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O R I E N TA D O R A : R O N I S E N A S C I M E N T O D E A L M E I DA
1ª EDIÇÃO
ARACAJU, 2019
A DIFERENÇA ESTÁ NO OLHAR
GUIA PARA REFLEXÕES DE EXPERIÊNCIAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS
Apresentação..................................................................... 6
Referências...................................................................... 35
Apresentação
• há os que são mais agitados, bem como os A necessidade de uma pessoa está para além dos
mais tranquilos; rótulos. Ou seja, podemos ter dois estudantes com
uma limitação física, por exemplo, mas cada um tra-
• há os que já foram alfabetizados e os ainda zer bagagens e demandas diferentes. Nesse caso fica
não alfabetizados. evidente que a condição humana de pessoas diferen-
tes, mesmo que com aparência semelhante, implica
em estratégias diferentes. Muitas vezes o medo do
desconhecido é sentido como ameaçador e perigoso,
A decisão de escolher um recurso é bilateral, deve por isso, geralmente, é alimentado por preconcei-
auxiliar ao aluno e ao professor. Essa decisão pode tos (conceitos antecipados) que, nem sempre, refle-
ser totalmente diferente em se tratando de dois
alunos com a mesma deficiência, ou seja, para um
tem a realidade vivenciada. A segurança não vem
a decisão sobre a ajuda técnica pode recair sobre somente em conhecer os rótulos e diagnósticos, mas
o ato de escrever e para outro, a importância pode sim em conhecer para quem estou ensinando, tro-
focalizar o ato de ler. (BRASIL, 2002, p. 3). cando informações e tentando produzir sentido no
que estou abordando, para além dos rótulos.
A disponibilidade para conhecer, conversar e dia-
Podemos verificar que, por exemplo, os alu- logar sobre as habilidades, dificuldades, estratégias
nos surdos, não são todos iguais. Nem têm já vivenciadas, percurso acadêmico anterior e pers-
as mesmas necessidades educacionais. Da pectivas com o atual lugar que o estudante ocupa
mesma forma, os alunos cegos, os que têm no mundo apresenta-se como uma possibilidade
baixa visão, os alunos com deficiência men- potente de mediar o processo ensino-aprendizagem.
tal, os que têm altas habilidades, os com Essa perspectiva inclui, muitas vezes, interlocução
deficiência física, etc. Há necessidades que do professor e/ou estudante com a equipe multidis-
são mais comuns em pessoas que têm algum ciplinar, com familiares, com professores e equipe
tipo de deficiência, mas que não são restritas da escola que já estudou etc.
a esses alunos. (ARANHA, 2005, p.14).
http://aem.cast.org/
Talvez utopia maior seja partir do pressuposto de de materialização de uma educação inclusiva, não
um aluno padrão ideal, que apresente as mesmas se limitam a elas, mas representam a superação de
necessidades de aprendizagem, que possua o mesmo posturas discriminatórias direcionadas a quaisquer
percurso acadêmico, que se encaixa na minha forma grupos em razão de suas diferenças, quer sejam elas
de ver o mundo, que comunga da minha religião, de qualquer natureza física, intelectual, socioeconô-
que goste das mesmas coisas, que possua a mesma mica etc.
condição de saúde, que responda às indagações
com resposta-padrão, que tenha boas notas fruto da
quantificação de respostas-padrão.