Você está na página 1de 15

(e-STJ Fl.

487)
fls. 487

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2021.0000882763

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº


1002353-55.2021.8.26.0003, da Comarca de São Paulo, em que é apelante/apelado
CARLOS MATIAS KOLB (JUSTIÇA GRATUITA), é apelado/apelante BANCO
PAN S/A.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 37ª Câmara de Direito


Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram
provimento aos recursos. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra
este acórdão.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
O julgamento teve a participação dos Desembargadores PEDRO KODAMA
(Presidente sem voto), JOSÉ WAGNER DE OLIVEIRA MELATTO PEIXOTO E
SERGIO GOMES.

São Paulo, 28 de outubro de 2021.

ANA CATARINA STRAUCH


Relator(a)
Assinatura Eletrônica
Documento recebido eletronicamente da origem
(e-STJ Fl.488)
fls. 488

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

APELAÇÃO-1002353-55.2021.8.26.0003
Apelantes e reciprocamente Apelados- CARLOS MATIAS KOLB (justiça

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
Gr atuita) e BANCO PAN S/A

Comarca:- São Paulo-Foro Regional do Jabaquara- 5ª. Vara Cível


Juiz(a) de Direito: Dr(a). Patricia Maiello Ribeiro Prado
VOTO- 18319
Apelação- Cédula de Crédito Bancário- Financiamento de
Imóvel- Juros Abusivos- Seguro proteção embutido no valor
das parcelas- taxa de administração- Serviço de terceiros-
Utilização do IGP-M para fins de reajuste- Capitalização de
Juros- Tabela Price- Serviços de terceiros- abusividade

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
reconhecida- Sentença de parcial procedência- mantida-
RECURSOS DESPROVIDOS

Vistos,
Tr atam os autos, de Ação Revisional de Contr ato c.c Tutela de
Ur gência, pr omovida pelo autor , CARLOS MATIAS KOLB em face do BANCO
PAN S/A. Nar r a o auto que em 09.05.2012, as par tes fir mar am contr ato de
financiamento de imóvel, no valor de R$150.308,90. O valor ser ia pago em 161
pr estações mensais, das quais, já houve a quitação de 102 par celas. Aduz que há
cobr ança de encar gos abusivos como: taxa de ser viço no valor de R$980,00; taxa
mensal no valor de R$23,04,; segur o embutido no valor das par celas;
capitalização composta de jur os pela Tabela Pr ice; cálculo de cor r eção pelo IGP-
M, ao invés do IPCA; jur os r emuner atór ios acima da média de mer cado. Postula
a suspensão da cobr ança das par celas ou autor ização par a r ealizar o depósito
judicial das par celas calculadas sem a incidência de encar gos indevidamente
cobr ados. Requer a r evisão do contr ato, par a substituir os jur os compostos, por
jur os simples, declar ar nula a taxa de jur os r emuner atór ios de 13,97% ao ano,
substituindo-a pela taxa de mer cado infor mada pelo Bacen de 7,72% ao ano;
nulidade da cobr ança de segur o de pr oteção financeir a, taxa de ser viço, no valor
de R$980,00 e taxa mensal do no valor de R$23,04. Postula a r estituição do
valor pago em excesso.

Contestação (fls.173/ 222. Réplica (fls.373/ 376.

Sentença pr olatada às fls. 377/ 388 nos seguintes ter mos :


Documento recebido eletronicamente da origem

“ Ante o exposto, com fulcro no artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil,
julgo PROCEDENTE, EM PARTE, o pedido inicial a fim de declarar nula de tarifa
dos custos de administração “Valor do Financiamento destinado ao pagamento
das despesas acessórias (devidas a terceiros)”, no valor de R$ 980,00 (item 3-A.2
fls. 36), e condenar a ré à restituição simples de R$ 980,00 (novecentos e oitenta
reais), corrigidos monetariamente pela Tabela Prática do Tribunal de Justiça,

Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 2


(e-STJ Fl.489)
fls. 489

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

desde o desembolso, em 09.06.2012, e juros de mora de 1% ao mês, desde a


citação. Em razão da sucumbência recíproca, condeno as partes ao pagamento

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
das custas e despesas processuais, na proporção de 75% para a autora e 25%
para a ré, bem como dos honorários advocatícios, os quais fixo em 10% do valor
da causa, diante do baixo valor da condenação e, ainda, considerando-se o local
da prestação do serviço, a complexidade da demanda e o zelo do profissional na
condução do feito, conforme preceitua o art. 85, §2º, do Código de Processo Civil.
Anote-se, todavia, que a autora é parte beneficiária da gratuidade da justiça, de
modo que as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição
suspensiva de exigibilidade, nos termos do artigo 98, § 3º, do Código de Processo
Civil”. (gr ifo no or iginal)
Insurgência recursal do autor (fls.391/ 414). Alega

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
que, o CONTRATO PREVÊ COMO INDEXADOR MONETÁRIO O IGP-M (FGV),
MUITO SUPERIOR AO ÍNDICE INFLACIONÁRIO OFICIAL IPCA (IBGE).
NECESSÁRIO RECÁLCULO DA DÍVIDA COM APLICAÇÃO DE JUROS SIMPLES.
ILEGALIDADE DA COBRANÇA DE JUROS COMPOSTOS NO SFH. PRÁTICA DE
ANATOCISMO CONFIGURADA. Invoca a Súmula 121 do STF. O indexador
monetár io utilizado em contr ato, r epr esentou no per íodo contr atual (09/ 05/ 12
a 09/ 11/ 2020) o acumulado de 92,86%, o que, diga-se, é MUITO ACIMA DO
APRESENTADO PELO ÍNDICE OFICIAL DE INFLAÇÃO BRASILEIRA IPCA (IBGE)
que no per íodo r epr esentou o acumulado de 58,22%. Dispar idade da taxa
cobr ado. Pr evista pelo Bacen em 7,72% ao ano e em contr ato 13,975 ao ano.
Abusividade demonstr ada. O Apelado impõe ao Apelante a contr atação de
Segur o Pr oteção Financeir a, como condição par a concessão de financiamento,
única e exclusivamente com empr esa per tencente ao mesmo gr upo econômico
da financeir a Apelada, sem sequer estipular o valor total da r efer ida cobr ança,
descr evendo tão somente, o valor a ser pago mensalmente, o que sofr e com a
capitalização de sua cobr ança cumulada com os jur os compostos. Pr ática
abusiva e lesa o dir eito do consumidor por não lhe dar a opção de escolha de
contr atação ou não de r efer ido segur o, ou até mesmo por não o deixar optar
pela segur ador a per tencente ao gr upo do Apelado ou qualquer outr a ofer ecida
no mer cado. Alega venda casada e invoca o ar t. 39 , I do CDC. Assim, confor me
pode se constatar às fls. 18/ 20 do anexo de cálculos do laudo per icial (fls.
102/ 126), consider ando-se o valor financiado de R$ 150.308,90 (cento e
cinquenta mil, tr ezentos e oito r eais e noventa centavos), excluindo-se as tar ifas
indevidas e consider ando-se o cálculo com os jur os simples, o Apelante passa a
ser CREDOR do valor cor r espondente à R$ 1.085,89 (um mil e oitenta e cinco
Documento recebido eletronicamente da origem

r eais e oitenta e nove centavos), uma dispar idade enor me, se consider ar mos a
cobr ança ilegal das tar ifas e dos jur os compostos, onde o Apelante per manece
devendo ao Apelado o valor de R$ 176.290,52 (cento e setenta e seis mil,
duzentos e noventa r eais e cinquenta e dois centavos). Ao final postula a
r efor ma da r . sentença nos pontos atacados.

Insurgência recursal da Casa Bancária (fls.418/ 434). DA


Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 3
(e-STJ Fl.490)
fls. 490

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

IMPOSSIBILIDADE DE DECLARAÇÃO DE OFÍCIO DE ABUSIVIDADE DE


CLÁUSULAS CONTRATUAIS. Nos ter mos da súmula 381, do Super ior Tr ibunal

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
de Justiça, é vedado ao julgador em casos que ver sam sobr e contr atos bancár ios,
conhecer de ofício da abusividade das cláusulas contr atuais. Confor me se extr ai
dos autos, não houve qualquer vício ou falha no consentimento a Apelada
quando da assinatur a do ter mo, não r ealizando esta qualquer r essalva. Deve-se
ater ao pr incípio da pacta sunt ser vanda ou o Pr incípio da For ça Obr igatór ia,
segundo o qual, o contr ato obr iga as par tes nos limites da lei. O instituto jur ídico
do contr ato, independentemente de qualquer alter ação, está sob o auspício da
segur ança jur ídica a fim de fazer valer suas cláusulas, sendo essa autonomia um
“poder atr ibuído à vontade individual de par tejar r elações jur ídicas concr etas
admitidas, pr evistas e r eguladas “in abstr ato” na lei. Ou seja, a autonomia

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
pr ivada é a esfer a de competência outor gada legalmente ao par ticular da qual
ele pode r egulamentar suas r elações por meio de negócios jur ídicos. Com efeito,
essa esfer a deve ser for mada com base no ar tigo 104 do CÓDIGO CIVIL.
Confor me contr atação entabulada entr e as par tes, as tar ifas bancár ias
questionadas nesta demanda, além de devidamente autor izadas pelo BACEN,
não configur am, de for ma alguma, vantagem exager ada por par te do Banco. Ao
final postula o efeito suspensivo e a r efor ma da r . sentença, par a cor r igir o er r o
in judicando, par a julgar impr ocedente os pedidos autor ais.
Contr ar r azões (fls.449/ 456 e 457/ 469).

Subir am os autos par a Julgamento.

É o Relatório.

Inicialmente, exer cido o juízo de admissibilidade em


cumpr imento ao disposto no ar t. 1.010, § 3º do CPC, vale consignar que o
r ecur so deve ser conhecido, pois é tempestivo e está devidamente pr epar ado,
pelo r éu, isento o autor por ser beneficiár io da Justiça Gr atuita.

De plano, destaque-se, ademais, que esta Decisão


Colegiada se limita a apr eciar a matér ia efetivamente impugnada, em
confor midade com o teor do ar t. 1.013, caput, do CPC.
Tr atam os autos de r evisão contr atual, sob a alegação de
Documento recebido eletronicamente da origem

abusividade de cláusulas, jur os compostos, Tabela Pr ice, Segur o, taxas, índices e


segur o embutido nas par celas.

Instr umento Par ticular de Financiamento com


constituição de Alienação Fiduciár ia em gar antia, Cédula de Cr édito Imobiliár io
e Outr as avenças (fls.33/ 64). Tar ifa de avaliação de Imóvel R$400,00; Tar ifa de
Avaliação Jur ídica de imóvel R$580,00. Taxa de jur os nominal de 13,96%a.a. e

Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 4


(e-STJ Fl.491)
fls. 491

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

efetiva de 14,90% a.a. Segur o 386,86 e R$391,36, mensais de R$38,75; tar ifa de
administr ação 23,04. Segur o R$390,51.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
A contr ovér sia dos autos, r eside na legalidade da
cobr ança do segur o de pr oteção financeir a embutido no valor das par celas, taxa
de ser viço e ser viços de ter ceir os no valor de R$980,00. Utilização do índice IGP-
M, par a r eajuste do saldo; taxa de jur os r emuner atór ios de 13,97% a.a ,
utilização Da Tabela Pr ice e jur os compostos.

Aplicam-se, ao pr esente caso, as disposições do


Código de Defesa do Consumidor , tendo em vista que o autor contr atou ser viços
como destinatár io final (ar t. 2º, caput, CDC).

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
Ademais o CDC se aplica às Instituições Financeir as,
confor me estabelece a Súmula 297, do Super ior Tr ibunal de Justiça: “O Código
de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras”.

Pois bem.

Quanto à alegada abusividade dos juros cobr ados pela


instituição financeir a, cumpr e r essaltar que a matér ia é r egida por legislação
especial, a saber : a Lei nº 4.595/ 64, as nor mas editadas pelo Conselho
Monetár io Nacional e pelo Banco Centr al do Br asil. Não incide, por tanto o ar t. 1º
da Lei de Usur a (Decr eto nº 22.626/ 33), que veda a cobr ança de jur os em taxa
super ior a 12% ao ano. Confir a-se a Súmula 596 do C. STF:

“ As disposições do Decreto nº 22.626/33 não se


aplicam às taxas de juros e aos outros encargos
cobrados nas operações realizadas por instituições
públicas ou privadas, que integram o sistema
Documento recebido eletronicamente da origem

financeiro nacional”.

Além disso, obser ve-se que a MP 2.170-36/ 01, em


seu ar t. 5º ( declarado constitucional pelo C. STF quando do julgamento do
RE nº 592.377/RS), pr evê a admissibilidade da capitalização de jur os com
Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 5
(e-STJ Fl.492)
fls. 492

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

per iodicidade infer ior a um ano por instituições integr antes do Sistema

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
Financeir o Nacional.

Assim, é lícito à instituição financeir a cobr ar jur os


em taxa superior à legal, capitalizados com per iodicidade infer ior a um ano
(jur os sobr e jur os). Os valor es cobr ados a título de jur os no caso em análise não
se afigur am abusivos, inexistindo qualquer indício de que excedam em muito os
valor es de oper ações similar es. Eles for am pr eviamente infor mados ao autor na
Cédula de Cr édito Bancár io, de modo que ele teve liber dade par a optar entr e

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
diver sas instituições e obter o financiamento desejado.

Com efeito, as par celas ajustadas não se constituem


em mer a divisão do valor financiado ou do bem pelo númer o de pr estações
mensais, acr escidas de jur os. Estão incluídos no valor das pr estações a
r emuner ação do capital, a cor r eção monetár ia do valor ou a depr eciação do bem
e o custo financeir o da oper ação, aí englobada uma sér ie de fator es como a
capitalização de r ecur sos no meio financeir o, os impostos e outr os fator es.

Neste sentido a jur ispr udência desta Colenda 37ª


Câmar a de Dir eito Pr ivado:

“APELAÇÃO AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO BANCÁRIO


SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. 1. JUROS ABUSIVIDADE
Inocorrência Encargos contratuais não limitados a 12% ao ano
Inaplicabilidade da Lei de Usura Excesso da cobrança deve
ser demonstrado em cada caso concreto, mediante a
comprovação de descompasso entre a realidade do mercado e o
Documento recebido eletronicamente da origem

quanto cobrado pela instituição financeira. 2. CAPITALIZAÇÃO DE


JUROS Admissibilidade Contrato celebrado por instituição
financeira posteriormente à edição da MP 1.963-17/00, reeditada sob
o nº 2.170-36/01 Possibilidade de capitalização de juros em período
inferior a um ano Capitalização de juros expressamente prevista no
Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 6
(e-STJ Fl.493)
fls. 493

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

contrato Alegação de inconstitucionalidade da MP 2.170-36/2001


afastada Precedente do Órgão Especial deste e. Tribunal de Justiça.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
3. TARIFA DE CADASTRO e IOF - Possibilidade de cobrança - Recurso
Especial 1251331/RS, sob o rito do art. 543-C, do Código de Processo
Civil de 1973: "Permanece válida a Tarifa de Cadastro expressamente
tipificada em ato normativo padronizador da autoridade monetária, a
qual somente pode ser cobrada no início do relacionamento entre o
consumidor e a instituição financeira" Ausência de abusividade no
caso concreto Financiamento do IOF que não encontra óbice no

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
ordenamento. 4. BANCÁRIO TARIFAS DE REGISTRO DO CONTRATO E
AVALIAÇÃO Cobrança regular - Valores não abusivos - Serviços
prestados - REsp 1.578.553/SP, repetitivo, representativo da
controvérsia. SENTENÇA MANTIDA RECURSO DESPROVIDO.” (TJSP;
Apelação Cível 1006056-53.2019.8.26.0006; Relator (a): Ser gio
Gomes; Órgão Julgador: 37ª Câmara de Direito Privado; For o
Regional VI - Penha de Fr ança - 2ª Var a Cível; Data do Julgamento:
10/ 12/ 2019; Data de Registr o: 10/ 12/ 2019) (g.n.)

“Apelação. Contrato bancário. Ação revisional de contrato. Cédula de


Crédito Bancário. Cerceamento de defesa. Não ocorrência. Aplicação
do Código de Defesa do Consumidor. Inadmissibilidade. Juros
capitalizados mensalmente e acima de 12%. Possibilidade.
Aplicação da MP 2.170-36/2001. Inaplicabilidade da Súmula 121
do STF. Comissão de permanência cumulada com outros encargos.
Ausência de comprovação. Majoração da verba honorária. Aplicação
do §11 do artigo 85 do CPC de 2015. Sentença de improcedência
mantida. Recurso desprovido.” (TJSP; Apelação Cível
Documento recebido eletronicamente da origem

1015048-56.2018.8.26.0032; Relator (a): Pedr o Kodama; Órgão


Julgador: 37ª Câmara de Direito Privado; For o de Sumar é - 1ª
Var a Cível; Data do Julgamento: 09/ 12/ 2019; Data de Registr o:
09/ 12/ 2019) (g.n.)

Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 7


(e-STJ Fl.494)
fls. 494

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Desse modo, evidente a possibilidade de aplicação da


“tabela Pr ice”, confor me jur ispr udência pacífica deste E. Tr ibunal:

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
“ AÇÃO REVISIONAL FUNDADA EM CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO.
SUFICIÊNCIA DA PREVISÃO DE TAXA DE JUROS ANUAL SUPERIOR AO
DUODÉCUPLO DA MENSAL PARA AUTORIZAR A COBRANÇA DA TAXA
EFETIVA ANUAL CONTRATADA, DE ACORDO COM A SÚMULA Nº 541
DO STJ. AUTORIZAÇÃO DA COBRANÇA DA TARIFA DE CADASTRO NO
INÍCIO DO RELACIONAMENTO NEGOCIAL PARA REMUNERAR A

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE PESQUISA EM CADASTROS DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO, BASE DE DADOS E INFORMAÇÕES
CADASTRAIS, SEGUNDO O ENTENDIMENTO CONSOLIDADO NO
JULGAMENTO DO RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA
RESP Nº 1.251.331/RS. DESCABIMENTO DA LIMITAÇÃO DA TAXA DE
JUROS REMUNERATÓRIOS EM 12% AO ANO, POIS AS INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS NÃO SE SUBMETEM AO DECRETO Nº 22.626/33 (LEI
DA USURA), DE ACORDO COM A SÚMULA Nº 576 DO STF, SEM
CONTAR QUE A TAXA PRATICADA PELO RÉU NÃO EXTRAPOLA O
PATAMAR MÉDIO DO MERCADO EM OPERAÇÕES FINANCEIRAS DA
MESMA ESPÉCIE. TABELA "PRICE". AUTORIZAÇÃO DA INCIDÊNCIA
DE CAPITALIZAÇÃO DE JUROS EM PERIODICIDADE INFERIOR À
ANUAL, EXPRESSAMENTE PACTUADA, NOS CONTRATOS DE
OPERAÇÕES FINANCEIRAS FIRMADOS NA VIGÊNCIA DO ART. 5º DA
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.170-36/2001. RECONHECIMENTO DA
CONSTITUCIONALIDADE FORMAL DA MENCIONADA MEDIDA
PROVISÓRIA NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº
592.377/RS. INCIDÊNCIA DE COMISSÃO DE PERMANÊNCIA
Documento recebido eletronicamente da origem

CUMULADA COM OUTROS ENCARGOS. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO


DA COBRANÇA. VALOR NOMINAL DA TAXA DE juros
REMUNERATÓRIOS. Abusividade NÃO configurada. taxas de juros
mensal e anual em conformidade com as taxas médias divulgadas pelo
BACEN. RECURSO DESPROVIDO” ( TJSP, AC
Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 8
(e-STJ Fl.495)
fls. 495

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

1011943-30.2019.8.26.0002, 22ª Câm. Dir. Priv., rel Des. Alberto

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
Gosson, j. 13/06/2019, DJe 26/06/2019).

“Apelação. Ação revisional de cláusulas contratuais. Submissão das


Instituições financeiras ao Código de Defesa do Consumidor.
Inteligência da Súmula 297 STJ. Juros capitalizados mensalmente e
juros remuneratórios acima de 12% ao ano. Admissibilidade. Juros
abusivos. Não demonstração. As empresas administradoras de cartão
de crédito são instituições financeiras e não sofrem as limitações da Lei

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
de Usura. Súmula nº 283 do Superior Tribunal de Justiça. Faturas
enviadas mensalmente ao domicílio do autor com a discriminação de
valores, taxas e juros. Utilização da Tabela Price. Abusividade não
demonstrada. Cobrança de comissão de permanência não verificada.
Pedidos de repetição de valores pagos em dobro e de danos morais não
acolhidos. Majoração dos honorários advocatícios, nos termos do art.
85, § 11º, do CPC. Sentença de improcedência mantida. Recurso
desprovido” ( TJSP, AC 1061657-51.2017.8.26.0576, 37ª Câm. Dir.
Priv., rel Des. Pedro Kodama, j. 26/06/2019, DJe 26/06/2019).

“ REVISIONAL DE CONTRATO Recurso apreciado nos termos do Resp


nº 1.061.530/RS e REsp 1.251.331/RS Reconhecimento da aplicação
do Código de Defesa do Consumidor que não implica,
automaticamente, na nulidade do contrato de adesão Possibilidade
de cobrança dos juros contratados Legalidade da capitalização
dos juros Possibilidade de utilização da Tabela Price como
método de amortização - Ausência de previsão de cobrança da
comissão de permanência - Inexistência de ilegalidades
Documento recebido eletronicamente da origem

Impossibilidade de análise em sede de apelo da cobrança da tarifa de


avaliação de bem e serviço de terceiro por se tratar de inovação
recursal - Sentença mantida Recurso não provido” ( TJSP, AC
1000891-02.2018.8.26.0025, 13ª Câm. Dir. Priv., rel Des.
Heraldo de Oliveira, j. 26/06/2019, DJe 26/06/2019).

Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 9


(e-STJ Fl.496)
fls. 496

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Com relação a cobrança do seguro, nos ter mos da r .

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
sentença: “ No presente caso, há previsão contratual de cobrança de seguro
“morte e invalidez permanente” embutido no valor das parcelas e seguro “danos
físicos ao imóvel” no valor mensal de R$ 38,75 (itens 4-G.2, 4-G.4 e 4-H.3 fls. 37).
Todavia, necessidade de haver a contratação de seguros de morte ou invalidez
permanente e de danos físicos ao imóvel decorre da lei, não havendo que se falar
em nulidade da cláusula que prevê sua contratação. Nos termos do art. 5º, IV, da
Lei n. 9.514/97 o seguro habitacional é elemento obrigatório nas operações de
financiamento imobiliário, a ser observado pelo tomador do financiamento.
Igualmente, o art. 79 a Lei n. 11.977/09 determina que: “Os agentes financeiros do
SFH somente poderão conceder financiamentos habitacionais com cobertura

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
securitária que preveja, no mínimo, cobertura aos riscos de morte e invalidez
permanente do mutuário e de danos físicos ao imóvel. Não há também qualquer
indício nos autos de que o valor pactuado esteja acima da média praticada no
mercado ou de onerosidade do valor do prêmio cobrado pela ré e, ainda, considero
que a contratação é realizada em benefício do próprio consumidor, com a
finalidade de amortização do financiamento em caso de morte, invalidez
permanente e demais hipóteses previstas no contrato. Portanto, não há qualquer
ilegalidade na cobrança realizada pela ré”.

Analisando os autos, ver ifica-se que, pr imeir amente,


a par te autor a alega abusividade na cobr ança de segur o, por se tr atar de uma
despesa administr ativa da instituição financeir a com outor ga de cr édito, não se
tr atando de ser viços pr estados em pr ol do consumidor . No entanto, cumpr e
pontuar que o segur o tem vantagens tanto par a o segur ado quanto par a as
empr esas. Par a as empr esas, funciona como uma gar antia na r edução da
inadimplência, e, par a os familiar es do segur ado, como gar antia de pr eser vação
do patr imônio adquir ido.
Em que pese o alegado em peça inaugur al, não há
compr ovação nos autos de que for a compelida ou coagida a contr atar o segur o e
com a segur ador a em questão. Ademais, não se ver ifica nenhuma r essalva ou
Documento recebido eletronicamente da origem

pr ática de algum ato discor dando da contr atação, nem mesmo ao longo da
execução do contr ato a par te autor a alegou ou compr ovou ter feito alguma
r eclamação ou, ainda, exer cido o dir eito de ar r ependimento.

Consider ando que o valor cobr ado não car acter iza
Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 10
(e-STJ Fl.497)
fls. 497

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

oner osidade, r eputa-se válida a cobr ança do segur o de pr oteção financeir a.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
Nesse sentido:
“CONTRATOS BANCÁRIOS Ação de natureza revisional - Cédula de
crédito bancário firmada em 08/11/2018 Sentença de parcial
procedência Aplicação do CDC (Súmula 297 do C. STJ) que não implica
automática revisão contratual, exigindo exame do contrato diante da
legislação bancária e da comum Contrato CCB com parcelas de valor
fixo, estipulação de taxa de juros efetiva anual superior ao duodécuplo

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
da taxa mensal e método composto Legalidade e regularidade (Súmula
STJ 541) Legalidade e regularidade da cobrança da tarifa de cadastro
(TC) Contrato firmado na vigência da Resolução CMN 3.919/10
Precedente STJ (REsp 1.251.331-RS) Súmula 566 do C. STJ - Tarifa de
avaliação do bem (TAB ou TAG) Serviço de avaliação comprovado por
laudo de vistoria Regularidade da contratação e cobrança (Teses 2.3 e
2.3.1 firmadas no julgamento do REsp repetitivo 1.578.553/SP) Seguro
prestamista Adesão firmada em documento à parte do contrato Valor
não abusivo - Legalidade e regularidade REsp nº 1.639.320/SP
(2016/0307286- 9), tese 2.2 Comissão de permanência não contratada
Questão não conhecida - Sentença mantida Recurso desprovido, na
parte conhecida, e majorados os honorários advocatícios (NCPC, art.
85, § 11), observada gratuidade de justiça e a condição suspensiva do
NCPC, art. 98, § 3º.” (TJSP; Apelação 1031736-52.2019.8.26.0002;
Relator (a): JOSÉ WAGNER DE OLIVEIRA MELATTO PEIXOTO; Ór gão
Julgador : 37ª Câmar a de Dir eito Pr ivado; Data do Julgamento:
09/ 12/ / 2019)
Documento recebido eletronicamente da origem

“Apelação. Contrato bancário. Ação revisional de contrato c.c.


consignação em pagamento. Cobrança de seguro. Admissibilidade, nos
termos decididos no Recurso Especial nº 1.639.320-SP, sob o rito do
art. 1.040 do Código de Processo Civil. Possibilidade de cobrança de
valor pelo serviço “cap. par. premiável”. Ausência de demonstração de
vício de consentimento. Sentença reformada. Recurso provido.” (TJSP;
Apelação 1002311-77.2019.8.26.0002; Relator (a): PEDRO KODAMA;

Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 11


(e-STJ Fl.498)
fls. 498

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Ór gão Julgador : 37ª Câmar a de Dir eito Pr ivado; Data do Julgamento:


22/ 10/ 2019).

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
Ainda nos ter mos da r . sentença, com relação a tarifa de
administração mensal: “ Acerca da tarifa de administração mensal do contrato,
ressalto entendimento do STJ, consolidado quando do julgamento do recurso
especial representativo de recursos repetitivos: “Com o início da vigência da
Resolução CMN 3.518/2007, em 30.4.2008, a cobrança por serviços bancários
prioritários para pessoas físicas ficou limitada às hipóteses taxativamente
previstas em norma padronizadora expedida pelo Banco Central do Brasil” (REsp

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
n.º 1.251.331/RS, .Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, j. 28.08.2013). Nesse
sentido, a Resolução n.º 3.932/2010 do Banco Central (Regulamento anexo - art.
14, § 1º, II) previu a cobrança de encargo mensal de, no máximo, R$ 25,00 para
ressarcir custos da instituição financeira com a administração de contratos de
financiamento imobiliário. A Resolução CMN nº 4.676, de 31.07.2018, norma que
atualmente disciplina a matéria, também prevê a tarifa de administração de
contrato limitada a R$ 25,00 (vinte e cinco reais) mensais em seu art. 14, II. No
caso em lume, a tarifa de administração mensal do contrato tem previsão
contratual (itens 4-G.5 e 4-H.4 fls. 36; cláusula 4 fls. 47), e observa o limite de R$
25,00, atendendo ao dever de informação, visto que há especificação, em
linguagem clara, de forma a permitir que o consumidor possa conhecer e
compreender previamente as obrigações. Ademais, não há prova de que os
encargos propiciem vantagem manifestamente exagerada ao réu.
Portanto, não há qualquer irregularidade na cobrança da tarifa mensal realizada
pela ré, sendo abusivo apenas a cobrança da taxa de serviço a terceiros, como já
aventado”.

SERVIÇO DE TERCEIROS
Documento recebido eletronicamente da origem

De acor do com o entendimento fir mado, é


admissível a cobrança de serviços de terceiros desde que o serviço, a ser
efetivamente prestado, esteja especificado em contrato, e, ainda, que não
se constate onerosidade excessiva no caso concreto.
Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 12
(e-STJ Fl.499)
fls. 499

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Entr etanto, no pr esente caso, ver ifica-se que não há

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
documento com especificação do ser viço pr estado, de sua natur eza, nem pr ova
de que o ser viço foi pr estado. O r éu deixou de pr estar infor mações clar as,
cor r etas e objetivas, vejamos:
O r éu está cobr ando tar ifa de avaliação física
jur ídica do imóvel, no valor de R$980,00, sem nenhuma compr ovação do ser viço
efetivamente pr estado.
A previsão de cláusulas genéricas não é

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
suficiente para legalizar tais cobranças, isto porque o CDC estabelece que
os fornecedores prestem informações claras e precisas ao consumidor:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes
produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade,
tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos
que apresentem;

Ademais, o valor cobr ado a título de ser viço de


ter ceir os mostr a-se despr opor cional.

Assim, mantenho a abusividade da tarifa de


serviços de terceiros.

Nesse sentido mesmo sentido:

Apelações. Contrato bancário. Ação revisional. Juros


capitalizados mensalmente e acima de 12%.
Documento recebido eletronicamente da origem

Possibilidade. Aplicação da MP 2.170-36/2001.


Inaplicabilidade da Súmula 121 do STF. Cobrança de
tarifa de cadastro, de avaliação de bem, de registro de
contrato e IOF. Admissibilidade, nos termos do
decidido nos Recursos especiais nº 1251331/RS e

Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 13


(e-STJ Fl.500)
fls. 500

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

1.578.553-SP, sob o rito dos recursos repetitivos.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
Seguro de proteção financeira. Permitida a cobrança,
conforme Recurso especial nº 1639320/SP, decidido
sob o regime do art. 1.040 do Código de Processo
Civil/2015. Tarifa de pagamentos autorizados
(serviços de terceiros). Inadmissibilidade da sua
cobrança. Sentença de parcial procedência reformada.
Recurso do autor desprovido e apelo da ré
parcialmente provido. (Apelação nº

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
1007236-60.2018.8.26.0032, Relator Des. Pedro
Kodama, 37ª Câmara de Direito Privado, Data do
Julgamento 20/01/20.

Índice de reajuste pelo IGP-M

A cor r eção do contr ato pelo índice do IGP-M, não


configur a nenhuma abusividade. A Lei 9.069/ 95, em seu ar tigo 28, autor iza a
utilização deste índice par a cor r igir eventual defasagem de pr eços, comumente
utilizada em contr atos tipo dos autos.

Nesse sentido, o Pr ecedente:

REVISÃO. Contrato de financiamento com constituição de alienação


fiduciária em garantia. Sentença de improcedência. Apelo dos autores.
Possiblidade de revisão contratual. Taxa de juros. Pactuação de taxa de
juros efetiva e taxa de juros anual cujo percentual não é abusivo e
extorsivo. Possibilidade, outrossim, de capitalização dos juros.
Inexistência de ilegalidade na cumulação de juros moratórios, multa e
Documento recebido eletronicamente da origem

correção monetária, cujo índice previsto (IGP-M) é admitido legalmente.


Regularidade na contratação da Tarifa de Avaliação Física do Imóvel,
Tarifa de Avaliação Jurídica do Imóvel e Tarifa de Administração. Seguros
livremente contratados, com expressa opção de escolha na avença, não se
afigurando venda casada. APELO DESPROVIDO. (TJSP;Apelação Cível nº
Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 14
(e-STJ Fl.501)
fls. 501

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

1032007-87.2016.8.26.0577; Relator(a): Ramon Mateo Júnior; Órgão


Julgador : 15ª Câmara de Direito Privado; Foro de São José dos

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1002353-55.2021.8.26.0003 e código 17573DDC.
Campos 5ª Vara Cível; Data do Julgamento: 12/11/2019; Data de
Registro: 12/11/2019).

Por tanto nenhuma ilegalidade do índice eleito no


contr ato.

Finalmente, com r elação a cobrança dos juros


capitalizados, ainda nos ter mos da r . sentença: “ Ademais, é lícita a cobrança de
juros capitalizados em contratos celebrados no âmbito do Sistema Financeiro

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANA CATARINA STRAUCH, liberado nos autos em 28/10/2021 às 09:10 .
Imobiliário (art. 5º, III, da Lei nº 9514/97). E, muito embora a capitalização em
periodicidade mensal tenha sido permitida somente em recente alteração da Lei
nº 4.380/64 (Lei n.º 11.977 de 7 de julho de 2009), o contrato em análise foi
entabulado em 9 de maio de 2012, ou seja, após a alteração da Lei nº 4.380/64 e
após a edição da Medida Provisória nº 1.963-17/00 (reeditada MP nº
2.170-36/01), logo, não há que se falar em abusividade. Por consequência, não
vislumbro qualquer ilegalidade na cobrança de juros capitalizados e adoção da
tabela price no caso em tela (cláusula 3.2.8 fls. 46)”.
Nesta quadr a, mantenho a r espeitável sentença, no
tocante a r estituição somente, dos ser viços de ter ceir os, indevidamente
cobr ados, no valor de R$980,00 (fl.36), nos ter mos lançados.

Nada mais havendo par a acr escentar , r atifico e


mantenho a r . sentença, nos ter mos do ar t. 25 do RITJSP.

Ao exposto, NEGO PROVIMENTO AOS RECURSOS.


Major o a ver ba honor ár ia aos patr onos das par tes,
par a 15% do valor da causa, consider ando o baixo valor da condenação, nos
ter mos do ar t. 85, par ágr afos pr imeir o, segundo e onze do CPC, cor r igido pela
TPTJSP, até a data do efetivo pagamento. Fica r essalvada a gr atuidade
concedida ao autor .

ANA CATARINA STRAUCH


Relatora
Documento recebido eletronicamente da origem

(assinatura eletrônica)

Apelação Cível nº 1002353-55.2021.8.26.0003 -Voto nº 18319 15

Você também pode gostar