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Livro Pre e Pos Operatorio de Cirurgia Plastica
Livro Pre e Pos Operatorio de Cirurgia Plastica
de Cirurgia Plástica
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos
Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis
Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Impresso por: CDD - 22 ed. 617.95 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Diretoria de Design Educacional
ISBN 978-65-5615-345-2
Equipe Produção de Materiais
Reitor
Wilson de Matos Silva
MINHA HISTÓRIA
MEU CURRÍCULO
EU INDICO: enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a
discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor.
1 13 2 39
3 57 4 75
INICIAIS
PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA PLÁSTICA
Olá, aluno (a), que alegria receber você para mais uma disciplina, e em nosso caso, para a disciplina de
Pré e Pós-Operatório. Assim que iniciei minha carreira na estética, tive o prazer de trabalhar, diretamen-
te, com um cirurgião plástico, e me apaixonei por esta área. Da mesma forma, espero passar não só o
conhecimento, mas toda a minha gratidão pela área e fazer com que você se apaixone também.
Vamos iniciar nossa viagem?
Imagine você trabalhando com o atendimento estético de Cirurgias Plásticas Estéticas. Você realiza abor-
dagens terapêuticas desde o período pré-operatório até a alta final do paciente, você realiza até a abor-
dagem imediata, ainda no ambiente hospitalar.
Você acaba de receber em seu consultório a seguinte paciente:
“A.L.R.N.B, 21 anos, previamente, hígida, submeteu-se à cirurgia estética nasal e lipoescultura em dorso,
flanco e abdômen, com injeção de gordura em região glútea, há cinco dias. A técnica úmida foi a utiliza-
da na lipoescultura, sendo retirados, aproximadamente, cinco litros de gordura, e reinjetado cerca de
um litro (após lavagem com solução fisiológica), em região glútea. No dia da avaliação estética, ela havia
acabado de passar por seu cirurgião plástico, que realizou a revisão da cirurgia, as retiradas de suturas
e deu liberação para procedimentos estéticos, como a drenagem linfática. Não apresentava equimoses
ou quaisquer alterações ao exame físico”.
Quais procedimentos você faria nesta paciente? Qual é o período do pós-operatório em que a paciente se
encontra? É importante questionar sobre a execução de procedimentos estéticos pré-cirúrgicos? Existe
alguma orientação domiciliar importante neste período? Você se sente habilitado (a) para atender esta
paciente, sem dúvidas, receios ou incertezas?
Talvez, você diga que sim. E isto é ótimo! Então, trabalharemos juntos (as) para aprimorar ainda mais seus
conhecimentos e suas habilidades. Agora, se, porventura, respondeu que não, não tenha vergonha nem
medo. Você está aqui, justamente, para isso: apreender, aprimorar-se e se habilitar, e me sinto honrada
de acompanhar você neste caminho.
A primeira coisa importante que precisamos salientar é a demanda por procedimentos estéticos invasivos,
como as cirurgias plásticas estéticas. A procura por procedimentos que melhorem e corrijam defeitos ou
imperfeições estéticas tem aumentado, progressivamente, devido, principalmente, às novas técnicas cirúr-
gicas e maior aceitação social. Entre os procedimentos mais realizados no Brasil estão as cirurgias de ma-
mas (aumento ou redução), a lipoaspiração, a abdominoplastia e as cirurgias faciais de rejuvenescimento.
Portanto, os profissionais envolvidos durante todo o processo de atendimento, recepção, avaliação, procedi-
mento e alta, devem ter o conhecimento teórico e prático de todos os fatores fisiológicos que ocorrem frente
a um procedimento invasivo. É de suma importância que eles trabalhem em equipe e que a abordagem
estética seja reconhecida como necessária tanto quanto as abordagens médicas, ou seja, você tem tanta
responsabilidade quanto o próprio cirurgião. Portanto, estude, aprenda e se especialize. Busque sempre mais.
PROVOCAÇÕES
INICIAIS
PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA PLÁSTICA
Para que ocorra o sucesso dos procedimentos cirúrgicos, o médico cirurgião plástico deve entender qual
é a melhor técnica e qual é a melhor forma de agir em cada indivíduo, sempre buscando a harmonização
facial e corporal, pois a forma que ele escolher para realizar a abordagem pode acarretar diversas con-
sequências. Já o profissional da estética, ou seja, você, deve direcionar seu conhecimento e seu foco de
ação para as técnicas e os recursos utilizados durante as abordagens pré e pós-operatórias, e é de sua
responsabilidade escolher quais recursos elétricos utilizar, qual técnica manual utilizar, qual ativo cos-
mético associar para que auxilie este tecido traumatizado ou este organismo em desequilíbrio biológico
a encontrar os melhores meios para cicatrização e reabilitação.
A avaliação pré-operatória e a abordagem estética pré-operatória são a chave para a realização de um
procedimento cirúrgico seguro, e isso inclui o conhecimento anatomofisiológico minucioso bem como a
decisão sobre a técnica mais adequada para cada paciente. E não menos importante, vem a abordagem
pós-operatória, que, quando realizada de forma precisa e segura, garante o sucesso do resultado tanto
para o paciente quanto para os profissionais envolvidos.
Se eu pedisse para você fazer uma receita bem saborosa e gostosa, quais passos você realizaria? Pro-
vavelmente, separaria os ingredientes, os utensílios, a forma entre outros e, depois desta preparação
prévia, realizaria a receita, colocando-a no fogo ou no forno.
Ok! Mas nós sabemos que, quando queremos fazer algo saboroso, com carinho e capricho, não ficamos
somente na receita, pois escolhemos um prato bonito, arrumamos uma mesa acolhedora para encantar
os olhos também. E, talvez, o processo não acabe aqui, também, você queira escolher uma bebida para
harmonizar, uma música ambiente.
Conseguiu se enxergar nesta situação?
Quando trabalhamos com a área de Pré e Pós-operatório, também, temos estas etapas de preparação:
existe a abordagem pré-operatória que preparará o paciente, o cuidador e o organismo para o procedi-
mento cirúrgico em si; depois temos a etapa do pós-operatório, imediata, intermediária e a tardia, e para
cada fase existe um recurso, uma técnica mais indicada, e isto precisa ser respeitado. Existem as etapas
das medicações, das placas cirúrgicas, das malhas compressivas etc. É um misto de coisas a serem feitas,
cada qual em seu tempo, para que o sucesso final seja alcançado. Assim como alcançamos a arte de servir
algo saboroso, com carinho e lindo aos olhos.
PROVOCAÇÕES
INICIAIS
PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA PLÁSTICA
No sentido de fazer com que você relembre todas as técnicas, os recursos e os procedimentos estéticos
que você já domina e os alinhar à abordagem estética pré e pós-operatória, convido você, neste momen-
to, a utilizar o espaço do Diário de Bordo a seguir e listar todos os procedimentos estéticos que você já
realiza ou domina. Depois que você fizer isso, pegará uma caneta marca texto ou uma caneta normal de
outra cor que você já utilizou, inicialmente, e sublinhará, entre todas as técnicas que já faz, quais delas
usaria na abordagem estética pré e pós-operatória.
Não tenha medo de errar, faça o exercício, tire todas as técnicas de que você tem conhecimento e, depois,
sublinhe só as que acha que podem ser usadas.
A cirurgia é o ramo da medicina especializada no tratamento de deformidades, lesões ou doenças exter-
nas ou internas, realizadas por meio de cirurgias e, também, no tratamento de imperfeições estéticas. No
contexto das possibilidades cirúrgicas desta área, encontra-se a cirurgia plástica, que tem por finalidade
a reconstituição artificial de uma parte do corpo ou face. Este procedimento é dividido em cirurgia repa-
radora e estética, tendo a primeira a finalidade de recuperar a função e restaurar a forma ocasionada
por uma enfermidade, um traumatismo ou um defeito congênito; e a segunda corrigir queixas estéticas.
Atualmente, o Brasil apresenta-se como um dos campeões mundiais em números de cirurgias estéticas, e
são realizadas, por ano, mais de 600.000 cirurgias plásticas, entre elas, 59%, exclusivamente, estéticas, de
acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Isto coloca o Brasil como uma referência quanto
ao assunto cirurgia estética.
A busca por procedimentos cirúrgicos vem aumentando, no geral, no público masculino, de forma cres-
cente, a cada ano, no entanto ainda é o sexo feminino que compõe quase a totalidade dos números de
cirurgias, e os procedimentos mais procurados abrangem lipoaspiração, prótese e redução mamária,
plástica de abdômen e rejuvenescimento da face. A atuação do esteticista é complementar a cirurgia
plástica conforme orientações dadas pelo cirurgião, buscando oferecer apoio e orientação para o/a pa-
ciente, usando técnicas e recursos estéticos e da cosmética para acelerar este processo de recuperação.
Você se sente preparado para atender a esta demanda, atender este público alvo da área da estética? É
justamente para o/a auxiliar na construção deste conhecimento teórico prático que estou aqui. E, ao final
desta disciplina, tenho a certeza de que você se sentirá mais seguro/a e preparado/a para se aventurar
na abordagem estética de cirurgias plásticas.
PROVOCAÇÕES
INICIAIS
PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA PLÁSTICA
Já sei que você realizou a reflexão anterior e sublinhou, ou circulou, as técnicas que você já realiza em seu
dia a dia, portanto, depois se mexer nas caixas do conhecimento, acredito que você terá mais condições
de responder nosso caso clínico inicial desta conversa.
Para relembrar, era sobre a A.L.R.N.B, 21 anos, previamente hígida, que se submeteu à cirurgia estética
nasal e à lipoescultura em dorso, flanco e abdômen, com injeção de gordura em região glútea, há cinco
dias. Liste cinco procedimentos indicados para esta cliente, no momento em que ela se encontra, no
pós-operatório:
1.
2.
3.
4.
5.
Preparado (a) para estudar sobre a abordagem estética nos períodos pré e pós-operatório de cirurgias
plásticas estéticas?
1 Cirurgias Plásticas
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura
OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM
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UNIDADE 1
DIÁRIO DE BORDO
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O campo de trabalho em pré e pós-operatório em cirurgias plásticas na área da estética vem crescen-
do e evoluindo muito. Nos últimos tempos, estamos experimentando inovações tecnológicas desde a
realização da técnica cirúrgica até o atendimento ambulatorial estético dos indivíduos submetidos a
cirurgias nesta área (SBCP, [2020]; MOHABIR, 2018).
Diante deste crescimento, há uma demanda de mercado, e me atrevo dizer que esta necessidade é
imediata, ou seja, os profissionais da área da estética que gostam ou querem trabalhar e se dedicar a esta
área de trabalho precisam se aperfeiçoar, atualizar-se, estudar e aprimorar suas técnicas terapêuticas para
que, desta forma, possam acompanhar as inovações das cirurgias plásticas (BORGES, 2015; MANG, 2010).
Quer um exemplo prático: até anos atrás, só tínhamos um procedimento cirúrgico estético capaz
de reduzir gordura abdominal e desenhar a musculatura abdominal que era a abdominoplastia. Hoje,
temos a técnica de lipoaspiração 3D e 4D, que visa à retirada de gordura localizada de forma que dese-
nhe o contorno muscular, sem necessidade de retirar tecido epitelial (BORGES, 2015; MANG, 2010).
Pensando no caso proposto neste ciclo, poderíamos, facilmente, listar várias técnicas cirúrgicas que
poderiam ser utilizadas para esta paciente, felizmente, este trabalho de escolha é do cirurgião plástico, que
possui a responsabilidade de avaliar e determinar qual técnica cirúrgica utilizará para garantir um corpo
harmônico e saudável de acordo com os desejos futuros da paciente (SBCP, [2020]; MOHABIR, 2018).
Dessa forma, você pode estar pensando, então, por que preciso saber sobre cirurgia, técnicas
cirúrgicas e indicações? Porque você tem responsabilidade em atender esta paciente antes e depois
do procedimento, e a escolha do cirurgião implicará a escolha de seus protocolos, bem como os re-
cursos utilizados poderão intervir nos resultados do cirurgião. O trabalho deve ser em equipe. Você
passará a maior parte do tempo com esta paciente, portanto, tem a responsabilidade da qualidade
de informações que dirá a ele(a), tem responsabilidade no empoderamento de seu(sua) cliente, tem
responsabilidade na manutenção da tranquilidade e calma de seu(sua) cliente, e isso exige muita
responsabilidade (BORGES, 2015; GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Costumo dizer aos alunos, e agora tenho enorme prazer de dizer a você, que trabalha com a área
voltada às cirurgias plásticas estéticas, que este é um dos campos de atuação de maior reconhecimento
profissional, e a área em que visualizamos o poder de nossas mãos e técnicas. Neste âmbito, você tem
a oportunidade de ver a reabilitação de um organismo, tem a oportunidade de reabilitar o sistema
linfático, tem a oportunidade de visualizar a cicatrização tecidual e o restabelecimento da saúde e da
autoestima de um indivíduo (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Para adentrarmos o conteúdo das cirurgias estéticas, espero ter esclarecido o quão importante é
seu papel neste processo e que é maravilhoso poder trabalhar este conteúdo com você. Primeiramente,
desenvolveremos o conceito de cirurgia, palavra que vem do grego “cheirourgikē” e do latim chirur-
giae, também chamada de procedimento cirúrgico médico. São procedimentos nos quais o cirurgião
realiza uma intervenção manual ou instrumental no corpo do paciente para diagnosticar, tratar ou
curar doenças ou traumatismo, ou para melhorar a funcionalidade ou a aparência de parte do corpo
(SBCP, [2020]; MOHABIR, 2018; REZENDE, 2009).
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UNIDADE 1
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UNICESUMAR
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) define cirurgia plástica como especiali-
dade médica que busca a reconstrução estrutural de regiões faciais e corporais que apresentam
alteração em sua forma (procedimentos cirúrgicos estéticos) ou função (procedimento cirúrgico
reparador). A cirurgia plástica estética é utilizada, principalmente, para melhorar a aparência
do corpo e a autoestima do paciente, enquanto a cirurgia plástica reparadora tem por objetivo
priorizar a melhor função do segmento (SBCP, [2020]).
As técnicas da cirurgia plástica reparadora atua, atualmente, no tratamento de sequelas de
quei-maduras, patologias cirúrgicas da mão, reconstrução de deformidades das mamas,
reconstruções pós-ablações cirúrgicas oncológicas, deformidades do complexo
craniomaxilofacial, transplantes microcirúrgicos e tratamento de feridas agudas e crônicas,
entre outras (SBCP, [2020]).
O que é beleza para você? Será que para ser feliz é preciso ter o abdômen desenhado, ou
uma reconstrução mamária? Pergunta difícil, né? Se eu fosse responder, diria: Depende. Às
vezes, al-gumas mudanças são necessárias, outras usamos, por causa da ditadura da beleza, para
justificar nossa insatisfação (RIBEIRO; SILVA; KRUSE, 2009).
Já que tocamos neste assunto, discutiremos um pouco a respeito desta ditadura
da beleza. Aproveitando aqui para relembrar você que nossa paciente modelo deste
ciclo de aprendizagem perdeu peso, possui flacidez tissular e muscular e gordura
localizada. Ouso dizer que, diante das alterações listadas, possivelmente, ela estava fora
dos padrões atuais de beleza, que é ser magro e malhado, ter a pele facial lisa, clara e
sem rugas ou marcas do envelhecimento (RIBEIRO; SILVA; KRUSE, 2009;
LACRIMANTI; GORETTI, 2014; BOGGIO; ALMEIDA; BAROUNDI, 2011).
Se pensarmos nesta procura pelo corpo perfeito e pelo apelo ofertado pela mídia para os
pro-cedimentos estéticos e cirúrgicos nesta área, está de acordo com dados demonstrados
pela So-ciedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), mostrando que, em 2017,
houve um crescimento de 5% nos procedimentos cirúrgicos estéticos, e o Brasil ocupa lugar
entre os cinco países onde se realiza-se mais procedimentos estéticos cirúrgicos (RIBEIRO;
SILVA; BRUSE, 2009; LACRIMANTI; GORETTI, 2014; BOGGIO; ALMEIDA; BAROUNDI,
2011).
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UNIDADE 1
Dados de 2017 revelam que os procedimentos mamários continuam sendo o procedimento estéti-
co mais popular, com 1.677.320 procedimentos, seguido por lipoaspiração, que registrou 1.572.680
procedimentos, e blefaroplastia, com 1.346.886 intervenções. O procedimento cirúrgico que sofreu a
maior queda no mesmo ano foi o contorno facial, que caiu 11%, para 98.003 intervenções, isto pode
estar relacionado ao aumento da procura por procedimentos estéticos invasivos não cirúrgicos, como
preenchimento e botox. Em relação ao sexo dos indivíduos que se sujeitam aos procedimentos estéticos
cirúrgicos, as mulheres continuam impulsionando a demanda por procedimentos estéticos, sendo
responsáveis por 86,4% dos procedimentos em todo o mundo (SBCP, [2020]).
Com todo este panorama, fica expressivo que os procedimentos estéticos ou plásticos estéticos são
os procedimentos mais realizados quando relacionados aos procedimentos cirúrgicos reparadores.
Entre os procedimentos cirúrgicos plásticos estéticos, encontram-se as cirurgias mamárias (aumento
e redução); lipoaspiração; lipoenxertia; abdominoplastia; lifting facial; blefaroplastia; rinoplastia; pró-
teses de silicone; otoplastia; mentoplastia. Lembrando que estes procedimentos são realizados para
correção de algum defeito ou queixa estética facial e ou corporal (RIBEIRO; SILVA; BRUSE, 2009;
LACRIMANTI; GORETTI, 2014; BOGGIO; ALMEIDA; BAROUNDI, 2011).
Já entre os procedimentos cirúrgicos reparadores, encontramos as cirurgias para remoção de cân-
cer de pele; reconstrução mamária; correção cirúrgica; correção de cicatriz; reconstrução tecidual por
queimadura; Dermolipectomia. Estas cirurgias são realizadas para a correção de má formação; recons-
trução tecidual devido a uma doença ou correção (RIBEIRO; SILVA; BRUSE, 2009; LACRIMANTI;
GORETTI, 2014; BOGGIO; ALMEIDA; BAROUNDI, 2011).
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Para a realização desta cirurgia, o cirurgião leva em consideração a harmonia da mama em relação
ao corpo, observando a envergadura dos ombros, a estatura do paciente, a altura do tórax, a altura do
abdômen e a postura habitual do paciente. É uma técnica indicada a partir dos quinze anos de idade
e, acima dos trinta e cinco anos, deverá ser acompanhada de exames de mamografia. Lembrando que
tanto as mulheres como os homens podem realizar cirurgias mamárias (RIBEIRO; SILVA; BRUSE,
2009; LACRIMANTI; GORETTI, 2014; BOGGIO; ALMEIDA; BAROUNDI, 2011).
Descrição da Imagem: Esta ilustração possui dois quadros (A e B). No quadro da foto A, temos dois troncos femininos no tom rosa, o
primeiro com a mama pequena e o segundo com a mama aumentada pela colocação de prótese. No quadro da foto B, temos dois troncos
femininos no tom rosa, o primeiro com a mama grande e com ptose e o segundo com a mama reduzida.
MAMOPLASTIA DE AUMENTO
MAMOPLASTIA DE AUMENTO
MAMOPLASTIA DE REDUÇÃO
MAMOPLASTIA DE REDUÇÃO
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UNIDADE 1
As cirurgias mamárias podem apresentar cicatrizes Periareolar; “T invertido”; em “L”; no sulco infra ma-
mário e região axilar. A localização destas cicatrizes depende da técnica cirúrgica escolhida. No caso da
mamoplastia de aumento, a localização dos implantes das próteses de silicone poderá ser Antero muscular
(em que a prótese ficará localizada entre a glândula mamária e o músculo peitoral), e retro muscular (em
que a prótese ficará entre o músculo peitoral e as costelas) LACRIMANTI; GORETTI, 2014) (Figura 2).
Descrição da Imagem: Esta ilustração possui três figuras da mama: a primeira é uma mama sem intervenção cirúrgica com as estruturas preser-
vadas; na figura dois há uma mama com a implantação da prótese em cima do músculo, e a terceira a colocação de prótese abaixo do músculo.
IMPLANTE IMPLANTE
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Descrição da Imagem: Esta ilustração possui uma paciente deitada em procedimento cirúrgico de lipoaspiração, em seu corpo aparecem
as marcações realizadas para lembrar o cirurgião da região que precisa ser lipada e, na mão do cirurgião, aparece a cânula e a seringa
de aspiração com tecido gorduroso em seu interior.
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UNIDADE 1
A lipoaspiração assistida por lesão térmica (LACRIMANTI; GORETTI, 2014; ALMEIDA, 2010;
pressão, também conhecida por ROHRICH; BERAN, FODOR, 1997; KHAUAM, 1987).
vibrolipo, utiliza uma cânula com A lipoaspiração assistida por VASER emprega o uso de um
alimentação externa que varia de dispositivo ou um equipamento que utiliza ultrassom que trabalha
tamanho e flexibilidade e oscila com menos energia e mais eficiência. Como o sistema utiliza me-
em um movimento alternado de nos energia, há redução do componente térmico para os tecidos.
2-3 mm na taxa de 4000-6000 A sua execução cirúrgica é semelhante à lipoaspiração por pressão
ciclos/min. Seus defensores afir- e a com ultrassom (LACRIMANTI; GORETTI, 2014; ALMEIDA,
mam que esta técnica é melhor 2010; ROHRICH; BERAN, FODOR, 1997; KHAUAM, 1987).
para aspiração de grandes volu- A lipoaspiração assistida por laser envolve a inserção de uma
mes, áreas fibrosas e lipoaspiração fibra de laser por meio de uma pequena incisão cutânea. Utiliza-se
revisional. Como o movimento da neste procedimento comprimentos de ondas de 924/975 nm, 1064
cânula otimiza a quebra da gordu- nm, 1319/1320 nm e 1450 nm. Muitos destes dispositivos utilizam
ra, o procedimento costuma ter mais de um comprimento de onda durante o tratamento (ALMEI-
menor duração e exige menor es- DA, 2010; ROHRICH; BERAN, FODOR, 1997; KHAUAM, 1987).
forço do cirurgião que a Lipoaspi- Já a lipoenxertia é um procedimento de cirurgia plástica que é
ração tradicional (LACRIMAN- feito para harmonizar partes do corpo que causam insatisfação. O
TI; GORETTI, 2014; ALMEIDA, processo é simples e consiste em retirar a gordura localizada em uma
2010; ROHRICH; BERAN, FO- região por meio da lipoaspiração, tratá-la e aplicá-la em outra parte
DOR, 1997; KHAUAM, 1987). do corpo. Criada pelo médico colombiano Alfredo Hoyos, a lipoas-
Já na lipoaspiração assistida piração 3D (ou de alta definição) observada na Figura 4, tem como
por ultrassom, utiliza-se a ener- objetivo não só reduzir o volume de gordura do paciente (mantendo
gia ultrassônica para quebrar a os contornos naturais, como na lipo convencional), mas também
gordura, emulsificando-a e fa- esculpir o corpo da pessoa, destacando o volume muscular (ALMEI-
cilitando sua remoção assistida DA, 2010; ROHRICH; BERAN, FODOR, 1997; KHAUAM, 1987).
por sucção, com utilização de Descrição da Imagem: Esta ilustração apresenta o tecido gorduroso com a cânula de
cânulas de lipoaspiração tradi- lipoaspiração e, depois, o mesmo tecido com uma menor quantidade de gordura, ao lado
a silhueta de um corpo feminino.
cionais. Seu mecanismo de ação
é, prioritariamente, mecânico,
mas também ocorre cavitação e
alguns efeitos térmicos, poden-
do resultar em queimaduras
LIPOASPIRAÇÃO
cutâneas. Suas vantagens in-
cluem menor esforço cirúrgico,
melhores resultados em áreas
fibróticas e nos procedimentos
secundários. As desvantagens
incluem maior custo com equi- ANTES DEPOIS
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Para finalizar o leque de tipos hipotonia muscular com diástase e flacidez tissular (GUIRRO;
de técnicas de lipoaspiração GUIRRO, 2004; SILVA, 2012; CABRAL, 2011; GRANDIGER;
que encontramos, atualmen- ROSENFIELD; NAHAI, 2015).
te, na área de cirurgia plástica,
Descrição da Imagem: Esta ilustração possui fotografias de um abdômen feminino e o
encontramos a lipoabdomino- passo a passo da execução da técnica de abdominoplastia (I - marcação cirúrgica; II - in-
plastia cuja ideia geral é melho- cisão cirúrgica; III - retirada do retalho de tecido; IV - exposição do tecido muscular; V- pli-
cadura do reto abdominal (reto do abdome); VI - fechamento e reconstrução do umbigo).
rar o contorno do abdome, por
meio da plicatura da fáscia do
músculo reto abdominal e a re- ABDOMINOPLASTIA
moção do excesso de pele e da
gordura da região.
Na técnica de Abdomino-
plastia (Figura 5), teremos o
trabalho sob a gordura locali-
zada associada à flacidez, devi-
do a um processo de emagre-
cimento rápido ou por efeito
sanfona decorrente de uma
gravidez ou por uma diástase
do músculo do reto abdomi-
nal. Essa técnica consiste na
retirada de uma grande quan-
tidade de pele do segmento
corporal e da gordura da re-
gião inferior do abdome. Ela
pode ocorrer no abdômen por
completo (abdominoplastia
total), ou pode ocorrer somen-
te na face Ântero ou inferior
do abdômen (abdominoplastia
parcial) (GUIRRO; GUIRRO,
2004; SILVA, 2012; CABRAL,
2011; GRANDIGER; ROSEN-
Figura 5 - Técnica cirúrgica de Abdominoplastia no abdômen
FIELD; NAHAI, 2015).
Este tipo de cirurgia cor- O procedimento também conhecido como dermolipectomia ab-
responde a um conjunto de dominal é uma cirurgia plástica do abdome realizada sob anestesia
técnicas cirúrgicas realizadas peridural com sedação, podendo ser geral a critério da equipe cirúr-
de forma associada para a cor- gico-anestésica e normalmente dura em torno de 3 a 5 horas (GUIR-
reção abdominal, é indicada RO; GUIRRO, 2004; SILVA, 2012; CABRAL, 2011; GRANDTIGER;
para o abdômen em avental, ROSENFIELD; NAHAI, 2015).
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UNIDADE 1
Os elementos de uma abdominoplastia bem-sucedida incluem o peso estável por mais de seis meses
e não excesso de peso, condição médica sem precedentes, bom estado psicológico, hábitos de vida sau-
dável com prática de exercício regular, dieta razoável e não fumar ou não consumo de álcool em excesso,
apresentar ausência de múltiplas cicatrizes abdominais e ausência de Protrusão abdominal (GUIRRO;
GUIRRO, 2004; SILVA, 2012; CABRAL, 2011; GRANDTIGER; ROSENFIELD; NAHAI, 2015).
Entre as complicações mais comuns neste tipo de cirurgia, está o hematoma (acúmulo de sangue
extravasado em uma área traumatizada), infecção (contaminação microbiológica da região), sero-
ma (acúmulo de líquido infeccioso ou não em uma região) e necroses (morte tecidual). De forma
tardia, ainda podem ocorrer irregularidades da superfície, hipoestesias (perda da sensibilidade) e
alterações cicatriciais (LACRIMANTI; GORETTI, 2014).
A técnica de lifting facial, ou ritidoplastia, (Figura 6) é uma técnica cirúrgica facial para reju-
venescimento da face em um indivíduo com sinais e aparência envelhecida. Sabemos que a pele
da face é o que mais evidencia o envelhecimento precoce, porém as características da pele facial
favorecem uma recuperação em qualquer tipo de agressão (LACRIMANTI; GORETTI, 2014;
GUIRRO; GUIRRO, 20014). Nesta técnica cirúrgica, um aspecto bem importante é o trabalho rea-
lizado sobre o SMAS (Sistema Músculo Aponeurótico Superficial), que faz a sustentação muscular
da pele da face e possui papel fundamental na cirurgia de rejuvenescimento (MONTEDONIO et
al., 2010; LACRIMANTI; GORETTI, 2014).
A primeira descrição ci-
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos uma face de uma mulher recebendo a pre-
rúrgica de lifting facial foi paração de marcação prévia para a realização do lifting facial cirúrgico.
em 1917, e, nesta técnica, o
cirurgião retira excesso de
pele, realiza plicaduras do
plastima, faz elevação do
SMAS e lipoaspiração da face
e papada. A cirurgia dura, em
média, de uma a três horas.
A incisão clássica começa no
cabelo, na região temporal,
adentra a região facial, se-
guindo para a parte anterior
do trago da orelha e acaba no
cabelo novamente (MONTE-
DONIO et al., 2010; LACRI-
MANTI; GORETTI, 2014). Figura 6 - Técnica cirúrgica de Lifting facial ou Ritidoplastia
As complicações mais comuns são hematomas, lesão cutânea, lesão nervosa, alopecia traumática,
cicatrizes, pigmentação e dor (LACRIMANTI; GORETTI, 2014).
A técnica de blefaroplastia (Figura 7) é o procedimento cirúrgico para correção de excesso de
pele palpebral, em casos de ptose da pálpebra. A técnica consiste em anestesia local, o excesso de
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pele é retirado acima do sulco palpebral superior, e a retirada da bolsa gordurosa da pálpebra in-
ferior é realizada por uma incisão transconjuntival. Neste tipo de cirurgia, podem ocorrer edemas,
contratura cicatricial, retração da pálpebra, olhos secos, assimetria da pálpebra (PIMENTEL, 2006).
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos a face de uma mulher e o antes e depois da Blefaroplastia, demonstrando o rejuvenescimento
e a ausência de bolsa e ptose em pálpebra.
A rinoplastia (Figura 8) é uma cirurgia de pequeno porte, que remodela a estrutura nasal tanto
óssea quanto a parte cartilaginosa, procurada por grande parte da população para melhorar a
estrutura do nariz e para acabar com a dificuldade quanto à respiração. É a técnica cirúrgica mais
antiga e hoje está cada vez mais refinada e aprimorada (BOGGIO; ALMEIDA; BAROUNDI, 2011).
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos o exemplo de um nariz e a sua correção do formato pela rinoplastia.
RINOPLASTIA
26
UNIDADE 1
Existem vários tipos de técnicas cirúrgicas: rinoplastia fechada; rinoplastia em forma de delivery,
chamada de alça de balde, em que se consegue ver um pouco mais as estruturas do nariz, libera
um pouco mais as cartilagens, mas não se faz uma incisão na columela; e a rinoplastia aberta,
que consegue ter completo controle das estruturas nasais, é a técnica mais moderna e mais
utilizada. Os pacientes que realizam a rinoplastia, geralmente, associam com outras cirurgias
estéticas (OHANA et al., 2011). Neste caso, as complicações incluem hemorragias, infecção,
irregularidade, queda da ponta nasal, protrusão nasal, deformidade em sela, atresia vestibular
e perda funcional (OHANA et al., 2011; LACRIMANTI; GORETTI, 2014).
A técnica de otoplastia (Figura 9) é descrita como cirurgia para correção das orelhas, princi-
palmente a correção das orelhas de abano, uma deformidade congênita frequente que acarreta
muito desconforto estético (LACRIMANTI; GORETTI, 2014).
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos uma face feminina com orelha de abano e a sua correção por meio da otoplastia posterior.
OTOPLASTIA
ANTES DEPOIS
A mentoplastia é o nome da cirurgia realizada para tratar a forma do mento, isto é, o queixo do
paciente (parte que envolve mandíbula, pescoço e o um terço inferior da face) seja para aumentá-lo
ou diminuí-lo. É usada para corrigir o retro posicionamento do queixo (Figura 10), e a anestesia,
neste caso, pode ser local, com ou sem sedação (LACRIMANTI; GORETTI, 2014).
27
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos a figura de uma face feminina com queixo retroposicionado em relação ao formato do rosto
e a sua correção através da mentoplastia.
Diferentemente das técnicas descritas anteriormente, que estão dentro do leque da cirurgia plástica
estética, a cirurgia plástica reparadora tem como objetivo corrigir deformidades congênitas e/ou ad-
quiridas, devolver o formato, a estética e a funcionalidade da região operada, restabelecendo a forma
mais próxima possível do normal. No geral, as cirurgias reparadoras abrangem três grandes áreas (a
lábio palatal; reconstrução tecidual e as dermolipectomias pós bariátricos) (ASTON; STEINBRECH;
WALDE, 2011; WARREN, 2015; MANG, 2010).
A forma cirúrgica utilizada para a correção da fenda palatal (Figura 11) é a cirurgia voltada para
a correção das deformidades Craniofaciais, que são alterações congênitas que envolvem a região do
crânio e da face, destacando-se entre elas as lesões labiopalatais. As lesões ou fissuras labiopalatais
são caracterizadas por aberturas ou descontinuidade das estruturas do lábio e/ou palato. É uma
alteração de grande incidência e, atualmente, estima-se que, no Brasil, é um fissurado a cada 650
nascimentos (MIACHON; LEME, 2014; KLAASSEN; MAHER, 2020).
As fissuras palatais geram aspectos estéticos, funcionais e emocionais ao paciente e a toda famí-
lia, que impactam no desenvolvimento da vida. Esteticamente, ela acarreta a aspectos inestéticos
no semblante do indivíduo, e, quanto ao aspecto funcional, ela acarreta dificuldades na sucção,
deglutição, mastigação, respiração, fonação e audição do indivíduo. A criança fissurada começa a
falar com dificuldade e atraso (MIACHON; LEME, 2014; KLAASSEN; MAHER, 2020).
28
UNIDADE 1
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos quatro figuras da região labial de uma crian-
ça, demonstrando a sequência da reconstrução labial por meio da cirurgia reparadora. As cirurgias de reconstrução
são utilizadas com bastante
força na recuperação de quei-
mados, em mulheres, após a
retirada de câncer de mama
e para correções de cicatrizes.
Em relação aos pacientes quei-
mados (Figura 12), a cirurgia
reparadora é indicada para
casos em que existem altera-
ções funcionais com perda do
aspecto estético da região ou da
função dos segmentos acometi-
dos pelas sequelas da queima-
dura (BORGES, 2015; LACRI-
Figura 11 - Correção de uma fissura labial e ou fenda palatal
MANTI; GORETTI, 2014)
Nesta obra, você terá conteúdo sobre pele, distúrbios estéticos, quei-
madura e procedimentos cirúrgicos da cirurgia plástica.
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos a região peitoral de um homem, após a téc-
O tratamento cirúrgico reparador nica de debridamento tecidual para a retirada da pele queimada e acelerar a reparação
tecidual. Toda a região avermelhada é pele debridada.
das sequelas de queimaduras é
realizado de acordo com a profun-
didade e a extensão da queima-
dura e depende muito do estado
clínico do paciente. Os casos mais
graves podem necessitar de cirur-
gias com enxertos (usam-se fatias
finas de pele saudável do pacien-
te que são transferidas para a área
acometida) ou retalhos (transfe-
rência de pele e tecido irrigados
por artérias para a área acometida)
(BORGES, 2015). Figura 12 - Técnica de desbridamento utilizada na reconstrução de pele queimada
29
Já a reconstrução mamária (Figura 13) é uma cirurgia plástica reparadora, que pode ser realizada
após a retirada da mama em decorrência do tratamento contra o câncer. A grande maioria das
mulheres que passam pela mastectomia têm indicação para a reconstrução, mas a decisão pela
realização do procedimento deve ser discutida com o médico, que analisará o método apropriado
para cada caso (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos a imagem uma mulher que fez retirada da mama esquerda por tratamento de câncer de
mama e a reconstrução mamária da mama afetada.
Existem diferentes técnicas de cirurgia para a reconstrução da mama, a escolha dependerá da forma,
do tamanho e da localização da retirada do tecido. As principais são com implante de prótese de si-
licone, uso de expansor cutâneo e transferência de retalhos de pele (WARREN, 2015; MANG, 2010).
A técnica de reconstrução mamária com a colocação de prótese de silicone é a forma in-
dicada, geralmente, nos casos em que a mastectomia foi feita sem comprometer a pele. Já a
utilização do uso de expansores na cirurgia consiste em inserir uma espécie de prótese vazia
sob a pele para promover, gradualmente, a expansão do tecido. Após este primeiro processo,
uma segunda intervenção é realizada para remover o expansor e colocar o implante definitivo
(GUIRRO; GUIRRO, 2004; WARREN, 2015; MANG, 2010).
A reconstrução mamária pode ocorrer de forma imediata ou tardia. A cirurgia é imediata
quando a paciente passa pela mastectomia e pela reconstrução em um único momento cirúr-
gico. A reconstrução tardia é realizada quando a paciente não tem condições clínicas para
realizar o procedimento, imediatamente, ou quando prefere focar, inicialmente, na recupera-
ção da saúde e analisar, com calma, as opções de reconstrução após este processo (GUIRRO;
GUIRRO, 2004; WARREN, 2015; MANG, 2010).
A dermolipectomia (Figura 14) é uma cirurgia que se destina a retirar determinada quantidade de
pele e gordura do abdômen e de outras regiões corporais, dependendo da perda de peso do indivíduo.
Esta cirurgia não é uma técnica para emagrecimento. Nesta cirurgia, sempre haverá uma cicatriz visível
e que será proporcional ao excesso de pele a ser retirado da região (LACRIMANTI; GORETTI, 2014).
30
UNIDADE 1
Descrição da Imagem: Nesta figura, temos uma coxa com excesso de peso, após a
perda de peso ponderal por uma cirurgia bariátrica, e a técnica cirúrgica de retirada de Nos procedimentos de cirur-
excesso de pele desta região, com a ilustração da cicatriz em região interna de coxa e
na região inguinal.
gia plástica, basicamente, utili-
zam-se quatro tipos de aneste-
sias: a anestesia geral (cliente fica
em estado inconsciente reversí-
vel; esta anestesia é utilizada em
procedimentos de grande porte,
como a abdominoplastia, a rino-
plastia); a anestesia local (não
Pré e pós-operatório de frente promove a perda da consciência,
apenas a perda da sensibilidade
da região, é utilizada em proce-
dimentos menores e rápidos), a
anestesia peridural (é um tipo de
anestesia aplicada no espaço pe-
ridural da coluna vertebral, sem
perfurar a dura-máter e provo-
ca a perda de sensibilidade da
cintura para baixo) e a anestesia
raquidiana (administrada na co-
luna lombar e deprime as fun-
ções da cintura para baixo, e não
Plano cirúrgico Cicatriz final
(área a ser retirada) só a sensibilidade). Já em relação
Figura 14 - Dermolipectomia de coxas após bariátrica. aos fios de suturas utilizados nas
Fonte: adaptada de Scarpa ([2020]. cirurgias plásticas estéticas e re-
paradoras, encontramos os fios
Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, absorvíveis e os inabsorvíveis
de todas as plásticas realizadas no Brasil, pelo menos, 40% delas têm (WARREN, 2015).
cunho reparador, portanto, estes tipos de cirurgias também possuem Podemos observar que as
papel fundamental na área da estética e na saúde, e, devido a este indicações estéticas aos proce-
motivo, os profissionais da área da estética devem ter o conheci- dimentos cirúrgicos plásticos
mento teórico prático para saber abordar esta situação (GUIRRO; variam, e esta escolha depende
GUIRRO, 2004; LACRIMANTI; GORETTI, 2014). do desejo do paciente, da mor-
Para darmos continuidade no assunto de cirurgias estéticas, fologia corporal do indivíduo
falaremos um pouco a respeito das anestesias utilizadas nestes e da escolha do cirurgião. É de
procedimentos, principalmente, nestes descritos anteriormente. extrema importância que os
Para os profissionais da estética, ter conhecimento a respeito da profissionais da estética saibam
anestesia fornece confiança para o atendimento e a abordagem caracterizar o tipo cirúrgico
no pós-operatório, visto que a própria anestesia pode acarretar ao para o paciente, que entendam
indivíduo alguns sintomas que perduram até alguns meses após o sobre a técnica utilizada e sobre
procedimento cirúrgico (LACRIMANTI; GORETTI, 2014). as particularidades que envol-
31
vem cada procedimento cirúrgico. Agora, convido você a desenvolvermos um trabalho a respeito
das indicações estéticas voltadas para cada tipo de procedimento cirúrgico (ASTON; STEINBRECH;
WALDEN, 2011; WARREN, 2015; MANG, 2010).
Em forma de tabela, dependendo do procedimento cirúrgico, trarei informações importantes, como
as principais indicações estéticas a cada tipo de cirurgia citada (Quadro 1 e 2). Desta forma, ficará ainda
mais fácil você resolver o caso clínico sugerido no início deste ciclo de aprendizagem.
Tipo de cirurgia Indicações estéticas
Blefaroplastia Ptose palpebral
Rinoplastia Alterações do formato do nariz
Ritidoplastia Envelhecimento facial; flacidez tissular facial e pescoço
Otoplastia Alterações da orelha
Mentoplastia Harmonização facial / corrige protusão queixo
Cervicoplastia Flacidez tissular em pescoço e lipodistrofia em papada
Abdominoplastia Lipodistrofia localizada e flacidez tissular
Lipoaspiração Lipodistrofia localizada
Mamoplastia redutora Excesso de tamanho, peso mamário e flacidez tissular
Mamoplastia de aumento Tamanho reduzido e correções e preenchimento de pele
Quadro 1- Indicações estéticas para os procedimentos cirúrgicos estéticos plásticos / Fonte: a autora.
Quadro 2 - Indicações estéticas para os procedimentos cirúrgicos estéticos reparadores / Fonte: autora.
Diante de todas as indicações estéticas e diante dos tipos de procedimentos cirúrgicos nas áreas da
estética facial e corporal, os cirurgiões precisam avaliar toda esfera do conhecimento sobre a anatomia
e fisiologia, bioquímica, imunologia, bacteriologia, metabolismo e, obviamente, de técnica cirúrgica.
Já o tecnólogo em estética não é diferente, apesar de não estar qualificado para realizar certos proce-
dimentos, é importante que estes profissionais estejam familiarizados com todos os procedimentos e
as técnicas cirúrgicas executadas pelos médicos cirúrgicos (ASTON; STEINBRECH; WALDEN, 2011;
WARREN, 2015; MANG, 2010; LACRIMANTI; GORETTI, 2014).
32
UNIDADE 1
Agora tenho certeza de que você conseguiria me responder às questões iniciais deste ciclo de aprendi-
zagem: Quais seriam os procedimentos cirúrgicos mais indicados para esta cliente modelo deste ciclo?
Por que você indicou esta paciente para uma consulta com cirurgião plástico?
Diante de tudo o que conversamos até aqui, convido você a recapitular as informações
principais deste primeiro ciclo e, nesta nossa primeira avaliação, ressaltar todos os pontos
primordiais para que seu trabalho aliado às técnicas cirúrgicas dos médicos garanta o sucesso
da cirurgia e a satisfação do paciente.
33
Então, convido você a construir, agora, um mapa mental, onde você poderá, por
meio de pequenos links, desenvolver a capacidade mental e visual para arquivar
todas as informações que trabalhamos anteriormente. Para isso, listarei algumas
palavras-chave: Cirurgia; Cirurgia Plástica Reparadora; Lipoaspiração; Lipoaspiração
3d; Mamoplastia de Aumento.
Começarei o mapa mental a partir destas palavras-chave, e você, utilizando todo o
conteúdo apresentado, vai finalizá-lo, isso mesmo, separe canetas coloridas, marca
textos e vamos trabalhar.
LIPOASPIRAÇÃO
LIPOASPIRAÇÃO 3D
CIRURGIA
MAMOPLASTIA
DE AUMENTO
CIRURGIA PLÁSTICA
E REPARADORA
MAPA MENTAL
34
1. A cirurgia plástica tem por objetivo a reconstituição de uma parte do corpo humano por razões
médicas ou estéticas. Diferencie a cirurgia reparadora da cirurgia plástica estética e pontue em
qual destas técnicas a atuação do profissional da estética tem suma importância na preparação
e na recuperação do paciente?
3. As cirurgias de abdômen são muito comuns no Brasil. Sobre elas, assinale a alternativa correta.
a) A lipoaspiração, independentemente da técnica, é restrita ao abdômen e só faz a retirada do
35
5. Os implantes mamários continuam sendo uma opção muito popular tanto para pacientes de
cirurgia plástica estética quanto reconstrutora. A mamoplastia de aumento teve um crescimento
de 64% no número de procedimentos realizados, desde o ano 2000, tornando-se um dos proce-
dimentos cirúrgicos estéticos mais realizados no mundo. Porém não é a única técnica realizada
nas mamas. Determine os tipos de mamoplastias que encontramos nas técnicas de cirurgia
plástica estética e na reparadora.
6. A lipoaspiração é uma das cirurgias mais realizadas no Brasil. Quanto a este procedimento ci-
rúrgico, assinale a opção correta.
a) A introdução do método tumescente reduz o risco de sangramento durante a cirurgia.
AGORA É COM VOCÊ
7. A anestesia é uma técnica realizada antes do procedimento cirúrgico de plástica facial e cor-
poral, com o objetivo de realizá-la de uma forma mais segura, bem como para retirar a dor do
paciente durante a cirurgia. O anestesiologista é responsável pelos procedimentos e responde
às mudanças nas condições clínicas do(a) paciente durante a cirurgia. O conhecimento a respeito
da anestesia utilizada é importante para os profissionais esteticistas, pois fornece informações
relevantes em relação ao pós-operatório e que pode perdurar por meses. Relate quais são os
tipos de anestesias mais utilizadas nas cirurgias plásticas:
36
1. A cirurgia plástica reparadora tem como objetivo corrigir lesões deformantes, defeitos congênitos ou ad-
quiridos. É considerada tão necessária quanto qualquer outra intervenção cirúrgica. Já a cirurgia plástica
estética é aquela realizada pelo(a) paciente com o objetivo de melhorar sua aparência. A pessoa quando
se submete a tal intervenção cirúrgica não a faz com intenção ou propósito de obter alguma melhora
em seu estado de saúde, mas sim para melhorar algum aspecto físico que não lhe agrada. Em ambas as
técnicas cirúrgicas, a atuação do esteticista tem importância tanto na preparação do(a) paciente antes do
procedimento quanto na recuperação pós o trauma cirúrgico.
2. SMAS é o Sistema Músculo Aponeurótico Superficial, que faz a sustentação muscular da pele da face e
possui papel fundamental para o resultado na cirurgia de rejuvenescimento.
5. Mastoplastia redutora: é a cirurgia de redução das mamas, visando diminuir o volume e moldá-las. Masto-
plastia de aumento: é a cirurgia que utiliza o implante de próteses de silicone para dar volume e forma às
mamas. Mastopexia: é utilizada para corrigir a queda das mamas, sem, necessariamente, alterar o volume.
Reconstrução mamária: técnica cirúrgica utilizada para reconstrução da mama em casos de retirada por
tratamento de câncer de mama. As técnicas de mamoplastia de aumento, redução e mastopexia fazem
parte das técnicas de cirurgia plástica estética e a reconstrução é uma técnica das cirurgias reparadoras.
6. Letra A, realmente há infiltração prévia de solução salina com adrenalina no tecido a ser aspirado e reduziu,
drasticamente, a perda de sangue.
7. Nos procedimentos de cirurgia plástica, basicamente, utilizam-se quatro tipos de anestesias: a anestesia
geral (cliente fica em estado inconsciente reversível; esta anestesia é utilizada em procedimentos de grande
porte, como abdominoplastia, rinoplastia); a anestesia local (não promove a perda da consciência, apenas
a perda da sensibilidade da região, é utilizada em procedimentos menores e rápidos), a anestesia peridural
(é um tipo de anestesia aplicada no espaço peridural da coluna vertebral, sem perfurar a dura-máter e
provoca a perda de sensibilidade da cintura para baixo) e a anestesia raquidiana (administrada na coluna
lombar e deprime as funções da cintura para baixo, e não só a sensibilidade).
37
MEU ESPAÇO
38
2 Trauma Cirúrgico
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura
OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM
Olá, aluno (a), seja bem-vindo (a). Neste ciclo de aprendizagem, trabalha-
remos o trauma tecidual frente a uma cirurgia estética facial e corporal;
detalharemos as alterações fisiológicas do organismo frente à exposição
do trauma cirúrgico; desenvolveremos o conhecimento sobre as fases de
cicatrização e pontuaremos os riscos e as complicações mais comuns das
cirurgias estéticas.
UNICESUMAR
Neste momento, gostaria que você me acompanhasse em um raciocínio: Pense que você é um (a)
esteticista de sucesso em sua cidade, trabalha com um(a) renomado(a) cirurgião plástico e, em uma
de suas cirurgias, ele convida você a assistir e fazer parte da equipe cirúrgica. A paciente em questão
tem 45 anos, feminino, irá se submeter a uma cirurgia plástica de lipoaspiração 3D, com lipoenxertia
em glúteos e mamoplastia redutora com prótese mamária.
Pensando nas técnicas cirúrgicas e no trauma cirúrgico desta paciente, qual seria a melhor aborda-
gem pré-operatória? Qual seria a abordagem mais indicada intra-operatório? Qual seria a abordagem
pós-operatório mais indicada? Você consegue visualizar esta paciente no seu pós-cirúrgico interme-
diário? Quais seriam os principais sinais teciduais? Ela corre risco de morte durante esta cirurgia?
Talvez você esteja pensando: O que eu tenho a ver com estas perguntas? Cabe ao médico cirur-
gião estas responsabilidades? A resposta é não. Você, esteticista, tem papel fundamental na cirurgia
de seu cliente/paciente, digamos que na área da cirurgia plástica estética, e o resultado de sucesso
depende de um trabalho em equipe.
Quando compreendemos como o organismo responde frente a um trauma cirúrgico, independente-
mente de seu grau de extensão, entendemos melhor os sinais teciduais que aparecem e como o organismo
reage desde o momento cirúrgico até a sua recuperação final. Conhecer as fases da cicatrização, os riscos,
as complicações, os sinais teciduais de recuperação, embasa nossas escolhas terapêuticas de nossa abor-
dagem pós-operatória (imediata, intermediária e tardia). Ou seja, não escolhemos a técnica manual, o
ativo cosmético ou o recurso elétrico, aleatoriamente, existe uma justificativa fisiológica relacionada a essa
escolha, e é exatamente isso que eu quero que você entenda, absorva e aprenda neste ciclo de aprendizagem.
Para que você possa visualizar a importância deste conhecimento na sua formação e na aplicação
em seu trabalho profissional, na hora da abordagem de pacientes submetidos à cirurgia plástica estética,
nada melhor do que observarmos na prática.
Acho que agora você pensou: Mas, professora, como faremos isso? Calma! Neste ciclo, faremos uma
experimentação baseada em experiências já vivenciadas por você. Quer ver?
• Você já cortou o dedo com uma folha de papel, ou já bateu o dedo mínimo na quina do sofá?
Acho que todo mundo já passou por alguma destas situações e já experimentamos algum destes trau-
mas. Você se lembra quais foram suas sensações, reações e quais os efeitos? Dor, grito, inchaço? Você
se recorda de como ficou o tecido depois do trauma? Vermelho, com hematoma, teve sangramento?
Você se lembra quanto tempo durou os sinais? Dias, semanas?
40
UNIDADE 2
Neste vídeo, você visualiza as reações fisiológicas desencadeadas por um trauma tecidual. Após assisti-
-lo, transfira a visualização e as reações descritas no vídeo para um trauma de médio ou grande porte,
como as cirurgias plásticas estéticas faciais e corporais.
Imagino que muitas dúvidas estão lhe ocorrendo neste momento, portanto, convido você a respirar,
tranquilamente e de maneira profunda. Mantenha a calma, que você conseguirá absorver este conhe-
cimento complexo sobre os efeitos fisiológicos do trauma cirúrgico e sobre o processo de cicatrização
do organismo, na reabilitação cirúrgica destes indivíduos.
Para ajudar você neste processo, eu o(a) convido, agora, a usar este espaço que você tem no Diário
de Bordo para realizar um estudo dirigido sobre o processo inflamatório, que será nosso processo
precursor de todas as outras mudanças fisiológicas no organismo, respondendo ao estudo e desen-
volvendo seu conhecimento a respeito deste assunto.
Estudo dirigido sobre inflamação.
DIÁRIO DE BORDO
41
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: Paciente deitado de barriga para baixo (decúbito ventral), sendo realizada a lipoaspiração com cânula de aspiração,
na região posterior das costas.
Figura 1 - Lipoaspiração com cânula cirúrgica de sucção para gordura subcutânea, na região posterior do corpo
42
UNIDADE 2
As alterações fisiológicas produzidas pelo organismo podem ser consideradas apenas mudanças do metabo-
lismo interno até estados de desequilíbrios que podem, eventualmente, levar à morte, em que encontramos
os riscos e as complicações (FONTES; ALMEIDA; CARVALHO, 1980). A ansiedade pré-operatória viven-
ciada pelos pacientes já é uma resposta antecipada a uma experiência. Independentemente da legitimidade
da indicação cirúrgica, sabe-se que numerosas deficiências orgânicas são capazes de criar transtornos no
ato operatório e podem se tornar situações de risco cirúrgico (FONTES; ALMEIDA; CARVALHO, 1980).
As reações produzidas pelo organismo como resposta ao stress cirúrgico é um conjunto de al-
terações hormonais e metabólicas que decorrem após qualquer situação de trauma. Tais alterações
traduzem-se num estado hipercatabólico, com aumento de cortisol, glucagon, catecolaminas e
liberação de hormonas pelo hipotálamo, as quais estimulam a liberação pela hipófise da hormo-
na adrenocorticotrófica (ACTH), hormônio do crescimento, prolactina, endorfinas e hormona
antidiurética (ADH)). Ou seja, a agressão cirúrgica experimentada pelas pacientes, durante uma
cirurgia plástica, desencadeia uma reação neuroendócrina e metabólica semelhante à encontrada
em qualquer situação de stress ou trauma a que o organismo seja submetido (GESTOSA, 2006;
SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990).
Todas estas reações possuem como objetivo manter e/ou restaurar a homeostasia interna do organismo,
nomeadamente, a estabilidade hemodinâmica, a preservação do aporte de oxigénio, a mobilização de subs-
tratos calóricos (glicose) e, finalmente, a diminuição da dor e a manutenção da temperatura (GESTOSA,
2006; SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990).
As reações ao trauma são desencadeadas por vários componentes, tais como perda sanguínea
sofrida durante o ato cirúrgico, extensão da lesão tecidual, ansiedade do indivíduo e o grau de
dor experimentada. A infecção e o jejum prolongado são fatores que podem contribuir para
reiniciar ou agravar os eventos da resposta orgânica (MEDEIROS, FILHO, 2007; GESTOSA,
2006; SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN,
1990). E, além disso, estas reações não são únicas, nem constante no tempo, já que dependem de
diversos fatores, como as características do ato cirúrgico, a extensão do traumatismo tecidual, a
técnica anestésica utilizada, susceptibilidade própria do paciente e da condição pré-operatória.
43
UNICESUMAR
Por este fator, sua abordagem terapêutica estética no período pré-operatório possui papel im-
portantíssimo para a preparação tecidual de sua paciente (MEDEIROS, FILHO, 2007; GESTOSA,
2006; SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN,
1990). Todas estas reações endócrinas descritas anteriormente são ativadas por estímulos neuronais
aferentes a partir do local lesionado. O impulso viaja ao longo das vias nervosas somatossensoriais
e autonômicas até ao hipotálamo, que inicia as respostas eferentes. Além disso, ocorre a ativação do
eixo simpático-medula suprarrenal pelo estresse tecidual frente ao trauma que acarreta acentuada
elevação dos níveis plasmáticos de noradrenalina, adrenalina, as quais parecem correlacionar-se
com a intensidade do trauma cirúrgico e varia com os diferentes períodos e as etapas operatórias
(antes da indução, intubação, incisão e recobro) (MEDEIROS, FILHO, 2007; GESTOSA, 2006;
SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990).
Em nível cardiovascular, ocorre um acréscimo da atividade simpática generalizada, resultando
em aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial e do volume de ejecção. Estas ações condi-
cionam, por sua vez, o aumento do trabalho cardíaco e o aumento do consumo de oxigénio pelo
miocárdio. Em adição, a função de todos os órgãos e as vísceras, incluindo o fígado, o pâncreas e
o rim, são modificados quer diretamente pela enervação simpática quer pela circulação de cate-
colaminas (MEDEIROS; FILHO, 2007; GESTOSA, 2006; SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000;
STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990).
Em nível de aparelho respiratório, verifica-se o aumento da frequência respiratória e a bronco
dilatação, o que leva ao aumento do volume minuto. De um modo geral, no organismo, ocorre um
relaxamento de todo o músculo liso e a contração dos esfíncteres nos aparelhos digestivo e geni-
to-urinário. Estas reações fisiológicas produzidas frente ao trauma cirúrgico serão produzidas de
acordo com as fases da cicatrização (MEDEIROS; FILHO, 2007; GESTOSA, 2006; SINGH, 2003;
DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990).
A resposta ao stress é considerada um mecanismo de defesa importante na adaptação e no
desenvolvimento de resistência a agressões. Mas as alterações fisiológicas que daí resultam podem
ser uma ameaça de vida aos pacientes, principalmente, àqueles que possuem patologia coexistente.
Portanto, as abordagens cirúrgicas estéticas também possuem riscos ao paciente por elas sub-
metidos e devem ser levados em consideração, durante toda a fase de preparação pré-operatória
(MEDEIROS; FILHO, 2007; GESTOSA, 2006; SINGH, 2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE;
GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990).
44
UNIDADE 2
As evidências científicas revelam que o tipo ocorre de forma exacerbada (BILATE, 2007;
de anestesia escolhida também apresenta in- MITCHELL et al., 2006), esta inflamação será
fluência nas reações fisiológicas produzidas importante para a estimulação dos processos
pelo corpo, após o trauma cirúrgico. A analgesia de reparo tecidual (ABBAS et al., 2008). Me-
regional tem efeitos benéficos no outcome dos diadores pré e pró-inflamatórios originários
indivíduos submetidos a cirurgias. As técnicas do exsudato e do infiltrado celular, durante
de analgesia loco-regional diminuem a incidên- a inflamação, possuem grande importância
cia de complicações tromboembólicas pós-ci- terapêutica (CHAMUSCA et al., 2012).
rúrgicos, já a anestesia por via epidural diminui Enquanto isso, tipos celulares, como os leu-
a incidência de complicações respiratórias. A cócitos, envolvem-se no processo inflamatório,
analgesia epidural contínua em nível torácico por meio de atividades imunes e alternâncias
diminui o íleo paralítico, após procedimentos sucessivas de reações anabólicas e catabóli-
abdominais. A eliminação do íleo permite a cas. As feridas, os cortes, as incisões cirúrgicas
introdução precoce da nutrição entérica, fator são exemplos de eventos que podem afetar a
importante na diminuição do risco de compli- fisiologia da pele e desencadeiam o processo
cações infecciosas (GESTOSA, 2006; SINGH, de cicatrização tecidual, que tem por objetivo
2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; gerar a cura do tecido e estimular a reparação do
GARCIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990). equilíbrio tecidual (CHAMUSCA et al., 2012).
Portanto, as respostas neuroendócrinas e Todo este processo de cicatrização pode ser
metabólicas ao trauma cirúrgico, quando exa- dividido, didaticamente, em três fases que se
cerbadas, podem levar a consequências malé- superpõem: inflamatória, proliferativa e de re-
ficas ao organismo, exigindo grande reserva modelação (Figura 2). Na observação da ima-
funcional dos principais sistemas orgânicos. A gem a seguir, observam-se três figuras de um
duração e a magnitude destas respostas são, di- antebraço com ferimento/trauma tecidual. Na
retamente, proporcionais ao trauma cirúrgico e primeira figura, encontra-se a ilustração do
ao desenvolvimento de complicações (MEDEI- corte compatível com a fase inflamatória; na
ROS; FILHO, 2007; GESTOSA, 2006; SINGH, segunda figura, observa-se o corte com sutu-
2003; DESBOROUGH, 2000; STOCCHE; GAR- ra, compatível com a fase proliferativa, e, na
CIA; KLAMT, 2001; WEISSMAN, 1990). última figura, encontramos o ferimento e a
Após o ato do trauma cirúrgico acontecer, cicatriz já finalizada, compatível com a fase da
inicia-se o processo de inflamação tecidual, ou remodelação (ISAAC et al., 2010).
resposta inflamatória, que pode ser caracteri- Vale a pena ressaltar que, diante de qualquer
zada como uma cascata complexa de eventos procedimento plástico estético facial ou corporal,
fisiológicos, os quais promovem proteção aos todas estas fases aconteceram, e você, profissio-
tecidos e aos órgãos do corpo. Tal cascata atua nal, deve estar preparado para realizar as aborda-
restringindo os danos no local da agressão, gens compatíveis com cada fase da cicatrização
embora possa ter efeitos deletérios, quando de sua/seu paciente (ISAAC et al., 2010).
45
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: Ilustração de um antebraço com trauma tecidual (corte profundo no tecido); outra ilustração com o corte suturado
por um procedimento, e outra ilustração com o antebraço cicatrizado.
Durante a primeira fase da cicatrização tecidual (fase inflamatória), algumas reações são característi-
cas, como a busca pela homeostase tecidual, a migração de leucócitos e o start à cascata de reparação
tecidual. Inicialmente, em resposta a agentes inflamatórios, há diminuição do fluxo sanguíneo pela
vasoconstrição local. Com extravasamento de sangue dos vasos lesionados, plaquetas são ativadas pelas
substâncias da matriz extracelular, que envolve o endotélio, fazendo com que tenham início os processos
de adesão e agregação celular. Ao mesmo tempo, o fibrinogênio sérico é clivado pela trombina resultante
das vias de coagulação, formando monômeros de fibrina que se polimerizam pela ação do fator XIII
para que, junto com plaquetas, forme um tampão hemostático e não haja mais perda de sangue local.
Durante este processo, em resposta a produção endotelial, há o aumento da permeabilidade
vascular das células migrantes e substâncias, biologicamente, ativas. Ainda nesta fase, ocorrerá,
primeiramente, a migração de neutrófilos dos vasos sanguíneos. Posteriormente, monócitos infil-
tram-se em resposta a estímulos semelhantes aos de neutrófilos e se diferenciam em macrófagos, de
modo a aumentar a síntese proteica e, juntamente com os neutrófilos, remove partículas estranhas,
bactérias e tecido morto do leito da ferida (ISAAC et al., 2010; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999;
MENDONÇA; COUTINHO-NETO, 2009).
A segunda fase do processo de cicatrização é a fase conhecida como a proliferação celular, que se
caracteriza por fibroplasia, angiogênese e reepitelização. Na camada da derme, um tecido conjuntivo
denso não-modelado, importante na secreção de proteoglicanos, fibronectina, elastina, laminina e
colágeno, que é a proteína mais abundante nos seres humanos e o principal componente da pele.
Os fibroblastos, nesta fase, possuem capacidade de se contrair e se expandir e, durante esta
movimentação dos miofibroblastos, ocorre deposição de fibronectina, promovendo a deposição
de colágeno na ferida. Além disso, ocorre secreção de fatores angiogênicos, que estimulam a for-
mação de novos vasos sanguíneos no local da cirurgia. A reepitelização tem por função reestru-
46
UNIDADE 2
turar as funções da epiderme que foram perdidas com a ocorrência da lesão (ISAAC et al., 2010;
JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999; MENDONÇA; COUTINHO-NETO, 2009).
A última fase do processo de cicatrização (fase de remodelação) é o momento responsável
pelo aumento da resistência do leito danificado. Ao final da primeira semana do trauma, ocorre
restauração de 3% da resistência da pele íntegra; na terceira semana, 30%, e, em três meses,
80%. Em um ano ou mais, a relação entre o colágeno I e III atinge proporção semelhante à
anterior à ferida, entretanto a ferida nunca atingirá 100% de sua resistência fisiológica, após o
trauma. Consequentemente, nossa abordagem pós-cirúrgica pode durar até dois anos, durante
um processo de recuperação pós-cirúrgico (ISAAC et al., 2010; JUNQUEIRA; CARNEIRO,
1999; MENDONÇA; COUTINHO-NETO, 2009).
Os fenômenos descritos são referentes ao processo de cicatrização fisiológica, porém há situações
em que ocorre diminuição da resposta do organismo, como em paciente diabética e/ou com exposição
excessiva à radiação. Pode, também, ocorrer aumento desta resposta de cicatrização, como nos casos
de cicatriz queloidiana ou cicatriz hipertrófica (ISAAC et al., 2010; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999).
A ocorrência destas respostas não-fisiológicas exige um completo conhecimento dos fenôme-
nos apresentados para que se possa corrigi-lo ou melhorá-lo (ISAAC et al., 2010; BARRIENTOS
et al., 2008; KIERSZENBAUM, 2004; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999; GRAY, 1995). Todo este
processo é contínuo e individual do corpo humano, ou seja, cada um reagirá de forma diferente
frente ao trauma tecidual (JONES et al., 2006; BLANES, 2004). É um processo dinâmico, complexo
e envolve uma resposta coordenada celular (MENDONÇA; NETO, 2009).
Alguns fatores podem influenciar no processo de cicatrização tecidual, e podemos citar os fatores
locais (isquemia, infecção, técnica cirúrgica, corpo estranho, edema e pressão tecidual elevada), os
fatores sistêmicos (diabete melito, deficiências vitamínicas, hipotiroidismo, doenças hereditárias
(síndrome de Ehler-Danlos), alterações da coagulação, idade, trauma grave, queimaduras, sepse,
insuficiência hepática e renal, insuficiência respiratória, tabagismo, radioterapia, desnutrição e o
uso de corticosteróides, drogas antineoplásicas, ciclosporina A, colchicina e penicilamina).
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UNICESUMAR
Observe a Figura 3, onde se encontram ilustradas as fases da cicatrização e todo processo dinâmico pelo
qual o organismo será exposto frente ao estímulo cirúrgico de um procedimento plástico. Na figura,
será possível observar que, na primeira fase do processo de cicatrização, teremos uma fase caracterizada
por fenômenos vasculares, hemostase e coagulação, e outra por mecanismos, predominantemente,
celulares. Ela inicia no ato cirúrgico e se traduz, clinicamente, pelos sinais de inflamação, dor, calor e
rubor, que pode durar, geralmente, 24 a 48 horas depois do trauma cirúrgico, podendo persistir, em
algumas pessoas, por até duas semanas.
Na segunda fase da cicatrização, verifica-se o predomínio de mecanismos celulares que
permitem a produção de uma nova barreira permeável, ou seja, a reepitelização, angiogênese e
reestruturação da integridade da derme, que se inicia 24 horas após o trauma cirúrgico e pode
perdurar até trinta dias. Já a terceira fase da cicatrização ocorre ao longo processo de cicatri-
zação à medida que o coágulo de fibrina é substituído por tecido de granulação. Ao longo do
ano seguinte, ocorre, então, a substituição progressiva do colágeno tipo III por colágeno tipo
I, estável e semelhante ao pré-lesional, ou seja, o processo total de recuperação pode durar até
dois anos (LAUREANO; RODRIGUES, 2011).
Descrição da Imagem: Ilustração de um gráfico com descrição das respostas celulares por tempo de pós-trauma, por fase de cicatrização.
Remodelação
Proliferação
Inflamação
Hemostasia
Figura 3 - Fases da cicatrização tecidual, com descrição visual das fases por tempo e atividade celular
Fonte: adaptada de Pence e Woods (2014).
Esteticista, você possui papel fundamental na estimulação deste processo de cicatrização, escolhendo,
adequadamente, os recursos a serem utilizados no tratamento pós-operatório de paciente subme-
tido(a) a um procedimento cirúrgico, de acordo com a fase de cicatrização em que ele se encontra.
Embora as técnicas cirúrgicas plásticas realizadas, atualmente, sejam seguras, não se descarta a pos-
sível chance de complicações, sendo estas as mais comuns: hematoma, seroma, deiscência, equimose,
edema e fibrose (SILVA; SANTOS, 2015).
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UNIDADE 2
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Para finalizarmos mais este ciclo, convido você, agora, a realizar uma pequena ati-
vidade de fixação de conteúdo, com base em tudo o que você leu e aprendeu nesta
unidade. Complete o mapa mental a seguir, utilizando seu conhecimento prévio e
o conteúdo trabalhado no decorrer de todo este estudo.
Fases da
cicatrização
Riscos e
Trauma cirúrgico Complicações
Proliferativa
Reações Edema
fisiológicas
MAPA MENTAL
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MAPA MENTAL
1. A cicatrização de feridas consiste em perfeita e coordenada cascata de eventos que culminam
com a reconstituição tecidual. O processo cicatricial é comum a todas as feridas, independe do
agente que a causou. O processo de cicatrização é dividido, didaticamente, em três fases: infla-
matória, proliferação ou granulação e remodelamento ou maturação. Em relação a este processo,
assinale a alternativa correta.
a) A cicatrização é evento complexo e dinâmico que não depende de fatores individuais do paciente.
b) A cicatrização final não depende da perda tecidual inicial do trauma.
c) Muitos eventos dermatológicos não precisam da cicatrização em derme completa.
AGORA É COM VOCÊ
2. Pontue quais são as fases da cicatrização e as relacione com os períodos de abordagem estética
de pós-operatório.
52
4. A fase inflamatória do processo de cicatrização tecidual inicia-se, imediatamente, após a lesão,
com a liberação de substâncias vasoconstritoras. Em relação às células mais importantes da fase
inflamatória, assinale a alternativa correta.
a) Leucócitos.
b) Eosinófilos.
c) Linfócitos.
d) Plasmócitos.
e) Macrófagos.
6. Explique as complicações cirúrgicas mais comuns dos procedimentos plásticos estéticos (hema-
toma; seroma e deiscência).
7. Diante de todas as respostas fisiológicas que o organismo produz frente ao trauma cirúrgico,
escolha a melhor técnica terapêutica manual estética para a recuperação tecidual e justifique
sua escolha.
53
1. Letra E, pois retrata os aspectos que influenciam na cicatrização.
2. Fase inflamatória: caracterizada pela presença de exsudato (secreção), que dura de um a quatro dias,
dependendo da extensão e natureza da lesão. Nesse período, ocorre a ativação do sistema de coagulação
sanguínea e a liberação de mediadores químicos, podendo haver edema, vermelhidão e dor. Esta fase é
compatível com nosso período pós-operatório imediato.
Fase proliferativa: é a fase da regeneração, que pode durar de 5 a 30 dias. Ela ocorre com a proliferação
de fibroblastos, que dão origem ao processo chamado fibroplasia. Neste período, as células endoteliais se
proliferam, resultando em rica vascularização e infiltrado de macrófagos. Este conjunto forma o tecido de
granulação. Esta fase é compatível com nosso período pós-operatório intermediário.
Fase de reparo: é a última fase do processo e pode durar meses. A densidade celular e a vascularização
são diminuídas, resultando remodelação do tecido cicatricial (formado na fase anterior). As fibras são
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
alinhadas para aumentar a resistência do tecido e melhorar o aspecto da cicatriz. Nesta fase, a cicatriz
altera, progressivamente, sua tonalidade, passando do vermelho escuro a um tom rosa claro. Esta fase é
compatível com nosso período pós-operatório tardio.
3. Letra B, pois uma cicatriz pronunciada é uma cicatriz perceptível, e, como na questão, abordava a cicatri-
zação da derme. Com certeza, esta cicatrização em seu estado completo será perceptível ou pronunciada.
4. Letra A, pois o leucócito será a célula sinalizadora. Na etapa inflamatória, ocorre influxo local de leucócitos,
numa fase precoce com predomínio de neutrófilos e monócitos e, posteriormente, com declínio no número
de neutrófilos e predomínio de macrófagos.
5. Letra C, pois são fatores que retardariam ou impediriam, de alguma maneira, a cicatrização tecidual.
6. Hematoma (rompimento de vasos sanguíneos de maior calibre, com extravasamento de sangue para o
tecido); seroma (descolamento tecidual, durante o processo, acabou sucedendo o rompimento de canais
linfáticos e vasculares que acabam acumulando um líquido constituído de plasma e linfa) e deiscência
(trata-se do rompimento da sutura, a qual, aparentemente, se encontra fechada, e ocorre a reabertura da
sutura cirúrgica).
7. A melhor técnica manual nos casos de recuperação pós-cirúrgicos será a drenagem linfática manual, pois
ela será capaz de estimular a drenagem do edema pós-operatório, auxiliar na recuperação do tecido, es-
timular e auxiliar na resposta do organismo nas fases de cicatrização.
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MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
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3 Abordagem Estética
Pré-operatória
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura
OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM
Olá, aluno (a), seja bem-vindo (a). Chegamos ao nosso terceiro ciclo. Para-
béns! Neste ciclo de aprendizagem, trabalharemos a abordagem pré-ope-
ratória na cirurgia plástica estética. Desenvolveremos o conhecimento a
respeito deste período, seu conceito; as avaliações necessárias antes de uma
intervenção cirúrgica de cunho estético, tanto a avaliação médica quanto a
avaliação estética; discutiremos os recursos estéticos indicados para este
período e detalharemos as orientações pertinentes aos indivíduos que se
submeterão a um procedimento estético cirúrgico.
UNICESUMAR
Imagine você atendendo em sua clínica e, durante um dia normal de trabalho, recebe uma paciente
por indicação de um cirurgião plástico para avaliação e abordagem pré-operatória.
P. H. B, 35 anos, feminino, com cirurgia de mamoplastia de aumento, lipoenxertia e abdominoplastia
agendada para dezembro de 2020. A paciente apresenta gordura generalizada em abdômen, flancos e
costas, flacidez tissular em abdômen, devido às suas quatro gestações, porém se encontra em excesso
de peso, e o cirurgião solicitou que ela emagrecesse mais dez quilos.
Pensando em sua abordagem pré-operatória com essa paciente, responda: Quais seriam os recursos
indicados para esta cliente, no período pré-operatório? Quais seriam as orientações principais para
esta cliente? O que você poderia fazer para auxiliar na redução de peso?
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UNIDADE 3
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UNICESUMAR
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UNIDADE 3
Como estamos falando e detalhando situações profissionais que você, possivelmente, vivenciará em sua
carreira acadêmica, mesmo não sendo um bolo de chocolate, a preparação antes da cirurgia plástica
estética fornece condições biológicas condizentes com uma recuperação adequada e com o sucesso
cirúrgico final. Portanto, neste momento em especial, ressaltarei a importância dos procedimentos e
as orientações cabíveis ao período pré-operatório de cirurgias plásticas. Desta forma, tanto o paciente
quanto os profissionais envolvidos se sentirão preparados para abordar a situação e terão o controle
de todos os fatores envolvidos (GUIRRO; GUIRRO, 2004; BORGES, 2006; ELY, 1980).
Agora, nós nos aprofundaremos nestes assuntos do período pré-operatório, oferecendo-lhe
embasamento e material para que consiga entender a importância de seu trabalho e de sua abor-
dagem de forma correta e eficiente. O período pré-operatório é o que antecede a cirurgia plástica
e possui como objetivo preparar o indivíduo para a cirurgia. Este momento de preparação é, ex-
tremamente, importante para o paciente, para o médico cirurgião e para o profissional da estética
envolvido com o atendimento (PARENTI, 2011). O paciente precisa preparar o corpo, a mente,
a pele e o organismo para a cirurgia. É importante o acompanhamento psicológico, nutricional e
de profissionais da estética que sejam aptos a trabalhar com pré e pós-operatório (FERNANDES
et al., 2010; FERREIRA, 2000).
Esta preocupação com os cuidados nos períodos pré e pós-operatório tem sido salientada como
um importante fator tanto de prevenção a possíveis complicações como de promoção de um re-
sultado estético mais satisfatório (FERNANDES et al., 2010; FERREIRA, 2000). Dependendo do
tipo de cirurgia que o paciente realizará, devemos preparar, antecipadamente, diversas camadas de
tecido do corpo para que, após o trauma, ele tenha condições de se recuperar. No geral, o objetivo
deste momento pré-cirúrgico é melhorar o aporte nutricional e sanguíneo para o tecido; diminuir
a espessura da camada adiposa a fim de reduzir o tempo da cirurgia; melhorar a flacidez tissular
e muscular; orientar a prática de exercícios com um profissional adequado e orientar a ingestão
de água (FERNANDES et al., 2010; FERREIRA, 2000; MAIO, 2004).
Quando executamos o período pré-operatório, a chance de sucesso no intraoperatório e no
pós-operatório é maior, e o tempo de recuperação menor, fazendo com que o retorno às atividades
de vida diárias seja mais breve (FERNANDES et al., 2010; MAUDE, 2003; PITANGUY, SALGADO,
RADWANSKI, 2000).
61
UNICESUMAR
“
Antes da realização de qualquer anestesia é indispensável co-
nhecer, com a devida antecedência, as condições clínicas do
paciente a ser submetido à mesma, cabendo ao anestesista de-
cidir da conveniência ou não da prática do ato anestésico, de
modo soberano e intransferível.
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UNICESUMAR
Como a presença de quadro de ansiedade nos indivíduos que buscam cirurgias plásticas estéticas no
pré-operatório é comum e está associada a diversos problemas futuros, como acesso venoso difícil, há
a exigência de maiores doses de agentes de indução anestésica e complicações pós-operatórias. Isto
porque altos níveis de ansiedade influenciam, negativamente, os parâmetros fisiológicos e perturbam
o período pós-operatório. Portanto, é indispensável, no período pré- operatório, a utilização de téc-
nicas relaxantes, como massagens, aromaterapia, meditação, terapias integrativas e complementares
e atividade física (Figura 3) (GUIRRO; GUIRRO, 2004; FELIX et al., 2018).
Descrição da Imagem: Conjunto de representação de Ícones de técnicas integrativas e complementares utilizadas para relaxamento e
bem-estar: Massagem, vela, sauna, chás, fitoterapia, escalda pés; meditação; aromaterapia entre outras.
Na concepção de Borges (2006), a técnica manual mais indicada é a drenagem linfática manual, e o mé-
todo de drenagem linfática pela técnica de Leduc, neste período preparatório, envolve dois movimentos
importantes: de chamada (conduz a linfa) e de reabsorção (fará a reabsorção da linfa proveniente do líquido
intersticial). Para Leduc e Leduc (2000), existem dois processos para a realização da drenagem linfática ma-
nual: de captação e o de evacuação. De um modo geral, a drenagem linfática sempre se inicia pelo segmento
proximal, pelo processo de evacuação e se desenvolve para o segmento distal (LEDUC; LEDUC, 2000).
Já na técnica de drenagem linfática pelo método de Vodder, as manobras consistem em movimen-
tos circulares em diferentes pressões para conduzir a linfa até os gânglios. Para a execução da técnica
Vodder, as manobras utilizadas são: effleurage, rotação no lugar, bracelete, deslizamento em espiral,
leque, passo de ganso, balancinho, fricção digital superficial, amassamento deformante, descolamento,
pirâmide, roda gigante e bombeamento (GUSMÃO, 2010).
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UNICESUMAR
Sobre pré e pós-cirúrgicos, Guirro e Guir- ratória, a atuação deste profissional também é
ro (2004) apresenta, em sua bibliografia, uma voltada para a manutenção e o preparo da pele
diversidade de recursos eletroterápicos que po- e da musculatura que será afetada pela interven-
dem ser usados, previamente, à cirurgia plástica, ção cirúrgica, assim como também se destina ao
atuando como recurso auxiliar no incremento acolhimento das necessidades físicas e psicoló-
do metabolismo basal e fortalecimento mus- gicos do paciente (GUIRRO, 2004).
cular, por meio das correntes excitomotoras.
Ainda, a estimulação elétrica pós cirurgia é um
importante complemento no programa de tra-
tamento, o qual visa acelerar a recuperação de
alguma fase da cicatrização, ou inibir alguma
reação excessiva do organismo, como o excesso
de produção de colágeno bem como manter ou
restaurar a força e o trofismo tissular e muscular.
E, assim, o profissional de estética, em con-
sonância com o cirurgião plástico, visa, no pro-
cesso pré-operatório, à conscientização, ao pla-
nejamento pós-operatório e ao conhecimento Abordagem estética pré-operatória de cirurgias plásticas
sobre as demandas do paciente. Na fase pré-ope- faciais e corporais.
Neste momento, gostaria que você, meu (minha) aluno (a), se imaginasse como um(a) profissional bem-su-
cedido(a) de sua cidade, que está atendendo a paciente P. H. B, 35 anos, feminino, com cirurgia de mamo-
plastia de aumento, lipoenxertia e abdominoplastia, agendada para dezembro de 2020. A paciente apresenta
gordura generalizada em abdômen, flancos e costas, flacidez tissular em abdômen, devido às suas quatro
gestações, porém se encontra em excesso de peso, e o cirurgião solicitou que ela emagrecesse mais dez quilos.
Agora que você já aprendeu sobre o período pré-operatório e sobre sua responsabilidade e impor-
tância, quero que liste, como um profissional, o que você faria ou aconselharia a esta cliente a respeito
do que se pede a seguir:
70
Viu como você consegue montar um protocolo estético para utilização no período
pré-operatório? Lembre-se de que quanto mais tempo temos com o paciente antes do
procedimento cirúrgico estético mais recursos podemos utilizar para sua preparação.
Portanto, para que possamos fechar este raciocínio, convido você a utilizar todas as
informações trabalhadas até aqui, por meio da construção de um mapa mental, em
que você poderá por intermédio de pequenos links, desenvolver capacidade mental
e visual para arquivar todas as informações que trabalhamos anteriormente.
Para que você consiga realizar este mapa, listarei algumas palavras-chave e,
a partir daí, você constrói e finaliza o mapa: Conceito de período pré-operatório;
objetivos; avaliação estética.
Vamos lá:
MAPA MENTAL
71
1. Os cuidados pré-operatórios podem variar de acordo com a cirurgia, mas
existem alguns que são pertinentes a todas elas. Cite três desses cuidados.
a) Pré-operatório.
b) Transoperatório.
c) Peroperatório.
d) Pós-operatório.
e) Neo-operatório.
72
1. Interromper consumo de cigarros, pelo menos, três semanas antes da cirurgia;
não fazer uso de anti-inflamatório, tipo aspirina/AAS, por, pelo menos, duas
semanas antes da cirurgia. Os medicamentos para emagrecer também devem
ser suspensos; informar ao seu médico todos os medicamentos que está
usando; evitar exposição solar prolongada por, pelo menos, duas semanas
antes da cirurgia; vitamina C: tomar 1 comprimido (500 mg) três vezes ao dia,
iniciar dois dias antes da cirurgia; programar suas atividades sociais, domés-
ticas ou escolares de modo a não se tornar indispensável a terceiros, por um
período de, aproximadamente, duas semanas; não usar esmalte nas unhas
no dia da cirurgia; fazer jejum a partir do horário recomendado pelo médico.
É necessário que a anestesia e a cirurgia sejam feitas com, pelo menos, oito
horas de jejum, por isso, na manhã da cirurgia, você não deve ingerir nada;
evitar bebidas alcoólicas ou refeições muito pesadas no dia anterior à cirurgia;
5. Letra C está correta, pois é o que melhor se adequa ao caso; as outras alterna-
tivas estão com a ordem errada e com escolhas erradas em relação ao caso.
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MEU ESPAÇO
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4 Abordagem Estética
Pós-Operatória
Me. Priscilla Hellen Martinez Blanco Kashiwakura
OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM
Olá, aluno (a), seja bem-vindo (a)! Chegamos ao nosso último ciclo de apren-
dizagem da disciplina de Pré e Pós-operatório. Ao longo de todo nosso
caminho percorrido até aqui, imagino que você esteja se questionando
sobre o que virá a seguir. Fico, imensamente, feliz por estar construindo este
conhecimento com você e o(a) convido a nos aprofundarmos na abordagem
estética do pós-operatório de cirurgias plásticas estéticas. Portanto, descre-
veremos como procedemos com a abordagem pós-operatória na cirurgia
plástica estética; desenvolveremos conhecimento a respeito deste período,
as avaliações clínicas e estéticas necessárias nesse período e discutiremos
os recursos estéticos indicados para esse período.
UNICESUMAR
Sabe a paciente que você preparou durante o capaz de oferecer uma abordagem pós-cirúrgica
período pré-operatório, no ciclo de aprendiza- de qualidade e com segurança, auxiliando, de for-
gem anterior? Pois bem, ela realizou a cirurgia e ma terapêutica, os mecanismos biológicos para
retornou a você, pois gostou muito de seu aten- uma boa recuperação e cicatrização.
dimento, da sua técnica e da sua empatia. Sim, A importância do período pós-operatório
você está se tornando um(a) profissional capaci- no sucesso de uma cirurgia plástica estética é
tado(a) para o atendimento e acompanhamento muito grande, pois este período é considerado
total de um indivíduo que busca atendimento uma continuação do procedimento, ou seja, a
ou procedimentos cirúrgicos estéticos. abordagem estética realizada por nós e os recur-
Para o(a) ajudar a relembrar a paciente em sos que utilizaremos neste momento impactará a
questão, é a P. H. B, 35 anos, feminino, que reali- recuperação do(a) paciente e o resultado cirúr-
zou a cirurgia de mamoplastia de aumento, com gico. É muito importante saber escolher como
lipoenxertia em glúteo e abdominoplastia total trabalharemos com os indivíduos submetidos
há sete dias. Ela chegou até você com flexão de a cirurgias plásticas e trabalhar em equipe para
coluna, utilizando macaquinho cirúrgico e pla- que alcançarmos os resultados mais satisfatórios.
cas cirúrgicas, relatando dor e incômodo para Neste momento gostaria de lhe fazer uma
dormir e edema em membros inferiores, hema- pergunta: Como você prefere tomar sorvete?
tomas e equimoses em coxas, costas e abdômen. Você gosta de tomar só sorvete ou gosta de to-
Pensando em sua abordagem pós-operató- má-lo com cobertura, confeitos, calda, frutas e
ria com esta paciente, diga: Quais seriam os re- tudo mais que encontramos na vitrine da sorve-
cursos indicados para esta cliente, no período teria? Você prefere na casquinha, no cascão ou
em que ela se encontra? Quase que, imediata- no pote? Você prefere um sabor, dois ou mais?
mente, você me responderia: Faria drenagem Você escolhe sempre o mesmo sabor ou muda
linfática. E está correto, pois é a técnica manual para abrir suas experiências?
mais indicada para edema e pós-cirurgias. Mas Delícia falar sobre sorvete, né? É delicioso
será que podemos fazer somente isso? Não! A mesmo, isso nos traz sensações boas e agra-
primeira coisa que precisamos levar em con- dáveis. Mas quase sempre vamos à sorveteria,
sideração é o período em que a paciente se escolhemos o sabor, colocamos o que queremos
encontra e as manifestações fisiológicas que o e não pensamos em como aquele sorvete foi
tecido e o organismo estão vivendo mediante feito. Nas cirurgias plásticas estéticas também
ao estímulo traumático da cirurgia. acontece isso, os pacientes, muitas vezes, após
Com este raciocínio, conseguiremos escolher a cirurgia, só pensam no resultado, em como a
os recursos manuais, elétricos, cosméticos indi- cintura ficará, no tamanho que os seios terão,
cados para cada fase, obedecendo os mecanismos com qual aspecto a cicatriz ficará etc. Ou seja,
fisiológicos da cicatrização. Por isso, o que abor- a partir do momento que eles saem do hospital
daremos neste ciclo é importante para que você e recebem alta do médico para iniciar os aten-
consiga tomar as decisões necessárias para cada dimentos estéticos do período pós-operatório,
paciente em relação à cirurgia e seu tempo de eles transferem toda a expectativa para nós ou
cicatrização. Com este conhecimento, você será para quem quer que esteja atendendo.
76
UNIDADE 4
Já sabemos que o sorvete quanto mais incrementado, melhor, a experiência se torna mais
interessante. Com uma vitrine enorme de recursos e técnicas que podem ser utilizados na
abordagem pós-operatória de indivíduos submetidos a cirurgias plásticas, você ficará so-
mente no básico? Não colocará nenhum incremento? Tal qual como o sorvete, ficará só com
a massa? Não colocará nenhuma calda?
Vamos aprender a incrementar nossos atendimentos no período pós-operatório? Vamos diver-
sificar os recursos que podemos utilizar?
Sabemos que nem sempre poderemos saborear um sorvete incrementado e que, em nossos proto-
colos, também não teremos todos os recursos existentes disponíveis ao nosso uso terapêutico. Porém,
depois desta experimentação, tenho certeza de que você entendeu a importância de escolher os recursos
que terá em mãos de forma adequada e correta para que, desta forma, o produto e resultado sejam
satisfatórios não só para o paciente, mas para todos os profissionais envolvidos.
Pensando em todos os recursos estéticos que você tem disponível em sua profissão, sem
pensar em fase do período pós-operatório em que a paciente se encontra, liste os recursos ma-
nuais, os recursos eletrotermofototerapêuticos, os ativos mais indicados para serem utilizados
no período pós-procedimento. Para isso, utilize o campo do Diário de Bordo para listar estes
recursos (manual, elétricos, cosméticos).
DIÁRIO DE BORDO
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UNIDADE 4
2000; HERPERTZ, 2006). A cirurgia estética moderna passou por duas fases: na primeira o objetivo
era tornar a cirurgia segura e humana; na segunda, o objetivo era preparar o cliente para a cirurgia.
Porém, por mais planejada e executada que seja, uma cirurgia implica grande estresse fisiológico para
o organismo do paciente (FERREIRA, 2000).
É normal que ocorra, nos indivíduos que se submetem ao procedimento cirúrgico estético,
dependência na realização de suas atividades diárias em um período de 48 a 72 horas, podendo
retornar às atividades se o pós-operatório ocorreu sem intercorrências (FERREIRA, 2000). Ou
seja, os pacientes submetidos a cirurgias plásticas apresentam algumas necessidades que variam
de acordo com a extensão da cirurgia, o tipo de cirurgia, os aspectos prévios de saúde etc.
Segundo Cheever e Hinkle (1994) estas necessidades são: psicobiológicas (oxigenação, hidrata-
ção, nutrição, sono, atividades físicas, sexualidade, cuidado corporal, integridade cutâneo-mucosa,
integridade física); as de locomoção, as necessidades de percepção (olfativa, visual, auditiva, tátil,
gustativa, dolorosa); as psicossociais (segurança, amor, liberdade, comunicação, criatividade, apren-
dizagem, recreação, lazer, aceitação, autorrealização, autoestima, participação, autoimagem, atenção);
as psicoespirituais (religiosidade e ética).
A dependência experimentada pelos pacientes submetidos às cirurgias estéticas envolve atividades
que têm relação com: religiosidade; integridade cutâneo-mucosa; percepção sensorial dolorosa; ativida-
des de higiene pessoal; alimentação; regulação hidroeletrolítica; regulação vascular, regulação térmica;
regulação imunológica; comunicação; mecânica corporal; postura; segurança (CHEEVER; HINKLE,
1994). Por estes motivos, a abordagem estética dos indivíduos submetidos a cirurgias plásticas estéticas
devem ocorrer de forma holística e globalizada, buscando o equilíbrio biológico, físico, emocional e
social (BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002; STARKEY, 2001).
Um pensamento que deve ser levado em consideração é o de que a experiência cirúrgica, mesmo que
seja a cirurgia plástica, expõe o paciente a ambiente estranho, a equipamentos complexos, a contato
com pessoas e diversos procedimentos estressantes. O paciente é solicitado a se ajustar ao estresse da
hospitalização, e todos estes eventos fazem com que o paciente se sinta vulnerável, inseguro e assustado.
E é responsabilidade do profissional que o está atendendo ampará-lo, acolhê-lo e tratá-lo de forma
mais globalizada e humanizada (BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002; STARKEY, 2001).
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Descrição da Imagem: Gráfico de representação das três fases de cicatrização entre a resposta do organismo, em dias de pós-operatório.
Remodelação
Proliferação
Inflamação
Colágeno I
Fibronectina
Concentração Relativa
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Dias após a ferida
Figura 1 - Representação das fases de reparo tecidual frente a um trauma cirúrgico estético / Fonte: Reis (2019).
Durante todo o período pós-operatório, o paciente submetido à cirurgia estética plástica passará
pelas três fases de cicatrização, e o profissional envolvido em sua reabilitação tem a responsabilidade
de conhecer estas fases para que, desta forma, possa escolher o melhor recurso para cada momento
(GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Para que se possa oferecer tratamento adequado, o primeiro passo é o conhecimento das alterações
funcionais apresentadas pelo paciente, a determinação do tempo de pós-operatório e o conhecimento
de todos os recursos estéticos indicados para este período pós-procedimento. Poderíamos listar vários
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UNIDADE 4
procedimentos e recursos que podem ser utilizados pelos profissionais, neste momento, entre eles:
Drenagem Linfática Manual; Drenagem Mecânica; Pressoterapia; Dreno Tapping; Crioterapia; Termo-
terapia; Massagem relaxante/Terapia Manual; Aromaterapia; Eletroterapia; Conscientização postural;
Mobilização Corporal; Exercícios Metabólicos; Exercícios Respiratórios) (KEDE, SABATOVICH, 2009;
BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002; STARKEY, 2001).
Nos traumas mecânicos, como na cirurgia plástica estética, pode haver alteração estrutural
ou funcional dos vasos linfáticos, causados por laceração ou compressão (hematoma, fibrose),
resultando, inevitavelmente, em edema intersticial. A indicação da drenagem linfática manual
em cirurgia plástica é, basicamente, para a retirada deste edema (Figura 2) (GODOY; BELCZAK;
GODOY, 2005; SOARES; SOARES; SOARES, 2005).
A técnica de drenagem linfática é uma massagem manual, rítmica, suave e repetitiva cujo objetivo
principal é drenar o líquido excedente no tecido, buscando, desta forma, o equilíbrio hídrico dos es-
paços intersticiais (LEDUC; LEDUC, 2000).
Independentemente da técnica de drenagem linfática utilizada pelo profissional, a utilização des-
te recurso terapêutico estético no pós-operatório é imediata, ou seja, inicia-se na fase aguda, pois a
drenagem linfática é um recurso para tratar as consequências das alterações vasculares. Porém, como
o indivíduo encontra-se em processo de cicatrização, a aplicação da técnica de drenagem deve ser o
mais suave possível, evitando movimento de deslizamentos e trações no tecido. O importante é que
a técnica direcione o edema a um gânglio proximal à lesão como uma via alternativa para não haver
encharcamento da cicatriz e aumento de edema (GODOY; BELCZAK; GODOY, 2005; SOARES;
SOARES; SOARES, 2005; LEDUC; LEDUC, 2005; MARK; CAMARGO, 1986).
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A drenagem manual não oferece risco para o paciente em pós-operatório de cirurgias plásticas,
somente se for mal aplicada, empregando muita força, rapidez excessiva ou direção errada. Não há
limite para utilização, podendo ser utilizada desde o ambiente hospitalar até a alta da paciente pelo
cirurgião e pode ser realizada todos os dias (GODOY; BELCZAK; GODOY, 2005; SOARES; SOARES;
SOARES, 2005; LEDUC; LEDUC, 2005; WITTLINGER, 2013).
Outro recurso terapêutico utilizado para a redução do edema intersticial são as técnicas de drenagem linfática
mecânica ou pressoterapia, ainda pouco exploradas e, cientificamente, sem muitas comprovações. Atual-
mente, o dispositivo mais conhecido utiliza o conceito de compressão pneumática ou pressoterapia (Figura 3).
O dispositivo de drenagem linfática mecânica foi desenvolvido de acordo com os mecanismos fisiológicos do
sistema linfático e da técnica manual de drenagem linfática (PEREZ et al., 1999; SIQUEIRA; KARAN, 2009).
Alguns dispositivos utilizam uma manta que envolve o membro inferior ou superior, como se fosse
uma bota ou luva, e realizam um bombeamento ascendente no segmento. Outros dispositivos utilizam
movimentos de flexão e extensão plantar, favorecendo o deslocamento linfo venoso superficial e pro-
fundo (PEREZ et al., 1999; SIQUEIRA; KARAN, 2009; GODOY; BELCZAK; GODOY, 2005). Estes
métodos podem ser aplicados durante todo o período pós-operatório, mas não substituem a drenagem
linfática manual, tendo um papel terapêutico coadjuvante e auxiliar (GUIRRO, GUIRRO, 2002).
82
UNIDADE 4
de elastano e possuem uma camada de cianocrilato médico, distribuída na forma de “S”. Muitas
são as marcas de bandagens elásticas espalhadas pelo mundo, e uma das primeiras delas foi a
Kinesio Taping®, depois outras marcas se consolidaram, como a K. Taping®, a Physio Taping®,
Sport Tex®, Cure Tape®, Leukotape®, Tape K, TaPin, BalanceTex®, Sports-Tex®, Kinesio-Tex®, entre
outras. Seu uso difundiu-se pelo mundo a partir de Kenzo Kase (KASE; WALLIS; KASE,2013;
LEMOS; KASE; DIAS, 2013; BRIZZIO, 2009).
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UNIDADE 4
A massoterapia só deverá ser usada, e com cuidado, pelo profissional, a partir da fase de maturação na
região operada, pois seus movimentos podem provocar descolamento tecidual, retardando a recupera-
ção. Porém, nas demais regiões, poderá ser utilizada sempre que necessário. Após o trauma cirúrgico,
já que os tecidos foram deslocados durante o procedimento cirúrgico e precisam se aderir para que
haja sua restauração total, devemos ter cuidado com o movimento da massagem para não provocar-
mos intercorrências tardias, como seroma ou hematoma (BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002).
• Seroma: é o acúmulo de líquido infeccioso ou não infeccioso, abaixo da pele ou próximo à
cicatriz cirúrgica.
• Hematoma: é o acúmulo de sangue fora dos vasos sanguíneos, que pode acontecer em qualquer
lugar do corpo e surge, geralmente, em decorrência de trauma ou lesão.
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UNICESUMAR
vas aromáticas com finalidades terapêuticas é conhecido desde a Antiguidade e vem ganhando
força, atualmente, nos procedimentos estéticos e clínicos, por ser uma técnica natural (ULRICH,
2004; KEDE; SABATOVICH, 2009). A aromaterapia é uma prática terapêutica que utiliza as pro-
priedades dos óleos essenciais para recuperar o equilíbrio e a harmonia do organismo, visando
à promoção da saúde física e mental (ULRICH, 2004).
Os óleos essenciais são substâncias não gordurosas, voláteis, produzidas pelo metabolismo das
plantas, são classificados segundo a sua estrutura molecular e por sua atividade bioquímica.
Cada óleo essencial pode apresentar até 300 componentes, razão da sua grande abrangência
terapêutica, atuando em diversos sistemas no corpo, como também no aspecto emocional (UL-
RICH, 2004). No período pós-operatório, desde o período imediato até o pós-tardio, os óleos
essenciais mais utilizados são: Lavanda; Laranja; Limão; Erva doce; Gerânio; Hortelã; Alecrim;
Lemongrass. Lembrando que sua utilização pode ser de forma inalatória ou tópica, por meio
de associação com um óleo vegetal (ULRICH, 2004).
Dentro da eletroterapia, encontramos diversos recursos que auxiliam na cicatrização tecidual, na
circulação tecidual, na reorganização do tecido e na redução do edema. O ultrassom terapêutico
é um dos recursos eletroterápicos mais utilizados no período pós-operatório. Ele pode ser utilizado
desde o período intermediário até o período tardio deste processo, dependendo da necessidade de cada
paciente. Este recurso acelerará a cicatrização, alcançará força tênsil normal e, até mesmo, prevenirá
cicatrizes hipertróficas e queloides (BORGES, 2006; GUIRRO; GUIRRO, 2002).
O uso do ultrassom proporciona significativo aumento do número de fibroblastos, alinhamento
ideal para contração da ferida e aceleração da fase inflamatória e contração da ferida (BORGES,
2006). Para a aceleração do reparo tecidual da pele, recomenda-se o uso do ultrassom no modo
pulsado, com frequência de 3 MHZ e intensidade de acordo com a densidade do tecido, durante
todo o período imediato e intermediário. O efeito térmico do ultrassom contínuo só será utilizado
no pós-operatório tardio para evitar a formação de edema e a inflamação tecidual (BORGES, 2006;
ROBINSON; SNYDER MACKLER, 2010).
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UNIDADE 4
Neste livro, você encontrará informações sobre os recursos estéticos que po-
dem ser utilizados na abordagem de pós-operatórios de cirurgias plásticas.
Outro equipamento que deve ser exaltado no período de pós-operatório e é, atualmente, pouco
utilizado é a microcorrente, um tipo de eletroestimulação que utiliza correntes com parâmetros
de intensidade na faixa dos microampères, e são de baixa frequência, que se assemelha à corrente
endógena do indivíduo (COLLINS, 1990; BORGES, 2006). Este recurso acelera a síntese proteica
no tecido, aumenta o transporte iônico nas membranas e aumenta o aporte de aminoácidos, além
de a estimulação gerar alterações na cicatrização, liberação de íons bactericidas pelo eletrodo e
pela estimulação de fagócitos. Este recurso pode ser aplicado em toda a região operada, pode
ser utilizada somente na região de cicatriz ou pode ser associada à técnica de drenagem linfática
(BORGES, 2006; YOUNG; DYSON, 1990).
A corrente galvânica também tem sua utilização no período pós-operatório, principalmente na
região facial, e sua aplicação está baseada no efeito da eletroforese ou ionização, que consiste introduzir
um fármaco no organismo através da pele. Este processo também é conhecido como administração
transdérmica de ativos ou medicamentos (GUIRRO; GUIRRO, 2002; BORGES, 2006). Comumente,
são usadas substâncias com ação específica para o tratamento de um pós-cirúrgico plástico, como
a Dexametasona (ação antiinflamatória); Hialuronidase (para edemas e fibroses); e Óxido de zinco
(antiséptico cicatrizante). Este recurso pode ser aplicado em toda a região operada ou na região de
cicatriz, durante os períodos pós-intermediário e tardio, pois não pode ser utilizado enquanto o tecido
estiver com alterações significativas da sensibilidade (GUIRRO; GUIRRO, 2002; BARATA, 2003).
O laser é um recurso de utilização local, específico para a cicatriz, pois estimula a angiogênese, es-
timula a mitose celular, regula os fibroblastos, normalizando a produção de fibras elásticas e colágenas,
impedindo a ocorrência de queloides, hipertrofias e alargamentos da cicatriz. Os protocolos propostos
nas intervenções pós-cirúrgicas devem considerar a fase do processo inflamatório para a escolha da
intensidade mais adequada ao momento (BORGES, 2006).
Para finalizar os recursos da eletroestética aplicados ao período pós-operatório, temos a radiofrequência,
que é um recurso atual que vem sendo usado nos protocolos de pós-operatório estético. A base terapêutica
desta modalidade é a conversão da energia eletromagnética em energia térmica no tecido. No pós-operatório
este recurso está ligado ao tratamento das fibroses tanto recente como tardia (BORGES, 2006).
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UNICESUMAR
Além de toda abordagem terapêutica que deve ser realizada pelo profis-
sional da estética em uma abordagem de pós-operatório de cirurgia plástica,
precisamos descrever a importância da Conscientização postural ou das
orientações a respeito do posicionamento adequado do indivíduo, durante
este processo de recuperação. Esta abordagem deve iniciar desde o período
pós-imediato e deve ser contínuo, ela prevenirá e tratará aderências, fibro-
ses, contraturas musculares e quadros dolorosos, ocasionados por um mal
posicionamento corporal. Sempre lembrando que exercício físico somente
depois da liberação médica e com cuidado referente ao período do pós-ope-
ratório em que o paciente se encontra (ANTUNES; DOMINGUES, 2008).
Um exercício que pode ser realizado desde o período imediato
é o exercício metabólico, que promove melhora da circulação
venosa e linfática dos membros inferiores. Segundo Godoy et al.
2005, nos princípios dos exercícios miolinfocinéticos, estão a con-
tração muscular e a diminuição do efeito da gravidade nos vasos,
melhorando o retorno venolinfático (venoso e linfático), pelo fato
de os MMII estarem posicionados no mesmo nível do coração. Por
isso, a modalidade de exercício adaptado na bicicleta ergométrica,
realizada em decúbito dorsal (bicicleta adaptada ou camicleta) é
bem-vinda na abordagem pós-operatória estética (LANGE, 2012).
Durante o período pós-operatório, uma das possíveis complicações
observadas é a alteração da função pulmonar, e a normalização da função do
pulmão pode variar entre 14 e 30 dias após a cirurgia. Outro fator associado
a complicações respiratórias é a redução do esforço de tosse, o que pode
levar ao acúmulo de secreções nas vias aéreas, prejudicando a troca gasosa e
aumentando o esforço respiratório. Por isso, a execução de alguns exercícios
respiratórios é importante neste período (GUYTON, HALL, 2006).
A Respiração Diafragmática (Figura 7), além de auxiliar na função
pulmonar, estimula a cisterna de quilo e auxilia na drenagem linfática.
Para a execução da técnica o(a), solicita-se ao paciente que: 1. Fique em
uma posição confortável (sentado ou deitado) e coloque uma das mãos
sobre o abdômen, logo acima do umbigo e a outra mão sobre o tórax.
2. Respire, naturalmente, e perceba qual das duas mãos se movimenta
mais quando inspira. 3. Caso a mão de cima esteja se movimentando
mais, ou seja, o tórax enchendo de ar mais do que o abdômen, é sinal
de ansiedade. 4. Inspire pelo nariz, inflando o abdômen e solte o ar,
bem devagar, murchando o abdômen. 5. Inspire contando até três, e
solte o ar contando até seis. Com o treino da respiração, poderá, aos
poucos, prolongar o tempo de inspiração e de expiração. O importante
é soltar o ar bem mais devagar do que ele entra. 6. Relaxe e permita‐se
experimentar a sensação de tranquilidade (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
88
UNIDADE 4
Descrição da Imagem: Esquema da região torácica e o movimento do diafragma durante a respiração. Na ins-
piração, o ar entra nos pulmões e o diafragma abaixa, na expiração, o ar sai e o diafragma sobre.
INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO
DIAFRAGMA DIAFRAGMA
INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO
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UNICESUMAR
Neste momento, gostaria que você, meu (minha) aluno (a), se imaginasse como um profissional bem-sucedido
de sua cidade, no atendimento estético pré e pós-operatório. Ao final deste ciclo, você encontra uma lista
enorme de recursos que podem ser utilizados somente no período pós-operatório, como a drenagem linfática
manual, drenagem linfática mecânica, recursos eletroterápicos, massagens relaxantes, liberação miofascial,
respiração diafragmática, conscientização postural e corporal, exercícios metabólicos, entre outros. Em re-
lação ao período em que cada um destes recursos pode ser utilizado, descreva, neste momento, utilizando a
tabela a seguir, em qual período do pós-operatório os recursos podem ser utilizados por você, profissional.
Período do
Pós-imediato Pós-intermediário Pós-tardio
pós- operatório
1. 1. 1.
2. 2. 2.
3. 3. 3.
Recursos indicados 4. 4. 4.
5. 5. 5.
6. 6. 6.
7. 7. 7.
Para fecharmos este ciclo de aprendizagem, convido você a relembrar a paciente modelo deste ciclo:
P. H. B, 35 anos, feminino, que realizou a cirurgia de mamoplastia de aumento, com lipoenxertia em
glúteo e abdominoplastia total, há sete dias. Ela chegou até você com flexão de coluna, utilizando
macaquinho cirúrgico e placas cirúrgicas, relatando dor e incômodo para dormir e edema em mem-
bros inferiores, hematomas e equimoses em coxas, costas e abdômen. Pensando em sua abordagem
pós-operatória com esta paciente, diga, neste momento, quais seriam os recursos indicados para esta
cliente, no período em que ela se encontra. Escreva sua resposta no campo a seguir:
90
Além disso, fecharemos realizando um mapa mental sobre as abordagens estéticas
realizadas no período pós-operatório. Utilize as palavras-chave: Pós- Operatório,
Intermediário, Recursos Manuais, Cosméticos, partindo do início do mapa mental
que iniciei a seguir para auxiliá-lo.
PÓS IMEDIATO
FASES DO
PÓS OPERATÓRIO
MAPA MENTAL
91
MAPA MENTAL
92
1. Diante de todas as respostas fisiológicas que o organismo produz frente ao trauma cirúrgico,
escolha a melhor técnica terapêutica manual estética para a recuperação tecidual e justifique.
4. Pontue três óleos essenciais e três ativos cosméticos indicados no período pós-operatório.
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1. A técnica manual mais indicada no período pós-operatório de cirurgias plásticas é a Drenagem linfática
manual, pois ela auxiliará na drenagem dos líquidos intersticiais, na cicatrização tecidual e na recuperação
geral do paciente.
2. A letra correta é a D, pois descreve que a função da drenagem linfática é aumentar a contração dos linfan-
gions e reduzir a hipertensão no sistema linfático, melhorando o fluxo linfático.
3. O ultrassom terapêutico deve ser utilizado de forma pulsada, no período pós-operatório imediato e inter-
mediário; e o ultrassom contínuo, no período pós-operatório tardio.
4. Óleos essenciais (OE): lavanda; laranja; limão e os ativos cosméticos: calêndula; vitamina E e o aloe vera.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
5. Para realizar a respiração diafragmática, o paciente deverá: 1. Ficar em uma posição confortável (sentado ou
deitado) e colocar uma das mãos sobre o abdômen, logo acima do umbigo e a outra mão sobre o tórax. 2.
Respirar, naturalmente, e perceber qual das duas mãos se movimenta mais quando inspira. 3. Caso a mão
de cima esteja se movimentando mais, ou seja, o tórax enchendo de ar mais do que o abdômen, é sinal de
ansiedade. 4. Inspirar pelo nariz, inflando o abdômen e soltar o ar, bem devagar, murchando o abdômen. 5.
Inspirar contando até três, e soltar o ar contando até seis. Com o treino da respiração, poderá, aos poucos,
prolongar o tempo de inspiração e de expiração. O importante é soltar o ar bem mais devagar do que ele
entra. 6. Relaxar e se permita experimentar a sensação de tranquilidade. E, para a execução do exercício
metabólico, o paciente deverá deitar com os membros inferiores elevados e realizar os movimentos de
plantiflexão e dorsiflexão, de forma rítmica e com força, como se estivesse bombeando.
94
UNIDADE 1
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