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E DESENVOLVIMENTO
A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA
NO LETRAMENTO DE CRIANÇAS DE 2 A 5 ANOS
ORIENTADORA:
Rio de Janeiro
2016
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
E DESENVOLVIMENTO
A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA
NO LETRAMENTO DE CRIANÇAS DE 2 A 5 ANOS
Rio de Janeiro
2016
AGRADECIMENTOS
Paulo Freire
RESUMO
Introdução
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I – FASES DO DESENVOLVIMENTO - PIAGET E FREUD
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muitas outras operações, cuja importância reside tanto no conhecimento
construído como nos processos ou caminhos desenvolvidos para alcançá-lo.
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a possibilidade de adaptação ao meio ambiente. A aprendizagem social se
refere àqueles comportamentos, atitudes e conhecimentos que a criança
adquire através da convivência com o se humano.
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Esquema – Unidade estrutural básica de pensamento ou de ação que
corresponde, de certa maneira, à estrutura biológica que muda e se adapta.
Assim como nosso organismo é formado por células, órgãos e aparelhos, na
estrutura mental tem como unidade o esquema que pode ser simples (resposta
ao ato de sugar) ou complexo ( maneira de solucionar problemas). O esquema
é um elemento dinâmico e variado em seu conteúdo. Por exemplo, o esquema
de preensão. O bebê através do ato reflexo de preensão diante de um objeto
que lhe é colocado nas mãos, porém quando ela cresce lhes são oferecidos
outros objetos que também precisarão do movimento de preensão. Esse
esquema é mais complexo que o ato reflexo, pois vai exigir o desejo de pegar o
objeto intencionalmente e a construção de estratégias previamente pensadas.
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Estágio sensório-motor: do nascimento aos dois anos,
aproximadamente. Inteligência essencialmente prática, cujo esquema básico
de assimilação, compreensão e reação aos estímulos são as sensações e os
movimentos. Iniciando a sua interação com o mundo através dos sentidos e
das ações, a criança progride gradativamente, organizando seus hábitos,
reconhecendo pessoas e objetos, integrando ações para resolver inúmeros
desafios adaptativos que vão surgindo, quanto mais o seu desenvolvimento lhe
permitir interagir com o meio físico e social.
Tal como os povos primitivos, que não lidaram com abstrações sem que
as tivessem abstraído de suas ações concretas, a criança precisa, inicialmente,
construir a “lógica da ação” para, posteriormente, construí-la no pensamento.
Precisa tomar consciência das suas ações, refletindo sobre relações reais para
que, mais tarde, amplie seu raciocínio, liberando-o do espaço e do tempo
presentes, chegando a ser capaz de lidar com os “possíveis”, com a pesquisa e
com a ciência.
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desenvolvimento futuro no sentido da saúde mental e da adaptação social
adequada ou da patologia.
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introjetando e elaborando o mundo. As adaptações biológicas e psicológicas
foram realizadas. Desenvolveu-se intelectual e socialmente.
“Na primeira etapa da vida denominada fase oral por uns, período sensório
motor por outros, ou ainda infância inicial por terceiros, as características,
tarefas e aquisições a que se referem são basicamente as mesmas. A
diferença está mais no enfoque, na teoria e na técnica do que no
comportamento observado. E, obviamente, a criança é a mesma, quer seja
vista por um psicanalista, por um cognitivista ou por um teórico da
aprendizagem social.” (Rappaport 1981 – 92)
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II - A LUDICIDADE E A ESCRITA
2. 1- O BRINQUEDO EM VYGOTSKY
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“aprendizagens” internalizadas pela criança. Sobre esta relação da
aprendizagem com o desenvolvimento, diz Vygotsky:
Estudos recentes (Ferreira, 2000; Sarlé, 1999; Porto, 1996) têm buscado
compreender a dimensão do lúdico como suporte imaginário e como “leitor da
realidade”, ou seja, como agente estruturante do pensamento pela construção
dos significados.
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A motivação é sempre relativa à idade da criança: o que motiva um
bebê, não motiva uma criança de 4 anos. As tendências são uma síntese das
necessidades e desejos da criança, tentando tornar realizável o irrealizável,
tanto por não poder satisfazê-las imediatamente, quanto pela impossibilidade
de agir num mundo real (dos adultos). Por isso, ela cria o brinquedo.
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imaginação e da criação humana, baseada na imaginação”(Vygotsky,
1997)
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A pesquisa das autoras teve, no entanto, como paradigma a teoria
psicogenética de Jean Piaget, de base interacionista e construtivista, e que
serviu como referencial para interpretar as fases de aquisição da leitura e da
escrita. Ao final do livro, Ferreiro e Teberosky concluem que estavam fazendo,
sem o saber, o que Vygotsky (1991,c) tinha claramente assinalado há décadas:
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brinquedos infantis é carregada da atividade representativa que impregna os
gestos, pessoas e objetos de uma significação que substitui a função primária
desses elementos. No simbolismo primário pode-se perceber a relação entre
significado e o significante. Em outras palavras, na ação da criança sobre o
brinquedo, observa-se a construção da significação pelo deslocamento, no
campo do significado, sobre um mesmo objeto.
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III – O DESENHO INFANTIL E
A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA
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À medida que ela cresce em seu desenvolvimento, a expressão
gráfica/artística vai se tornando mais enriquecida de detalhes, pois sua relação
com o mundo também vai se modificando.
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Da mesma forma, deve-se estimular a criança a respeitar os desenhos
dos demais colegas, incentivando a tolerância e o respeito ao trabalho alheio.
Aos dois anos, quando lhe é oferecido um papel grande (A3), a criança
começa a traçar linhas de forma livre e incontrolável. Seis meses depois, a
criança começará a descobrir que pode produzir de acordo com a sua vontade.
Quando ela percebe essa mudança, fica mais satisfeita e mais confiante.
Nessa faixa etária, os lápis de cera devem ser grossos para evitar que
quebrem com o uso, pois as crianças ainda não possuem controle motor
suficiente para manuseá-los. Também deve-se oferecer todas as cores, mesmo
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que a criança faça uso de uma única escolha. O ideal é deixar a variedade ao
seu alcance, pra que ela, aos poucos, vá experimentando novas possibilidades.
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“Na infância, o desenho surge em sintonia com o desenvolvimento do
cérebro infantil e acompanha a formação dos movimentos de circularidade
e de traçado das curvas, retas e ângulos. Ao traçar, a criança desenvolve
perícia para representar, como registro em algum suporte, os conteúdos de
sua memória e o exercício de sua imaginação. Isto é, as imagens se
sedimentam como memórias e, simultaneamente, a imaginação se integra
ao funcionamento da memória, promovendo o uso de símbolos com
formas, texturas, luz e cores.” (Elvira Sousa Lima – 2016 – 102)
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IV – A CONSTRUÇÃO DE UMA
CIDADANIA CRÍTICA E ÉTICA
Paulo Freire (1921- 1977) dedicou sua vida e obra a cuidar da população
mais pobre e oprimida.
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Para Paulo Freire, o aluno precisa aprender a ler a realidade (conhecê-
la) para, em seguida, poder reescrever essa realidade (transformá-la). Ele
valoriza a transformação social, estimula que todos sejam sujeitos da própria
história. Para ele, tudo está em permanente interação.
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Daquela época vêm também o universo da linguagem dos mais velhos,
com suas crenças e palavras.
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pedidos de alimentação, lazer, encontros para movimentos sociais e políticos,
enfim abre-se uma porta para o mundo.
“ Sonhamos com um mundo ainda por vir, onde não vamos mais precisar
de aparelhos eletrônicos com seres virtuais para superar nossa solidão e
realizar nossa essência humana de cuidado e de gentileza. Sonhamos
com uma sociedade (...) onde os valores estruturantes se construirão ao
redor do cuidado com as pessoas, sobretudo com os diferentes
culturalmente, com os penalizados pela natureza ou pela história, cuidado
com os espoliados e excluídos, as crianças, os velhos, os moribundos,
cuidado com as plantas, os animais...” ( Boff – 1999-13)
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de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação,
preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro”
(Boff- 1999-33)
É importante ressaltar que não temos mais como voltar atrás no uso das
novas tecnologias, no entanto, devemos cuidar dos valores que estão
intimamente ligados à utilização que se faz delas.
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V - ANÁLISE DOS DADOS
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Pré- Escola 1 - Usa celular?
21
16 14
11
7
6
1
sim não
-4
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Em relação à primeira pergunta sobre o uso do celular, 8 famílias das
crianças com dois anos responderam que os filhos usam o aparelho e 8
responderam que não usam. Ou seja, metade das crianças usa o celular.
Já as famílias das crianças com 3 anos, responderam que 13 usam o
celular, enquanto 7 não usam.
Nas famílias das crianças com 4 anos, a resposta foi 14 usam o
aparelho e 8 não usam.
Em relação às crianças de 5 anos, as famílias deram a seguinte
resposta:10 crianças usam o celular e 10 não usam o aparelho.
O que se pode observar é que conforme a criança vai crescendo, vai
apresentando maior interesse por usar esse instrumento. A pesquisa não
aprofundou o tipo de uso feito pelas crianças.
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Maternal I I - Usa tablet?
20 18
18
16
14
12
10
8
6
4 2
2
0
sim não
16
11
6
2
1
sim não
-4
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Pré-Escola I I - Usa tablet?
20 19
18
16
14
12
10
8
6
4
2 1
0
sim não
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A Quem Pertence o Tablet?
Maternal 1 Maternal 2 Pré1 Pré 2
à Criança 1 10 8 7
à Família 11 7 10 12
40
A Família Identifica Nesse Uso Uma Aproximação com o Processo de Leitura e
de Escrita?
Maternal 1 Maternal 2 Pré1 Pré 2
Sim 9 14 15 15
Não 7 6 6 6
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No Maternal I (dois anos), temos os seguintes resultados:
Duas crianças usam celular e não usam tablet; Sete crianças usam tablet
e não usam celular; Sete crianças usam os dois. No entanto, o desenho delas
encontra-se nos estágios de rabiscos e células, independente de usar os
aparelhos ou não.
No Maternal II (3 anos), uma criança usa celular e não usa tablet; Seis
usam tablet e não usam celular; Treze usam os dois. No entanto, o desenho
também corresponde à etapa de desenvolvimento do grafismo. Quatorze
crianças desenham células e seis desenham figuras.
No Pré-Escolar I (4 anos), uma criança usa celular e não usa tablet; sete
usam tablet e não usam celular; treze usam os dois. No grafismo, temos duas
crianças desenhando figuras simples e dezenove desenhando cenas simples.
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No Pré-Escolar II (5 anos), uma criança usa celular e não usa tablet; dez
usam tablet e não usam celular; nove usam os dois. O grafismo dessas
crianças também se apresenta compatível com a faixa etária. Três estão na
fase de cenas simples e Dezessete estão na fase de cenas completas.
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“A partir do traçado, pelo exercício da função simbólica, a criança cria
desenhos, se integra à cultura e expressa sua individualidade. Neste
percurso, ela chega à escrita, que é também um produto cultural da
história da humanidade. Este percurso, além de reorganizar o cérebro para
escrever, possibilita à criança o desenvolvimento de sua identidade e ação
criativa”. (Elvira Lima – 2016 – 101)
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VI – CONCLUSÃO
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No estudo sobre o desenho infantil, revelou-se a possibilidade de se
reconstruir a trajetória pictográfica da criança, passando por símbolos e
composições gráficas que podem ser consideradas como prelúdio da escrita.
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Alguns pontos da pesquisa ainda podem ser investigados como o tempo
de uso diário desses aparelhos, se a leitura da imagem levou a leitura das
letras do alfabeto, promovendo uma leitura incidental. Esses aspectos não
puderam ser aprofundados, assim como outros não mencionados nessa
conclusão, mas que podem abrir espaço para futuros estudos.
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VII – BIBLIOGRAFIA
1977
1995
Outubro de 2008
EPU – 1981
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