[1] O réu pede a decretação da extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com base nos arts. 107, IV c/c 109, inciso V e art. 110 § 1o do Código Penal. [2] O réu foi condenado a 2 anos de reclusão por furto qualificado em data anterior a mais de 4 anos da data do recebimento da denúncia. [3] Considerando o tempo decorrido entre a data do crime e a data da sentença condenatória, mais de 4 anos, houve a prescrição retroativa da pretens
[1] O réu pede a decretação da extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com base nos arts. 107, IV c/c 109, inciso V e art. 110 § 1o do Código Penal. [2] O réu foi condenado a 2 anos de reclusão por furto qualificado em data anterior a mais de 4 anos da data do recebimento da denúncia. [3] Considerando o tempo decorrido entre a data do crime e a data da sentença condenatória, mais de 4 anos, houve a prescrição retroativa da pretens
[1] O réu pede a decretação da extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com base nos arts. 107, IV c/c 109, inciso V e art. 110 § 1o do Código Penal. [2] O réu foi condenado a 2 anos de reclusão por furto qualificado em data anterior a mais de 4 anos da data do recebimento da denúncia. [3] Considerando o tempo decorrido entre a data do crime e a data da sentença condenatória, mais de 4 anos, houve a prescrição retroativa da pretens
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DO FORO
CENTRAL CRIMINAL DA BARRA FUNDA DA COMARCA DE SÃ O PAULO – SP
Autos nº XXXXX FULANO DE TAL, nacionalidade, inscrito no CPF nº XXX, residente e domiciliado na Rua XXX, nº XX, bairro, cidade, estado, (MESMO SE HOUVER QUALIFICAÇÃO DO RÉU NO PROCESSO, É BOM REITERAR ENDEREÇO), vem, por meio de sua advogada que esta subscreve (procuraçã o anexa), mui respeitosamente à presença de V. Excelência, propor DECRETAÇà O DA EXTINÇà O DA PUNIBILIDADE PELA PRESCRIÇà O DA PRETENSà O PUNITIVA com fulcro nos arts. 107, IV c/c 109, inciso V e art. 110 § 1º, todos do Có digo Penal, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor. DOS FATOS Consoante se depreende pela guia de recolhimento que instrui a presente execuçã o, o Requerente foi condenado por este D. Juízo da XX Vara Criminal desta Comarca de Sã o Paulo, por ocasiã o dos autos nº XXX, a pena de reclusã o de 02 (dois) anos de reclusã o, incurso no artigo 155, § 4º, IV c/c artigo 29, caput, do Có digo Penal. A ocorrência dos fatos se deu em XXX, o recebimento da denú ncia em XXX. Em XXX, foi prolatada a sentença condenató ria, transcorrido, porém, o prazo de XXX da data do recebimento da denú ncia, ú ltima causa interruptiva da prescriçã o, antes da pró pria sentença. DO DIREITO Nos termos do art. 109, V, do CP, "a prescrição se verifica em 4 anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois". Observa-se no caso em tela a ocorrência da prescriçã o retroativa (art. 110 e §§, do Có digo Penal), vez que o prazo prescricional de 4 (quatro) anos foi ultrapassado entre a data da sentença e a data do recebimento da denú ncia. A prescriçã o retroativa vale-se também da pena em concreto, aplicada por ocasiã o da sentença, entretanto, influenciando diretamente a contagem do tempo transcorrido, sujeitando-se à s causas de interrupçã o previstas no artigo 117 do Có digo Penal. Segundo Fernando Capez, a prescriçã o é a “perda do direito-poder-dever de punir pelo Estado em face do não-exercício da pretensão punitiva (interesse em aplicar a pena) ou da pretensão executória (interesse em executá-la) durante certo tempo” (CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal, volume 1: parte geral (arts. 1º a 120), p. 623). Assim, nã o obstante o recebimento da denú ncia em XX, eis que a sentença fora prolatada somente em XX, XX anos depois. Considerando-se o desinteresse do Estado na puniçã o tempestiva do requerente, nã o há que falar em aplicaçã o da pretensã o executó ria tardia, em conformidade com nosso ordenamento jurídico, que prevê a perda do direito de puniçã o quando a pena nã o for aplicada em tempo. Neste sentido: EMBARGOS DE DECLARAÇà O. PRESCRIÇà O RETROATIVA. RECONHECIMENTO. EMBARGOS ACOLHIDOS PARA DECLARAR A EXTINÇà O DA PUNIBILIDADE DO EMBARGANTE. 1. Dado o quantum de pena definitiva (2 anos e 11 meses de reclusã o) e tendo em vista que, entre a data da constituiçã o do crédito tributá rio (13.12.2001) e a do recebimento da denú ncia (15.6.2010), transcorreu prazo superior ao previsto no art. 109, IV, do Có digo Penal (8 anos), é forçoso reconhecer a incidência da prescriçã o retroativa. 2. Embargos de declaraçã o acolhidos para declarar a extinçã o da punibilidade do embargante. (STJ – Embargos de Declaraçã o em HC: 306895 ES 2014/0267278-7, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 16/04/2015, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicaçã o: DJe 27/04/2015) Mesmo que a sentença eventualmente tenha se tornado definitiva, a prescriçã o ainda pode ser decretada, nos termos do inciso II do art. 66 da LEP. A prescriçã o é instituto de direito material, ressalta-se, inexistindo preclusã o a seu respeito. Ademais, inocorreu, qualquer das causas impeditivas da prescriçã o, constantes no art. 116 do CP. DOS PEDIDOS Ante o exposto requer, apó s manifestaçã o do Ministério Pú blico, seja decretada a extinçã o da punibilidade do requerente, pela ocorrência da prescriçã o da pretensã o punitiva, com a consequente revogaçã o do mandado de prisã o existente contra ele, como medida de Justiça. Nestes Termos, Pede Deferimento. Sã o Paulo, xx de xx de 2016. Advogado OAB/SP XX
Da não violação ao princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF/88) em face da execução provisória da pena após condenação em segunda instância