artigo é, portanto, uma clara tentativa de romper com esta conspiração. Ao trazer o tema
do envelhecimento esperamos ressaltar a importância, os riscos e, principalmente, as
oportunidades advindas das transformações impostas pelos fenómenos demográficos.
Principalmente se tivermos em conta o momento em que estamos, onde ainda temos o privilégio
de pensar e preparar-nos, com tempo, para as consequências que elas trarão.
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12. Referencias bibliográficas
Baltes, M., Wahal, H. & Reichert, M. (1991). Successful aging in Long-Term Care Institutions.
In K.W. Schaide & M.P.Lawton (Eds), Annual Review of Gerontology and Geriatrics, vol.11,
(pp. 311-337). New York. Springer.
BONE HG, et al. Alendronate and estrogen effects in postmenopausal women with low bone
mineral density. J Clin Endocrinol Metab 2000; 85:720.
Byrne, B. (1996). Measuring Self-concept Across Life Span: Issues and Instrumentation – 2nd
Edition, USA. American Psychological Association, British Library.
George, L. (2000). Well-being and sense of self: What we know and what we need to know In
Shaide & Hendricks (Eds.) The Evolution of the Aging self: The Societal.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mia_Couto
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