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RESUMO
1
Graduando em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas
(PUC-Campinas). Membro do Grupo de Pesquisa Ética, Epistemologia e Religião,
do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, pelo qual desenvolveu
Iniciação Científica. Desenvolve monitoria na disciplina de “Metafísica II”.
E-mail: felipeqsouto@gmail.com
2
Professor e pesquisador na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-
Campinas). Membro do corpo docente permanente da Faculdade de Filosofia e do
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião (PPGCR). Doutor e mestre
em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente,
coordena o Programa de Mestrado Stricto Senso em Ciências da Religião.
E-mail: renatokirchner00@gmail.com
INTRODUÇÃO
3
A apreciação desta definição encontramos na obra de Gareth B. Matthews ao
comentar o princípio da filosofia agostiniana (cf. MATTHEWS, 2007).
4
Expressão traduzida do alemão por experiência fática da vida. É importante
delimitarmos o uso deste termo, uma vez que nós não o assumimos tal como
Heidegger nos apresenta e sim através de uma hermenêutica a partir de Hannah
Arendt sobre o conceito da vida fática e, com isso, lemos nossa obra principal tendo
o viés metodológico da experiência de vida agostiniana, que, por anacronismo,
relacionamos ao conceito heideggeriano com a filosofia de Agostinho a partir
da leitura da obra doutoral de Hannah Arendt. Para uma explanação mais
aprofundada do conceito em Heidegger, recomenda-se o livro de Martin Heidegger
(2013), Ontologia: Hermenêutica da facticidade.
5
“[...] é a graça divina que, revelando-se, torna todos os homens iguais ao mostrar-
lhes o seu passado comum no pecado” (ARENDT, 1997, p. 163).
6
A referência à vida em plenitude está contida nas palavras de Jesus em João 10,10:
“Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância”. A
participação das ovelhas neste novo tempo de eternidade se dá através do mistério
pascal realizado por Ele, inaugurando, assim, uma humanidade transfigurada
pela graça.
7
“A morte redentora de Cristo não resgatou um homem particular, mas sim o
mundo inteiro, o mundus constituído pelo homem” (ARENDT, 1997, p. 154, grifo
da autora).
mesmo ao ponto de não se abrir ao transcendente. Comete-se então o pecado por não
permitir a retrospecção reflexiva para o Criador (cf. ARENDT, 1997, p. 109-110).
9
O amor ganha, em Agostinho, um caráter de lei universal e de prerrogativa para a
ética, Arendt evidencia esse pensamento quando escreve: “Ele [o amor] é mandado
porque é o próprio espírito a lei. Desde logo, o seu cumprimento depende da graça
de Deus” (ARENDT, 1997, p. 113).
10
A imitação do Criador é condição ontológica da criatura que busca a perfeição.
Deus por ser simplex tenciona o criado (complex) a buscar esta mesma modalidade.
Todavia, tal forma de existência só é possível no criador mesmo que se revela à
criatura pelo amor e chama-a de volta pelo amor. Observamos esse pensamento
na passagem que se segue: “A imitação significa, pois, desde logo, a estrutura
fundamental das atitudes desse ente, mesmo onde há aparentemente um desvio
que, na verdade, é apenas um desvio, uma perversão, e, consequentemente, a
imitação consiste na apropriação explícita desta estrutura predestinada no amor,
que então realiza a volta a si” (ARENDT, 1997, p. 72, grifo nosso). A apêndice da
segunda parte da obra O conceito de amor em Santo Agostinho também evidencia
de forma precisa a imitação como num tornar-se, como característica da criação
que está sendo na imanência e encontra seu apogeu na eternidade do Criador. O
homem também se encontra neste movimento do cosmos e tem a eternidade como
modelo, qual realiza a mimesis para corresponder efetivamente a sua natureza
existencial (cf. ARENDT, 1997, p. 119-120).
11
“[...] Santo Agostinho tinha unicamente em vista o tender-para-o-ser (tendere esse),
para o qual o fim é ao mesmo tempo a origem, o ser englobante, a eternidade [...]”
(ARENDT, 1997, p. 91, grifo da autora).
12
Cf. Confissões X, 8.
13
“[...] e na medida em que em mim mesmo eu não amo aquele que fiz prisioneiro
do mundo, não amo o outro pelo simples facto de o reencontrar no mundo, mas
amo nele o facto de ser criado [...]” (ARENDT, 1997, p. 116).
14
Cf. Confissões X, 8. O trecho que se pode encontrar esta passagem tornou-se
epígrafe desta pesquisa.
15
Hannah Arendt considera o si como condição da vida fática, o ente. O si corresponde
na linguagem ao corpo externo do homem que tem contato com a realidade
CONSIDERAÇÕES FINAIS