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Vítor Rosa

Doutorando em Sociologia,
Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, ISCTE

A CREDENCIALIZAÇÃO DOS TREINADORES/INSTRUTORES


DE KARATÉ EM PORTUGAL

Na opinião de Curado (1991, 2002), a actividade de treinador revela-se


particularmente complexa e é dificilmente imaginável vê-la desempenhada por homens
ou mulheres com uma formação deficiente. Ou seja, hoje em dia pede-se ao treinador
que assuma a sua função socio-desportiva, face a um triplo compromisso: i)
actualização permanente; ii) formação integral dos atletas; iii) desempenho de um papel
activo no desenvolvimento da sua modalidade e do desporto em geral.
O conhecimento evolui. As modalidades todos os anos recebem o impacto de
alterações técnicas, tácticas, condicionais, volitivas, etc., introduzidas pelo estudo e
investigação dos especialistas, tornando-se essencial que a estrutura nacional de
formação de treinadores apresente respostas adequadas no âmbito da necessária
actualização dos treinadores e estes tenham consciência de que o seu desempenho
depende da auto-preparação e da abertura que revelem à actualização constante dos seus
conhecimentos.
Segundo Constantino (1992), a formação de treinadores a ser desenvolvida entre
nós não pode ser entendida como uma peça separada de uma política integrada de
desenvolvimento desportivo e deve possuir um mínimo de unidade, harmonia e
coerência com os objectivos previamente definidos. Assim sendo, quais são as
necessidades de formação no âmbito das práticas desportivas que passaram a designar-
se pela etiqueta de «artes marciais e desportos de combate»? Quais os objectivos a
atingir? Qual é o papel dos formadores? São portadores de uma ideologia ou cultura
com respeito ao desporto? Quais os efeitos sociológicos da formação ministrada? Que
tipo de competências sociais, motrizes, intelectuais e afectivas são contempladas no
processo formativo?
Estas e outras questões, que temos o direito de alvitrar, mesmo quando
cientificamente seja difícil de responder, estão por esclarecer. A presente comunicação

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tem por objectivo apresentar algumas respostas, de um ponto de vista sociológico, sobre
a credencialização dos treinadores/instrutores de karaté em Portugal.

Palavras-chave: Sociologia do Desporto (Artes Marciais e Desportos de Combate);


Formação; Aprendizagem

Referências bibliográficas:
Constantino, José Manuel (1992), Desporto Português: As Soluções Adiadas, Lisboa:
Livros Horizonte, Col. Cultura Física.
Curado, José (1991), Planeamento do Treino e Preparação do Treinador, Colecção:
Desporto e Tempos Livros, n.º 2, Lisboa: Editorial Caminho.
Curado, José (2002), Organização do Treino nos Desportos Colectivos. Pontos de
partida, Colecção: Desporto e Tempos Livros, n.º 29, Lisboa: Editorial Caminho.

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